Você está na página 1de 5

15-02-2017

O Estado
O Estado
Assim, o Estado é composto por diferentes ELEMENTOS:

Sendo o Homem um ser eminentemente social, é natural que as comunidades humanas


necessitem de uma estrutura organizada - o Estado – reconhecida por todos os membros e
dotado de força coerciva, capaz de garantir a vida em sociedade, ditando leis e regras
que todos devem seguir, salvaguardando assim os interesses de todos os membros e
TERRITÓRIO SOBERANIA
defendendo os indivíduos uns dos outros.
espaço geográfico POVO poder político inerente
que abrange o solo e o conjunto de ao Estado e que se
subsolo terrestre, o indivíduos, residentes manifesta através das
espaço aéreo e o num território, ligados competências que
espaço marítimo (no por laços de são distribuídas aos
caso dos Estados cidadania ou diferentes órgãos de
Estado - é uma coletividade organizada em termos políticos, sociais e banhados por mar). nacionalidade soberania.
jurídicos, dirigida por um Governo, que possui soberania reconhecida
tanto interna como externamente e que ocupa um território definido,
onde a lei máxima é uma Constituição escrita – é um conceito POVO ≠ POPULAÇÃO
político
CONCEITO DE POVO É POLÍTICO CONCEITO DE POPULAÇÃO É
ECONÓMICO OU ESTATÍSTICO

Artº 2º CRP: A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular …
Artº 3º CRP: A soberania una e indivisível, reside no povo …
Artº 10º CRP: O povo exerce o poder político através do sufrágio universal …

O Estado O Estado
O Estado insere-se assim numa
É um elemento fundamental, já que, se não pirâmide do PODER
houver fixação num território, não haverá
Território Estado, pois constitui o domínio da validade da
ordem jurídica nacional e o âmbito espacial de
competência dos seus órgãos de soberania. DIREÇÃO
DO ESTADO
- Chefe do Estado
É um elemento fundamental, já que, um Estado - Parlamento
- Governo
nasce a partir do momento em que a
Soberania coletividade fixada no território exerça o poder
político, através do qual são instituídos órgãos CORPO DO ESTADO
que regulam a vida coletiva e garantam a - Órgãos administrativos
segurança, a justiça e o bem-estar - Tribunais
- Forças Armadas

Fins do Estado BASE DO ESTADO


- segurança: garantia da ordem e da tranquilidade
internas e defesa contra o inimigo externo; - População
- justiça: ideal a atingir pelo Direito, assente em relações
de respeito mútuo e de equidade
- bem estar: material, cultural e espiritual

1
15-02-2017

O Estado
Caraterização da Estrutura do Setor Público do Estado
Com vista a concretizar os seus fins, o Estado desenvolve de forma sucessiva e por tempo SETOR PÚBLICO
indefinido, determinadas actividades, designadas de FUNÇÕES DO ESTADO
Conjunto de atividades exercidas por entidades públicas
F. JURÍDICAS
(criação e execução
F. NÃO JURÍDICAS OU (Estado, Associações e Instituições Públicas)
ÁREAS DE INTERVENÇÃO
do Direito)
POLÍTICA – O Estado garante os superiores interesses SETOR PÚBLICO ADMINISTRATIVO SETOR EMPRESARIAL DO ESTADO
LEGISLATIVA - Competência para a da Nação, promovendo a paz social, gerindo a
construção de um conjunto de normas - SPA - - SEE -
Administração Pública e aplicando os recursos na
jurídicas constituídas pelas leis
satisfação das necessidades colectivas, como a
constitucionais e pelas leis ordinárias
defesa, a segurança e a justiça.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA e GOVERNO

SOCIAL – O Estado garante um conjunto de


EXECUTIVA - Competência para cumprir e Conjunto de serviços que o Estado Conjunto de empresas de produção de
fazer cumprir as leis GOVERNO medidas de natureza social ao promover a
melhoria das condições de vida e de bem-estar da presta cuja única finalidade é bens e serviços, tendo o lucro como
população – fixação do salário mínimo, concessão de
um rendimento mínimo garantido, atribuição de um satisfazer as necessidades coletivas, finalidade, em setores considerados
JUDICIAL - Competência para a fundo aos desempregados …
administração da justiça, de acordo com tais como: fundamentais para a Economia, tais
a lei, intervindo em matéria de resolução ECONÓMICA – O Estado pode ainda intervir na Saúde; Educação; Segurança; Defesa; como, produção e distribuição de água e
de conflitos TRIBUNAIS economia com vista à sua estabilização e
desenvolvimento económico, através de diversas Justiça; …, energia, banca, construção naval,
políticas, nomeadamente económicas, fiscais e
monetárias.
não visando qualquer obtenção de transportes, cimentos, siderurgia, ...
lucro.
AO DESEMPENHAR TODAS ESTA FUNÇÕES, O ESTADO EXERCE UM PAPEL DINAMIZADOR,
REGULADOR, PLANIFICADOR E FISCALIZADOR DA ATIVIDADE ECONÓMICA.

