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Segurança na Operação
de Caldeiras
Sumário
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
NR-13 – ANEXO IA ....................................................................................................................... 5
CURRÍCULO MÍNIMO PARA "TREINAMENTO DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE CALDEIRAS" .......... 5
01 - NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS .................................................................................. 7
DEFINIÇÕES BÁSICAS .................................................................................................................... 7
PRESSÃO ....................................................................................................................................... 7
CALOR E TRANSMISSÃO DE CALOR .............................................................................................. 13
ELETRICIDADE ............................................................................................................................ 23
02 – CALDEIRAS - CONDIÇÕES GERAIS .............................................................................. 34
Componentes de uma caldeira ................................................................................................ 38
Princípio de Funcionamento ................................................................................................... 55
Balanço Térmico..................................................................................................................... 55
CALDEIRAS FLAMOTUBULARES ................................................................................................... 56
Classificação .......................................................................................................................... 56
Caldeira Vertical .................................................................................................................... 56
Caldeira Horizontal ................................................................................................................ 57
Caldeiras Escocesas ............................................................................................................... 60
CALDEIRAS AQUATUBULARES ..................................................................................................... 62
Classificação .......................................................................................................................... 62
Caldeiras de Tubos Retos........................................................................................................ 62
Caldeiras de Tubos Curvos ..................................................................................................... 64
Caldeiras com Circulação Forçada ........................................................................................ 65
Outros Tipos de Caldeiras Aquatubulares ............................................................................... 67
Aplicação e Utilização das Caldeiras Aquotubulares .............................................................. 72
CALDEIRAS ELÉTRICAS ............................................................................................................... 72
Caldeiras Elétricas tipo Resistência ........................................................................................ 74
Caldeiras Elétrica tipo Eletrodo Submerso ............................................................................. 74
Caldeiras Elétrica tipo Jato de Água ...................................................................................... 75
Geradores de Água Quente ..................................................................................................... 77
Aplicações dos Geradores Elétricos de Vapor de Água ........................................................... 77
Escolha do Equipamento ........................................................................................................ 78
Análise Técnica e vantagens dos Geradores de vapor e Água Quente ..................................... 79
Operação em Paralelo com Outras Caldeiras ......................................................................... 79
03 – OPERAÇÃO DE CALDEIRAS ........................................................................................... 82
CALDEIRA FLAMOTUBULAR DE COMBUSTÍVEL SÓLIDO ................................................................ 82
Procedimentos de Partida ....................................................................................................... 82
Procedimentos de Parada ....................................................................................................... 86
CALDEIRA FLAMOTUBULAR DE COMBUSTÍVEL LÍQUIDO .............................................................. 89
Procedimentos de Partida ....................................................................................................... 89
Procedimentos de Parada ....................................................................................................... 92
REGULAGEM E CONTROLE DE CALDEIRA ..................................................................................... 93
Procedimentos e Parâmetros Operacionais de Rotina ............................................................. 93
CONTROLE DE TEMPERATURA DO VAPOR .................................................................................... 99
Fatores que afetam a temperatura do vapor.......................................................................... 101
REGULAGEM E CONTROLE DE PRESSÃO ..................................................................................... 101
REGULAGEM E CONTROLE DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ....................................................... 102
MANUTENÇÃO PREVENTIVA ...................................................................................................... 102
Manutenção Diária ............................................................................................................... 102
Manutenção Semanal ............................................................................................................ 103
ROTEIRO DE VISTORIA DIÁRIA................................................................................................... 104
OPERAÇÃO DE UM SISTEMA DE VÁRIAS CALDEIRAS ................................................................... 106
PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA ..................................................................... 107
04 - TRATAMENTO DE ÁGUA DE CALDEIRAS ................................................................. 110
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Introdução
NR-13 – Anexo IA
Currículo Mínimo para "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras"
1. Noções de grandezas físicas e unidades Carga horária: 4 (quatro) horas
1.1. Pressão
1.1.1. Pressão atmosférica
1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta
1.1.4. Unidades de pressão
1.2. Calor e temperatura
1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura
1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido
1.2.6. Tabela de vapor saturado
2. Caldeiras - considerações gerais Carga horária: 8 (oito) horas
2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações
2.2. Partes de uma caldeira
2.2.1. Caldeiras flamo tubulares
2.2.2. Caldeiras aquotubulares
2.2.3. Caldeiras elétricas
2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos
2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos
2.2.6. Caldeiras a gás
2.2.7. Queimadores
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeiras
2.3.1. Dispositivo de alimentação
2.3.2. Visor de nível
2.3.3. Sistema de controle de nível
2.3.4. Indicadores de pressão
2.3.5. Dispositivos de segurança
2.3.6. Dispositivos auxiliares
2.3.7. Válvulas e tubulações
2.3.8. Tiragem de fumaça
3. Operação de caldeiras Carga horária: 12 (doze) horas
3.1. Partida e parada
3.2. Regulagem e controle
3.2.1. de temperatura
3.2.2. de pressão
3.2.3. de fornecimento de energia
3.2.4. do nível de água
3.2.5. de poluentes
3.3. Falhas de operação, causas e providências
3.4. Roteiro de vistoria diária
3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras
3.6. Procedimentos em situações de emergência
4. Tratamento de água e manutenção de caldeiras Carga horária: 8 (oito) horas
4.1. Impurezas da água e suas consequências
4.2. Tratamento de água
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Definições Básicas
PROCESSO
É uma mudança do estado que pode ser definida como qualquer mudança nas
propriedades da substância. Uma descrição de um processo típico envolve a
especificação dos estados de equilíbrio inicial e final.
SUBSTÂNCIA PURA
É qualquer substância que tem composição química invariável e homogênea. Ela
pode existir em mais de uma fase (sólida, líquida ou gasosa), mas a composição química
é a mesma em todas as fases.
Pressão
Torricelli verificou que o mercúrio contido no tubo desceu até parar na altura de
76cm acima do nível do mercúrio contido no recipiente aberto. Por que todo o mercúrio
do tubo não desceu para o recipiente? Simplesmente porque a pressão atmosférica,
agindo sobre a superfície livre do mercúrio contido no recipiente, equilibrou a pressão
exercida pela coluna de mercúrio contida no tubo (Figura 2).
Torricelli concluiu que a pressão atmosférica equivale à pressão exercida por uma
coluna de mercúrio de 76cm de altura ao nível do mar; para esse valor deu o nome de
atmosfera, cujo símbolo é atm.
Assim, 1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg.
O aparelho inventado por Torricelli foi denominado barômetro. Posteriormente,
foram realizadas várias experiências para medir a pressão atmosférica em diferentes
altitudes e chegou-se à conclusão de que a pressão atmosférica varia com a altitude. De
fato, a cada 100m de variação na altitude, a pressão atmosférica varia 1cm de coluna de
mercúrio. Nos lugares elevados, a pressão diminui; nos lugares mais baixos, aumenta.
A unidade mmHg é chamada Torricelli (Torr):
9
1mmHg = 1 Torr,
(
P = 101,325 .10 3 1 − 2,25577 .10 −5 H )
5, 2559
(Pa )
Figura 3 – Manômetro
PA = PB
PSISTEMA = PATM + PLÍQUIDO
PSISTEMA = PATM + g.h
PMANOMÉTRICA = g.h
PRESSÃO ABSOLUTA
A pressão absoluta é a pressão positiva a partir do vácuo completo.
UNIDADES DE PRESSÃO
Segundo o Sistema Internacional (SI), a unidade de força é o Newton (N) e a
unidade de área é o metro quadrado (m2). Como pressão é a força exercida por unidade
F N
de área, isto é, = , sua unidade, segundo o SI, é . Esta unidade recebe o nome de
A m2
pascal (Pa).
N
Assim , 1 = 1 Pa
m2
N → kg.m/s2
1 kgf → 9,81 N
1N → 0,102 kgf
VÁCUO
Vácuo é o termo que designa ausência de matéria em um espaço. A ciência admite
que ainda não é possível produzir vácuo perfeito. Portanto, vácuo em espaço fechado, por
exemplo, no interior de um refrigerador, significa que esse espaço tem gases a uma
pressão bastante inferior à pressão atmosférica.
A pressão atmosférica, ao nível do mar, vale 1,03 kgf/cm 2 ou 14,7 lbf/pol2 ou 1
atm ou 760 mmHg, a 0ºC de temperatura. Assim um espaço fechado cuja pressão seja
bastante inferior a 1,03 kgf/cm2 ou 760mmHg será considerado vácuo. Para o sistema de
refrigeração, onde normalmente a pressão de vácuo deve ter valor muito inferior a
1mmHg, adota-se a unidade militorr (mmTorr), equivalente a 0,001mmHg ou 10 3 Torr.
Esse valor não pode ser medido com manômetros comuns. Nas pressões com
valores abaixo de 1 Torr usam-se medidores eletrônicos de vácuo, que indicam pressões
abaixo de 50 mmTorr.
Vacuômetro
É um instrumento utilizado para medir vácuo. O vacuômetro utilizado em
refrigeração é o eletrônico.
Este vacuômetro tem duas escalas que dão leitura direta:
→ A escala A, de baixo, dá a leitura em miliAmpères.
→ A escala B, de cima, dá leitura em Torr.
12
Esta escala é apresentada com potenciação negativa, isto é, 10 -3, 10-2, 10-1, 100.
Para que você possa ler essa escala, vamos relembrar o que você aprendeu sobre
potenciação.
Um número elevado a um expoente deve ser multiplicado por si mesmo tantas
vezes quanto o valor do expoente indicar.
Assim,
101 = 10
102 = 10 x 10 = 100
103 = 10 x 10 x 10 = 1000
modo como são processadas, as mudanças de estado físico ou mudanças de fase recebem
nomes especiais.
A Fusão e a Vaporização são transformações que absorvem calor e por isso são
chamadas endotérmicas. A Solidificação e a Liquefação se processam com
desprendimento de calor e são denominadas exotérmicas.
Conforme a maneira de se processar a vaporização, que é a passagem do estado
líquido para o gasoso, ela recebe nomes diferentes. A evaporação ocorre mediante um
processo lento que se verifica apenas na superfície do líquido, seja qual for a sua
temperatura. A ebulição se dá mediante um processo tumultuoso, e a vaporização se
verifica em toda a massa líquida. Ela ocorre numa determinada temperatura, chamada
temperatura de ebulição, que pode variar de acordo com a pressão. A calefação é um
processo rápido, numa temperatura superior à temperatura de ebulição da substância (é o
que acontece quando se joga água numa chapa de fogão bem aquecida)
Todos os corpos possuem energia térmica, que é a energia associada ao estado de
agitação das partículas que o compõem. A temperatura é a medida dessa agitação.
Quanto maior a temperatura, mais agitadas estão as partículas, i.e., mais energia térmica
está presente. Todavia, um aumento da energia térmica não eleva necessariamente a
temperatura de um corpo, notadamente quanto este corpo está sofrendo uma mudança de
estado físico. Quando o gelo, e.g., está se fundindo, i.e., passando para o estado líquido,
a temperatura de fusão permanece constante, apesar do aumento de energia térmica.
Quando dois corpos com temperaturas diferentes são postos em contato,
espontaneamente há transferência de energia térmica do corpo mais quente para o mais
frio, até ser atingido o equilíbrio térmico. Isso é transmissão de calor, e pode ocorrer
segundo três processos diferentes: Condução, convecção e radiação.
Condução é o processo de transmissão de calor em que a energia térmica passa
de um local para outro através de partículas existentes entre eles. Na região mais quente
as partículas têm mais energia e vibram com maior intensidade; essa vibração se
transmite de molécula para molécula até o extremo oposto, espalhando calor pelo corpo
inteiro.
Convecção é o processo de transmissão de calor com formação de correntes em
que as moléculas de matéria sobem e descem. A convecção só ocorre em fluidos (líquidos
e gases). A convecção pode ser natural, quando ocasionada por diferença de densidades
devido à diferença de temperaturas entre as massas do fluido, ou forçada, quando
ocasionada por bombas ou ventiladores.
No verão, o ar resfriado deve ser introduzido nas salas pela parte superior para
que, devido a sua densidade, desça e provoque a circulação de ar. No inverno, o ar quente
deve ser introduzido pela parte inferior da sala. Se ocorresse o contrário, o ar frio (mais
denso) continuaria embaixo e o ar quente (menos denso) continuaria em cima, não
havendo, portanto, circulação.
Nos refrigeradores residenciais, o evaporador é sempre instalado na parte superior,
para que o ar resfriado desça, dando lugar ao ar mais quente, que sobe ao receber calor
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Quando a água atinge 100ºC uma transferência adicional de calor implica em uma
mudança de fase como mostrado na Figura 6.b para a Figura 6.c, isto é, uma parte do
líquido torna-se vapor e, durante este processo, a pressão permanecendo constante, a
temperatura também permanecerá constante mas a quantidade de vapor gerada aumenta
consideravelmente (aumentado o volume específico), como mostra a Figura 6.c. Quando
a última porção de líquido tiver vaporizado (Figura 6.d) uma adicional transferência de
calor resulta em um aumento da temperatura e do volume específico como mostrado na
Figura 6.e e Figura 6.f
CALOR ESPECÍFICO
Calor Específico indica a quantidade de calor que cada unidade de massa do corpo
precisa receber ou ceder para que sua temperatura possa variar de um grau. É uma
característica natural da substância, isto é, cada substância tem seu calor específico. Os
metais são substâncias de baixo calor específico, por isso, quando cedem calor sofrem
grandes variações de temperatura.
