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ORÇAMENTOS

1 – DEFINIÇÃO
2 – ELEMENTOS NECESSÁRIOS À ELABORAÇÃO DO
ORÇAMENTO
3 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
4 – RELAÇÃO DAS ATIVIDADES E SERVIÇOS CONTANTES DA
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
5 – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO
6 – LEVANTAMENTO DOS PREÇOS

7 – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS

8 – ROTEIRO PARA O LEVANTAMENTO QUANTITATIVO


GLOSSÁRIO
NORMAS TÉCNICAS
BIBLIOGRAFIA

1 – DEFINIÇÃO
Orçamento é o resultado de um montante dos serviços previstos e planejados,
necessários a execução de uma obra, variando conforme o tipo. Orçar é prever o
custo de uma obra antes da sua execução. É uma previsão de custos e/ou
estabelecimento de preços dos serviços a serem realizados. Um orçamento pode se
referir ao todo de um empreendimento, ou se referir apenas a alguns itens (serviços)
de uma obra. No caso da construção de um muro, por exemplo, o custo irá variar
conforme o projeto do muro e de suas características: é um muro de divisa?, vai
sustentar empuxo do terreno ao lado (arrimo)?, vai receber impermeabilização?, de
que tipo?, o revestimento será feito com que material? Para outros tipos de serviços
os pontos a serem levados em consideração poderão ser outros, como por exemplo,
no revestimento externo de um edifício com pastilhas cerâmicas: há necessidade de
remoção do revestimento existente (se edificação já existente)?, precisa de
andaime?, que tipo?, e os equipamentos de segurança?
A previsão dos custos e preços dependerá muito do grau de conhecimento que o
orçamentista tem do projeto, ficando o sucesso de um empreendimento, entre outros
fatores, dependente do acerto entre o que foi previsto (orçado) e o que irá ocorrer na
prática (custeio). O orçamento é um dos elementos para a tomada de decisões,
junto com o cronograma físico-financeiro. O proprietário (cliente) deve saber a priori
se terá condições de arcar com os custos ou, no caso de uma obra própria, a
construtora precisa saber como será o desembolso ao longo da obra. No caso de
uma concorrência para a execução de obra pública, não importando a modalidade
2

(tomada de preços, carta-convite etc.) existe a obrigatoriedade legal da previsão dos


preços para que o órgão público possa escolher que empresa irá executar a obra.

2 – ELEMENTOS NECESSÁRIOS À ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO


Em geral, para se elaborar um orçamento que seja efetivamente viável do ponto de
vista técnico é necessário levantar e conhecer com profundidade o consumo de
materiais em cada um dos serviços a serem realizados, a quantidade de mão-de-
obra, a incidência das leis trabalhistas sobre o custo da mão-de-obra, o tempo de
uso dos equipamentos necessários aos serviços, os custos financeiros decorrentes,
os custos administrativos (indiretos), a carga tributária que irá pesar sobre os
serviços etc. Além disso, o profissional orçamentista deve ser conhecedor da
realidade do mercado, das condicionantes regionais e locais, o tipo de
gerenciamento que se pretende empregar na execução da obra, os métodos
construtivos, a possibilidade de ocorrência de fenômenos climáticos que venham a
interferir nos custos da obra etc.
Os elementos necessários para a elaboração de um orçamento são chamados de
Especificações Técnicas, as quais contemplam as informações relativas ao
empreendimento que se pretende desenvolver, procurando fazer com que o que vai
ser previsto em termos de custos fique o mais próximo da realidade. As
especificações técnicas são formadas pelos seguintes elementos:
a) projeto arquitetônico;
b) projetos complementares
estrutural;
elétrico;
hidro-sanitário;
telefônico;
prevençao contra incêndios;
infraestrutura;
c) memorial descritivo.

3 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
É o documento onde são registradas todas as operações de cálculos e
discriminados todos os serviços que serão executados da obra. As planilhas podem
ser de vários modelos, dependendo do tipo de obra e/ou contrato firmado entre o
construtor e o cliente. As planilhas registram as quantidades de cada serviço e seus
custos/preços. Algumas planilhas, mais detalhadas podem separar os custos/preços
da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos. Numa planilha devem constar, no
mínimo, as seguintes informações:
a) no cabeçalho (início)
logotipo da construtora;
identificação da obra;
área construída;
local;
3

cliente.
b) no encerramento
custo ou preço final;
data;
assinatura do autor do orçamento;
nome do responsável técnico (autor);
número do CREA/UF.

