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Sistema Condicionador de Ar – 1I0124 Módulo

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Ciclo de Refrigeração e seus Componentes

Objetivos
• Identificar os componentes do sistema condicionador de ar
• Descrever o funcionamento dos componentes do sistema condicionador de ar

Descrição
Neste módulo identificamos os componentes do sistema apresentando suas funções e o seu funcionamento.

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Localização dos Componentes do Ciclo de Refrigeração

1. Tubo de alta pressão 13. Tubo de alta pressão


2. Tubo de baixa pressão 14. Condensador
3. Válvula de expansão (TXV) 15. Acumulador-secador
4. Evaporador 16. Ventilador auxiliar
5. Tampa de recirculação de ar 17. Interruptor de temperatura do líquido
6. Ventilador interno de arrefecimento
7. Tubos do aquecedor 18. Interruptor duplo de temperatura do
8. Tubo de baixa pressão líquido de arrefecimento
9. Conexão flexível 19. Embreagem eletromagnética
10. Ventilador do radiador 20. Compressor
11. Interruptor triplo 21. Tomada de serviço de alta pressão
12. Radiador do motor 22. Tomada de serviço de baixa pressão

BT11-048

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Fluxo do Fluido Refrigerante no Circuito com Válvula de Expansão Termostática (TXV)

Ciclo de Refrigeração 10. Ventilador auxiliar


1. Motor de aquecimento do 11. Condensador
ventilador de aquecimento 12. Compressor
2. Evaporador a. Ar externo
3. Válvula de expansão b. Ar quente
4. Conexão de serviço de baixa c. Ar não refrigerado
pressão d. Ar refrigerado
5. Amortecedor de pulsações
6. Conexão de serviço de alta Vapor alta pressão
pressão Fluido alta pressão
7. Amortecedor de pulsações
Fluido baixa pressão
8. Pressostato
9. Secador-acumulador Vapor baixa pressão

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BT11-034

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Descrição
O compressor succiona o fluido refrigerante no estado gasoso do evaporador (vapor superaquecido) e
descarrega em alta pressão para o condensador.
Ao entrar no condensador, o fluido refrigerante transforma-se do estado gasoso para o estado líquido,
devido ao fluxo de ar frontal e dos eletroventiladores que auxiliam na dissipação do calor absorvido pelo
fluido refrigerante, o qual ao sair pelo condensador (líquido sub-resfriado e ainda em alta pressão), se
armazena no filtro, mantendo uma reserva líquida, onde serão absorvidas impurezas e umidade,
provenientes do desgaste de componentes e exposição do sistema “em aberto”.
Seguindo ainda o circuito, o fluido refrigerante sai do filtro para a válvula de expansão, onde será
“pulverizado” em estado líquido e em baixa pressão no evaporador.
Através do fluxo de ar insuflado no evaporador, pelo ventilador da caixa distribuidora de ar, o fluido
refrigerante absorve o calor do habitáculo do veículo, transformando-se do estado líquido para gasoso,
passando pelo retorno da válvula de expansão e seguindo para a linha de sucção do compressor, iniciando
novamente o ciclo.
Anotações
Anotações

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Componentes do Ciclo de Refrigeração

Vapor de alta pressão


Líquido de alta pressão
Em evaporação sob alta
pressão
Vapor de baixa pressão

1. Válvula de expansão 9. Acumulador/secador


2. Evaporador 10. Compressor
3. Ventilador 11. Válvula de segurança do
4. Ligação de serviço (baixa compressor
pressão) 12. Interruptor de temperatura
5. Ligação de serviço (alta 13. Interruptor de temperatura
pressão) a. Ar externo
6. Interruptor de segurança (triplo) b. Ar quente
7. Condensador c. Ar não resfriado
8. Interruptor de alta pressão d. Ar resfriado
BT11-035
Anotações
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Descrição
O sistema com tubo orifício fixo, como já o próprio nome diz, pulveriza o fluido refrigerante sempre na
mesma quantidade, como não há controle de entrada de fluido no evaporador, é necessário mudar a
posição do filtro para a linha de sucção, modificando também sua estrutura, passando a ser de maior
capacidade, a fim de reter o fluido que está no estado líquido na linha de sucção, proveniente da baixa
temperatura do evaporador, evitando danos ao compressor. O filtro neste caso, pode ser chamado de
acumulador.
Fluxo do Fluido Refrigerante no Circuito com Tubo de Orifício Fixo (Caneta)

