2021/2 - ANALISE PRAT. PEDAG. GEOG.

ESTAGIO III – TX
Vitor Vicente Cornélio Soares

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Tema: Lixo urbano

Título: Impactos sociais e ambientais causados pelo descarte incorreto de resíduos

Escola: Coltec

Município: Belo Horizonte/MG

Período de desenvolvimento: 05 aulas - 50 minutos/aula

Público Envolvido: 3º ano do Ensino Médio

Disciplina: Geografia

Competência da BNCC abordada: 03

“Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com a natureza

e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.”

Justificativa: A escolha dessa competência específica se faz, pois ela propõe uma analise
dos paradigmas que conformam o pensamento e os saberes de diferentes sociedades e
povos, dando destaque ao aluno como sujeito, protagonista das mudanças acontecidas no
espaço geográfico, fazendo pensar nas formas de apropriação da natureza, extração,
transformação e comercialização de recursos naturais, as formas de organização social e
política, as relações de trabalho, os significados da produção de sua cultura material e
imaterial e o descarte dela.

No Brasil, os problemas relacionados ao lixo estão se acentuando, seja pelos poucos

recursos empregados pelo Estado na manutenção sustentável dos resíduos bem como pelo
consumo exacerbado da população, que muitas vezes faz descarte incorreto de resíduos, o
que corrobora para o desequilíbrio ambiental.

Habilidade a ser desenvolvida: (EM13CHS304)

“Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições

governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, e
selecionar aquelas que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o
consumo responsável.”

Objetivo Geral: Contextualizar a realidade socioambiental dos alunos, pensando na

metrópole Belo Horizonte, no que se refere a produção de lixo e consequentemente seu
descarte. Buscando uma proposta de intervenção. Conscientização. Mudança de hábitos.

Recursos Didáticos: Quadro, giz, apagador, livro didático, folhas A4, cartolina, pinceis,
aparelho de som, computador, Datashow, textos impressos.
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Aula 1

Apresentação do tema aos alunos, organizar as carteiras da sala para uma roda de conversa
com os mesmos estimulando-os a falar sobre o que sabem sobre o tema proposto. Utilizar o
quadro, lousa, para escrever as contribuições dos educandos sobre o tema.

Tendo como base as perguntas: De onde vem o lixo? Para onde vai? Desenvolver o tema
com as falas dos alunos, dialogo estabelecido com contribuições feitas sobre a fonte
geradora de resíduos e do destino que é dado a esses resíduos; como também o que eles
entendem por lixo e como classificar o lixo (quanto à sua origem).

Disponível em: http://www.revistaensinogeografia.ig.ufu.br/N20/Rel2-%20v11-n20-

Revista-Ensino-Geografia-Freitas-Araujo.pdf.

Após a apresentação, que será introdutória, pedir aos estudantes que a observem a charge
abaixo e, em seguida, elaborem um texto explicando o que está representado, a partir das
questões propostas a seguir.

a) A imagem da charge retrata a situação apenas do litoral ou em sua comunidade também?

b) Na sua opinião, quais as causas para o evento representado?

c) Você acha que esse fenômeno representado tem alguma solução concreta? Justifique sua
resposta.

Aula 2

Apresentação do texto pedido na ultima aula. Os alunos leem os textos produzidos, desta
forma, retomando o assunto e a turma acesse os conhecimentos prévios em comum sobre o
tema.

Após esse primeiro momento o professor cativa a reflexão para as seguintes perguntas:

 Qual o trajeto do seu lixo após ser levado pelo serviço de coleta?
 O que você sabe a respeito do lugar para onde esses resíduos são levados?

Durante essa discussão o professor pode fazer anotações em tópicos com as respostas
apresentadas pelos discentes. Pode também mostrar imagens interessantes sobre o tema,
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como fotos de como ocorre à coleta de resíduos e, ou, explicar curiosidades

como a diferença entre o lixão e o aterro sanitário.

