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LOTEAMENTO INTELIGENTE: RESÍDUOS SÓLIDOS

Fábio BRUNHOLI
Henrique dos Santos PEREIRA
Luiz Felipe Souza COSTA
Natália Ribeiro SILVA
Universidade São Francisco
fabio.brunholi@mail.usf.edu.br
henrique.santos.pereira@mail.usf.edu.br
luiz.souza@mail.usf.edu.br
natalia.ribeiro@mail.usf.edu.br

Resumo: O artigo a seguir tem como base a descrição e definição acerca do tema resíduos
sólidos, dentro do projeto de loteamento inteligente, o qual, houve a divisão de subgrupos
para pesquisas aprofundadas em tecnologia hi-tech em suas respectivas áreas. Diferente
do que se imagina, já existem pesquisas que buscam sanar os problemas gerados com o
descarte de resíduos sólidos incorretamente e suprir a demanda por inovação, tentando
garantir uma alternativa viável ao problema citado, como já acontece em muitos países.
Entretanto, além das leis que incentivam o progresso de pesquisas, é necessário o
incentivo fiscal a empresas que geram os resíduos, pois normas passiveis de multas
afetam a gestão econômica e são levadas mais a sério, assim as inovações são
consolidadas e definidas como padrão.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos; Tecnologia; Reutilização; Hi-tech.

Introdução

Quando as cidades começaram a se instalar e crescer em todo o planeta, o ritmo e


a escala das intervenções humanas nos ecossistemas aumentaram. Em virtude desse
aumento, a agricultura, a criação das grandes cidades e o desenvolvimento, trouxeram
sérios danos ao meio ambiente. Hoje o mundo produz cerca de 1,3 bilhão de toneladas de
lixo ao ano e devido ao crescimento populacional e urbano, de acordo com o Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), até 2025, o número deve dobrar
passando dos 2 bilhões de toneladas.
A partir de analises, como incentivo e conscientização, houve a necessidade de se
tomar medidas, foram criadas leis vigentes e aplicáveis a produção e destinação de
resíduos sólidos. O maior objetivo das tecnologias e soluções de descarte e reuso de
resíduos é diminuir o impacto negativo no meio ambiente, que reflete sobre a saúde
humana e gera retorno financeiro para as organizações.
A participação da sociedade é de suma importância em projetos de
desenvolvimento de Educação Ambiental. Este trabalho de pesquisa está voltado a um
Loteamento autossustentável e inteligente, onde para manter os projetos que irão
estruturar a gestão desse território urbano é necessário que todos os habitantes participem
e contribuam, seguindo as normas e leis estipuladas para o bem estar de todos.
O avanço das tecnologias, pode dar uma nova visão da disposição final, tratamento
e diminuição da quantidade de resíduos produzidos, possibilitando reutilização ou
reciclagem.
Olhando o contexto da cidade ao qual o Loteamento será implementado, Ilha
Soleira cidade do interior do estado de São Paulo possui um lixão a céu aberto, localizado
às margens da Rodovia SP 310, há cerca de 2,3 km da entrada Norte do município. Em
utilização desde 1970, e legalizado desde 1981, o terreno era base para um projeto de
aterro sanitário, desenvolvido pela CETESB, Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo, na tentativa de contornar a situação os resíduos foram cobertos com solo compacto,
mas continuam poluindo o lençol freático da região. Em 2008, houve a inauguração do
novo aterro sanitário, hoje diversas atividades encontram-se em torno como galpões para
reciclagem de materiais, produção de ferramentas para usinagem, produção de blocos
para construção, entre outras.
O aterro dispões de irregularidades e entulho desordenado dos resíduos, mal odor
e presença de catadores.
As propostas sustentáveis ao aterro, tem por objetivo refletir também em todo o
território ilheense.

Destinos e Normatização

As alternativas para os resíduos sólidos, no Brasil, atualmente são limitadas. Entre


