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Família de Dan

Família de Dan

Aido Wedo(aidô uêdô) e Dambala são para o povo Jeje os maiores deuses.
Aido Wedo é o arco-íris e Dambala a sua imagem refletida nas águas oceânicas.
O Dangbé é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan.
Na África esse Vodum é conhecido como DA.
Dada - Termo pelo qual o Vodum Dan é louvado. A coroa de Dan é chamada de Coroa de Dada.
Dan tanto pode ser um Vodum masculino quanto pode ser um Vodum feminino, porém para tratá-lo, fazê-lo
ou assentá-lo temos que cuidar sempre do casal. Como dizem os antigos "cobra não anda sozinha, seu parceiro
esta sempre por perto".
Dambala também é conhecida como Daidah (daídar) – A "Cobra–Mãe". Essa Vodum não pode ser feita em
mais de duas pessoas num mesmo país. Os velhos vodunos contam que ela é originária da Palestina. Em uma
outra versão, encontramos Daidah como Lilith, a primeira mulher de Adão.
No Brasil encontramos cerca de 48 Voduns Dans, na África encontramos muito mais que isso. Essa família é
muito grande.
Dan é um Vodum muito exigente em seus preceitos, muito orgulhoso e teimoso. Quando tratado corretamente,
dá tudo aos seus filhos e a casa de santo, mas se tratado de maneira errada ou se for esquecido castiga
severamente. Vodum Dan é muito fiel a casa e a mãe/pai de santo que o fez.
Os símbolos de Dan, são: o arco-íris, a serpente pithon, o traken ou draka, patokwe, o dahun , a ..takara. e o
ason (assôm). Seu principal atinsa (atinsá) dentro de uma casa de Santo é denominado Dan-gbi , que é onde o
arco-íris se encontra com a terra ("panela lendária do tesouro!"). Dan usa muitos brajás feitos de búzios. As
aighy (aigri), são importantissimas em seus assetamentos e atinsas.
Para nós, Vodum Aido Wedo é o verdadeiro deus da vidência, é ele junto com Vodum Fa, quem dá aos
bakonos o poder do oráculo, assim como deu a Yewa e a Legba.
Aido Wedo e Dambala são quem sustentam o mundo e quando eles se agitam provocam catástrofes como os
terremotos. Eles fazem parte da criação do mundo, pois vieram ajudar Nana Buluku nessa tarefa.
Nos arcos-íris da lua e do sol também encontramos Voduns Dan.
Familia de Heviossô
Familia de Heviossô

Heviossô, Hebiosso, Xêvioso ou Xêbioso - É o Vodun do céu (está entre os Ji vodun) que se manifesta em
forma do trovão e raio. Ele é o segundo filho da deusa Mawu e é considerado um Vodun de justiça que castiga
ladrões, mentirosos, criminosos e malfeitores (incluindo feiticeiros e pessoas que praticaram alguma injustiça).
Os seus símbolos são o raio, o carneiro e o fogo, e seus emblemas são a cor vermelha, o sô-kpé ("pedra de
raio") e o sossiovi (machado de uma lâmina com forma de cabeça de carneiro). HEVIOSSÔ tem vários filhos,
entre os quais Sogbô, Aklonbé e Avlékété.
O culto de HEVIOSSÔ é originário do território Hwedá, ou seja, da mesma área de onde veio o culto de
Dangbe, mais particularmente, da cidade de Hevié, a qual originou seu nome Hevié-Sô (o trovão ou fogo, de
Hevié), depois ele foi incorporando outras divindades do trovão locais, como Gbamé-Sô, do território Mahi,
que mais tarde se tornou Gbadé, além de Djakata, de origem yorubá e outras, que foram identificados como
"filhos de Heviossô". Os iniciados de HEVIOSSÔ trazem na fronte uma marca feita durante a iniciação com
escarificações e tatuagem feita com cinzas de certas substãncias e pelo uso de uma gargantilha feita de algodão
torcido (hunkan). Em algumas regiões, seus iniciados ainda usam um colar de contas vermelhas de doze fios
(hunjevé).
Na cultura fon tradicional, quando uma pessoa morre punida por HEVIOSSÔ (queimada em incêndio ou
fulminada por um raio), seu cadáver não é enterrado imediatamente. O corpo é exposto em um cavalete diante
do hunkpame de HEVIOSSÔ com dinheiro e presentes, e um sacerdote sai e "come" ritualmente o cadáver,
tocando-o repetidamente com a mão direita e levando-a à boca. Depois recolhe o dinheiro e os presentes e
asperge o cadáver com substâncias simbolicamente "calmantes". Só então a família pode levar o cadáver para o
funeral. O processo pode demorar vários dias, ao longo dos quais a família pode acrescentar mais presentes
para o templo.
Familia de Sakpatá
Familia de Sakpatá

Sakpata é a denominação fon do Vodum da terra. É o grande Ayi-vodun dos Ewe-fon, por isso intitulado
Ayinon (o dono da terra). Considerado filho mais velho de Mawu ele é enfim, o Rei do Mundo, originariamente
vodun senhor da varíola e, por extensão, de inúmeras enfermidades contagiosas que deformam o corpo. Todo o
povo fon o teme enormemente e cultua fervorosamente.Sakpata possui uma grande variedade de atributos cada
qual representando um aspecto de doenças e infecções.A tradição fon aponta a origem do culto de Sakpatá na
localidade de Kpeyin Vedji, um enclave iorubá dentro do território mahi a noroeste de Abomei. Por essa dupla
procedência permanece a duvida de que Sakpatá é considerado uma divindade iorubá (nagô) pelos fon e gun
(jêje) pelos iorubás.

Origem
Para os Fon, Sakpatá foi trazido para o Daomé, pelo rei Agajá, no século XVIII, vindo da cidade de Dassa
Zoumé, da aldeia de Pingine Vedji. O culto de Sakpatá era olhado com suspeita, por vezes banido (e o foi,
definitivamente, de Abomei). Uma vodunsi de Sakpatá não pode ser dada como esposa para o rei, e havia
sempre a suspeita maior de que seus sacerdotes espalhavam deliberadamente a doença para aumentar seu poder.
Outro aspecto importante é o fato de que Sakpatá desafiava abertamente o poder real usando os mesmos titulos
do rei, como Ayinon e Jeholú.

