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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


SUL – FIERGS

Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul

Paulo Gilberto Fernandes Tigre – Presidente do Sistema FIERGS

Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social – CONTRAB

Ayrton Luiz Giovannini – Coordenador

Grupo de Gestão do Ambiente do Trabalho – GEAT

Beatriz Santos Gomes – Coordenadora Técnica

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO

Luiz Marinho – Ministro do Trabalho

Neuza de Azevedo – Delegada Regional do Trabalho

Maria Silveira – Chefe da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador da DRT/RS

SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS E


MECÂNICAS DE MATERIAL ELÉTRICO DE CAXIAS DO SUL – STIMMME

Assis Flávio da Silva Melo – Presidente do STIMMME

Jorge Antônio Rodrigues – Diretor


José Antônio de Oliveira Leite - Diretor
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares


Trabalho elaborado em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, através da
Delegacia Regional do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul – DRT/RS, e
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material
Elétrico de Caxias do Sul – STIMMME, sob a coordenação, orientação e supervisão
do Grupo de Gestão do Ambiente do Trabalho e Previdências Social – CONTRAB e
da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul – FIERGS.

Coordenação Geral Beatriz Santos Gomes GEAT


Coordenação Técnica Ainda Cristina Becker
João Baptista Beck Pinto
Elaboração Ainda Cristina Becker
Aline Mauri
Fabrizio Alves Muffo
João Baptista Beck Pinto
Leonardo Andrade do Nascimento
Luiz Fernando Souza dos Santos
Maisa Ramos Arán
Marcelo Roberto Saraiva dos Santos
Paulo Costa Ebbesen
Rita Rutigliano Missiaggia
Roberto Misturini
Sérgio Xavier da Costa
Revisão Gramatical,
Lingüística e Pedagógica Jairo Brasil Vieira Consultor
Normalização Bibliográfica Enilda Hack SENAI – RS /
UNET
Reprodução CEP SENAI Artes Gráficas
Henrique DÁvila Bertaso

F 293 FIERGS. Manual de segurança em prensas e similares.


Porto Alegre: Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social,
Grupo de Gestão do Ambiente de Trabalho, 2006.
134p. il

1.Operação de Prensas 2. Zona de prensagem 3. Segurança no Trabalho 4.


Prevenção contra acidentes I. Título
CDU – 621.979.1:614.8

Endereço para contato:


FIERGS
Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social – CONTRAB
Av. Assis Brasil, 8787 – Bairro Sarandi – CEP 91140-001 – Porto Alegre – RS
Fone: (51) 3347 8871 / e-mail: contrab@fiergs.org.br

Rio Grande do Sul, dezembro de 2006.


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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – PMEEC completamente desprotegida ................................................. 15


Figura 2 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMEEC .................... 16
Figura 3 – Eixo excêntrico da PMEEC .................................................................. 16
Figura 4 – Biela da PMEEC .................................................................................. 16
Figura 5 – Eixo rompido da PMEEC ..................................................................... 16
Figura 6 – Martelo ................................................................................................. 17
Figura 7 – PMEEC com risco de queda de biela por rompimento do eixo ............ 17
Figura 8 – PMEEC com proteção contra queda da biela ...................................... 17
Figura 9 – Mecanismo de acionamento da chaveta (caixa de disparo) ................ 18
Figura 10 – Componentes do acoplamento: chaveta, pino L, buchas e eixo ........ 18
Figura 11 – Pino L e chaveta: detalhe ................................................................... 18
Figura 12 – Componentes montados .................................................................... 15
Figura 13 – Chaveta quebrada .............................................................................. 15
Figura 14 – Reservatório fluído instalado na prensa desprotegida ....................... 20
Figura 15 – Reservatório de fluído ........................................................................ 20
Figura 16 – PMEEC totalmente desprotegida com pedal ..................................... 21
Figura 17 – PMEEC totalmente desprotegida com alavanca ................................ 21
Figura 18 – Pedal elétrico protegido contra acionamento acidental (caixa de
proteção) ............................................................................................................... 22
Figura 19 – PMEEC desprotegida ......................................................................... 23
Figura 20 – PMEEC dotada de proteção móvel intertravada na zona de
prensagem.............................................................................................................. 23
Figura 21 – Desenho esquemático cadeia cinemática e estrutura da PMEFE ..... 25
Figura 22 – Eixo excêntrico ................................................................................... 26
Figuras 23 e 24 – Biela com martelo acoplado e martelo biela simples ............... 26
Figura 25 – PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem . 26
Figura 26 – PMEFE protegida ............................................................................... 27
Figura 27 – Conjunto freio / embreagem instalado ............................................... 27
Figura 28 – Conjunto freio/embreagem: detalhes ................................................. 27
Figura 29 – Sistema de freio/embreagem posição de repouso – máquina parada 28
Figura 30 – Sistema freio/embreagem posição de funcionamento – máquina em
movimento ............................................................................................................. 29
Figuras 31 e 32 – Válvula pneumática de segurança de fluxo cruzado com
silenciador incorporado para PMEFE .................................................................... 30
Figura 33 – PMEFE: zona de prensagem desprotegida ....................................... 32
Figura 34 – PMEFE: zona de prensagem protegida ............................................. 32
Figura 35 – Exemplo de fluxo seqüencial dos dispositivos de segurança de
parada da PMEFE ................................................................................................. 32
Figura 36 – PMFAF completamente desprotegida ................................................ 33
Figura 37 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMFAF .................. 34
Figura 38 – Fuso ................................................................................................... 34
Figura 39 – Volante ............................................................................................... 34
Figura 40 – PMFAF com zona de prensagem desprotegida ................................. 35
Figura 41 – PMFAF com proteção nos volantes ................................................... 37
Figura 42 – PMFAF: detalhe alavanca desprotegida ............................................ 37
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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 43 – PH: Prensa hidráulica ........................................................................ 39


Figura 44 – Cilindro hidráulico ............................................................................... 39
Figura 45 – Desenho em corte de cilindro hidráulico ............................................ 39
Figura 46 – Conjunto motobomba ......................................................................... 40
Figura 47 – Válvulas hidráulicas ........................................................................... 40
Figura 48 – Reservatório de fluído hidráulico ........................................................ 40
Figura 49 – Bloco de segurança para PH ............................................................. 41
Figura 50 – Válvula de segurança para PH .......................................................... 41
Figura 51 – Válvula hidráulica de retenção anti-queda ......................................... 41
Figura 52 – PH com zona de prensagem desprotegida ........................................ 43
Figura 53 – PH protegida ...................................................................................... 43
Figura 54 – Martelo desprotegido ......................................................................... 44
Figura 55 – Martelo de queda ............................................................................... 46
Figura 56 – Dobradeira vista frontal ...................................................................... 47
Figura 57 – Dobradeira vista traseira .................................................................... 47
Figura 58 – Dobradeira com uso inadequado de pedal ........................................ 49
Figuras 59 e 60 – Desenho do curso da ferramenta de dobra .............................. 50
Figura 61 – Posicionador imantado ....................................................................... 50
Figura 62 – Colocação da peça no posicionador imantado .................................. 50
Figura 63 – Encosto imantado .............................................................................. 51
Figura 64 – Encosto imantado sobre a peça ......................................................... 51
Figura 65 – Guilhotina ........................................................................................... 52
Figura 66 – Guilhotina com proteção frontal ......................................................... 53
Figura 67 – Guilhotina com proteção lateral e traseira ......................................... 53
Figura 68 – Calandra sem proteção ...................................................................... 54
Figura 69 – Calandra com proteção do tipo mesa deslizante e empurrador ........ 54
Figura 70 – Cilindro misturador de borracha ......................................................... 55
Figura 71 – Desenho em corte ferramenta ........................................................... 57
Figura 72 – Estampo ............................................................................................. 57
Figura 73 – Armazenamento de ferramentas ........................................................ 58
Figura 74 – Movimentação por ponte rolante ........................................................ 58
Figura 75 – Movimentação por carrinho ................................................................ 59
Figura 76 – Dispositivo salva-mão ........................................................................ 60
Figura 77 – Alimentação manual com pinça ......................................................... 61
Figura 78 – Alimentação manual em zona de prensagem protegida .................... 61
Figuras 79, 80 e 81 – Gaveta ................................................................................ 62
Figura 82 – Sistema de alimentação por gaveta ................................................... 63
Figura 83 – Sistema de alimentação por bandeja rotativa ou tambor de revólver 63
Figura 84 – Exemplo de alimentação por gravidade ............................................. 64
Figura 85 – Zona de descarregamento de peças ou retalhos (parte traseira da
prensa) .................................................................................................................. 64
Figura 86 – Sistema de alimentação por robô ...................................................... 65
Figura 87 – Alimentador contínuo com braço magnético e proteção fixa de
policarbonato na zona de prensagem ................................................................... 66
Figura 88 – Desbobinadeira desprotegida ............................................................ 67
Figura 89 – Desbobinadeira protegida ................................................................. 67
Figura 90 – Área de desbobinadeira desprotegida ............................................... 68
Figura 91 – Área de desbobinadeira protegida ..................................................... 68
Figura 92 – Enclausuramento da zona de prensagem ......................................... 70
Figura 93 – Enclausuramento da zona de prensagem ......................................... 71
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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 94 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções reguláveis . 71


Figura 95 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis
intertravadas .......................................................................................................... 72
Figura 96 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis
intertravadas .......................................................................................................... 72
Figura 97 e 98 - Adaptação de proteção fixa em ferramentas .............................. 73
Figura 99 – Proteção em policarbonato ................................................................ 73
Figura 100 – Relé de segurança ........................................................................... 75
Figura 101 - Comando bi-manual com botão de emergência ............................... 75
Figuras 102 e 103 – Cortina de luz ....................................................................... 76
Figura 104 – Cortina de luz instalada .................................................................... 76
Figura 105 – Cortina de luz com espelhos para proteção frontal e lateral ............ 76
Figura 106 – Prensa hidráulica protegida com proteção física nas laterais e
conjugação de cortina de luz e comando bi-manual ............................................. 77
Figura 107 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica ......... 77
Figura 108 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica ......... 78
Figura 109 – Scanner ............................................................................................ 79
Figura 110 – Monitor de área a laser (scanner) .................................................... 79
Figura 111 – Monitor de área a laser (scanner) .................................................... 80
Figura 112 – Monitor de área a laser (scanner) .................................................... 80
Figuras 113 e 114 – Tapetes de segurança .......................................................... 81
Figura 115 – Exemplo de aplicação de tapetes de segurança ............................. 81
Figuras 116, 117 e 118 – Acionadores de parada de emergência ....................... 82
Figuras 119 e 120 – Exemplos de monitores de curso de martelo ....................... 83
Figura 121 – Chave seletora de posições tipo yale .............................................. 84
Figuras 122 e 123 – Chaves para intertravamento de proteções móveis ............. 84
Figura 124 – Controlador lógico programável de segurança ................................ 85
Figura 125 – Diagrama de ligação do circuito de segurança ................................ 86
Figura 126 – Relés de segurança ......................................................................... 86
Figura 127 – Calço de segurança com interligação eletromecânica ..................... 88
Figura 128 – Calço de segurança em uso ............................................................ 88
Figura 129 – Plataforma de manutenção .............................................................. 89
Figuras 130 e 131 – Resultados de manutenções inadequadas .......................... 90
Figuras 132 e 133 – Dispositivos de bloqueio e sinalização.................................. 91

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 9

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13

2 PRENSAS ........................................................................................................ 14
2.1 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA
OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE – PMEEC ............................................ 14
2.1.1 Estrutura ............................................................................................. 15
2.1.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 15
2.1.3 Zona de prensagem ........................................................................... 20
2.1.4 Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por
chaveta ......................................................................................................... 22
2.2 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM –
PMEFE ............................................................................................................. 23
2.2.1 Estrutura ............................................................................................. 25
2.2.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 25
2.2.3 Sistema freio/embreagem ................................................................. 27
2.2.3.1 Sistema conjugado ........................................................................ 28
2.2.3.2 Sistema separado .......................................................................... 28
2.2.4 Válvula de segurança ........................................................................ 29
2.2.5 Zona de prensagem ........................................................................... 30
2.2.6 Proteção em prensas mecânicas excêntricas com
freio/embreagem ......................................................................................... 31
2.3 PRENSAS MECÂNICAS DE FRICÇÃO COM ACIONAMENTO POR
FUSO - PMFAF................................................................................................. 33
2.3.1 Estrutura ............................................................................................. 24
2.3.2 Cadeia cinemática ............................................................................. 34
2.3.3 Zona de prensagem ........................................................................... 35
2.3.4 Proteção em prensas com acionamento por fuso ......................... 35
2.4 PRENSAS HIDRÁULICAS – PH ............................................................... 38
2.4.1 Estrutura ............................................................................................. 38
2.4.2 Principais componentes da PH ........................................................ 39
2.4.2.1 Válvula ou bloco de segurança hidráulico ..................................... 40
2.4.2.2 Válvula de retenção ....................................................................... 41
2.4.3 Zona de prensagem ........................................................................... 42
2.4.4 Proteção em prensas hidráulicas .................................................... 42

3 EQUIPAMENTOS SIMILARES ....................................................................... 44


3.1 MARTELO PNEUMÁTICO ......................................................................... 44
3.1.1 Proteção em martelos pneumáticos ................................................ 44
3.2 MARTELO DE QUEDA .............................................................................. 45
3.2.1 Proteção em martelos de queda ...................................................... 45
3.2.2 Cinta .................................................................................................... 46
3.2.3 Volantes e polias ............................................................................... 46

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA ................................................. 47


3.3.1 Proteção em dobradeiras .................................................................. 48

3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECÂNICA E


HIDRÁULICA) ................................................................................................. 51
3.4.1 Proteção em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras ....................... 52
3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA ................................. 53
3.5.1 Proteção em rolo laminador, laminadora e calandra ..................... 53

4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES ............................................. 56


4.1 MOVIMENTAÇÃO DE FERRAMENTAS ................................................... 58

5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO / EXTRAÇÃO .............................................. 60


5.1 MANUAL .................................................................................................... 60
5.2 GAVETA .................................................................................................... 62
5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVÓLVER .............................. 63
5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAÇÃO ... 64
5.5 MÃO MECÂNICA OU ROBÔ ..................................................................... 65
5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMÁTICO ........................ 65
5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA ................................................ 66
5.7.1 Proteção em desbobinadeiras e endireitadeiras ............................ 66