elas, os lixões, onde o terreno não tem preparação prévia antes de entulharem os resíduos,
o que faz com que acumulem pragas e insetos, há emissão de CO² e metano para atmosfera
e o lixo ao passar do tempo libera chorume (líquido tóxico da decomposição de detritos)
que polui o lençol freático e os cursos d’água, e é presente em 50% da cidades; existem
também os aterros que em geral, se localizam acima de antigos lixões, onde os resíduos
são cobertos com camadas de terra para diminuir a incidência de pragas e insetos e
minimizar o escape de gases poluentes, mas o chorume continua poluindo o lençol
freático, eles estão presentes em 22% das cidades; e por fim os aterros controlados, que
antes de entulhar os resíduos passam por um processo de impermeabilização com lonas e
argila, então a cada camada de resíduos é sobreposta uma camada de terra, em alguns há
a captação do gás metano para produção de energia e estão presentes em 27% das cidades.
Em 2 de agosto de 2010, foi instituída pela Política Nacional de Resíduos Sólidos,
a Lei 12.305, que tem por objetivo dispor de princípios e diretrizes relativas à gestão de
resíduos sólidos, atribuindo a responsabilidade aos geradores e ao poder público. As
soluções incluem gerenciamento de planos de metas, programas, projetos e ações
correspondentes.
O Plano Nacional determina a extinção dos lixões, a meta é objetiva e com futuros
resultados, porém é um processo lento. Os aterros cresceram em 120% nos últimos anos,
gerando problemas de saúde pública e poluição atmosférica. Um exemplo citado por
Luciano Bastos, especialista em planejamento energético e professor de pós-graduação
em engenharia na UFRJ, são alguns aeroportos localizados na Amazônia, eles não
possuem teto para decolagem e pouso, devido aos lixões ao redor a quantidade de urubus
que existem na região obrigam eles a fecharem durante o dia.
Para aplicação e cumprimento da lei vigente é necessário analisar e avaliar os
melhores métodos para tratamento de resíduos. As prioridades são: não gerar resíduos,
redução, reutilização, tratamento e disposição final. Como pode-se observar na íntegra:
“§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação
energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido
comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação
de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado
pelo órgão ambiental.” (BRASIL,2010)
Para viabilizar o problema, soluções ultra tecnológicas já estão em pesquisa e
desenvolvimento para serem utilizadas no mundo todo. Graças a tecnologia é possível
converter os resíduos em combustíveis, transformar os resíduos plásticos em petróleo,
usar cervejas e refrigerantes velhos para ampliar a emissão de gás metano que pode ser
capturado para produção de energia e até mesmo extrair ouro de celulares velhos, essas
são algumas alternativas hi-tech que podem transformar o cenário atual.
A relevância que o tema tem ganhado em discussões sobre questões ambientais,
fez com que tanto a sociedade quanto outras organizações coloquem a preservação
ambiental em pauta, mudando seus costumes, pensamentos e principalmente suas ações.
A ISO, Organização Internacional de Normalização, para proporcionar qualidade
nos diversos níveis de atuação de empresas, compôs uma série de normas, com requisitos
presentes no Sistema de Gestão Ambiental. Diante do mercado, o certificado da ISO
14001 (que aborda os principais requisitos para as empresas identificarem, controlarem e
monitorarem as questões ambientais), traz diversas vantagens, dentre elas o
aperfeiçoamento da política ambiental interna e proporciona as adaptações necessárias
para um avanço e crescimento saudável sem prejudicar o meio ambiente. Um dos
requisitos da ISSO 14001 é reduzir gastos desnecessários e desperdícios durante a
atividade da empresa, evitando perdas financeira e melhorando a rentabilidade como um
todo. O selo sustentável melhora a imagem da empresa, diante do mercado, indicando
transparência e responsabilidade ambiental, promovendo novas oportunidades de
negócios com empresas que procuram confiança para relações comerciais, principalmente
em relações internacionais, onde as empresas exigem certificados e normas.
A imagem de uma empresa pode se denegrir diante de escândalos ambientais,
como já aconteceu com algumas empresas brasileiras, com grande derrame de petróleo
no mar, queda de barragens, poluição significativa dos recursos naturais como a água,
entre outros. Essas catástrofes ambientais, geram prejuízos financeiros, os erros de
industrias e empresas são passiveis de multas que podem chegar a valores exorbitantes,
chegando à casa dos bilhões. Além dos onerosos gastos, com a imagem danificada, as
alianças de mercado e clientes se perdem, obrigando a empresa a fechar as portas.
O certificado ISO, contribui não só com grandes, mas também pequenos
empreendimentos, ampliando o conhecimento das legislações em vigor na área especifica
de atuação e orienta as principais mudanças que devem ser adotadas para evitar
problemas. O sucesso do certificado do selo, é continuo devido a continuidade do
cumprimento dos requisitos estabelecidos, pois, incentiva as ações necessárias para a área
de gestão ambiental, estimulando a mudança da criação de objetivos para metas palpáveis
e reais.

