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FLUIDOTERAPIA

I - DEFINIÇÃO

O codificador se referiu ao assunto com as seguintes terminologias: dom de


curar, mediunidade curadora, imposição de mãos, tipo de magnetismo.
Na atualidade usamos os termos: fluidoterapia, passes.
Fluidoterapia - é a utilização dos fluidos com finalidade terapêutica para o
tratamento do enfermo sejam de causas físicas e/ou espirituais. É uma forma de
transfusão de energia.
No movimento espírita, emprega-se a fluidoterapia auxiliadora de forma fraterna
e gratuita.
“É um gênero de mediunidade que consiste no dom que possuem certas
pessoas de curar pelo olhar, pelo simples toque, pelo sopro, pela oração, pela
imposição ou movimento de mãos, (também denominado passes ou conjunto de gestos
com fins de movimentar eflúvios).”
Os fluidos saem por todo o corpo (através dos poros) mas, principalmente pelos
orifícios naturais e extremidades (poder das pontas). O aplicador os canaliza através de
sua vontade, usando o órgão que em si lhe parece mais adequado: boca, olhar, mãos,
irradiação mental, oração etc.
Para bem empregar a fluidoterapia, é indispensável tenhamos, ao menos,
noções preliminares sobre magnetismo, fluidos e como podemos agir sobre eles.

Fluido

Na conceituação espírita a palavra fluido designa tipos de matéria rarefeita e


ultra- rarefeita, e formas de energia.
Denis afirma que a matéria quando se rarefaz fica invisível, imponderável, toma
aspectos cada vez mais sutis, os quais chamamos de fluidos e à medida que s rarefaz
ganha novas propriedades, entre as quais uma irradiação progressivamente maior,
tomando a forma de energia.
A física moderna derrubou a separação rígida entre matéria e energia,
considerando-as substancialmente a mesma coisa, diferenciando-se apenas quanto
aos diversos graus de concentração.

FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL

O fluido cósmico universal é, nas palavras de Kardec “ (...) a matéria elementar


primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos
corpos da Natureza” (A Gênese, Allan Kardec, cp.XIV). Existe em todos os recantos
do universo, daí o seu nome.
Distingue-se da matéria que conhecemos por suas propriedades especiais.É
matéria mais rarefeita, mais sutil, e que pode considerar-se independente. Mas é ela
mesma que, em suas modificações e transformações, dá origem a inumeráveis
variedades dos corpos da natureza e determina as diversas propriedades de cada um
deles. Entenda-se corpo, como “porção” limitada da matéria.
Sua natureza é ainda pouco conhecida mas sabemos que lhe são inerentes as
forças que presidiram as metamorfoses da matéria e as leis universais imutáveis que
regem o mundo.

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FLUIDO VITAL

Fluido vital, também chamado de princípio vital, é o princípio da vida material e


orgânica, qualquer que lhe seja a fonte, e que é comum a todos os seres vivos, desde
as plantas até o homem. Tem sua fonte de origem no Fluido Cósmico Universal (resulta
de uma de suas modificações).
Para alguns o fluido vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz
quando a matéria se encontra em certas circunstâncias. Segundo outros, e é a idéia
mais comum, ele reside num fluido especial, universalmente espalhado o qual cada ser
absorve e assimila uma parte durante a vida. Como os corpos inertes, que absorverem
a luz.
O fluido vital é denominado também de fluido elétrico animalizado, fluido
nervoso, etc.
Seja como for, ele é um fato que não se saberia contestar, porque é resultado da
observação de que os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o
fenômeno da vida, que lhes dá movimento e atividade, distinguindo-os da matéria
inerte.
É independente da inteligência e do pensamento.
Não se desenvolve senão com o corpo. Esse agente sem a matéria não é a vida,
da mesma forma que a matéria não pode viver sem esse agente. É necessário a união
dessas duas coisas, para produzir vida. O conjunto dos órgãos constitui uma espécie e
mecanismo que recebe o estímulo do princípio vital. O princípio vital é a força motriz
dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que, o agente vital estimula os órgãos, a ação
dos órgãos entretém e desenvolve a atividade do agente vital, aproximadamente como
se dá com o atrito que desenvolve o calor.
Quando o agente vital não está unido ao corpo permanece em estado latente, no
perispírito.
O fluido vital se modifica segundo a espécie bem como a sua quantidade varia
entre os seres da mesma espécie. Alguns são, por assim dizer saturados, enquanto
outros dispõe apenas de uma quantidade suficiente; daí, para alguns, a vida é mais
ativa, mais vibrante e, de certo modo, superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota; pode vir a ser insuficiente para manter a
vida se não se renova pela absorção e assimilação das substâncias que o contém.
O fluido vital se transmite de um indivíduo para outro. Aquele que tem o
bastante, pode dá-lo àquele que tem pouco e, em certos casos, restabelecer a vida
prestes a se apagar; sem fluido vital o corpo morre.
É característica dos seres vivos a capacidade de produzir fluido vital,
continuamente, a partir do fluido cósmico universal, como também a partir dos próprios
alimentos (ar, água, alimentos, etc.). Transformando-os da mesma forma que uma
usina hidroelétrica transforma a energia de uma queda d’água em energia elétrica.
O bom funcionamento dos órgãos mantém a “circulação” do fluido vital no
organismo. Quando o corpo sofre certas lesões, o fluido vital em atividade ainda pode
restabelecer a comunicação das partes do organismo entre si e, assim, normalizar as
funções que haviam sido momentaneamente perturbadas. Mas, se as lesões ou
desgaste orgânico ultrapassarem determinado limite, o fluido vital pode vir a se esgotar,
tornando-se insuficiente para a conservação da vida no corpo que, então morrerá.
A morte ocorre quando o organismo perde a capacidade de produzir e reter uma
certa quantidade mínima de fluido vital – morte natural – ou quando uma lesão mais
séria no corpo físico provoca uma taxa de esgotamento desse fluido em quantidades
superiores à sua capacidade de produção – morte acidental.

