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INHAMIZUA
BEIRA-SOFALA
2016
Sumário
1. Índice de figuras..................................................................................................................I
2. Índice de tabelas.................................................................................................................II
3. Declaração de honra.........................................................................................................III
4. Dedicatória.......................................................................................................................IV
5. Agradecimentos.................................................................................................................V
6. Lista de abreviaturas.........................................................................................................VI
7. Glossário...........................................................................................................................IX
8. Resumo.............................................................................................................................IX
9. Abstract..............................................................................................................................X
Capitulo I: Introdução.............................................................................................................1
I.1. Justificativa..........................................................................................................................2
I.2. Objectivos............................................................................................................................2
I.3. Problematização...................................................................................................................3
I.4. Hipóteses..............................................................................................................................3
II.7. Explosivos........................................................................................................................17
II.8. Desmonte de Rochas........................................................................................................23
V.1. Conclusão.........................................................................................................................64
V.2. Sugestões..........................................................................................................................65
1. Índice de figuras
I
2. Índice de tabelas
Tabela 1: Comentários a respeito da relação Hb e Afastamento (A). Fonte: (Konya, 1985). .45
II
3. Declaração de honra
Eu, Ubaldo Gemusse, Mestre em Geomaterias, declaro que o estudante, Mário Armando
Zunguza, com nº de estudante 2306, a frequentar o curso de Engenharia de geologias e minas.
Como um dos requisitos para a obtenção do grau de licenciatura, elaborou a presente
monografia e a mesma está em condições de ser avaliado.
O conteúdo do presente documento é reflexo de seu trabalho pessoal e manifesto que perante
qualquer notificação de plágio, cópia ou falta em relação à fonte original, ele directamente o
responsável legal, económica e administrativamente, isentando o Orientador do trabalho, a
Universidade e as instituições que colaboraram com este trabalho, assumindo as
consequências derivadas de tais práticas.
Orientador
______________________
III
4. Dedicatória
Ao meu pai Armando Uacela Zunguza, pela formação pessoal e académica que
permitiu com que alcançasse os meus objectivos.
A minha mãe Evelina João Alberto, que foi sempre o meu suporte, por acreditar no
meu desempenho académico, e por me ter apoiado incondicionalmente para o sucesso
académico.
Aminha avo Cristina, por me ter criado, alimentado, feito estudar nos maus momentos
da minha vida.
Aos meus irmãos Armando Zunguza Junior, Eunice, Yumi Armando Zunguza,
Dionísio Armando Zunguza, Sandra Armando Zunguza, Zinha Armando Zunguza e
Evegildo Armando Zunguza.
A todos aqueles que não pertencem mais ao mundo dos vivos, meus avos, amigos e
irmã.
IV
5. Agradecimentos
Em primeiro lugar quero agradecer ao meu orientador Msc Ubaldo Gemusse pela
orientação deste trabalho e todas as questões dadas durante o período de realização.
De igual modo agradecer ao meu segundo orientador Dr. Simbi por todo o seu apoio e
dedicação no acompanhamento deste as correcções do trabalho.
Agradeço aos colegas e amigos com quem convivi durante o período de duração do
curso.
Um especial agradecimento aos coordenadores do curso que tive durante esta jornada,
Dr Otelo Joaquim, Dr. Engenheiro Jorge Santos pelo apoio e ensinamentos.
De igual modo agradeço ao corpo de docentes da universidade Jean Piaget, em
especial ao Dr. Ngoie pelos conselhos e pelas palavras de edificação que recebi.
Obrigado a todos que acreditaram que este trabalho científico era possível.
V
6. Lista de abreviaturas
VI
A: Afastamento nominal
D: Diâmetro do furo;
E: Espaçamento nominal
L: Longitude do furo,
d: Diâmetro da carga;
LV: Longitude do desmonte;
AV: Comprimento da bancada;
Ae: Afastamento efectivo;
Ee: Espaçamento efectivo;
T: Tampão;
S: Subperfuração;
I: Longitude da carga;
q: Ângulo de saída;
v/w: Grau de equilíbrio;
tr: Tempo de retardo.
1: Repé;
2: Meia cana do furo;
3: Rocha saliente;
4: Sobreescavação;
5: Fenda de tracção;
6: Trincamento do;
7: Cratera;
8: Carga maciço desacoplada.
ρe: Densidade do explosivo (g/cm3);
ρe: Densidade da rocha (g/cm3);
de: Diâmetro do explosivo (mm).
Hb: A altura da bancada
RL: Razão Linear de Carregamento:
de: Diâmetro do explosivo (mm);
ρe: Densidade do explosivo (g/cm3).
Hcf: Altura da carga de fundo
VII
Hcc: Altura da carga de coluna
RC: Razão de carregamento
CT: Carga Total
VIII
7. Glossário
Mineral: substância natural geralmente inorgânica que ocorre na crusta terrestre e que
apresenta uma composição química definida e características físicas próprias.
Minério: mineral que tem valor intrínseco suficiente para ser extraído com lucro.
IX
Escória ou ganga: ou escoria representa tudo aquilo que vem com o minério mas é
considerado desperdício
8. Resumo
Esta obra pretende analisar com vista a optimizar o processo de desmonte de rocha na mina a
céu aberto da Jd’sousa e está organizado em cinco capítulos.
Para analisar os dados obtidos no estudo de caso do processo de desmonte é necessário que
haja uma interpretação minuciosa dos mesmos, assunto tratado no quarto capítulo.
X
As conclusões e recomendações obtidas na interpretação de resultados como a impregnação
de malhas apertadas, critérios de escolha de explosivos são exibidas no quinto capítulo.
9. Abstract
This work intends to analyze with a view to optimize the process of dismantling of rock in
the open pit mine of Jd'sousa and is organized in five chapters.
The first is related to introductory aspects of work such as justifications, objectives, research
problem, hypotheses and methodology.