Responsabilidade Social

Em geral todos os bens de consumo são considerados resíduos em potencial,


dentre eles, todos os resíduos que envolvem atividade humana, dentro e fora das
residências, nos comércios e indústrias, que são descartados após perderem a utilidade. A
partir daí podem ser separados, selecionados e processados.
Produzida pelo Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Articulação
Institucional e Cidadania Ambiental e o Departamento de Cidadania e Responsabilidade
Socioambiental, a Agenda Ambiental na Administração Pública, é uma ferramenta que
auxilia na inserção da responsabilidade socioambiental e da sustentabilidade em todas as
atividades, seja em âmbito federal, estadual ou municipal, em todo território brasileiro.
Dentre os temas abordados, os 5 R’s, que tem por objetivo repensar a necessidade
de consumo e os padrões de produção e descarte adotados, e são eles:
1. Repensar a necessidade de consumo e os padrões de produção e descarte
adotados;
2. Recusar possibilidades de consumo desnecessários que gerem impactos
ambientais significativos;
3. Reduzir o consumo e combater o desperdício para só então destinar o resíduo
gerado corretamente, consumindo menos produtos e dando preferência aos
que tenham maior durabilidade;
4. Reutilizar é uma forma de evitar que vá para o lixo aquilo que não é lixo,
reaproveitando tudo que estiver em bom estado, utilizando a criatividade para
utilizar os resíduos de maneiras diferentes;
5. Reciclar repensando a necessidade de consumo e os padrões de produção e
descarte adotados, transformando os produtos em matéria prima para se iniciar
um novo ciclo de produção consumo-descarte.
Esses termos proporcionam maior reflexão sobre o que consumimos e não pensar
apenas na reciclagem.
Uma das práticas, para separação do lixo, que contribui para a sustentabilidade é
a coleta seletiva. Muitas cidades se organizam, criando pontos de reciclagem, algumas
fornecem descontos no pagamento do IPTU, dando incentivo aos cidadãos já que a
separação do lixo deve ser de consciência coletiva.
O Conama, Conselho Nacional do Meio Ambiente, é um órgão consultivo e
deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto
99.274/90. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria
Executiva é exercida pelo Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente.
Por meio da Resolução n. 275, de 25/04/2001, o Conama estabeleceu o código de
cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e
transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Conforme o padrão, a cor Azul é para a destinação de tipos diferentes de papel,
como o papelão, a cor Vermelha é para a destinação de derivados de plásticos, a cor Verde
é para a destinação de componentes de vidro, a cor Amarela é para destinação de resíduos
de metal, a cor Preta é para resíduos de madeira, a cor Laranja é para resíduos perigosos,
a cor Branca é para resíduos hospitalares e de serviços de saúde, a cor Roxa é de resíduos
radioativos, a cor Marrom é de resíduos orgânicos e a cor Cinza para resíduos em geral,
não recicláveis ou misturado, contaminado não passível de reparação.
As pilhas, baterias que contém composições de chumbo, cádmio, mercúrio e seus
componente, bem como produtos eletrônicos que as contenham de maneira integrada em
sua estrutura, saem do padrão. O Conama seguindo por meio da Resolução n. 257, de 30
de junho de 1999, estipulou que todos esses compostos após seu esgotamento energético,
devem ser entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede
de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias que devem adotar,
diretamente ou por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem,
tratamento ou disposição final.

Tecnologias e Soluções

As tecnologias são capazes de realizar com ecoeficiência todas as etapas desde a


coleta, seleção, tratamento e reintrodução de resíduos na cadeia produtiva e destinação
final dos rejeitos. Visando um projeto de Loteamento autossustentável as tecnologias e
soluções hi-tech a seguir são as mais indicadas, reintroduzindo resíduos a uma vida útil e
econômica dentro do setor urbano.

1. Aterro Hi-tech: A matéria orgânica, se decompõe em aterros liberando gás


metano. O prazo de decomposição nem sempre é tão rápido, o que dificulta o
reaproveitamento do gás para produção de energia. Segundo a Universidade do Arizona,
durante estudos encontraram bifes de 15 anos e jornais de até 30 anos ainda legíveis.
Pensando nisso, a Waste Managemente, uma companhia americana de gestão de
resíduos investiu em estudos e chegou em uma nova solução para degradas o material
orgânico mais rápido. A ideia consiste em instalar encanamentos no solo dos aterros e
circular ar nas camadas superiores e misturas de cerveja e refrigerantes vencidos nas
inferiores. O resultado foi que a produção de metano se tornou quatro vezes mais rápida,
diminuindo a quantidade de resíduos em 35% e ampliando a vida útil do aterro.
Como pode ser observado no Anexo 1, o primeiro fator (1) é a Injeção de ar, que
ocorre de 30 a 60 dias nas camadas superiores, onde estão os resíduos mais recentes. O
que ajuda as bactérias aeróbias a ingerir os ácidos presentes nos restos de comida e gerar
calor, o processo ocorre até o aterro atingir 60º C.
O segundo fator (2) é a Injeção de líquidos que estimula a quebra orgânica e dá
uma dose extra de bactérias anaeróbias. Com o calor e ausência de ácidos orgânicos, elas
decompõem os resíduos imediatamente.
O terceiro fator (3) É a queima do gás para produção de energia, um aterro produz
energia suficiente para abastecer 3.300 casas.