O calor específico depende do estado físico do sistema, sendo maior no estado
líquido do que no sólido. O calor específico dos sólidos e líquidos mudará
consideravelmente se o intervalo de variação da temperatura for muito grande. Para os
gases, o calor específico também varia com a pressão e o volume.
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CALORIA
Quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um quilograma de
água destilada de 1ºC.
CALORIMETRIA
A calorimetria estuda a medida das quantidades de calor trocadas entre sistemas
com diferentes temperaturas colocados em contato.
O Calor já era investigado quantitativamente bem antes de ser demonstrada sua
natureza energética, o que levou os pesquisadores a estabelecer o conceito de quantidade
de calor. Sendo o calor uma forma de energia, sua quantidade pode ser medida com a
mesma unidade com que se medem outras formas. No Sistema Internacional (SI) de
unidades, a quantidade de calor é medida em Joule (J). Entretanto, no campo da
refrigeração são usadas outras unidades, como a caloria (cal) e a quilocaloria (kcal). Os
países de língua inglesa usam o British Thermal Unit (BTU) como unidade.
Uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar de 14,5ºC a 15,5ºC a
temperatura de um grama de água pura a pressão normal. Inversamente, se retirarmos
uma caloria de um grama de água com temperatura de 15,5ºC, a pressão normal, obtemos
14,5ºC. Uma BTU é a quantidade de calor necessária para aquecer 1lb (1 libra-massa =
435,6g) de água pura de 58,5ºF a 59,5ºF, sob pressão normal. É comum aparecer nos
manuais técnicos de refrigeração as mais variadas unidades de calor, com seus múltiplos
e submúltiplos.
ENTALPIA
É o calor total ou o calor contido em uma substância, expresso em kcal/kg.
LÍQUIDO SATURADO
Se uma substância existe como líquido à temperatura e pressão de saturação, esta é
chamada de Líquido Saturado.
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TÍTULO
Quando uma substância existe parte líquida e parte vapor, na temperatura de
saturação, a relação entre a massa de vapor pela massa total (massa de líquido + massa
de vapor) é chamada de Título e representada por X, matematicamente:
mV mV
X= =
mT mL + mV
VAPOR SUPERAQUECIDO
Quando o vapor está a uma temperatura maior que a temperatura de saturação, o
mesmo é chamado de Vapor Superaquecido. A pressão e a temperatura do vapor
superaquecido são propriedades independentes, pois a temperatura pode ser aumentada
mantendo-se uma pressão constante. Em verdade, as substâncias que chamamos de gases
são vapores altamente superaquecidos.
VAPOR SATURADO
Se uma substância existe como vapor na temperatura de saturação, esta é chamada
de vapor saturado. Neste caso o Título é igual a 1 (X=1) ou 100% pois a massa total (mT)
é igual a massa de vapor (mV). Frequentemente usa-se o termo “Vapor Saturado Seco”
para esta situação.
TEMPERATURA
Temperatura é uma propriedade intrínseca da matéria. É uma medida do nível da
intensidade calorífica de pressão térmica de um corpo. Uma elevada temperatura indica
um alto nível de pressão térmica e diz-se que o corpo está quente. Da mesma forma, uma
baixa temperatura indica um baixo nível de pressão térmica e diz-se que o corpo está frio.
A temperatura é uma função da energia cinética interna e, como tal, é um índice da
velocidade média molecular.
A temperatura é uma grandeza escalar, é uma variável termodinâmica. Se dois
sistemas estão em equilíbrio termodinâmico, pode-se afirmar que as suas temperaturas
são iguais.
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Temperatura Ambiente
A temperatura do ar em um espaço, e.g., a temperatura de uma sala.
Temperatura de Saturação
O termo designa a temperatura na qual se dá a vaporização de uma substância pura
a uma dada pressão. Essa pressão é chamada Pressão de Saturação para a temperatura
dada. Para a água, por exemplo, a 100ºC, a pressão de saturação é de 1,033 kgf/cm² ou,
estando a água a 100ºC, a pressão de saturação é de 1,033 kgf/cm².
Para uma substância pura há uma relação bem definida entre a pressão de saturação
e a temperatura de saturação.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
1) Durante a mudança de fase de líquido-vapor à pressão constante, a temperatura
se mantém constante; observamos assim a formação de patamares de mudança de fase
em um diagrama de propriedades no plano T x v ou P x v, como mostrado na Figura 7.
Quanto maior a pressão na qual ocorre a mudança de Fase líquido-vapor maior será a
temperatura.
PONTO TRIPLO
Corresponde ao estado no qual as três fases (sólido, líquido e gasosa) se encontram
em equilíbrio. A Figura 8 mostra um diagrama de fases (P x T). Para qualquer outra
substância o formato do diagrama é o mesmo.
Uma substância na fase vapor com pressão acima da pressão do ponto triplo muda
de fase (torna-se líquido) ao ser resfriada até a temperatura correspondente na curva de
pressão de vapor. Resfriando o sistema ainda mais será atingida uma temperatura na qual
o líquido irá se solidificar. Este processo está indicado pela linha horizontal 1→2→3 na
Figura 8.
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Para uma substância na fase sólida com pressão abaixo da pressão do ponto triplo
ao ser aquecida observe que, mantendo a pressão constante, será atingida uma
temperatura na qual ela passa da fase sólida diretamente para a fase vapor, sem passar
pela fase líquida, como mostrado na Figura 8 no processo 4→5.
Como exemplo a pressão e a temperatura do ponto triplo para a água corresponde
a 0,6113 kPa e 0,01ºC respectivamente.
ESCALAS TERMOMÉTRICAS
As escalas termométricas usuais são:
▪ A Celsius, inventada em 1742 pelo sueco Anders Celsius (1701 – 1744);
▪ A Fahrenheit, de Gabriel Fahrenheit (1686 – 1736), utilizada pelos países de
língua inglesa (exceto a Grã-Bretanha).
A escala absoluta relacionada com a escala Celsius é chamada de escala Kelvin (em
honra a Willian Thomson, 1824 – 1907, também chamado Lord Kelvin) e designada por
K. A escala absoluta relacionada à escala Fahrenheit é chamada de escala Rankine, e
designada por ºR.
tc =
5
(t F − 32) = TK − 273,15
9
22
Onde:
TK – Temperatura em Kelvin (K)
TR – Temperatura em Rankine (R)
tc – Temperatura em Celsius (ºC)
tF – Temperatura em Fahrenheit (ºF)
TERMÔMETROS
O instrumento usado para medir temperatura é o termômetro. O mesmo pode
utilizar diversas grandezas físicas como medida de temperatura, entre elas, o volume de
um líquido, o comprimento de uma barra, a resistência elétrica de um fio, etc. Assim,
pode-se utilizar o mercúrio para baixas temperaturas, o álcool para temperaturas muito
baixas e, ao contrário, pode-se usar um par termoelétrico ou a dilatação de uma barra para
altas temperaturas.
Para isso, houve necessidade de se tomar uma referência, ou seja, todos os
termômetros devem fornecer a mesma temperatura em uma determinada situação
controlada. Assim, em 1954, na Décima Conferência de Pesos e Medidas, as medidas de
temperatura foram redefinidas em termos de um único ponto fixo. Esse ponto fixo foi
escolhido a partir da água, ou seja, um ponto em que o gelo, a água líquida e o vapor
d’água coexistam em equilíbrio: o ponto triplo da água. Esse ponto só pode ser
conseguido para uma mesma pressão (a pressão do vapor d’água é de 4,58 mmHg). A
temperatura deste ponto fixo (ponto triplo) foi estabelecida como padrão, ou seja, como
273,16 graus Kelvin e 0,01 graus na escala Celsius.
Pode-se observar ainda uma escala absoluta de temperatura. Com base na segunda
lei da termodinâmica pode-se definir uma escala de temperatura que é independente da
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Eletricidade
Cada equipamento está programado para trabalhar com determinada tensão e
corrente e oferece certo tipo de resistência. A relação entre essas grandezas é muito bem
calculada pelo fabricante. Valores fora dos limites preestabelecidos provocam mau
funcionamento e podem até danificar os aparelhos.
Mas como saber se os valores do circuito são os ideais para o sistema? A
eletricidade não pode ser vista, por isso deve-se usar o raciocínio e os medidores. Mas, o
raciocínio só vai funcionar se as leis e fórmulas das cargas elétricas forem conhecidas e
aplicadas como fórmulas. Os medidores só podem ser úteis se o operador souber como
usá-los.
São cinco os principais instrumentos de medição para um circuito elétrico: o
voltímetro, o amperímetro, o ohmímetro, o wattímetro e o megôhmetro. O primeiro mede
a tensão em volts (V). Serve, entre outras coisas, para ver se a tensão que está operando
no circuito é ideal - se estiver baixa pode diminuir o rendimento, se estiver alta pode
danificar o equipamento. O amperímetro mede a corrente em ampères (A). Se o
motocompressor estiver gerando corrente alta, o protetor térmico pode desligar ou os fios,
se não forem bem dimensionados, podem pegar fogo. O ohmímetro mede a resistência
em Ohms (). Serve, por exemplo, para verificar se o condutor está funcionado, isto é,
se há continuidade no circuito, ou se existe algum problema com as resistências dos
aparelhos. O wattímetro mede a potência em watts (W). É usado para verificar se o
equipamento está trabalhando dentro das normas especificadas pelo fabricante. Por fim,
o megôhmetro mede alta isolação, ou seja, resistências suficientemente altas para
impedir que a corrente passe através delas. Serve, por exemplo, para verificar se não tem
fuga de corrente para a carcaça do compressor, que pode dar choque em quem tocá-lo.
Uma alternativa prática e econômica é o alicate amperímetro, que reúne três
instrumentos num só: o amperímetro, o voltímetro e o ohmímetro.
Como Usar!
Para medir a tensão de um circuito, o voltímetro tem que ser ligado em paralelo,
isto é, sem entrar no circuito, ao contrário do amperímetro e do ohmímetro, que devem
ser ligados em série, isto é, como parte integrante do circuito (Figura 10). O ohmímetro
só pode ser usado com o circuito desligado. Caso contrário, o instrumento pode ser
danificado. O mesmo procedimento deve ser aplicado ao megôhmetro.
24
Cuidado!
Talvez a primeira coisa que todo mundo deve saber sobre eletricidade é que ela é
perigosa. Assim, a instalação e a manutenção corretas do aparelho são mais do que
aconselháveis: elas são necessárias.
A principal medida de segurança é o aterramento. Todo aparelho vem munido de
um fio de terra, que deve ser ligado a uma barra metálica, feita especialmente para essa
função. A barra é enterrada no chão e, cada vez que houver fuga de corrente do circuito,
em vez de ela danificar o equipamento ou machucar o usuário, vai se desviar para o fio
de terra e deste para a barra. O processo é simples o nosso corpo oferece maior resistência
para a corrente elétrica do que o fio de terra; por isso ela escapa por ele em vez de dar um
choque na gente.