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Na infância, a capacidade de processar o fluido cósmico para produção do fluido
vital é muito acentuada. Essa capacidade se mantém mais ou menos inalterada
durante a juventude, mas a partir de certa idade ela torna-se bastante reduzida, fato
este que leva a uma diminuição progressiva da vitalidade do indivíduo, levando ao
envelhecimento geral do organismo.
Os espíritos, por não possuírem fluido vital, necessitam do nosso concurso,
como indispensável, para muitas das tarefas assistenciais a que se propõem.

MAGNETISMO

Magnetismo é o poder de atrair ou influenciar através de um campo magnético,


sendo semelhante ao que ocorre com os ímãs, que tem o poder de atrair ferro ou que
interagem entre si.
O fenômeno foi observado inicialmente numa região da Ásia Menor denominada
Magnésia. Daí o nome magnetismo dado a esse fenômeno natural.
Hoje em dia, sabe-se que os pedaços de rochas possuem essas propriedades
são as magnetitas, compostas basicamente de óxido de ferro.
O minério de ferro é considerado um ímã natural.
Um ímã possui 2 pólos (que são as regiões onde suas propriedades magnéticas
se manifestam com maior intensidade – norte e sul). Pólos do mesmo nome se
repelem; pólos de nomes contrários se atraem. Ao fragmentar um ímã criaremos ímãs
cada vez menores, sem contudo isolar os seus pólos.
Sabe-se hoje que certas substâncias possuem magnetismo próprio e que o
fenômeno depende da disposição dos elétrons no interior de seus átomos. Em alguns
materiais – como a magnetita, o ferro e o aço – o movimento e arranjo dos elétrons é
feito de tal forma que os átomos se comportam como se fossem minúsculos ímãs.
Quando em movimento, os elétrons criam em torno de sua trajetória uma região
onde atuam forças – é o campo magnético. Portanto, campo magnético é a região do
espaço ao redor de um ímã ou de um condutor percorrido por uma corrente elétrica, na
qual ocorrem interações magnéticas.
Em 1820, Oersted descobriu que uma corrente elétrica, ao passar por um fio,
produz efeitos magnéticos, tornando possível o estudo conjunto da corrente elétrica e
do magnetismo: o Eletromagnetismo.
No caso do corpo humano o sangue circula por todo o organismo,
transportando minúscula partículas carregadas de eletricidade – íons, para todas as
células do corpo, que se concentram principalmente em regiões de pontas (palma e
dedos das mãos). Essas cargas concentradas geram campos magnéticos de maior
intensidade que as outras partes do corpo. Quando atingem determinada intensidade,
elas ionizam a camada de ar próxima, que passa a se comportar como condutor de
eletricidade, formando um caminho para descarregar essa energia eletromagnética, de
modo similar ao que ocorre com as nuvens e o pára-raios.
A movimentação das partículas carregadas de energia eletromagnética
pelo sangue, até as células, se faz pela ação do pensamento.
Quando um médium passista se concentra na sua tarefa de doação, aumenta a
intensidade do transporte de moléculas e íons carregados de eletricidade, que vão se
acumulando gradativamente, aumentando a densidade elétrica superficial até atingir o
potencial de ionização da camada de ar que fica próxima da palma das mãos e dos
dedos, formando assim, um caminho preferencial de escoamento dessas cargas.

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II - CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS FLUIDOS

A ação do pensamento sobre os fluidos modifica-lhes as propriedades, dando-


lhes qualidades boas ou más. Os maus pensamentos alteram os fluidos espirituais da
mesma forma que os miasmas alteram o ar que respiramos.
Os fluidos não têm denominações especiais, porém, são designados pelas suas
propriedades e seus efeitos.
Em relação ao aspecto moral os fluidos transportam, em forma de vibrações, as
impressões e sentimentos do espírito, como ódio, inveja, ciúme, orgulho, violência,
hipocrisia, bondade, amor, caridade, etc.
Em relação ao físico, os fluidos podem ser excitantes, soporíferos, narcóticos,
tóxicos, calmantes, adstringentes, etc.
O pensamento do encarnado age sobre os fluidos espirituais da mesma forma
como age o desencarnado e, dependendo da qualidade pode purificar ou envenenar os
fluidos circunjacentes.
Ora, o perispírito também é constituído de fluidos, logo, ele está impregnado dos
pensamentos bons ou maus do próprio espírito. Os fluidos viciados pelos maus
pensamentos podem ser agravados pelas emanações de maus espíritos que dele se
aproximam por afinidade, da mesma maneira que podem ser purificados com o
afastamento deles e aproximação dos bons.
Seja qual for a origem dos fluidos (do próprio espírito ou de outros), estes agem
sobre o perispírito, que por sua vez age sobre o organismo material, visto estarem
relacionados molécula a molécula.

FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO

O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos produtos mais


importantes do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido ao redor de um foco
de inteligência ou alma.
Segundo “O livro dos Espíritos – Livro 2, cap.I, é formado de uma substância
“vaporosa” para os olhos dos encarnados, mas ainda bastante “grosseira” para a
percepção dos Espíritos desencarnados; muito vaporosa, entretanto, para poder
elevar-se na atmosfera e se transportar para onde queira.
A questão nº 257 nos informa a respeito da sua constituição: o perispírito contém
ao mesmo tempo matéria inerte, eletricidade, fluido magnético. Poder-se-ia dizer que é
a quintessência da matéria, o princípio da vida orgânica, mas não da vida intelectual,
pois está no espírito. É além disso, o agente das sensações externas. No corpo essas
sensações estão localizadas nos órgãos que lhes servem de canais. Destruído o corpo,
as sensações ficam generalizadas.
O espírito ainda não encarnado atrai fluidos da atmosfera fluídica do mundo ao
qual está ligado, constituindo com eles um corpo espiritual, ou seja, o seu perispírito.
Desse modo, sua constituição irá variar de acordo com o mundo onde irá reencarnar e
com o grau evolutivo do espírito. Daí resulta o fato, que a constituição íntima do
perispírito não é idêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados, que
povoam a terra ou o espaço circunjacente. Já não se dá o mesmo com o corpo carnal
que é formado dos mesmos elementos, seja qual for a superioridade ou a inferioridade
do espírito.

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Em “A Gênese” (Allan Kardec), cap. XIV, encontramos a informação de que: “ o
envoltório perispirítico de um espírito se modifica com o progresso moral que este
realiza(...)”. Isto quer dizer que o perispírito vai se modificando à medida que a sua
evolução moral vai ocorrendo. Tais modificações se verificam tanto na sua estrutura
magnética, quanto no tipo e matéria por ela aglutinada, tendendo sempre para uma
composição cada vez mais sutil.
Naturalmente, tanto os espíritos encarnados , quanto os desencarnados
possuem perispírito. No caso de encarnado, a sua constituição depende
fundamentalmente do estágio em que se encontra o planeta que habita e da sua
própria evolução individual. No caso dos desencarnados, a consistência do perispírito
dependerá principalmente do grau de evolução que o espírito atingiu, podendo haver
grandes diferenças entre um espírito e outro. Essa diferenciação chega a ponto de os
espíritos mais atrasados, muitas vezes, não conseguirem perceber a presença de
outros com perispíritos mais sutis. É sempre possível, contudo, aos espíritos mais
evoluídos, adensarem, propositadamente seu perispírito, a fim de se tornarem visíveis
a outros menos evoluídos, ou até a pessoas encarnadas.
Esse corpo fluídico (o perispírito), lhe serve de relação no plano espiritual em
que vive.
Ao encarnar, é através do perispírito, que o espírito se liga à matéria e lhe serve
de molde. Durante a vida corpórea, serve de intermediário entre o espírito e o corpo,
transmitindo ao espírito as impressões que recebe do físico e enviando ao corpo os
impulsos que vêm do espírito. Em resumo, quando:

O espírito quer – o perispírito transmite – o corpo executa

O corpo recebe a impressão – o perispírito transmite – o espírito sente

É graças ao perispírito que os tecidos do corpo físico podem se renovar, ou se


regenerar, em casos de lesões, ocupando os novos, exatamente os lugares dos
antigos. O perispírito desempenha pois, papel fundamental na manutenção da
integridade do corpo físico e da própria individualidade do ser.

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A AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

Os fluidos espirituais correspondem a atmosfera dos espíritos, de onde eles


tiram os materiais para atuarem sobre os encarnados e desencarnados e sobre os
objetos, inclusive na formação destes últimos. Essa atmosfera é o veículo do
pensamento como o ar é o veículo do som.
Os espíritos atuam sobre os fluidos pela força do pensamento e da
vontade, visto os dois estarem para o espírito assim como a mão está para o homem.
Através do pensamento, os espíritos aglomeram, combinam e dispersam os elementos
fluídicos; dão-lhe a direção que desejam , produzem formas e cores, apenas
modificando as suas propriedades, da mesma forma como os químicos combinam
gases e fluidos, utilizando leis como a de atração e de repulsão. Essas transformações
podem ser o resultado de uma intenção, mas, geralmente, são produtos de um
pensamento inconsciente, porque basta o espírito pensar em alguma coisa para ela se
produzir.
As imagens fluídicas criadas pelo pensamento se refletem no perispírito como se
fossem num espelho, tomando formas que podem ser fotografadas. É dessa forma,
que uma alma lê os pensamentos de outra alma como se estivesse lendo um livro.
Não obstante, vendo a intenção do ato no presente, não poderá determinar o momento
de sua realização, e mesmo afirmar se será realizado, visto que circunstâncias diversas
poderão surgir e modificar, ou mesmo eliminar as disposições do plano.

FLUIDOS PERISPIRITUAIS - AURA

No encarnado, o perispírito não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia-se ao


seu derredor e o envolve, formando um halo em torno dele.
Os fluidos absorvidos e assimilados pelo perispírito ficam individualizados, pois
adquirem características que os distinguem entre todos os outros fluidos. São os
chamados de fluidos perispirituais.
Comandados pela mente, os fluidos perispirituais circulam no perispírito(como o
sangue circula por todo o corpo físico, levando-lhe a alimentação e eliminando-lhe as
escórias).
O fluido perispiritual não tem a mesma qualidade e intensidade em todas as
pessoas.
Cada espírito (encarnado ou não) está constantemente envolvido por seus
fluidos perispirituais, formando a sua “atmosfera individual”, que o acompanha em
todos os seus movimentos. É a aura, que André Luiz chama de “túnica de força
eletromagnética”. Essa atmosfera individual se irradia, variando muito na extensão que
alcança, conforme a pessoa.
A aura é uma espécie de chapa fotográfica sensível em que todos os estados de
espírito se fixam com suas mínimas características. Ela é a nossa “fotosfera psíquica”,
que, apresentando coloração variável, de conformidade com o teor da onda mental que
emitimos, retrata, através de cores e imagens, todos os nossos sentimentos e
pensamentos, mesmo os mais secretos.
As diferentes auras encontram-se, cruzam-se, misturam-se sem contudo se
confundirem e se harmonizam ou se repele, pelas particularidades dos seus fluidos,
causando impressão agradável ou desagradável.

