Você está na página 1de 3

O QUE É SER POBRE EM ESPIRITO?

(Mateus 5:2 ACF)

Jesus começa o sermão da montanha com a afirmação de que


são bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o
reino dos céus. Note em primeira mão, que a pobreza segue a
posse da maior riqueza, ter a posse do reino dos céus. O
Sermão começa com um paradoxo; ser pobre em espírito é o
meio pelo qual nos tornamos herdeiros do Reino celestial e
desfrutamos das riquezas inesgotáveis e eternas contidos no
Reino dos céus. (Efésios 3:8) Vamos ao ápice do assunto,
porque é claro nas Escrituras que a posse de uma benção
eterna ou de valor celestial sempre exige a perda de algo. Um
enchimento do Espírito Santo só é possível para aquele que
antes se esvazia totalmente de si mesmo. A posse da terra
prometida seguiu o desprendimento do Egito. Temos um
princípio claro em todas as Escrituras, a perda de algo
passageiro por uma eterna é sempre um requerimento, uma
exigência, assim o negar-se a si mesmo e o tomar uma cruz, ou
perder a vida para ganhar outra vida, correspondem ao
assunto. É necessário que antes de receber salvação, o homem
reconheça a sua própria falência espiritual e se desprende
completamente de méritos próprios para crer completamente
na obra consumada e perfeita de Cristo na cruz. É a perda do
orgulho religioso que nos leva para dentro da condição de
tornar-se pobre em espírito. Voltemos para o povo hebreu na
travessia do deserto após o êxodo, pois ilustra muito bem a
pobreza em espírito. Antes, porém, vamos ao grego, no Textus
Receptus, o pobre de Mateus 5:2 é palavra “ptechó” e
significa ser um mendigo, esmoleiro, alguém que depende do
favor de outro para sobreviver. Esse conceito é uma forte
expressão, mas devemos ver o contexto: Cristo está falando de
pobre em espírito. Como devemos entender essa condição
espiritual? a exegese só conduz a uma interpretação: somos
mendigos, todo o homem espiritual é um mendigo, e isso
significa que ele é totalmente dependente das bênçãos de
Deus, dos cuidados de Deus, das dádivas divinas e está
debaixo da providência do Senhor. Ele reconhece que não é
dono de nada e que a vida está completamente nas mãos do
Criador e que é ele que mantém a chama da vida acesa. Não
há senão essa dependência única e completa da misericórdia e
do amor de Deus. Como o povo de Deus no deserto, quando
seguia para a terra prometida. Eles dependiam do maná para
se alimentarem e da água da rocha para saciar a sede. O
deserto era o lugar da completa dependência, de modo que
eles dependiam absolutamente da providencia de Deus, assim
até a nuvem expressava que a sombra durante o dia e a
coluna de fogo durante a noite servia de proteção para o povo
que peregrinava no deserto. Havia uma dependência completa
do Senhor. Esse é um bom exemplo de ser pobre em espírito.
Assim o cristão também sabe que depende da graça e da
providência divina para viver a vida presente e futuro.
Tida a manutenção da vida biológica e espiritual, e também a
eterna está ligada ao poder de Deus em manter cada pessoa
neste mundo e os salvos debaixo da graça que é rica
demonstração de misericórdia e providencia. A condição de
reconhecimento pessoal da dependência completa e absoluta
da bondade e da misericórdia de Deus é o modo como
aprendemos a ser pobres em espírito. E isso inclui uma vida
de completa gratidão a Deus por isso, pois quem não é grato
por todas as pequenas bênçãos como pode tornar-se
merecedor de outras ainda maiores? De certo modo a vida de
Cristo era assim, havia aquela completa sujeição á vontade do
Pai, um desprender-se das coisas fúteis e um apego as coisas
de valor muito mais elevado como, por exemplo, a oração.
Mesmo sem posses, Cristo foi o mais rico de todos os homens.
Mesmo na simplicidade de ser, foi o mais sábio de todos os
homens, e ninguém há de superá-lo nessas virtudes. A
pobreza em espírito denota essa condição íntima de
humildade e vida de dependência e gratidão absoluta ao
Senhor. No discurso de Paulo em Atenas, percebemos a
essência da doutrina da total dependência de Deus para a
manutenção da vida pessoal, ordinária e extraordinária:
"Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos.."(Atos
17:28). O sermão da montanha começa com essa verdade
inefável, e ela pode ser percebida agora, no momento
presente, é algo precioso e bem verdadeiro que você esteja
ciente que a providência de Deus mantém você na existência,
tal como está desfrutando agora, e depende completamente
dEle para receber outras ainda maiores, incluíndo a vida
eterna.

Amém

Clavio J. Jacinto
Comunhão Biblica Bereiana
Paulo Lopes SC
(48) 99947392

Você também pode gostar