2. Biodigestor: Em Estocolmo, na Suécia, metade dos transportes públicos


circula com combustível gerado a partir do lixo orgânico e esgoto. A proposta é designar
os resíduos de matéria orgânica para biodigestores, em vez dos aterros. Os biodigestores
são usinas com enormes tanques de bactérias que aceleram o processo de decomposição
dos resíduos, aumentando a produção de gás.
O processo gira em torno de 18 dias, o biogás é composto por metano, CO2 e
água, entre outros elementos. O exemplo pode ser observado no Anexo 2.

3. Fábrica de Petróleo: A principal matéria prima de resíduos sólidos é o


petróleo. Uma empresa dos Estados Unidos, chamada Agilyz, localizada em Oregon,
resolveu reverter o processo e tentar obter petróleo dos plásticos, evitando operações
complexas e poluentes para conseguir a matéria prima. No processo os resíduos plásticos
(em diversos estados, sujos e engordurados) são aquecidos até sua forma gasosa e em
seguida passados por um sistema central de condensação.
Como resultado se obtém o petróleo bruto (óleo cru), cerca de dez toneladas de
plástico rendem 2.400 galões de petróleo. O exemplo pode ser observado no Anexo 3.

4. Usina de Açúcar: Uma pequena empresa, startup, americana chamada


Renmatix, desenvolveu uma técnica para transformar sobras de madeira em cristais como
açúcar que podem substituir o petróleo na fabricação de combustíveis, plásticos e
embalagens. Até mesmo produtos químicos com alto valor agregado, como os perfumes.
A técnica utilizada é água em alta pressão e temperatura que dissolve a celulose
dos materiais orgânicos. Esta celulose pode ser fermentada e utilizada para produção de
etanol.

5. Plasma: Os resíduos sólidos perigosos, são os que mais se acumulam devido à


falta de reutilização e fins específicos. Uma nova solução utilizada pelo governo de
Oregon e já implementada em plantas das Forças Aéreas americanas, além de aterros dos
EUA, França e Japão, é o chamado plasma.
Os lixos hospitalares, metais pesados, entre outros contaminantes, são
superaquecidos e triturados, depois jogados em um tanque com oxigênio e vapor d’água
a 815º C. O calor evapora 85% do material, que vira gás e vai para uma câmera de
reaproveitamento.
Os resíduos triturados que resistem a esta etapa, passam para outro tanque com
temperatura de 10.000º C, devido a uma descarga elétrica gerada por dois eletrodos. Então
o material se transforma em plasma, um gás denso e com mais íons, tais características
fazem com que esses átomos percam suas ligações químicas e voltem a forma original,
como carbono e hidrogênio, aos quais são reaproveitados como combustível e
fertilizantes. O plasma é um gás carregado eletricamente, considerado o quarto estado da
matéria que compõe as estrelas.
Os grãos que ainda restam depois de todo esse processo, são embalados em vidro
para fabricação de asfalto e aço. Toda a produção pode ser observada no Anexo 4.

Conclusão

O grande desafio da atualidade é reduzir a quantidade de lixo gerado e a destinação