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A aura do encarnado é o resultado da difusão dos campos energéticos que
partem do perispírito e das irradiações que partem das células físicas.

III - CENTROS DE FORÇA

Na literatura que trata do assunto, encontramos algumas terminologias tais


como:
 Centros de força
 Centros Vitais
 Chakras (em sânscrito significa roda)
 Vórtices de Força (Peter Rendel)

A – Definição

“Os chakras, ou centros de força, são pontos de conexão ou enlace pelos quais
flui a energia de um a outro veículo ou corpo do homem” – Leadbeater.
“Estes chakras funcionam como terminais, através dos quais a energia (prana) é
transferida de planos superiores para o corpo físico” – Keith Sherwood.
“Centros de Força ou Rodas são acumuladores e distribuidores de força
espiritual,, situados no corpo etéreo pelos quais transitam os fluidos energéticos” –
Edgar Armond.

B – Visão Espírita
Segundo Jorge Andréa, “Vários estudos tem mostrado a existência, no
perispírito, de discos energéticos (chakras), como verdadeiros controladores das
correntes de energias, centrífugas (do Espírito para a matéria), ou centrípetas (da
matéria para o Espírito), que aí se instalam como manifestações da própria vida”. –
orças Sexuais da Alma, cap. 1, Perispírito ou psicossoma.
Em “Entre a terra e o Céu” cap. 20- Conflitos da Alma, assim se expressa o
espírito de Clarêncio:
“Como não desconhecem, o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido
por sete centros de força ... que ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem,
para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um
campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado ... tal seja a
viciação do pensamento, tal será a desarmonia no centro de força que reage em nosso
corpo”.
Acrescenta ainda André Luiz:
“Cada centro de força exigirá absoluta harmonia perante as Leis Divinas que nos
regem, a fim de que possamos ascender no rumo do perfeito equilíbrio (...)”.
“Sim – confirmou Clarêncio – nossos deslizes de ordem moral estabelecem a
condensação de fluidos inferiores de natureza gravitante, no campo eletromagnético de
nossa organização, compelindo-nos a natural cativeiro em derredor das vidas que se
iniciam, às quais nos imantamos” (Entre o Céu e a Terra, cap. 21).

C – Classificação

Segundo Clarêncio, analisando a fisiologia do perispírito, os centros de força


foram classificados em:

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1 – Centro coronário – localizado no alto da cabeça, no centro do crânio.

2 – Centro cerebral (frontal) – localizado na fronte (lobo frontal).

3 - Centro laríngeo – localizado na garganta

4 – Centro cardíaco – localizado sobre o coração

5 – Centro esplênico – localizado sobre o baço

6 – Centro gástrico (solar) - localizado sobre o estômago

7 – Centro genésico (básico) – localizado no baixo ventre

Os centros de força localizam-se no perispírito e tem os correspondentes no


corpo físico, na localização dos plexos que são:

1 – Plexo coronário
2 – Plexo frontal (carótico)
3 – Plexo laríngeo (faríngeo)
4 – Plexo cardíaco
5 – Plexo gástrico (solar)
6 – Plexo esplênico (mesentérico)
7 – Plexo coccígeo (hipogástrico)

Segundo são registrados pelos estudos da aura, os centros de força são como
funis que giram num determinado sentido, formando mini furacões (mini redemoinhos),
com a boca voltada para o perispírito e se afunilando em direção ao corpo físico.

D – Função

1 – Coronário – é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas
por ser o mais significativo em razão de seu alto potencial de radiações, de vez que
nele se assenta a ligação com a mente, fulgurante sede da consciência, localizado no
alto da cabeça, no centro do crânio.
Este centro recebe em primeiro lugar os estímulos do Espírito, comandando os
demais, vibrando todavia com eles em regime de interdependência. Dele emanam a
energia de sustentação do sistema nervoso e suas subdivisões, sendo responsável
pela alimentação das células do pensamento e provedor de todos os recursos
eletromagnéticos indispensáveis à estabilidade orgânica. É, por isso, o grande
assimilador das energias solares e dos raios da Espiritualidade Superior, capazes de
favorecer a sublimação da alma. (Entre o Céu a Terra – cap.20).
Registra ainda André Luiz – “ O centro coronário supervisiona os outros centros
vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças
secundárias de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o
tirocínio do homem para concatená-lo e dirigí-las ... dele parte a corrente de estímulos
espirituais, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos de nossos
sentimentos, idéias e ações, tanto quanto também imprimem semelhantes reflexos nos
órgãos e demais implementos de nossa constituição particular.

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2 – Cerebral ou Frontal - governa o córtex encefálico, administra o sistema nervoso,


em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo. Ordena as variadas
percepções, que no encarnado constituem a visão, a audição, o tato, e a vasta rede de
processos da inteligência, que dizem respeito à palavra, à cultura, à arte, ao saber.
Também comanda o núcleo endócrino, referente aos poderes psíquicos.
É o mais importante dos centros secundários.

3 – Laríngeo – controla as atividades do timo, da tireóide e das paratireóides, a


respiração e a fonação.

4 – Cardíaco – controla as emoções e o equilíbrio geral, dirigindo a emotividade e a


circulação das forças de base. Responde pelas energias de todo o aparelho
circulatório.