3.1 – Planilha de 7 colunas

Projeto

Item Atividades/Serviços Unid Quant Unitário Parcial Global

. .
. . . . . .
. . . . . .
. . . .
7 REVESTIMENTO INTERNO
7.1 Chapisco m2 200,0 3,00 600,00
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
7.4 azulejos m2 40,0 18,00 720,00 1.320,00

Especificações Tabelas de composição


de custos/preços
TCPO - Pini
* Papel A4 Paisagem
4

3.2 – Planilha com 6 colunas

Item Atividades/Serviços Unid Quant Unitário Total

. .
. . . . . .
. . . . . .
. . . .
7 REVESTIMENTO INTERNO
7.1 Chapisco m2 200,0 3,00 600,00
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
7.4 azulejos m2 40,0 18,00 720,00

1.320,00

* Papel A4 Retrato
5

C
Obra: Edifício Comercial
CONSTRUTORA ENGENHARIA Área: 2.450,0 m2
Local: Ponta Grossa - Pr

Item Atividades/Serviços Unid Quant Unitário Total

. .
. . . . . .
. . . . . .
. . . .
16 SERV. COMPLEMENTARES
16.1 Calçada m2 50,0 60,00 3.000,00
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
16.4 Limpeza final vb - 300,00 300,00

3.300,00
Total 85.700,00

Importa o presente orçamento o total de R$ 85.700,00 (oitenta e cinco mil e


setecentos reais), incluindo mão-de-obra, materiais e todos os insumos
necessários a sua execução.

______________________________
20 de setembro de 2000 Eng. Civil Fulano de Tal
CREAPR 13459467850-D

4 – RELAÇÃO DAS ATIVIDADES E SERVIÇOS CONTANTES DA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA


A relação de atividades e serviços apresentada a seguir, para fins didáticos e
pedagógicos, se refere aos itens para uma obra de pequeno porte, ficando o alerta
para que na elaboração de uma discriminação de atividades e serviços para fins
orçamentários deve-se levar em conta todos os elementos das especificações
técnicas.
1 SERVIÇOS PRELIMINARES
Projetos, taxas (prefeitura, CREA), sondagem etc.
2 SERVIÇOS INICIAIS
Limpeza, terraplenagem (movimento de terra), barracos, tapume, locação
da obra.
3 INFRAESTRUTURA / FUNDAÇÕES / ALICERCES
Escavação e reaterro, estacas, estacas brocas, embasamento, baldrame,
impermeabilização.
4 ALVENARIA DE ELEVAÇÃO
Paredes externas, paredes internas.
6

5 ESTRUTURA / ELEMENTOS DE CONCRETO / SUPERESTRUTURA


Fôrmas, armaduras, concreto.
6 COBERTURA / TELHADO
Madeiramento, telhas, calhas.
7 REVESTIMENTO DE PAREDES E TETOS
Paredes, tetos, cerâmicas, forros.
8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
9 INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS
10 ESQUADRIAS
Metálicas, madeira, portas, janelas.
11 REVESTIMENTO DOS PISOS
Reaterro, apiloamento, lastro, impermeabilização, contrapiso, cerâmicas,
madeira, carpetes.
12 REVESTIMENTO DE FORROS
13 APARELHOS SANITÁRIOS E ACESSÓRIOS
14 VIDROS
15 PINTURA
16 SERVIÇOS COMPLEMENTARES

5 – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO
Esta etapa da elaboração do orçamento se resume a levantar de forma técnica as
quantidades de serviços informados nas especificações (projetos e memoriais) e
estimar os serviços que não foram devidamente especificados, mas que são
essenciais e necessários à obra. As quantidades dos serviços devem ser
transferidas para a coluna 4 da planilha, adotando-se as unidades correspondentes
a cada tipo de serviço na coluna 3. As unidades mais comuns para os serviços
usuais são: metro - m (estacas, calhas, tubos); metro quadrado - m2 (alvenaria,
fôrmas, revestimentos); metro cúbico - m3 (concreto, argamassa, reaterro); kilograma
- kg (cimento, armadura); milheiro – mil (tijolos, telhas); unidades – ud ou peças – pç
(portas, caixas, pontos de luz); verba – vb ou global – gb (instalações, projetos).
Recomenda-se utilizar um memorial ou roteiro de cálculos no levantamento das
quantidades em seqüência aos itens colocados na planilha orçamentária, para
facilitar a conferência em caso de dúvida posterior e para, também, manter um
histórico do trabalho realizado.