adequada desses resíduos. Uma solução que se mostra bem pertinente ao problema é a
geração de energia a partir dos resíduos gerados.
Para que o loteamento não agrave a situação da atual forma de descarte praticada
na cidade, é proposto a instalação de um aterro hi-tech que atenderia primeiramente os
resíduos gerados pelo próprio loteamento e em segundo plano possa receber os resíduos
externos do loteamento evitando que mais lixo seja depositado a céu aberto, já que existe
um aterro fora das normas na região, provocando a degradação do meio ambiente e a
contaminação do lençol freático. O aterro hi-tech proporciona a decomposição acelerada
dos resíduos, assim ações migratórias dos resíduos do atual aterro da cidade para o aterro
do loteamento, ocorreriam com a finalidade de promover a recuperação ambiental da área
afetada pelo lixão a céu aberto. Dessa forma o loteamento estaria executando sua
responsabilidade social para com os munícipios.
Os aterros hi-tech têm grande capacidade de degradar os materiais orgânicos mais
rapidamente através de reações causadas por bactéria aeróbias e anaeróbias. A degradação
do material orgânico depositado no aterro do loteamento irá produzir grande quantidade
de gás metano, como o município possui uma hidrelétrica, ou seja, uma energia de fonte
natural, a produção de energia é inviável, porém, a ideia é produzir em uma usina a partir
do metano o combustível Etanol, que será vendido a população local.
Com a instalação de uma usina de plasma o loteamento será capaz de tratar os
resíduos contaminantes como lixos hospitalares e metais pesados. A partir do tratamento
desses resíduos seriam produzidos matéria prima para a fabricação de aço e asfalto.
Como diretriz do loteamento, cada residência deverá ter seu próprio biodigestor
instalado para a captação e tratamento do lixo orgânico gerado por cada família. O
material resultante desta prática será destinado ao uso como fertilizantes e geração de
energia a partir da biomassa.
Os resíduos de construção oriundos de demolições e reformas que venham a
ocorrer dentro ou fora do loteamento terão um posto de coleta, separação e posterior
britagem desses resíduos que servirão de base para matéria prima de pavimentação de
calçadas que podem ser empregadas no interior do loteamento ou comercializadas.
Através da implantação dessas unidades de tratamento dos resíduos sólidos haverá
um grande número de oferta de trabalho dentro do loteamento, tanto para seus moradores
como para todos os habitantes da cidade.
De modo geral, é possível observar a aplicação de resíduos sólidos em diversas
situações, transformando o destino de insumo. Um dos exemplos que possuímos na região
é o Município de Jundiaí-SP, sendo premiada como cidade com o maior aproveitamento
de resíduos. A cidade chega a reutilizar 15 mil toneladas, provando que é possível, não
apenas ser sustentável, mas também que pode ser economicamente viável a reciclagem
para a cidade.
Conclui-se que o loteamento inteligente será beneficiado de inúmeras formas pelo
cuidado consciente dos resíduos, demonstrando por tanto, que o mais eficiente a se fazer
é buscar investir e planejar os passos necessários para transformar um sistema falho de
descarte em um produto de reuso eficaz e inovador.

Abstract: The following article is based on the description and definition on the topic of
solid waste, within the smart allotment project, which was divided into subgroups for in-
depth research on hi-tech technology in their respective areas. Contrary to what is
imagined, there are already researches that seek to remedy the problems generated with
the disposal of solid waste incorrectly and supply the demand for innovation, trying to
guarantee a viable alternative to the mentioned problem, as already happens in many
countries. However, in addition to laws that encourage research progress, tax incentives
are required for companies that generate waste, as fineable rules affect economic
management and are taken more seriously, so innovations are consolidated and set as
standard.

Key words: Solid Waste; Technology; Reuse; Hi-tech.


Referências

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<http://biocomp.com.br/coleta-seletiva/>. Acesso em: 22 mar. 2020.

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CONSULTORIA ISO. Consultoria para certificação ISO 14001. Disponível em:


<https://www.consultoriaiso.org/iso-14001/o-que-e-iso-14001//>. Acesso em: 22 mar.
2020.

GEOLOGIA E ENGENHARIA AMBIENTAL. Os 5Rs da Gestão Ambiental.


Disponível em: < http://www.geoambiente.eng.br/noticia/view/id/13>. Acesso em: 22
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CONAMA. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Código de cores para os diferentes


tipos de resíduo. Brasil: Diário Oficial da União, [2001]. Disponível em:
<http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=291>. Acesso em: 22 mar.
2020.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABAIANA. Campanha de Conscientização para


Coleta Seletiva de Lixo. Disponível em:
<https://itabaiana.se.gov.br/noticia/6186/prefeitura-de-itabaiana-prepara-campanha-de-
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REDE NOSSA SÃO PAULO. “9 soluções para o lixo” – Revista Galileu. Disponível
em: <https://www.nossasaopaulo.org.br/2013/02/22/9-solucoes-para-o-lixo-revista-
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VG RESÍDUOS. Entenda a situação atual do Plano Nacional dos Resíduos Sólidos


(PNRS). Disponível em: <https://www.vgresiduos.com.br/blog/entenda-a-situacao-
atual-do-plano-nacional-dos-residuos-solidos-pnrs/amp/> Acesso em: 21 mar. 2020.

Anexos

Anexo 1 – Aterro Hi-tech.

Fonte: Rede Nossa São Paulo.


Anexo 2 – Biodigestor.

Fonte: Rede Nossa São Paulo.

Anexo 3 – Fábrica de Petróleo.

Fonte: Rede Nossa São Paulo.


Anexo 4 - Fábrica de Plasma.

Fonte: Revista Galileu.

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