5 – Esplênico – regula a distribuição e a circulação adequada dos recursos vitais,


determinando todas as atividades em que se exprime o sistema hemático (sangue),
variando e adequando o volume sangüineo.

6 - Gástrico – por onde penetram os alimentos e fluidos em nossa organização.

7 – Genésico – controla a vitalidade do centro reprodutor.

Uma outra fonte de informações a esse respeito também se encontra na obra


“No Mundo Maior” de André Luiz:
“Já observamos que nossa condição mental influi, direta e decisivamente em
nosso hálito fluídico, e este, por sua vez, impressiona nosso corpo espiritual”; se
equilibrado e harmônico, transforma mazelas físicas em saúde pela substituição de
moléculas doentes por sãs; se em desequilíbrio, transmite deficiências e doenças.
De maneira direta, nosso agir e nosso pensar desequilibrados fazem surgir
desarmonias nos centros de força que, para se restabelecerem, carecem do
restabelecimento do seu portador. E isso não se dá pelo simples acionar de uma chave
que gerou “defeito”. Não será um simples passe que resolverá; são os passes e as
preces veículos intercessórios, medicamentos reparativos complementares, que,
embora dos mais úteis e, indispensáveis, não são a base real do reequilíbrio e da
rearmonização dos centro de força, a qual se estriba na reforma moral, pelo “carregar a
própria cruz”, sem blasfêmias, sem alvoroço, sem temeridade.
Rearmonizar os centros de força é, portanto, reformar-se moralmente,
agindo de maneira cristã em todos os momentos da vida”

IV - CLASSIFICAÇÃO

Há três tipos de fluidoterapia:

 Magnético (humano) – que se realiza com o uso dos fluidos dos encarnados.
Sua ação está subordinada à potência de sua vontade;

 Magnético espiritual – com fluidos dos espíritos, agindo diretamente, sem


intermediários, sobre um encarnado.

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 Magnético humano-espiritual – o fluido espiritual, combinado com o fluido


humano, dá a este último as qualidades que lhe faltam. É o passe espírita.

A participação dos espíritos pode ser espontânea, mas na maior parte das
vezes é provocada por apelo do encarnado.
A transfusão fluídica é um dom próprio do ser humano. Todos podem
doar magnetismo curador.

V - MECANISMOS DE AÇÃO

Já estudamos que o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do


perispírito. Pela identidade de sua natureza, este fluido, condensado no perispírito,
pode fornecer ao corpo os princípios reparadores.
O agente propulsor é o espírito (encarnado e/ou desencarnado) que infiltra num
corpo deteriorado uma parte de seu envoltório fluídico. A cura se opera pela
substituição de uma molécula malsã, por uma molécula sã.
O poder curador depende:
 da pureza da substância inocula;
 da energia da vontade, que provoca uma emissão mais abundante e dá maior
força de penetração ao fluido.

Depende, enfim, das intenções que animam aquele que deseja curar seja ele
homem ou espírito.
O fluido que circula em nosso perispírito e em nosso corpo é constantemente
renovado pela absorção dos elementos que o compõem, no Fluido Cósmico Universal.
Mas há indivíduos que se tornam incapazes, temporariamente, de realizar esse
processo, e a sua energia vai se esgotando. Então se torna necessário a transfusão de
uma energia já elaborada por outrem. Outras ocasiões há em que o indivíduo ao invés
de absorver os elementos mais puros, absorve os mais pesados e impuros
ocasionando-lhe mal estar.
Quem faz a seleção dos fluidos é a nossa mente. Portanto, os nossos males têm
a sua origem e o seu tratamento em nosso próprio espírito. Toda queda moral opera
certa lesão no perispírito, a refletir-se em desarmonia no veículo carnal, provocando
determinada causa de sofrimento.
O enfermo contribui em grande parte na obtenção do seu alívio, pois, quando
confiante emite ondas mentais que atraem e assimilam os recursos vitais que lhe
chegam da esfera superior.
O socorro, quase sempre hesitante a princípio, corporifica-se à medida que o
doente lhe confere atenção, porque este fluido assimilado vai agir em suas
províncias celulares, regulando-lhes os movimentos. Corrigindo-lhes a atividade
restabelece a harmonia orgânica.
Pela fluidoterapia pode-se, pois, soerguer a vontade enfraquecida de outrem,
para que essa vontade, novamente ajustada à confiança, possa ela própria magnetizar
as milhares de vidas microscópicas à seu serviço, afim de que o estado orgânico se
recomponha para o equilíbrio indispensável.

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VI - OBJETIVOS DA FLUIDOTERAPIA

O passe não é unicamente a transfusão de energias anímicas e espirituais. É o


equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos. Chico Xavier-
“Opinião Espírita” cap.55- O Passe.
Portanto a fluidoterapia é um tratamento e destina-se para pessoa ou espírito
que carece e procura esse notável agente da cura.
Não confundir objetivo com alcance ou “eficiência”. O passe como os
medicamentos, tem seus objetivos bem definidos, ainda que, por circunstâncias várias,
que veremos a seguir, nem sempre sejam alcançados satisfatoriamente.

