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Resumo Sobre Budismo PDF
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BUDISMO
Bruno Glaab
Introdução
Origem
Siddhartha Gautama fez uma primeira tentativa, experimentando a ascética e quase morreu de
fome ao longo do processo1. Mas, depois de aceitar leite e arroz de uma menina da vila, ele mu-
dou sua abordagem. Concluiu que as práticas ascéticas extremas, como o jejum prolongado, res-
piração sem pressa e a exposição à dor trouxeram poucos benefícios, espiritualmente falando.
Deduziu então que as práticas eram prejudiciais aos praticantes. Ele abandonou o ascetismo,
concentrando-se na meditação anapanasati, através da qual descobriu o que hoje os budistas
chamam de caminho do meio: um caminho que não passa pela luxúria e pelos prazeres sensuais,
mas que também não passa pelas práticas de mortificação do corpo (Wikipédia).
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Conta a lenda que por um longo período se alimentava comendo um grão de arroz por dia.
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humanos (SHs). Preferiu ficar surdo diante de Mara2. Numa noite enluarada ele desper-
tou do sono e foi iluminado. “Experimentou a suprema verdade como suprema alegria, e
encontrou o caminho para sair do sofrimento” (SCHERER, 2005, p.18). Assim, aos 40
anos ele fundou uma ordem monástica. Foi no mosteiro que ele se tornou Buda, que
quer dizer, desperto, ou iluminado. Neste mosteiro elaborou sua doutrina e depois saiu
em peregrinação entre os povoados para divulgar a mesma. Sua doutrina se espalhou
por toda a Índia, apesar da resistência dos Hindus. Morreu aos 80 anos. Depois de sua
morte surgiram outros Budas (iluminados), mas ele é o Buda por excelência.
Após sua morte, seus discípulos compilaram seus ensinamentos, num concílio,
em Tradição Oral que era memorizada e recitada, e somente cinco séculos mais tarde
resultou em alguns livros, formando assim três partes do cânon budista.
Seu nome era Gaudama e apelidado de Siddharta (bem sucedido). Sua biografia
é confusa. Nada deixou escrito. O que hoje forma seu legado bibliográfico foi escrito
uns cinco séculos após a sua morte (DELUMEAU, 2000, p.41), o que nos faz entender
que nem tudo o que se diz dele é real, mas antes, tradição de séculos. Buda não é consi-
derado um deus, nem um sobrenatural, mas apenas um SH que encontrou o verdadeiro
caminho para todos os demais SH.
Buda, como é conhecido, seria fruto de diversas reencarnações anteriores, onde
ele teria se preparado, aprendendo com outros budas (iluminados). Assim, ele seria uma
síntese de vidas anteriores, bem como síntese de muitos outros budas. Aprendeu com
suas próprias experiências anteriores, como também, com os ensinos dos demais mes-
tres (COOGAN, 2007, p.168). Buda seria a última encarnação de um longo processo.
Foi para o nirvana e não precisou mais reencarnar.
Um século após a morte de Buda já começaram as divisões entre seus seguido-
res. Um monge convocou um Concílio para preservar os ensinamentos de Buda. Neste
concílio tentou-se formar um corpo de doutrina e práticas que orientariam as comunida-
des budistas. Assim se formou o que hoje é o cerne do Budismo (COOGAN, 2007,
p.172). Outros concílios vieram nos séculos seguintes. Formaram-se 18 escolas. Destas
sobrevive ainda uma, chamada Teravada dominante no sudeste da Ásia. No século III
a.C até o séc. II d.C. o Budismo teve grande expansão no mundo oriental, atingindo a
China, o Japão, a Coréia, etc. No Tibete se tornou forte a partir do séc.VII d.C. Hoje o
Budismo do Tibete é muito conhecido devido ao Dalai Lama, que é interpretado como a
14ª reencarnação3.
Budismo
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Mara é o rei dos demônios (COOGAN, 2007, p.170). Poderia haver um certo paralelo com a
serpente que seduziu Eva (Gn 3,1ss)?