6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA


DE PRENSAGEM OU DE TRABALHO ............................................................. 69
6.1 PROTEÇÕES FIXAS ................................................................................. 69
6.2 PROTEÇÕES MÓVEIS ............................................................................. 69
6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM .............................. 70
6.4 FERRAMENTA FECHADA ........................................................................ 72
6.5 COMANDO BI-MANUAL ............................................................................ 74
6.6 CORTINA DE LUZ ..................................................................................... 75

7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA


MONITORAMENTO DE ÁREA .......................................................................... 79
7.1 SCANNER ................................................................................................. 79
7.2 TAPETE DE SEGURANÇA ....................................................................... 80

8 DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGÊNCIA .......................................... 82

9 MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO ........................................... 83

10 COMANDOS ELÉTRICOS DE SEGURANÇA .............................................. 84


10.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) DE SEGURANÇA . 85
10.2 RELÉS DE SEGURANÇA ....................................................................... 85

11 SISTEMAS DE RETENÇÃO MECÂNICA – CALÇOS DE SEGURANÇA .... 87

12 PLATAFORMAS DE ACESSO ..................................................................... 89

13 MANUTENÇÃO ............................................................................................. 90

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

14 ATERRAMENTO ELÉTRICO ........................................................................ 92

15 TRANSFORMAÇÃO DE PRENSAS E SIMILARES - RETROFITING ......... 93

16 ASPECTOS ERGONÔMICOS ...................................................................... 94

17 TREINAMENTO ............................................................................................. 95
17.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÍNIMO ............................................... 95

18 DAS RESPONSABILIDADES ....................................................................... 97


18.1 DO FABRICANTE .................................................................................... 99
18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETÁRIO OU USUÁRIO DE PRENSAS E
SIMILARES ...................................................................................................... 100
18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES) ........... 101

19 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 102

ANEXOS ............................................................................................................. 103


ANEXO A – Nota Técnica nº 16/2005 ................................................................ 103
ANEXO B – Diagrama de hierarquia da legislação ............................................ 112
ANEXO C – Classificação e resumo das principais normas de segurança de
máquinas ............................................................................................................ 113
ANEXO D – Sugestão de planilhas e check-list de cadastro, treinamento,
manutenção e procedimento seguro de trabalho ............................................... 119

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 129

GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 133

8
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

APRESENTAÇÃO

No início da década de 1980, entidades representativas de trabalhadores,


começavam a externalizar para a sociedade o sofrimento das vítimas de acidentes
de trabalho. Significativa parcela das lesões dos membros superiores se originava
de trabalho com prensas e similares.

Em 1989, com o apoio da DRT/SP, Magrini e colaboradores1 pesquisaram


condições de trabalho com prensas mecânicas nas indústrias da zona norte da
cidade de São Paulo, revelando que 91% destas máquinas eram do tipo “engate de
chaveta”; 38% exigiam o ingresso das mãos dos operadores nas zonas de
prensagem e 78% apresentavam a zona de prensagem aberta. Tais situações
corroboravam o elevado número de acidentes graves apresentados nas estatísticas
da Previdência Social.

A grande quantidade destas máquinas instaladas no parque fabril nacional


levou à necessidade de ações coletivas.

Num esforço para reversão desta situação, de 1993 a 1995, a Convenção


Coletiva Geral dos Metalúrgicos de São Paulo promoveu a criação de uma
subcomissão bipartite de caráter permanente, específica para estudar o assunto.

Em 1996, a DRT/SP, em busca de um diagnóstico aperfeiçoado, abriu a


discussão com órgãos públicos, técnicos e acadêmicos, além das representações
sindicais, visando o estabelecimento de proteções e procedimentos para trabalho
seguro com prensas e similares. Nascia assim o PPRPS – Programa de Prevenção
de Riscos em Prensas e Similares.

Na continuidade, a Portaria DRT/SP nº 50 de 11/9/1997 cria a Comissão de


Negociação Tripartite sobre proteção em Prensas Mecânicas, onde evoluiu o
entendimento entre as partes.

1
MAGRINI Rui; MARTARELLO, Norton. Condições de trabalho na operação de prensas. In: Costa e cols.
Programa de saúde dos trabalhadores, Experiência da Zona Norte : Uma Alternativa em saúde pública. São
Paulo, Hucitec, 1989. p. 267-294.

9
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Em abril de 1999, o Brasil foi sede do XV Congresso Mundial de Segurança e


Saúde no Trabalho, que premiou com o 1º lugar, dentre concorrentes internacionais,
o vídeo elaborado em conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e o Sindicato dos
Metalúrgicos de SP, “Máquina Risco Zero”, demonstrando o andamento das
negociações e meios de prevenção de acidentes com prensas e similares.

Embalados pelo clima festivo da premiação e pelo estabelecimento, desde o


final de 1997, da proibição de construção de prensas com engate de chaveta,
através da Norma ABNT NBR 13930 - Prensa Mecânica – Requisitos de Segurança,
foi firmada, em 27 de maio de 1999, a Convenção Coletiva adotando a
obrigatoriedade de implantação do PPRPS pelos signatários, com alcance aos
municípios de São Paulo, Mogi das Cruzes e região.

Em outros estados do Brasil, como MG e RS, os acidentes de trabalho


demonstravam a necessidade de enfrentamento do problema e a busca por
soluções coletivas.

Trabalhando em Caxias do Sul/RS, o Dr. João Fernando dos Santos Mello e


colaboradores, analisaram extensa casuística de traumatismos de mão, causados
por acidentes de trabalho.

Nos cinco primeiros meses do ano de 1993 foram analisados 1.700 acidentes:
500 (30%) atingiram a mão do trabalhador, sendo que 398 restaram em amputação
de dedos. O mesmo estudo apontou que a indústria metalúrgica foi responsável por
50% dos acidentes, destacando-se as prensas como as máquinas que mais
vitimaram trabalhadores.

A DRT/RS procurou estabelecer instâncias de negociação tripartite, a


exemplo do que já vinha acontecendo no centro do país, buscando a sinergia das
ações desenvolvidas em conjunto pelo Ministério do Trabalho e Emprego e
representações de trabalhadores e empregadores.

10
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Orientados pelo planejamento nacional, que subdividiu a geografia de riscos


do trabalho no país, em 2000 foi estabelecida como meta macro regional no Estado
do RS, a redução de acidentes na indústria metalúrgica.

Durante o ano de 2000 foi elaborado um diagnóstico para priorização de


estratégias de redução de acidentes, o qual foi confirmado pelo estudo apresentado
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social – Máquinas e Acidentes de
Trabalho, que identificou dentre as máquinas que mais causam acidentes, as
prensas para metalurgia, responsáveis por 42% dos casos de esmagamento de
dedos ou de mãos registrados em 1995 e 25% de todos os acidentes graves
causados por máquinas no mesmo ano. Grande parte desses acidentes ocorre em
razão da utilização de máquinas obsoletas e inseguras.

Em 2001, dentre as ações para enfrentamento do problema, surgiu a


necessidade da criação do Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares,
instrumento para difundir, de forma mais efetiva e abrangente, a identificação e
formas de erradicação dos riscos mais comuns presentes nas operações com
prensas e similares, incluindo a divulgação da NBR 13536 - Máquinas injetoras para
plásticos e elastômeros - requisitos técnicos de segurança para o projeto, construção
e utilização.

Mais recentemente, a convenção coletiva que estabelecia o PPRPS foi


ampliada para as outras convenções já existentes, como de injetoras e galvânica, e
estendida para todo estado de São Paulo.

Em 2004, o Ministério do Trabalho, a fim de uniformizar e divulgar boas


práticas em nível nacional, ouvidos os trabalhadores, empregadores e fabricantes,
publicou nota técnica, que levou o número NT 37/2004, a qual estabeleceu
princípios para proteção de prensas e similares, nota esta que foi substituída pela
Nota Técnica de número NT 16/2005, com pequenas adequações.

O presente manual, fundamentado na NT 16/2005, tem como objetivo


potencializar as ações tripartites, divulgar boas práticas a serem adotadas por todos
aqueles que fabricam e utilizam prensas e similares, reduzir os acidentes de
11
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

trabalho, e, fundamentalmente, bem orientar empresas e empregados com relação


às regras básicas de segurança que deverão ser atendidas no dia-a-dia, no intuito
de preservar a integridade física do trabalhador.

12
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

1 INTRODUÇÃO

Todas as máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que não


tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos
apropriados de segurança, conforme disposto na NR 12 – Máquinas e
Equipamentos. Esta norma regulamentadora traz medidas de ordem geral. Como o
objetivo deste Manual é trazer condições mínimas de proteção a um grupo
específico de máquinas (prensas e similares), de acordo com a NT 16/2005, passar-
se-á a enfocar os aspectos peculiares a cada máquina e equipamento.

Este Manual classifica as prensas mais encontradas na indústria, e que


deverão ser equipadas com dispositivos de segurança citados na NT 16/2005,
conforme segue.

13
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2 PRENSAS

Prensas são máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais


diversos, onde o movimento do martelo (punção) é proveniente de um sistema
hidráulico/pneumático (cilindro hidráulico/pneumático) ou de um sistema mecânico (o
movimento rotativo é transformado em linear através de sistemas de bielas,
manivelas ou fusos).

As prensas, quanto ao sistema de transmissão do movimento do martelo,


apresentam diversas modalidades. Neste manual abordaremos as mais utilizadas no
parque industrial brasileiro.

2.1 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU


ACOPLAMENTO EQUIVALENTE - PMEEC

As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) têm


como características o curso limitado, energia constante e força variável do martelo
em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com um
montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do
volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou
inclinada.

O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade


de um eixo, através de uma bucha de engate onde se encaixa uma chaveta rotativa
(meia cana). Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica,
alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em
movimento linear.

Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou


comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), um
dispositivo mecânico ou pistão hidráulico movimenta um pino em forma de “L”,
puxando uma mola que faz com que a chaveta rotativa seja acoplada à bucha de
engate, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto eixo/bucha excêntrica,

14
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e


subida do martelo.

As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), uma


vez acionadas, possuem ciclo completo de trabalho, que consiste no movimento do
martelo a partir de sua posição inicial, no Ponto Morto Superior (PMS), até o Ponto
Morto Inferior (PMI), e retorno à posição inicial do ciclo, não sendo possível
comandar a parada imediata do martelo após iniciado o seu movimento de descida.

Este é o tipo de prensa mais utilizado no Brasil, por seu menor custo e baixa
complexidade construtiva, sendo largamente encontrada em estamparias onde são
requeridos maior precisão e repuxos pouco profundos.

Figura 1 –MEEC completamente desprotegida.


2.1.1 Estrutura

A PMEEC pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa


de aço soldada.

2.1.2 Cadeia cinemática

15
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo.
São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as bielas, as guias, as
correias, etc.

Legenda:
A - Motor
B - Volante
C - Eixo
D - Biela
E - Martelo

Figura 2 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMEEC.

Figura 3 – Eixo excêntrico da PMEEC.

Figura 4 – Biela da PMEEC. Figura 5 – Eixo rompido da PMEEC.

16
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

IMPORTANTE
O conjunto ponta do eixo biela deverá ter proteção fixa, integral e resistente,
pois em caso de ruptura do eixo (Figura 5) por sobrecarga ou fadiga, evitará
que a biela se projete sobre o operador.

Figura 6 – Martelo.

Figura 7 – PMEEC com risco de queda Figura 8 – PMEEC com proteção contra queda
de biela por rompimento do eixo. da biela.

17
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 9 – Mecanismo de acionamento da chaveta (caixa de disparo).

Figura 10 – Componentes do acoplamento: chaveta, pino L, buchas


e eixo.

Figura 11 – Pino L e chaveta: detalhe.

18
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RUPTURA
DE
CHAVETA

Figura 12 – Componentes montados. Figura 13 – Chaveta quebrada.

IMPORTANTE
Devido às suas características construtivas, é freqüente nestas prensas a
ocorrência de um fenômeno denominado “REPIQUE” (repetição de golpe),
devido a falhas mecânicas no sistema de acoplamento, como a quebra ou
desgaste da chaveta ou do pino “L”, relaxamento das molas, entre outros,
ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes.

Principais causas do REPIQUE:

1. Após ter efetuado uma volta, a chaveta não encontra a lingüeta partindo
então para uma nova volta. Este se trata do golpe redobrado imediato.

2. O outro tipo se refere à escora, ou lingüeta, que retorna para sua posição
desligada ou desengatada muito tarde: a chaveta pára, mas em posição
precária ou instável e, desse modo, ela pode então retomar novo ciclo, sem ter
havido imposição do mecanismo de acionamento. Este último caso representa
o mais inesperado, portanto é o que oferece o maior risco de acidentes.

3. Outro ponto que deve ser destacado como integrante da formação do golpe
redobrado ou repique é a ruptura da chaveta por fadiga. Este elemento da
máquina está normalmente submetido a diversos e repetitivos esforços, que
podem alcançar 8000 ciclos/dia.

Merece especial atenção:

Prensas que utilizam bolsa (almofada) de ar, pois sofrem contra-golpe após a
batida, desincronizando o engate e rompendo a chaveta causando o repique.
Quando a máquina possui elementos acumuladores de fluídos incorporados
ao seu sistema de comando, deverá ser analisada a necessidade de inspeção
no(s) reservatório(s), conforme estabelecido na NR13.

19
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 15 – Reservatório de fluído.

Figura 14 – Reservatório de fluído instalado na


prensa desprotegida.

2.1.3 Zona de Prensagem

O espaço entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental,


é chamado Zona de Prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nela
encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a
cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada.

Por este motivo deverá ser impedido o acesso por todos os lados, através de
proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho.

Para manutenção ou troca de ferramental, poderá se dispor de proteção


móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de detecção de
movimento); deverá ainda se utilizar dispositivo de retenção mecânica (calço)
instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser provida de chave
seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de bloqueio que impeça
qualquer partida inesperada.

20
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

IMPORTANTE
É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento.
Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim
de eliminar o pedal, porém não constituem proteção.