Específico
Específico
Sat. 14,6736 2584,63 8,1501 1,69400 2675,46 7,3593 0,37489 2748,67 6,8212
100 17,1956 2687,50 8,4479 -------- -------- -------- -------- -------- --------
150 19,5125 2782,99 8,6881 1,93636 2776,38 7,6133 -------- -------- --------
200 21,8251 2879,52 8,9037 2,17226 2875,27 7,8342 0,42492 2855,37 7,0592
250 24,1356 2977,31 9,1002 2,40604 2974,33 8,0332 0,47436 2960,68 7,2708
300 26,4451 3076,51 9,2812 2,63876 3074,28 8,2157 0,52256 3064,20 7,4598
400 31,0625 3279,51 9,6076 3,10263 3278,11 8,5434 0,61728 3271,83 7,7937
500 35,6790 3489,05 9,8977 3,56547 3488,09 8,8341 0,71093 3483,82 8,0872
600 40,2949 3705,40 10,161 4,02781 3704,72 9,0975 0,80406 3701,67 8,3521
700 44,9105 3928,73 10,403 4,48986 3928,23 9,3398 0,89691 3925,97 8,5952
800 49,5260 4159,10 10,628 4,95174 4158,71 9,5652 0,98959 4156,96 8,8211
900 54,1414 4396,44 10,840 5,41353 4396,12 9,7767 1,08217 4394,71 9,0329
1000 58,7567 4640,58 11,039 5,87526 4640,31 9,9764 1,17469 4639,11 9,2328
1100 63,3720 4891,19 11,229 6,33696 4890,95 10,1658 1,26718 4889,88 9,4224
1200 67,9872 5147,78 11,409 6,79863 5147,56 10,3462 1,35964 5146,58 9,6028
Temperatura Pressão = 1,00 MPa Pressão = 2,00 MPa Pressão = 4,00 MPa
Sat. 0,19444 2778,08 6,5864 0,09963 2799,51 6,3408 0,04978 2801,36 6,0700
200 0,20596 2827,86 6,6939 ------ ------ ------ ------ ------ ------
300 0,25794 3051,15 7,1228 0,12547 3023,50 6,7663 0,05884 2960,68 6,3614
400 0,30659 3263,88 7,4650 0,15120 3247,60 7,1270 0,07341 3213,51 6,7689
500 0,35411 3478,44 7,7621 0,17568 3467,55 7,4316 0,08643 3445,21 7,0900
600 0,40109 3697,85 8,0289 0,19960 3690,14 7,7023 0,09885 3674,44 7,3688
31
700 0,44779 3923,14 8,2731 0,22323 3917,45 7,9487 0,11095 3905,94 7,6198
800 0,49432 4154,78 8,4996 0,24668 4150,40 8,1766 0,12287 4141,59 7,8502
900 0,54075 4392,94 8,7118 0,27004 4389,40 8,3895 0,13469 4382,34 8,0647
1000 0,58712 4637,60 8,9119 0,29333 4634,61 8,5900 0,14645 4628,65 8,2661
1100 0,63345 4888,55 9,1016 0,31659 4885,89 8,7800 0,15817 4880,63 8,4566
1200 0,67977 5145,36 9,2821 0,33984 5142,92 8,9606 0,16987 5138,07 8,6376
Temperatura Pressão = 6,00 MPa Pressão = 8,00 MPa Pressão = 10,00 MPa
Sat. 0,03244 2784,33 5,8891 0,02352 2757,94 5,7431 0,01803 2724,67 5,6140
300 0,03616 2884,19 6,0673 0,02426 2784,98 5,7905 ------ ------ ------
350 0,04223 3042,97 6,3334 0,02995 2987,30 6,1300 0,02242 2923,39 5,9442
400 0,04739 3177,17 6,5407 0,03432 3138,28 6,3633 0,02641 3096,46 6,2119
450 0,05214 3301,76 6,7192 0,03817 3271,99 6,5550 0,02975 3240,83 6,4189
500 0,05665 3422,12 6,8802 0,04175 3398,27 6,7239 0,03279 3373,63 6,5965
600 0,06525 3266,89 7,1676 0,04845 3642,03 7,0205 0,03837 3625,34 6,9028
700 0,07352 3894,28 7,4234 0,05481 3882,47 7,2812 0,04358 3870,52 7,1687
800 0,08160 4132,74 7,6566 0,06097 4123,84 7,5173 0,04859 4114,91 7,4077
900 0,08958 4375,29 7,8727 0,06702 4368,26 7,7350 0,05349 4361,24 7,6272
1000 0,09749 4622,74 8,0751 0,07301 4616,87 7,9384 0,05832 4611,04 7,8315
1100 0,10536 4875,42 8,2661 0,07896 4870,25 8,1299 0,06312 4865,14 8,0236
1200 0,11321 5133,28 8,4473 0,08489 5128,54 8,3115 0,06789 5123,84 8,2054
Referência: " Fundamentals of Thermodynamics" - Fith Edition - R. E. Sonntag, C. Borgnakke and G. J. Van Wylen –
1998
32
100 1,042 420,85 1,3050 1,041 422,71 1,3030 1,040 416,81 1,3011
140 1,078 590,52 1,7369 1,077 592,13 1,7342 1,075 585,72 1,7317
180 1,126 763,97 2,1375 1,124 765,24 2,1341 1,122 758,13 2,1308
200 1,156 852,80 2,3294 1,153 853,85 2,3254 ------ ------ ------
220 1,190 943,70 2,5174 1,187 944,36 2,5128 1,184 936,2 2,5083
260 ------ ------ ------ 1,275 1134,30 2,8829 1,270 1124,4 2,8763
Sat. 1,1973 962,10 2,5546 1,286 1154,21 2,9201 1,368 1282,0 3,1649
Temperatura Pressão = 10,00 MPa Pressão = 15,00 MPa Pressão = 20,00 MPa
100 1,039 426,48 1,2992 1,036 430,26 1,2954 1,034 434,04 1,2917
140 1,074 595,40 1,7291 1,071 598,70 1,7241 1,068 602,03 1,7192
180 1,120 767,83 2,1274 1,116 770,48 2,1209 1,112 773,18 2,1146
200 1,148 855,97 2,3178 1,143 858,18 2,3103 1,139 860,47 2,3031
240 1,219 1025,94 2,6872 1,211 1038,99 2,6770 1,205 1040,04 2,6673
280 1,322 1234,11 3,0547 1,308 1232,09 3,0392 1,297 1230,62 3,0248
300 1,397 1342,31 3,2468 1,377 1337,23 3,2259 1,360 1333,29 3,2071
320 ------ ------ ------ 1,472 1453,13 3,4246 1,444 1444,53 3,3978
33
340 ------ ------ ------ 1,631 1591,88 3,6545 1,568 1571,01 3,6074
Sat. 1,452 1407,53 3,3595 1,658 1610,45 3,6847 2,035 1826,18 4,0137
Temperatura Pressão = 25,00 MPa Pressão = 30,00 MPa Pressão = 50,00 MPa
OC Pressão acima do ponto Crítico Pressão acima do ponto Crítico Pressão acima do ponto Crítico
100 1,0313 412,08 1,2881 1,029 441,63 1,2844 1,020 456,87 1,2703
140 ------ ------ ------ 1,062 608,73 1,7097 1,052 622,33 1,6915
180 ------ ------ ------ 1,105 778,71 2,1024 1,091 790,24 2,0793
200 1,1344 834,5 2,2961 1,130 865,24 2,2892 1,115 875,46 2,2634
240 ------ ------ ------ 1,192 1042,60 2,6489 1,170 1049,20 2,6158
280 ------ ------ ------ 1,275 1228,96 2,9985 1,242 1229,26 2,9536
300 1,3442 1296,6 3,1900 1,330 1327,80 3,1740 1,286 1322,95 3,1200
320 ------ ------ ------ 1,400 1432,63 3,3538 1,339 1420,17 3,2867
340 ------ ------ ------ 1,492 1546,47 3,5425 1,430 1522,07 3,4556
360 ------ ------ ------ 1,627 1675,36 3,7492 1,484 1630,16 3,6290
Referência " Fundamentals of Thermodynamics" - Fith Edition - R. E. Sonntag, C. Borgnakke and G. J. Van Wylen
1998
34
Caldeiras de Vapor: são os geradores de vapor mais simples, queimam algum tipo de
combustível como fonte geradora de calor (Figura 13).
Caldeiras de Recuperação: são aqueles geradores que não utilizam combustíveis como fonte
geradora de calor, aproveitando o calor residual de processos industriais (gás de escape de
motores, gás de alto forno, de turbinas, etc.).
Caldeiras de Água Quente (Boilers): são aqueles em que o fluido não vaporiza, sendo o
mesmo aproveitado em fase líquida (calefação, processos químicos).
Geradores Reatores Nucleares: são aqueles que produzem vapor utilizando como fonte de
calor a energia liberada por combustíveis nucleares (urânio enriquecido).
2. Pressão de Prova: pressão de ensaio hidrostático a que deve ser submetido a caldeira
(NR-13, item 13.10)
36
1. Descrição
1. Cinzeiro 17. Tampas de limpeza
2. Bomba de água 18. Manômetro com sifão
3. Grelha plana 19. Válvula principal de vapor
4. Registro de purga 20. Espelho superior
5. Parede interna 21. Visor de nível
6. Fornalha imersa 22. Placa de identificação
7. Casco cilíndrico 23. Registro de alimentação de água
8. Isolamento térmico (lã de rocha) 24. Válvula de retenção
9. Tampa de inspeção 25. Registro de vapor
10. Tubos de gases 26. Injetor de água a vapor
11. Válvula de segurança com alavanca 27. Espelho inferior
12. Coletor de fuligem 28. Câmara de água
13. Chaminé 29. Tampa de carga
14. Duto de gases 30. Peneira de sucção
15. Defletor de gases 31. Porta do cinzeiro (regulador de ar)
16. Coletor de gases
Figura 15 Aquecedor de Ar
numa temperatura elevada com duração suficiente para que o combustível queime totalmente
antes dos produtos alcançarem os feixes (dutos) de troca de calor.
Caldeira de Vapor (Tambor de Vapor): constituída por um vaso fechado à pressão contendo
água que será transformada em vapor (Figura 17).
Figura 18 Chaminé
Cinzeiro: local de deposição das cinzas e restos de combustível que caem da fornalha (Figura
19).
Figura 19 Cinzeiro
Condutos de Fumo: são canais que conduzem os gases da combustão até a chaminé (Figura
20).
41
Economizador: utilizando o calor residual dos gases, aquece a água de alimentação (Figura
21). É normalmente instalado após os superaquecedores. Além de melhorar o rendimento da
unidade, sua instalação minimiza o choque térmico entre a água de alimentação e a já existente
no tambor.
Figura 21 Economizador
Fornalha: principal equipamento para a queima do combustível (Figura 22). Entre as suas
funções estão incluídas: a mistura ar-combustível, a atomização e vaporização do combustível
e a conservação de uma queima contínua da mistura.
42
Figura 22 Fornalha
Grelhas: utilizadas para amparar o material dentro da fornalha, podendo ser fixas, rotativas
(Figura 23), fixas (Figura 24) e basculantes (Figura 25).
Figura 26 Queimadores
Retentor de Fuligem: tem como função separar a fuligem, resultante da queima não
estequiométrica do combustível, dos gases antes dos mesmos saírem pela chaminé.
Figura 27 Superaquecedor
44
Alarme de Falta D’água: sinal sonoro e luminoso que dispara quando o nível de água na
caldeira está muito baixo (Figura 28).
Controlador de Nível: são equipamentos que controlam o nível de água na caldeira. Podem
ser constituídos de várias formas, sendo os mais usados os de eletrodos e o sistema de bóia
(Figura 29).
Fusível Térmico (tampão): consiste de um parafuso com um furo no centro, sendo este
preenchido com uma liga de metal de baixo ponto de fusão (Figura 31). É instalado num ponto
abaixo do qual a água não pode ficar. Se ocorrer o problema, a temperatura do material
aumenta, provocando a fusão do metal de preenchimento e dando passagem para a água, que
apagará o fogo da fornalha.
Figura 30 Manômetro
46
Pressostatos: são dispositivos de segurança que comandam o regime de trabalho das caldeiras,
de acordo com a pressão do vapor (Figura 33).
Figura 33 Pressostatos
Os sopradores podem ser retráteis ou fixos. Os sopradores retráteis são mantidos fora
da caldeira enquanto não estão operando e, portanto, frios. Quando operam, não atingem
temperaturas elevadas pois têm um grande fluxo de vapor que o refrigera. Podem ser
construídos em aço-carbono.
Os sopradores fixos estão permanentemente em contato com os gases quentes. A
passagem de vapor durante seu acionamento provoca resfriamentos bruscos e intermitentes. Os
sopradores fixos devem então suportar fadiga térmica, oxidação e à temperatura elevada. São
geralmente especificas em ligas de aço inoxidável de alto cromo e níquel.
Válvulas de Segurança: têm como função promover o escape do excesso do vapor caso a
pressão de trabalho venha a ser ultrapassada e os outros dispositivos não atuem (Figura 37 e
Figura 38).
Tipos de Válvulas:
De retenção: colocadas nas linhas de vapor e óleo para evitar o refluxo (Figura 39);
51
Visor de Nível: é um tubo de vidro colocado no tambor de vapor, que tem por finalidade dar
ao operador a noção exata da altura onde se encontra a água da caldeira (Figura 41).
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Para uma aquatubular (Figura 13): com auxílio de um ventilador, o ar atmosférico passa pelo
pré-aquecedor. Já aquecido, o ar vai para a fornalha onde se mistura com o combustível e
ocorrendo a combustão. Pelo fenômeno da tiragem, realizado pela chaminé, os gases quentes,
produtos da combustão, circulam por todo o gerador até ser lançado na atmosfera. Neste trajeto,
ele cede calor para a água dos seguintes modos:
▪ aquecendo a água no economizador;
▪ vaporizando-a na caldeira;
▪ transformando o vapor saturado em vapor superaquecido no superaquecedor.
BALANÇO TÉRMICO
Caldeiras Flamotubulares
CLASSIFICAÇÃO
VERTICAIS
• Com fornalha externa
• Com fornalha interna
HORIZONTAIS
• Com fornalha externa
• Multitubulares
• Com fornalha interna
• Com uma tubulação central (Cornovaglia)
• Com duas tubulações (Lancashire)
• Locomotivas e Locomóveis
• Escocesas
• Marítimas
• Estacionárias
• Compactas
CALDEIRA VERTICAL
É do tipo monobloco, constituída por um corpo cilíndrico fechado nas extremidades por
placas planas chamadas espelhos. São várias as suas aplicações por ser facilmente transportada
e pelo pequeno espaço que ocupa, exigindo pequenas fundações. Apresenta, porém, baixa
capacidade e baixo rendimento térmico. São construídas de 2 até 30(m 2), com pressão máxima
de 10 (kg/cm2), sendo sua capacidade específica de 15 a 16 kg de vapor por m2 de superfície de
aquecimento.
Apresenta a vantagem de possuir seu interior bastante acessível para a limpeza,
fornecendo um maior rendimento no tipo de fornalha interna. São mais utilizadas para
combustíveis de baixo poder calorífico.
57
CALDEIRA HORIZONTAL
Podem possuir fornalha interna ou externa. Faz-se aqui uma descrição dos diversos
tipos de Caldeiras Horizontais.
CALDEIRA CORNOVAGLIA
Tem funcionamento simples, é constituída por uma tubulação por onde circulam os
gases produtos da combustão, transmitindo calor para a água, que o circunda, por contato de
sua superfície externa. É, em geral, de grandes dimensões (100 m2), tem baixo rendimento
térmico e, devido ao seu tamanho, tem sua pressão máxima limitada a 10 kgf/2. Sua capacidade
específica varia de 12 a 14 kg de vapor por m2 de superfície, Figura 44.
