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C APÍTULO 2

Fundamentos da Psicopedagogia

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os


seguintes objetivos de aprendizagem:

33Articular os fundamentos da Psicopedagogia como área do conhecimento.

33Conceituar a Psicopedagogia.

33Apontar o objeto de estudo da Psicopedagogia.

Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso


o sentimento de amor à vida dos seres humanos [...].

Lembraria os erros que foram cometidos como


sinais para que não mais se repetissem [...].

Deixaria para você, se pudesse, o respeito, aquilo que


é indispensável: além do pão, o trabalho e a ação.

E quando tudo mais faltasse, para você eu deixaria,


se pudesse, um segredo: o de buscar no interior de si
mesmo a resposta, a força para encontrar a saída.

Gandhi
Introdução à Psicopedagogia

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Capítulo 2 Fundamentos da Psicopedagogia

Contextualização
Neste capítulo, veremos os fundamentos da Psicopedagogia. Isto é
essencial para a compreensão da complexidade que é definir a Psicopedagogia
e sua trajetória quanto à identificação de seu objeto de estudo. Veremos,
também, autores e estudiosos que deram grande contribuição no sentido
de fazer chegar a Psicopedagogia ao Brasil e de difundi-la como uma área
de estudo importante na compreensão da aprendizagem. Esses autores e
estudiosos são considerados pioneiros na construção de um referencial teórico
próprio à Psicopedagogia.

Faremos uma caminhada, neste capítulo, esperando encontrar


algumas respostas aos nossos questionamentos. Iniciaremos com o que é
Psicopedagogia.

Psicopedagogia: O Que É?
A definição do termo Psicopedagogia, ao longo de sua trajetória, foi
um grande desafio para diversos autores e estudiosos da área, devido à
complexidade de seu objeto de estudo e de suas ações, conforme vimos no
capítulo anterior.

A princípio, o termo pode sugerir uma aplicação da psicologia à


pedagogia. Conforme Macedo (apud BOSSA, 2000, p. 17), encontramos,
no Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, que Psicopedagogia é “a
aplicação da psicologia experimental à pedagogia [...]”. Porém, esta definição
deixa de ser verdadeira em função do surgimento da Psicopedagogia, que
visava compreender o processo de aprendizagem da melhor forma possível.
Assim, transitou em outras ciências, exatamente porque a psicologia e a
pedagogia não ofereceram subsídio para responder sobre a complexidade da
aprendizagem humana.

Ainda segundo Macedo (apud BOSSA, 2000, p.17), o termo “[...] já foi
inventado e assinala de forma simples e direta uma das mais profundas e
importantes razões da produção de um conhecimento científico: o de ser meio,
o de ser instrumento, para um outro, tanto na perspectiva teórica ou aplicada”. A Psicopedagogia
Neste sentido, é reforçada a posição de que a Psicopedagogia não pode ser caracteriza seu objeto
de estudo e tece seu
entendida como aplicação e/ou junção da psicologia à pedagogia.
suporte teórico com
aspectos próprios da
Diversos autores e estudiosos da Psicopedagogia apontam seu caráter
interdisciplinaridade
interdisciplinar, pois, buscando conhecimento em outras áreas de estudo, a e da
Psicopedagogia caracteriza seu objeto de estudo e tece seu suporte teórico transdisciplinaridade.

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Introdução à Psicopedagogia

com aspectos próprios da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade.

Interdisciplinaridade – concilia os conceitos de diversas áreas do


conhecimento e promove avanços na produção de novos conhecimentos.

Transdisciplinaridade – ultrapassa as fronteiras das demais disciplinas


(áreas do conhecimento) e/ou teorias, transitando por elas, articulando
saberes e desdobrando-se para efetivar uma prática, em nosso caso, a prática
psicopedagógica.

Os conceitos foram elaborados para esclarecer o sentido da Psicopedagogia.


No entanto, são profundos e de muitos sentidos, principalmente quanto a sua
aplicabilidade.