Figura 16 – PMEEC totalmente Figura 17 – PMEEC totalmente desprotegida


desprotegida com pedal. com alavanca.

Poderá ser admitida a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática


ou hidráulica, dentro de uma caixa de proteção, respeitando as dimensões previstas
na NBRNM-ISO 13853, desde que não haja acesso à Zona de Prensagem através
de barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 18 – Pedal elétrico protegido contra


acionamento acidental (caixa de proteção).

2.1.4 Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta

Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser


garantido o impedimento físico ao ingresso de qualquer parte do corpo, vestimenta,
e especialmente das mãos do operador na zona de prensagem. Para tanto, as
empresas devem valer-se dos seguintes recursos tecnológicos:
a) ser enclausuradas, com proteções fixas, e, havendo necessidade de
troca freqüente de ferramentas com proteções móveis dotadas de
intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurança, de
modo a permitir a abertura somente após a parada total dos
movimentos de risco ou,
b) operar somente com ferramentas fechadas.
IMPORTANTE
Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser
adotado pelo menos um dos recursos acima apresentados, sendo considerada
situação de grave e iminente risco a falta de proteção que impeça o acesso das
mãos do trabalhador na zona de prensagem, podendo levar a imediata
interdição do equipamento pela fiscalização do Ministério do Trabalho.
Dispositivos como pinças magnéticas ou mecânicas e tenazes podem ser
utilizadas somente para atividades de forjamento a quente ou a morno, com
medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador à área de
risco, ficando vedado o uso de afasta-mão ou similar para operações de
qualquer espécie.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 19 – PMEEC desprotegida. Figura 20 – PMEEC dotada de proteção


móvel intertravada na zona de prensagem.
(própria para troca freqüente de ferramenta)

Deverão ainda, ser providas de proteção fixa integral e resistente, através de


chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas
de risco tais como volantes, polias, correias e engrenagens. Estas proteções
deverão prever a retenção mecânica dos componentes quanto à queda por ruptura
dos mesmos.

2.2 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM - PMEFE

As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também


têm como características o curso limitado, energia constante e força variável do
martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com
um montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do
volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou
inclinada.

O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade


de um eixo, ligado a um sistema de freio/embreagem. Em sua outra extremidade o
eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela
transformação do movimento rotativo em movimento linear.

23
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou


comando bi-manual, uma ou mais válvulas pneumáticas ou hidráulicas recebem o
sinal, permitindo a entrada do fluído, liberando o freio e, simultaneamente,
acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto
eixo/bucha excêntrica, transformado em movimento linear pela biela, realizando o
trabalho de descida e subida do martelo. Uma vez executado o ciclo, este fluído é
liberado e o martelo pára, através do freio que é acionado por molas, pois estas
unidades são normalmente freadas.

Diferentemente das Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta


(PMEEC), estas prensas, uma vez acionadas, podem ter o movimento de descida do
martelo interrompido durante o ciclo de trabalho.

As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também


podem apresentar o “repique” (repetição de golpe), devido a falhas na válvula ou no
sistema de acoplamento, como o desgaste do freio, entre outros, ocasionando a
descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes.

Os pedais de acionamento estão historicamente ligados a acidentes e devem


ser evitados, porém em casos onde tecnicamente não é possível a utilização de
acionamento através de controle bi-manual, poderá ser admitido o uso de pedais
com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica desde que instalados em uma caixa
de proteção contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem
protegida através de barreira física, cortina de luz ou utilização de ferramenta
fechada. O número de pedais deverá corresponder ao número de operadores na
prensa, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função
similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os
pedais sejam acionados.

Este tipo de prensa, por ser mais confiável e ter as mesmas características de
produção, tende a substituir as Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por
Chaveta (PMEEC) nas indústrias do Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no
restante do mundo.

24
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.2.1 Estrutura

Pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço


soldada.

2.2.2 Cadeia cinemática

São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo.
São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias, etc.

Figura 21 – Desenho esquemático cadeia cinemática e estrutura da PMEFE.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 22 – Eixo excêntrico.

Figura 23 e 24 – Biela com martelo acoplado e martelo biela simples.

Por se tratar de prensa excêntrica mecânica, deverá receber proteção fixa,


integral e resistente contra queda da biela e nas transmissões de força, através de
chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas
de risco tais como: volantes, polias, correias e engrenagens.

Figura 25 – PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem.

26
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 26 – PMEFE protegida.

2.2.3 Sistema Freio/Embreagem

Sistema utilizado em prensas para acoplar o eixo de rotação ao mecanismo


biela/manivela, garantindo a parada do movimento em qualquer posição do curso de
deslocamento do martelo.

Figura 27 – Conjunto Freio / Embreagem Figura 28–Conjunto Freio/ Embreagem:


instalado. detalhe.

27
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.2.3.1 Sistema Conjugado

Seu acionamento pode ser pneumático ou hidráulico; uma vez acionada a


válvula de segurança o fluído é introduzido na câmara, que libera o freio e aciona a
embreagem. Executado o ciclo, este fluído é liberado e a prensa pára através do
freio acionado por molas.

2.2.3.2 Sistema Separado

Para prensas de grande porte, a embreagem é montada de um lado da


máquina e o freio do outro. A embreagem é ancorada ao volante sendo necessárias
duas válvulas de segurança; seu acionamento deve ser sincronizado liberando o
freio antes da embreagem e atuando o freio após a liberação da embreagem.

Figura 29 – Sistema de freio/embreagem posição de repouso –


máquina parada.
Fonte: SENAI/SP.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 30 – Sistema freio/embreagem posição de funcionamento –


máquina em movimento.
Fonte: SENAI/SP.

2.2.4 Válvula de segurança

As prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem e seus respectivos


similares devem ser comandados por válvula de segurança específica, de fluxo
cruzado, conforme o item 4.7 da NBR 13930 e a EN 692, classificadas como tipo ou
categoria 4, conforme a NBR 14009.

A confiabilidade da precisão de parada de movimento do martelo depende da


válvula de segurança ser livre de pressão residual, evitando uma nova descida
involuntária do martelo (repique), garantindo ainda em qualquer tempo a parada da
descida do martelo através de uma rápida liberação do ar e o acoplamento do freio.

A prensa ou similar deve possuir rearme manual, incorporado à válvula de


segurança ou em qualquer outro componente do sistema, de modo a impedir
qualquer acionamento adicional em caso de falha.

Nos modelos de válvulas com monitoração dinâmica externa por pressostato,


micro-switches ou sensores de proximidade, esta deve ser realizada por Controlador
Lógico Programável (CLP) de segurança ou lógica equivalente, com redundância e
29
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

auto-teste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009.


Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que não apresentem risco de
entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao diâmetro nominal,
de maneira que não interfiram no tempo de frenagem. Quando forem utilizadas
válvulas de segurança independentes para o comando de prensas e similares com
freio e embreagem separados, estes devem ser interligados de modo a estabelecer
uma monitoração dinâmica entre si, assegurando que o freio seja imediatamente
aplicado caso a embreagem seja liberada durante o ciclo, e também impedir que a
embreagem seja acoplada caso a válvula do freio não atue. Os sistemas de
alimentação de ar comprimido para circuitos pneumáticos de prensas e similares
devem garantir a eficácia das válvulas de segurança, possuindo purgadores ou
sistema de secagem do ar e sistema de lubrificação automática com óleo específico
para este fim.

Figuras 31 e 32 – Válvula pneumática de segurança de fluxo cruzado com silenciador


incorporado para PMEFE.

2.2.5 Zona de prensagem

O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é


chamado zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nesta
encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a
cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das
prensas mecânicas excêntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem
poderá dispor de variados recursos para proteção.

30
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.2.6 Proteção em prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem

Para as prensas mecânicas excêntricas freio/embreagem, além das proteções


físicas é possível dispor de proteções com detecção através da aproximação, tais
como cortinas de luz e dispositivos do tipo comando bi-manual que atenda a NBR
14152:1998 tipo IIIC. O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao
número de operadores na máquina.

As cortinas de luz deverão ser adequadamente selecionadas e instaladas com


redundância e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a EN
61496:2004 e a NBRNM 14153:1998. Havendo possibilidade de acesso a áreas de
risco não-monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções fixas ou móveis
dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta
paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas,
conforme NBR NM 272:2002 e NBR NM 273:2002.

Para manutenção e troca de ferramenta, a máquina deverá ter suas energias


(elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas,
além do uso de dispositivo de retenção mecânica.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 33 – PMEFE: zona de prensagem Figura 34 – PMEFE: zona de prensagem


desprotegida. protegida.

IMPORTANTE
Para garantir a parada da máquina, deverão estar adequadamente
dimensionados e instalados o sistema freio/embreagem, a válvula de
segurança e a cortina de luz monitorado por relé ou CLP de segurança. É
fundamental o monitoramento do freio .

Figura 35 – Exemplo de fluxo seqüencial dos dispositivos de segurança de parada da


PMEFE.
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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.3 PRENSAS MECÂNICAS DE FRICÇÃO COM ACIONAMENTO POR FUSO -


PMFAF

Neste tipo de prensa, conhecida também por prensa tipo parafuso ou prensa
por fuso, o martelo desce por meio de um grande parafuso (fuso) linear reversível,
sendo acionado por meio de dois robustos volantes laterais, posicionados
verticalmente, que friccionam um volante horizontal central, localizado no ponto
superior do fuso, permitindo deste modo a realização do movimento de descida e
subida do martelo por meio do atrito dos volantes laterais com o volante horizontal.

Esta máquina não é de ciclo completo, permitindo a parada do martelo


durante seu movimento de descida; todavia, a grande inércia existente no sistema
não permite a precisão na parada do martelo.

Nesta máquina não é possível a adoção de dispositivos de detecção através


da aproximação, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-
manual para comandar a parada do martelo.

Figura 36 – PMFAF completamente desprotegida.


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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.3.1 Estrutura

Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou
em chapa de aço soldada.

2.3.2 Cadeia cinemática

São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo.
São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias etc.

Legenda:
A – motor
B – polias
C – volantes
D – eixo
E – fuso (parafuso)
F - martelo

Figura 37 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMFAF.

Figura 38 – Fuso. Figura 39 – Volante.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.3.3 Zona de prensagem

O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é


chamado de zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Neste
espaço encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode
ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Nesta máquina
não é possível a incorporação de dispositivos de segurança como cortina de luz e
comando bi-manual para prover proteção na zona de prensagem.

Figura 40 – PMFAF com zona de prensagem desprotegida.

2.3.4 Proteção em prensas com acionamento por fuso

Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate de


chaveta, deverá ser impedido o acesso à zona de prensagem por todos os lados,
através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho, podendo ainda
operar com ferramentas fechadas, conforme a NBRNM 272:2002.

Em situações de trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais


de acionamento com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente
protegidos contra acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação
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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

e descarga com o uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de
proteção que garantam o distanciamento do trabalhador

As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens,


devem ter proteções fixas, integrais e resistentes, através de chapa ou outro material
rígido que impeça o ingresso das mãos e dos dedos nas áreas de risco, conforme a
NBRNM-ISO 13852:2003.

A proteção dos volantes superiores deve ser especialmente resistente para


impedir a projeção dos mesmos. No caso de utilização de cinta de atrito no volante
horizontal, esta deverá receber proteção para evitar que partes sejam lançadas no
caso de seu rompimento.

Para manutenção ou troca de ferramental, é necessária a utilização de


proteção móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de
detecção de movimento), devendo ainda utilizar-se dispositivo de retenção mecânica
(por exemplo: calço) instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser
provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de
bloqueio que impeça a partida da mesma.

É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento.


Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores, a fim de
eliminar o pedal, porém não constituem proteção. Poderá ser admitida, para
trabalhos a frio, a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática ou
hidráulica, dentro de uma caixa de proteção respeitando as dimensões previstas na
NBRNM-ISO 13853, desde que não haja acesso à zona de prensagem através de
barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 41 – PMFAF com proteção nos volantes.

IMPORTANTE
Braço de Alavanca de Acionamento.
Para evitar acidentes com o braço de alavanca de acionamento, basta fixar
um cabo de aço ao braço e parafusar no corpo da máquina. Mesmo que o
braço venha a se romper, ficará preso no cabo de aço.

Figura 42 – PMFAF: detalhe alavanca desprotegida.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.4 PRENSAS HIDRÁULICAS (PH)

Tais prensas são normalmente utilizadas em operações de repuxo profundo,


pois possuem as maiores capacidades de força de estampagem. As prensas
hidráulicas (PH) têm como característica a força constante em qualquer ponto do
curso do martelo e possuem, geralmente, o corpo em forma de “H”, com duas ou
quatro colunas, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada, podendo ter
inúmeras outras características adicionais, como o duplo e o triplo efeito.

Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou


comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), o martelo
recebe o movimento de um ou mais cilindros hidráulicos que se deslocam pela ação
do fluído (óleo) que é injetado por bombas hidráulicas de alta pressão e motores
potentes. Seu movimento, na maioria das vezes, é lento e, do mesmo modo que nas
PMEFE, pode ser interrompido a qualquer momento do ciclo de trabalho.

As Prensas Hidráulicas (PH), por suas características peculiares, podem


apresentar falhas como:

- Avanço involuntário (válvula pilota sozinha);


- Falha no comando das válvulas (não desliga(m));
- Queda do martelo.

As prensas hidráulicas podem possuir modo de acionamento contínuo com o


uso de alimentadores automáticos; nesta condição, os riscos de acidentes são
maiores, já que não existe comando do homem para a execução do ciclo.

2.4.1 Estrutura

Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou
em chapa de aço soldada.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 43 – PH: Prensa hidráulica.

2.4.2 Principais Componentes da PH

Figura 44 – Cilindro hidráulico. Figura 45 – Desenho em corte de


cilindro hidráulico.

39
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 46 – Conjunto motobomba.

Figura 47 – Válvulas hidráulicas.

Figura 48 – Reservatório de fluído hidráulico.

2.4.2.1 Válvula ou bloco de segurança hidráulico

São dispositivos eletromecânicos especiais instalados em sistema hidráulicos,


com a finalidade de controle seguro contra acionamentos involuntários ou falhos de
componentes comandados que acionem partes de máquinas que coloquem em risco
o indivíduo. Devem possuir redundância e monitoração do acionamento das
válvulas.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 49 – Bloco de segurança para PH. Figura 50 – Válvula de segurança para PH.