CALDEIRA LANCASHIRE
Também conhecida como Caldeira Lancaster (Figura 45), é a evolução da caldeira
anterior, possuindo 2 (às vezes 3 ou 4) tubulões internos, alcançando superfície de aquecimento
de 120 a 140 m2. Alguns tipos atingem de 15 a 18 kg de vapor por m 2 de superfície de
aquecimento.
Tanto a Caldeira Cornovaglia, como a Lancashire, está caminhando para o desuso
devido às unidades modernas mais compactas.
58
CALDEIRAS MULTITUBULARES
A substituição dos tubulões das caldeiras anteriores por vários tubos de pequeno
diâmetro deu origem à caldeira flamotubular multibular. São encontradas com duas ou três
voltas de chama, i.e., os gases de combustão fazem duas ou três voltas no interior da Caldeira.
Os diâmetros dos tubos variam entre 2 ½” e 4”, de acordo com a aplicação. Não
permitem o uso de fornalha interna, sendo completamente revestida de alvenaria. Sua grande
vantagem é permitir a utilização de qualquer combustível, mas devido ao alto custo do
refratário, despesas de manutenção e alto custo de instalação, este tipo de caldeira vem tendo
59
sua aplicação industrial diminuída. Sua capacidade máxima é de 600kg de vapor por hora com
pressão máxima de 16 kg/cm2.
CALDEIRAS ESCOCESAS
É o tipo mais moderno e evoluído de caldeiras flamotubulares, Figura 48. Não exige
gastos com instalações especiais ou custosas colunas de aço ou alvenaria, bastando uma
fundação simples e nivelada, as ligações com a fonte de água, eletricidade e esgoto para entrar
imediatamente em serviço. Têm controle eletrônico de segurança e funcionamento automático
arrancando tão logo sejam ligados os interruptores. A caldeira consta de um corpo cilíndrico
que contém um tubulão sobre o qual existe um conjunto de tubos de pequeno diâmetro. Tem
geralmente uma câmara de combustão de tijolos refratários na parte posterior, a que recebe os
gases produtos da combustão, e os conduz para o espelho traseiro. Essas unidades operam com
óleo ou gás (banha derretida), sendo a circulação garantida por ventiladores (tiragem mecânica).
As unidades compactas alcançam elevado rendimento térmico, garantindo 83%. São
construídas até a máxima produção de 10 ton v/h a uma pressão máxima de 18 kg/cm². Sua
vaporização específica atinge valores da ordem de 30 a 34 kgv/m², dependendo da perda de
carga oferecida pelo circuito. Os gases circulam com grande velocidade, 20 a 25 m/s,
permitindo a obtenção de elevado índice de transmissão de calor. A perda por radiação é muito
baixa, não ultrapassando 1%.
61
Caldeiras Aquatubulares
CLASSIFICAÇÃO
Como vimos as caldeiras aquotubulares poderiam ser classificadas de diversas maneiras,
mas iremos dividi-las em:
mistura de vapor e água ascende rapidamente pelo coletor frontal retornando ao tambor onde
tem lugar a separação entre o vapor e a água.
Estas caldeiras podem ser adaptadas à produção de energia e possuem um apreciável volume
de água, fator importante para várias aplicações. Sua superfície de aquecimento varia de 67 a
1.350 m², com pressões de até 45 kg/cm² para capacidades variando de 3 a 30 tv/h.
64
Um gerador deste tipo produz aproximadamente 2.750 kg.v/h ocupando um espaço de 2,1
x 2,1m.
67
As caldeiras de circulação forçada devido, entre outras coisas, a serem mais leves, formarem
vapor praticamente seco ou superaquecido e instantaneamente, ocuparem menor espaço e
possuírem grandes coeficientes de transmissão de calor, pareciam tomar conta completamente
do mercado, porém o seu uso apresentou certos inconvenientes como super sensibilidade,
paradas constantes por mínimos problemas, etc., o que levou LaMont a elaborar juntamente
com W. Vorkauf um outro tipo sem bomba de alimentação (circulação natural), porém com
tubulão ligado à tubos de grande diâmetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor
de tubos com diâmetros menores (Figura 53). Este tipo teve grande aceitação dos usuários pois
aproveitou as vantagens das caldeiras de circulação forçada e eliminou os defeitos das mesmas.
CALDEIRA ECKROHR
CALDEIRA LAMONT
CALDEIRA NORMANDA
CALDEIRA SCHULZ
CALDEIRA STIRLING
CALDEIRA SUNROD
CALDEIRA THORNYCROFT
CALDEIRA YARROW
Caldeiras Elétricas
Na década de 70, a convivência de redução do consumo de óleo em caldeiras e os
estímulos ao emprego da energia elétrica influenciaram na decisão pela instalação de caldeiras
elétricas dos tipos resistência e eletrodos submersos (Figura 63 e Figura 64).
Em áreas onde há suprimento abundante de energia elétrica, é vantajosa a instalação de
equipamentos eletrotérmicos dados os incentivos tarifários oferecidos ao emprego da energia
elétrica em substituição aos derivados de petróleo.
73
onde:
1. Corpo da Caldeira
2. Eletrodos
3. Câmara de Vapor
4. Bomba de Circulação
5. Bomba de Alimentação
6. Saída de Vapor
7. Eliminador de Ar
8. Válvula de Segurança
9. Descarga de Fundo
10. Controle de Nível de Água
vaporização de uma parte da mesma. Toda a água não evaporada nesta primeira fase, flui para
baixo, por um tubo coletor e cai formando um jato contínuo sobre o contra-eletrodo, criando
um segundo caminho para passagem da corrente elétrica. A água não evaporada é recolhida na
parte inferior da caldeira. Produz-se, portanto, entre o ponto neutro do sistema elétrico
(constituído pelo corpo da caldeira, pelo tubo de injetores e pelo contra-eletrodo) e os eletrodos,
por cada fase, dois caminhos de comprimento constante para a passagem de corrente: um entre
o tubo injetor e os eletrodos e o outro entre os contra-eletrodos e os eletrodos. Nestes dois
percursos a água é aquecida e vaporizada parcialmente pela corrente que circula nas resistências
representadas pelos jatos de água.
São supridas em alta tensão, altíssimo rendimento térmico, acima de 98%, podendo
gerar elevadas vazões de vapor. As pressões de trabalho que variam de 5 a 30 kgf/cm 2 .
Facilidade de controle desde 0% a 100% de carga, dado que os primeiros jatos liberados são os
da parte superior do coletor central com uma boa pressão estática, portanto feito, tempo de
partida a frio muito curto, não necessitando pré-aquecimento de água.
onde:
1. Corpo da Caldeira
2. Eletrodo Positivo
3. Eletrodo Negativo
4. Corpo da Cascata
5. Bomba de Circulação
6. Bomba de Alimentação
77
DE PASSAGEM
O aquecimento se dá através de passagem de água pelo aquecedor, utilizando calor
dissipado por efeito Joule através de passagem da corrente pelo resistor, É utilizado para
consumo imediato.
BOILER
São geradores de água quente com acumulação própria. A água fria entra no Boiler, é
aquecida quando passa pela fonte de calor e é acumulada no próprio dispositivo. O boiler é
também isolado termicamente, e religa quando a temperatura da água fica abaixo de um
determinado valor mínimo.
ESCOLHA DO EQUIPAMENTO
A escolha do tipo esta evidentemente condicionada ao conhecimento com a maior
profundidade possível do processo que utilizará vapor de água, ou mesmo água quente, e ainda
da disponibilidade de fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária.
A definição da solução ótima para a caldeira, depende sempre do estudo conjunto entre
o usuário e o fabricante do equipamento, devendo ser sempre considerados seguintes
parâmetros principais:
Planta da unidade consumidora, isto é, há necessidade de se conhecer os processos que
virão a utilizar vapor de água, ou mesmo água quente, para que a caldeira utilize o espaço
disponível e se localize o mais próximo possível da subestação e ou do consumidor de vapor
(ou água quente).
Temperatura, pressão e vazão de vapor que os processos exigem, uma vez que é comum
existirem em uma mesma instalação consumidora, unidades que operam com diferentes níveis
de utilização, evitando desta maneira sub ou superdimensionamento do gerador.
Análise racional dos custos de investimentos e retorno de capital, comparativamente
com equipamentos similares que utilizam outros energéticos.
Analisar a possibilidade de compor módulos, para se obter unidades de grande
capacidade produtiva, aumentando a eficiência e a geração de vapor (ou água quente) com
maior racionalidade.
Maximização da utilização de tarifas diferenciadas: todo o projeto do gerador sistema
de controle e equipamentos auxiliares deverá ser executado tendo em vista a operação do
gerador com energia contratada com a concessionária, sem desvios para cima (eventual
pagamento de multa) ou para baixo (subaproveitamento da energia contratada. Este pressuposto
implica uma grande confiabilidade do limitador de potência.
79
não responde, uma vez que esta já está na sua produção máxima e o limitador de demanda
impede a subida de carga. Se um consumidor de vapor sair de operação, aumenta a pressão do
sistema e a caldeira a combustível é a que reduz a carga, pois têm valores ajustados de pressão
mais baixos que a caldeira elétrica.
Em certos casos em que não se consegue uma boa diferença nos valores de ajuste de
pressão, a solução é a seguinte: o sinal para diminuição de carga da caldeira elétrica só é
liberado quando a caldeira a combustível baixa a sua produção chegando ao mínimo técnico de
operação, que corresponde a uma vazão mínima de combustível para a caldeira e, portanto, a
uma posição mínima de abertura da válvula de controle respectiva. Este sinal da caldeira a
combustível libera a ordem de diminuição de carga da caldeira elétrica, dada pelo controlador
de pressão.
Na subida de carga quando entre em operação os consumidores de vapor, a primeira
caldeira a subir a carga é a elétrica, pois o seu tempo de resposta é muito menor do que a outra
caldeira a combustível. A caldeira elétrica pode subir a sua carga de 0 a 100% em dois minutos.
BIBLIOGRAFIA CAPÍTULO 2
[1] FLÔRES, L. F. Valadão. Sistemas Térmicos I – Apostila EFEI, Itajubá, MG.
[2] MARTINELLI Jr., L. C. Geradores de Vapor – Recepção, Operação e Medidas de
Segurança. Cadernos UNIJUÍ, Série Tecnologia Mecânica, n.º 8, Editora Unijuí, Ijuí, RS,
1998.
[3] BAZZO, Edson. Geração de Vapor. Editora da UFSC, Florianópolis, SC.
[4] TORREIRA, Raul Peragallo. Fluidos Térmicos - Água, Vapor, Óleos Térmicos. Editora
Hemus. São Paulo.
[5] BERTASO, Henrique D’Ávila. Segurança para Operadores de Caldeiras. SENAI - RS.
1994
[6] SENAI – Departamento Nacional, Direção Técnica. Operador de Caldeiras
81
82
03 – Operação de Caldeiras
PROCEDIMENTOS DE PARTIDA
.01.
Verifica-se o nível e o
tratamento químico da água no
tanque de abastecimento.
Completa-se a caixa e faz-se o
tratamento químico se necessário.
.02.
Verifica-se a necessidade de
limpeza das cinzas no cinzeiro.
Retira-se as cinzas com uma
pá, se necessário.
83
.03.
.04.
.05.
Drenam-se os indicadores de
nível (garrafa e visor) e testando
também o sistema de alarme.
84
.06.
.07.
.08.
Ateia-se fogo.
Ao alimentar a Caldeira,
toma-se precauções para evitar
danos ao refratário e grelhas.
85
.09.
Válvula de Segurança
Verifica-se a abertura e
fechamento da válvula de
segurança.
.10.
PROCEDIMENTOS DE PARADA
.01.
Verifica-se o nível e o
tratamento químico da água no
tanque de abastecimento.
Completa-se a caixa e faz-se o
tratamento químico se necessário.
.02.
Corta-se a alimentação de combustível (lenha) na caldeira.
.03.
.04.
.05.
.06.
Verifica-se se a chave do
painel de controle de nível está no
automático.
88
.07.
Deixa-se esfriar lentamente.
89
PROCEDIMENTOS DE PARTIDA
Nas Caldeiras de combustível líquido, todos os dispositivos para combustão (bombas de óleo,
ignição, etc.), bombas d’água e os sistemas de bloqueio e alarme, estão ligados a um painel de
comando e a um programador.
Embora automáticos, estes dispositivos podem vir a falhar, reforçando a importância da norma
que adverte o operador a não abandonar o seu posto de trabalho.
.01.
.02.
Verifica-se se as válvulas da rede de óleo estão abertas.
.03.
Liga-se o aquecedor de óleo e controla-se a temperatura (caldeiras que utilizam óleo
diesel não possuem o aquecedor).
90
.04.
.05.
Drena-se o distribuidor de vapor e a serpentina do aquecedor de óleo (se houver).
.06.
Verifica-se o posicionamento dos eletrodos de ignição.
.07.
.08.
Verifica-se o compressor, lubrificação, refrigeração (se houver).
.09.
PROCEDIMENTOS DE PARADA
.01.
No caso de utilizar BPF como combustível, circula-se óleo diesel ou querosene pela
tubulação de óleo combustível até o queimador, evitando-se a circulação deste pelo
tanque aquecedor.
.02.
O ventilador deve ser mantido ligado por alguns cerca de 30 segundos após se cortar
a injeção de combustível, evitando o acúmulo de gases na fornalha.
93
.01.
Quando a pressão do vapor estiver próxima à pressão de trabalho, evita-se o “golpe
de aríete” abrindo-se lentamente a válvula de vapor.