Atributos de Sakpatá

Kohossú, significa "Rei da Lama" pai de todos os Sakpatás;


Nyohwe Ananú, dona da água parada que mata de repente é a mãe, e são ambos filhos de Nà Buùku.
Da Zodji, envia a disenteria e os vômitos, considerado o mais velho de todos.
Ele não tem braços ou pernas e é carregado numa padiola, mas tem o poder da invisibilidade e, apesar do
defeito físico, comanda todos os Sakpatás.
Da Langan come a carne das pessoas ainda vivas.
Da Sinji traz as inchações e tromboses.
Aglossuntó é responsável pelas feridas e chagas que nunca cicatrizam.
Adohwan castiga perfurando os intestinos.
Avimadjé é o que leva as almas dos que morreram punidos por Sakpatá.
Bossu-Zohon é o grande feiticeiro.
Alogbê possui cinco braços e é ligado aos tohossú( espiritos de crianças com defeito).
Adan Tanyi é filho de Da Zodji, e traz a lepra.
Suvinengué um abutre com cabeça humana e é filho de Da Langan.
Existem várias outras designações: Agbologbodji, Tonekpó, Gbazu, Ahossú Ganhwa, Kpadadadaligbo (que é
fêmea) etc., cujos nomes, atribuições e lugar dentro da "família" varia de região para região.
Sohokwe
Sòhòkwè (lê-se Sorroqüê) é um vòdun filho de Máwú e Lissá, que tem como principal elemento o fogo.

Sòhòkwè não é nem Èsú nem Ògún e, sim um vòdún independente, com culto próprio e de
características próprias que acabou por ser fundido a cultura desses dois òrísás por ter coisas em comum. Isso
ocorreu também com outros vòdúns(tais como Sògbòádàn, Àgbòtò, Ázànsú, etc) que, por falta de estudo e de
fundamentação, passaram a fazer parte do culto de outros deuses, deixando de ser uma divindade de culto
próprio e assimilando a cultura da divindade á que foi adjunta. Sòhòkwè é o guardião das casas de djèjè, onde
Sòhò(lê-se sorrô) significa guardião e kwè(lê-se Qüê) significa casa. Seu assentamento é fixado ao chão,
cravado na terra, ao lado do assentamento do vòdún Légbà e do vòdún Tògún ou Gú. Sòhòkwè não é iniciado
na cabeça de nenhum adepto pois o mesmo não incorpora, ou seja, não se manifesta através de transe. É
iniciado apenas na cabeça de Ògàns e Èkédjís e, possui a função de manter a ordem dentro das casas de djèjè,
punindo e cobrando quem as desrespeita. Sòhòkwè é o caminho formado pela lava após ser expelida do vulcão,
possuindo muito fundamento com Gbádé, Sògbò e outros vòdúns que moram nos vulcões. Sua cor é o Azul
escuro e o vermelho, seu dia da semana a segunda-feira e sua saudação Áhò gbò gbòy Sòhòkwè!!!

Legba
Legba

Legba, a quem os iorubas chamam de exu, é um vodun muito popular entre os Fon. É o guardião das portas que
separam o mundo dos humanos do mundo dos espíritos.

É encontrado nos cruzamentos das estradas, no centro dos mercados, na entrada das cidades, e nas
portas das casas. Esse protetor é frequentemente representado por um monte de terra endurecida e com dois
buzios no lugar dos olhos. Seu sexo é fabricado em madeira e tem dimensões exageradamente grandes. Sua
amizade pode ser conquistada com oferendas de azeite de palma ou galos e galinhas sacrificadas. Entre os fon e
os euê, Legba possui um aspecto eminentemente fálico, Seus iniciados, os Legbasi, transportam os sacra de
Legba (assentamento), composto de uma complexa parafernália onde predominam cabaças e pequenas
esculturas fálicas, para onde quer que forem e vestem uma saieta de ráfia tingida de roxo. Carregam ainda um
falo esculpido madeira (ogo), que nas festas públicas gostam de esfregar no nariz dos turistas.
Legba pode ser encontrado em todos os templos, pois é ele quem abre o caminho para os demais voduns
poderem atuar. O Legba guardião dos templos, das aldeias e casas particulares, montado na forma de um
montículo de barro de onde sai um enorme falo ereto, é eminentemente uma entidade coletiva (Agbo-Legba),
mas se conhece ainda um Legba feminino (Assi-Legba ou Legbayonu) que é montado e cultuado para proteger
as mulheres e das crianças da comunidade, ainda que a mulher de Legba, segundo os fon seja Awovi (cujo
nome significa "filha do engano" e representa os acidentes), que é representada por uma estatueta de barro de
aspecto feminino, sem cabeça e com os olhos no lugar dos seios e boca na altura da vagina, normalmente maior
do que a representação de Legba. Minona (representação divinizada dos poder mágico atribuído às mulheres) e
Ayizan também são consideradas ora esposas, ora mães de Legba. O vodum Legbá evê-fon é representado por
um montículo de terra , em forma de homem acocorado, com um enorme falo de madeira. O Legba dos fon não
pode ser totalmente equiparado ao Exu dos iorubás. Exu pode ser mais perverso, malevolente, afeito a
contradições, e a sexo. Aonde houver confusão ou polêmica, la estará ele. Para os Fon, cujo sistema de
adivinhação é muito proximo ao dos iorubás, Fá é o destino, o padrão do cotidiano, o individual e o cosmos.
Cada pessoa dispõe de seu próprio Fa, assim como cada um tem seu legba individual. Isso porque Legba é o
unico deus que conhece o "alfabeto de Mawu" é enviado o deste para trazer aos individuos o seu Fa, pois é
necessário que cada homem saiba o que Mawu determinou para sua criação. A relação de Legba com Fa e Exu
com Ifá, demonstra um conhecimento vivaz e sutil da adivinhação e do destino. Exu traz ao mundo Ifa, por isso
na bandeja do babalawô, ha imagens de exu em cada extremidade. Entretanto isso não o torna senhor de Ifá. Fa
mantém um certo dominio sobre o destino, ou espaço interior, mas a agilidade de Legba delega maestria sobre
os atalhos. Legba pode transitar conforme quiser, entrando e saindo no destino dos homens mas nunca deixando
de alargar seus caminhos. Por conhecer todo o sistema, pode escapar, escorregando dos entraves da sorte. O
Odu de Exu é o sétimo de Ifá e o primeiro fora do jogo. Exu esta ligado ao sistema de adivinhação porque a
liberdade está ligada paradoxalmente à adivinhação, pelo fato de que os oráculos precisam ser interpretados e
suas mensagens decodificadas. E Exu torna suficientemente claros, esses codigos ambiguos e parciais.