2.4.2.2 Válvula de retenção

Válvula de retenção é aquela que impeça a queda do martelo em caso de


falha do sistema hidráulico ou pneumático.

Figura 51 – Válvula hidráulica de retenção antiqueda.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.4.3 Zona de prensagem

O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é


chamado zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nesse
espaço encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode
ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Diferentemente
das prensas mecânicas excêntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem
poderá dispor de variados recursos para proteção.

2.4.4 Proteção em prensas hidráulicas

Além das proteções físicas é possível dispor de proteções com detecção


através da aproximação, tais como cortinas de luz e dispositivos de comando bi-
manual, que atenda a NBR-14152:1998 tipo IIIC. O número de comandos bi-
manuais deve corresponder ao número de operadores na máquina.

As cortinas de luz deverão ser adequadamente selecionadas e instaladas, com


redundância e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EN
61496:2004 e a NBR 14009:1997. Havendo possibilidade de acesso a áreas de risco
não monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções fixas ou móveis dotadas
de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta
paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas,
conforme a NBRNM 272:2002 e NBR 273:2002

Os pedais de acionamento devem ser evitados; porém, em casos onde


tecnicamente não é possível a utilização de acionamento através de controle bi-
manual, poderá ser admitido o uso de pedais com atuação elétrica, pneumática ou
hidráulica desde que instalados em uma caixa de proteção contra acionamento
acidental e somente com a zona de prensagem protegida através de barreira física,
cortina de luz ou utilização de ferramenta fechada. O número de pedais deverá
corresponder ao número de operadores na prensa, com chave seletora de posições
tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento
acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Para manutenção e troca de ferramenta, a máquina deverá ter suas energias


zeradas e bloqueadas, além do uso de dispositivo de retenção mecânica.

Figura 52 – PH com zona de prensagem Figura 53 – PH protegida por cortina de luz.


desprotegida.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

3 EQUIPAMENTOS SIMILARES

A seguir estão elencados as principais máquinas ou equipamentos similares mais


encontrados no parque fabril brasileiro.

3.1 MARTELO PNEUMÁTICO

O martelo pneumático é usado para o forjamento de peças. Possui uma


câmara pneumática que fica constantemente pressurizada por meio de válvulas de
ar. Quando é acionado, a válvula libera o ar comprimido que libera o martelo,
permitindo sua descida por gravidade ou pela força exercida por outra câmara de ar
comprimido. No mesmo, não é possível a adoção de dispositivos de detecção
através da aproximação, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando
bi-manual para comandar a parada do martelo.

Figura 54 - Martelo desprotegido.

3.1.1 Proteção em martelos pneumáticos

Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate por


chaveta, o acesso à zona de prensagem deverá ser impedido por todos os lados,
através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho. Em situações de
trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com
atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra
acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação e descarga com o
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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que
garantam o distanciamento do trabalhador.

Para manutenção e troca de ferramentas, a máquina deverá ter suas energias


(elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas,
além do uso de dispositivo de retenção mecânica.

É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento.


Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de
eliminar o pedal, porém não constituem proteção.

Além das proteções já elencadas para as prensas mecânicas excêntricas de


engate por chaveta, deverão ser adotados:
– o parafuso central da cabeça do amortecedor preso com cabo de aço;
– o mangote de entrada de ar com proteções que impeçam sua projeção em
caso de ruptura;
– todos os prisioneiros (inferior e superior) travados com cabo de aço para
evitar a projeção.

3.2 MARTELO DE QUEDA

Seu princípio de funcionamento consiste de um conjunto de elementos


formados por estrutura de aço, volantes que giram livremente em relação ao eixo
central, cinta de lona fixada em uma das extremidades ao eixo central e na outra ao
martelo. A trajetória do martelo é delimitada pelos perfis de aço fixados à estrutura.
Uma vez acionado, o eixo passa a girar acoplado aos volantes, enrolando assim a
cinta e suspendendo o martelo. Na continuidade, este é liberado e desce em queda
livre, conformando a peça.

3.2.1 Proteção em martelos de queda

Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate por


chaveta, o acesso à zona de prensagem deverá ser impedido por todos os lados,
através de proteção física fixa, durante o ciclo normal de trabalho. Em situações de
45
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com


atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra
acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação e descarga com o
uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que
garantam o distanciamento do trabalhador.

Para manutenção e troca de ferramenta a máquina deverá ter suas energias


(elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas,
além do uso de dispositivo de retenção mecânica.

É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento;


comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de
eliminar o pedal, porém não constituem proteção.

3.2.2 Cinta

A área de atuação da cinta deve ser munida de proteção física fixa que
garanta a segurança humana em caso de ruptura da mesma.

3.2.3 Volantes e polias

O Volante e as polias deverão ser protegidos por estrutura rígida que garanta
a contenção dos elementos girantes em caso de ruptura dos eixos.

Figura 55 – Martelo de queda com proteção aberta, exibindo cinta e desenho esquemático.

46
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA

Os tipos mais comuns de dobradeira ou prensa viradeira possuem


acionamento hidráulico através de cilindros e acionamento mecânico através de
freio/embreagem ou engate por chaveta. Seu princípio de funcionamento é o mesmo
das prensas mecânicas ou hidráulicas. São utilizadas para dobrar chapas de acordo
com a matriz que está sendo empregada, normalmente estreitas e longas.

Figura 56 – Dobradeira vista frontal.

Figura 57 – Dobradeira vista traseira.

47
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

3.3.1 Proteção em dobradeiras

As dobradeiras devem possuir proteções em todas as áreas de risco, podendo


ser fixas, móveis, dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança e/ou
dispositivos eletrônicos, suficientes para prevenir a ocorrência de acidentes.

Estes equipamentos têm como concepção construtiva os mesmos elementos


das prensas, ou seja, o emprego de chavetas, freio/embreagem ou hidráulico. Assim
como as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta, as dobradeiras com
acionamento por engate de chaveta não oferecem segurança contra falhas
mecânicas, sendo que o acionamento bi-manual ou proteção contra ingresso da
mão na zona de operação por cortina de luz, por si só, não garantem a segurança.

As dobradeiras hidráulicas e as com freio/embreagem pneumático podem


dispor de proteções do tipo cortina de luz, desde que adequadamente selecionada e
instalada e/ou acionamento bi-manual.

Nas operações com dobradeiras podem ser utilizados os pedais com atuação
elétrica, pneumática ou hidráulica, desde que instalados no interior de uma caixa de
proteção, atendendo o disposto na NBRNM-ISO 13853:2003. Não se admite o uso
de pedais com atuação mecânica. Pode ser afastada a exigência de
enclausuramento da zona de prensagem, desde que adotadas medidas adequadas
de proteção aos riscos existentes. O número de pedais deve corresponder ao
número de operadores na máquina, com chave seletora de posições tipo yale ou
outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da
máquina sem que todos os pedais sejam acionados, conforme a NBR 14154:1996.

48
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 58 – Dobradeira com uso inadequado de pedal.

IMPORTANTE
É proibida a utilização de pedal mecânico para acionamento de prensas
dobradeiras.

Nas dobradeiras com acionamento por engate de chaveta ou freio embreagem


mecânico, jamais devem ser trabalhadas peças de pequenas dimensões, onde o
operador fica segurando a peça a ser dobrada próximo à matriz até a conformação,
pois, uma vez acionada, o punção parte do ponto morto superior diretamente para o
ponto morto inferior, sendo impossível parar este movimento.

O uso das dobradeiras com engate por chaveta só é permitido para chapas
grandes, onde o operador não necessita aproximar-se da zona de operação.

Cuidados adicionais, como emprego de posicionadores, devem ser adotados a


fim de evitar riscos adicionais no momento da conformação da peça, pois
dependendo do ângulo da ferramenta a chapa poderá sofrer uma rápida
movimentação, partindo da posição horizontal paralela à mesa para uma posição
próxima da vertical, podendo atingir o trabalhador neste curso, ou provocar a
prensagem dos dedos entre a chapa e o corpo da máquina.

49
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figuras 59 e 60 – Desenho do curso da ferramenta de dobra.

Figura 61 – Posicionador imantado.

Figura 62 – Colocação da peça no posicionador imantado.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 63 – Encosto imantado.

Figura 64 – Encosto imantado sobre a peça.

3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECÂNICA E


HIDRÁULICA)

Seu princípio de funcionamento é semelhante ao da prensa mecânica e


hidráulica, diferenciando-se apenas pelo movimento vertical que, neste caso, é feito
pelo suporte das lâminas de corte na parte superior.

51
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

No caso de tesouras, estes equipamentos operam com jogo laminar inferior e


superior (facas), geralmente acionados por cames ou cilindros hidráulicos, porém
suas funções são de corte.

3.4.1 Proteção em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras

As guilhotinas, tesouras e cisalhadoras devem possuir na zona de corte,


proteção fixa e, havendo necessidade de intervenção freqüente nas lâminas,
proteções móveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de
segurança, para impedir o ingresso das mãos e dedos dos operadores nas áreas de
risco. As dimensões para distanciamento seguro devem obedecer a NBRNM-ISO
13852. Nas operações com guilhotinas, com a zona de corte devidamente protegida,
podem ser utilizados os pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica,
desde que instalados no interior de uma caixa de proteção, atendendo o disposto na
NBRNM-ISO 13853:2005. Não se admite o uso de pedais com atuação mecânica.

Figura 65 – Guilhotina.

52
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 66 – Guilhotina com proteção frontal.

Figura 67 – Guilhotina com proteção lateral e traseira.

3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA

São equipamentos destinados a conformar e laminar chapas através de rolos


de aço tracionados por sistema mecânico com motor e redutor ou motor hidráulico.

3.5.1 Proteção em rolo laminador, laminadora e calandra

Os rolos laminadores, laminadoras, calandras e outros similares devem ter


seus cilindros protegidos, de forma a não permitir o acesso às áreas de risco, ou
serem dotados de outro sistema de proteção de mesma eficácia.
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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Dispositivos de parada e retrocesso de emergência devem ser acessíveis de


qualquer ponto do posto de trabalho. Em substituição ao dispositivo de retrocesso,
poderão ser aceitos dispositivos de abertura imediata dos cilindros.

Figura 68 – Calandra sem proteção.

Figura 69 – Calandra com proteção do tipo mesa deslizante e empurrador.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 70 – Cilindro misturador de borracha.

Cilindro misturador de borracha com seis chaves de emergência (1 barra


inferior frontal e outra traseira, botoeira direita e esquerda na zona de operação
frontal e traseira) que uma vez acionadas, ativam o circuito de frenagem e reversão
do motor.

55
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES

São blocos de aço que possuem o formato “negativo” da peça, presos nas
partes superior e inferior das prensas e equipamentos similares, que devem atender
aos seguintes requisitos de segurança:

– ser armazenados em locais próprios e seguros;

– ser fixados à máquina da forma mais segura, sem improvisações;

– ser construídos de tal forma que evitem a projeção de rebarba sobre o


operador;

– ser dotados de dispositivos extratores que facilitem a retirada das peças e


que não ofereçam riscos adicionais ao operador.

IMPORTANTE
Procedimentos seguros devem ser elaborados e seguidos para manuseio,
movimentação e troca de ferramental por trabalhadores capacitados,
observando-se sempre o uso de dispositivos de retenção mecânica (calço de
segurança);

As ferramentas podem ainda incorporar, preferencialmente em sua fase de


projeto, sistemas de alimentação/extração como os que veremos em capítulo
posterior específico.

56
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 71 – Desenho em corte ferramenta.

Figura 72 – Estampo.

57
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 73 – Armazenamento de ferramentas.

4.1 MOVIMENTAÇÃO DE FERRAMENTAS

A movimentação das ferramentas deverá ser executada de maneira segura,


através de dispositivos de movimentação que reduzam o esforço físico do
trabalhador.

Figura 74 – Movimentação por ponte rolante.

58
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 75 – Movimentação por carrinho.

IMPORTANTE
Os equipamentos de movimentação de materiais devem seguir os requisitos
estabelecidos na NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e
Manuseio de Materiais.

59
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO/EXTRAÇÃO

5.1 MANUAL

O operador posiciona e extrai a peça que está sendo trabalhada diretamente na


área da matriz da máquina. Este tipo de alimentação somente é aceito quando
adotados adequadamente os dispositivos de proteção aos riscos existentes na zona
de prensagem ou trabalho, ficando proibido em qualquer circunstância o uso de
salva-mão ou afasta-mão.

Não é permitido o uso de pinças ou tenazes, exceto nas operações a quente ou


a morno, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o
distanciamento do trabalhador às áreas de risco.

Figura 76 – Dispositivo salva-mão.

IMPORTANTE
O sistema de salva-mão não pode ser utilizado como proteção para
equipamentos de prensas ou similares.

60
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 77 – Alimentação manual com pinça.

IMPORTANTE
A alimentação manual de prensas ou similares através de sistema de pinças é
proibido.

Figura 78 – Alimentação manual em zona de prensagem protegida.

61
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

5.2 GAVETA

No sistema de gaveta, a peça a ser prensada é alojada fora da matriz, em um


dispositivo previamente preparado. Empurra-se o dispositivo em forma de gaveta
para a zona de prensagem. Aciona-se a prensa, e ocorre a conformação. Cabe
ressaltar que a zona de prensagem deverá estar adequadamente protegida.

Figuras 79, 80 e 81 – Gaveta.

62
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 82 – Sistema de alimentação por gaveta.

5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVÓLVER

Neste sistema, a peça a ser prensada é colocada na mesa pelo lado de fora da
zona de prensagem e girada para dentro dela. Sua remoção pode se dar na
continuidade do giro, após a prensagem. A zona de prensagem deve estar
adequadamente protegida.

Figura 83 – Sistema de alimentação por bandeja rotativa ou tambor de revólver.


63
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAÇÃO

Neste sistema é adaptada à ferramenta, calhas inclinadas para alimentação por


gravidade. A expulsão da peça da zona de prensagem ocorre através de ar
comprimido, com deslizamento pela calha de saída. A zona de prensagem deve
estar adequadamente protegida.