SETOR PÚBLICO ADMINISTRATIVO SETOR PÚBLICO ADMINISTRATIVO


- SPA - - SPA -

- ADMINISTRAÇÃO CENTRAL, onde se incluem os vários Ministérios e


respetivas Secretarias de Estado, bem como todas as entidades que estão
- A GESTÃO ADMINISTRATIVA (administração dos ministérios e outros
sob a sua tutela;
departamentos públicos)
- ADMINISTRAÇÃO REGIONAL, onde se incluem os órgãos das Regiões
- A SEGURANÇA DO TERRITÓRIO, DA PROPRIEDADE E DOS CIDADÃOS
Autónomas dos Açores e da Madeira)
( o exercício desta atividade faz-se através das forças armadas e das
- ADMINISTRAÇÃO LOCAL, onde se incluem as Autarquias, suas associações polícias, ficando a administração da justiça a cargo dos tribunais)
ou federações e respectivos serviços e áreas metropolitanas;
- A CRIAÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ( construção de portos, aeroportos,
- FUNDOS AUTÓNOMOS, onde se incluem Institutos Públicos. São dotados de estradas, pontes, escolas, hospitais, tratamento de águas, entre outras);
fundos e orçamentos próprios.Ex.: Associações Humanitárias dos Bombeiros
- PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ( satisfação das necessidades essenciais da
Voluntários; IAPMEI; Universidades e Politécnicos(em regime especial);
coletividade, como são, por exemplo, o ensino tendencialmente gratuito ou a
- SEGURANÇA SOCIAL, onde se incluem os institutos de segurança social; assistência médico-hospitalar)
assumiu autonomia crescente, sendo um organismo orçamental desde 1984,
integrando a Lei do Orçamento de Estado.

2
15-02-2017

SETOR EMPRESARIAL DO ESTADO SETOR EMPRESARIAL DO ESTADO


- SEE - - SEE -

- CONSTITUIÇÃO DE RAIZ (constituição de empresas com capitais públicos,


- EMPRESAS PÚBLICAS: todas as sociedades constituídas nos termos da lei
formadas exclusivamente para esse efeito. Ex.: EDP, criada em 1976);
comercial, nas quais o Estado detém mais de 50% do capital ou dos direitos
de voto ou do direito de designar/destituir a maioria dos membros dos
- INTERVENÇÃO (o estado intervém em algumas empresas com fundos do
órgãos de administração)
erário público, e nomeação de gestores públicos);

- NACIONALIZAÇÕES (são processos de natureza político-jurídica, que


- EMPRESAS PARTICIPADAS: todas as organizações empresariais que
acontecem normalmente em fases revolucionárias/mudanças radicais de regimes
tenham uma participação permanente do Estado.
políticos – em Portugal o processo de nacionalizações foi encetado após o 25 de
Quem detém o capital destas empresas será pois o Estado e particulares, não
Abril de 1974. )
podendo aquele deter 50% ou mais do capital.

SETOR EMPRESARIAL DO ESTADO


- SEE -
NACIONALIZAÇÕES EM PORTUGAL

NACIONALIZAÇÕES EM PORTUGAL

A nacionalização de uma empresa (agrícola, industrial ou comercial)


consiste na transferência forçada da sua propriedade para o Estado, • 21 de Maio de 1974 – 1ª NACIONALIZAÇÃO
com ou sem indemnizações a atribuir aos antigos proprietários. Os trabalhadores da Companhia das Águas ocupam a sede da empresa e
exigem a sua nacionalização. Passa a chamar-se Empresa Pública das
Águas de Lisboa (EPAL)
NACIONALIZAÇÃO EXPROPRIAÇÃO

A nacionalização, é sempre motivada pela A expropriação tem motivação na utilidade


• Setembro de 1974
intervenção na estrutura do poder pública, tendo como justificação a
económico ou na condução da economia, construção de estradas, de pontes, ou Foram nacionalizados o Banco de Portugal, o Banco de Angola e o Banco
abrangendo unidades económicas quaisquer fins de interesse público. Assim, é Nacional Ultramarino
(empresas agrícolas, comerciais, uma restrição ao direito de propriedade em
industriais). geral
"É um instrumento de apropriação art. 62º da CRP;
coletiva dos meios de produção".