Aganga Otolu

Aganga Otolu
Dà Làngàn Òtòlú é a forma que o Vòdún Òtòlú era conhecido na cidade de Savalú. Desde criança Dà làngàn
mostrava as suas habilidades na caça e na arte de guerrear, sempre aos cuidados de seu tio Ázáká que como
irmão de seu pai, líder dos Zúncòtòlè (Guardiões da floresta) é um caçador de extrema habilidade e
conhecimento da floresta de Savalú. Dà Làngàn foi criado para suceder o seu tio Ázáká. Diz a lenda que,
quando Dà làngàn ainda um adolescente ficou perdido na floresta e foi cercado por um enorme Leopardo negro
faminto. O jovem Dà Làngàn tinha o costume de tocar uma flauta de osso quando estava descansando na
floresta. Esse instrumento pertencente a um Vòdún da mata ligado aos sons emitidos na floresta, Vòdún esse
chamado de Àzízá, que é um adolescente que vive tocando a sua flauta de osso pelo meio da mata atraindo para
dentro dela as pessoas não bem-vindas por ele. Assim quando o Leopardo o cercou, Ázízá tocou a sua flauta
distraindo o Leopardo e com um ataque feroz, Dà Làngàn voou no pescoço do Leopardo e, com um punhal,
cortou-lhe sua cabeça e bebeu seu sangue depois comeu algumas partes dele a fim de ter as mesmas
habilidades. Assim Dà Làngàn, passou a ser muito respeitado mesmo ainda sendo um adolescente. O título de
Òtòlú que significa ´´Chefe caçador de Savalú ´´ foi conquistado quando Dà Làngàn acabou com uma tentativa
de invasão pelos Nago na floresta de Savalú, então seu pai o Rei Kúxòsú, deu-lhe o título de Òtòlú e no mesmo
dia ele ganhou o comando dos Valutö( um grupo seleto de guerreiros caçadores que o próprio Òtòlú era
membro e agora ele os comandava). Com o adoecimento de seu pai, Dà Zòjí seu irmão primogênito assumiu o
trono e assim Òtòlú assumiria também os Zúncòtòlè. Quando Òtòlú assumi a liderança dos Zùncòtòlè ele ganha
importância dentro do reino e principalmente dentro do clã Sákpátá pois, agora ele tinha uma função de captar
alimentos da floresta e proteger o reino. Nesse tempo Ázáká, Otölú e seu primo Ázáwànì quando juntos em
caçadas ou batalhas na floresta, eram chamados pelos inimigos e admiradores de Hùndèválú título dado aos
grandes ancestrais Caçadores-Guerreiros da antiga dinastia de Savalú. Após a morte de seu pai e a posse em
definitivo de Dà Zòjí ao trono, Dà Zòjí dá o comando do exército de Savalú para Dà Làngàn Òtòlú que, após o
comando, constrói em um vilarejo perto da costa, um tipo de quartel dos Valutö e um centro de culto ao Vòdún
Ázízá. Essa cidade ,depois de sua morte, foi o primeiro local de culto ao grande Guerreiro-Caçador de Savalú
conhecido como Òtòlú ou simplesmente por sua velocidade e ferocidade como Tòlú-Tòlú o Guerreiro que não
erra. Por ter sido cultuado primeiramente em Dàgbá e, o mesmo que gostava de tocar a sua flauta debaixo de
uma árvore com o mesmo nome de Dàgbá, sua fava de iniciação é o fruto da árvore Dàgbá. Na parte litúrgica
do culto Vòdún Òtòlú é responsável pela a fartura alimentícia e segurança das casas de culto próximas a
florestas, em qualquer ato de colher ou caçar na floresta Òtòlú deverá ser consultado juntamente com Ázízá. Na
cerimônia do Grá, Òtòlú tem a função de proteção aos neófitos quando os mesmos entram na floresta. Vòdún
imprescindível nas feituras dos neófitos no Ásé do Kpò Dàgbá, pois ele é peça fundamental em uma cerimônia
chamada Ámátítè. Em outras lendas, Òtòlú pertencia a um grupo chamado Húédá de Úídá e que chegou até a
região dos Áízòs e lá, por um determinado fato, ganhara a admiração do chefe de uma vila e recebera em
casamento, a filha desse chefe. Òtòlú se torna o pai de Ábá Hànkò, que irá criar os impérios de Fita e de Savalu
que, reunirá todos os Áízòs dessa região com a denominação de Mahuínos(Mahins). Antes da criação do
Império Mahin, aconteceu a terceira migração do Tádò. Foi a dos Ájàs Ágàssúvís que vão criar Álàdá, Ábòmèy
e Ájàxé(Porto Novo). Da reunião dessas três cidades estados surge Dahomé. Òtòlú é muito confundido com o
òrísá Òsóòsí dos yorubás porém, não possuem nada em comum a, não ser o fato de ambos serem caçadores.
Tem como cores o azul turqueza ou em algumas casas o verde, como elemento a terra, como dia da semana a
terça ou a quinta-feira e como saudação Áhò gbò gbò Òtòlú!!!

Ayzan

Ayzan
Àyízàn, cujo nome significa "A esteira da terra" é um vòdún feminino dos mais importantes na
cosmologia fòn . Ela é considerada a dona dos mercados e dos espaços públicos, onde as pessoas se encontram
e interagem. Para alguns, ela é considerada a primeira divindade cultuada pelo primeiro ancestral. A ela
também é atribuído o dom da palavra e da comunicação e desta forma está estritamente ligada à Légbà, a quem
muitas vezes é associada como mãe ou esposa. Sua representação é um montículo de terra colocado no meio
das praças de mercado coberto de muitas rodilhas de dèzàn (palmas ainda verdes e desfiadas de dendezeiro),
onde os comerciantes fazem oferendas. Àyízàn também é cultuada nos Hùnkpàmè, onde é responsável pelos
neófitos em processo de educação, sendo seu montículo sagrado colocado no àgbásá (espaço mais externo ou
ante-câmara), ou no àgbájí (espaço mais interno) dos conventos. O culto de Àyízàn é de origem hwedá e é forte
sobretudo na região de Uidá, no Benin. No Vodoo haitiano o Loa àyízàn (também chamado de Gran Àyízàn) é
considerado a senhora da pureza ritual e a Mambo, ou sumo-sacerdotisa iniciadora (como a íyálòrísá no
candomblé) arquetípica, sendo homenageada em primeiro lugar nas cerimônias. Nas iniciações do vodou, a
presença de Áyízàn é marcada pela rodilha de palma desfiada de dendezeiro(dèzàn), que os neófitos usam ao
sobre a cabeça ao ingressarem na reclusão iniciática.