.02.
Observa-se atentamente o
manômetro e o indicador de nível,
ajustando-os, se necessário, aos
padrões de segurança;
.03.
Observa-se atentamente o
termômetro da chaminé, os gases,
durante funcionamento normal da
caldeira, devem sair da caldeira
entre 260 e 280ºC.
Gases acima desta
temperatura indicam a
94
.04.
Dá-se descarga de fundo conforme recomendações de tratamento da água.
.05.
Faz-se as anotações diárias e verifica-se o funcionamento de todos os equipamentos
e acessórios (ver modelo de relatório diário em anexo)
.06.
Testa-se o sistema alternativo
de abastecimento de água (injetor)
diariamente.
.07.
Deve-se evitar queimar lixo ou outro material estranho, pois pode ocasionar
entupimento das grelhas e superaquecimentos.
.08.
Dá-se descarga manual nas válvulas de segurança diariamente.
.09.
Não se deve perder de vista o controle do nível da água.
.10.
Adiciona-se corretamente os produtos para tratamento da água.
.11.
Segue-se as instruções CIPA e colabora-se com ela.
.12.
Mantém-se limpo e em ordem o local de trabalho.
.13.
Verifica-se os contatos dos eletrodos mensalmente.
O mal contato é comum devido à vibração do equipamento.
97
.01.
Quando a pressão estiver próxima à pressão de trabalho, evita-se o “golpe de aríete”
abrindo-se lentamente a válvula de saída de vapor ou distribuidor.
.02.
Observa-se constantemente os
manômetros do óleo, vapor e ar.
.03.
Observa-se constantemente a temperatura do óleo (se houver tanque de
aquecimento).
.04.
Verifica-se se os depósitos de água e de óleo estão sendo suficientemente abastecidos.
.05.
Observa-se a lubrificação do compressor (se houver).
98
.06.
VÁLVULA
.07.
VISOR
.08.
Faz-se as anotações referentes aos equipamentos e acessórios, e observa-se o seu
funcionamento com atenção.
.09.
Mantém-se limpa a Casa de Caldeiras.
.10.
Aciona-se os sistemas alternativos de abastecimento de água (injetor).
99
.11.
Inspeciona-se vazamentos ou possíveis obstruções que possam existir no sistema de
alimentação de água, ar ou combustíveis.
.12.
Faz-se o controle de tiragem de CO2 da combustão (se houver equipamento).
.13.
Segue-se as recomendações da CIPA e colabora-se com ela.
.14.
Caso o queimador apagar subitamente durante a operação normal da Caldeira, jamais
utilize-se o calor das paredes ou de tochas para acendê-lo.
.15.
Controlar a mistura combustível/comburente, evitando a formação de fumaça branca
(excesso de ar) ou fumaça preta (excesso de óleo).
Para que haja uma boa combustão na caldeira, a fumaça que sai da chaminé deve ser
pouco volumosa e acinzentada.
Manutenção Preventiva
MANUTENÇÃO DIÁRIA
Para o perfeito funcionamento da caldeira, dos dispositivos de segurança, de controle e
demais acessórios, o operador deve diariamente cumprir procedimentos que verifiquem o
estado de cada item ou que mantenham a caldeira trabalhando de modo eficiente e seguro.
Os procedimentos de verificação diários mínimos são:
1 – Descarga de Fundo;
2 – Teste de alarme de falta de água (sonoro e visual);
3 – Drenagem da garrafa e do visor de nível;
4 – Descarga manual das válvulas de segurança;
5 – Verifica-se, visualmente, manômetros e termômetros, anotando os dados observados;
6 – Verifica-se o funcionamento das bombas de água (se houver uma de reserva);
7 - Para caldeiras aquatubulares, fazer a Ramonagem, retirar a fuligem depositada sobre os
tubos;
8 – Limpam-se os filtros de óleo (dependendo do tipo e qualidade do óleo utilizado);
9 – Verificar o funcionamento dos eletrodos de ignição, bico atomizador e célula
fotoelétrica.
103
MANUTENÇÃO SEMANAL
São procedimentos que verificam mais detalhadamente os equipamentos da caldeira.
Devem ser realizados principalmente pelo número de horas trabalhadas do equipamento.
Aceita-se como uma média razoável, caso o equipamento esteja em pleno
funcionamento, uma manutenção semanal.
Caldeira ______________________
Nº Ordem do Proprietário: ________
Ano de fabricação: _______
Propriedade de ___________________________________________
1) o layout da linha de vapor deve ser dimensionado para a vazão máxima de vapor, quando
todas as caldeiras estão em funcionamento, mas a situação inversa deve ser prevista devido às
perdas de vapor na linha.
2) um barrilete (Figura 67) torna-se necessário. Aconselha-se ainda que em cada linha de
entrada de vapor instale-se uma válvula de retenção, evitando-se problemas de refluxo de vapor.
As válvulas entram em ação no momento que uma caldeira deixa de operar, supondo que as
demais ainda estão em operação, pode haver um retorno de vapor pela tubulação da primeira.
No caso de o nível da água ficar muito alto, o vapor arrastará consigo água (líquida),
prejudicando a sua qualidade e danificando possíveis equipamentos ligados a linha de vapor.
.01.
Drenam-se os indicadores de
nível (garrafa e visor) para
certificar-se da situação.
.02.
Quando faltar água na Caldeira, a superfície imersa na água fica reduzida. A ação do
calor provocará deformações nos tubos, vazamentos, danos no refratário e, no pior dos casos,
UMA EXPLOSÃO.
.01.
Drenam-se os indicadores de
nível (garrafa e visor) para
certificar-se da situação.
.02.
Interrompe-se o fornecimento
de água para a Caldeira.
Deve-se impedir que entre
água no tambor pois poderá
ocorrer um choque térmico e
consequente expansão violenta da
desta água.
109
.03.
.04.
Não se deve tentar apagar o fogo com água ou extintores.
.05.
.06.
A Caldeira deve esfriar lentamente.
Dependendo do tempo que a estrutura ficou exposta ao calor, o engenheiro
responsável deverá inspecionar a Caldeira, conforme determinação da NR-13.
110
INTRODUÇÃO
Para que uma caldeira tenha um bom funcionamento e longo tempo de vida, é
necessário que se dê uma especial atenção à água de alimentação. Uma água que apresenta
boa qualidade para o uso doméstico ou para algum processo industrial específico pode
não apresentar as características necessárias para seu uso em caldeiras.
Nenhuma água é totalmente pura. Todas apresentam índices variáveis de
impurezas granulares ou moleculares. A quantidade de materiais dissolvidos depende do
local de captação da água.
FONTES DE CAPTAÇÃO
A qualidade da água para utilização industrial depende da finalidade a que se
destina. Para a alimentação de caldeiras, impõe-se a escolha de uma água cujas
características sejam compatíveis com as especificações do equipamento; para tanto, um
dos requisitos necessários é o uso de uma água sempre de maior pureza, quanto maior for
a pressão de trabalho de uma caldeira.
Inúmeros mananciais podem ser utilizados como fonte de captação da água
destinada a alimentação em sistemas geradores de vapor, tais como: águas superficiais de
rios, lagos e represas; águas de poços artesianos, águas da rede pública, etc.
A água que entra na caldeira sem receber o tratamento adequado poderá causar
incrustação, corrosão, sedimentação e formação de espumas que serão arrastadas para as
linhas de vapor, prejudicando a qualidade das mesmas, diminuindo a eficiência da
caldeira e sua segurança.
CONTAMINANTES
CONSTITUINTES
- alcalinidade
- salinidade
- sílica
- turbidez
- gases dissolvidos
DUREZA
A dureza de uma água varia de acordo com o número total de átomos de cálcio e magnésio
que ela contém. A dureza total representa o somatório das concentrações de cálcio e
magnésio. A dureza causada pelo magnésio representa 1/3 da dureza total. Estes sais
possuem a tendência de formar incrustações em superfícies quentes, causando problemas
de eficiência de troca térmica nos tubos das caldeiras e dos trocadores de calor. Os
processos mais comuns de remoção de dureza são: abrandamento, desmineralização ou
evaporação.
Embora a unidade internacional para exprimir a dureza seja o miliequivalente
(MEQ), diversos países industrializados utilizam-se de medidas diferentes. No Brasil
costuma-se exprimir a dureza em ppm (partes por milhão). A Tabela 7 estabelece a
correspondência entre estas diferentes unidades.
ALCALINIDADE
A alcalinidade da água se deve à presença de compostos alcalinos, principalmente
dos bicarbonatos de cálcio, de magnésio e de sódio. O controle da mesma é importante
para se evitar a corrosão do ferro pela água. A medida do pH de uma água permite avaliar
qualitativamente grau de alcalinidade da mesma.
O controle adequado do pH da água ou da alcalinidade, evita as incrustações e
controla a formação de lama. Por outro lado, uma alcalinidade mais alta provoca formação
de espuma e ataca a camada preta protetora de magnetita (Fe3O4), podendo provocar
corrosão intergranular. As concentrações mais comuns de alcalinidade total variam de 5
a 500 ppm.
SALINIDADE
Indica a concentração de sais solúveis na água da caldeira e é expressa geralmente
em miligramas ou gramas de sais solúveis por litro de água.
- Sulfatos
A concentração de sulfatos (geralmente de cálcio, sódio e magnésio) podem causar
a precipitação de sulfatos insolúveis, cuja solubilidade diminui com o aumento da
temperatura. As concentrações mais comuns variam de 5 a 200 ppm.
- Cloretos
A corrosividade de um meio está relacionada com a concentração de cloretos
presentes. Até mesmo certos tipos de aços inoxidáveis são alterados pelos cloretos. Os
114
cloretos estão quase sempre em concentrações muito variáveis, desde 10 a 250 ppm,
excetuando-se a água do mar que o contém em concentrações aproximadas de 30.000
ppm.
- Ferro
Normalmente está presente na forma de bicarbonato de ferro em concentrações
variáveis, podendo alcançar 100 ppm (porém raramente!). Muitos problemas estão
associados à presença de ferro na água. A formação de depósitos em caldeiras, trocadores
de calor e nas próprias linhas de distribuição pode se dar com a utilização de água com
altos teores de ferro. Uma particularidade do depósito de ferro sobre a superfície metálica
é a sua porosidade, que permite que produtos corrosivos sejam concentrados na parte
inferior do depósito, provocando rapidamente corrosão. Pode ser removido por aeração,
abrandamento por cal-sodada, desmineralização ou evaporação. O manganês apresenta
os mesmos inconvenientes do ferro.
SÍLICA
O teor de sílica geralmente é expresso em miligramas de SiO 2 por litro de água.
A sílica encontra-se principalmente no estado iônico, podendo-se encontrar também no
estado coloidal. Às vezes, conhecida como sílica reativa, está presente como ácido silícico
e silicatos solúveis, em concentrações que variam de 1 a 100 ppm. Nas caldeiras, estes
compostos podem gerar incrustações bastante duras e de difícil remoção.
TURBIDEZ
É o inverso da transparência de uma água. Águas superficiais estão mais sujeitas
a variações bruscas e sensíveis da turbidez.
- Sólidos em suspensão
São os principais causadores da turbidez da água. Ao se depositarem sobre a
superfície metálica o fazem de modo não aderente. Apesar disto pode causar corrosão.
GASES DISSOLVIDOS
- Oxigênio
Sua presença nas águas naturais varia de zero a saturação, conforme a sua origem. É expresso
usualmente em miligramas por litro.
- Amônia
Apresenta-se, algumas vezes, dissolvida na água bruta em concentrações que
podem variar de poucos ppm até 20 ppm. Na maioria dos suprimentos a amônia é
completamente ionizada.
DOSADORES
Os dosadores destinam-se a transferir os produtos químicos destinados ao
tratamento interno escolhido para a água de abastecimento da caldeira. A dosagem dos
produtos pode ser feita instalando-se um dosador munido de uma válvula agulha junto à
sucção da bomba de alimentação de modo que a água, ao entrar na caldeira, arraste os
produtos químicos por diferença de pressão. Pode-se, ainda, utilizar bombas dosadoras
de uma ou mais saídas para a linha de alimentação das caldeiras, antes da bomba de
alimentação.
INCRUSTAÇÃO
É uma deposição ou precipitação sólida de natureza alcalina nas superfícies
internas da caldeira, provocando redução na transferência do calor, o que ocasiona um
maior consumo de combustível, mantendo a potência da caldeira constante, elevação da
temperatura da superfície metálica levando ao superaquecimento e eventual ruptura da
mesma.
Por menor que seja a espessura da incrustação, elevadas perdas de eficiência
acontecem em decorrência da baixa condutividade térmica destas formações. Para uma
caldeira a óleo pode-se calcular, de forma aproximada, a perda de óleo combustível
causada pelas incrustações, usando a seguinte fórmula prática: a porcentagem de perda
de óleo combustível em kg/h é igual à espessura da incrustação em mm, multiplicada por
2.
A incrustação pode, ainda, ser aumentada, se a água contiver grande quantidade
de sílica em suspensão, formando os silicatos de magnésio e alumínio, que também
ajudam na deposição de outros materiais como o ferro.
Os silicatos, de modo geral, formam nos tubos uma incrustação muito
resistente e de difícil remoção.