Figura 84 – Exemplo de alimentação por gravidade.

Figura 85 – Zona de descarregamento de peças ou retalhos (parte traseira da prensa).

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

5.5 MÃO MECÂNICA OU ROBÔ

É um dispositivo que faz o movimento de colocação e retirada da peça na zona


de prensagem da máquina. A pinça magnética não é considerada uma mão
mecânica.

É importante ressaltar que este tipo de alimentação deve ter proteção de


perímetro que impeça a entrada e/ou permanência do trabalhador na área de risco
com a máquina em funcionamento ou possibilidade de entrar em funcionamento por
acionamento acidental, não podendo trazer riscos adicionais.

Figura 86 – Sistema de alimentação por robô.

5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMÁTICO

Neste sistema, a peça a ser conformada deve ser alojada no dispositivo de


transporte fora da matriz. O dispositivo transporta a peça do ponto de alimentação
até a zona de prensagem, automaticamente. Este dispositivo não isenta a
necessidade de proteção adequada da zona de prensagem.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 87 – Alimentador contínuo com braço magnético e proteção fixa de policarbonato na


zona de prensagem.

5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA

São equipamentos destinados a preparar a matéria-prima para prensas e


similares. Usualmente possuem sistemas de controle para sincronizar seu
movimento com o da prensa. Desbobinam e endireitam chapas dispostas em rolos.

5.7.1 Proteção em desbobinadeiras e endireitadeiras

As desbobinadeiras devem possuir proteção física ou eletrônica de forma que


impeça o ingresso de pessoas ao seu movimento de risco. Podem ser utilizados
scanners, cortinas, tapetes ou grades conjugadas com chaves de segurança e relé.
A fim de determinar a categoria de risco deverá ser utilizada a NBR 14153:1998,
para garantir a segurança do sistema.

As desbobinadeiras, endireitadeiras e outros equipamentos de alimentação


devem possuir proteção em todo o perímetro, impedindo o acesso e a circulação de
pessoas nas áreas de risco, conforme a NBRNM-ISO 13852:2003 e a NBRNM
272:2002.

66
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 88 – Desbobinadeira desprotegida.

Figura 89 – Desbobinadeira protegida.

67
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 90 – Área de desbobinadeira desprotegida.

Figura 91 – Área de desbobinadeira protegida.

68
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA DE


PRENSAGEM OU DE TRABALHO

O Art 186 da CLT e NR 12 em seu item 12.2.2 determina que as máquinas e os


equipamentos com acionamento repetitivo deverão receber proteção adequada.
Segundo a NBRNM 272:2001 Segurança de Máquinas – Proteções – Requisitos
gerais para o projeto e construção de proteções fixas e móveis, proteção é definida
como parte da máquina especificamente utilizada para prover proteção por meio de
uma barreia física, devendo:

- não apresentar facilidade de burla;


- prevenir o contato (NBRNM-ISO 13852:2003, NBRNM-ISO 13853:2003,
NBRNM-ISO 13854:2003);
- ter estabilidade no tempo;
- não criar perigos novos;
- não criar interferência.

As proteções podem ser:

6.1 PROTEÇÕES FIXAS

São proteções de difícil remoção, fixadas normalmente no corpo ou estrutura da


máquina. Essas proteções deverão ser mantidas em sua posição fechada sendo de
difícil remoção, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoção ou
abertura impossível sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela
metálica, chapa metálica ou policarbonato.

6.2 PROTEÇÕES MÓVEIS

Essas proteções geralmente estão vinculadas à estrutura da máquina ou


elemento de fixação adjacente que pode ser aberto sem o auxílio de ferramentas. As
proteções móveis (portas, tampas, etc.) devem ser associadas a dispositivos de
intertravamento de tal forma que:

69
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

- a máquina não possa operar até que a proteção seja fechada;


- se a proteção é aberta quando a máquina está operando, uma
instrução de parada é acionada. Quando a proteção é fechada, por si
só, não reinicia a operação, devendo haver comando para continuação
do ciclo.

Quando há risco adicional de movimento de inércia, dispositivo de


intertravamento de bloqueio deve ser utilizado, permitindo que a abertura da
proteção somente ocorra quando houver cessado totalmente o movimento de risco.

Exemplos de proteções fixas e móveis podem ser encontradas na norma NBR


NM 272:2002 e NBR273:2002.

6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

Essa proteção deve impedir o acesso à zona de prensagem por todos os


lados. Possuem frestas que possibilitam somente o ingresso do material e não da
mão ou dedos. Suas dimensões e afastamentos devem obedecer a NBRNM-ISO
13852:2003, e NBRNM-ISO 13854:2003. Pode ser constituída de proteções fixas ou
móveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a
pronta paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou
abertas conforme NBRNM 272:2002 e NBRNM-ISO 273:2002.

Figura 92 – Enclausuramento da zona de prensagem.


70
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 93 – Enclausuramento da zona de prensagem.

Podem possuir proteções reguláveis que se ajustem à geometria da peça


devendo observar as distâncias de segurança da NBRNM-ISO 13852:2003.

Figura 94 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções reguláveis.

71
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 95 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis


intertravadas.

Figura 96 – Enclausuramento da zona de prensagem por proteções móveis


intertravadas.

6.4 FERRAMENTA FECHADA

Neste caso, a matriz é fechada de tal modo que permita apenas o ingresso do
material e não permita o acesso da mão e dos dedos na área de prensagem. Esta
condição deverá ser preferencialmente analisada e desenvolvida durante a fase de
projeto e confecção da ferramenta, podendo ser adaptada em ferramentas já
72
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

existentes, observando-se não criar riscos adicionais com a incorporação da


proteção.

Figura 97 e 98 – Adaptação de proteção fixa em ferramentas.

(B)
(C)
(A)

Figura 99 – Proteção em policarbonato.

OBSERVAÇÃO: O tipo de proteção acima apresentado inova com o uso de


policarbonato, material resistente que proporciona visibilidade. O fechamento da
ferramenta deixando apenas uma fresta para passagem do material (A) é adequado,
pois não permite o ingresso dos dedos do operador na zona de prensagem. Porém
um risco adicional foi criado entre a parte superior da proteção (C) e o movimento do
martelo (B), conhecido como "efeito guilhotina".

73
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

IMPORTANTE
Os dispositivos elencados a seguir não vão prover de proteção física a área de
prensagem; portanto, não podem ser considerados proteção adequada para as
prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta e seus similares,
prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo
pneumático.
Ao utilizar os recursos eletrônicos de segurança, deve-se observar se sua
categoria é apropriada e certificada. A escolha deve estar baseada em análise
de risco prevista pela NBR 14009 e NBR 14153.

6.5 COMANDO BI-MANUAL

Este dispositivo exige a utilização simultânea das duas mãos do operador para
o acionamento da máquina, garantindo assim que suas mãos não estarão na área
de risco. Para que a máquina funcione, é necessário pressionar os dois botões
simultaneamente com defasagem de tempo de até 0,5 s (atuação síncrona,
conforme NBR 14152:1998, item 3.5).

Os comandos bi-manuais devem ser ergonômicos e robustos, e possuir


autoteste, sendo monitorados por CLP ou relé de segurança. A interrupção de um
dos comandos bi-manuais resultará em sua parada instantânea. O autoteste garante
a condição de não-acionamento em caso de falha de um dos componentes do
circuito elétrico do comando bi-manual; atende, assim, o item 12.2.2 da NR 12 da
Portaria 3214/78, NBR 13930:2001 e NBR 14152:1998 – Segurança em máquinas –
Dispositivos de comando bi-manuais, aspectos funcionais e princípios para projeto.

O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao número de


operadores na máquina, com chave seletora de posição tipo yale ou outro sistema
com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da máquina sem
que todos os comandos sejam acionados, conforme a NBR 14154:1996.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 100 – Relé de segurança Figura 101 – Comando bi-manual com botão de
emergência.

Os dispositivos de comando bi-manual não servem de proteção contra o


ingresso na área de prensagem para as prensas mecânicas excêntricas por engate
de chaveta e seus similares, prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo
de queda e martelo pneumático. Sua utilização é um recurso complementar
importante, quando reduz ou elimina o uso do pedal.

6.6 CORTINA DE LUZ

O sistema cortina de luz consiste de um transmissor, um receptor e um sistema


de controle. O campo de atuação dos sensores é formado por múltiplos
transmissores e receptores de fachos individuais. Para cada conjunto de
transmissores e receptores ativados, caso o receptor não receba o feixe luminoso de
infravermelho do transmissor, é gerado um sinal de falha.

A cortina de luz deverá ser adequadamente selecionada de acordo com o


tamanho (altura de proteção) e a resolução (capacidade de resolução da cortina =
percepção de dedo ou mão), e posicionada a uma distância segura da zona de risco,
levando em conta o tempo total de parada da máquina conforme a EN 999:1998 e
EN 61496:2004, devendo ainda ser certificada como categoria 4 e monitorada por
relé ou CLP de segurança. Não serve como dispositivo de segurança para zona de
prensagem das prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta e seus
75
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

similares, prensas de fricção com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo
pneumático.

Havendo possibilidade de acesso a áreas de risco não monitoradas pela


cortina, devem existir proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento por
chaves de segurança, conforme a NBRNM 272:2002 e NBRNM 273:2002.

Figura 102 e 103 – Cortina de luz.

Figura 104 – Cortina de luz instalada.


Figura 105 – Cortina de luz com
espelhos para proteção frontal e lateral.

76
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 106 – Prensa hidráulica protegida com proteção física nas laterais e conjugação de
cortina de luz e comando bi-manual.

IMPORTANTE
A boa técnica recomenda a utilização conjugada de comando bi-manual e
cortina de luz, atuando como proteção ao operador e terceiros. Entretanto, em
caráter excepcional, baseado em uma análise de risco conforme NBR 14009,
outras conjugações poderão ser adotadas, desde que garantam a mesma
eficácia.

Figura 107 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica.


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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 108 – Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica.

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA MONITORAMENTO DE


ÁREA

Dispositivos de monitoramento de área, através da detecção por


aproximação, são utilizados complementarmente para monitoramento e envio de
sinal de que a área foi invadida, determinando a paralisação da máquina e
impedindo o seu funcionamento até que a área esteja livre da presença de pessoas
e um novo comando seja dado.

Sua instalação deve ser precedida de análise de risco conforme NBR


14009:1997 e deve ter sua instalação de acordo com a EN 999:1998, para a
garantia da distância de segurança.

A utilização do scanner deve ainda observar a EN 61496:2004, e os tapetes e


batentes, como possuem contato mecânico, devem observar a EN 1760:1997.

7.1 SCANNER

Os monitores de área a laser são utilizados no monitoramento sem contato de


uma área livremente programável. Não são necessários refletores separados. Sua
instalação é simples, pois o transmissor e o receptor são acomodados em um único
equipamento.

Figura 109 – Scanner. Figura 110 – Monitor de área a laser (scanner).

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Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 111 – Monitor de área a laser


Figura 112 – Monitor de área a laser (scanner).
(scanner).

7.2 TAPETE DE SEGURANÇA

Estes dispositivos são usados para fornecer proteção à uma área de piso ao
redor de uma máquina. A matriz dos tapetes interconectados é colocada ao redor da
área classificada, e qualquer pressão (ex.: passos do operador) causará o
desligamento da unidade controladora do tapete da fonte de alimentação do perigo.

Os tapetes sensíveis à pressão são freqüentemente usados dentro de uma


área fechada contendo diversas máquinas, como na produção flexível ou células
robóticas. Quando o acesso for requisitado dentro da célula (para ajustes do robô,
por exemplo), ele previne movimentação perigosa, no caso de o operador se desviar
da área segura.

O tamanho e o posicionamento dos tapetes devem ser calculados usando-se a


fórmula da norma EN 999:1998 “Posicionamento dos equipamentos de proteção
com respeito às velocidades de abordagem de partes do corpo humano”2.

2
PRINCÍPIOS de Segurança. Disponível em:<http://castroingenium.no.sapo.pt/>. Acesso em: 22/02/2006
80
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figuras 113 e 114 – Tapetes de segurança.

Figuras 115 – Exemplo de aplicação de tapetes de segurança

81
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

8 DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGÊNCIA

São dispositivos com acionadores, geralmente na forma de botões tipo


cogumelo na cor vermelha, colocados em local visível na máquina ou próximo dela,
sempre ao alcance do operador e que, quando acionados, tem a finalidade de
estancar o movimento da máquina, desabilitando seu comando. Devem ser
monitorados por relé ou CLP de segurança.

As prensas e similares devem dispor de dispositivos de parada de


emergência que garantam a interrupção imediata do movimento da máquina,
conforme a NBR 13759:1996.

Quando forem utilizados comandos bi-manuais conectáveis por tomadas


(removíveis), que contenham botão de parada de emergência, e este não pode ser o
único, deve haver um dispositivo de parada de emergência no painel ou corpo da
máquina ou equipamento. É necessária ainda a adoção de medidas para evitar
confusão entre os controles ativos e inativos.

Havendo vários comandos bi-manuais para o acionamento de uma prensa ou


similar, estes devem ser ligados de modo a garantir o funcionamento adequado do
botão de parada de emergência de cada um deles.

Nas prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ou de sistema de


acoplamento equivalente (de ciclo completo) e em seus similares, admite-se o uso
de dispositivos de parada que não cessem imediatamente o movimento da máquina
ou equipamento, em razão da inércia do sistema.

Figuras 116, 117 e 118 – Acionadores de parada de emergência.

82
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

9 MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO

É um sistema eletromecânico destinado a detectar perda de sincronismo entre


o freio/embreagem e o conjunto de chaves-limites que comanda o movimento de
uma prensa.

Nas prensas hidráulicas, prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem


e respectivos similares, não enclausurados, ou cujas ferramentas não sejam
fechadas, o martelo deverá ser monitorado por sinais elétricos produzidos por
equipamento acoplado mecanicamente à máquina, com controle de interrupção da
transmissão, conforme o item 4.9 da NBR13930:2001.

Nas prensas mecânicas excêntricas freio/embreagem que utilizam cortina de


luz, a velocidade de parada do martelo não pode sofrer variações para não
comprometer o distanciamento seguro entre a detecção e o tempo de resposta. O
monitoramento eletromecânico comandará um sinal para interrupção da transmissão
de movimento, quando detectar desgaste no freio.