Incentivar a investigação dos alunos propondo uma pesquisa, utilizando livros e internet,
sobre a Lei 12.305/10, bem como o destino que é dado aos resíduos sólidos (aterro
controlado, aterro sanitário e lixão) como também o local onde são descartados esses
resíduos na região metropolitana.

 Sugestão de texto motivador, reportagem do jornal O TEMPO de 09/06/10:

Aterro de Sabará é referência no país

Eficiência evita contaminação e doenças que matam 5 milhões no mundo

Por QUEILA ARIADNE

Cerca de 5,2 milhões de pessoas morrem por ano no mundo vítimas de doenças transmitidas
pelo lixo. É o equivalente a 2,7% da população do Brasil que, por dia, de sacolinha em
sacolinha, produz 150 mil toneladas de resíduos. O problema é onde este lixo vai parar,
pois, segundo dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), de cada
quatro sacolas, três são jogadas em lixões a céu aberto e só uma vai para aterros, que é hoje
o sistema mais eficiente para impedir a contaminação do meio ambiente e combater a
proliferação de doenças. Neste sentido, Belo Horizonte dá exemplo.

A Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Macaúbas, em Sabará, é considerada uma das

mais modernas do país. É para lá que vai todo o lixo da capital mineira e também de Sabará,
Caeté, Nova Lima, Ibirité e Pedro Leopoldo. São 3.500 toneladas por dia, sendo a grande
maioria (2.900 toneladas) produzida pelos belo-horizontinos.

Antônio Henrique Martins é consultor da Vital, empresa que administra o aterro há quatro
anos. Segundo ele, um dos grandes diferenciais é o sistema de armazenamento de chorume -
líquido que escorre do lixo e pode contaminar rios e solos.

Martins explicou que o tanque é totalmente coberto, o que impede a contaminação do solo -
o que pode provocar doenças. "O lixo do aterro gera 600 litros de chorume por dia, mas
nada vai para o solo ou para o rio das Velhas nem para os córregos que passam perto do
aterro. Temos um sistema de drenagem muito eficiente e caminhões-tanque retiram esse
líquido constantemente e o leva para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Arrudas",
ressaltou o consultor.

Monitoramento. De acordo com o engenheiro ambiental da Bioagri Augusto Scheleder, não

basta o sistema de tratamento de chorume ser eficiente. "As empresas têm que monitorar os
rios e apresentar relatórios que comprovem que não há contaminação", ponderou.

O monitoramento acontece na CTR Macaúbas. "São realizadas periodicamente análises das

águas do rio das Velhas, dos córregos e das águas subterrâneas. Em quatro anos de
operação, nunca recebemos qualquer tipo de repreensão dos órgãos ambientais", destacou
Martins.
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O CTR Macaúbas fica a 12 km de Belo Horizonte e a 1,5 km de Sabará, três

vezes mais do que os 500 m de distância de áreas construídas que a legislação
exige. De onde o lixo fica, essa distância é ainda maior. O aterro ocupa 400 hectares. Mas a
área de depósito de resíduos funciona em cem hectares, bem no centro. Os 300 restantes
formam uma reserva ambiental, dos quais 80 hectares são de reserva legal.

Sem urubus

Vigilância. A CTR Macaúbas tem quatro funcionários só para garantir que não haverá a
presença de urubus. Eles vigiam e procuram ninhos. Como o lixo fica debaixo da terra, não
há comida para atrair os animais.

Disponível em: https://www.otempo.com.br/cidades/aterro-de-sabara-e-referencia-no-pais-

1.237546

Aula 3

Exibição da reportagem da TV Brasil, do programa “Caminhos da Reportagem” intitulada

“O Lixo no Brasil”, com a duração de 50 minutos, que tenta responder as seguintes
perguntas: O que fazer com o lixo produzido em casa? Será que o brasileiro está dando o
destino certo a esses resíduos?