Vapor, alta pressão


Líquido, alta pressão
Líquido, baixa pressão
Vapor, baixa pressão

1. Compressor 9. Tomada de manômetro de


2. Condensador baixa pressão
3. Acumulador (Desumificador) 10. Orifício de expansão
4. Ventilador do evaporador 11. Interruptor de baixa pressão
5. Evaporador 12. Interruptor de alta pressão
6. Tomada de manômetro de alta 13. Radiador
pressão a. Ar externo
7. Interruptor de alta pressão b. Ar quente
8. Interruptor para a unidade c. Ar não resfriado
Motronic motor d. Ar resfriado
BT11-036
Anotações
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Condensador
O condensador consiste de uma serpentina de tubos por onde circula o fluido refrigerante, montada em
uma série de aletas para arrefecimento. Vários tipos de arranjos são empregados em relação ao fluxo de
refrigerante, de forma a proporcionar a máxima transferência de calor dentro do espaço disponível.
O condensador está localizado na parte frontal do veículo, entre a grade e o radiador do sistema de
arrefecimento.
A função do condensador é dissipar o calor absorvido pelo fluido refrigerante do habitáculo para o meio
ambiente, transformando-o do estado gasoso para o estado líquido.

Prevenção
Para o perfeito funcionamento do climatizador e do sistema de arrefecimento, é importante que as aletas
do condensador estejam limpas e alinhadas, permitindo assim, um perfeito fluxo de ar.

1. Fluxo de refrigerante normal de cima para baixo


2. Fluxo de refrigerante paralelo duplo
3. Condensador convencional do tipo tubo e aleta
4. Conexão tubo/aleta do tipo expansão mecânica
5. Tubos circulares
6. Saída

BT11-036a
Anotações
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Construção
Devido à pressão de trabalho do R-134a ser maior que a do R-12, no circuito de alta pressão, para que se
possa alcançar o mesmo nível de rendimento de resfriamento, foi necessário melhorar as características
de irradiação de calor do condensador.
Por isso, em vez de tubos “arredondados”, é usado um novo conceito de serpentina que aumenta a área de
troca de calor, através de duas células e tubos planos, aumentando em alguns casos, em 30% a eficiência
da troca de calor.

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Problemas no Condensador
Um condensador poderá apresentar problemas devido a:
• Vazamentos
• Excesso do fluido refrigerante
• Restrição (entupimento) ao fluxo de ar através da colméia.
O excesso do fluido refrigerante pode causar uma alta pressão de descarga.
Uma restrição parcial (aleta amassada) na tubulação poderá causar a formação de gelo, sendo que isto
acontece devido à expansão do refrigerante, logo que ele passa por uma restrição.
O fluxo de ar através do condensador, que por sua vez estiver entupido por corpos estranhos ou bloqueado
por amassamento das aletas, o resultado será altas pressões de descarga.
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Dispositivo de Filtragem
O dispositivo de filtragem tem três funções:
• Reter impurezas sólidas decorrentes de desgaste dos componentes do compressor, bem como as rebarbas
das roscas e conexões que por acaso se soltem durante a montagem, serão retidas pelo elemento filtrante.
• Absorver a umidade através de cristais higroscópios (sílica-gel ou zeolite), ou seja, que absorvem
água. Esses cristais retêm a umidade, evitando que a água venha a congelar quando em contato com as
partes frias do sistema, bloqueando o fluxo do fluido refrigerante.
• Reservatório de fluido refrigerante, garantindo assim, um fluxo contínuo, mesmo com a variação de
rotação do motor.
Existem dois tipos de dispositivos: o filtro-secador e o acumulador.

Filtro-secador
Funcionamento
O refrigerante líquido a alta pressão, passa do condensador através da mangueira de descarga no filtro-
secador. No processo um elemento secador absorve a umidade e filtra as impurezas. O refrigerante passa
por um tubo de elevação (pescador) e depois para a válvula de expansão.
Existe em alguns filtros, um visor para verificar o estado do refrigerante, se estiver com bolhas de cor
amarelada, indica umidade no sistema, há necessidade de troca do filtro.

Como a sua localização é no lado de alta pressão, se estiver frio indica que existe obstrução
(saturado).