3
15-02-2017

NACIONALIZAÇÕES EM PORTUGAL NACIONALIZAÇÕES EM PORTUGAL

• 11 de Março a Maio de 1975 – foi realizada a maioria das nacionalizações

- setor da banca;
- seguros;
- electricidade e gás; Muitas empresas, incluindo algumas de razoável dimensão, escaparam à vaga
- Telecomunicações; de nacionalizações – transformação da cortiça, refinação de açúcar,
- petróleos, cimentos, celuloses, siderurgia, tabacos, cervejas, têxteis e exportação de vinho, a maioria no Norte do País.
transportes marítimos, construção e reparação naval, camionagem,
transportes colectivos urbanos e suburbanos, etc. Foi precisamente através das empresas destes setores que se constituíram os
primeiros núcleos dos novos grupos privados, como o de Américo Amorim

Muitas destas empresas estavam ligadas, aos grandes grupos


económicos que tinham enriquecido no Estado Novo, como o Grupo
CUF, o Grupo Champalimaud, o Grupo Espírito Santo, etc.

NACIONALIZAÇÕES EM PORTUGAL NACIONALIZAÇÕES EM PORTUGAL

Fatores de Medidas adoptadas Fatores de Medidas adoptadas


nacionalizações a partir de 1974 nacionalizações a partir de 1974

 A grande importância que a  Criação de novas empresas públicas,


empresa tem para o país, pelo que em todos os sectores-chave da  A não satisfação, por parte da Nacionalização de algumas das

não deve ficar nas mãos dos economia, como seja na produção e empresa, das necessidades maiores e mais importantes
particulares que pretendem distribuição de energia (EDP), na sentidas pela população; empresas privadas.
Ex.: a siderurgia, os cimentos, as ind.
alcançar os seus objetivos pessoais recolha e distribuição de cereais
 A má administração, a extrativas, a petroquímica e
(o máximo lucro), em detrimento (EPAC), na indústria (QUIMIGAL), delapidação do património refinarias, a produção e distribuição
dos interesses da coletividade; etc. público ou o boicote aos de água e energia, a banca, os
objetivos considerados pelo seguros, os transportes, as
Estado como os mais importantes telecomunicações, etc...
 A situação de desagregação de  Intervenção em algumas empresas, para o desenvolvi/to. do país.
algumas empresas, de tal forma que facultando créditos, nomeando
é previsível a sua falência, com o gestores da sua confiança, etc....
consequente desemprego dos
trabalhadores nela ocupados;

4
15-02-2017

PRIVATIZAÇÕES
Exemplos de EMPRESAS PÚBLICAS E PARTICIPADAS EM PORTUGAL

EMPRESAS % A privatização é a alienação TOTAL ou PARCIAL do capital de uma


• RTP - Radiotelevisão Portuguesa, SA 100,00 empresa pública, passando esta para a posse de privados.
• Lusa - Agência de Notícias de Portugal, SA 50,14
• S.João - Teatro Nacional S. João, EPE 100,00
Objetivos das (re)privatizações
• APDL - Adm.dos portos do Douro, Leixões e Viana 100,00
 A modernização e o aumento da competitividade das unidades
• DOCAPESCA - DOCAPESCA –Portos e Lotas, SA 100,00
económicas;
• PARQUE ESCOLAR - Parque Escolar, EPE 100,00
• Polis Litoral Norte - Polis Litoral Norte, SA 53,00  O reforço da capacidade empresarial nacional;
• HOSPITAL S. JOÃO - Centro Hospitalar S.João, EPE 100,00  A redução do peso do Estado na economia/dívida pública;
• CP - Comboios de Portugal, EPE 100,00  O desenvolvimento do mercado de capitais;
• Metro - Metropolitano de Lisboa, EPE 100,00  A maior difusão da propriedade de ações entre a população.
• Metro do Porto - Metro do Porto SA 40,00
• AICEP - Ag. Invest.Com.Ext. De Portugal,EPE 100,00
• CGD - Caixa Geral de Depósitos 100,00

PRIVATIZAÇÕES
CRONOLOGIA / FATORES DETERMINANTES PRIVATIZAÇÕES

 Década de 80 CRONOLOGIA / FATORES DETERMINANTES


O processo de privatizações foi encetado a nível mundial, na Europa
Ocidental e Estados Unidos  1989 – queda do muro de Berlim

 1990/91 – desmembramento da antiga União Soviética.


FATORES DETERMINANTES
• Crise petrolífera dos anos 70, que fez disparar a inflação e o  Em Portugal, a partir de 1989
endividamento do setor público (1º e 2º choques petrolíferos)
Na sequência do processo de revisão da Constituição, dá-se início à
• Teorias neoliberais como as do economista M. Friedman, defensores
reprivatização de algumas empresas públicas com a alienação de
do mercado livre e da não intervenção do Estado na economia,
parte ou totalidade do seu capital
que puseram em causa a importância do sector produtivo do
Ex.: banca, seguros, transportes rodoviários interurbanos, telecom.,
Estado e da despesa pública como estimuladora do investimento e
petróleo, siderurgia, pasta de papel, cimenteiras, tabaco ...
do crescimento económico.

Você também pode gostar