The second chapter presents the definition of terms based on existing bibliographies
regarding the subject under analysis, is the development of the theoretical component
regarding rock drilling, criteria for the choice of explosives, design of fire plans, development
of necessary theories And capable of sustaining the case study which is the item dealt with in
the third chapter.
In order to analyze the data obtained in the case study of the dismantling process it is
necessary to have a detailed interpretation of the same, subject matter treated in the fourth
chapter.
The conclusions and recommendations obtained in the interpretation of results such as the
impregnation of tight meshes, criteria for the choice of explosives are shown in the fifth
chapter.
XI
XII
Capitulo I: Introdução
Pelo que aprendemos em história, a vida do homem está ligada a dependência de recursos
minerais existentes no seu habitat para fabrico de utensílios. Numa primeira fase para a caça,
mais tarde na agricultura, para garantir a sua sobrevivência. As primeiras tribos humanas
tinham uma vida nómada, pois se viam obrigadas a migrar para locais de solos férteis e perto
de depósitos minerais que permitissem desenvolver um crescimento sustentável.
Para satisfazer a grande procura de rocha britada as empresas mineradoras vêm-se obrigadas
a produzirem mais em curtos intervalos de tempo, necessitando assim de formas viáveis e
rápidas de desmonte de rochas. Neste âmbito, grandes são os problemas gerados com o
processo de desmonte de rocha:
1
I.1. Justificativa
O mundo encontra-se em uma fase de evolução das obras em geral, principalmente na área de
construção civil. Com isto, cada vez mais obras vêm sendo realizadas e consequentemente o
aumento no consumo de materiais como os diversos tipos de brita.
Por responsabilizarem terceiros para este trabalho, observou-se que os planos de fogo são
elaborados de forma equivocadas, fornecendo as empresas planos não específicos ou não
direccionadas com os desmontes em questão e custos adicionais desnecessários.
I.2. Objectivos
Com base em informações obtidas durante o decorrer do curso, é necessário que se apliquem
esses conhecimentos para criação de soluções de forma a resolver os problemas encontrados.
Deste modo, os objectivos da presente obra :
2
I.2.1. Objectivo geral
Analisar processos de desmonte de rochas com explosivos com vista a optimização dos seus
resultados caso da pedreira Jd’sousa.
I.3. Problematização
I.4. Hipóteses
Como análise de melhoria nos resultados de desmonte de rochas com explosivos o presente
trabalho estará analisando as seguintes possibilidades:
3
Os dados foram colectados de modo aleatório, estudados e analisados durante o
processo de estágio de dois meses de duração;
Em projectos de mina a céu aberto como, por exemplo a área de pedreira, o objectivo
principal é a redução de custos. Quer sejam custos relacionados ao processo limpeza da
camada de estéril, perfuração, desmonte de rocha e transporte de material para a produção. O
presente trabalho é centralizado a área específica de desmonte de rochas onde aborda a
análise de processo com vista a optimização dos resultados.
4
Capitulo II: Fundamentação Teórica
Os minérios que constituem as rochas são substâncias químicas que se originam a partir de
processos inorgânicos, de decomposição química, geralmente definida, e encontrada
naturalmente na crosta terrestre (AZEVEDO E MARQUES, 2006).
Devido à ocorrência de uma grande diversidade de minerais no globo terrestre, que agregados
uns aos outros, formam os diversos tipos de rocha (GERALDI, 2011).
Segundo Azevedo e Marques (2006), são formadas naturalmente por agregados de matéria
mineral, que se apresentam em grandes massas ou fragmentos, as rochas são materiais sólidos
e consolidados. As rochas constituintes do globo terrestre são classificadas e agrupadas de
acordo com a sua litologia, sua génese e por suas características estruturais. Desta forma, foi
determinada uma subdivisão das rochas em três grandes grupos ou classes, para os estudos da
geologia do planeta (GERALDI, 2011):
Rochas sedimentares;
Rochas metamórficas.
Segundo Oliveira e Brito (1998), os materiais rochosos são utilizados na construção civil em
diferentes formas para diferentes usos como pedra britada, areia artificial, pó de pedra são
usados para aterros, em outras obras civis, tais como estradas, aeroportos, estações de
tratamento de água, placas de pedra para revestimentos de paredes e pisos; blocos usados
como elementos estruturais em barreiras, blocos usados como elementos estruturais de
barragem de água ou como protecção de taludes, encostais e portos marítimos.
Para a utilização dos materiais rochosos nas diferentes formas, os mesmos devem atender a
determinadas especificações técnicas como (GERALDI, 2011):
Dureza e tenacidade.
Baixo desgaste.
5
Composição mineralógica adequada, com ausência de elementos radioactivos e
sujeitos a alterações por inteperismo.
Resistência à compressão.
Baixa capacidade de absorção de líquidos.
Quando britados – apresentar formas equidimensionais e regulares das partículas.
Existem vários termos e expressões únicas da Mineração, que a caracterizam como domínio
técnico (Howard L. Hartman, 1987). É importante desde conhecer a linguagem técnica
elementar deste capítulo. As definições que seguidamente serão apresentadas estão
contextualizadas segundo a terminologia apresentada por (Thrust, 1968) ou (Gregory, 1983).
Mineral: substância natural geralmente inorgânica que ocorre na crusta terrestre e que
apresenta uma composição química definida e características físicas próprias.
Minério: mineral que tem valor intrínseco suficiente para ser extraído com lucro.
Escória ou ganga: minerais que não têm utilidade nem valor suficiente para ser em
explorados (a ganga ou escoria representa tudo aquilo que vem com o minério mas é
considerado desperdício).
6
Depósito mineral: ocorrência geológica de minerais em forma relativamente concentrada
com potencial de exploração.
Como se pode constatar existe um campo vasto de sistemas possíveis para a perfuração de
rocha. No entanto, na industria mineira a perfuração é realizada actualmente, e de uma forma
geral, utilizando a energia mecânica. Este facto deve-se a vários factores, de ordem técnica,
económica e de eficiência.