Figura 119 e 120 – Exemplos de monitores de curso de martelo.

83
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

10 COMANDOS ELÉTRICOS DE SEGURANÇA

As chaves de segurança das proteções móveis, as cortinas de luz, os


comandos bi-manuais, as chaves seletoras de posições tipo yale e os dispositivos de
parada de emergência devem ser ligados a comandos elétricos de segurança, ou
seja, CLP ou relés de segurança, com redundância e autoteste, classificados como
tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009:1997:2001 e NBR 14153:1998, com
rearme manual.

As chaves seletoras de posições tipo Yale, para seleção do número de


comandos bi-manuais, devem ser ligadas a comando eletro-eletrônico de segurança
de lógica programável (CLP ou relé de segurança).

Figura 121 – Chave seletora de posições tipo Yale.

Figura 122 e 123 – Chaves para intertravamento de proteções móveis.

84
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

10.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) DE SEGURANÇA

É um sistema computadorizado eletrônico industrial destinado a controlar e


checar, de modo redundante, os sinais elétricos de comando de uma máquina,
inibindo seu funcionamento no eventual aparecimento de falhas.

O software instalado deverá garantir a sua eficácia, de forma a reduzir ao


mínimo a possibilidade de erros provenientes de falha humana em seu projeto,
devendo ainda possuir sistema de verificação de conformidade, a fim de evitar o
comprometimento de qualquer função relativa à segurança, bem como não permitir
alteração do software básico pelo usuário, conforme o item 4.10 da NBR 13930 e o
item 12.3 da EN 60204:2006.

Figura 124 – Controlador lógico programável de segurança.

10.2 RELÉS DE SEGURANÇA

São unidades eletromecânicas ou eletrônicas com supervisão, com dois canais,


de acionamento positivo em seus contatos ou circuitos, abertos em série, cumprindo,
assim, a exigência de redundância. Com a conexão dos dispositivos externos e a
inclusão de seus contatos em pontos corretos do circuito elétrico de automação da
máquina, obtêm-se um equipamento seguro quanto à sua parada.

85
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 125 – Diagrama de ligação do circuito de segurança.

Figura 126 – Relés de segurança.

86
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

11 SISTEMAS DE RETENÇÃO MECÂNICA – CALÇOS DE SEGURANÇA

Todas as prensas devem possuir um sistema de retenção mecânica para


travar o martelo nas operações de troca das ferramentas, nos seus ajustes e
manutenções antes do início dos trabalhos.

O componente de retenção mecânica utilizado deve ser pintado na cor


amarela e dotado de interligação eletromecânica. Deve ainda ser conectado ao
comando central da máquina de forma a impedir, durante a sua utilização, o
funcionamento da prensa. Nas situações onde não seja possível o uso do sistema
de retenção mecânica, devem ser adotadas medidas alternativas que garantam o
mesmo resultado.

Sistemas de retenção mecânico são necessários e obrigatórios e devem


atender aos seguintes requisitos de segurança:

– devem ser utilizados nas operações de troca, ajuste e manutenção dos


estampos/matrizes;

– nunca devem ser utilizados com a prensa em funcionamento, para sustentar


apenas o peso do pilão;

– devem ser dotados de interligação eletromecânica, ou seja, conectados ao


comando central da máquina de tal forma que, quando removidos, impeçam seu
funcionamento;

– devem ser pintados na cor amarela.

87
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Figura 127 – Calço de segurança com interligação eletromecânica.

Figura 128 – Calço de segurança em uso.

88
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

12 PLATAFORMAS DE ACESSO

As prensas e similares de grandes dimensões devem possuir escadas de


acesso e plataformas feitas ou revestidas de material antiderrapante, dotadas de
guarda-corpo e rodapé com dimensões tais que impeçam a passagem ou queda de
pessoas e materiais, conforme NR 12.

As transmissões de força localizadas em plataformas elevadas também


deverão estar adequadamente protegidas para evitar contato durante a manutenção.

Os trabalhadores de manutenção em plataformas elevadas (altura superior a


2,0 m) deverão utilizar EPI para proteção contra quedas, conforme NR 06.

Figura 129 – Plataforma de manutenção.

89
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

13 MANUTENÇÃO

A manutenção e a inspeção somente podem ser executadas por pessoas


devidamente capacitadas e credenciadas pela empresa.

As prensas e similares devem ser submetidos a inspeção e manutenção


preditiva, preventiva e corretiva devidamente documentadas, conforme instruções do
fabricante e normas técnicas oficiais vigentes.

As proteções podem ser removidas para manutenção, limpezas, ajustes e/ou


troca de ferramentas da máquina, devendo possuir intertravamento através de
dispositivos de segurança de tal modo que a máquina não entre em funcionamento
quando forem retiradas.

A falta de manutenção, sobrecarga e improvisações concorrem para


ocorrência de graves acidentes.

Figuras 130 e 131 – Resultados de manutenções inadequadas.

90
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

IMPORTANTE
As máquinas deverão ter suas energias (elétrica, hidráulica, pneumática e
de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, devendo ser obrigatório o
uso de dispositivos de retenção mecânica na zona de prensagem.

Figuras 132 e 133 – Dispositivos de bloqueio e sinalização.

91
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

14 ATERRAMENTO ELÉTRICO

As prensas e equipamentos similares devem possuir aterramento elétrico e


proteção contra descargas atmosféricas, conforme as NBR 5410:2004 e NBR
5419:2005.

Para compor o Prontuário de Instalações Elétricas, previsto no item 10.2.4


alínea “b” da NR10, deverá constar ART – Anotação de Responsabilidade Técnica
de profissional habilitado com as inspeções e medições do sistema de proteção
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos.

Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalações e equipamentos no


mesmo potencial, de modo que a diferença de potencial entre a terra e o
equipamento elétrico seja zero. Isso é feito para que, ao se operar máquinas e
equipamentos elétricos, o operador não receba descargas elétricas no seu
manuseio.

92
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

15 TRANSFORMAÇÕES DE PRENSAS E SIMILARES - RETROFITING

A transformação de prensas e similares deve seguir critérios rigorosos e avaliar


todos os elementos existentes na máquina, quanto a sua vida útil e viabilidade
técnica. Especialmente em prensas mecânicas excêntricas de acionamento por
engate de chaveta, a melhor solução tecnológica aceitável dentro dos critérios da NT
16/2005 e normas ABNT é a conversão para freio/embreagem, o que só é
economicamente viável acima de 100 T, conforme dados dos fabricantes dos kits de
freios/embreagens.

Todas as transformações deverão ser documentadas com memorial descritivo


citando todos os preceitos de segurança aplicados e memórias de cálculo de todos
os elementos incorporados. O documento deverá ser validado por uma ART de
profissional habilitado na avaliação de modificações.

93
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

16 ASPECTOS ERGONÔMICOS

Para os trabalhos contínuos em prensas ou similares, onde o operador possa


trabalhar sentado, devem ser fornecidos assentos conforme o disposto na NR 17.

Deverão ainda ser disponibilizadas superfícies adequadas para colocação das


peças que estejam sendo trabalhadas, de acordo com suas dimensões e alcance do
trabalhador, a fim de evitar acidentes e reduzir a fadiga.

Para os trabalhos a morno e a quente, as pinças e tenazes devem ser


suportadas por dispositivos de alívio de peso, tais como balancins móveis ou tripés,
de modo a minimizar a sobrecarga do trabalho.

94
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

17 TREINAMENTO

A NR 01 – Disposições Gerais, determina em seu item 1.7 que o empregador


informe aos trabalhadores os riscos profissionais originados nos locais de trabalho,
seus meios de prevenção e limitação e as medidas adotadas pela empresa. No caso
específico de operações com prensas e similares, um programa de capacitação
deverá ser desenvolvido pela própria empresa, com o currículo básico que se
apresenta a seguir.

O sucesso na implementação de medidas de segurança eficazes parte de um


trabalho de equipe multidisciplinar apoiada por todos os níveis hierárquicos da
empresa.

A antecipação dos riscos prevista no PPRA – NR 09 passa obrigatoriamente


pela seleção criteriosa quanto aos aspectos de segurança na aquisição de
máquinas, equipamentos e projeto de novas ferramentas. Devem estar envolvidos
na capacitação: operadores, preparadores de máquinas, ferramenteiros, mecânicos,
eletricistas, projetistas, SESMT, CIPA e demais pessoas com atividades afins em
prensas e similares. A carga horária deverá ser compatível e suficiente para que
sejam desenvolvidos satisfatoriamente os conteúdos teóricos e a parte prática,
sendo necessário o registro do conteúdo do programa de treinamento, a qualificação
dos instrutores, o controle de presença e a avaliação.

17.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÍNIMO

a) tipos de prensas e equipamentos similares;

b) princípios de funcionamento;

c) sistemas de alimentação;

d) sistemas de proteção;

e) possibilidades de falhas em prensas e equipamentos similares;


95
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

f) tipos de estampos e matrizes e os meios de fixá-los às prensas e


equipamentos similares;

g) riscos e responsabilidades no manuseio, troca, movimentação e


armazenagem dos estampos e matrizes;

h) lista de checagem de montagem (chek-list);

i) responsabilidade do operador;

j) responsabilidade da chefia imediata;

k) sistemas de retenção mecânica -calços de segurança;

l) manutenção;

m) aula prática;

n) primeiros socorros.

O processo de capacitação deverá ser registrado por escrito e realizado antes


que o operador assuma suas funções, devendo ser reciclado periodicamente.

A capacitação deverá ocorrer sempre que houver modificação no quadro


funcional (troca de função, empréstimos, promoções, por exemplo) e atualizações
tecnológicas.

96
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

18 DAS RESPONSABILIDADES

Considerando que a Constituição Federal assegura a adoção de medidas de


proteção contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o, inciso XXII), o respeito à
dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho (art. 1o, incisos III e
IV), observada a função social da propriedade (art. 170, inciso VI);

Considerando que a Convenção n.o 119 da Organização Internacional do


Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional desde 16 de abril de 1993,
proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de
máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados;

Considerando que o Artigo 184 da Consolidação da Leis do Trabalho


(Capítulo V – Da Segurança e Medicina do Trabalho) estabelece que:

“As máquinas e equipamentos deverão ser dotados de


dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem
necessários para a prevenção de acidentes do trabalho,
especialmente quanto ao risco de acionamento acidental”

Considerando que o parágrafo único do Artigo 184 da CLT estabelece a


proibição da fabricação, a importação, a venda, locação e uso de máquinas que não
atendam ao disposto neste artigo;

Considerando a NT37/2004, substituída pela NT 16/2005, como


recomendação técnica de princípios de boas práticas, com o objetivo de garantir a
proteção adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores
envolvidos nas diversas formas e etapas do uso das prensas e equipamentos
similares, para fins de aplicação dos Art. 184 a 186 da CLT e das Normas
Regulamentadoras da Portaria nº 3214/78, em especial a NR-12;

Considerando que o Código de Proteção ao Consumidor (Lei 8078/90


Capítulo IV, Seção I), em seu Artigo 10, prescreve que:

97
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

“O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo


produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança”.

Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,


através da NBR 13930:2001 – Prensas Mecânicas – Requisitos de Segurança, no
item 4.8, estabelece que:

”O sistema de acoplamento deve ser através de freio


embreagem específico para prensas, sendo proibidas as
construções ou utilizações de prensas com artifício de
acoplamento para descida do martelo através de engate por
chaveta ou similar”;

Considerando o Código Civil que adota, diante de previsão legal expressa ou


de risco na atividade, a teoria objetiva ou teoria do risco e o dever de reparar o
dano, estabelecendo em seu artigo 927:

“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem fica obrigado a repará-lo”. Parágrafo único. “Haverá
obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem”.

Considerando a conseqüência do ato ilícito, ou seja, obrigação de indenizar


por danos morais e patrimoniais, prevista no artigo186 do Código Civil:

“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

98
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Considerando os dispositivos do Código Civil, artigos 949 e 950, que tratam


de ofensa à integridade física que acarreta defeito que impossibilite ou diminua a
capacidade de trabalho da vítima, estabelecendo indenização pelos danos materiais
e morais:

“No caso de lesão ou outra ofensa a saúde, o ofensor


indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros
cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido”.

“Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa


exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para
que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu”.

Parágrafo único. “O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a


indenização seja arbitrada e paga de uma só vez”.

18.1 DO FABRICANTE:

• Não fabricar máquinas com acoplamento para descida do martelo


através de engate por chaveta ou similar;

• Fabricar produtos seguros e de qualidade de acordo com as normas


técnicas;

• Elaborar manual que contenha esclarecimentos sobre os dispositivos e


elementos condicionadores de segurança, sua vida útil e manutenção e
os procedimentos seguros para operação e manutenção.

99
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETÁRIO OU USUÁRIO DE PRENSAS E


SIMILARES

• Não adquirir, adaptar ou “montar” prensas e similares com


acoplamento para descida do martelo através de engate por chaveta
ou similar;

• Não desenvolver prensas e similares que não atendam às


determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha
substituí-la;

• Adquirir somente prensas e similares que atendam às determinações


contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la;

• Utilizar prensas e similares somente para finalidade e capacidade que


foi projetada de acordo com as instruções do fabricante;
• Adotar nas prensas e similares já existentes, no mínimo, as
determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha
substituí-la;

• Elaborar procedimento escrito com a seqüência lógica e segura de


todas as atividades relacionadas a prensas e similares, dando ciência a
todos os empregados envolvidos;

• Promover a capacitação dos trabalhadores, conforme previsto na


NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la, antes que assumam
suas funções, responsabilizando-se por atualizações (reciclagem);

• Permitir a operação ou manutenção de prensas e similares somente


por trabalhadores qualificados;

• Realizar as manutenções conforme recomendado pelo fabricante,


registrando-as em documento próprio;

100
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

• Determinar a paralisação da prensa e similar que ofereça risco ao


operador.