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Acredita-se que o Dalai Lama seja a reencarnação de uma longa linha de tulkus, que optaram pela reen-
carnação, a fim de esclarecer a humanidade. O Dalai Lama é muitas vezes considerado o chefe da Escola Gelug, mas
esta posição oficialmente pertence ao Ganden Tripa, que é uma posição temporária nomeada pelo Dalai Lama (que,
na prática, exerce mais influência). Dalai significa "Oceano" em mongol e "Lama" é a palavra tibetana para mestre,
guru, e várias vezes referido por "Oceano de Sabedoria", um título dado pelo regime mongoliano a Altan Khan (o
terceiro Dalai Lama) e agora aplicado a cada encarnação na sua linhagem. Os dalai lamas são mostrados como sendo
a manifestação de Avalokiteshvara, o Bodhisattva da Compaixão, cujo o nome é Chenrezig em tibetano. Após a mor-
te do Dalai Lama, uma pesquisa é instituída pelos seus monges para descobrir o seu renascimento, ou tulku (Wikipe-
dia).
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No Budismo Teravada não se imagina perdão por uma ato, uma vez que o carma
é um processo impessoal de ecausa e efeito. As consequências são o efeito lógico. Ao
mal se retribuirá com o mal, ao bem, com o bem. Como a pedra de dominó, ao cair,
provoca seu efeito na pedra seguinte, assim nossos atos provocam seu efeito. Já na tra-
dição Mahayana se conhece a purificação através de exercícios de piedade como pela
récita de textos sagrados e de mantras. Assim sendo, encontra-se uma grande discrepân-
cia entre os dois ramos
Renascimento
O renascimento pode se dar sob a forma humana, divina, animal ou de identidade; ou se pode tam-
bém renascer para ser punido no inferno.
A natureza da reencarnação depende do carma, ou lei moral de retribuição. Quanto maior o mérito
acumulado ao longo da vida, mais alto é o patamar do renascimento, e o inverso se aplica àqueles que
acumularam mais pecados que méritos (COOGAN, 2007, p.192).
Escritos
B Buda não considera seu ensino como doutrina revelada, mas antes,
como resultado lógico de sua iluminação. Ele não tem a pretensão de
ensinar verdades absolutas, ele apenas quer ensinar o melhor cami-
nho, nunca negando que outros caminhos possam existir. Uma vez
que o SH tenha chegado ao nirvana, não precisa mais da doutrina.
Não ensinava verdades absolutas, ou dogmáticas. Dizia a seus interlocutores: “Vem e
experimenta tu mesmo”. Seus ensinamentos são ofertas, não mandamentos. Revelação
seria, então, a luz que ilumina Buda e seus grandes cooperadores, mestres que realçaram
os ensinamentos de Buda. Ele nada escreveu. Seus discípulos compilaram seus ensina-
mentos, depois de sua morte. Mas ao longo de 45 anos de missão, anunciou 84.000 ins-
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Textos budistas são frequentemente recitados e copiados como ato de devoção, e é comum, es-
pecialmente na tradição maaiana, colocar textos em altares como objetos de adoração, junto com
imagens de Buda, ou no lugar delas” (COOGAN, 2007, p.180).
Doutrina
A primeira das profundas percepções de Buda foi o conhecimento sobre seus nascimentos passa-
dos. Ela foi seguida pelo conhecimento do nascimento de todos os outros seres e, finalmente, pe-
la compreensão das Quatro Nobres Verdades: a verdade do sofrimento, a verdade da origem do
sofrimento, a verdade da cessação do sofrimento e a verdade do Caminho” (COOGAN, 2007,
p.171).
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Embora haja, hoje, muitas escolas ou tendências budistas, todas as escolas se valem destas
84.000 instruções.
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vazio. Com esta extinção, extingue-se também o carma. Logo, o sofrimento acaba. Mas
tudo isto não está fora do mundo.
“Os ensinamentos do budismo têm como estrutura a ideia de que o ser humano está condenado a
reencarnar infinitamente após a morte e passar sempre pelos sofrimentos do mundo material. O
que a pessoa fez durante a vida será considerado na próxima vida e assim sucessivamente. Esta
idéia é conhecida como carma. Ao enfrentar os sofrimentos da vida, o espírito pode atingir o es-
tado de nirvana (pureza espiritual) e chegar ao fim das reencarnações.
Para os seguidores, ocorre também a reencarnação em animais. Desta forma, muitos seguidores
adotam uma dieta vegetariana.
A filosofia é baseada em verdades: a existência está relacionada à dor, a origem da dor é a falta
de conhecimentos e os desejos materiais. Portanto, para superar a dor deve-se antes livrar-se da
dor e da ignorância. Para livrar-se da dor, o homem tem oito caminhos a percorrer: compreensão
correta, pensamento correto, palavra, ação, modo de vida, esforço, atenção e meditação. De to-
dos os caminhos apresentados, a meditação é considerada o mais importante para atingir o esta-
do de nirvana.