Neste capítulo iremos apenas aprofundar o tema de perfuração a céu aberto, pelo facto de
corresponder ao âmbito deste trabalho.
A petrologia defende que a resistência que um material oferece em ser riscado pelo outro se
chama dureza. A avaliação de resistência que um mineral tem em relação ao outro de dureza
conhecida é chamada de grau de dureza.
7
Dureza Brinell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell superficial
Dureza Webster
Dureza Vickers
Dureza Mohs
Dentre elas a mais usada é a de Mohs, que se baseia em classificar os minerais de dureza
conhecida numa ordem crescente em que cada mineral risca o seu antecessor e é riscado pelo
mineral seguinte.
O desmonte de rocha por sua vez depende da dureza da rocha, permitindo assim a escolha do
método de desmonte a seguir.
A Percussão é a acção realizada pelo pistão que gera uma onda de choque transmitida ao bit
através da vara; no caso do martelo no fundo, a percussão é gerada na própria cabeça de
perfuração.
A Rotação é o movimento que faz girar o bit permitindo desta forma que os impactos que se
produzem na rocha sejam realizados em diferentes posições.
A pressão de avanço permite manter o contacto constante com o maciço rochoso enquanto
se executa a perfuração
8
Figura 1:Funcionamento de um sistema Rotopercusiva (Pedro CAVADAS, 2009).
9
Os furos são geralmente caracterizados por quatro parâmetros: diâmetro, profundidade,
rectilinidade e estabilidade.
II. 3.1 Diâmetro dos furos
10
Figura 2: Influência do diâmetro no n.º de furos, na fragmentação da rocha, na altura da pilha
e no porte do equipamento de carregamento (SILVA e COSTA, 2009).
11
experiência do operador. Na perfuração horizontal ou inclinada, o peso da coluna de
perfuração pode concorrer para o desvio do furo.
Ao perfurar furos profundos para detonação, o furo deve ser tão recto quanto possível para
que os explosivos, sejam distribuídos correctamente, para se obter o resultado desejado.
Para compensar o desvio dos furos às vezes é necessário furar com menor espaçamento o que
resulta em maior custo. Um problema particular causado por um furo com desvio é a
possibilidade de encontrar-se com um outro já perfurado, causando a detonação de cargas por
“simpatia”. A probabilidade do equipamento se prender é grande e a detonação não pode ser
executada adequadamente.
Além do desvio do furo propriamente dito, o alinhamento pode ser afectado pelo
desalinhamento da lança e pelo cuidado durante o emboque do furo.
Outra necessidade em perfuração é que o furo permaneça “aberto” enquanto estiver sendo
utilizado para carregamento de explosivos. Em certas condições, por exemplo, quando a
perfuração é em material “solto” ou rocha (que tendem a desmoronar e tapar o furo), torna-se
essencial estabilizar-se o furo com tubos ou mangueiras de revestimentos.
Melhor fragmentação;
Diminuição dos problemas de repé devido ao melhor aproveitamento dasondas de
choque na parte crítica do furo (pé da bancada);
Maior lançamento;
Permite maior malha;
Permite redução da Razão de Carregamento que pode ser obtida pelo uso de
explosivos de menor densidade;
Maior estabilidade da face da bancada;
Menor ultra-arranque.
12
II.3.5.2. Principais desvantagens da perfuração inclinada
A geometria das malhas de perfuração pode ser quadrada, rectangular, estagiada, triângulo
equilátero ou malha alongada:
13
Malhas estagiada: devido a geometria de furos alternados dificulta a perfuração (maior
tempo de locomoção furo a furo), porém possui melhor distribuição do explosivo no maciço
rochoso.
Malha Triângulo Equilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A = 1,15.
São indicadas para rochas compactas e duras. Possuem óptima distribuição da energia do
explosivo na área de influência do furo, maximizando a fragmentação. O centro do triângulo
equilátero, o ponto mais crítico para fragmentação, recebe igual influência dos três furos
circundantes.
Malhas alongadas: Conforme a relação E/A as malhas podem assumir várias configurações.
As malhas alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75. São indicados
para rochas friáveis/macias aumentando o lançamento por possuírem menores afastamentos.
Sendo:
Sendo:
14
Nd = dias trabalhados durante o ano.
Unidade: metros
Sendo:
15
Sendo:
A mineralização a céu aberto tem sido a mais escolhida pelas pedreiras, por ser de fácil
manuseio, ela apresenta uma serie de vantagens:
II.7. Explosivos
Explosivos são substâncias ou misturas, em qualquer estado físico, que, quando submetidos a
uma causa térmica ou mecânica suficientemente enérgica (calor, atrito, impacto etc.) se
transformam, total ou parcialmente, em gases, em um intervalo de tempo muito curto,
desprendendo considerável quantidade de calor.
16
II.7.1. Propriedades dos Explosivos
Força
É a quantidade de energia liberada na detonação, expressa em percentagem
(RICARDO E CATALANI, 2007).
Sensibilidade
Segundo Geraldi (2011), é a capacidade de um explosivo ser detonado por choques. A
nitroglicerina é extremamente sensitiva, sendo facilmente detonada.
Velocidade
Após a explosão da rocha, ocorre uma reacção química com a produção de luz, calor e
gases a uma pressão elevada. A velocidade com que a frente da reacção química
avança num explosivo de forma cilíndrica é definida como velocidade de detonação
do explosivo. Esta velocidade vária de 1.500 a 7.500m/s (RICARDO E CATALANI,
2007).
Resistência a água
Ao se detonar uma rocha, é importante saber se tem concentração de água nos furos,
pois alguns tipos de explosivos não são resistentes à água, e assim, ficarão
neutralizados e não detonarão. Esta resistência é medida pelo número de horas em
que, tendo o explosivo ficado submerso em água, é ainda capaz de ser iniciado com
eficiência e detonar completamente através de uma espoleta nº 6, conforme o “Bureau
of Mines-USA” (RICARDO E CATALANI, 2007).