6 – LEVANTAMENTO DOS PREÇOS


O levantamento dos preços ou cotação dos preços deve ser feito preferencialmente
junto ao fornecedor do material, equipamento ou serviço na praça (local) onde a
obra será edificada. No caso da não existência de determinado insumo na localidade
da obra, fazer a cotação junto ao fornecedor mais próximo, tendo de levar em
consideração o frete para transporte, ou solicitar a informação do preço do material
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colocado (posto na obra). Em último caso e para estimativas de custos, pode-se


recorrer as revistas especializadas ou publicações técnicas de cotação de preços na
construção civil.
Recomenda-se, também, recorrer a uma planilha de cotação de preços para garantir
um histórico sobre o trabalho realizado. A planilha de cotação de preços deve
conter, no mínimo, as seguintes informações:
a) data da cotação;
b) nome dos fornecedores;
c) itens a serem pesquisados;
d) unidades dos itens pesquisados;
e) valor de cada item;
f) condições de pagamento;
g) dados do fornecedor (telefone e contato).

TOMADA DE PREÇOS DATA ___/___/___

FORNECEDOR
ITENS UNID
A B C
Areia média m3
Tijolos 4 furos mil
Cimento (50 kg) sc
Cal virgem20 kg sc
Ripas pinho 1x2” IIB m

OBSERVAÇÕES: TELEFONE
VALIDADE __/__/___ CONTATO
COND. PAGTO
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7 – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS


Para cada um dos serviços listados na coluna 2 da planilha orçamentária existirá um
cálculo detalhado do custo ou preço unitário na unidade correspondente. A
composição é elaborada após a realização da pesquisa (cotação) dos preços dos
insumos contidos nas tabelas de composição de custos/preços para orçamentos. As
quantidades dos materiais, horas de mão-de-obra, horas de equipamentos por
unidade de serviço podem ser obtidas conforme segue:
a) tabelas de composição de preços:
 TCPO da Editora Pini, conhecida como Tabela Pini – que
representa a média nacional de consumos de mão-de-obra,
equipamentos e materiais;
 manual do DOP (Departamento de Obras Públicas do Estado de
São Paulo);
b) cadernos de encargos;
c) apropriação direta – observação e medição da produtividade da mão-
de-obra e dos consumos de materiais e equipamentos;
d) estimativa de consumos e tempos de execução pela experiência
anterior do orçamentista com base em serviços semelhantes já
executados;
e) manuais dos fabricantes de equipamentos e materiais.
Os valores obtidos definem uma média, sendo aceitável uma pequena margem de
erros devido às características peculiares de cada obra ou serviço, como por
exemplo: método construtivo, clima, motivação do pessoal, manutenção de
ferramentas e equipamentos, controle geométrico (nível e prumo) etc.
Em geral, o método para se chegar ao preço de um serviço envolve os elementos
mostrados no esquema abaixo. Em seguida, são apresentados alguns modelos de
fichas de composição de custos unitários.

LST

CUSTO = Materiais + Equipamentos + Mão-de-obra

PREÇO = CUSTO + BDI

Despesas
indiretas
Lucro
9

Cotação

Serviço: Concreto 1:2:4 (15 Mpa) - Preparo, lançamento e adensamento manuais


3
Código: 3.3 Unidade: m

item Insumo Quant. Unit. P.Unit. Fator Parcial


1 Cimento 350,00 kg 0,19 1,0500 70,56
2 Areia 0,64 m3 15,00 1,1000 10,63
3 Brita 0,90 m3 19,00 1,1000 18,73
4 Pedreiro 5,00 h 2,00 2,2446 22,45
5 Ajudante 14,00 h 1,50 2,2446 47,14
6 -
7 -
8 -
9 -
10 -
TOTAL 169,50

Apropriação LST
Tabelas Perdas

Cotação

Serviço: Concreto 1:2:4 (15 Mpa) - Preparo, lançamento e


adensamento manuais
Código: 3.3 Unidade: m3
ite m In su m o Q u a n t. Un it. P .Un it. P a rcia l

1 Cim ento 367,50 kg 0,19 70,56


2 A reia 0,70 m3 15,00 10,56
3 B rita 0,99 m3 19,00 18,81
4 P edreiro 11,22 h 2,00 22,45
5 A judante 31,42 h 1,50 47,14
6 -
7 -
8 -
9 -
10 -