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Acumulador-secador
O acumulador-secador está localizado na linha de baixa pressão na saída do evaporador e age como um
reservatório do líquido refrigerante de vapor e de óleo. A sua função principal é a de separar o vapor do
líquido e do óleo e, então, liberar o vapor para o compressor. Desta forma, ele protege o compressor
contra os danos que poderiam ser causados, caso o compressor receba líquido.
Durante o funcionamento, o acumulador-secador permite uma pequena quantidade de líquido entre o
fluxo de vapor que é admitido pelo compressor. A eficiência de um bom acumulador-secador está na
separação do vapor e do líquido e na pequena parcela de líquido que ele permite passar ao compressor.
O acumulador-secador possui internamente um produto secante. Este produto absorve a umidade existente
no sistema.
Na parte inferior do tubo de saída, há um orifício de sangria de óleo, que permite que o óleo retorne para
o compressor. Uma válvula de serviço, normalmente, está instalada na parte superior do acumulador-
secador, na linha de baixa pressão.

BT11-039
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Dispositivo de Expansão
O dispositivo de expansão pode ser do tipo:
• Válvula de expansão termostática (TXV)
• Tubo de orifício calibrado (Caneta)

Válvula de expansão termostática com sensor interno (TXV)


Este tipo de válvula tem as seguintes vantagens:
• Resposta mais rápida, pois o sensor térmico está no interior da mesma
• Não sofre interferências de fatores externos (espiral)
• Maior durabilidade em função de construção mais robusta.
A abertura da válvula (1) é determinada pela temperatura do produto refrigerante que sai do evaporador.
Se a temperatura do fluido refrigerante sobe, o fluido do sensor (R-12 ou R-134a) dilata-se e empurra a
agulha da válvula (2) contra a força da mola, aumentando a abertura da válvula.
Quando a temperatura do fluido refrigerante desce, o fluido do sensor contrai-se e a força da mola
empurra a agulha da válvula para trás, diminuindo a abertura da válvula.
Através deste processo de regulagem, o evaporador trabalha sempre com um rendimento otimizado, de
acordo com o fluxo do ar no interior do veículo.

BT11-040
Anotações
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Tubo de orifício fixo calibrado (Caneta)
Como a válvula de expansão, o tubo de orifício fixo tem a finalidade de baixar a pressão do fluido
refrigerante para que este entre em baixa temperatura no evaporador.
Através de um orifício calibrado – ou seja, invariável – pulveriza o fluido refrigerante constantemente.
Por não haver controle de entrada do fluido, como a temperatura do habitáculo tende a descer, diminuindo
a troca de calor no evaporador, pode ocorrer o retorno de fluido em estado líquido para o compressor.
Assim, o filtro é instalado na linha de baixa pressão, atuando na verdade como um acumulador, garantindo
assim a segurança do compressor, contra um eventual “calço hidráulico”.

BT11-041
Anotações
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Os evaporadores utilizam placas Brasing (brasado) como superfícies intermediárias entre o ar e o
refrigerante. As placas garantem a integridade estrutural do evaporador. Ele refrigera e desumidifica o
fluxo de ar que é envolvido ao compartimento de passageiros.

BT11-042

Consulte sempre o Manual de Reparações ao realizar manutenção no sistema.

Possíveis Problemas no Evaporador


Se o evaporador tiver problemas, normalmente o resultado será um fluxo inadequado de ar frio. Podem
ser causados por:
• Colméia entupida
• Impurezas no ciclo refrigerante
• Carcaça trincada
• Vazamento na vedação (anel O’ring)
Se as superfícies do evaporador estiverem muito frias, a umidade do ar será congelada e não poderá ser
drenada.
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Interruptor de Pressão para Unidade de Injeção
Nos veículos equipados com injeção eletrônica há a necessidade de uma informação para a correção do
“giro” do motor quando se aciona o condicionador de ar.
Para isto, está instalado o interruptor de pressão, quando a linha de alta atinge valores acerca de 150 a 156
psi, a unidade recebe esta informação através deste interruptor, para compensar a rotação.
Quando a pressão cair para 128 psi, o interruptor desliga-se e a rotação do motor volta ao normal.

Dispositivo de Segurança do Circuito


O controle da temperatura do líquido de arrefecimento e das pressões no circuito do condicionador é feito
por interruptores dependentes da temperatura e da pressão. Em caso de necessidade, ligam os
eletroventiladores ou desliga o compressor. Em situações extremas a válvula de alívio atua, reduzindo a
pressão no circuito do condicionador.