Sensibilidade
É a capacidade de propagação da onda gerada pelo explosivo de um cartucho a outro,
ou de toda a coluna explosiva presente no furo. A sensibilidade pode ser afectada pela
falta de contacto entre cartuchos ou por “vazios” criados em furos mal carregados
(GERALDI, 2011).
Densidade
Segundo Geraldi (2011), explosivos com maior densidade significam maior
concentração de carga explosiva por metro linear de furo, consequentemente
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aumentando a razão de carregamento que é representada pela carga do explosivo (kg)
por metro cúbico de rocha a detonar.
Segurança no manuseio
Para Ricardo e Catalani (2007), até o explosivo chegar à área de detonação, ele sofre
vários choques e transbordos, assim é de suma importância a segurança no manuseio
para que não ocorra a detonação com facilidade.
Volume dos gases
Segundo Ricardo e Catalani (2007), os gases se desenvolvem ao longo da explosão e
seu volume refere-se ao volume na temperatura e pressão de explosão, sendo
divididos em duas classes: baixa expansão gasosa (até 800L/Kg) e alta expansão
gasosa (acima de 800L/kg).
Gases tóxicos
Os gases gerados a partir da explosão nas escavações em subsolos podem causar nos
trabalhadores do desmonte, dores de cabeça e náuseas (RICARDO E CATALANI,
2007). Estes gases são classificados em:
a) Categoria A: até 22,6L/Kg – classe 1 (pouco gases tóxicos)
b) Categoria B: de 22,6L/Kg até 46,7L/Kg – classe 2 (quantidade elevada de
gases tóxicos)
c) Categoria C: mais de 46,7L/Kg e menos de 94,8L/Kg – classe 3 (quantidade
elevada de gases tóxicos).
Existem vários tipos de explosivos com diferentes densidades, estas densidades ditam a força
que cada um exerce sobre quantidade de rocha que se pretende detonar por furo. Alguns
exemplos de explosivos são:
Anfo
18
Figura 4: Explosivo tipo ANCO (Fonte Própria)
Emulsão Encartuchada
Explosivo encartuchado com alto poder de ruptura, alta resistência à água e grande potência
de detonação. Ideal para aplicação em minerações subterrâneas, a céu aberto, desmonte
subaquáticos e construção civil em geral (MANUAL BRITANITE, 2010).
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Figura 5: Emulsão encartuchada (Fonte Propria).
Segundo Ricardo e Catalani (2007), para que se possa escolher o tipo de explosivo certo, é
necessário levarem em consideração alguns factores, como:
Além das informações dos folhetos técnicos, é bom procurar informações que permite uma
previsão do desempenho do explosivo, como:
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Pressão de explosão;
Velocidade de detonação;
Volume de gases;
Energia absoluta;
Energia relativa;
Razão linear de energia;
Potência disponível.
Outro factor importante é testar o explosivo com a rocha a ser escavada e comprovar a sua
eficiência antes de comprar uma grande quantidade.
É através dos acessórios que ocorre a detonação inicial, que provocará a explosão, sendo
estes utilizados na escavação a céu aberto:
Espoletas simples;
Espoletas eléctricas;
Cordel detonante;
Acendedores;
Reforçadores (“boosters”);
Escorvas;
Sistema não eléctrico.
II.7.4.1. Normas de Segurança
Os explosivos, por se tratar de material bélico, estão sujeitos a uma legislação específica
regida pelo conselho de ministros através do decreto n o 61/2006 que aprova o regulamento de
segurança técnica e de saúde para as actividades geológico-mineiras e revoga a legislação que
contrarie este regulamento. Entre outros aspectos este regulamento trata das obrigatoriedades
das empresas de mineração para exercer a compra e utilização dos explosivos, dizendo
respeito a seu uso acondicionamento em paióis, destruição de embalagens e explosivo fora do
prazo de validade, transporte, construções de paióis e responsáveis pelo manuseio. Na mesma
linha, existem as normas que são cumpridas pela PRM (policia da republica de
Moçambique), que juntamente com o pessoal técnico tem função fiscalizadora.
21
Outras normas de segurança e uso estão contidas em normas do Ministério do Trabalho
Reguladoras de Mineração do Departamento Nacional de Produção Mineral.
O uso de explosivos no desmonte de rocha sempre foi uma matéria que envolveu muitos
estudiosos e que vem evoluindo, com novas técnicas, novos produtos e novas ferramentas
como softwares e equipamentos. Muitas vezes a denominação “desmonte de rocha com
explosivos” é suficiente para gerar impacto em leigos. As técnicas são complexas e
adquiridas com estudos específicos. Deve-se frisar que existem bases técnicas para uma
operação segura e confiável, que pode ser aplicada em várias situações, desde lugares
remotos até zonas residenciais. Muitas melhorias têm ocorrido gradativamente, não só nos
tipos de explosivos e acessórios, mas também em métodos alternativos de desmonte. Nisto
destacam-se os aplicados para o desmonte secundário como citado acima. Já são comum o
uso do rompedor hidráulico, da dropball e métodos mais recentes, como a argamassa
expansiva e o plasma.
O controlo sismográfico das detonações é uma tendência em áreas conflituosas, podendo não
somente retirar e/ou confirmar suspeitas de danos causados pelos desmontes, como também
ser uma ferramenta no seu planejamento. Com esta evolução de produtos e técnicas tem-se
que o desmonte de rocha com explosivos ou métodos alternativos não é impedimento para a
actividade mineral em áreas de preservação ambiental e zonas urbanizadas, sendo necessários
estudos detalhados para cada caso, além da avaliação económica de seus procedimentos.
Segundo Geraldi (2011), tomados estes cuidados para a elaboração do projecto, parte-se
então para a etapa de execução, em que para seu perfeito funcionamento, é necessária em
campo a preparação das frentes livres de escavação. Estas frentes devem ser bem definidas
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para se obter os melhores resultados possíveis nas operações de perfuração, detonação, carga
e transporte do material detonado.