Vodun Gú/Togun
Entre os praticantes do Vodu Fon, Gu é o senhor do ferro e das guerras, aquele que tornou o mundo
habitável. Por isso suas atribuições são inúmeras: Vodu da guerra, do fogo, da metalurgia, dos ferreiros, da
morte violenta, protetor dos circuncidados, da cirurgia, das incisões e escarificações. Para resumir, é o vodun da
tecnologia. Tem semelhança com o orixá Ogum dos Iorubas. O seu culto foi introduzido ao sul do Daomé no
final do século XVII, por ferreiros e sacerdotes iorubas. Com o tempo tornou-se bastante popular, sendo
bastante cultuado nos seus templos e casas de culto, além de ter seus oratórios em quase todos os outros locais
de culto de voduns. De acordo com Verger: âPara os Fon do Daomey, Gun desempenha o mesmo papel que
Ogum dos iorubas, mas, como Odùduà, é desconhecido em Abomey, Gun ai, é considerado o filho de Lisa e
Mawu, versão fon de Orìsàálá e Yemowo. Maximilien Quénum o compara a Legba e assinala sua presença
diante das forjas. Christian Merlo indica que "todos os templos" têm seu Gun, cuja virtude é fortificar o vodun."
Seu emblema principal é o Gubassá, uma adaga metálica adornada com desenhos, utilizada em diversos rituais,
incluindo o culto de Fá. O Gubassá também é conhecido e utilizado no vodu haitiano. O Gudaglô, facão de
tamanho menor, é um outro emblema, símbolo de proteção e defesa contra os inimigos. Na iconografia fon, é
representado segurando estes dois sabres, o Gubassá na mão direita e o Gudaglô na mão esquerda. Nas danças
seus vodunsis (iniciados) seguram o Gubasá na mão direita e o adjá na esquerda. Veja a foto acima.

Akansanwu
A vestimenta de Gu, é a tunica em faixas de algodão tecido, isso está sugerido nessas imagens de ferro. A
forma se estreia nos ombros e se alarga no corpo. É uma roupa do tipo akansanwu.

Gubasa
A principal arma de Gu é o sabre, o Gubasa. É um instrumento mortalmente cortante e contundente. Os
desenhos gravados sobre a lâmina, possuem um sentido que evoca a memória de Abomé. Da mesma forma o
circulo e o losango sobre a extremidade da faca que assinalam a parte onde a lamina é mais perigosa. O
triangulo recortado no canto da parte cortante chama-se azan yiyi, mi do xa mi, cabo de árvore, me ajude ! É a
súplica das pessoas que temem a ira de Gu e o fio de sua lâmina.O triângulo oposto e o losango abaixo
propiciam o poder conhecido como ace, ou a capacidade de vencer uma missão. A argola ou cintura aonde o
cabo do sabre é afixado chama-se blabla na lingua fon. Alingle O acessório que Gu segura na mão esquerda e
aproxima da orelha ( como se fosse um telefone) é uma sineta, o ajá ( adjá). Ao contrario dos varios sinos e
gongos que os africanos tocam com uma vareta pelo lado externo, o aja é percutido na parte interna próximo à
base da cavidade. Esse instrumento é um acessório indisensável para os hunô, os sacerdotes do vodun.
Agué
Agué

Quinto filho de Mawu.

Na mitologia Ewe-Fon, Agué é o Vodun da caça e das florestas, governa os animais e os pássaros. Ele
não tem culto individualizado nem vodunsis (iniciados). É cultuado no hunkpame (altar) de Mawu-Lissá e seu
fetiche é um montículo de barro que fica entre os dois. Foi Agué quem ensinou aos homens os segredos das
plantas e de todas as artes. Ele também é o chefe de todos os Aziza, ou espíritos da floresta similares aos elfos
ou gnomos das mitologias européias Tem uma só perna, e às vezes também é representado com um único braço
e um só olho. Seu emblema é o arco e a flecha, Agué, encarna a inteligência e a sensibilidade do indivíduo para
se adaptar à natureza. Suas características o aproximam ao orixá Oxóssi ( deus da caça dos iorubás) e,
sobretudo, de Ossaim (deus das folhas).

Kpósun

Kpósun
Vodun Kpósun pertence à familia de Heviosô e são chamados de Ji-Vodun (divindades que habitam o
céu), mas também está fortemente relacionado com os Ayi-Vodun (divindades que habitam a terra),que tem
como Vodun principal os Voduns da familia de Sakpatá-Azansun,Vodun do panteão da Terra. Este Vodun
(kposun) traz a integridade da força encantada da origem do espirito do leopardo, motivo êste que o o levou a
fazer parte dos filhos de Heviosô e tambem ter fortes ligações com os Sakpatas-Azansun,voduns este
qualificados como filhos de Mawu/Lisa.Portanto kposun está ligado à Terra e tambem ao céu,que segundo
algumas lendas é este Vodun que abre a passagem dos mortos junto com Avimadjé (vodun do culto de
Azansun)para que Ku (a morte) possa receber os espiritos dos mortos no firmamento. Os principais cuidados na
iniciação do Vodun Kposun é ter conhecimento,do equilibrio entre essas duas forças de Heviosô e Sakpata, para
que o adpeto que esteja sendo iniciado não venha a sofrer interferência de Ku (a morte) Vodun este que Kposun
tem fortes ligações.Sendo assim o iniciando terá segurança de vida. Vejamos tambem que Vodun Kpósun teve
sua origem nos principios quando surgiram os filhos de Mawu/Lisa,quando surgiu os Sakpata e Hevioso
portanto foi bem antes da origem de Agassu que já vimos nas histórias da dinastia dos homens leopardos que
foi entre os anos de 1550 e 1575 onde nasceram os tres filhos do leopardo no Clã Real.
Agassu é da linhagem da Dinastia dos homens leopardos e está incluso no culto dos HENU-
VODUN,que é um dos cultos praticados em homenagem aos Voduns Reais,(ou seja os espiritos dos Reis que
fundaram estas Dinastias),no qual podemos constatar pelas datas fornecidas acima,dando a entender que não
são filhos de Mawu/Lisa,porem são considerados Voduns no qual o povo Fon lhe presta muita honra e respeito
a todos os antepassados dos Clãs Reais.
A tradução de Kposun tambem é Homem Leopardo.O culto de Kposun é somente realizado no Brasil
pela nação Jeje Mahi, é um Vodun de caracteristicas próprias e sendo impossibilitado de ser cultuado pelas
demais tradições afro-descendentes.No Brasil Kpósun tem alguns Vodunsi inciados dentre eles a finada Doné
Aide de Kposun que foi inciada pelo saudoso Doté Antonio Pinto da Silva,conhecido por muitos pelo nome
carinhoso de Tata Fomutinho,do Kwe Seja Hounde de Cachoeira, BA.