Pressostato de Baixa Pressão


O pressostato de baixa pressão pode estar na linha de baixa pressão ou na linha de alta. Sua função é
interromper a corrente elétrica da embreagem eletromagnética, caso ocorra um vazamento ou uma pressão
muito baixa fora das especificações. Evita-se assim, um travamento do compressor por falta de lubrificação.
Este interruptor é do tipo N/A (normalmente aberto).
É acionado com 32 psi e desacionado com 28 psi (em média).

BT11-043
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Pressostato de Alta Pressão
O interruptor de alta pressão está localizado na linha de alta pressão. Sua função é interromper a corrente
elétrica da embreagem eletromagnética, caso ocorra um excesso de pressão no sistema, impedindo o
rompimento das mangueiras ou da válvula de segurança.
O interruptor de alta pressão está ligado em série com o interruptor de baixa pressão, na linha do compressor
e, está calibrado para desligar o circuito com pressões em média, entre 410 e 450 psi.
Este interruptor é do tipo N/F (normalmente fechado).
É desacionado a 450 psi e acionado com 370 psi (em média).

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Pressostato da 2ª Velocidade ou Ventilação Auxiliar


Este pressostato está localizado na linha de alta pressão e tem por função acionar o eletroventilador do
condensador na sua velocidade plena, quando a pressão do circuito de alta atingir entre 200 a 225 psi.
O fluxo de ar fará com que a pressão diminua, sendo que quando a pressão cair entre 170 a 200 psi, o
pressostato desligará.
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Devido a custos, melhoria na quantidade e rapidez nos serviços, são utilizados pressostatos triplos, onde
se reúnem os três tipos em um só componente.
Sua localização é na linha de alta pressão.

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Atualmente utiliza-se um transdutor de pressão.

Transdutor de Pressão
O transdutor de pressão (instrumento selado de referência) no Omega e no Vectra 2.2 (ECC) é um sensor
de pressão capacitivo que detecta sinal de solicitação do A/C. O sensor fornece saída de 0 a 5 volts e exige
alimentação regulada de 5 volts.

O sensor não resiste à inversão de polaridade.


Não aplicar tensão de bateria.

A vantagem do transdutor de pressão em relação ao interruptor de pressão comum é que o transdutor


monitora constantemente as pressões e transmite sinais para o Módulo de Controle do Conjunto do Trem
de Força (PCM). O interruptor de pressão normal apresenta somente o ponto de corte superior e inferior.
O PCM irá desacoplar o compressor A/C nas pressões alta ou baixa do refrigerante, e o equipamento
eletrônico de diagnóstico poderá ser usado para obter dados de pressão do equipamento, tornando mais
fácil a identificação de falhas.
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Termostato
Temperaturas no evaporador podem atingir abaixo de 0 ºC, pela qual, haveria um congelamento na
superfície do evaporador, provocando uma queda de rendimento do condicionador de ar.
No compressor com deslocamento variável não ocorre este tipo de avaria, por possuir a válvula reguladora
(tipo torre) que monitora constantemente a temperatura no evaporador. Isto não ocorre quando o sistema
possui um compressor de deslocamento fixo. Para tal controle é instalado um termostato entre as aletas
do evaporador, ligado em série com a embreagem do compressor.
Este termostato possui um contato monitorado pelo bulbo sensor. No interior deste bulbo, existe um
fluido refrigerante (R-12 ou R-134a) que se dilata, acionando o contato e ligando a embreagem do
compressor. Quando a temperatura “sentida” pelo bulbo sensor está baixa, o fluido se contrai e o contato
se abre pela ação oposta da mola, desligando a embreagem eletromagnética.

Pressão Temperatura (OC)


(mmHg) Liga Desliga
700 + 4,1 + 1,1
737
+ 4,5 + 1,6
(São Paulo)
760
+ 4,8 + 1,9
Nível do mar

BT11-046
Anotações
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Ciclo de trabalho

Desligado Ligado

Fechado

Aberto
Temp. OC
0,3 1,5 3 5

Termostato Eletrônico
Em alguns veículos utiliza-se termostato do tipo eletrônico. Através de um circuito eletrônico que comanda
a bobina do relé, que chaveia os pinos de trabalho é baseado um sinal do sensor tipo sonda, introduzido
nas aletas do evaporador.
Ciclo de trabalho
• Liga a embreagem a partir de 3,5 ºC
• Desliga a embreagem ao atingir 0,5 ºC