Em suma, a Psicopedagogia transita por várias áreas do conhecimento –


como psicologia, pedagogia, psicanálise, linguística, medicina, fonoaudiologia,
sociologia e antropologia – quando da definição de seu objeto de estudo e
construção de seu referencial teórico.

Assim, vários autores buscam defini-la, tendo em vista a sua construção


como área de estudo e do conhecimento. Veremos o que dizem alguns desses
autores.

Para Neves (apud BOSSA, 2000, p.18), era necessário “falar sobre
Psicopedagogia [...] sobre articulação entre educação e psicologia”, sobre
os problemas relacionados à aprendizagem, sendo que isso demonstrava a
complexidade em defini-la.

Para Kiguel (apud BOSSA, 2000, p. 18), “a psicopedagogia historicamente


surgiu na fronteira entre a Pedagogia e a Psicologia, a partir da necessidade
de atendimento de crianças com distúrbios de aprendizagem, consideradas
inaptas dentro do sistema educacional convencional”.

Esse mesmo autor apresenta o fracasso escolar como outra perspectiva


para o surgimento da Psicopedagogia. Porém, nos diz que atualmente as
pesquisas psicopedagógicas vêm se desenvolvendo com contribuições das
outras ciências ou áreas do conhecimento, conforme citamos anteriormente,
passando por uma reformulação, de uma perspectiva clínica e individual para
uma maior compreensão integradora da aprendizagem, também atuando de
forma preventiva (KIGUEL apud BOSSA, 2000).

Já para Visca (1991, p. 14),

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Capítulo 2 Fundamentos da Psicopedagogia

Anteriormente, psicopedagogia significava o conhecimento e


o estudo do sujeito individual, enquanto educação significava
o conhecimento da comunidade, da sociedade [...] conhecer
o sujeito que aprende é um conceito revolucionário, no
sentido de aceitar o sujeito como ele é, fazer com que este
sujeito aprenda de verdade, não fazendo de conta.

Visca (1991) faz vários questionamentos a respeito da aprendizagem,


estando dentre eles o seguinte: o porquê da existência de um vínculo negativo
entre o sujeito e a situação de aprendizagem. Este autor ainda nos diz que a
aprendizagem não está restrita aos espaços da escola.

Até aqui, vimos algumas das muitas considerações que existem acerca
da Psicopedagogia e a dificuldade em defini-la. Entretanto, ficou claro que
a Psicopedagogia não pode ser pensada como uma simples aplicação da
psicologia experimental à pedagogia. Desde sua trajetória histórica, um
aspecto foi recorrente: Será este seu objeto de estudo? Por meio do objeto de
estudo podemos conceituar a Psicopedagogia?

Atividade de Estudo

Releia o texto e tente responder: O que é Psicopedagogia?


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Objeto de Estudo
Definir Psicopedagogia é uma complexidade. Diante da (in)definição
do termo, recorremos à definição de seu objeto de estudo, conforme alguns
psicopedagogos brasileiros.

Segundo Kiguel (apud BOSSA, 2000, p. 19), “[...] o objeto central de estudo
da Psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem
humana, seus padrões evolutivos normais e patológicos, bem como a
influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento.”

De acordo com Neves (apud BOSSA, 2000, p. 19),

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Introdução à Psicopedagogia

[...] a psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar,


levando sempre em conta as realidades interna e externa da
aprendizagem, tomadas em conjunto [...] procurando estudar
a construção do conhecimento em toda a sua complexidade,
procurando colocar em pé de igualdade os aspectos
cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos.

Segundo Scoz (apud BOSSA, 2000, p. 19), “[...] a psicopedagogia estuda o


processo de aprendizagem e suas dificuldades e, numa ação profissional, deve
englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e sistematizando-
os”.

Já para Rubinstein (apud BOSSA, 2000, p. 20), “[...] o principal objetivo


é a investigação de etiologia da dificuldade de aprendizagem, bem como a
compreensão do processamento da aprendizagem considerando todas as
variáveis que intervêm neste processo”.