TO TA L 169,51

Apropriação
Tabelas
(já considerados os
fatores de perdas e LST)
10

A seguir, é apresentado um modelo mais completo de planilha de composição de


preços.
PLANILHA DE COMPOSIÇÃO DE PREÇOS UNITÁRIOS
Serviço: Concreto 15 MPa - Preparo com betoneira, lançamento e adensamento manuais

Obra: Edifício Comercial Unidade: m3


Custo Custo
1 Materiais Unidade Quantidade Fator
Unitário Parcial
1.1 Cimento kg 340 0,19 1,05 68,54
1.2 Areia m3 0,62 15,00 1,10 10,23
1.3 Brita 1 m3 0,27 19,00 1,10 5,64
1.4 Brita 2 m3 0,62 19,00 1,10 12,96
1.5
Custo total materiais A R$ 97,38
Custo Custo
2 Mão-de-obra Unidade Quantidade Fator
Unitário Parcial
2.1 Pedreiro h 0,5 2,00 2,245 2,24
2.2 Ajudante h 6 1,50 2,245 20,20
2.3
2.4
2.5
Custo total mão-de-obra B R$ 22,45
Custo Custo
3 Equipamentos Unidade Quantidade Fator
Unitário Parcial
3.1 Betoneira h 0,72 4,70 1,00 3,38
3.2
3.3
Custo total equipamentos C R$ 3,38
Custo total (A + B + C) R$ 123,21
Benefícios e despesas indiretas - BDI 25% R$ 30,80
Preço unitário total R$ 154,01
Orçamentista: Data: 12/09/00
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7.1 – Leis Sociais Trabalhistas


Também chamados de encargos trabalhistas, são contribuições obrigatórias a que
estão sujeitos os empregadores, variando de acordo com o ramo de atividade, e no
caso da construção civil, podendo variar até de obra para obra. Na tabela a seguir,
são apresentados os percentuais que incidem sobre a mão-de-obra:

ENCARGOS SOCIAIS
Taxas de leis sociais e riscos do trabalho
A - Encargos sociais básicos Horistas (%)
A1 Previdência social 20,00
A2 FGTS 8,00
A3 Salário-educação 2,50
A4 Serviço Social da Indústria 1,50
A5 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 1,00
A6 Serviço de Apoio a Pequena e Média Empresa 0,60
A7 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 0,20
A8 Seguro contra acidentes do trabalho (INSS) 3,00
A9 Seconci 1,00
Subtotal 37,80
B - Benefícios sociais Horistas (%)
B1 Repouso semanal e feriados 22,90
B2 Auxílio-enfermidade (adotado Pini) 0,79
B3 Auxílio-paternidade (adotado Pini) 0,34
B4 13º salário 10,57
Dias de chuva, faltas justificadas, acidentes do
B5 4,57
trabalho, greves, atrasos, outras (adotado Pini)
Subtotal 39,17
C - Rescisão e aviso-prévio Horistas (%)
C1 Multa 40% FGTS (dispensa injusta) 4,45
C2 Férias 14,06
C3 Aviso-prévio (adotado Pini) 13,12
Subtotal 31,63
D - Reincidências Horistas (%)
D1 A sobre B 14,81
D2 A2 sobre C3 1,05
Subtotal 15,86
Vale-transporte
Café da manhã
calcular
Refeições
Seguro de vida e acidentes em grupo
TOTAL 124,46
Fonte: adaptado da Revista Construção - Região Sul (agosto de 2000)

Dependendo do tipo de gestão aplicada aos empreendimentos pode-se reduzir o


percentual dos encargos sociais, como por exemplo, a contratação dos empregados
com salário mensal (mensalistas), que pode reduzir o percentual das LST para
74,54%, ou ainda, com a manutenção das equipes de uma obra para outra sem a
dispensa ao final de cada trabalho, redução e eliminação de horas-extras, medidas
eficazes que reduzam os acidentes de trabalho etc.
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7.2 – Benefícios e Despesas Indiretas