BT11-047

Observe sempre quanto à colocação do bulbo sensor ou sonda nas aletas do evaporador. Existem
marcações do ponto ideal nos termostatos, consulte sempre o Manual de Reparações.
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Compressor
O compressor é o “coração” do sistema, sua função é succionar e descarregar o fluido refrigerante fazendo
com que este fluido circule pelo circuito, que por sua vez, absorve o calor do habitáculo e o dissipa para
a parte externa do veículo.
Existem atualmente na linha automotiva três tipos de compressores:
• Swash plate
• Cilindrada variável
• Rotativo

1. Compressor 7. Interruptor de alta pressão


2. Condensador 10. Orifício de expansão
3. Acumulador 11. Interruptor de baixa pressão
(Desumificador)
BT11-049
Anotações
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Compressor tipo Swash plate
Neste tipo de compressor o movimento do disco inclinado é transformado em um movimento retilíneo
alternado dos pistões, através do disco inclinado que é fixado ao eixo do compressor.
Este tipo de compressor pode ter três pistões ou cinco pistões, vale ainda acrescentar que estes pistões são
duplos, portanto:
• O compressor de três pistões é chamado de 06 P.
• O compressor de cinco pistões é chamado de 10 P.

BT11-050
Anotações
Anotações

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Embreagem Eletromagnética
O compressor é acionado através da ligação do seu eixo com a embreagem eletromagnética. Logo que se
aciona a partida no motor, a polia múltipla em “V” roda livremente no eixo do compressor. Quando se
aciona o condicionador de ar, a corrente elétrica passa pela bobina indutora (estator) magnetizando-a,
atraindo o prato de acionamento (rotor) fixado ao eixo do compressor para a polia múltipla.
Assim a embreagem está acoplada e o compressor aumenta sua velocidade conforme o número de rotações
do motor. Quando desligarmos o condicionador de ar, a corrente elétrica deixa de passar pela bobina
indutora, o prato afasta-se da polia múltipla. Este afastamento é também auxiliado por molas de retorno.

Mecanismo de Compressão
A rotação do motor é transmitida ao eixo do compressor através da embreagem eletromagnética.
Essa rotação no eixo faz girar o disco inclinado, que por sua vez, desloca os pistões no sentido longitudinal.
Ao mesmo tempo que o pistão de um lado está admitindo o fluido refrigerante no estado gasoso, do outro
lado, está comprimindo o fluido refrigerante ainda no estado gasoso, aumentando a sua pressão.

BT11-051
Anotações
Anotações

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Funcionamento
Existem dois tipos de válvulas instaladas na placa. Uma é a de sucção, instalada na parte interna, outra é
a de descarga, instalada na parte externa. Na parte externa existe também, o batente da válvula de descarga,
que limita o curso da mesma.

Válvula de descarga (D) Batente

Válvula de Prato das


sucção (S) válvulas

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Tempo de Sucção
Enquanto o pistão se desloca para baixo, a válvula de descarga permanece fechada.
Ao mesmo tempo, a válvula de sucção abre-se devido a ação do pistão, permitindo a entrada do gás.

SUCÇÃO

BT11-053
Anotações
Anotações

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Tempo de Descarga
Enquanto o pistão estiver subindo, o gás é forçado a sair, através da válvula de descarga, sob alta pressão
e temperatura.
Em função da alta pressão, a válvula de sucção permanece fechada.

DESCARGA

BT11-054
Anotações
Anotações

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Compressor Variável
Aplicação Harrison V5 / V6
Denso 7SBV16C

Compressor Harrison V5 e V6
Possui cinco ou seis cilindros com volume variável e tem capacidade adequada para a demanda do
sistema, sem apresentar ciclagem; controla a temperatura de sucção, alterando o curso de seus pistões.
Cursos menores dos pistões deslocam um volume menor de refrigerante, enquanto que cursos maiores
deslocam um volume maior. O compressor possui um deslocamento máximo de 136 cm3 e um mínimo de
9,8 cm3.

