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Propriedades físicas e mecânicas da palha da cana-de-açúcar visando produção de fardos

prismáticos

RESUMO

É crescente a necessidade de recolher, enfardar e transportar a palha da cana-de-açúcar.


No entanto, como são realizadas atualmente, essas operações não satisfazem aos quesitos
de qualidade, eficiência e economia. Entende-se que para que haja melhora nos processos
o conhecimento das propriedades físicas e mecânicas da palha é fundamental. Dessa
forma, propõe-se caracterizar fisicamente a palha da cana-de-açúcar nos seguintes
estágios: no campo, logo após o recolhimento, após o pré-condicionamento e, finalmente,
no fardo. Será utilizada uma enfardadora de fardos prismáticos. Espera-se que os
resultados indiquem o grau de transformação das propriedades da palha após cada um
desses estágios.

INTRODUÇÃO

A indústria sucro-alcooleira no Brasil tem planos de aproveitar a palha que fica


depositada sobre o solo após a colheita dos colmos da cana-de-açúcar. A proibição das
queimadas no estado de São Paulo, até 2017, a demanda crescente por energia renovável,
o grande apelo da co-geração (geração de energia elétrica pelas usinas de açúcar baseada
na queima do bagaço e da palha), o alto poder calorífico da palha, dentre outros, levam à
busca de tecnologia adequada para recolhimento, enfardamento e transporte da palha do
campo até a usina. Em cada uma dessas etapas existem dificuldades a serem resolvidas.
Não se consegue ainda recolher a palha do solo sem incorporar uma fração indesejável
de solo. Os minerais contidos no solo exigem maior manutenção nas caldeiras quando a
palha for queimada. No enfardamento, a densidade resultante dos fardos prismáticos
produzidos nas enfardadoras disponíveis, originalmente projetadas para outro tipo de
material tal como feno e forrageiras, não atende aos quesitos do transporte. Quer-se
fardos com maior densidade para aumentar a capacidade de transporte.

Diante desses desafios percebemos que parte do problema reside na ausência de


conhecimento sobre as propriedades da palha da cana-de-açúcar. Sem tal conhecimento
seria impossível propor novos procedimentos para o manejo da palha incluindo a
operação da enfardadora.

Houve significativo avanço tecnológico desde que as primeiras enfardadoras foram


construídas. As primeiras enfardadoras, ainda estacionárias, produziam fardos com
densidade entre 60 e 80 kg/m3. Atualmente, com a introdução nos anos 70 da câmara de
pré-compressão e dependendo do material, eleva-se a densidade de 40-50 kg/m3 a 200
-280 kg/m3. Infelizmente, os valores para palha adensada, com umidade próxima a 10%
bu, não ultrapassa a 180 kg/m3.

A palha de cana-de-açúcar espalhada sobre o solo após a colheita é recolhida quando


atinge a umidade adequada para o enfardamento. É então aleirada (juntada numa faixa
estreita), recolhida pela enfardadora, pré-adensada, adensada, amarrada e, finalmente,
liberada pela enfardadora, como fardo prismático, sobre o solo para posterior
recolhimento, carregamento e transporte.

A palha da cana-de-açúcar é composta de folhas, pedaços de folhas, pedaços de colmos e


pedaços do ponteiro. Muito dificilmente esse material apresenta umidade uniforme. As
folhas à baixa umidade são muito frágeis e se fracionam com o manuseio.

Nesse cenário, ocorrem mudanças nas características do material à medida que recebe as
mais variadas solicitações mecânicas quando é recolhido, pré-enfardado e enfardado.

OBJETIVOS

Assim, os objetivos desse trabalho são:

1. Caracterizar fisicamente a palha espalhada sobre o solo;


2. Caracterizar fisicamente a palha após recolhimento, antes de adentrar a câmara
de pré-compressão;
3. Caracterizar fisicamente a palha na saída da câmara de pré-compressão;
4. Caracterizar fisicamente a palha no fardo pronto.

Os resultados levarão ao conhecimento das condições da palha em cada um desses


estágios do processo evidenciando as transformações ocorridas.

CRONOGRAMA

Cronograma para 2012*.


Atividade Jan-fev Mar-abr Maio-jun Julho-ago Set-out Nov-dez
1 ●●●● ●●●● ●●●● ●●●● ●●●●
2 ●● ●●●● ●● ●●●● ●●●●
3 ●● ●●●●
4 ●● ●●●●
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7 ●● ●
8 ●●●● ●●●●

*●●●● – equivale a 2 meses.

1. Estudo com orientador. Propriedades mecânicas. Relação tensão-deformação.


Propriedades Elásticas. Propriedades Viscosas. Propriedades Viscoelásticas. Modelos
lineares de tensão-deformação para produtos agrícolas.
2. Revisão bibliográfica sobre caracterização de palhas e afins;
3. Estudo de uma enfardadora com ênfase nas suas funções;
4. Elaboração da metodologia;
5. Redação do relatório parcial;
6. Ensaios preliminares e refinamento metodológico;
7. Ensaios
8. Análise de dados e elaboração do relatório final

REFERÊNCIAS INICIAIS

FABORODE, M. O., O’CALLAGHAN, J. R. Theorical Analysis of the Compression


of Fibrous Agricultural Materials. Journal of Agricultural Engineering Research,
London, v.35, n.3, p. 175-191, 1986.

MOHSENIN, N. N., ZASKE, J. Stress Relaxation and Energy Requeriments in


Compaction of Unconsolidated Materials. Journal of Agricultural Engineering
Research, London, v.21, n.2, p. 193-205, 1976.

NEALE, M. A., Research and Develoement for on-farm Straw Packaging


Machines. Straw: a valuable material. In Proceedings of International
Conference, Cambridge, Out. 1987.

MOLINA Jr, W.F. Enfardamento de Resíduo de Colheita de Cana-deaçúcar


(Saccharum spp): Avaliação dos Desempenhos Operacional e Econômico.
Piracicaba: ESALQ, USP, 1991. Tese (Mestrado) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz.

PALERMO, E.L. Propriedades mecânicas do palhiço da cana-de-açúcar. Campinas,


FEAGRI, Unicamp, 1998. Dissertação de Mestrado- Faculdade de Engenharia Agrícola.

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