De acordo com Weiss (apud BOSSA, 2000, p. 20), “[...] a psicopedagogia


busca a melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a melhor
qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e educadores”.

Observe que as citações apresentadas sobre o objeto de estudo da


Psicopedagogia possibilitam sua identificação, bem como sua conceituação.

Atividade de Estudo

Tendo em vista o texto, agora você já pode:

1) Elaborar um conceito para a Psicopedagogia.


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2) Apontar o objeto de estudo da Psicopedagogia.


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Capítulo 2 Fundamentos da Psicopedagogia

Os psicopedagogos
Nessa complexidade de identificar o objeto de estudo e conceituar a brasileiros citados
Psicopedagogia, verificamos que os psicopedagogos brasileiros citados neste neste capítulo
capítulo apontam a aprendizagem humana como ocupação principal (objeto) apontam a
da Psicopedagogia. Também na Argentina (que nos inspirou), a aprendizagem aprendizagem humana
e seus problemas é o que fundamenta a Psicopedagogia. como ocupação
principal (objeto) da
Psicopedagogia.
Também na Argentina
Teorias que Fundamentam a Psicopedagogia (que nos inspirou),
a aprendizagem e
Para pensarmos nas teorias que fundamentam a Psicopedagogia, é seus problemas é o
que fundamenta a
importante que nos lembremos de seu princípio, de suas origens teóricas, de
Psicopedagogia.
sua aproximação com a pedagogia e a psicologia. Conforme Bossa (2000), da
pedagogia, traz o estudo sobre a vida humana, suas contradições, aspectos
transformadores e reprodutores na sociedade, bem como o olhar diverso sobre
o aprender, enquanto que, da psicologia, ora privilegia o físico (observável),
ora o psíquico (a consciência).

Entendendo que estas duas áreas – pedagogia e psicologia – não


eram suficientes para fundamentar o objeto de estudo da Psicopedagogia,
esta, então, recorreu a outras ciências para melhor compreender o
processo da aprendizagem humana. Assim, vamos conhecer as idéias dos
psicopedagogos que constituem e fundamentam a Psicopedagogia como área
do conhecimento.

Segundo Pain (1985, p. 15),

Nesse lugar do processo de aprendizagem coincidem um


momento histórico, um organismo, uma etapa genética da
inteligência e um sujeito associado a tantas outras estruturas
teóricas, de cuja engrenagem se ocupa e preocupa a
Epistemologia; referimo-nos principalmente ao materialismo
histórico, à teoria piagetiana da inteligência e à teoria
psicanalítica de Freud, enquanto instauram a ideologia, a
operatividade e o inconsciente.

Assim, para Pain (1985), a prática psicopedagógica se apoia num tripé


composto de forma articulada pela psicanálise, pela teoria piagetiana e pelo A prática
materialismo histórico. psicopedagógica
se apoia num tripé
composto de forma
Segundo Fernandez (apud BOSSA, 2000, p. 25), “A epistemologia genética,
articulada pela
assim como a psicanálise, são necessárias para a teoria psicopedagógica,
psicanálise, pela teoria
mas não confundidas com elas, cujo fim é dar conta da articulação inteligência-
piagetiana e pelo
desejo”. materialismo histórico.

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Introdução à Psicopedagogia

É importante ressaltar que Fernandez tem a psicanálise e a epistemologia


genética de Piaget como fundamento de seu trabalho, sendo que seu primeiro
Fernandez conceitua contato com a psicanálise foi por meio de Pichón-Rivière e Bleger, durante
como “aprendente” sua formação em psicologia (ambos foram seus professores). Iniciou suas
e “ensinante” todo pesquisas a partir dos trabalhos de Sara Pain, avançou em suas pesquisas
sujeito em processo e entende que a “autoria do pensamento” possibilita a aprendizagem dos
de aprendizagem. Os sujeitos. Também possui uma concepção abrangente sobre a aprendizagem,
pais, por exemplo, são no sentido de que esta não se restringe à visão institucionalizada em que um
ensinantes e também ensina (professor) e o outro aprende (aluno). Por isso, Fernandez conceitua
aprendentes. como “aprendente” e “ensinante” todo sujeito em processo de aprendizagem.
Os pais, por exemplo, são ensinantes e também aprendentes.