1. Conjunto do cabeçote 8. Rolamento da polia


2. Anel de vedação 9. Anel de vedação
3. Conjunto da placa 10. Esfera-guia
4. Terminais da embreagem 11. Pino-guia
magnética 12. Junta
5. Acionador da embreagem - 13. Anel de retenção
Estator 14. Válvula de controle
6. Vedador 15. Placa da válvula
7. Anel de retenção
BT11-055
Anotações
Anotações

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O mecanismo do compressor V5 ou V6 possui cinco ou seis pistões alternativos e um disco de ângulo
variável.
O deslocamento do compressor é controlado pela posição de uma válvula de controle (Torre) atuada por
um diafragma de pressão, localizada na parte traseira do compressor. A válvula de controle (Torre)
monitora a pressão de sucção. A diferença entre as pressões de sucção e da carcaça do compressor
determina o ângulo do disco. O ângulo do disco controla o curso dos pistões e, conseqüentemente, o
deslocamento volumétrico do compressor.
Quando a demanda do sistema aumenta, a pressão de sucção é acima do ponto da válvula de controle.
Nesta condição, o diafragma dilata-se ativando um by-pass da linha de alta para carcaça do compressor,
diminuindo a capacidade volumétrica.

BT11-056
Anotações
Anotações

2-25
Módulo Sistema Condicionador de Ar – 1I0124

2
Quando a demanda do sistema diminui, a pressão de sucção atinge o ponto da válvula de controle. Nesta
condição, o diafragma se contrai retirando o fluido da carcaça do compressor para linha de sucção, o
disco se movimenta para o seu ângulo máximo e o compressor trabalha em sua máxima capacidade
volumétrica.

BT11-057
Anotações
Anotações

2-26
Sistema Condicionador de Ar – 1I0124 Módulo

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Atuação da Válvula Reguladora
Quando a demanda do sistema aumenta, aumenta a pressão do lado da baixa pressão.
• O diafragma (3) se dilata, fecha a passagem (2) entre a linha de baixa pressão e o interior da carcaça
e abre a válvula esférica (1).
• O fluido refrigerante escapa da linha de alta pressão pela válvula esférica para o interior da carcaça.
• A pressão interior na carcaça aumenta e o curso diminui a capacidade volumétrica.

BT11-058
Anotações
Anotações

2-27
Módulo Sistema Condicionador de Ar – 1I0124

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Quando a demanda do sistema abaixa, abaixa a pressão do lado da baixa pressão.
• O diafragma (3) contrai-se, a válvula esférica (1) fecha e libera a passagem (2) entre o interior da
carcaça para a linha de baixa pressão.
• O fluido refrigerante escapa do interior da carcaça pela passagem liberada na zona de baixa pressão.
• O fluido refrigerante deixa de escapar momentaneamente, da linha de alta pressão pela válvula esfé-
rica para o interior da carcaça.
• A pressão interior na carcaça diminui e o curso do pistão aumenta a capacidade volumétrica.

BT11-059
Anotações
Anotações

2-28
Sistema Condicionador de Ar – 1I0124 Módulo

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Compressor Rotativo
Os compressores rotativos (Rotary Vennium) utilizados nos veículos Chevrolet são do tipo rotativo, onde
as palhetas giram em volta da camisa oval, desempenhando funções semelhantes a dos pistões.

BT11-060

BT11-061
Anotações
Anotações

2-29
Módulo Sistema Condicionador de Ar – 1I0124

BT11-062
Anotações
Anotações

2-30
Sistema Condicionador de Ar – 1I0124 Módulo

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Possíveis Problemas no Compressor de Condicionador de Ar
Pode-se identificar um compressor com problemas, quando apresenta:
• Ruído
• Emperramento
• Vazamento
• Pressão alta na linha de baixa pressão (manômetro)
• Baixa pressão na linha de alta pressão (manômetro)
Ruído ressonante no compressor durante o seu funcionamento é normal.
Mas, se apresentar ruídos irregulares é uma indicação que existem irregularidades.

Se o compressor estiver inoperante e não estiver emperrado, verifique se existe tensão no terminal da
embreagem magnética quando o sistema é ligado.
Para verificar se o compressor está emperrado, proceda da seguinte forma:
• Desenergizar a embreagem magnética;
• Tentar girar a placa de acionamento do compressor, com o motor do veículo desligado.
Se for impossível girar a placa, o compressor poderá estar emperrado.
• Baixa pressão de descarga pode ser causada por falha na vedação interna do compressor ou
por algum tipo de restrição dentro do compressor.
• Baixa pressão de descarga poderá também ser causada por carga insuficiente de refrigerante
ou restrição em qualquer ponto do sistema.
• Verifique as possibilidades apresentadas antes de desmontar o compressor.

