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Tubos de Cobre Split Prof Valter v1 PDF
Tubos de Cobre Split Prof Valter v1 PDF
Objetivo
O objetivo deste material é fornecer condições de que mecânicos técnicos e
engenheiros envolvidos em projetos e instalação de condicionadores de ar do tipo Air-
Split (Sistema Dividido) sejam capazes de determinar o diâmetro da tubulação de
cobre utilizadas na instalação destes equipamentos.
Sabemos bem que em geral os fabricantes dos condicionadores de ar, tipo
split, fornecem os diâmetros para as tubulações utilizadas em seus equipamentos,
mas que muitas vezes existem condições em que os catálogos do fabricante parecem
faltar informações precisas sobre qual diâmetro escolher, para uma determinada
condição de instalação, sendo assim, este conteúdo escrito será muito útil para
solucionar estas dúvidas.
Recomendação
Para que seja mais fácil o entendimento do princípio de determinação do
dimensionamento da tubulação de cobre para condicionador de ar do tipo Air-Split,
que consta neste texto, é recomendável que se leia antes o material técnico publicado
neste Site, da Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” intitulado de “Perda de Carga”.
Tubos de cobre
De maneira geral, o tipo de material empregado para tubulações que
conduzem fluido refrigerante depende da dimensão e da natureza da instalação
frigorífica, do fluido refrigerante usado, do custo dos materiais e de mão de obra.
Contudo, para instalações de condicionadores de ar do tipo split que, como a
maioria das instalações de refrigeração utiliza como fluido refrigerante o R22, o mais
comum é utilizar tubos de cobre.
Observação
O fluido refrigerante R22 é do tipo halogenado. Outros fluidos refrigerantes
dessa família são R134a, R410A, por exemplo.
Os tubos de cobre podem ser escolhidos de acordo com o tipo de tratamento
térmico ao qual o metal foi submetido durante seu processo de fabricação. Esse
tratamento é chamado de têmpera.
Em instalações de condicionamento de ar do tipo split são utilizados os tubos
de cobre de têmpera dura, que são tubos do tipo rígido, vendidos em barras,
conhecidos como tubos do tipo k. Este tipo de tubo, após instalação da tubulação que
normalmente fica aparente, apresenta um bom visual quando a instalação fica pronta.
Os tubos de cobre do tipo têmpera branda, comercializados em rolos,
conhecidos como tubos do tipo L, são muito utilizados nas instalações dos
condicionadores de ar split, devido à facilidade que apresentam durante a instalação,
já que podem ser facilmente dobrados e carregados.
Apesar desses tubos já terem suas medidas padronizadas em mm (milímetros)
no sistema internacional de medidas, é muito comum no Brasil, a comercialização no
antigo sistema britânico, ou seja, em polegada. A tabela a seguir apresenta as
medidas de tubos de cobre do tipo L com suas dimensões em polegadas e em mm.
Perda de Carga
Sempre que um fluido se desloca no interior de uma tubulação dois fenômenos
acontecem:
1) o atrito deste fluido com as paredes internas desta tubulação,
2) turbulência do fluido com ele mesmo.
Esse fenômeno faz com que a pressão que existe no interior da tubulação vá
diminuindo gradativamente à medida que o fluido se desloca dentro da tubulação.
Essa diminuição da pressão é conhecida como perda de carga.
A perda de carga diminui a eficiência do sistema frigorífico, fazendo com que o
compressor tenha que executar um maior esforço para movimentar o fluido,
dimuinuindo o seu tempo de vida útil, além de acarretar uma diminuição da
capacidade frigorifica do sistema e aumentar o consumo de energia elétrica.
Como é impossivel evitar a perda de carga, a ASHRAE (American Society of
Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers, ou seja, Sociedade Americana
de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado) que é uma
associação de normalização internacionalmente aceita e prestigiada, estabeleceu uma
norma para a máxima perda de carga admitida para as tubulações de refrigeração.
No caso da tubulação de sucção, que emprega fluido refrigerante R-22,
utilizado nas instalações de split, o valor desta perda de carga máxima pode ser
verificada na tabela a seguir.
kPa bar psi
Perda de Carga 18 0,18 2,6
m/s
Linha Horizontal 2,5
Linha Vertical 5,0
Velocidade Máxima 20
Velocidades mínimas recomendadas para a linha de descarga
½ 12 1,4 1,0
¾ 19 2,0 1,4
2½ 54 1,6 1,0
Assim, na tabela, é possível verificar que uma curva de raio pequeno com
diâmetro de ¾ de polegada apresenta uma perda de carga do fluido refrigerante
equivalente à passagem por um trecho reto do mesmo tubo com 2,0 m de
comprimento.
Observe um exemplo de uma curva de raio pequeno em uma tubulação de
cobre, representada na ilustração a seguir.
5m
Curva de
Raio Pequeno 2m
Tubo de Cobre Diâmetro ½”
Exemplo 2
Vamos imaginar um outro exemplo prático para a utilização da tabela. Neste
caso, será utilizado o mesmo condicionador tipo split de 12.000 BTB/h, mas com a
configuração de tubulação mostrada a seguir.
Repare que a unidade condensadora esta instalada acima da unidade
evaporadora. Lembre-se de que esta condição é desfavorável, pois dificulta o retorno
do fluido refrigerante. Para esta configuração de instalação, o fabricante da unidade
condicionadora tipo Split recomenda, em seu catálogo, uma tubulação de sucção com
diâmetro de ½ polegada e a altura máxima entre as unidades. Não existe no catálogo
técnico deste fornecedor nenhuma informação sobre a localização da unidade
condensadora em relação à unidade evaporadora. Vamos verificar se a
recomendação de utilizar o tubo de diâmetro de ½ está correta. Para facilitar os
nossos cálculos, vamos seguir a seguinte ordem:
1 – Determinar o comprimento equivalente
A configuração indica que a tubulação tem
a) 6,5m de tubo reto (5,5 + 0,5 + 0,5).
b) 8 cotovelos longos (um na entrada da condensadora, quatro no sifão
intermediário e mais três no sifão invertido na saída da evaporadora).
Vamos supor que o tubo a ser utilizado deverá ser o de 5/8 polegadas, ao invés
do de ½ polegada recomendada pelo fabricante.
Utilizando a tabela de comprimento equivalente e construindo uma tabela para
o comprimento equivalente total da instalação, determinamos que:
3
6 10631 18136 28040
15 12 3534 8262 15506 26410 40781
18 4412 10299 19307 32855 50696
25 5277 12302 23041 39181 60422
formado pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) em 1981, e atuado em diversas empresas
Atual professor do SENAI Oscar Rodrigues Alves (Refrigeração e Condicionamento de Ar) nas