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Fonte: TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Trad. do grego de Mário da Gama Kury. Brasília:
Editora Universidade de Brasília; Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais; São Paulo: Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo, 2001, p. 114-117.
A PESTE NA ALTA IDADE MÉDIA (540-750)
* Fontes:
* Europa:
Fonte: GREGÓRIO DE TOURS. Historia Francorum. Trad, Henri Bordier. Paris: Librairie Firmin
Didot, 1861, Livro V, cap. XXV, v. 1, p. 261; Livro IX, capítulo XXII, v. 2, p. 204.
A PESTE EM RAVENA E EM ROMA (680)
Terras e cidades até então com uma multidão dos homens ficavam
num só dia mergulhadas, pela fuga geral, no mais profundo silêncio. As
crianças fugiam abandonando os cadáveres dos pais ainda sem sepultura, e os
pais abandonavam os filhos com as entranhas ainda quentes. Se por acaso
alguém se demorasse para enterrar o próximo, condenava-se com isso a ficar,
por sua vez, sem sepultura […] O mundo voltava a ficar em silêncio, como
antes da existência da humanidade: não se ouviam vozes nos campos, os
pastores já não assoviavam […] As terras aguardavam em vão quem as
trabalhasse, e as uvas ficavam pendentes das videiras, enquanto o inverno se
aproximava. Os campos estavam transformados em cemitérios, e as casas dos
homens transformaram-se em refúgios de animais selvagens […]
* Impacto demográfico
* Consequências sociais
* Consequências políticas
* Sensibilidade e imaginário
A PESTE BUBÔNICA NA INGLATERRA EM 1349
Então a gravosa
praga penetrou pela costa
marítima a partir de
Southampton e chegou a
Bristol; aí quase que toda
a força da cidade morreu,
atingida pela morte súbita,
porque houve poucos que
estivessem de cama mais
do que três dias, ou dois
dias, ou meio dia [...]
Então o bispo de Lincoln enviou uma mensagem através de todo o
bispado e deu poder geral a todos e a cada um do padres para ouvir confissões
e absolver com total e completa autoridade episcopal, exceto em matéria de
dívidas [...] Da mesma maneira, o papa concedeu completa remissão de todos
os pecados a quem quer que fosse absolvido em perigo de morte [...] No mesmo
ano houve uma grande praga entre os carneiros em toda a parte do reino, de
forma que num lugar morreram numa pastagem mais de 5.000 e tão pútridos que
nem besta nem pássaro lhes teriam tocado.
E eram os preços baixos para todas as coisas devido ao temor da
morte. Porque havia muito poucos que se preocupassem com riquezas ou
qualquer outra coisa [...] Entretanto o rei enviou uma proclamação para todos
os condados em como os ceifeiros e outros trabalhadores não poderiam cobrar
mais do que aquilo que tinham por costume cobrar, sob a penalidade indicada
pelo Estatuto. Mas os trabalhadores estavam tão soberbos e obstinados que
não quiseram ouvir as ordens do rei, mas, se alguém desejasse tê-los, era
obrigado a dar-lhes o que eles queriam, perdendo os seus frutos e searas ou
satisfazendo-lhes os soberbos e ambiciosos desejos [...]
Nobres e senhores do reino
que tinham foreiros faziam
abatimentos da renda, a fim de que
os foreiros não fossem embora
devido a falta de servidores e geral
carestia, uns de metade da renda,
outros mais, outros menos, alguns
por dois anos, alguns por três,
alguns por um ano, segundo o que
combinassem com eles.
Knighton’s Chronicon. In: ESPINOSA, Fernanda.
Antologia de textos históricos medievais. Lisboa:
Livraria Sá da Costa, 1972, p. 328-329.
Fonte: Statutes of realm, I, p. 307-308, In: In: ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos
históricos medievais. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1972, p. 330-331.