Fernandez apresenta as modalidades de aprendizagem e constrói


um modelo próprio de diagnóstico psicopedagógico chamado Diagnóstico
Interdisciplinar Familiar de Aprendizagem (DIFAJ), utilizando-o em diversos
hospitais públicos e privados de vários países latino-americanos e em cursos
de formação em Psicopedagogia. Também trabalha com psicodrama e ministra
cursos a respeito em vários estados brasileiros.

Dando prosseguimento à exposição sobre as teorias que fundamentam


a Psicopedagogia, apresentamos dois autores que muito contribuíram e
continuam a contribuir para que a Psicopedagogia teça seu referencial teórico.
São eles: Jorge Visca e Pichón-Rivière.

Jorge Visca, um dos pioneiros a ministrar cursos de Psicopedagogia


no Brasil, aborda a Epistemologia Convergente, que se caracteriza por
apresentar uma visão integradora do conhecimento, a qual considera os
aspectos cognitivos e afetivos e o meio na aprendizagem humana. Esta teoria
se fundamenta nas contribuições das escolas piagetianas, psicanalíticas e da
psicologia social. Assim, para Visca (1987), a aprendizagem é dependente dos
aspectos afetivos, cognitivos e sociais que acontecem simultaneamente, em
virtude de um processo de retroalimentação constante do sujeito em processo
de aprendizagem.

De acordo com Visca (1987, p. 75),

desde a idade mais tenra, nas trocas que faz com a mãe,
a criança já está realizando aprendizagens, ao mesmo
tempo que vai construindo um estilo próprio de aprender,
modificando-o e ampliando-o na medida em que outras
interações vão acontecendo.

Jorge Visca, na clínica psicopedagógica, nos oferece subsídios para a


atuação psicopedagógica, inclusive com técnicas projetivas, entre elas, o par
educativo.

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Capítulo 2 Fundamentos da Psicopedagogia

Clínica, para Jorge Visca (1991, p. 14), não significa “Atendimento no


Consultório”. O autor diz: “Na escola se faz clínica, na comunidade se faz
clínica... no sentido de perceber o sujeito como ele é”.

Leia: VISCA, Jorge. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de


Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

Para Pichón-Rivière (1988), a Psicologia Social, que também fundamenta


Visca, apresenta uma compreensão totalizante do sujeito. Sua grande
contribuição é a teoria do vínculo.

Pichón-Rivière (1988) nos coloca que a investigação deveria se dar em


três dimensões – individual, grupal e institucional –, considerando a sociedade
onde estão inseridos os sujeitos, o que nos permitiria três tipos de análise:

• psicossocial - que parte do indivíduo para fora,

• sociodinâmica - que analisa o grupo como estrutura e

• institucional - que toma todo um grupo, toda uma instituição como objeto de
investigação.

Pichón-Rivière (1988) aborda o processo grupal como algo dinâmico


que auxilia o enfrentamento dos conflitos, bem como ajuda a lidar com as
emoções. Assim, nos brinda com os Grupos Operativos e o Cone Invertido
como instrumentos de análise, principalmente para atuação institucional.

Muito ainda temos a conhecer sobre Visca e Pichón-Rivière e sobre os


demais autores citados neste capítulo e, inclusive, sobre outros que devem ser
buscados para o seu aprofundamento profissional, caro(a) pós-graduando(a),
e que constituirão os seus saberes prioritários ante o fazer.

A aprendizagem também depende de sua pesquisa!