VII – INDICAÇÕES

A fluidoterapia é indicada em várias circunstâncias:


 para fins terapêuticos
 para auxílio aos médiuns iniciantes - desenvolvimento mediúnico
 para auxílio na prática da desobsessão – para repor as perdas fluídicas
do médium

Precisamos estar sempre protegidos pela prece e pelas boas intenções, sempre
que formos aplicar os fluidos, para não absorvermos nem transmitirmos fluidos
contaminados.
Na prática da desobsessão, a manipulação dos fluidos é o recurso usado para
transmitir aos obsessores vibrações de afeto, que parece atingi-los como descargas
elétricas. É útil também para “desintegrar” certos apetrechos que costumam trazer,
como: capotes, couraças, objetos imantados, armas, vestimentas especiais, com as
quais se julgam protegidos de nossos fluidos.
Em algumas circunstâncias, quando o médium tem condições de exteriorizar
ectoplasma, é possível a reconstituição de deformações perispirituais ou a cura de
dores que julgam totalmente físicas. A fluidoterapia pode também ajudá-los, a livrarem-
se da indução hipnótica alheia ou a própria.
André Luiz é claro na indicação dos passes nas reuniões mediúnicas dizendo:
“Necessitamos de colaboradores para o auxílio magnético ao organismo mediúnico. O
aparelho mediúnico e também dos colaboradores, é submetido a operações
magnéticas destinadas a socorrer-lhe o organismo nos processos de nutrição,
circulação, metabolismo e ações protoplásmicas”.
Há três posturas comuns na prática:
 Aqueles que julgam serem imensas as necessidades dele para si mesmo.
 Aqueles que caem no vício de tomá-lo tantas vezes quantas sejam possíveis, e
não apenas quantas necessárias. É o passe pelo passe, sem medir-lhe a real
necessidade.
 Aqueles que o fazem com respeito, discernimento e conhecimento de sua
verdadeira finalidade.

Os passes são indicados para fins terapêuticos quando:

 Nos sintamos esgotados e que o repouso natural não nos confira a volta à
normalidade.

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 Quando houver dificuldade em se fazer uma prece, em se concentrar numa
boa leitura, m voltar a atenção para coisas sérias e nobres.
 Se o organismo, apesar dos cuidados devidos, não estiver tendo o
comportamento normalmente esperado.
 Quando idéias obsessivas se assenhorearem do pensamento com
freqüência e obstinação.
 Quando, apesar dos esforços para se melhorar, parece que tudo sai sempre
errado.
 Quando sentirmo-nos envolvidos por espíritos de nível inferior, não
encontrando forças por nós mesmos para sair da situação.
Emmanuel adverte:

“Não abuses sobretudo, daqueles que te auxiliam. Não tomes o lugar do


verdadeiro necessitado, tão só porque os teus caprichos e melindres
pessoais estejam feridos”.

VIII - EFICIÊNCIA DA FLUIDOTERAPIA

Os efeitos da ação fluídica sobre os doentes são extremamente variáveis,


conforme as circunstâncias. É uma ação por vezes lenta, e reclama um tratamento
seguido, como no magnetismo comum. Há pessoas dotadas de um poder tal que, em
certos doentes, operam curas instantâneas unicamente pela imposição das mãos , ou
mesmo por um único ato da vontade. Entre esses pólos há nuances ao infinito. Todas
as curas deste gênero são variedades do magnetismo, diferindo pela potência e
rapidez de ação. O princípio é o mesmo: é o fluido impulsionado pela mente.

De um modo geral os efeitos estão associados a quatro fatores:


1- ao magnetizador encarnado
2- ao magnetizador desencarnado
3- ao paciente
4- à casa espírita

1- O magnetizador encarnado pode ser:

 um passista – que em geral são pessoas que não são médiuns no sentido
maior do termo. Podem sê-lo todos os cristãos. Na maioria das vezes, esse
poder magnético, é fortalecido à medida que se exercita e também exaltado
se necessário pelo concurso dos bons espíritos.
 médium curador – é o médium que possui o dom da faculdade curadora
(um tipo de mediunidade). É sempre um passista posto que usa sempre uma
técnica.

Em geral os que buscam a faculdade curadora têm como único desejo o


restabelecimento da saúde material, mas esse é o menor dos serviços que esta
faculdade presta. A faculdade curadora tem função mais nobre e mais extensa.

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O aparente efeito material, o sofrimento, tem quase constantemente uma causa
mórbida imaterial, residindo no estado moral do espírito.
Se pois, o médium curador só cuida do corpo, só ataca o efeito, e a causa
primária do mal continua, podendo o efeito reproduzir-se, quer sob a forma primordial,
quer sob qualquer outra aparência.
Recomendou Kardec, que o espírito ao aplicar, ou receber o passe deve portar-
se como quem lida com uma “coisa santa”, tratando-o e recebendo-o de “maneira
religiosa”, sagrada, a fim de que seus reais objetivos sejam atingidos em sua plenitude.
Como depende das qualidades morais do passista, este deve se esforçar por
melhorar-se a fim de melhor cumprir sua tarefa e contribuir para alcançar os objetivos
do passe.

Qualidades do médium

1- Para que realize um bom trabalho é preciso que cultive antes de tudo a
humildade, pois não é lícito atribuir a si mesmo o mérito do trabalho, uma vez
que contribui, na maioria das vezes, apenas em parte.
2- Em qualquer situação deve buscar na prece o fio de ligação com os planos mais
elevados, com o qual contará com a presença sutil de instrutores especiais
(desencarnados).
3- Deve afeiçoar-se à instrução, ao preparo e melhoria de si mesmo, não se
acomodando ás próprias fraquezas. “O cooperador que desista de aprender
incorporando novos conhecimentos, condena-se fatalmente à atividade de
subnível”. (André Luiz- Nos domínios da Mediunidade, 11º.ed., pg 166).