18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES)

• Participar da capacitação com o máximo aproveitamento, operando


somente as máquinas para as quais foi qualificado;

• Cumprir todas as etapas, sem improvisações com o disposto nos


procedimentos de segurança para operação e manutenção de prensas
e similares, especialmente na troca e montagem de ferramentas;

• Verificar a cada início de jornada as condições de segurança da prensa


ou similar, comunicando qualquer anomalia;
• Nunca sobrecarregar a máquina, ou adaptar serviço para o qual ela
não foi projetada;

• Zelar pela conservação e manutenção dos dispositivos de segurança,


comunicando de imediato a constatação de qualquer problema;

• Parar imediatamente a atividade quando verificada condição de risco,


comunicando de imediato o problema à chefia imediata, CIPA e
SESMT, quando houver.

101
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

19 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho foi elaborado de maneira tripartite, com representações


dos empregadores, através da FIERGS – Federação das Indústrias do Estado do
Rio Grande do Sul, dos trabalhadores pelo STIMMME – Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul - RS
e do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, através da DRT/RS – Delegacia
Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, visando esclarecer e difundir a
legislação pertinente à segurança de prensas e equipamentos similares, como forma
de reduzir a incidência de acidentes.

Recomenda-se a observância dos princípios de segurança aqui referidos,


uma vez que seu descumprimento poderá acarretar ações por parte da fiscalização
do MTE, como autuações e interdições.

As fotos e ilustrações contidas nesse manual servem apenas para reforçar a


questão envolvendo a segurança do trabalhador, não gerando em momento algum
opinião quanto à marca, produto ou modelo de máquinas, equipamentos e
dispositivos, bem como seus respectivos fabricantes.

102
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

ANEXOS

ANEXO A – Nota Técnica no 16/2005

SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO


DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

NOTA TÉCNICA N.º 16 / DSST Brasília, 07 de março de 2005

A presente Nota Técnica Substitui a Nota Técnica n.º 37, de 16/12/04.

Considerando a necessidade de adequação do texto da Nota Técnica / DSST


n.º 37 (16/12/04), que estabelece princípios para a proteção de prensas e
equipamentos similares; e
Considerando as deliberações para alteração do texto da referida Nota
Técnica oriundas da reunião do Grupo Técnico sobre Prensas e Equipamentos
Similares, realizada no dia 17 de março de 2005;
A Nota Técnica / DSST / n.º 37, de 16 de dezembro de 2004, passa a ter sua
redação observada na seguinte forma:
Para fins de aplicação das normas citadas, em especial dos artigos 184 a 186
da CLT e das Normas Regulamentadoras da Portaria n.º 3214/78, em especial a
NR-12, à segurança em máquinas e equipamentos abrangidos por esta Nota
Técnica, devem ser observados os seguintes princípios de boa prática para a
proteção de prensas e equipamentos similares:
Considerando a alta incidência de acidentes de trabalho registrados no Brasil
que atingem membros superiores dos trabalhadores;
Considerando que prensas e equipamentos similares são responsáveis por
mais da metade dos acidentes de trabalho com mutilação analisados pela Inspeção
de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE;
Considerando que no parque industrial brasileiro ainda ocorre a utilização de
equipamentos obsoletos e que oferecem riscos de acidentes;
Considerando que a Convenção n.o 119 da Organização Internacional do
Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional desde 16 de abril de 1993,
proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de
máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados;
Considerando que a Constituição Federal assegura a adoção de medidas de
proteção contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o, inciso XXII), o respeito à

103
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho (art. 1o, incisos III e
IV), observada a função social da propriedade (art. 170, inciso VI);
Considerando que o artigo 184 da CLT determina que todas as máquinas e
equipamentos devem ser dotados dos dispositivos necessários para a prevenção de
acidentes de trabalho;
Considerando a existência de normas técnicas sobre medidas de segurança
em prensas e equipamentos similares, tais como a NBR 13930;
Considerando que a indústria dispõe de tecnologia suficiente para a proteção
de prensas e similares, de forma a evitar acidentes;
Considerando as experiências bem sucedidas dos sindicatos de
trabalhadores, empregadores e poder público no sentido de regulamentar as
condições de trabalho com prensas e equipamentos similares;
Considerando a necessidade de harmonizar os procedimentos da
fiscalização, com o objetivo de garantir a proteção adequada à integridade física e à
saúde de todos os trabalhadores envolvidos nas diversas formas e etapas do uso
das prensas e equipamentos similares;
Definições:
Para efeito desta Nota Técnica, consideram-se as seguintes definições:
1. Prensas são equipamentos utilizados na conformação e corte de materiais
diversos, onde o movimento do martelo (punção) é proveniente de um sistema
hidráulico/pneumático (cilindro hidráulico/pneumático) ou de um sistema mecânico (o
movimento rotativo é transformado em linear através de sistemas de bielas,
manivelas ou fusos). As prensas são classificadas em:
1.1. Prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ou acoplamento
equivalente;
1.2. Prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem;
1.3. Prensas de fricção com acionamento por fuso;
1.4. Prensas hidráulicas;
1.5. Outros tipos de prensas não relacionadas anteriormente.

2. Equipamentos similares são aqueles com funções e riscos equivalentes aos das
prensas, incluídos os que possuem cilindros rotativos para conformação de
materiais. Consideram-se equipamentos similares:
2.1. Martelos de queda;
2.2. Martelos pneumáticos;
2.3. Marteletes;
2.4. Dobradeiras;
2.5. Guilhotinas, tesouras e cisalhadoras;
2.6. Recalcadoras;
2.7. Máquinas de corte e vinco;
2.8 Maquinas de compactação;
104
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

2.9. Dispositivos hidráulicos e pneumáticos;


2.10. Rolos laminadores, laminadoras e calandras;
2.11. Misturadores;
2.12. Cilindros misturadores;
2.13. Máquinas de moldagem;
2.14. Desbobinadeiras e endireitaderas;
2.15. Outros equipamentos não relacionados anteriormente.

3. Ferramentas (ferramental), estampos ou matrizes são elementos que são fixados


no martelo e na mesa das prensas e equipamentos similares, tendo como função o
corte e/ou a conformação de materiais, podendo incorporar os sistemas de
alimentação/extração relacionados no item a seguir.

4. Sistemas de alimentação/extração são meios utilizados para introduzir a matéria


prima e retirar a peça processada da matriz, podendo ser:
4.1. Manual;
4.2. Gaveta;
4.3. Bandeja rotativa ou tambor de revólver;
4.4. Por gravidade, qualquer que seja o meio de extração;
4.5. Mão mecânica;
4.6. Por transportador ou robótica;
4.7. Contínua (alimentadores automáticos);
4.8. Outros sistemas não relacionados anteriormente.

5. Dispositivos de proteção aos riscos existentes na zona de prensagem ou de


trabalho:
5.1. Enclausuramento da zona de prensagem, com frestas ou passagens que
não permitam o ingresso dos dedos e mãos nas áreas de risco, conforme as
NBRNM-ISO 13852 e 13854. Pode ser constituído de proteções fixas ou móveis
dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta
paralisação da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas,
conforme a NBRNM 272;
5.2. Ferramenta fechada, significando o enclausuramento do par de
ferramentas, com frestas ou passagens que não permitam o ingresso dos dedos e
mãos nas áreas de risco, conforme as NBRNM-ISO 13852 e 13854;
5.3. Cortina de luz com redundância e auto-teste, classificada como tipo ou
categoria 4, conforme a IEC EN 61496, partes 1 e 2, a EN 999 e a NBR 14009,
conjugada com comando bi-manual com simultaneidade e auto teste, tipo IIIC,
conforme a NBR 14152 e o item 4.5 da NBR 13930. Havendo possibilidade de
acesso a áreas de risco não monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções
fixas ou móveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança,
conforme a NBRNM 272. O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao
105
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

número de operadores na máquina, com chave seletora de posições tipo yale ou


outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da
máquina sem que todos os comandos sejam acionados, conforme a NBR 14154.

Proteção da zona de prensagem ou de trabalho


6. As prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ou de sistema de
acoplamento equivalente (de ciclo completo), as prensas de fricção com
acionamento por fuso e seus respectivos equipamentos similares não podem
permitir o ingresso das mãos ou dos dedos dos operadores nas áreas de risco,
devendo adotar as seguintes proteções na zona de prensagem ou de trabalho:
a) ser enclausuradas, com proteções fixas, e, havendo necessidade de troca
freqüente de ferramentas, com proteções móveis dotadas de intertravamento com
bloqueio, por meio de chave de segurança, de modo a permitir a abertura somente
após a parada total dos movimentos de risco (item 5.1) ou
b) operar somente com ferramentas fechadas (item 5.2).
7. As prensas hidráulicas, as prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem,
seus respectivos equipamentos similares e os dispositivos pneumáticos devem
adotar as seguintes proteções na zona de prensagem ou de trabalho:
a) ser enclausuradas, com proteções fixas ou móveis dotadas de
intertravamento com chave de segurança (item 5.1) ou
b) operar somente com ferramentas fechadas (item 5.2) ou
c) utilizar cortina de luz conjugada com comando bi-manual (item 5.3).

Válvulas de segurança
8. As prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem e seus respectivos
equipamentos similares devem ser comandados por válvula de segurança
específica, de fluxo cruzado, conforme o item 4.7 da NBR 13930 e a EN 692,
classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009.
8.1 A prensa ou equipamento similar deve possuir rearme manual,
incorporado à válvula de segurança ou em qualquer outro componente do sistema,
de modo a impedir qualquer acionamento adicional em caso de falha.
8.2 Nos modelos de válvulas com monitoração dinâmica externa por
pressostato, micro-switches ou sensores de proximidade, esta deve ser realizada por
Controlador Lógico Prográmavel (CLP) de segurança ou lógica equivalente, com
redundância e auto-teste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR
14009.
8.3 Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que não
apresentem risco de entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao
diâmetro nominal, de maneira a não interferirem no tempo de frenagem.
8.4 Quando forem utilizadas válvulas de segurança independentes para o
comando de prensas e equipamentos similares com freio e embreagem separados,
estas devem ser interligadas de modo a estabelecer uma monitoração dinâmica
entre si, assegurando que o freio seja imediatamente aplicado caso a embreagem

106
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

seja liberada durante o ciclo, e também para impedir que a embreagem seja
acoplada caso a válvula do freio não atue.
8.5 Os sistemas de alimentação de ar comprimido para circuitos pneumáticos
de prensas e similares devem garantir a eficácia das válvulas de segurança,
possuindo purgadores ou sistema de secagem do ar e sistema de lubrificação
automática com óleo específico para este fim.
9. As prensas hidráulicas, seus respectivos equipamentos similares e os
dispositivos pneumáticos devem dispor de válvula de segurança específica ou
sistema de segurança que possua a mesma característica e eficácia.
9.1. As prensas hidráulicas, seus respectivos equipamentos similares e os
dispositivos pneumáticos devem dispor de válvula de retenção que impeça a queda
do martelo em caso de falha do sistema hidráulico ou pneumático.

Dispositivos de parada de emergência


10. As prensas e equipamentos similares devem dispor de dispositivos de parada de
emergência, que garantam a interrupção imediata do movimento da máquina ou
equipamento, conforme a NBR 13759.
10.1. Quando utilizados comandos bi-manuais conectáveis por tomadas
(removíveis) que contenham botão de parada de emergência, este não pode ser o
único, devendo haver dispositivo de parada de emergência no painel ou corpo da
máquina ou equipamento.
10.2. Havendo vários comandos bi-manuais para o acionamento de uma
prensa ou equipamento similar, estes devem ser ligados de modo a se garantir o
funcionamento adequado do botão de parada de emergência de cada um deles.
10.3. Nas prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ou de
sistema de acoplamento equivalente (de ciclo completo) e em seus equipamentos
similares, admite-se o uso de dispositivos de parada que não cessem imediatamente
o movimento da máquina ou equipamento, em razão da inércia do sistema.

Monitoramento do curso do martelo


11. Nas prensas hidráulicas, prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem e
respectivos equipamentos similares, não enclausurados, ou cujas ferramentas não
sejam fechadas, o martelo deverá ser monitorado por sinais elétricos produzidos por
equipamento acoplado mecanicamente à máquina, com controle de interrupção da
transmissão, conforme o item 4.9 da NBR13930.

Comandos elétricos de segurança


12. As chaves de segurança das proteções móveis, as cortinas de luz, os comandos
bi-manuais, as chaves seletoras de posições tipo yale e os dispositivos de parada de
emergência devem ser ligados a comandos elétricos de segurança, ou seja, CLP ou
relés de segurança, com redundância e auto-teste, classificados como tipo ou
categoria 4, conforme a NBR 14009, com rearme manual.
12.1. As chaves seletoras de posições tipo yale para seleção do número de
comandos bi-manuais devem ser ligadas a comando eletro-eletrônico de segurança
de lógica programável (CLP ou relé de segurança).
107
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

12.2. Caso os dispositivos de segurança sejam ligados a CLP de segurança,


o software instalado deverá garantir a sua eficácia, de forma a reduzir ao mínimo a
possibilidade de erros provenientes de falha humana, em seu projeto, devendo ainda
possuir sistema de verificação de conformidade, a fim de evitar o comprometimento
de qualquer função relativa à segurança, bem como não permitir alteração do
software básico pelo usuário, conforme o item 4.10 da NBR 13930 e o item 12.3 da
EN 60204-1.

Pedais de acionamento
13. As prensas e equipamentos similares que têm sua zona de prensagem ou de
trabalho enclausurada ou utilizam somente ferramentas fechadas podem ser
acionadas por pedal com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, desde que
instaladas no interior de uma caixa de proteção, atendendo ao disposto na NBR NM
- ISO 13852, não se admitindo o uso de pedais com atuação mecânica.
13.1. Para atividades de forjamento a morno e à quente podem ser utilizados
os pedais dispostos no caput deste item, desde que sejam adotadas medidas de
proteção que garantam o distanciamento do trabalhador às áreas de risco, conforme
a NBR NM-ISO 13852, a NBR NM 272, a NBR 13970 e a NBR NM 213/1.
13.2. Nas operações com dobradeiras podem ser utilizados os pedais
dispostos no caput deste item, sem a exigência de enclausuramento da zona de
prensagem, desde que adotadas medidas adequadas de proteção aos riscos
existentes. O número de pedais deve corresponder ao número de operadores na
máquina, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função
similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da máquina sem que todos os
pedais sejam acionados, conforme a NBR 14154.