Vodun Loko
Vodun Loko
Loko é um vodun essencialmente daomeano cujas origens são atribuidas a dois lugares. Loko Atisou
veio de Hula. Atidan Loko veio de Uemê (Oueme) onde é conhecido por Adan Loko. Seu culto migrou para o
território iorubá, aonde ele é reverenciado como divindade secundária. Conhecido como Atinmé-vodun (o
vodun dentro da árvore), Lôko simboliza o primeiro ser sagrado do mundo por isso é considerado o
primogênito de Mawu e Lissá, muito embora Sakpatá seja frequentemente reconhecido por esta atribuição.
Lôko é cultuado por toda parte nos paises da África que adoram esse Vodu, e está presente em todas as familias
de voduns: Ji-vodun, Ayi-vodun, Tô-vodun e Henu-vodun. Os vodunsis de Loko que são chamados de Lokosi e
usam frequentemente a metade esquerda do crâneo raspada e ostentam seus simbolos nas costas.

A árvore

Loko´tin é a árvore do Iroko. Atin vodun são arvores consagradas a Loko. Atin- significa árvore em fon,
essas árvores são sagradas tanto para os Fon quanto para os iorubás, por estarem consagrdas aos ancestrais. Os
Atinmé-vodun são os espiritos que habitam a Amoreira Africana conhecida como Irôco por toda a Africa
(Milicia excelsa). No Brasil consagram-se outras espécies de árvores à esse Vodun, como a Gameleira ( lokotin,
Ficus doliaria), a Sumaúma de Várzea ( huntin, Ceiba petandra) O Dendezeiro ( detin, Elaeis guineensis) , o o
Mamoeiro ( kpentin, Carica papaya ), etc.
Na floresta do rei Kpasse, o fundador de Uidá, existe uma dessas árvores, que segundo a lenda, é o
esconderijo desse rei, que transformou-se nela para escapar da perseguição de seus inimigos. Iroko é uma
designação comum em várias linguas do oeste africano. Algumas vezes a pronuncia se modifica de acordo com
a região. Para os fon do Benin é conhecida como Loko. Mas a sua origem da palavra é a mesma para todos
esses povos. Vem da mesma lingua ancestral comum aos povos Idoma, Igala, Yoruba, Igbo, Edo etc. É
frequente encontrar essa árvores consagradas em fazendas, bosques sagrados, espaços públicos e cemitérios.
Para reconhece-las é só observar os objetos simbóicos que são depositados em sua base e amarrados no seu
tronco. Encontram-se frequentemente jarros, objetos de ferro, cabaças, velas, pedaços de tecido, dinheiro,
pedras, garrafas quebradas e animais sacrificados. Mas ha uma diferença entre os objetos usados para a sua
sacralização de acordo com a região. A madeira dessa árvore , conhecida como Teka Africana é muito forte e
por isso é bastante procurada pela industra de mobiliario.

Tobossis

Tobossis
As Tobossis são Voduns infantis, femininas, de energia mais pura que os demais Voduns. Pertenciam à
nobreza africana, do antigo Dahome, atual Benin. Eram cultuadas na Casa das Minas, em S.Luiz/Maranhão, até
a década de 60. As Tobossis gostavam de brincar como todas crianças e falavam em dialeto africano, diferente
dos Voduns adultos, o que dificultava muito entendê-los. Sem contar que, muitas das palavras elas falavam pela
metade. Elas vinham três vezes por ano, quando tinha festas grandes, que duravam vários dias.
A chefe das Tobossis é Nochê Naé, a grande matriarca da família Davice,ancestral da família real de
Dahome, é considerada a mãe de TODOS os Voduns. As Tobossis têm cânticos próprios,dançavam na sala
grande ou no quintal, sem os tambores e, como todas as crianças, adoravam ganhar presentes e brincarem com
bonecas e panelinhas. Comiam comidas igual às nossas, junto com todos e tinham o costume de dar doces e
comidas às pessoas. Sentavam-se em esteiras. Pela manhã, tomavam banho, comiam e depois dançavam.
Gostavam de dançar no quintal, em volta do pá de ginja delas.
Por serem crianças puras, tinham mais afinidade com o corpo permitindo assim, uma ligação mais direta
que os Voduns, que são adultos. Não tinham falhas, não se irritavam. Seu papel no culto era só "brincadeira".
Eram espíritos perfeitos e mais elevados. Os Voduns podem ter falhas, as meninas não. Passavam até nove dias
incorporadas em suas gonjaí, diferente dos Voduns que deixavam as filhas muito cansadas. Tinham um
tratamento melhor do que o dos Voduns por serem mais delicadas, porém os Voduns são mais importantes por
terem mais obrigações.
Podemos observar similaridade entre as Tobossis do Mina Jeje e os Erês dos Candomblés da Bahia e
dos Xangôs de Pernambuco, pelo comportamento infantil. No entanto, os Erês apresentam-se tanto com
características femininas quanto masculinas e as Tobossis são, exclusivamente, femininas, dengosas e mimadas.
Aveji - Da