CAUSAS
A formação de depósitos ocorre nos tubos e equipamentos de um sistema gerador
de vapor, devido aos seguintes fatores:
- excesso de impurezas na água de alimentação
117
TIPOS
CONSEQÜÊNCIAS
A formação de crostas aderentes ou não na superfície de aquecimento de caldeiras
atua como um isolante térmico de baixa condutividade reduzindo a taxa de transferência
de calor da chama e dos gases de combustão para a água, aumentando, portanto, o
consumo de combustível para a mesma produção de vapor.
Quanto maior a temperatura de operação de uma caldeira, menor tolerância aos
depósitos ela oferece; consequentemente, a presença de depósitos além de retardar a troca
de calor, pode romper os tubos de metal da caldeira, promover perda de resistência
mecânica e deformações, devido ao superaquecimento dos mesmos, além de restringir a
área do fluxo de escoamento na linha e possíveis obstruções nas válvulas, resultando em
perdas e reposições caras.
118
CORROSÃO
É um dos entraves mais sérios em sistemas geradores de vapor, pois pode
ocasionar acidentes, perda de material e parada do equipamento para a manutenção.
A corrosão é o ataque sofrido pelos metais componentes do sistema de geração de
vapor, provocado pela água e suas impurezas. A corrosão não provoca danos apenas no
ponto de ataque, mas produz, ainda, contaminações sérias de óxidos metálicos que, por
sua vez, podem ser depositados em outro local.
A corrosão é um processo eletroquímico capaz de se desenvolver em meio ácido,
neutro ou alcalino, na presença ou não de aeração. Nos tubos, na maioria das vezes é
causada pela presença de gases, ácidos e sais que, com a elevada temperatura da água,
têm sua ação ativada.
Os agentes corrosivos mais comuns são:
- oxigênio dissolvido na água
- gás sulfídrico
- amônia
- ácidos
- cloretos de cálcio e magnésio
A corrosão ocorre, principalmente, nos tubos das caldeiras e nas linhas de retorno do
condensado. Os elementos que mais concorrem para as corrosões dos tubos são o gás
carbônico e o oxigênio.
A corrosão depende diretamente do pH da água. Gases dissolvidos e alguns sais
ácidos são responsáveis pela queda do pH e do aumento da corrosão.
TIPOS DE CORROSÃO
- corrosão uniforme;
- corrosão localizada;
- corrosão por metais dissimilares;
- corrosão por tensão (“stress”);
- corrosão por aeração diferencial devido à formação de depósitos;
- corrosão por ácido carbônico.
- impurezas no metal;
- células de corrosão por aeração diferencial;
- tensão no metal ("stress");
CAUSAS
As causas do arraste podem ser mecânicas ou químicas. As mecânicas são devidas
a flutuações repentinas e excessivas de cargas e operação em níveis superiores ao
projetado, entre outras. As químicas são devidas à presença excessiva de matéria
orgânica, sólidos dissolvidos ou em suspensão, sílica ou alcalinidade.
CONSEQUÊNCIAS
As principais consequências do arraste podem ser melhor visualizadas abaixo:
- danos nas turbinas
- manutenção cara
- formação de depósitos nos separadores e válvulas de redução
- formação de depósitos no aparelho separador de vapor
- formação de depósitos na seção pós-caldeira
- produtos danificados
- perda de produção
O arraste pode por em risco o superaquecedor, se houver, as linhas de distribuição
e equipamentos de secção pós-caldeira. A eficiência do gerador também é diminuída com
o arraste e a qualidade do vapor é seriamente alterada pela presença de água líquida nas
tubulações.
VOLATILIZAÇÃO DA SÍLICA
Geralmente é um problema que ocorre de forma que geradores de vapor que
operam a altas pressões e a altas taxas de geração de vapor, devido à volatilização da
sílica e seu transporte juntamente com o vapor, o que pode ocasionar posteriormente
depósitos em turbinas, desbalanceando-as. Nos processos atuais de purificação da água
destinada a geradores de vapor de alta pressão, consegue-se eliminar a quase totalidade
dos sais incrustantes, mas não a sílica, que pode se encontrar em excesso para a pressão
e temperatura de operação da caldeira. A manutenção de um pH elevado na água auxilia
a manter a sílica em solução sob a forma de silicatos.
FRAGILIDADE CÁUSTICA
A corrosão por tensão do aço carbono do gerador de vapor provoca rachaduras
intercristalinas decorrentes da reação de corrosão nos interstícios dos grãos do metal. As
condições mais favoráveis à ocorrência de fragilidade cáustica são:
1. tensão de tração no metal;
2. alta alcalinidade hidróxida em contato com o metal sob tensão;
125
Tratamento da Água
Considerando a frequência com que ocorrem os problemas em geradores de vapor,
os três principais objetivos de um tratamento de águas de caldeiras são:
MÉTODOS DE TRATAMENTO
Podem ser empregados diversos métodos de tratamento. No entanto, costuma-se
dividir estes métodos em dois grupos mais comuns: o tratamento externo e o tratamento
interno.
A água considerada ideal para alimentação de caldeiras é aquela que não deposita
substâncias incrustantes, não corrói os metais da caldeira e seus acessórios e não ocasiona
arraste ou espuma. Evidentemente, é difícil obter-se uma água com tais características,
sem antes proceder a um pré-tratamento que permita reduzir as impurezas a um nível
compatível, de modo a não prejudicar o funcionamento da caldeira.
TRATAMENTO EXTERNO
A análise físico-química da água a ser utilizada fornece subsídios para a identificação dos
contaminantes, permitindo dessa forma, a escolha de um ou mais métodos de tratamento
externo, cuja finalidade é alterar a qualidade da água antes do ponto de utilização.
A Tabela 11 descreve somente os principais processos de tratamento externo e
suas finalidades, por entendermos que o assunto é muitas vezes complexo, o que impõe
informações mais detalhadas.
O método externo é usado para dar um tratamento à água antes que ela entre na
caldeira. Podem ser de várias maneiras, dependendo das condições em que se encontra a
água.
Se a água estiver muito carregada de impurezas e partículas sólidas visíveis, é
adotado um sistema de filtro de areia (comum para águas de rios). Pode, também, ser
empregado o tanque de decantação e o tratamento com cal, como ocorre para o
abastecimento urbano de água.
Outro processo consiste em usar abrandadores (aparelhos especiais) que são
destinados a fazer a desmineralização da água. Estes aparelhos, chamados de trocadores
de cátions, trocadores de ânions e trocadores de base, são empregados de acordo com as
necessidades de trabalho e as condições da água de alimentação.
Outro exemplo de tratamento externo consiste na desaeração, que tem por
finalidade remover os gases que se encontrem na água como o oxigênio e o gás carbônico.
O método do tratamento externo somente é utilizado para águas cuja
qualidade se encontre muito aquém das especificações toleradas e para sistemas que
trabalhem a altas pressões.
TRATAMENTO INTERNO
Este método é empregado para eliminar e/ou alterar algumas características
químicas da água visando adequá-la para sua utilização em caldeiras. Estes métodos
provocam, em geral, a precipitação de alguns componentes químicos e a consequente
formação de lodo dentro da caldeira. Assim, quando o tratamento interno for utilizado, é
127
necessário se manter um regime adequado de descargas, que garanta que toda a lama
formada pelos produtos químicos adicionados seja eliminada.
Clarificação Zeólito
Cal a frio
Abrandamento Cal, soda e carbonato a quente
Cal a quente e zeólito
Troca iônica
Desmineralização
Externo Destilação
Desgaseificação
Óxido de Magnésio
Remoção da Hidróxido de Ferro, cal
Sílica Troca iônica
Flúor de Silicato
Redutores de Dureza
Eliminação de Oxigênio Dissolvido
Interno Eliminação de Gás-Carbônico
Controle de pH
Controle de Depósitos
129
MÉTODOS EXTERNOS
CLARIFICAÇÃO
O primeiro procedimento a adotar é a clarificação da água, se necessária. Neste
caso é preciso determinar qual processo deverá ser usado para reduzir a presença de
materiais sólidos suspensos. Para tanto, pode-se optar pela decantação prévia, pela
floculação com posterior decantação, pela filtração ou por uma combinação destes.
ABRANDAMENTO
O abrandamento ou amolecimento de uma água consiste na remoção total ou
parcial dos íons de cálcio e magnésio nela presentes, geralmente na forma de
bicarbonatos, sulfatos e cloretos.
A eliminação destes cátions pode ser realizada por três processos básicos de
abrandamento:
- Adição de cal-soda: é adicionada quando a dureza de cálcio exceda de 150 ppm, em
termos de carbonato de cálcio. A dureza pode ser reduzida para 30 ppm a frio ou a 15
ppm a quente.
- Adição de fosfato: é adicionado quando se deseja diminuir ainda mais a dureza final
para cerca de 2 a 4 ppm.
- Troca iônica: Materiais trocadores de íons são substâncias sólidas e insolúveis das mais
variadas origens e natureza química, que têm a propriedade de, quando em contato com
soluções de eletrólitos, trocar íons de sua própria estrutura com o meio, sem que haja
mudança de suas características estruturais. O seu estado inicial pode ser novamente
alcançado através de processos regenerativos. Existem dois tipos de trocadores iônicos:
- trocadores de cátions e
- trocadores de ânions.
Os primeiros materiais de troca iônica eram obtidos de argilas naturais e chamados de
zeólitos naturais, nos quais eram feitos tratamentos especiais para aumentar a capacidade
de troca. Com o avanço da tecnologia, foram desenvolvidos outros materiais como as
resinas carbônicas sintéticas.
DESMINERALIZAÇÃO
As resinas catiônicas de natureza ácida e resinas aniônicas de natureza básica têm
a propriedade de permutar os íons do hidrogênio das primeiras pelos cátions existentes na
água e as hidroxilas das segundas, pelos ânions. A água resultante tem alta pureza e é
chamada de desmineralizada. Quando as resinas estão saturadas, a regeneração é feita
usando solução de ácido sulfúrico ou ácido clorídrico na resina catiônica e solução de
hidróxido de sódio na resina aniônica.
130
DESTILAÇÃO
É utilizada quando se necessita de água de elevado índice de qualidade (pureza).
É um processo raramente usado para águas de caldeiras por seu elevado custo.
DESGASEIFICAÇÃO
Emprega equipamentos que têm duas finalidades. A primeira é o desprendimento
de elementos gasosos indesejáveis que se encontram dissolvidos na água como o
oxigênio, gás carbônico, gás sulfídrico, etc. A segunda é o aquecimento da água de
alimentação das caldeiras objetivando a economia do combustível.
REMOÇÃO DA SÍLICA
A sílica pode ser removida por troca iônica, desde que tratada com óxidos.
MÉTODOS INTERNOS
REDUTORES DE DUREZA
A dureza de uma água é causada principalmente pela presença de íons de cálcio e
magnésio, mas também de outros íons como ferro, manganês, alumínio, zinco, cobre, etc.
Estes íons se combinam com soluções de sabão, formando sabões insolúveis na água.
a) Precipitação com Fosfatos:
Os Fosfatos usados podem ser os polifosfatos, pois estes são menos alcalinos que
os ortofosfatos, agem como sequestrantes de cálcio e magnésio e impedem a
precipitação prematura de seus fosfatos.
b) Tratamento com Quelatos:
Este tratamento difere do convencional, pois não precipita o cálcio e o magnésio,
formando complexos solúveis. Deste modo evita-se a deposição e,
consequentemente, a incrustação na caldeira.
ELIMINAÇÃO DE GÁS-CARBÔNICO
A presença de gás carbônico dissolvido pode causar quedas sensíveis de pH,
tornando o meio agressivo ao metal. Um dos métodos físicos de eliminação de CO 2
consiste no uso de um aquecedor-desaerador. Para assegurar uma eliminação completa
de CO2 recorre-se a métodos químicos, com o emprego de produtos neutralizantes ou
inibidores formadores de filmes. Entre os produtos de ação neutralizante no combate ao
gás carbônico, citam-se a amônia e aminas voláteis, tais como a morfolina e a
ciclohexilamina.
Tratamento com Amônia:
A amônia só é efetiva como neutralizante do gás carbônico em baixas dosagens.
Todavia, altas dosagens de amônia num meio principalmente aerado, atacam o cobre e
suas ligas.
Tratamento com Aminas:
As aminas voláteis, tais como morfolina e ciclohexilamina neutralizam o gás
carbônico, formando bicarbonatos e aumentando o pH do condensado, mantendo a
alcalinidade necessária para a inibição de corrosão no sistema.
132
CONTROLE DE pH
Um valor baixo de pH acentua a tendência corrosiva de uma água, devido ao alto
teor de íons de hidrogênio. O pH da água em qualquer parte de um sistema gerador de
vapor deve ser mantido o suficientemente alto para controlar a corrosão; isto é feito pela
adição de um reagente alcalino e controle do pH numa faixa conveniente. O reagente
alcalino a ser usado (geralmente soda cáustica) e sua dosagem dependem da pressão de
trabalho da caldeira.
Prevenção de Problemas
ÁGUA CONDENSADA
O condensado retornado à água de alimentação da caldeira pode encontrar-se
contaminado por impurezas provenientes do arraste da água do processo industrial. Neste
caso, o uso de purificadores de condensado proporcionam a obtenção de um condensado
de alta pureza que, mediante alguns controles analíticos, permite determinar a qualidade
da água condensada.