Atividade de Estudo

Faça uma pesquisa e descubra quem são estes dois autores (Jorge Visca e
Pichón-Rivière). Pesquise a biografia de cada um e os conheça mais.
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Introdução à Psicopedagogia

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VISCA, Jorge. Clínica psicopedagógica: a epistemologia convergente. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1987.\

PICHÓN-RIVIÈRE, Enrique. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes,


1988.

______. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

Ainda no que se refere ao objeto de estudo da Psicopedagogia, de acordo


com Bossa (2000), sua complexidade faz com que recorramos a conhecimentos
específicos de outras teorias, tais como:

• a Psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente, das representações


profundas, operantes através da dinâmica psíquica que se expressa por
sintomas e símbolos, permitindo-nos levar em conta a face desejante do
homem;

• a Psicologia Social encarrega-se da constituição dos sujeitos, que


responde às relações familiares, grupais e institucionalistas, em
condições socioculturais e econômicas específicas e que contextuam toda
aprendizagem;

• a Epistemologia e a Psicologia Genética se encarregam de analisar e


descrever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em interação
com os outros e com os objetos;

• a Lingüística traz a compreensão da linguagem como um dos meios que


caracterizam o tipicamente humano e o ser cultural: a língua enquanto
código disponível a todos os membros de uma sociedade e a fala como
fenômeno subjetivo, evolutivo e historiado de acesso à estrutura simbólica;

• a Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino-


aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina;

• os fundamentos da Neuropsicologia possibilitam a compreensão dos


mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das atividades

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Capítulo 2 Fundamentos da Psicopedagogia

mentais, indicando-nos a que correspondem, do ponto de vista orgânico,


todas as evoluções ocorridas no plano psíquico (BOSSA, 2000, p. 26).

Evidentemente, nenhuma das áreas citadas por Bossa (2000) surgiu


para atender de forma específica os problemas da aprendizagem humana (o
nosso objeto de estudo), mas nos oferecem reflexões e subsídios apoiados
cientificamente para que possamos atuar em nosso campo psicopedagógico.

Prezado(a) pós-graduando(a)! Consideramos fundamental que você


retorne a estudos de sua graduação sobre as teorias genética e histórico-social
e sobre a psicanálise, pois, como vimos até agora, a compreensão dessas
teorias servirá de base para a sua prática psicopedagógica.

Atividade de Estudo

Vamos pensar e ensaiar: uma criança de 09 anos é encaminhada ao


psicopedagogo com a seguinte queixa: Ela não consegue ler e escrever.

Se a Psicopedagogia estuda a aprendizagem humana, que hipóteses você


pode levantar a respeito e quais áreas (anteriormente apresentadas) podem
ajudar você a entender a problemática da aprendizagem?
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Lembre-se de que o conteúdo anterior também pode ajudar você. Mas


observe que é apenas um pequeno ensaio, não um diagnóstico, pois este
fazer específico se dará em outra disciplina do curso. Nesta nossa disciplina,
apresentamos apenas um panorama geral do curso. Por isso se chama
Introdução à Psicopedagogia. Este é um exercício do pensamento.

Queixa – reclamação; qualquer sintoma relatado.

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Introdução à Psicopedagogia

Algumas Considerações
Neste capítulo, vimos algumas teorias que fundamentam o fazer
psicopedagógico, sua conceituação e seu objeto de estudo. Cabe salientar
que o fazer psicopedagógico pode ser diverso, dependendo da sustentação e
da identificação teórica utilizada pelo profissional. Neste sentido, esclarecemos
que atualmente contamos com muitos autores, além dos pioneiros aqui citados.
Portanto, sugerimos o site da ABPp – http://www.abpp.com.br – que conta com
um grande referencial bibliográfico.

Referências
BOSSA, Nádia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da
prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

PAIN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem.


Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

PICHÓN-RIVIÈRE, Enrique. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes,


1988.

VISCA. J. Clínica psicopedagógica: a epistemologia convergente, Porto


Alegre: Artes Médicas, 1987.

______. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira, 1991.

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