Aveji - Da
Ligadas as tempestades, raios, furacões, redemoinhos, ciclones, tufões, maremotos, erupções vulcânicas,
aos ancestrais e a guerra, todas as Voduns guerreiras são conhecidas como Aveji da. Até mesmo Oya dos
yorubanos, é assim denominada em território daometano. Erroneamente, no Brasil, algumas pessoas feita de
Oya se intitulam filhas de Vodum Jò. Digo erroneamente porque Oya é um Orixá yorubano e Vodum Jò é um
ToVodum do panteão de Aveji-da, assim como Jò Massahundo também.
Aveji-da é o Deus/Deusa das tempestades e dos ventos. Podemos encontrar as Aveji-da tanto na família
Dambirà quanto na família Heviosso.
As Aveji-da, da família Dambirà estão ligadas diretamente ao cultos dos akututos, sendo que cada uma
tem sua função. Algumas reinam na fronteira do djenukom com o aikungúmã, outras nos ekúchomê, outras no
hou, ôtan e tódôum., outras em humahuan, outras junto com Naê Nana, outras junto aos kpame e "possuídos" -
essas, "talvez", sejam as que mais trabalham (opinião minha) - outras se encarregam, junto com Exu, de levar
os ebós e pedidos feitos pelo povo encarnado e desencarnados, a quem de direito e tentam trazer as soluções
para cada um - normalmente conseguem. Enfim, é uma infinidade de atribuições que essas Voduns têm, todas
sempre em prol daqueles que pedem e precisam do auxílio delas, sejam encarnados ou desencarnados. Todas
essas Voduns, são temidas e respeitadas por akututòs. Elas têm todos os poderes sobre o reino dos mortos e
junto com Sakpata e Nae Nana, controlam a vida e a morte.
As Aveji-da da família Heviosso, estão mais ligadas aos fenômenos da natureza, como o furacão,
ciclone, maremotos, erupções vulcânicas, etc. onde os eguns recém desencarnados nesses fenômeno são
encaminhados imediatamente por elas as Guerreiras dos cultos de akututòs, pois Heviosso e demais Sobos não
abrem suas portas para ekùs, dessa forma o trabalho delas tem que ser rápido e eficiente, para não contrariar o
grande Heviosso.
Contam os velhos Vodunos e Bakonos que a fúria de Aveji-da e de Heviosso contra as heresias humanas
é que provocam esses fenômeno onde muitos sucumbem. Nessas ocasiões é que devemos recorrer a Velha
Vodum Guerreira que com sua sabedoria e magia sabe aplacar a fúria dos deuses e acalma-los. Essa Velha
Vodum Guerreira mora junto com as demais Yamis e todas as Aveji-da prestam culto a mesma e tomam seus
conselhos e usam sua magia quando precisam. Ela é um velha Aveji-da que se esconde nas sombras e adora a
noite. Os pássaros são seu encanto. Junto com Ágüe visita os kwes em sua rondam noturna e se encontrar
demandas ela ai se detem nos para ajudar ou cobrar. A fúria dessa Vodum destrói os inimigos e fecha um kwe.
Dificilmente um kwe fechado por ela consegue se reerguer. Somente através de Baba Egum se consegue chegar
a ela para aplacar sua fúria.
As Aveji-da são mulheres muito vaidosas, gostam do belo, adoram a natureza, apreciam quando suas
filhas imitam suas vaidades. São todas muito vaidosas e autoritárias, não gostam de receber ordem de ninguém
principalmente dos homens, mas quando fazem suas vontades e caprichos tornam-se dócies e carinhosas. São
muito maternais, perdoam com facilidade seus filhos e os defende com toda a garra de guerreiras. Gostam de
disputar com os Voduns Guerreiros quem luta melhor e esses sempre acabam cedendo aos encantos dessas
mulheres que os encantam com sua magia e beleza.
As Aveji-da comem cabra ou cabrito, galinha, galo, d'angola, pombo e outros bichos. Gostam de abara,
acarajé, alapadá, quiabada, inhame, peixe, acarajés recheado com quiabo - existe um infinidade de comidas para
elas.
Seus apetrechos são o erugim, adaga, espada de lança curta com a ponta em forma de meia lua, faca,
chicote, chifre de búfalo e de boi, fogareiro de ferro, abano de palha, abano confeccionado em tecidos finos ou
pena (leque), abanos confeccionados em madeira, bonecas(fetiche), mariuo... Usam todas as cores em suas
vestimentas. Seus colares ou fios de conta são das mais variadas cores e formato. Gostam de todos os metais,
sendo que o ferro, o cobre e a prata são seus preferidos.
Vale ressaltar que a confecção de apetrechos,vestimentas e fios de contas são determinados pelas
próprias Voduns, portanto não existe uma "receita" para esses itens.
As Oyas feitas dentro do culto de Voduns aderem todas as características das nativas, porém recebem também o
que lhes são de direito dentro de suas origens.
Nàná

Nàná

Nàná Buruku (Nàná Bùkùkú, Nàná Brukung) é uma divindade muito antiga. Seu culto abrange uma área
extensa, que vai do leste além do Niger, a oeste além do Volta e ao nordeste ate Gana. No leste o culto desse
vodun confunde-se com o de Xapanã Obaluaê-Omolu, já no oeste diferencia-se completamente deste, onde é
conhecido por Nàná Brukung ou simplesmente Brukung. É preciso ressaltar que Nàná é um termo de deferência
empregado para as pessoas idosas e respeitáveis na região de Axanti e que esse mesmo termo significa “mãe”
para os Fon, os Ewe e os Guang da atual Gana. O local de peregrinação para seus adeptos é Siadé ou Schiari, na
região do Adelê do atual Gana , perto da fronteira do Togo.
É difícil saber, quais são os laços existentes entre todas as divindades cujo nome é precedido de Nàná ou
Nèné. Elas são chamadas de Inie e parecem todas desempenhar um papel de deus supremo. Em todos esses
templos há um assento sagrado salpicado de vermelho, em forma de trono axanti, reservado à sacerdotisa de
Inie, no qual só ela pode tocar. Todos os iniciados ligados ao templo usam grandes bengalas salpicadas de pó
vermelho e, em torno do pescoço, usam cordinhas trançadas sustentando uma conta achatada de cor verde. Em
Atakpamê, no extremo oeste do Togo, há um templo importante para Nanã Buruku. Ali vivem os Aná,
originários de Ifé que teriam deixado, talvez, antes da chegada de Odùduà. Na mitologia Fon, foi Nana Buruku
(Bulucu) quem criou o mundo, com a ajuda da serpente sagrada, dando vida aos animais, a flora e aos minerais.
Nana teve um casal de filhos gêmeos a quem batizou de Mawu-Lisa e lhes deu a incumbência de povoar a Terra
e criar os homens. Com o nascimento de Mawu e Lissa, estabeleceu-se a dualidade, trazendo equilíbrio ao
mundo e aos seres viventes.