Apesar das orientações anteriores, utilize o Manual de Reparações e o Manual de Diagnósticos


do sistema em questão.
Anotações
Anotações

2-31
Módulo Sistema Condicionador de Ar – 1I0124

2
Diagnósticos de Vazamentos
Para a verificação de possíveis vazamentos, podemos utilizar diversas formas descritas abaixo:
• Manchas de óleo (visual)
• Cheiro de fluido refrigerante (quando está aquecido)
• Ruídos (audição)
• Detector de vazamentos do tipo sonda
• Imersão em água morna
• Nitrogênio (N2)
• Ultravioleta (líquido fluorescente)
• Vácuo

BT11-063

Manômetro
do cilindro
Manômetro de teste
Válvula de
segurança Válvula de alívio
de pressão Válvula manual
do cilindro

Conexão para
o sistema

BT11-064

2-32
Sistema Condicionador de Ar – 1I0124 Módulo

2
Vale ainda ressaltar que quando utilizamos o nitrogênio para verificação de vazamentos, em um sistema
fechado, devemos pressurizar com pressões entre 150 a 200 psi, caso estas pressões atinjam valores
acima do recomendado, podem danificar alguns componentes como por exemplo, o evaporador do sistema.
Em caso de necessidade de uma pressão elevada deve-se pressurizar cada componente isoladamente.

Identificação e Cuidados com o Sistema Condicionador de Ar


Os veículos equipados com condicionador de ar com R-134a possuem uma etiqueta de identificação no
painel dianteiro conforme a etiqueta do veículo.

Ar condicionado – Atenção
Contém refrigerante R-134a sob Use fluido refrigerante R-134a
pressão. P/N 9 985 751 e óleo sintético
Cuidados e reparos somente por P/N 9 985 752 ou o sistema
pessoal qualificado. condicionador de ar SERÁ
DANIFICADO
Métodos inadequados de manu-
tenção podem causar danos
pessoais.
Consulte o manual de serviços

Os componentes do sistema condicionador de ar com refrigerante R-134a não são compatíveis


com os componentes do sistema com R-12.

Para maiores detalhes de manutenção, consulte o Manual de Reparações.


Anotações
Anotações

2-33
Módulo Sistema Condicionador de Ar – 1I0124

2
Instalação de Compressor Novo
1. Drene e meça o óleo refrigerante no tampão de drenagem do compressor (original) que foi retirado do
veículo.
2. Drene do tampão de drenagem do compressor novo, o óleo refrigerante adicionado na fábrica (quan-
tidade total de lubrificante: 265 cc).
3. Meça o refrigerante drenado do compressor e adicione ao compressor a mesma quantidade de óleo
refrigerante novo no compressor sendo instalado através da abertura de sucção/descarga, e ao mesmo
tempo gire a polia da embreagem do compressor.

BT11-065
Evaporador e Condensador
Drene o máximo possível o óleo do evaporador do condensador daquele que deverá ser substituído;
adicione a mesma quantidade de óleo refrigerante novo ao evaporador ou condensador novo.
Se não houver possibilidade de medir do componente:
Na substituição de condensador – adicione aproximadamente 40 cm3.
Na substituição de evaporador – adicione aproximadamente 50 cm3.
Filtro Secador
Na substituição do filtro – adicione aproximadamente 15 cm3. O filtro deverá ser substituído sempre que
o sistema for aberto para reparos.
Furos ou Ruptura de Mangueira/Tubo
Quando for necessário substituir, adicione aproximadamente 40 cm3.
Antes de realizar as operações acima, consulte o Manual de Reparações, seguindo os
procedimentos indicados.
Anotações
Anotações

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Sistema Condicionador de Ar – 1I0124 Módulo

2
Manutenção no Compressor
Compressor (vista do conjunto)

BT11-066

Para desmontar a embreagem magnética utilize o boletim de informação técnica Nº IT-054199 –


Agosto de 99 e o Manual de Reparações.
Anotações
Anotações

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Módulo Sistema Condicionador de Ar – 1I0124

2
Limpeza do Sistema A/C – Contaminação dos Componentes
Em toda substituição de componentes do sistema A/C há perda parcial de óleo.
Quando há ruptura, contaminação ou remoção, reinstalação ou substituição do compressor, o sistema
deverá ser inspecionado quanto à contaminação e se necessário, o sistema deverá ser “lavado” por completo.
Atualmente, o método recomendado para utilização na limpeza é o uso do próprio fluido refrigerante.
Surgiu no mercado o fluido refrigerante 141b para limpeza, sendo a temperatura de evaporação 23OC.
A unidade para recuperação de refrigerante (RRU) deverá ser usada para recolher o fluido
refrigerante usado na limpeza.
O fluido refrigerante deverá ser recolhido através de RRU para um recipiente separado.
Use a unidade de recuperação adequada para cada sistema de fluido refrigerante (R-12, R-134a
ou 141b).

