Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA GUIGNARD
ANTIARTE:
Análise das Manifestações Artísticas de Lygia Clark e Hélio Oiticica
Belo Horizonte
2019
JORGE EULAMPIO MONTEIRO JUNIOR
ANTIARTE:
Análise das Manifestações Artísticas de Lygia Clark e Hélio Oiticica
Belo Horizonte
2019
RESUMO
Fonte: artefazparte.com
A proposição “Caminhando” (1963) da artista Lygia Clark é uma experiencia que utiliza
apenas uma tira de papel, para ser cortada pelo espectador com uma tesoura. A ação
do recorte é o principal, e quando finalizada a ação, a “obra” termina, ou seja, existem
as relações do espectador com a ação, com o tempo e havendo o trabalho imaterial
sobre a matéria. Ainda assim, o artista não deixa de existir, ele apresenta-se apenas
como idealizador da situação.
Fonte: casaoca.com.br
Outro trabalho subsequente de Clark foi a série “Bichos” (1965), que por sua vez, são
esculturas de metal geométricas com dobradiças, permitindo a maleabilidade das
peças, criando a ideia de orgânico, mas também abstrato. As formas das esculturas
estavam sobre o controle do espectador, que mais uma vez tornou-se o “artista”. A
diversidade de formas atribuídas a mesma peça que se modifica a cada intervenção
dos espectadores faz com que o conjunto das possibilidades seja uma “obra” coletiva.
Fonte: gvcult.blogsfera.uol.com
A galeria “Cosmococa” idealizada por Hélio Oiticica e pelo cineasta Neville D’Almeida
em 1973, é um projeto de cinco salas com instalações contrastantes que remetem as
sensações do uso da cocaína através de pisos, sons, imagens projetadas, luzes e
outros elementos os quais o espectador tem a experiencia sensorial transmitida pelo
espaço construído e a reunião das sensações de todos os espaços juntos é o
resultado final. A “Cosmococa” se destaca por ser uma obra arquitetônica e a própria
“obra” de arte, sendo um só, fugindo da ideia de ocupação das galerias. É uma
edificação que une a produção de sensações e necessita do espectador para que
estas sejam ativadas, só assim completa a experiência, juntando o material e o
imaterial novamente.
Fonte: longe.obviousmag.org
O “Parangolé” é definido pelo próprio artista como sua Anti-Obra (OITICICA, 1966).
Helio Oiticica desvia-se por completo da arte daquele tempo e cria, no final da década
de 60, uma capa feita a partir de bandeiras e estandartes para que os espectadores
vistam e saiam da perspectiva de público e atuem como arte em uma obra-ação-
multisensorial. A dança também faz parte, o Samba entra de forma a colocar os
participantes em ações não coreografadas, tornando-se algo único. É uma experiência
que trabalha o ápice das relações entre tempo-espaço e interação com o espectador,
tem sua materialidade, mas o espectador também é a “obra”, não somente suas
ações.
CONCLUSÃO
Lygia Clark e Hélio Oiticica se destacam por suas realizações na Antiarte, pois
conseguem realizar feitos que ajudam a romper o sistema e abrir novas perspectivas.
MORAIS, Frederico. Contra a Arte Afluente: O Corpo é o Motor da “Obra”. Vol.1, no.
64. Rio de Janeiro: Revista de Cultura Vozes, 1970: 45- 59.