Cerimônias para Nanã Buruku :


O povo Txeti faz parte dos grupos que emigraram de Ifé, antes da chegada de Odùduà. São populações isoladas
que apresentam uma estrutura social pouco desenvolvida, onde os chefes religiosos garantem a coesão social.
Em Txeti , as cerimonias para Nanã Brukung , realizam-se ao redor de uma árvore chamada odan, um grande
fícus que produz sombra fresca no meio dessa terra arida. Os adeptos, de idade avançada, fazem evoluções ao
som de tambores Apinti e sinos de percussão. Eles tem a cabeça raspada com um círculo desenhado em volta,
feito com osùn (pó amarelo). E marcas brancas feitas com efun (giz) sobre a testa e as têmporas. Vestem-se
com uns panos, presos acima do peito ou enrolados à cintura, deixando os ombros descobertos. Seus braços e
colo, são adornados com pulseiras e colares. Todos trazem na mão um galho salpicado de vermelho, usado
como cajado. A dança consiste num desfile lento que rememora sua peregrinação de Ifé a Schiari.
Os dançarinos apoiados em seus bastões, andam um pouco de lado, com passos lentos e circunspectos.
Os pés tocam o chão com precaução e suas atitudes evocam a fadiga de uma longa viagem. Os canticos, cujas
letras são em Aná (Iorubá arcaico), fazem alusões ao exodo:
Arua nona kò jina, a sin wa nona kò jina. Enganaram-me dizendo que não longe, acompanhem-me, não
é longe. Vez por outra, as cantigas são interrompidas, e os adeptos inclinam-se para frente e depois arqueiam o
corpo para trás, para saudar. Neste momento, aqueles que assistem à dança vêm ampara-los para evitar que
caiam. Em seguida, dançam com precaução, a pequenos passos, inclinando-se para a esquerda e para a direita:

Okè wa kò rigùn, Okè wa yo Botolé mọfo, o ka jọdun.


Onilé wa nílé, Alẹjo wa berena Binie fun mi mo gba, biniẹ tan mi o nko bere.
Para o alto não podemos subir e do alto escorregamos.
O dono da casa está em casa e o estranho pede caminho.
Vamos celebrar a festa do ano, e ao voltarmos, não falemos do que vimos.
Se Inie me dá, eu tomo.
Se Inie recusa, eu não peço.

Algumas vezes os tambores param e iniciados também interrompem a dança. Formam uma roda,
voltados para o centro estreitando seu cajado, com as mãos fechadas umas sobre as outras. Um oríkì descreve
bem esse ritual:
Proprietária de um cajado. Salpicada de vermelho, sua roupa parece coberta de sangue. Orixá que obriga
o fon a falar nagô. Minha mãe era inicialmente da região bariba. Água parada que mata de repente. Ela mata
uma cabra sem utilizar a faca.

Mawu-Lissá

Mawu-Lissá

Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe-Fon, que criou a terra e os seres vivos e engendrou os voduns,
divindades que a (Mawu é do gênero feminino) secundariam no comando do Universo. Ela é associada a Lissá,
que é masculino, e também co-responsável pela Criação, e os voduns são filhos e descendentes de ambos. A
divindade dupla Mawu-Lissá é intitulada Dadá Segbô (Grande Pai Espírito Vital), Sé-medô (Princípio da
Existência) e Gbé-dotó (Criador da Vida). Mawu representa o Leste, a noite , a Lua, a terra e o subterrâneo.Em
seu primeiro parto, Dadá Segbô gerou os gêmeos Sakpatá: Da Zodji e Nyohwe Ananu. Depois gerou Sô, que
era macho e fêmea ao mesmo tempo, como seu progenitor. No seu terceiro parto Dadá Segbô gerou o casal de
gêmeos Agbê e Naeté. Na sua quarta concepção veio Agué e na quinta veio Gu, que eram machos. Na sexta
veio simplesmente Djó, a atmosfera, que não tinha gênero definido e em sétimo veio seu caçula Legba.
Depois de criar Ayìkúngban, o Mundo, Mawu, deu seu domínio aos gêmeos Sakpatá. Sô, por ser muito
parecido com seu genitor, permaneceu no Céu, governando os elementos e o clima. A Agbê e Naeté foi
concedido o domínio de Hu, o mar, que refresca a terra. Agué foi encarregado das plantas e dos animais que
habitam a terra e a Gu, que tinha o corpo feito de pedra e uma lâmina no lugar da cabeça, foi concedida a
habilidade de auxiliar os homens a dominar o mundo criado e garantir seu sucesso e felicidade em suas cidades,
artefatos e tecnologias. Djó foi responsável por separar o Céu da Terra e dar trajes de invisibilidade a seus
irmãos.
O caçula mimado Legba permaneceu junto de Mawu, acocorado a seus pés. A cada vodun filho seu,
Mawu ensinou uma língua diferente, que deveria ser usada em seus próprios domínios e Djó ficou encarregado
de ensinar a linguagem dos homens, mas todos se esqueceram como falar a linguagem de Mawu, com exceção
de Legba, que nunca se separou de seu genitor. Assim, todos os voduns e toda a humanidade teria que recorrer
a Legba para se comunicar com Mawu. Legba passou assim, a estar em toda parte, para levar e trazer
mensagens dos seres criados ao seu Criador. Dan Ayìdo Hwedo, que havia auxiliado Mawu na criação no
Mundo, não suportava o calor do sol e foi concedido que ele fosse morar no mar para se refrescar, circundando
a terra, enquanto era alimentado com barras de ferro por macacos vermelhos enviados por Mawu, para evitar
que mordesse a própria cauda e destruísse toda a Criação. Na iconografia, Mawu é representada como uma
anciã, trajada apenas de um pano cingindo-lhe a cintura, caminhando apoiada num cajado na mão direita e
levando um bastão encimado por uma lua crescente com as pontas para cima, na mão esquerda. O nome de
Mawu foi utilizado para denominar o Deus Único dos judeus, cristãos e muçulmanos nas línguas ewe-fon, mas
dentro de culto dos voduns, Mawu possui seus próprios conventos pelo sul do Benin e do Togo, com culto
organizado, sacerdotes, iniciados, etc., como qualquer outro vodun. Lissá está também ali presente, assim como
o "problemático" Aguê. Os mawunon (sacerdotes de Mawu), apesar da aparente importância da divindade que
cultuam, não têm nenhuma ascendência especial sobre os sacerdotes de outros voduns. Suas cores
emblemáticas são o branco, o azul e o vermelho.