Para se chegar ao preço de um serviço ou obra, sobre o montante obtido para o
custo deve-se acrescentar um percentual chamado de BDI, a fim de considerar as
despesas administrativas, financeiras, tributárias da construtora e o lucro almejado
no empreendimento. Na construção civil, é cada vez mais comum as construtoras
executarem uma obra por administração, cobrando taxas de administração em torno
de 10% sobre o custo da obra. Desse percentual, a construtora obterá seu lucro e
cobrirá as despesas indiretas que tiver na execução da obra. Convém, entretanto,
contabilizar todas as despesas decorrentes do exercício de uma atividade
empresarial, fazendo o levantamento dos custos administrativos, mantendo o
controle sobre os tributos e os juros pagos pelo capital tomado de terceiros. Não
existe uma fórmula para determinar o BDI mais adequado para cada tipo de
empreendimento, mas em geral adotam-se valores percentuais próximos de 20%
(variando de 10 a 35%). Evidentemente, que se a empresa precisa manter equipes,
seja pela impossibilidade de dispensa ou por ter obra programada na seqüência, ela
pode executar obras pelo custo, considerando BDI igual a zero, ou bem próximo de
zero. Em resumo, a definição do BDI é de competência dos dirigentes da empresa,
cabendo aos técnicos (engenharia e contabilidade) manter e fornecer as
informações que irão auxiliar na decisão.
Para avaliar as despesas indiretas é necessário manter um permanente controle
sobre a origem das despesas efetuadas pela construtora. Na relação apresentada a
seguir, são mostrados os itens que, no mínimo, devem ser levados em conta para se
ter um controle razoável das despesas indiretas.

7.2.1 – Administrativas
1) rateios para a administração central:
a) remuneração dos sócios-proprietários (acionistas, diretores etc.) – são os
dividendos e/ou pro-labore pagos aos dirigentes (sócios) da construtora;
b) indenização de despesas diversas – pagas por determinação judicial ou da
assembléia (diretoria);
c) fundos ou provisões vários – para constituição de fundo para aquisição de
equipamentos ou pagamentos de prêmios (abonos);
2) amortização ou depreciação:
a) instalações de apoio –usadas em várias obras ou de capital empregado na
compra de escritórios paletizados, banheiros etc;
b) equipamentos – elevadores, gruas, betoneiras etc;
c) acessórios e suprimentos;
d) mobilização e desmobilização;
3) rateios por obra:
a) gerenciamento – administração, produção e controle das obras;
b) desgaste de ferramentas, móveis e utensílios;
c) transporte e veículos;
d) terceiros (alugueres, energia, água, telefone etc.);
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e) publicidade;
f) manutenção (abastecimento, lubrificação, oficina etc.);
g) perdas diversas (ações trabalhistas, dias de chuva, acidentes etc.).

7.2.2 – Financeiras
a) gastos com financiamentos – empréstimos bancários, atrasos e inadimplência
de clientes etc.;
b) cauções e retenções contratuais;
c) multas devidas por atraso e outros motivos estabelecidos em contrato.

7.2.3 – Tributárias
a) impostos e taxas (ISS, IPI, IR, IPMF, CPMF etc.);
b) Cofins, PIS, Pasep etc.

8 – ROTEIRO PARA O LEVANTAMENTO QUANTITATIVO


O roteiro será apresentado somente na aula presencial.

GLOSSÁRIO NA ÁREA DE ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS


Apropriação – é o levantamento por meio de observações sistemáticas e medições
dos tempos de execução de uma tarefa, consumo de determinado material, de
combustível, tempo de operação de equipamentos etc., para fins de determinação
de uma média para ser usada nas composições dos custos.
Cotação – é o processo de levantamento de preços junto aos fornecedores de uma
determinada praça (local onde a obra vai ser executada).
Cronograma de aplicação – é o cronograma derivado do físico que orientará a
aplicação dos recursos financeiros colocados à disposição da obra.
Cronograma de suprimento – é o cronograma derivado do físico que orientará as
compras dos materiais e solicitação dos serviços para a obra.
Curva ABC – é a relação dos materiais e/ou serviços mais significativos na obra.
Custo de mobilização – é o custo decorrente da movimentação de equipamentos
pesados, montagem e desmontagem, como por exemplo: centrais de concreto,
argamassa, usinas de pavimentação, equipamentos de terraplenagem etc.
Data base – é a data da cotação do preço de um determinado material ou serviço.
Frete – é o valor pago para o transportador de materiais e é acrescentado no custo
do final do material.
Hora parada – é o custo existente mesmo que o equipamento não esteja em
operação, que pode ser decorrente de alugueres, remuneração de operadores
especializados, manutenção ou encargos etc.
Orçamentista – é o profissional especializado (engenheiro ou técnico) que elabora o
orçamento.
14

Orçamento morto – é a relação discriminada da mão-de-obra, materiais,


equipamentos e serviços sem vinculação com custo ou preço, é chamado também
de quantitativo.
Perdas típicas de materiais – é o percentual de acréscimo de material que deve ser
considerado no orçamento devido à quebra que deverá ocorrer durante a execução
(transporte, estocagem, processamento etc.). Não deve ser confundido com
desperdício de materiais.
Praça – é o local onde vai ser executada a obra (cidade, região ou estado).
TCPO – é a tabela mais conhecida de composição e custos e preços.
Viabilidade do empreendimento – é o estudo ou demonstração de que o
empreendimento pode ser executado tecnicamente e financeiramente.

NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES


Título da norma Código Última
atualização
As normas para a elaboração de
orçamentos são fornecidas pelos órgãos
licitadores com base na legislação vigente

NORMAS DO MINISTÉRIO DE TRABALHO


NR – 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
LINKS NA INTERNET
Pini Web – http://www.piniweb.com
Hochtief do Brasil - http://www.hochtief.com.br/
Orcaw – software de orçamentos - http://www.vixsoft.inf.br/produtos/orcaw.htm
Mozart1 Engenharia - http://www.mozart1.com.br/
Sistema Atrium - http://www.artsys.com.br/html/satrium/satrv7.html
Construir On Line - http://www.construironline.com.br/
Boletim de custos - http://www.montreal.com.br/boletim/sistema.htm
Sistema de elaboração de orçamentos - http://www.exeplan.com.br/construp1.htm

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CHING, Francisco. D. K. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo:
Bookman, 2001. 250p.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina
de Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa:
DENGE, 2000.
DINSMORE, Paul C. Gerência de programas e projetos. São Paulo: Pini, 1992.
176p.
DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFPR. Notas de aulas da
disciplina de Construção Civil (primeiro volume). Diversos autores. Revisor: Lázaro
A. R. Parellada. Apostíla. Curitiba: DAEP, 1997.
15

GIAMMUSSO, Salvador Eugênio. Orçamento e custos na construção civil. 2 ed.


rev. São Paulo: PINI, 1991.
GUEDES, Milber fernandes. Caderno de encargos. 3 ed. atual. São paulo: PINI,
1994.
HUGON, A. Técnicas de construção. 2 vols. São Paulo: Hemus ed.
LIMA, Manuel. Direitos trabalhistas na construção civil. São Paulo: LTR Editora
Ltda, 1 999.
LIMMER, Carl V. Planejamento, orçamento e controle de projetos e obras. Rio
de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1997. 225p.
MASCARÓ, Juan L. O Custo das Decisões Arquitetônicas. S. Paulo, NOBEL,
1985.
MELO, Maurício C. Um sistema automatizado para a formação de custos na
construção civil. Dissertação (mestrado). PG-EG-ECCUR-USP. 1988.
PARGA, Pedro. Cálculo do Preço de Venda na Construção Civil. S. Paulo,
PINI/SEAERJ, 1995.
SAMPAIO, José Carlos de Arruda. Manual de aplicação da NR-18. São Paulo:
PINI/Sinduscom-SP, 1998.
SAMPAIO, José Carlos de Arruda. PCMAT: Programa de Condições e Meio
Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. São Paulo: PINI/Sinduscom-
SP, 1998.
SOUZA, Roberto de...et al. Qualidade da aquisição de materiais e execução de
obras. São Paulo: PINI, 1996.
SOUZA, Roberto...et al. Sistema de gestão da qualidade para empresas
construtoras. São Paulo: Pini, 1995. 247p.
TCPO 2000 - Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. S. Paulo,
PINI, 2000

A armação é a parte estrutural, constituída pelas tesouras, cantoneiras, escoras, etc... e a trama
é o quadriculado constituído de terças, caibros e ripas, que se apoiam sobre a armação e por
sua vez servem de apoio às telhas.
16

Materiais utilizados nas estruturas


Podemos utilizar todas as madeiras de lei para a estrutura de telhado, no entanto a peroba tem
sido a madeira mais utilizada.

Algumas espécies de madeiras indicadas para a estrutura de telhado (IPT)


A B C
amendoim angelim anjico preto
canafístula cabriúva parda guaratã
guarucaia cabriúva vermelha taiuva
jequitibá branco caovi
laranjeira coração de negro
peroba rosa cupiuba
faveiro
garapa
guapeva
louro pardo
mandigau
pau cepilho
pau marfim
sucupira amarela

As madeiras da Tabela acima estão divididas em grupos segundo as suas características


mecânicas.
A cabreúva vermelha, coração de negro, faveiro, anjico preto, guaratã e taiuva têm alta
dureza, portanto devemos ter cuidado ao manuseá-las.