Cena de uma manifestação dos Flagelantes em Paris, meados do século XIV
Imagens do Anticristo e dos Flagelantes na
crônica de Colônia, século XV
A gênese da imagem do Sabá, séculos XIV-XV
Cena da caça às bruxas na Inglaterra, c. 1540
CONTEXTOS E ESPAÇOS
EXTRA-EUROPEUS
* Epidemias e Indo-América
* A varíola no Japão
O ISOLAMENTO SOCIAL NO DIÁRIO DO ANO DA PESTE,
DE DANIEL DEFOE (1722)
No princípio de agosto,
a peste se alastrou terrível e
violentamente no lugar onde eu
vivia e o dr. Heath, vindo me
visitar e vendo que eu me
arriscava com frequência pelas
ruas, insistiu vigorosamente
para que me encerrasse em casa
com os meus, não permitisse
que ninguém saísse, fechando
rapidamente todas as janelas
com venezianas e cortinas e
nunca abri-las [...]
Fizemos isso por algum tempo, mas como não tínhamos armazenado
mantimentos para uma reclusão assim, tornou-se impossível ficarmos só dentro
de casa. Mesmo sendo tão tarde, tentei fazer alguma coisa nesse sentido.
Primeiro, como tinha condições de fazer cerveja e pão, saí e comprei dois sacos
de farinha e, como tinha um forno, durante várias semanas cozinhamos nosso
próprio pão.
Também comprei malte e levedei toda a cerveja que cabia nos barris de
que dispunha, parecendo ser suficientes para manter minha casa por cinco ou
seis semanas. Também estoquei certa quantidade de manteiga salgada e queijo
de Cheshire. Não tinha carne fresca e a peste atingia tão violentamente os
açougues e matadouros no outro lado de nossa rua, onde é sabido que muitos se
cortam, que não era muito aconselhável atravessar a rua ou chegar perto deles.
Aqui, devo destacar mais uma vez que esta necessidade de sair de
nossas casas para comprar mantimentos foi, em grande parte a ruina de toda a
cidade, pois foi nessas ocasiões que as pessoas contraíram a doença uma das
outras e muitas vezes até os próprios alimentos estavam contaminados [...] Os
pobres, entretanto, não tinham como armazenar alimentos e precisavam ir ao
mercado fazer compras, enquanto outros enviavam seus criados ou suas
crianças. Por ser uma necessidade diária, isto fazia muita gente doente vir até o
mercado e muitos dos que chegaram lá com saúde, trouxeram consigo a morte
para dentro de suas casas.
Fonte: DEFOE, Daniel. Um diário do ano da peste. Tradução de Eduardo S. San Martin, 2014, p. 47:
Disponível online: https://pt.scribd.com/document/151115843/Um-Diario-Do-Ano-Da-Peste
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BIBLIOGRAFIA
BÉTEAU, J. P.. La peste d’Athènes. Bulletin de l’Association Guillaume Budé,
n. 47, p. 14-28, 1935.
SAEZ, André. La peste antonina: una peste global en el siglo II d.C.. Revista
Chilena Infectol, n. 33, n. 2, p. 218-221, 2016:
https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0716-
10182016000200011
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subsídios
Link: https://www.youtube.com/watch?v=5-kJH-zTZv0
Det sjundje inseglet (O sétimo selo), Suécia, direção de Ingmar Bergman,
1957.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=FS4QoM5JDUQ
The masque of the red death (A mascara da morte vermelha), EUA, Direção de
Roger Corman, 1964.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=QtmyMA4OkCQ
A walk with love and death (Viajando com o amor e a morte), EUA, direção de
John Houston, 1969.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YYEWhXBHAC0
Pied piper (A lenda da flauta mágica), Inglaterra, direção de Jacques Demy,
1972.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=-xlbvRy2-Kg
The navigator: a medieval odissey (Navigator: uma odisséia no tempo), Nova
Zelândia, direção de Vincent Ward, 1988.
Link: https://www.filmesdetv.com/el-aliento-del-diablo.html
Trollsyn (O segundo sinal), Noruega, direção de Ola Solum, 1995.