Lissá
Lissá ou Segbo-Lisa in Benin, ao lado de Mawu, é o vodun da Criação, pai e ancestral de todos os
demais voduns, mas a tradição o coloca sempre em segundo plano em relação à Mawu. Lissá representa o
Oeste, o Sol, o firmamento - assim como a luz e as águas contidas ali. É simbolizado por um camaleão que traz
o globo dourado do Sol na boca. Enquanto Mawu representa o frescor e os prazeres da vida, Lissá encarna o
trabalho, a seriedade e a determinação, semelhante a dualidade freudiana entre eros, o princípio do prazer , e
tanatos, a pulsão da morte. A cor emblemática de Lissá é o branco, e seus vodunsis devem andar sempre de
branco. Ele recebe oferendas e sacrifícios de alimentos e animais de cor branca. Diferente de Mawu que se
relaciona igualmente a todas as famílias de voduns, Lissá é considerado um Ji-vodun, e a tradição conta que ele
é de origem nagô (iorubá), e seus vodunsis ao final da iniciação são denominados anagonu.

Dangbe

Dangbe
Dangbe - É a píton sagrada, cultuada sobretudo em Uidá, no Benin, ondeseu convento principal fica em
frente a catedral católica romana. Não pode se confundir com Dan. Enquanto Dan é associado às serpentes em
geral, Dangbê é representado pela inofensiva píton real. A píton é, aliás, considerada como morada do próprio
vodun. Enquanto Dan possui aspectos masculinos e femininos em separado, Dangbê é simultaneamente macho
e fêmea. Mas da mesma forma que Dan, também Dangbê é associado ao arco-íris.
Dizem que o culto de Dangbê é originário da província Hwedá, no litoral ao sul de Uidá, e que ele saiu
diretamente do próprio mar, sendo considerado filho de Hu, o oceano imutável e misterioso que a tudo
circunda. Dangbê rege a imortalidade, a duração das coisas, a preservação da vida, e seus iniciados, os dangbesì
falam em dialeto hwedá durante o período de reclusão no hunkpame.
Uma tradição conta que foi Dangbê quem "abriu os olhos dos homens", mas se desconfia que essa
afirmação pode ter nascido com a introdução da tradição bíblica, que trata do papel da serpente no Jardim do
Éden.
O centro de seu culto era Savi, onde era cultuado como o tóhwyó (ancestral mítico divinizado) da
família real hwedá reinante, sendo também, portanto, um henu-vodun. Quando o Reino do Daomé conquistou o
reino hwedá em 1727, o culto de Dangbê foi transferido de Savi para Uidá.

Ypa Darin
Ypa Darin

Legba

1-Agô Legbara wodun azá kwèrè kwèrè, agô Legbara wodun azá kwèrè

2-Ají kí rè mi wodun , wodun ká bìrè , a jí kí rè mi wodun , wodun kabí rè ká bi rè

3-Ao ao dahomey na madozan (2x)

Dahomey ke mi fará wo Ayzan ni kwe

hun esu madago o

4-Ewá sirè lode,

Elegbará

Ayzan

1-Ayzan ae , Ayzan bere hun (2x)

Ayzan ny kporó,

Ayzan me wodun
2-Má hó sé nú sé hosú ore (2x)

Ó wodun Ayzan má hó sé nú sé hosú ore ore

3-Elé indá hó wodun ite araye ó wodun Ayzan elé indá hó

Gu

1-Bo a in dá tin Dan (2x)

Tin Dan nu pola zan bo a inda tin Dan

2-A kore mina kore a,

A unrea

3-E bha wodun,

Wodun kaka bha iya da Wodun e

4-Fa Togun fá,

Togun falo mege imbeloyá

Aganga Otolu

1-Beto é nó sojo é Mahí (2x)

Aganga Otolu sojo é Mahí bona hewi

2- Ahoboboy a boy a Aganga Otolu ezan

3-Jahuala tan gá tan gá ahuana viunse e (2x)

Ae a huntó ahuana viunse

4-Dan Wodun Dan Otolu o Dan bio

Agué

1-Agué mare Agué mare para ke sodan,

Agué mare , Agué mare oluwo to kwe sodan

2- Titi ni bo alériko para ke sodan Titi ni bo alériko oluwo to kwe sodan


3-Sogojo ae,

sogojo ae,

sogojo,

ae sogojo Agué

4-Agué benado é unro eee é unro eee eunro emi nae

Sakpatá

1-Agô nile nile nile madago Sakpata Azansu madago ago nile ago

2-Lodo fi omolú kayó a ale wa aze

3-Kajurana Azansú (2x)

e fie de homé azansú e mina d'orisá

4-E um ma Loko o (2x)

Azansú Sakpata Loko o e um ma Loko o

Dan

1-Ada hun do sé Dan Ikó vara nu le,

Dan Ikó vara nu le Dan Ikó vara nu le

2-Kre kre un Wodun papa kre un kre un

3-Ahoboboy ingé le si a mi gé lé pokan,

a mi gelé pokan elé Wodun mayo kwe

4-Dan sabojá Bessen Dan sabojá bessen

Sogboadan

1- Sogboadan tani abaú (4x)

Ae eeee Sogboadan tani abaú

2- Oba re wo Sogboadan a kota meje Sogboadan a kota meje


3- Wodun to po lode (2x)

Sogboadan topo lode wodun Sogboadan topo lode

4- A iya Sogboadan wodun kota me wodun Sogboadan

Gbadé

1- Hevioso Gbadé suro a gama o Gbadé suro (2x)

E Gbadé suro gama , gama o

2-Gbadé izo kewe koo koo kewe ma du papa kewe

Avehekete

1-E minado duhe mare ile E minadó duhe mare

ahun jekwe ahun jekwe ahun jevio o E minadó duhe

2- Avehekete mada hana (2x)

hana hana azuelo

Loko

1-Loko mada kayaLoko mada kere

2- Loko firo aiye,

aiye aiye

Kposun

1-Bere ko e no posi do iya wodun mayo kwe

2-A fun iya iyan iyá Kposun tá ni pó

3- E Kposun Kposun lé

Kposun boiya kaka boiya mi

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