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2xDy2KVnU3c

A reportagem é bem detalhada, mostra a vida dos trabalhadores e pessoas que sobreviviam
nos extintos lixões, que deixaram de existir por determinação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS). Além de relatar experiências de agentes comunitários que
souberam usar o lixo para criar novos produtos e gerar empregos para os catadores. Essa
reportagem será um instrumento valioso nessa sequência didática, pois dará a introdução
sobre a Lei 12.305/10 da PNRS e ideias de elaboração a proposta de intervenção para o
problema tema.

Aula 4

Fazendo uso do quadro, retomando a ultima aula para que os alunos interpretem os trechos
lidos e discutam os objetivos, as metas, importância da lei e dificuldades nos cumprimentos
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dessas metas. Dentre os objetivos na PNRS o professor deve destacar: a não

geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos,
bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Para isso o docente pode
fazer questionamentos à turma, por exemplo: O que você sabe sobre os 5R‟s? Por que fazer
reciclagem?

A PNRS também incentiva à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de

matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; promove a
gestão integrada de resíduos sólidos, com articulação entre as diferentes esferas do poder
público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para
tal. Pode indagar os alunos com interrogações tipo: O que significa Responsabilidade
Compartilhada? Para onde é encaminhado o material a ser reciclado?

Fazendo uso de tópicos o professor elenca e explica alguns dos problemas mais frequentes
no descarte inadequados de resíduos:

 Contaminação do solo
 Contaminação do lençol freático:
 Produção de gases tóxicos e malcheirosos
 Atração de animais que transmitem doenças
 Acumulação de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d´água,
podendo ocasionar inundações.
 Poluição Visual

Após a discussão, separando a sala em grupos, para que os alunos formulem hipóteses para
a falta de prática na seleção do lixo gerado pela população. Os grupos confeccionam
material informativo (cartazes), com o que aprenderam sobre PNRS, consumo consciente,
5R‟s (Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar) e os problemas causados pelo
descarte inadequado dos resíduos. O professor deve incentivar que eles façam registros
pessoais, com fotos, das áreas urbanas tomadas por resíduos conhecidas por eles.

Aula 5

No primeiro momento os grupos apresentam o seus cartazes a turma e depois, juntamente

com o professor fixam esse material em áreas comuns da escola. Essa atividade gera
socialização e conscientização, dos outros alunos e dos demais funcionários da escola.

Retornando a sala o professor, pode tirar dúvidas, preguntar sobre a elaboração do trabalho
e praticar questões de vestibulares que envolvem o tema:

1. (Enem 2012) – Para diminuir o acúmulo de lixo e o desperdício de materiais de

valor econômico e, assim, reduzir a exploração de recursos naturais, adotou-se, em
escala internacional, a política dos três erres: Redução, Reutilização e Reciclagem.

Um exemplo de reciclagem é a utilização de

a) garrafas de vidro retornáveis para cerveja ou refrigerante.

b) latas de alumínio como material para fabricação de lingotes.

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c) sacos plásticos de supermercado como acondicionantes de lixo caseiro.

d) embalagens plásticas vazias e limpas para acondicionar outros alimentos.

2. (VUNESP 2009) – Todos os dias, o lixo é produzido em todas as cidades. Existem

formas mais adequadas para o encaminhamento desses resíduos. Isso trará benefício
econômico e ambiental. Por exemplo, restos de alimentos, lixo hospitalar (de
clínicas médicas e odontológicas) e resíduos sólidos (vidros, plásticos, papéis,
metais) devem ser encaminhados, respectivamente, para:

a) usina de compostagem, aterro sanitário e reciclagem.

b) biodigestor, lixão e usina de compostagem.

c) usina de compostagem, incineração e reciclagem.

d) incineração, incineração e lixão.