Face – superfície vertical ou inclinada com a horizontal (2:1 ou 3:1) de acordo com as
condições geomecânicas do maciço em escavação (que determinam a sua estabilidade) e
também em função do plano de fogo a ser utilizado.
Topo – onde os equipamentos de perfuração abrem uma série de furos no maciço para
detonação da próxima frente. Segundo Ricardo e Catalani (2007), existem vantagens em se
adoptar, em determinados casos, face inclinada para a bancada, porque:
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variações no ângulo de perfuração e convergência dos furos, em vez do desejado
paralelismo, resultará face irregular na bancada e mais aproveitamento do fogo.
As bancadas podem atingir altura de até 20 m, porém normalmente são definidas entre 8 e
15m, por motivos de segurança e operacionalidade das perfuradoras. As praças e as estradas
de acessos rodoviários devem ser projectadas de maneira correcta, atendendo as necessidades
de tráfego e manobra dos equipamentos de carga e transporte. Normalmente, a largura
mínima de uma praça em desmonte de bancadas deverá sempre atender a seguinte relação
(GERALDI, 2011):
Denomina-se Plano de fogo, o projecto executivo para o desmonte de rocha com uso
sistemático de explosivos, onde serão definidos e apresentados preliminarmente (GERALDI,
2006):
O plano de perfuração.
A qualificação e quantificação de explosivos.
Os esquemas de ligação e iniciação entre os furos que serão detonados.
24
com baixo consumo de explosivos por metro cúbico e também necessidades mínimas de
furação, uma vez que resulte em blocos com dimensões que não caibam no equipamento de
carregamento, ou ainda que não possam penetrar na boca do britador primário (RICARDO E
CATALANI, 2007).
II.9.1. Custo de Perfuração e Detonação
Segundo Ricardo e Catalani (2007), por meio dos valores do consumo de explosivos e dos
metros de perfuração por metro cúbico de rocha, determina-se o custo da perfuração e
detonação, sendo a soma de ambos um índice suficiente para se analisar a conveniência
económica do plano de fogo.
𝐼𝐶=𝑞. 𝐴+𝑓. 𝑀
Onde:
A = custo do kg de explosivo;
Logo, ao menor valor de 𝐼𝐶, corresponderá o plano de fogo de menor custo previsto. Se
necessário, serão feitos ajustes, adaptações e correcções, de acordo com as observações dos
resultados em campo nas primeiras detonações realizadas nas frentes de escavação.
II.9.2. Diâmetro da perfuração
Uma produção elevada requer furos maiores. A produção não aumenta linearmente em
relação ao diâmetro do furo, mas praticamente de uma forma quadrática, o que depende da
capacidade dos diferentes equipamentos de perfuração.
25
II.9.3. Altura do banco
A escolha da altura de bancada é uma decisão que deve ser tomada levando-se em
consideração questões de ordem técnica e económica, a saber:
26
com bancadas de 15m de altura, seriam necessárias apenas 4 bancadas para se atingir os
mesmos 60m. Ou seja, uma economia de 33 % em número de bancadas.
Consideremos agora, que os seguintes itens de custo são iguais ou aproximadamente iguais
tanto para a bancada de 10 m quanto para a bancada de 15 m:
a) A metragem de tampão, por exemplo, 1,5 m, a qual é responsável pela maior parte
dos fogos secundários de uma detonação por ser a porção do furo não carregada com
explosivos;
b) A metragem de subperfuração, a qual não contribui com nenhum acréscimo para o
volume de material detonado;
c) O consumo de acessórios utilizados na ligação dos furos na superfície superior da
bancada;
d) A mão-de-obra utilizada no carregamento dos fogos de uma das bancadas;
e) O período de tempo necessário para evacuação espera e retorno às áreas detonadas,
durante o qual as operações de lavra devem ser suspensas.
Fica claro que todos os itens listados acima, sofreriam uma redução de 33 % se optássemos
pelo segundo caso no exemplo da figura.
Todavia, ao adoptarmos bancadas mais altas nos deparamos com alguns inconvenientes, os
quais podem ou não anular e até suplantar o peso das vantagens obtidas:
a) A precisão da perfuração torna-se cada vez menor à medida que cresce a coluna de
hastes de perfuração, gerando desvios indesejáveis que comprometem seriamente os
resultados de fragmentação e arranque do pé da bancada;
b) Devido aos mesmos desvios, há sempre um risco de acidentes com ultralançamento;
c) A velocidade de perfuração efectiva cai com o aumento da profundidade perfurada,
tanto pela diminuição na velocidade de avanço como pelo aumento no ciclo de
introdução e remoção das hastes;
d) A altura da pilha de material detonado aumenta, demandando equipamentos de carga
de maior porte, ou causando aumento no ciclo de carregamento e submetendo os
equipamentos a um maior desgaste;
e) Há um ligeiro aumento na razão de carga.
27
f) A altura do banco, também, é função do equipamento de carregamento. As dimensões
recomendadas levam em conta os alcances e características de cada grupo de
máquinas.
Em alguns casos a altura do banco está limitada pela geologia do jazigo, por imperativos do
controle da diluição do minério, por questões de vibração do terreno durante os desmontes e
por razões de segurança.
II.9.4. Granulometria exigida
O tamanho dos blocos “Tb“ se expressa por sua maior longitude, podendo apresentar os
seguintes valores:
Tb < 0,8AD
Sendo:
Tb <0,73 cc
Sendo:
c) Material para o porto e barragens: granulometria que vai deste 0,5 t a 12 t por bloco.
28
II.9.5. Variáveis Geométricas de um Plano de Fogo
Sendo:
29
H = Altura do banco;
A = Afastamento nominal
D = Diâmetro do furo;
E = Espaçamento nominal
L = Longitude do furo,
d = Diâmetro da carga;
LV = Longitude do desmonte;
AV = Comprimento da bancada;
Ae = Afastamento efectivo;
Ee = Espaçamento efectivo;
T = Tampão;
S= Subperfuração;
I = Longitude da carga;
q = Ângulo de saída;
tr = Tempo de retardo.