DESCARGAS
A descarga pode ser entendida como um complemento do tratamento químico. A
descarga consta da eliminação periódica de uma parcela da água concentrada no gerador
de vapor, visando manter o nível máximo de sólidos dissolvidos e em suspensão no
sistema. Para determinar a frequência das descargas deve-se levar em conta:
a) a quantidade de produtos químicos adicionados à água de alimentação. Quanto
maior a quantidade de produtos químicos adicionada, maior será a formação
de lodo (que é o produto da reação entre o produto químico e as impurezas da
água que devem ser retiradas) e, consequentemente, maior será o número de
descargas que deverão ser feitas durante a operação da caldeira.
b) a quantidade de cloretos na água. Se a concentração de cloretos presentes na
água da caldeira for excessiva (o que pode ocorrer por excesso de produtos
químicos), tem-se um aumento na concentração de sólidos em suspensão e,
portanto, deve-se aumentar a frequência das descargas.
A frequência das descargas deve ser estabelecida com base nos resultados das
análises de laboratório da água da caldeira. Em geral pode-se estabelecer uma correlação
entre a dureza da água de alimentação e a frequência mínima das descargas, conforme
observado na Tabela 13.
TIPOS DE DESCARGAS
Descargas de Nível
São contínuas e visam limitar o teor admissível de sólidos dissolvidos na água do
gerador de vapor. Controla os ciclos de concentração (sólidos em suspensão, sólidos totais
dissolvidos, alcalinidade ou sílica). O controle automático das descargas de nível
apresenta as seguintes vantagens:
- aumenta a economia na operação do sistema;
- evita arraste devido ao alto teor de sólidos;
- evita desperdício de água, de combustível e de produtos destinados ao
tratamento.
Descargas de Fundo
São intermitentes e removem a lama e parte dos sólidos dissolvidos. Tais
descargas são manuais e sua importância aumenta quando a concentração de lama na água
da caldeira é alta. As descargas de curta duração são mais eficientes que as de longa
duração.
135
Naquela pequena empresa, que já não é tão pequena assim, vez por outra, no meio
do barulho da produção, ouve-se o soar da caldeira, daquelas bem antigas. Suas placas de
metal eram unidas com rebites, ao invés de utilizar a solda. A válvula de segurança tinha
contrapesos e, de tanto tocar, o proprietário resolveu amarrá-la com um arame para que
não soasse mais.
Para quem não conhece como funciona uma caldeira, imagine uma panela de
pressão com aquela válvula fixa que fica em cima da tampa, não deixando o vapor sair.
O que pode acontecer quando a pressão interna for maior que a resistência do material da
panela? Na mesma situação encontrava-se esta caldeira, quando inspecionada pelo
engenheiro Ângelo Gaetanino Gaudio, da empresa Consultag Desenvolvimento Industrial
e Energético Ltda, no Rio Grande do Sul.
O número de acidentes, considerando a quantidade destes equipamentos em
funcionamento, é pequeno. Porém, dizem que isto ocorre por causa do fator sorte. "Se
tem um Deus que protege as crianças e os bêbados, ele também protege os operadores",
observa Lourenço Joaquim de Andrade, chefe de administração, vendas e assistência
técnica da ATA Combustão Técnica S/A. Ele diz que geralmente os donos das empresas
pensam que os acidentes só vão acontecer com o vizinho.
O uso destes equipamentos em diversos setores representa uma opção energética
de baixo custo. Uma caldeira pode ser aproveitada de diversas formas. A partir da queima
de um combustível, ela aquece a água que se transforma em vapor, e sob pressão, gera
energia termodinâmica. Transformada em energia mecânica, gera eletricidade,
constituindo-se numa fonte alternativa de geração de energia e calor.
O aquecimento da caldeira se obtém pela queima de combustível sólido como a
lenha, cavaco, carvão, bagaços; ou liquido como óleos combustíveis e álcalis; e ainda
gasosos como os gases liquefeitos de petróleo.
Nas fábricas de papel são operadas caldeiras recuperadoras de álcalis. Elas
utilizam os resíduos da extração da celulose da madeira como combustível,
reaproveitando o que seria jogado na natureza, para a produção da energia elétrica. Esta
energia, por sua vez, impulsiona o funcionamento da fábrica.
Além do aproveitamento do licor preto, como é chamado o combustível, a soda
cáustica é separada e retorna para a produção da celulose, sendo reaproveitada em 97%,
com uma perda mínima durante o processo.
137
10. Todos os suspiros e drenos dos tubulões e coletores devem estar abertos.
Operação Insegura
talvez ele não tivesse tido tempo de regular os controles depois de ouvir o alarme que
indica o superaquecimento.
Outro acidente que ilustra a situação de risco e desinformação ocorreu em 1989,
na cidade de Sananduva/RS. Por total falta de cuidados, uma caldeira de 1.000 kg/h de
vapor e pressão de 4 kgf/cm2 de uma destilaria de álcool explodiu, matando o operador e
ferindo duas pessoas. O trabalhador que operava a caldeira não tinha realizado nenhum
curso ou treinamento e a caldeira nunca foi inspecionada. Até hoje o processo civil e
criminal está em andamento na Justiça.
No caso das grandes caldeiras, segundo o engenheiro de equipamentos Marcelo
Salles, da Refinaria Duque de Caxias da Petrobrás, no Rio de Janeiro, a chance de
acidentes por falhas de manutenção, projetos e equipamentos é quase nenhuma. "A causa
nunca é isolada, mas predominantemente existe a falha humana". Salles destaca que
nenhuma empresa deixa um operador numa caldeira de grande porte sem nenhum
preparo. "Sempre há um treinamento", afirma.
Como exemplo, Salles lembra de um acidente que ocorreu numa das refinarias da
Petrobrás, onde o visor de nível da água, no painel de controle, estava em pane. O gerente,
para resolver o problema, deixou um operador de área 24 horas de plantão, olhando o
visor. "Claro que não ficou ali. Isto é humanamente impossível e ele se afastou", observa.
O operador que estava no controle dos painéis percebeu que havia perda de nível, mas
não indicava se tinha baixado ou subido, e a água secou. Só que ele tomou a decisão
errada e cortou a alimentação de água, que já estava faltando. A caldeira superaqueceu e
danificou o tubulão. Outras falhas freqüentes acontecem no acendimento dos
queimadores, como a que ocorreu na caldeira de CO (monóxido de carbono), da Refinaria
Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em julho de 1990.
É bom lembrar que a Petrobrás possui toda uma preocupação com os aspectos de
segurança e suas exigências são maiores que as estabelecidas legalmente. Os seus
funcionários recebem um treinamento rigoroso e existem os serviços especializados só
para cuidar das caldeiras, que são mais de 100 em todo o país, e centenas de vasos de
pressão, localizados nas refinarias, navios e plataformas marítimas.
Conhecimento superficial - A formação dos operadores de caldeiras, mesmo
fazendo o curso exigido na NR-13, deixa muito a desejar. A pesquisa realizada pelo
engenheiro Mecânico e de Segurança, José Olímpio Valle, da Universidade de Bauru/SP
e apresentada em junho deste ano, mostra o grau de aproveitamento dos trabalhadores
durante os cursos de operadores de caldeiras. Dos 175 entrevistados, mais de 50%
declararam que assimilaram mais ou menos o que estava sendo ministrado. Ele constatou
que o nível de escolaridade destes profissionais é muito baixo, não ultrapassando sequer
o 1º grau. Embora vários deles trabalhem com caldeira há tempo, a maioria tem um
conhecimento muito superficial do que seja o equipamento em si e os riscos que ele
oferece. Este estudo, desenvolvido na região de Bauru/SP, revela que cerca de 23% ainda
não têm o curso de operador de caldeira. A Portaria nº 23 (NR-13) faculta o curso para
aqueles com pelo menos três anos de experiência nessa atividade, até 8 de maio de 1984.
Mas, na avaliação de Valle, isto representa um grande risco para as empresas que
empregam este tipo de operador. "Em muitos casos eles não têm a mínima noção de
porquê e o que fazer numa situação de emergência e podem provocar danos ao
141
06 – Legislação e Normalização
https://www.in.gov.br/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/56639580/do1-2018-12-24-portaria-n-1-
082-de-18-de-dezembro-de-2018-56639174
143
Bibliografia
ANEXOS
145
VERIFICAÇÕES EM OPERAÇÃO
VAZAMENTOS
▪ Verificar existência de vazamentos de gás de combustão ou entrada de ar por
frestas do invólucro nas juntas de expansão de dutos, nas bocas de visita, nas
janelas ou divisores de chama e no pré-aquecedor de ar.
▪ Verificar a existência de vazamentos de ar nos dutos de ar, no pré-aquecedor de
ar e junto aos queimadores.
▪ Verificar a existência de vazamentos de vapor nos coletores do superaquecedor
em locais observáveis pelos visores de chama e em flanges de tubulação.
REFRATÁRIOS E ISOLANTES
▪ Verificar as condições do refratário na garganta do queimador.
▪ Verificar acumulação de cinzas e escória no piso.
▪ Verificar falhas do isolamento térmico (pontos quentes) no invólucro e dutos.
QUEIMADORES
▪ Verificar o desgaste dos queimadores e bicos atomizadores.
▪ Verificar o perfeito funcionamento dos acionadores e controladores de ar.
▪ Observar a configuração da chama e condições de queima.
TUBOS DO SUPERAQUECEDOR
▪ Verificar alteração na diferença de pressão através do superaquecedor (indicação
de alteração na superfície interna dos tubos).
▪ Verificar vibração dos tubos do superaquecedor (indicação de velocidade elevada
de gases de combustão ou de rompimento de suportes).
▪ Verificar presença de óxidos de alta temperatura ou deformação indicativa de
superaquecimento.
146
TUBULÕES
▪ Examinar a qualidade do vapor (indica a condição de funcionamento dos
separadores e purificadores de vapor)
▪ Observar ruídos que possam ser provocados por componentes internos soltos.
ECONOMIZADOR E PRÉ-AQUECEDOR DE AR
▪ Verificar alteração de temperatura e eficiência (indicativo de avarias, desgaste de
vedação ou depósitos de cinzas isolantes).
VARIAÇÕES DE PRESSÃO
▪ Verificar a ocorrência de aumentos nas perdas de pressão em qualquer parte do
sistema, sob a carga constante (indicativo de depósitos ou obstruções, tanto no
lado dos gases quanto no lado do vapor)
▪ Verificar a ocorrência de redução nas perdas de pressão em qualquer parte do
sistema, sob carga constante (indicativo de queda de chicanas).
FORNALHA E INVÓLUCRO
▪ Verificar o curso dos movimentos de expansão e contração das partes
pressurizadas durante a partida e a parada.
▪ Verificar se os suportes dos coletores estão permanentemente sob tensão.
▪ Verificar as condições do sistema de pintura.
TUBULAÇÕES
▪ Verificar empenos e rompimentos de apoios e suportes.
▪ Verificar condições do isolamento térmico.
147
VERIFICAÇÕES EM MANUTENÇÃO
SUPERAQUECEDOR
▪ Inspecionar os coletores e tubos, para constatação de corrosão, erosão,
superaquecimento, oxidação e outras avarias.
▪ Verificar os locais onde pode haver corrosão provocada pelos sopradores de
fuligem.
▪ Verificar se os tubos e coletores têm liberdade de expansão.
▪ Medir o diâmetro dos tubos para verificar o alargamento provocado por fluência.
▪ Efetuar análise micrográfica em trecho de tubo removido a cada 05 anos de
operação, para verificação da presença de fases metalúrgicas indesejáveis.
▪ Verificar as condições de limpeza e fixação dos respiros e drenos.
▪ Inspecionar os suportes das serpentinas e coletores.
ECONOMIZADOR
▪ Inspecionar as superfícies internas dos tubos e coletores, onde existir acesso visual
para constatação de corrosão e da formação de incrustações. Dar atenção especial
às curvas e locais de mudança de diâmetro da tubulação.
▪ Inspecionar as superfícies externas dos tubos e coletores, para constatação de
corrosão, erosão e depósitos. Dar atenção especial às zonas de atuação dos
sopradores de fuligem e na região de entrada de água para o economizador.
▪ Inspecionar os suportes.
▪ Verificar as condições de limpeza e fixação dos suspiros, drenos e válvulas.
▪ Inspecionar o invólucro para a constatação de vazamentos, corrosão e
estanqueidade das portas de acesso.
▪ Verificar as condições gerais do isolamento externo do invólucro.
▪ Efetuar teste hidrostático.
149
REFRATÁRIOS
▪ Inspecionar tijolos, peças moldadas e concretos monolíticos, para detecção de
trincamento, lascamento, afrouxamento ou perda de ancoragem.
▪ Verificar resistência mecânica dos tijolos atacados por cinzas e gases (tijolos em
regiões quentes – acima de 200ºC).
▪ Verificar resistência mecânica dos tijolos atacados por ácidos (tijolos em regiões
frias – abaixo de 200ºC).
▪ Verificar a resistência mecânica dos concretos refratários.
▪ Inspecionar o revestimento do piso para avaliação do ataque por cinzas e
vitrificação.
▪ Inspecionar as peças refratárias dos queimadores quanto à incidência de chama e
ataque por cinzas fundidas.
▪ Verificar se a ancoragem dos refratários não apresenta corrosão.
▪ Inspecionar tremonhas de fuligem e cinzas quanto à erosão e estado dos selos.
▪ Verificar se a aplicação de concretos monolíticos é efetuada em temperatura
superior a 15ºC, com a quantidade de água recomendada pelo fabricante.
▪ Verificar se a secagem da caldeira obedece o estipulado pelo fabricante do
material refratário.
INVÓLUCROS E CHICANAS
▪ Inspecionar as chicanas, verificando as condições das peças de refratamento,
vedação dos gases e suportes.