A filosofia budista também define cinco comportamentos morais a seguir: não maltratar os seres
vivos, pois eles são reencarnações do espírito, não roubar, ter uma conduta sexual respeitosa,
não mentir, não caluniar ou difamar, evitar qualquer tipo de drogas ou estimulantes. Seguindo
estes preceitos básicos, o ser humano conseguirá evoluir e melhorará o carma de uma vida se-
guinte” (http://www.suapesquisa.com/budismo/).
Reformas
Ética
Quanto maior a generosidade nas esmolas para com os monges, tanto maior será
a recompensa para a próxima reencarnação. Assim, os monges perseguem o ideal de
Buda como monge e os leigos perseguem o Buda em suas encarnações anteriores,
quando se preparava para sua reencarnação final em Buda.
Buda pediu a seus seguidores que cremassem seu corpo e espalhassem as cinzas
em estupas (altares). Estes locais são considerados santos e o fiel pode fazer oferenda.
Os mais antigos locais sagrados eram cavernas. Havia, sempre, estátuas de Buda ou es-
tupas para fazer oferendas. Mas nem sempre os locais sagrados são templos ou imagens.
Em certos locais até marcas nas rochas, ou vales abruptos são venerados como locais
por onde Buda teria passado e deixado seus sinais.
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1.600.000 blocos de pedras. A partir do século XI, uma série de cataclismas naturais e erupções
vulcânicas cobriram a construção de detritos e a zona ficou abandonada até o início de 1800,
quando casualmente foram localizadas as ruínas. Apenas em 1855 a imensa construção voltou à
luz.
O templo-montanha é composto por 10 terraços, um para cada fase do caminho espiritual verso à
perfeição, divididos em três níveis, correspondentes às três esferas budistas: isso representa a es-
trutura do universo e influenciou as escolhas dos arquitetos que realizaram o templo de Angkor,
na Comboja (http://www.viajandoblog.com/post/2791/borobudur-o-maior-templo-budista-do-
mundo).
Mas nem todos os Budistas celebram as mesmas festas. No Tibete as festas não
coincidem com o Sri Lanka. Inclusive os acontecimentos celebrados são outros. Uns ce-
lebram a concepção de Buda, outros algum de seus ensinamentos, outros ainda, alguma
relíquia, etc.
Em Mianmar há um conjunto especial de ritos infantis que inclui as cerimônias da gravidez, do
nascimento, da lavagem da cabeça, da escolha do nome, do furo da orelha das meninas e da ras-
pagem dos cabelos dos meninos (COOGAN, 2007, p.190).
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diversos dias. Com os ritos fúnebres pretende-se aumentar os méritos dos falecidos para
ajuda-los numa próxima reencarnação.
Hoje
Em 2000, doze praticantes entraram em retiro em uma casa especialmente feita para retiros. Cin-
co deles fizeram o primeiro retiro de três anos no Brasil sem contato com o mundo externo. Essa
é uma prática comum no Tibete, mas, até então, ainda nova no Ocidente, em especial na América
Latina.
Em 2001, um novo prédio começou a ganhar vida: a Casa Amitaba, parte integrante de um pro-
grama educacional dedicado a diversas ações que lidam com cuidados paliativos, apoio ao luto e
prevenção ao suicídio entre jovens.
Mudança de rumos
Em novembro de 2002, durante um retiro com a presença de 250 praticantes de todo o país, Rin-
poche morreu após dois dias de ensinamentos e intensa prática espiritual. Incansável, ele ensinou
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Mentora da Nova Era.
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até tarde da noite de sábado, 16 de novembro. Sua morte aconteceu na madrugada do dia 17 de
forma extraordinária. Por seis dias, ele permaneceu em um estado de profunda meditação antes
de a consciência deixar seu corpo.
A presença física de Rinpoche foi uma grande inspiração, porém sua morte não comprometeu a
continuidade de suas atividades. Se o corpo partiu, sua energia se manteve impulsionando lamas
e praticantes. Sua esposa, Chagdud Khadro, assumiu a direção espiritual do centro: ensinando,
inspirando e realizando projetos (http://kl.chagdud.org/historia/).
Conclusão
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