3. (UNIVAS) – O lixo urbano é responsável por vários impactos ambientais. Mesmo

este não sendo um problema exclusivo das grandes cidades, é nelas que ele se torna
um grande desafio para as administrações públicas. Sobre as formas de
recolhimento e contaminação do lixo urbano é correto afirmar:

Observe as alternativas e assinale a opção de acordo com as respostas.

1. Os lixões e aterros sanitários, normalmente, são localizados na periferia, e recebem lixo

das cidades. É frequente, porém, pessoas usarem os terrenos abandonados ou da própria rua
para esse fim.

2. Os aterros sanitários são locais onde o lixo fica a céu aberto, em zonas de mata, afastado
dos rios e da periferia.

3. Além do mau cheiro, da poluição visual e da presença de ratos e insetos, os aterros e os

lixões trazem outras consequências para as áreas onde estão situados. O chorume e os
resíduos sólidos do lixo afetam a saúde da população do entorno, geralmente formada por
pessoas de baixa renda.

4. A decomposição da matéria orgânica do lixo produz um resíduo fétido e ácido que

evapora e não polui os solos e as águas.

a) Quando as alternativas 1, 2 e 3 estiverem corretas.

b) Quando as alternativas 1 e 3 estiverem corretas.

c) Quando as alternativas 2 e 4 estiverem corretas.

d) Quando somente a alternativa 4 estiver correta.

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e) Quando todas as alternativas estiverem corretas.

4. (UFSCar-2006) – Nas zonas urbanas das grandes cidades, cada habitante produz
cerca de 1kg de lixo diariamente. A maior parte desse material acaba sendo
depositada em lixões ou aterros sanitários. Sobre esses dois métodos de destinação
do lixo, pode-se dizer que

a) os lixões são mais indicados que os aterros apenas quando localizados fora do perímetro
urbano e quando houver controle sobre o acesso de pessoas.

b) lixões e aterros apresentam o inconveniente de inviabilizar a coleta seletiva do lixo e a

reciclagem de material.

c) os aterros apresentam a vantagem de minimizar o risco de transmissão de doenças, mas

são desvantajosos porque não impedem a contaminação do solo e das águas subterrâneas.

d) os lixões mantêm o lixo exposto a céu aberto, atraindo animais e provocando mau cheiro.
Quando cobertos com lona ou mantidos sob galpão, são denominados aterros sanitários.

e) os aterros, assim como os lixões, produzem gás metano e chorume, mas nos aterros há
controle sobre a produção e drenagem desses produtos, de modo a não contaminar o solo e a
atmosfera.

Conclusão

Fica claro, portanto, que medidas fazem-se necessárias para solucionar os problemas
relacionados ao lixo no Brasil. Posto isso, é preciso que o Estado elabore políticas públicas,
além das PNRS, voltadas para a manutenção dos resíduos, por meio de uma parceria com
nações internacionais, a fim de se desenvolver recursos avançados para redução dos
impactos ambientais ocasionados pelo lixo. Cabe à escola fomentar o combate às práticas
de consumo desenfreadas, através do diálogo sobre essa temática, e, principalmente,
cortando esse hábito de descartar resíduos em local inapropriado, para que possam ser
formados cidadãos conscientes dos prejuízos do consumismo, consequentemente do Lixo.
Decerto, assim, poder-se-á construir, através da educação, um Brasil mais sustentável e
desenvolvido.

Bibliografia

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aplicado a resíduos sólidos – Redução de emissões

na disposição final. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em:
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/agendaambientalurbana/lixao-zero Acesso em
10/02/2022

Destino do lixo – doenças relacionadas ao lixo. Universidade Federal do Rio de Janeiro –

UFRJ. Disponível em: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/lixo1.htm Acesso em
13/02/2022
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Vitor Vicente Cornélio Soares

Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ministério do Meio Ambiente.

Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais
Acesso em 14/02/2022

O que é Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)? Disponível em:

https://www.ecycle.com.br/politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs/ Acesso em
14/02/2022