Como o trabalho envolve também o plano espiritual, recomenda-se ao passista:

1- Pontualidade – se persistir a indisciplina, os instrutores passarão adiante à


procura de núcleos ou companheiros que tenham em melhor apreço a noção de
responsabilidade.
2- Confiança – o médium que não confia no alto, limita a sua capacidade
receptiva.
3- Desejo ardente de propiciar alívio
4- Harmonia – que propicia o processo de filtragem dos fluidos salutares. Deve
cuidar-se física e mentalmente, isto inclui:

a- Alimentação frugaz – “ A alimentação excessiva favorece a


vampirização, produz odores fétidos através dos poros, bem como das
saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades
radiantes. Provoca dejeções anormais no aparelho gastrintestinal e
desarmonias várias junto à intimidade das células.
b- Abster-se de vícios – O álcool, fumo e outras substâncias tóxicas
operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções
psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de
elementos regeneradores e salutares”. (Missionários da Luz, 10º. ed.,
pg.323).
c- Controle de emoções – Evitar mágoas excessivas e paixões,
desequilíbrio nervoso e inquietude. “Não é possível fornecer forças
construtivas à alguém, ainda mesmo na condição de instrumento útil,

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se ele faz sistemático desperdício das irradiações vitais”. (Missionários
da Luz, 10º., pg.323). Um sistema nervoso esgotado, oprimido, é como
um cano roto por onde se esvaem os fluidos.

5- Respeito – Ante a tarefa assistencial que realiza:

 Ao Pai Celestial
 Aos Instrutores espirituais
 Àqueles que lhe buscam o concurso

Por fim os espíritos nos lembram que neste ato de doação, o médium ajuda,
mas também acaba por ser firmemente ajudado, pois mesmo antes de “limpar” a
aura dos enfermos, sua aura já foi limpa pelos espíritos , através de sua prece,
bem como a corrente de fluidos que passa por si muito lhe tonifica.
“Não entendemos, contudo, devam os passistas buscarem receber passe
após o terem aplicado, no sentido de se reabastecerem. Tal prática apenas
indica pouco entendimento que têm as pessoas com relação ao que fazem.
Quando aplicamos passes, antes de doarmos energias ao paciente, ficamos
envolvidos por essas energias, por essas vibrações, que nos chegam dos
Amigos Espirituais que também participam nessa atividade, o que indica que,
antes de atendermos aos outros, somos nós, a princípio, beneficiados e
auxiliados para que possamos auxiliar, por nossa vez”. (Divaldo Franco/ Raul
Teixeira – Diretrizes de Segurança, cap.7 Passe).

2– O magnetizador desencarnado

André Luiz, em Missionários da Luz, cap. 19, diz que o magnetizador desencarnado
para desempenhar tal tarefa precisa apresentar requisitos especiais, pis a boa vontade
apenas não basta. Precisa de qualidades de ordem superior:
 Domínio sobre si mesmo
 Espontâneo equilíbrio de sentimentos
 Muito amor aos semelhantes
 Fé vigorosa e profunda confiança no poder Divino
 Conhecimentos especializados no campo da fluídica e em sua manipulação.

Quanto à técnica, os espíritos aplicam movimentos longitudinais, transversais,


circulares, imposição de mãos, e os sopros. Uns movimentam, outros dispersam,
outros aglutinam os fluidos, etc.

3 – O paciente

Por que nos tornamos enfermos?

Assim como no corpo físico o sangue circula por todo o organismo levando
alimento às células e retirando escórias, no perispírito o que circula são os fluidos,
comandados pela mente.
Alguém que se perturbe, se desequilibre, passa a ter um déficit de fluidos
saudáveis, pois sua mente vibrando em padrão inferior passa a absorver e armazenar
fluidos pesados, desagradáveis e doentios. Estes vão aos poucos se infiltrando do

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perispírito para as próprias células do corpo físico, levando a um mau funcionamento
dos órgãos. Quebrada a resistência natural, fica o organismo entregue a assaltos de
várias causas conhecidas e desconhecidas responsáveis pelas doenças.
Na fluidoterapia é ministrado ao doente recursos vitais e espirituais tonificantes
que produzem uma melhora acentuada ou até mesmo a cura de um doença nascida da
imprevidência de seu portador.
A receptividade do paciente é fundamental para a eficiência da fluidoterapia. A
mente da criatura de fé, no momento em que a recebe se assemelha a um ímã atraindo
e aglutinando forças curativas. Já com o descrente, o irônico, o duro de coração o
fenômeno é naturalmente oposto; repele, desintegra os jorros de fluidos que os
magnetizadores canalizam para seu organismo.
Lembrar que no passe, o que se recebe são fluidos, os quais, apesar de seu alto
poder de penetração, podem ser facilmente degenerados, desmaterializados,
desmagnetizados, por efeito do nosso comportamento mental (descrença, ironia).
É aconselhável, portanto, ore o indivíduo em silêncio, enquanto recebe os
fluidos, afim de que sua organização psicofísica incorpore e assimile, integralmente, as
energias para ele projetada.

Em resumo:

Fé + recolhimento + respeito = receptividade


Descrença + ironia = refratariedade

Emmanuel prescreve algumas orientações a quem pretende se beneficiar da


benesse do passe:
“Se necessitas de semelhante intervenção (do passe) recolhe-te à boa vontade,
centraliza a tua expectativa nas fontes celestes do suprimento divino, humilha-te,
conservando a receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e,
recordando que alguém vai arcar com o peso de tuas aflições, retifica o teu caminho,
considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por nós todos, porque, de
conformidade com as letras sagradas: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e
levou as nossas doenças”. (Segue-me!... – Emmanuel por Francisco C. Xavier).