As madeiras serradas das toras já são padronizadas em bitolas comerciais. No entanto,


existem casos onde o dimensionamento das peças exigem peças maiores ou diferentes, assim
sendo deve-se partir para seções compostas.
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- vigas: 6 x 12cm ou 6 x 16cm, comprimento 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5; 5,0m

- caibros: 5 x 6cm ou 5 x 7 (6 x 8)cm, comprimento 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5; 5,0m

- ripas: 1,0 x 5,0cm; geralmente com 4,50m de comprimento e são vendidas por dúzia.

Obs. Para bitolas diferentes ou comprimentos maiores, o preço da peça aumenta.

Peças metalicas
As peças metálicas utilizadas em estruturas de telhado são os pregos, os parafusos, chapas de
aço para os estribos e presilhas.

Os pregos mais utilizados são:

- 22 x 42 ou 22 x 48 - para pregar as vigas

- 22 x 42 ou 19 x 39 - para pregar os caibros

- 15 x 15 - para pregar as ripas.

fonte: DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG

Rendimento por saco de


Aplicações Traço
cimento

14 latas ou 0,25 metros


Para base de 1 saco de
cúbicos
fundações e para cimento
contrapisos 8 latas e meia de
(concreto magro) areia
11 latas e meia de
pedra
18

2 latas de água

1 saco de
cimento
5 latas de areia
Concreto para 9 latas ou 0,16 metros
6 latas e meia de
fundações cúbicos
pedra
1 lata e meia de
água

1 saco de
cimento
4 latas de areia 8 latas ou 0,14 metros
Concreto para pisos
6 latas de pedra cúbicos
1 lata e meia de
água

1 saco de
Concreto para
cimento
pilares, vigas,
4 latas de areia
vergas, lajes e 8 latas ou 0,14 mertos
5 latas e meia de
produção de cúbicos
pedra
pré-moldados em
1 lata e um quatro
geral
de água

Atenção:

1) A lata de medida deve ser de 18 litros.

2) As pedras devem ser brita 1 ou 2.

Concreto misturado a mão:


Ferramentas : enxada / pá / carrinho de mão / betoneira / lata de 18 litros / colher de pedreiro
19

É muito importante que a quantidade de água da mistura esteja correta.

Tanto o excesso como a falta são prejudiciais ao concreto.


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esgoto - fossa & sumidouro (6)


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• * Sumidouro

• * Construção do Sumidouro

• * Mau cheiro

• * video: Mini Estações de Tratamento de Esgoto

• * Links

A rede de esgoto e sumidouro...

flickr_vieux bandit

Sumidouro medidas
Poço sem laje de fundo que permite a penetração do efluente da fossa séptica no solo.

O diâmetro e a profundidade dos sumidouros dependem das quantidades de efluentes e do


tipo de solo.

Mas não devem ter menos que 1m de diâmetro e mais que 3m de profundidade, podem ser
feitos com blocos de concreto ou com anéis pré-moldados de concreto.
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Numero de
Altura Diametro
Pessoas
Até 07 2,50 2,00
Até 10 3,00 2,00
Até 14 3,50 2,00
Até 21 4,0 2,00
Até 24 4,5 2,00

Construção do Sumidouro
Atenção:
• Os ralos do lado de fora da casa não podem ser ligados à rede de esgotos.

Se isso acontecer, corre-se o risco de que o esgoto volte pelos ralos e pias, para
dentro de casa, trazendo uma série de riscos de doenças.

A construção de um sumidouro começa pela escavação da cavidade no local escolhido, a


cerca de 3m da fossa séptica e num nível um pouco mais baixo, a fim de facilitar o
escoamento dos efluentes por gravidade.

A profundidade do buraco deve ser 80cm maior que a altura final do sumidouro.

É recomendável que o diâmetro dos sumidouros com paredes de blocos de concreto não seja
inferior a 1,5m para facilitar o assentamento. Os blocos só podem se assentados com
argamassa de cimento e areia nas juntas horizontais.

As juntas verticais não devem receber argamassa de assentamento, para facilitar o escoamento
dos efluentes.

Se as paredes forem feitas com anéis pré-moldados de concreto, eles devem ser apenas
colocados uns sobre os outros, sem nenhum rejuntamento, para permitir o escoamento dos
efluentes.

Esses anéis podem ser adquiridos diretamente de fabricantes locais de pré-moldados de


concreto ou de artefatos de cimento.