Procedimentos
1. Limpe os componentes individualmente
2. Serão necessárias conexões de fabricação própria, uma vez que as conexões para componentes
do condicionador de ar apresentam especificações diferentes para tamanho, formato e dimensão de
roscas.
3. Inverta a posição do cilindro de decantação para usar o refrigerante no estado líquido.
4. Relimpe os componentes.
5. Recupere/recicle o refrigerante usado na lavagem, o equipamento de recuperação removerá as
impurezas através do sistema de filtragem.

BT11-067
Anotações
Anotações

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Sistema Condicionador de Ar – 1I0124 Módulo

2
Válvula de Alívio de Pressão
Como já vimos nos circuitos com R-12 existe um bujão que se rompe no caso de sobrepressão, evitando
danos aos componentes do circuito.
Quando isso acontece todo o gás R-12 é liberado para a atmosfera.
No caso do circuito com R-134a é utilizada uma válvula de alívio no lugar do bujão.
O objetivo desta válvula é proporcionar, além de segurança e maior economia, maior proteção ao meio
ambiente. Pois ela abre, quando a pressão está excessivamente alta, liberando parte do gás até que a
pressão atinja os valores normais de trabalho, fechando logo em seguida.
Dessa forma, não ocorre a descarga total do R-134a.
• Pressão de abertura – 500 a 600 psi
• Pressão de fechamento – 400 psi
Sua localização é junto ao compressor, mas é possível encontrá-la nas mangueiras de alta pressão.

BT11-068

Existe uma fita adesiva, colada no orifício da válvula de alívio, que é usada como indicador
para informar que o sistema apresentou descargas. O rompimento deste selo, indicará que o
sistema apresentou perda de fluido refrigerante.
Anotações
Anotações

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Módulo Sistema Condicionador de Ar – 1I0124

2
Sistema de Arrefecimento
Interruptor térmico
O interruptor térmico usado nos veículos com condicionador de ar é duplo, e possui três terminais, sendo:
• Uma entrada de alimentação
• Duas saídas isoladas
Atuam como dois interruptores independentes.
Podem atuar, dependendo do veículo, como acionadores das velocidades dos eletroventiladores ou para
desligar a embreagem eletromagnética do compressor. Sua temperatura de trabalho, também varia de
veículo para veículo.

Funções
• O primeiro contato pode acionar a 1ª velocidade dos eletroventiladores, quando a temperatura do
líquido de arrefecimento atingir 92 a 98 ºC e o segundo contato aciona a 2ª velocidade quando a
temperatura atingir 99 a 105 ºC.
Em alguns veículos as funções e seus valores de atuação mudam, exemplo:
• O primeiro contato aciona a 2ª velocidade dos eletroventiladores quando a temperatura do líquido de
arrefecimento atingir 100 ºC a 107 ºC e o segundo contato desliga a embreagem eletromagnética do
compressor, quando a temperatura atingir a 120 ºC e volta a ligá-lo quando a temperatura desce a 115 ºC.
Neste último caso, o acionamento da primeira velocidade cabe a um interruptor térmico simples, que
é acionado quando a temperatura atingir 93 a 98 ºC.

Interruptor Térmico do Compressor


Devido a colocação do condensador à frente do radiador, há uma elevação da temperatura do líquido de
arrefecimento do motor.
Para que não haja um superaquecimento do motor é colocado um interruptor térmico em série com a
embreagem eletromagnética.
Este interruptor é de contato fechado, quando a temperatura aumenta de 105 a 115 ºC, o sinal é interrompido
para a embreagem e o compressor pára de comprimir, a pressão diminui, logo a temperatura do líquido
de arrefecimento desce. Quando a temperatura chegar entre 100 a 105 ºC, o interruptor ligará novamente.
Anotações
Anotações

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