▪ Verificar as condições dos suportes estruturais, onde visíveis.
▪ Verificar as superfícies externas do invólucro e da fornalha, quanto a dobras,
rupturas ou abaulamento das chapas.
▪ Efetuar teste de vedação do invólucro.
COLUNAS DE NÍVEL
▪ Inspecionar os visores de nível, para detecção de vazamentos e exame das
condições de limpeza e visibilidade.
▪ Inspecionar iluminadores, refletores e espelhos para constatação de limpeza e
rupturas.
▪ Inspecionar as válvulas e registros de prova, correntes e polias, se existentes.
▪ Verificar se as colunas de nível têm livre expansão com o aquecimento da
caldeira.
▪ Testar os alarmes de nível.
150
SOPRADORES DE FULIGEM
▪ Inspecionar o alinhamento dos suspensores dos sopradores e o aperto dos
parafusos de fixação dos suspensores.
▪ Verificar a existência de deformações, desgaste dos suspensores, atrito dos tubos,
erosão dos bocais, rupturas ou trincas.
▪ Verificar a fixação e selagem das caixas dos sopradores, nas paredes da caldeira.
▪ Verificar os elementos móveis, válvulas e engaxetamentos dos cabeçotes dos
sopradores.
▪ Verificar o posicionamento das lanças para evitar incidência de vapor sobre os
tubos.
▪ Verificar o arco de sopragem e o sentido de rotação dos sopradores.
▪ Verificar a vedação dos tubos giratórios nos pontos de contato dos tubos com as
gaxetas de vedação, para constatação de erosão.
▪ Inspecionar acessórios: conexões e válvulas recurvadas (tipo pescoço de ganso),
válvulas de suprimento de vapor, tubulação e drenos. Testar os bloqueios de
vapor.
VÁLVULAS
▪ Inspecionar as válvulas de água de alimentação, purga, dreno e outras.
▪ Verificar o funcionamento, corrosão e erosão.
VÁLVULAS DE SEGURANÇA
▪ Verificar as condições dos bocais das válvulas e das sedes dos discos.
▪ Verificar as condições gerais das partes internas para constatação de corrosão,
aspereza das superfícies, descamação e desgaste.
▪ Verificar as condições gerais das molas para detecção de trincas, formação de
pites, resiliência e assentamento plano das extremidades.
▪ Verificar a retilinidade da haste e a rosca dos anéis de ajustagem.
▪ Verificar as condições de fixação, estado geral e folgas para expansão das
tubulações de descarga e dreno.
151
CAIXA DE AR
▪ Verificar condições gerais e acionamento dos reguladores de fluxo de ar.
▪ Inspecionar o isolamento térmico da caixa de ar.
▪ Verificar as condições de vedação das portas de acesso e vigias.
Alimentador
▪ Verificar as condições de acionamento.
▪ Verificar a existência de erosão e vazamentos no invólucro do alimentador.
▪ Verificar as condições gerais de ajustagem de pinos, buchas, etc.
Pulverizador
▪ Inspecionar as superfícies externas e internas do invólucro do classificador, para
constatação de corrosão e vazamentos.
▪ Verificar as condições de operação do mecanismo de ajustagem do classificador.
▪ Verificar as condições de operação dos dispositivos de ajustagem do mecanismo
de trituração.
▪ Inspecionar as molas de pressão.
▪ Inspecionar os mancais e eixos das partes rotativas.
▪ Inspecionar o sistema de lubrificação.
▪ Inspecionar os revestimentos e raspadores.
Exaustor
▪ Examinar o acionamento, o alinhamento e o acoplamento.
▪ Inspecionar mancais e sistema de lubrificação.
▪ Verificar se o rotor e seu revestimento apresenta corrosão, erosão ou vazamento.
152
Queimador
▪ Verificar se o bocal de carvão apresenta erosão ou oxidação e se está corretamente
posicionado na abertura do refratário.
▪ Verificar as condições dos impulsores e passagens de carvão pulverizado
▪ Verificar se a garganta do refratário apresenta sinais de queima, lascamento ou
pêra de peças moldadas.
▪ Verificar existência de vazamentos nas tubulações de carvão e ar.
153
Carregador-Espalhador
▪ Verificar as folgas das lâminas do distribuidor e a bandeja do distribuidor.
▪ Verificar desgaste do eixo e dos mancais do distribuidor.
▪ Verificar o desgaste do alimentador.
▪ Verificar a limpeza e condições gerais dos acionamentos e caixas de engrenagens.
▪ Verificar desgaste das correntes e rodas dentadas.
▪ Verificar o alinhamento dos mancais.
▪ Testar o fluxo da água de resfriamento através das camisas.
▪ Verificar as condições do ventilador de ar para o leito e os bocais de distribuição.
Grelhas Basculantes
▪ Verificar a condição de expansão das barras das grelhas.
▪ Inspecionar os suportes.
▪ Inspecionar o mecanismo basculador da grelha e suas articulações.
▪ Inspecionar o revestimento da porta da fornalha e ventaneiras.
154
Grelhas Móveis
▪ Verificar a ocorrência de corrosão ou erosão na grelha.
▪ Inspecionar os selos de ar.
▪ Verificar se a caixa de ar apresenta vazamentos.
▪ Verificar se os reguladores de fluxo de ar apresentam desgaste ou folga excessiva.
▪ Inspecionar as partes estacionárias e expostas ao fogo.
▪ Verificar se o mecanismo de cisalhamento de pinos movimenta-se livremente.
▪ Inspecionar o mecanismo de acionamento da grelha.
▪ Inspecionar os materiais refratários.
Aquecedor de Combustível
▪ Inspecionar feixe tubular fora do casco, verificando a existência de avarias
mecânicas, obstruções, corrosão ou erosão.
▪ Verificar a livre operação de respiros e drenos.
▪ Efetuar testes hidrostáticos para verificação de vazamentos nos tubos,
mandrilagens e juntas flangeadas.
▪ Verificar o aperto dos estojos e porcas.
▪ Inspecionar o isolamento térmico.
▪ Verificar as condições gerais, operação e ajustagem das válvulas de alívio.
VENTILADORES
CHAMINÉ
▪ Verificar o prumo da chaminé e a tensão dos cabos de estaiamento, quando
aplicável.
▪ Verificar a presença de mossas e formações indicativas de flambagem ou
superaquecimento da chaparia.
▪ Inspecionar pintura externa, verificando pontos de possível superaquecimento.
▪ Verificar a existência de corrosão externa na chaparia, escadas, plataformas e
acessórios de elevação de cargas.
▪ Verificar aterramento elétrico e os pára-raios da chaminé.
▪ Inspecionar o revestimento refratário interno.
▪ Verificar se existe corrosão interna, entre a chapa e o revestimento refratário.
▪ Inspecionar os chumbadores e a base de concreto.
▪ Inspecionar o revestimento “Fire-Proof”.
158
VERIFICAÇÕES EM OPERAÇÃO
VAZAMENTOS
▪ Verificar existência de vazamentos de gás de combustão ou entrada de ar por
frestas do invólucro nas juntas de expansão de dutos, nas bocas de visita, nas
janelas ou divisores de chama e no pré-aquecedor de ar.
REFRATÁRIOS E ISOLANTES
▪ Verificar as condições do refratário na garganta do queimador.
▪ Verificar acumulação de cinzas e escória no piso.
▪ Verificar falhas do isolamento térmico (pontos quentes) no invólucro e dutos.
QUEIMADORES
▪ Verificar o desgaste dos queimadores e bicos atomizadores.
▪ Verificar o perfeito funcionamento dos acionadores e controladores de ar.
▪ Observar a configuração da chama e condições de queima.
FORNALHA E INVÓLUCRO
▪ Verificar o curso dos movimentos de expansão e contração das partes
pressurizadas durante a partida e a parada.
▪ Verificar se os suportes dos coletores estão permanentemente sob tensão.
▪ Verificar as condições do sistema de pintura.
TUBULAÇÕES
▪ Verificar empenos e rompimentos de apoios e suportes.
▪ Verificar condições do isolamento térmico.
▪ Verificar as condições do sistema de pintura.
159
VERIFICAÇÕES EM MANUTENÇÃO
REFRATÁRIOS
▪ Inspecionar tijolos, peças moldadas e concretos monolíticos, para detecção de
trincamento, lascamento, afrouxamento ou perda de ancoragem.
▪ Verificar resistência mecânica dos tijolos atacados por cinzas e gases (tijolos em
regiões quentes – acima de 200ºC).
▪ Verificar resistência mecânica dos tijolos atacados por ácidos (tijolos em regiões
frias – abaixo de 200ºC).
▪ Verificar a resistência mecânica dos concretos refratários.
▪ Inspecionar o revestimento do piso para avaliação do ataque por cinzas e
vitrificação.
▪ Inspecionar as peças refratárias dos queimadores quanto à incidência de chama e
ataque por cinzas fundidas.
▪ Verificar se a ancoragem dos refratários não apresenta corrosão.
160
COLUNAS DE NÍVEL
▪ Inspecionar os visores de nível, para detecção de vazamentos e exame das
condições de limpeza e visibilidade.
▪ Inspecionar iluminadores, refletores e espelhos para constatação de limpeza e
rupturas.
▪ Inspecionar as válvulas e registros de prova, correntes e polias, se existentes.
▪ Verificar se as colunas de nível têm livre expansão com o aquecimento da
caldeira.
▪ Testar os alarmes de nível.
VÁLVULAS
▪ Inspecionar as válvulas de água de alimentação, purga, dreno e outras.
▪ Verificar o funcionamento, corrosão e erosão.
VÁLVULAS DE SEGURANÇA
▪ Verificar as condições dos bocais das válvulas e das sedes dos discos.
▪ Verificar as condições gerais das partes internas para constatação de corrosão,
aspereza das superfícies, descamação e desgaste.
▪ Verificar as condições gerais das molas para detecção de trincas, formação de
pites, resiliência e assentamento plano das extremidades.
▪ Verificar a retilinidade da haste e a rosca dos anéis de ajustagem.
▪ Verificar as condições de fixação, estado geral e folgas para expansão das
tubulações de descarga e dreno.
161
Carregador-Espalhador
▪ Verificar as folgas das lâminas do distribuidor e a bandeja do distribuidor.
▪ Verificar desgaste do eixo e dos mancais do distribuidor.
▪ Verificar o desgaste do alimentador.
▪ Verificar a limpeza e condições gerais dos acionamentos e caixas de engrenagens.
▪ Verificar desgaste das correntes e rodas dentadas.
▪ Verificar o alinhamento dos mancais.
▪ Testar o fluxo da água de resfriamento através das camisas.
▪ Verificar as condições do ventilador de ar para o leito e os bocais de distribuição.
Grelhas Basculantes
▪ Verificar a condição de expansão das barras das grelhas.
▪ Inspecionar os suportes.
▪ Inspecionar o mecanismo basculador da grelha e suas articulações.
▪ Inspecionar o revestimento da porta da fornalha e ventaneiras.
162
Grelhas Móveis
▪ Verificar a ocorrência de corrosão ou erosão na grelha.
▪ Inspecionar os selos de ar.
▪ Verificar se a caixa de ar apresenta vazamentos.
▪ Verificar se os reguladores de fluxo de ar apresentam desgaste ou folga excessiva.
▪ Inspecionar as partes estacionárias e expostas ao fogo.
▪ Verificar se o mecanismo de cisalhamento de pinos movimenta-se livremente.
▪ Inspecionar o mecanismo de acionamento da grelha.
▪ Inspecionar os materiais refratários.
Aquecedor de Combustível
▪ Inspecionar feixe tubular fora do casco, verificando a existência de avarias
mecânicas, obstruções, corrosão ou erosão.
▪ Verificar a livre operação de respiros e drenos.
▪ Efetuar testes hidrostáticos para verificação de vazamentos nos tubos,
mandrilagens e juntas flangeadas.
▪ Verificar o aperto dos estojos e porcas.
▪ Inspecionar o isolamento térmico.
▪ Verificar as condições gerais, operação e ajustagem das válvulas de alívio.
VENTILADORES
CHAMINÉ
▪ Verificar o prumo da chaminé e a tensão dos cabos de estaiamento, quando
aplicável.
▪ Verificar a presença de mossas e formações indicativas de flambagem ou
superaquecimento da chaparia.
▪ Inspecionar pintura externa, verificando pontos de possível superaquecimento.
165
das dobradiças. Vedar as frestas com massa plástica. O topo da chaminé deverá
ser tamponado.
11. Controlar a umidade relativa no interior da caldeira em valor inferior a 30%. A
umidade relativa pode ser controlada com o uso de material absorvedor de
umidade ou com aquecimento. O aquecimento pode ser efetuado com serpentinas
de vapor, resistências elétricas ou lâmpadas (algumas unidades injetam vapor no
tubulão inferior para aquecer a caldeira). Para determinar a temperatura
necessária para manter baixa a umidade relativa pode-se utilizar o ábaco (Figura
72). As temperaturas de bulbo seco (TBS) e bulbo úmido (TBU) são obtidas com
um psicrômetro. A temperatura obtida deve ser a mínima encontrada no interior
da caldeira.
12. Prever procedimentos de preservação semelhantes para partes confinadas tais
como porão abaixo do piso da fornalha, dutos de gases e saia da chaminé.
13. Revisar a pintura externa.
14. Remover o isolamento térmico externo e aplicar revestimento anti-corrosivo
(pintura da chaparia exposta).
15. Nas caldeiras a céu aberto deverá ser construída uma proteção contra chuva.
168