1 = Repé;
3 = Rocha saliente;
4 = Sobre escavação;
5 = Fenda de tracção;
30
6 = Trincamento do;
7 = Cratera;
Afastamento (A) - É a menor distância que vai do furo à face livre da bancada ou a menor
distância de uma linha de furos a outra. De todas as dimensões do plano de fogo essa é a mais
crítica.
Outras variáveis do plano de fogo são mais flexíveis e não produzirão efeitos drásticos nos
resultados tal como os produzidos pelo erro na estimativa da dimensão do afastamento.
O valor do afastamento (A) é função do diâmetro dos furos, das características das rochas e
dos tipos de explosivos utilizados. Os valores do afastamento oscilam entre 33 e 39 vezes o
diâmetro do furo, dependendo da resistência da rocha e da altura da carga de fundo. Uma
formula empírica e bastante útil para o cálculo do afastamento (A) é expressa por:
Sendo:
31
ρe = densidade do explosivo (g/cm3);
Um dos factores que interferem na qualidade do desmonte de rocha é a razão Y entre a altura
da bancada (Hb) e o afastamento (A). A tabela tece alguns comentários acerca desta relação.
Os furos de uma linha são iniciados instantaneamente, a seguinte expressão pode ser
usada:
Os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
32
No caso de bancada alta (Hb/A>4), dois casos devem ser observados:
Os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
O espaçamento nunca deve ser menor que o afastamento, caso contrário, o número de
matacões será excessivo.
33
a inclinação, entretanto, a subperfuração (S) diminui com esta. Para calcular (Hf) utiliza-se a
seguinte expressão:
Tampão (T) - É a parte superior do furo que não é carregado com explosivos, mas sim com
terra, areia ou outro material inerte bem socado a fim de confinar os gases do explosivo. O
óptimo tamanho do material do tampão (OT) apresenta um diâmetro médio (D) de 0,05 vezes
o diâmetro do furo, isto é:
Volume de rocha por furo (V) - O volume de rocha por furo é obtido multiplicando-se a
altura da bancada (Hb) pelo afastamento (A) e pelo espaçamento (E):
34
Perfuração específica (PE) - É a relação entre a quantidade de metros perfurados por furo e
o volume de rocha por furo (V), isto é:
Hf
PF¿
V
Onde:
A carga de fundo é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onde a rocha é mais
presa.
Alguns autores sugerem que Hcf deve ser um valor entre 30 a 40% da altura da carga de
explosivos (Hc). A tendência, a depender dos resultados dos desmontes, é de reduzi-la cada
vez mais para diminuir os custos com explosivos.
Carga de coluna é a carga acima da de fundo; não precisa ser tão concentrada quando a de
fundo, já que a rocha desta região não é tão presa.
A altura da carga de coluna é igual a altura total da carga (Hc) menos a altura da carga de
fundo (Hcf):
35
II.9.6.4. Carga Total (CT)
Expresso em g/m3
Muitas vezes por falhas na execução do plano de fogo, seja por erro de cálculo, furação,
carregamento, defeito nos explosivos e acessórios, ou pela condição de variáveis geológica da
rocha, não se obtém 100 % de sucesso na fragmentação do material. Resultam daí repés
(ressaltos) nas bancadas ou blocos de rocha com dimensões maiores, os chamados matacões.
Sempre foi usado o chamado fogacho, que consiste na perfuração e detonação da massa
rochosa com carregamento mínimo de explosivo. No entanto, este é exactamente um dos
maiores problemas na execução do desmonte de rocha. Em virtude de se tratar de um bloco
de rocha ou repé, não existe uma face livre preferencial, ou seja, não se tem o controle da
detonação, ao contrário de quando o fogo é dado na bancada. Assim, muitos dos
36
ultralançamentos que existem, provêm exactamente da utilização desta metodologia para o
desmonte secundário por explosivo.
Segundo Wilson IRAMINA (2015), os métodos usados nos desmontes secundários são:
Rock Drill;
Martelo de quebra hidráulico;
Drop Ball;
Bolder buster
Os blocos de rochas são perfurados com o emprego de martelo pneumático, os furos são
carregados com pequenas quantidades de explosivos para serem detonados e se obter
tamanho final desejado. É uma operação que requer muitos cuidados, pois ao contrario do
desmonte de maciço rochoso, e impossível controlar a direcção que seguirão as pedras
detonadas. Deve-se tomar especial atenção na execução desta tarefa, uso restrito em
minerações e pedreiras localizadas em áreas urbanas.
37
Figura 8: Rock Drill Fonte: (IRAMIA, 2015)
Esfera de aço de peso elevado, que é lançada sobre o bloco de rocha, quebrando-os em
pedaços menores adequando a sua posterior utilização.
38
Figura 9: Drop Ball (IRAMIA, 2015)
Martelo de Quebra Hidráulico: São máquinas de impactos geralmente hidráulicos que quebra
os blocos de rocha em pedaços menores, adequando ao seu destino;
39
Figura 11: Boulder buster (IRAMIA, 2015)
Segundo (Manual Formação PEM, 2013) A higiene e a segurança são duas actividades que
estão intimamente relacionadas com o objectivo de garantir condições de trabalho capazes de
manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.
A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças
profissionais, identificando os factores que podem afectar o ambiente do trabalho e o
trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de
trabalho que podem afectar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).
A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os
acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os
trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.
II.9.8.1. Acidentes De Trabalho
Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque
os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.
40
Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por
exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do trabalho
em si.
Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em que o trabalho é
realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando delas decorrer a
incapacidade para o trabalho.
41
3) Quando se torna impossível instalar um equipamento de segurança colectivo, é
necessário recorrer a medidas complementares de organização do trabalho, que, em
certos casos, podem comportar a redução dos tempos de exposição ao risco.