A laje ou tampa dos sumidouros pode ser feita com uma ou mais placas de concreto.
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Elas podem ser executadas no próprio local ou adquiridas dos fabricantes de pré-moldados ou
artefatos de cimento da região.
fonte: SEBRAE

Mau cheiro
Para evitar mau cheiro, verifique se o fecho hídrico dos desconectores estão com água em
volume suficiente. Desconectores são caixas dotadas de uma camada de água para evitar a
penetração dos gases da rede de esgotos no interior do imóvel.
É o caso do vaso sanitário, que deve ter sempre aquela pequena camada de água no fundo. O
vaso é um desconector e a água que ali permanece é o fecho hídrico.

Outros exemplos de desconectores são o ralo sifonado, a caixa de gordura e a caixa sifonada,
todos dotados de camadas de água no interior. A canalização de ventilação é indispensável
para eliminar os gases da instalação e da rede pública de esgotos.

Formas de instalar:

Sua construção começa pela escavação no local do terreno onde a fossa deverá ser instalada.

O fundo do buraco deverá ser compactado, nivelado e coberto com uma camada de cinco
centímetros de concreto magro.

Em seguida, uma laje de concreto armado de 7cm de espessura deverá ser providenciada.

As paredes podem ser feitas com blocos de concreto de 15cm ou de 20cm de largura e as
paredes internas da fossa devem ser revestidas com argamassas à base de cimento.

As paredes internas das câmaras (chicanas), bem como a tampa da fossa, são feitas com
placas pré-moldadas de concreto.

Para a separação das câmaras são necessárias cinco placas: duas de entrada e três de saída.

Essas placas têm 4cm de espessura e a armadura em forma de tela.


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A tampa é subdividida em duas ou mais placas (com 5cm de espessura e armadura também
feita em forma de tela). O número de subdivisões dependerá do tamanho da fossa, já que o
objetivo é facilitar a execução e até sua remoção, em caso de necessidade.

A concretagem das placas deve ser feita sobre uma superfície bem lisa, revestida de papel,
para evitar a aderência do concreto ao piso onde é feita a concretagem, uma vez que as fôrmas
não têm fundo.

Durante a execução da alvenaria, já devem ser colocados os tubos de limpeza (esgotamento),


de entrada e de saída da fossa e deixadas ranhuras para encaixe das placas de separação das
câmaras.

Uma maneira fácil e econômica de construir esse tipo de fossa é usar blocos de concreto e
placas pré-moldadas de concreto.

Dimensões das fossas

Para o bom funcionamento, as fossas sépticas devem ter as seguintes


dimensões internas:

Numero de Retangulares Circulares Capacidade


Pessoas Comprimento X Largura X Altura Diametro X Altura litros
Até 07 2,0 m X 0,9 m X 1,5 m 1,35 x 1,50 2.160
Até 10 2,3 m X 0,9 m X 1,5 m 1,45 x 1,50 2.480
Até 14 2,5 m X 0,9 m X 1,5 m 1,52 x 1,50 2.700
Até 21 2,7 m X 1,2 m X 1,5 m 1,62 x 1,90 3.890
Até 24 3,2 m X 1,2 m X 1,5 m 1,70 x 2,00 4.600
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Veja as ilustrações para ter uma ideia mais precisa do trabalho de implantação de um sistema
de fossa e sumidouro...

Fossas Sépticas
As fossas sépticas, uma benfeitoria complementar às moradias .

São fundamentais no combate à doenças, verminoses e endemias, pois evitam o lançamento


dos dejetos humanos diretamente em rios, lagos ou mesmo na superfície do solo.

Esse tipo de fossa nada mais é do que um tanque enterrado, que recebe os esgotos
(dejetos e águas servidas), retém a parte sólida e inicia o processo biológico de purificação da
parte líquida (efluente).
Mas é preciso que esses efluentes sejam infiltrados no solo para completar o processo
biológico de purificação e eliminar os riscos de contaminação.
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As fossa sépticas não devem ficar muito perto das moradias (par evitar mau cheiro) nem
muito longe (para evitar tubulações muito longas, que são mais caras e exigem fossa mais
profundas, devido ao caimento da tubulação).

Elas devem ser construídas do lado do banheiro, para evitar curvas nas canalizações.

Também devem ficar num nível mais baixo do terreno e longe de poços ou de qualquer outra
fonte de captação de água (no mínimo, a 30m de distância), para evitar contaminações, no
caso de um eventual vazamento.

O tanque séptico, mais conhecido como fossa séptica, vem sendo utilizado há pouco mais de
100 anos. Foi a primeira unidade inventada para o tratamento de esgotos e até hoje é a mais
extensivamente empregada.

A manutenção e limpeza das fossas sépticas é feita por empresas de desentupimento.


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