Lembrar ao paciente que:

 A fluidoterapia é uma terapia de superfície. Pode amenizar os efeitos, mas não


atinge as causas profundas (vícios de pensamentos, de comportamento, etc.). Por
isso, se o necessitado se limitar a recebê-lo, sem analisar mais profundamente a
origem de seus males, eles logo recrudescerão.
 A saúde e o equilíbrio são conquistas que todos devemos realizar como esforço da
renovação. Como traz alívio imediato, o doente assim melhorado tem condição de
realizar, por sua vez, a parte que lhe compete. Segundo André Luiz, “Nos Domínios
da Mediunidade,” no capítulo Pensamento e Mediunidade lembra que : “todo
favorecimento requer deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem
agravo de obrigações.
 A constância da fluidoterapia, aos poucos propicia ao enfermo as energias de que
carece. Cumpre que ele cuide-se para que seus pensamentos se tornem mais
edificantes a fim de passar então ele mesmo a absorver para si fluidos mais
salutares.

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 Importante é considerar a questão do merecimento. Compromissos cármicos
geralmente não podem ser removidos, mas a fluidoterapia pode revitalizar forças,
minimizar males, infundindo coragem e otimismo para que se possa enfrentar as
dificuldades.

d) Em relação a casa espírita

A casa espírita tem, no cumprimento de suas finalidades, a necessidade de


manter um serviço de atendimento fluidoterápico, da mesma maneira que o plano
espiritual.
André Luiz comenta que:
“Em todas as reuniões dos grupos, vários são os serviços que se desdobram
sob a responsabilidade dos companheiros desencarnados. Um desses serviços é o de
passes magnéticos, ministrados aos freqüentadores da casa. Toda as pessoas, vindas
ao recinto, recebem do plano espiritual o toque salutar e, depois do atendimento aos
encarnados, ministram socorro eficiente às entidades infelizes do nosso plano.
(Missionários da Luz, cap.19 – Passe por Chico Xavier)”.
Manoel Philomeno de Miranda, registra a opinião do espírito Dr. Lustoza à
respeito da necessidade de se criar serviços de urgência fluidoterápicos para aqueles
que não têm força para esperar datas distantes ou dias exclusivos para o atendimento:

Cabe à casa espírita:


a- utilizar seus médiuns para os serviços de passes
b- renovar conhecimentos dos mesmos através de estudos, simpósios e
treinamentos buscando formar equipes conscientes e responsáveis
c- deve eximir-se de ter só um médium especial, ou só contar com
pessoas de boa vontade mas sem nenhum interesse pelos estudos
d- conscientizar o passista a não transferir a toda a responsabilidade
para o plano espiritual no comodismo de que são eles que sabem o
que se deve fazer
e- por fim, pelo fato de ser simples, não se deve doar o passe à esmo

Nos convida André Luiz: “cultivemos o passe, no veículo da oração, com o


respeito que se deve a um dos mais legítimos complementos da terapêutica
usual”.

Segundo Paulo: “não te faças negligente para com o dom que há em ti”.

IX – APLICAÇÃO DA FLUIDOTERAPIA

Só os espíritos conhecem a situação real do paciente, assim como de que forma


podem ajudá-los, em face de seus compromissos cármicos, e a natureza dos fluidos
que necessitam.
O magnetizador encarnado consciente, conhecedor da doutrina é
suficientemente humilde para compreender que pouco sabe a respeito dos fluidos. Ele
doa a sua parte e os Espíritos fazem as combinações adequadas para cada criatura
em particular. O magnetista encarnado doa, mas quem veicula são os espíritos. É o

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mesmo que o doador de sangue: ele doa , mas o médico é quem administra na
qualidade e na quantidade necessária.
Quem reconhece que não pode dar de si, suplica a doação dos espíritos.
Segundo Emmanuel, em “Caminho, Verdade e Vida”, a fórmula exterior de como
administrar os fluidos não importa, e sim, a atitude mental sincera de ajudar.
Para este procedimento não é necessário a mediunização. A associação com o
plano espiritual se dá com a aproximação do magnetizador espiritual que atende ao
apelo do médium feito através da prece.
Em, resumo sugerimos:
 Estabelecer o fio de ligação com os espíritos através da prece.
 Imbuir-se do sentimento de doar o que de melhor tenha.
 Impor as mãos sobre a cabeça do paciente usando sua vontade, e contando
com a ajuda dos instrutores espirituais, mentalizar a projeção dos fluidos sobre o
mesmo.
A fluidoterapia pode ser aplicada com o paciente presente, ou através da irradiação
magnética, com o enfermo a distância. Neste ultimo caso, o médium sintonizando-se
com o necessitado, canaliza para ele fluidos salutares e benéficos, que são levados
pelos cooperadores espirituais. Não há distância para a ação dos fluidos. No entanto, a
presença do enfermo num ambiente mediúnico tem grande importância psicológica,
que influi na eficácia do tratamento. A fluidoterapia a distância só deve ser empregada
quando for impossível a presença do necessitado.

X – CONCLUSÃO

A doação fluídica tornou-se popular por sua eficácia, mas é tão simples que não
se pode fazer mais do que doá-la.
Não é uma técnica, mas uma doação fluídica de amor.
Como gênero de auxílio é sempre valioso no tratamento aos enfermos de toda
classe. Mas, para um melhor aproveitamento das vantagens do mesmo, torna-se
necessário purificar o sentimento, o raciocínio, o coração e o cérebro.
Os homens esperam sempre ansiosamente o auxílio do plano espiritual.
Semelhante colaboração nunca é negada e visa fortalecer a vontade do enfermo para
que ele mesmo passe a ajudar-se.
Os auxílios do invisível jamais falham no momento oportuno; mas é
imprescindível não se vicie o crente com essa espécie de colaboração, aprendendo a
caminhar sozinho, usando a independência e a vontade no que é justo e útil, convicto
de que se encontra no mundo para aprender. (Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida)

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