4) Quando as medidas técnicas colectivas e as medidas administrativas não são
suficientes para reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se aos
trabalhadores um equipamento de protecção individual (EPI) apropriado.
5) Salvo casos excepcionais ou específicos de trabalho, não deve considerar-se o
equipamento de protecção individual como o método de segurança fundamental, não
só por razões fisiológicas mas também por princípio, porque o trabalhador pode, por
diversas razões, deixar de utilizar o seu equipamento.
Qualquer posto de trabalho representa o ponto onde se juntam os diversos meios de produção
(Homem, Máquina, Energia, Matéria-prima, etc.) que irão dar origem a uma operação de
transformação, daí resultando um produto ou um serviço.
Para que a actividade de um operador decorra com o mínimo de risco, têm que se criar
diferentes condições passivas ou activas de prevenção da sua segurança.
Os principais aspectos a levar em contas num diagnóstico das condições desegurança (ou de
risco) de um Posto de Trabalho, podem ser avaliados pelas seguintes questões:
1. O local de trabalho;
Tem acesso fácil e rápido?
É bem iluminado?
O piso é aderente e sem irregularidades?
É suficientemente afastado dos outros postos de Trabalho?
As escadas têm corrimão ou protecção lateral?
2. Movimentação de cargas;
As cargas a movimentar são grandes ou pesadas?
Existem e estão disponíveis equipamentos de transporte auxiliar?
Existem passagens e corredores com largura compatível?
Existem marcações no solo delimitando zonas de movimentação?
Existe carga exclusivamente Manual?
42
3. Posições de Trabalho;
O operador trabalha de pé muito tempo?
O operador gira ou baixa-se frequentemente?
O operador tem que e afastar para dar passagem a máquinas ou outros operadores?
A altura e a posição da máquina são adequadas?
A distância entre a vista e o trabalho é correcta?
5. Maquina
A engrenagem e partes móveis estão protegidas?
Estão devidamente identificados os dispositivos de segurança?
A formação do Operador é suficiente?
A operação é rotineira e repetitiva?
6. Ruídos e vibrações
No PT sentem-se vibrações ou ruído intenso?
A máquina a operar oferece trepidação?
Existem dispositivos que minimizem vibrações e ruído?
7. Riscos químicos;
O ar circundante tem Poeiras ou fumos?
Existe algum cheiro persistente?
Existem ventilação ou exaustão de ar do local?
Os produtos químicos estão bem embalados?
Os produtos químicos estão bem identificados?
Existem resíduos de produtos no chão ou no PT?
43
8. Riscos biológicos;
Há contacto directo com animais?
Há contacto com sangue ou resíduos animais?
Existem meios de desinfecção no PT?
Com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afectam o homem e a
produção.
Para que isso aconteça, é necessário que tanto os empresários (que têm por obrigação
fornecer um local de trabalho com boas condições de segurança e higiene, maquinaria segura
e equipamentos adequados) como os trabalhadores (aos quais cabe a responsabilidade de
desempenhar o seu dever com menor perigo possível para si e para os companheiros) estejam
comprometidos com uma mentalidade de prevenção de acidentes.
Segundo José Guerra (coordenador das actividades da pedreira Jd’sousa) a Jd’sousa é uma
empresa Moçambicana, sedeada na cidade da Beira, que opera em quatro seguintes áreas:
Construção Civil
Aluguer de salões de eventos
Venda de brita
Transporte de bens e mercadorias
No âmbito de actividades Mineiras esta inserida desde 2013, aparecendo como uma
sociedade formada inicialmente por membros da comunidade chinesa e a própria JD’SOUSA.
Passando a pertencer unicamente a JD’SOUSA a partir do ano 2015.
44
III.1.1. Apresentação da Mina
A mina da JD’SOUSA foi a base para elaboração do estudo de caso, localizada na área rural
de Nharuchonga na localidade de Xiluvo no distrito de Nhamatanda na província de Sofala, a
cerca de 100 km da cidade da Beira com as seguintes coordenadas:
Latitude: -19,24096
Longitude: 34,11695
Actualmente a mina possui uma frente de exploração onde é feito o carregamento do material
fragmentado em detonações, ela produz em média diária 630m 3 de tachão para a posterior
utilização no processo de britagem.
45
Figura 13: Vista da mina (Fonte Propria)
46
Figura 14:Escavadora no seu horário de trabalho (Fonte própria)
Durante o período de estágio, foram aplicados três planos de fogo que tem como parâmetros:
Media de furação: 22 m
Número de furos: 30 m
Tampão: 1,50 m
47
Volume de carga: 167,43m3
Números de velas: 3
Anfo/furo: 132,80 kg
Malha: 3 x 3,5
M3 s desmontar: 6930m3
Total de velas: 90
Dados:
Espaçamento=3 m
Afastamento=3,5 m
Total de furos=30
48
Diâmetro de Velas=65 mm
Dados:
Espaçamento: 3 m
Afastamento: 2m
Total de furos: 34
49
Diâmetro de Velas: 65 mm
Espaçamento: 2,5m
Afastamento: 2,5m
Total de furos: 34
Diâmetro de Velas=65 mm
50
Presença de H2O nos furos= Não existe
Espaçamento: 1,8
Afastamento: 1,8
Total de furos: 33
Diâmetro de Velas=65 mm
51
Densidade da rocha = 2,9g/cm3
Hb α 13 85
Hf =
cos α
+ 1− (
100
xS = )
cos 85∘ + 1−
100 (
x 0 , 54=13 ,12 m )
Cálculo da razão linear de carregamento (RL):
π d
e2 3 , 14 ( 102 )2
RLANFO = x ρe = x 0 , 85 = 6,7 Kg/ m
4000 4000
Tampão (T):
M3 de Rocha a Desmontar:
V x Nf = 42,12 x 33 = 1,389,69 m3
52
RC = CE/V = 80,76/42,12 = 0,31
PE = 13,12/42,12 = 0,316m/m3
53
Capitulo IV: Interpretação dos Resultados
Desta forma são propostas alterações que reduzam o efeito excessivo de matacões em
desmontes e que promovam a fragmentação desejada do material, visto que este apresenta
características geométricas atractivas para o efeito.
Dados:
Espaçamento=3 m
Afastamento=3,5 m
Total de furos=30
Diâmetro de Velas=65 mm
54
Cálculo do volume de rocha por furo (V) = 231 m3
Observação:
Satisfatórios:
Não satisfatório:
A presença de H2O nos furos comprometeu aquilo que é a qualidade de detonação dos
explosivos, esta propriedade dos explosivos é dada pelo fornecedor. Furos não devem
conter líquidos para que o anfo não seja absorvido.
O material do tampão influenciou em grande parte no ultralançamento de rochas,
assim os tampões deveriam ser de material diferente da dos detritos retirados durante
a limpeza dos furos.
Dados:
Espaçamento=3 m
Afastamento=3,5 m
Não aceitável, visto que a granulometria da rocha será demasiado grosseira, vendo a
necessidade de aplicar:
Total de furos=30
55
Diâmetro de Furação=102 mm (4”)
Diâmetro de Velas=65 mm
Dados:
Espaçamento: 3 m
Afastamento: 2m
Total de furos: 34
56
Diâmetro de Velas: 65 mm
Observações:
Este plano de fogo não foi satisfatório, visto que a relação espaçamento e afastamento são
maiores, a altura da bancada não facilita a perfuração criando deste modo problemas
relacionados com a instabilidade de furos e desvios das brocas pela altura excessiva do
banco.
Espaçamento: 2,5m
Afastamento: 2,5m
Total de furos: 34
57
Altura da Bancada: 26m
Profundidade dos furos: 18m – Não aceitável, a perfuração deve contar com a componente
subperfuração, para evitar pé de bancadas ou repé e desvios nos furos.
Diâmetro de Velas=65 mm
Observação:
Este plano de fogo não foi satisfatório, visto que a relação espaçamento e afastamento são
maiores, a altura da bancada não facilita a perfuração criando deste modo problemas
relacionados com a instabilidade de furos e desvios das brocas pela altura excessiva do
banco.
58
Espaçamento: 1,8
Afastamento: 1,8
Total de furos: 33
Diâmetro de Velas=65 mm
Hb α 13 85
Hf =
cos α
+ 1− (
100
xS = )
cos 85∘ + 1−
100 (
x 0 , 54=13 ,12 m )
Cálculo da razão linear de carregamento (RL):
π d
e2 3 , 14 ( 102 )2
RLANFO = x ρe = x 0 , 85 = 6,7 Kg/ m
4000 4000
Tampão (T):
59
He=Hf– T= 13,12 – 1,26 = 11,86 m
M3 de Rocha a Desmontar:
V x Nf = 42,12 x 33 = 1,389,69 m3
PE = 13,12/42,12 = 0,316m/m3
V.4.1. Observação:
Satisfatório
60
Este desmonte foi satisfatório, visto que a relação espaçamento e afastamento é ideal, a altura
das cargas foi bem definida, as condições dos furos foram favoráveis, sem existência de agua
nos furos, alcançando assim a granulometria desejada.
V.1. Conclusão
As alterações propostas neste estudo apresentam-se com o intuito de promover uma melhoria
significativa no principal objectivo deste trabalho, que consiste na optimização de processos
de desmonte rochas com vista à melhoria dos seus resultados.
De acordo com os objectivos que foram propostos e com aquilo que foi descrito nos capítulos
anteriores, pudemos chegar às seguintes conclusões:
61
f) Afastamento e Espaçamento: De todas as dimensões do plano de fogo essa é a mais
crítica:
Afastamento muito pequeno a rocha é lançada a uma considerável distância da face.
Os níveis de pulsos de ar são altos e a fragmentação poderá ser excessivamente fina.
Afastamento muito grande a sobreescavação na parede é muito grande.
Afastamento excessivo grande emissão de gases dos furos contribuindo para um
ultralançamento dos fragmentos rochosos a distâncias consideráveis, crateras
verticais, alto nível de onda aérea e vibração do terreno.
A fragmentação da rocha pode ser extremamente grosseira e problemas no pé da
bancada podem ocorrer.
O espaçamento nunca deve ser menor que o afastamento, caso contrário, o número de
matacões será excessivo.
V.2. Recomendações
Durante a elaboração deste trabalho e o envolvimento com suas diferentes etapas, novos
conhecimentos resultaram ou foram assimilados. Paralelamente, dúvidas e incertezas também
apareceram cujos esclarecimentos resultariam num melhoramento dos resultados desse
trabalho. Algumas possibilidades são sugeridas na sequência:
a) Validação da expressão proposta para o cálculo do espaçamento, com experimentos
de campo;
b) Efectuar limpezas das camadas de estéril das áreas em que se pretenda explorar;
c) A escolha do tipo de bancada necessita de ser previamente estudado;
d) Determinar as alturas de cargas de explosivos de modo a ter ideias do seu correcto
modo de aplicação;
e) A subperfuração é importante para a não existência de pé de bancadas, que seja
aplicada em todos planos de fogo;
f) A carga de tampão a ser usada seja diferente dos detritos retirados da limpeza dos
furos;
g) Usar de acessórios de explosivos como os retardadores sejam aplicados a planos que
necessitarem o seu emprego;
62
V.2.1. Higiene e Segurança no trabalho:
Trajar os trabalhadores devidamente, isto é, com os EPI’s (botas, capacetes, luvas,
fato de trabalho, mascaras respiratórias, óculos);
Reduzir o tempo de exposição dos trabalhadores aos raios solares por longos
períodos;
Disponibilizar de transporte dos armazéns ate a mina, para fácil carregamentos dos
combustíveis e de acessórios ligados as maquinas.
Cuidados a tomar com os ruídos efectuados pelas maquinas e pelo processo de
explosão
Criar um ambiente de trabalho livre de contaminação química.
63
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