Atividades de forjamento a morno e à quente


14. Para as atividades de forjamento a morno e à quente podem ser utilizadas
pinças e tenazes, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o
distanciamento do trabalhador às áreas de risco, conforme a NBRNM ISO 13852, a
NBRNM 272, a NBR 13970 e a NBRNM 213/1.
14.1. Caso necessário, as pinças e tenazes devem ser suportadas por
dispositivos de alívio de peso, tais como balancins móveis ou tripés, de modo a
minimizar a sobrecarga do trabalho.

Proteção das transmissões de força


15. As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens, devem
ter proteção fixa, integral e resistente, através de chapa ou outro material rígido que
impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco, conforme a NBRNM
13852.
15.1. Nas prensas excêntricas mecânicas deve haver proteção fixa das bielas
e das pontas de seus eixos que resistam aos esforços de solicitação em caso de
ruptura.

108
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

15.2. As prensas de fricção com acionamento por fuso devem ter os volantes
verticais e horizontal protegidos, de modo que não sejam arremessados em caso de
ruptura do fuso.

Aterramento elétrico
16. As prensas e equipamentos similares devem possuir aterramento elétrico,
conforme as NBR 5410 e NBR 5419.

Plataformas e escadas de acesso


17. As prensas e similares de grandes dimensões devem possuir escadas de acesso
e plataformas feitas ou revestidas de material antiderrapante, dotadas de guarda-
corpo e rodapé, com dimensões tais que impeçam a passagem ou queda de
pessoas e materiais.

Ferramentas
18. As ferramentas devem ser construídas de forma que evitem a projeção de
rebarbas nos operadores e não ofereçam riscos adicionais.
18.1. As ferramentas devem ser armazenadas em locais próprios e seguros.
18.2. Devem ser fixadas às máquinas de forma adequada, sem
improvisações.

Sistemas de retenção mecânica


19. Todas as prensas devem possuir um sistema de retenção mecânica, para travar
o martelo nas operações de troca das ferramentas, nos seus ajustes e manutenções,
a ser adotado antes do início dos trabalhos.
19.1. O componente de retenção mecânica utilizado deve ser pintado na cor
amarela e dotado de interligação eletromecânica, conectado ao comando
central da máquina de forma a impedir, durante a sua utilização, o
funcionamento da prensa.
19.2. Nas situações onde não seja possível o uso do sistema de retenção
mecânica, devem ser adotadas medidas alternativas que garantam o mesmo
resultado.

Equipamentos similares específicos


20. Nos martelos pneumáticos, o parafuso central da cabeça do amortecedor deve
ser preso com cabo de aço; o mangote de entrada de ar deve possuir proteção que
impeça sua projeção em caso de ruptura, e todos os prisioneiros (superior e inferior)
devem ser travados com cabo de aço.

21. As guilhotinas, tesouras e cisalhadoras devem possuir grades de proteção fixas


e, havendo necessidade de intervenção freqüente nas lâminas, devem possuir
grades de proteção móveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de
chave de segurança, para impedir o ingresso das mãos e dedos dos operadores nas
áreas de risco, conforme a NBR NM-ISO 13852.

109
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

22. Os rolos laminadores, laminadoras, calandras e outros equipamentos similares


devem ter seus cilindros protegidos, de forma a não permitir o acesso às áreas de
risco, ou ser dotados de outro sistema de proteção de mesma eficácia.
22.1. Dispositivos de parada e retrocesso de emergência acessíveis de
qualquer ponto do posto de trabalho são obrigatórios, mas não eliminam a
necessidade da exigência contida no caput deste item.

23. As dobradeiras devem possuir proteções em todas as áreas de risco, podendo


ser fixas, móveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança e/ou
dispositivos eletrônicos, suficientes para prevenir a ocorrência de acidentes.

24. As desbobinadeiras, endireitadeiras e outros equipamentos de alimentação


devem possuir proteção em todo o perímetro, impedindo o acesso e a circulação de
pessoas nas áreas de risco, conforme a NBRNM-ISO 13852 e a NBRNM 272.

25. Disposições Gerais


As prensas e equipamentos similares devem ser submetidos à inspeção e
manutenção preditiva, preventiva, e corretiva conforme instruções do fabricante e
Normas Técnicas oficiais vigentes.

26. Podem ser adotadas, em caráter excepcional, outras medidas de proteção e


dispositivos de segurança nas prensas e equipamentos similares, desde que
garantam a mesma eficácia das proteções e dispositivos mencionados nesta Nota
Técnica, atendendo o disposto nas Normas Técnicas oficiais vigentes.
26.1. Nos casos não mencionados especificamente nesta Nota Técnica, as
prensas e equipamentos similares devem possuir proteções e dispositivos de
segurança suficientes para prevenir a ocorrência de acidentes e doenças do
trabalho durante sua utilização, preparação e manutenção.

Transformação de prensas e equipamentos similares


27. Sempre que as prensas e equipamentos similares sofrerem transformação
substancial de seu sistema de funcionamento ou de seu sistema de acoplamento
para descida do martelo (“retrofitting”), esta deve ser realizada mediante projeto
mecânico elaborado por profissional legalmente habilitado, acompanhado de
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
27.1. O projeto deverá conter memória de cálculo de dimensionamento dos
componentes, especificação dos materiais empregados e memorial descritivo de
todos os componentes.

110
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Referências
NBRNM 213/1 e 2 - Segurança de máquinas Conceitos fundamentais, princípios
gerais de projeto.
NBR 14009 - Segurança de máquinas - Princípios para apreciação de risco.
NBR 14153 - Segurança de máquinas - Partes de sistemas de comando
relacionadas à segurança - Princípios gerais para projeto.
NBRNM-ISO 13852 - Segurança de máquinas - Distâncias de segurança para
impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros superiores.
NBRNM-ISO 13853 - Segurança de máquinas - Distâncias de segurança para
impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros inferiores.
NBRNM-ISO 13854 - Segurança de máquinas - Folgas mínimas para evitar
esmagamento de partes do corpo humano.
NBR 13970 - Segurança de máquinas - Temperaturas para superfícies acessíveis -
Dados ergonômicos.
NBR 13759 - Segurança de máquinas - Equipamentos de parada de emergência -
Aspectos funcionais - Princípios para projeto.
NBRNM 272 - Segurança de máquinas - Proteções - Requisitos gerais para o projeto
e construção de proteções fixas e móveis.
NBRNM 273 - Segurança de máquinas - Dispositivos de intertravamento associados
a proteções - Princípios para projeto e seleção.
NBR 14152 - Segurança de máquinas - Dispositivos de comando bi-manuais -
Aspectos funcionais e princípios para projeto.
NBR 14154 - Segurança de máquinas - Prevenção de partida inesperada.
NBR 13930 - Prensas mecânicas - Requisitos de segurança.
IEC EN 61496, partes 1 e 2 - Safety of Machinery - Electro-sensitive Protective
Equipament.
EN 692 – Mechanical Presses- Safety.
EN 999 - Safety of Machinery – The Positioning of Protective Equipment in Respect
of Approach Speeds of Parts of the Human Body.

Mário Bonciani
Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

111
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

ANEXO B – Diagrama de hierarquia da legislação

CLT – NR12

Segurança de Máquinas- Conceitos fundamentais,


princípios gerais para projeto NBR NM 213 1 e 2
(EN292)

Análise do Risco
NBR 14009

Sem proteções físicas


EN999- Posicionamento
Distancias seguras para velocidade aproximação
Proteções físicas Impedir o acesso NBR NRB 14153 Partes de sistemas
NBR NM 272- 13852/13853/13854 de comando relacionados a
Requisitos gerais para
segurança.
o projeto (fixas e Temperaturas (4.4 princípios ergonômicos/ 8.5
móveis) acessíveis relatório de validação)
NBR 13970

Fixa Móveis

Detecção através da Dispositivos


aproximação fixos

Tampa e Portas,
grades tampas,
fixas cuja grades
remoção móveis,
possa ser barreiras Com contato Equipamentos
feita que serão mecânico eletro-sensitivos Bi-manual Parada
apenas removidas EN 1760 EN61496 1 e 2 NBR emer-
com freqüente 14152 gência
ferramen- men- NBR13759
tas te

Corti- Senso-
Tapete na res
Dispositivos de intertravamento Batente /barrei- Scanner
NBR 273 Para- ras de
choque luz

Proteção de Proteção intertravada


Intertrava- com bloqueio
mento
112
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

ANEXO C – Classificação e resumo das principais Normas de segurança de


máquinas

Normas Tipo A – Normas fundamentais de segurança: definem, a rigor, os conceitos fundamentais, princípios
de projeto e aspectos gerais válidos à toda máquina.
Princípios para apreciação de risco
NBR 14009
NBR 14153 Partes de sistemas de comando relacionados à segurança – Princípios gerais para projeto
Segurança de máquinas – Conceitos fundamentais, princípios gerais de projeto: Parte 1 –
NBRNM 213/1
Terminologia básica e metodologia
Segurança de máquinas – Conceitos fundamentais, princípios gerais de projeto: Parte 2 –
NBRNM 213/2
Princípios técnicos e especificações

Normas Tipo B - Normas de Segurança relativas a um grupo: tratam de um aspecto ou tipo de dispositivo
condicionador de segurança de uma gama de máquinas.
Normas Tipo B1 – Normas sobre aspectos particulares de Segurança, são exemplos: Distância de Segurança,
Temperatura de superfícies e Ruído
NBRNM 13760 /
Folgas mínimas para evitar esmagamento de partes do corpo humano
13854
NBRNM 13761 /
Distância de segurança para impedir o acesso à zonas de perigo pelos membros superiores
13852
Segurança de Máquinas – Distância de Segurança para impedir o acesso às zonas de
NBRNM 13758
perigo pelos membros inferiores
Normas Tipo B2 – Normas sobre dispositivos condicionadores de Segurança, por exemplo: comando bi-
manuais, dispositivos de intertravamento, dispositivos sensíveis a pressão, proteções
Equipamentos de parada de Emergência – Aspectos Funcionais – Princípios para projeto.
NBR 13759
NBR 13928 / Requisitos gerais para projeto e construção de proteções (fixas e móveis)
NM 272
NBR 13929 / Dispositivos de intertravamento associados à proteções – Princípios para projeto e seleção
NM 273
NBR 14152 Dispositivos de comando bi-manuais – Aspectos funcionais de princípios para projeto
NBR 14154 Prevenção de partida inesperada

Normas Tipo C – Normas de segurança por categoria de Máquinas: dão prescrições detalhadas de segurança
a um grupo particular de máquinas
Prensas Mecânicas – Requisitos de Segurança
NBR 13930
NBR 13536 Injetoras
NBR 13865 Cilindros para massas alimentícias – Requisitos de segurança
NBR 13862 Transportadores Contínuos
NBR 13936 Moldagem a Sopro
NBR 13867 Picadores de Carne

113
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

No caso de consultar mais normas aplicáveis à máquinas específicas, as normas


européias são uma excelente fonte de recomendações.

Podemos citar as seguintes normas:


EN 415-4 - Máquinas para embalagem
EN 692 - Prensas Mecânicas
EN 693 - Prensas Hidráulicas
EN 931 - Máquinas de manufatura de calçados
EN 972 - Máquinas de manufatura de couro
EN 1114-1 - Máquinas de manufatura de plásticos e borrachas

OHSAS 18001 – Especificação Para Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde


no Trabalho
- 3.6. Incidente: Evento que deu origem a um acidente ou que tinha
potencial de levar a um acidente (é um quase-acidente)
- 3.1. Acidente: Evento não-planejado que resulta morte, doença, lesão,
dano ou outra perda;
- 3.14. Risco: Combinação da probabilidade de ocorrência e da(s)
conseqüência(s) de um determinado evento perigoso.
- 3.15. Avaliação de Riscos: Processo global de estimar a magnitude dos
riscos, e decidir se um risco é ou não tolerável;
- 3.4. Perigo: Fonte ou situação com potencial para provocar danos em
termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente do
local de trabalho, ou uma combinação destes.

NBR 14009 - Segurança de Máquinas – Princípios para Apreciação de Riscos


- A apreciação dos riscos inclui:
- Análise do risco:
- a) determinação dos limites da máquina (inclui o uso planejado e a
utilização e operação corretas da máquina, bem como as
conseqüências do mau uso ou mau funcionamento previsível);
- b) identificação do perigo (anexo A) (Métodos de Identificação:
Anexo B);
- c) estimativa do risco (para cada perigo – elemento de risco x
Aspectos) – deve considerar a confiabilidade de componentes e
sistemas;
- TREINAMENTO, EXPERIÊNCIA E HABILIDADE PODEM AFETAR
O RISCO; ENTRETANTO, NENHUM DESSES FATORES DEVE
SER USADO COMO SUBSTITUTO PARA A ELIMINAÇÃO DO
PERIGO E REDUÇÃO DO RISCO, PELO PROJETO OU
PROTEÇÕES, ONDE ESTAS MEDIDAS PUDEREM SER
IMPLEMENTADAS.
- Avaliação do Risco – após a estimativa, é necessária para verificar se a
redução do risco é necessária ou não.
- A AUSÊNCIA DE ACIDENTES, UM PEQUENO NÚMERO DE
ACIDENTES OU ACIDENTES DE PEQUENA SEVERIDADE NÃO DEVEM
SER TOMADOS COMO SUPOSIÇÃO AUTOMÁTICA DE BAIXO RISCO.

114
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

NBR 213-1 - Segurança de Máquinas – Conceitos Fundamentais, princípios


gerias de Projeto – Terminologia básica e metodologia.
- Funções de Segurança:
- 1. Funções específicas que são funções críticas destinas a garantir
segurança (função comando bi-manual, função não repetição de ciclo,
função que evita partida inesperada);
- 2. Funções condicionadoras de segurança, que são funções críticas e
distintas das anteriores ex. controle de velocidade ou temperatura,
comando manual com mecanismo neutralizado durante regulagem.

NBR 213-2 - Segurança de Máquinas – Conceitos Fundamentais, princípios


gerias de Projeto – Princípios Técnicos e Especificações
- Redução do Risco de Projeto:
- Evitar ou reduzir tantos fenômenos perigosos quanto possível pela
escolha conveniente de certas características de projeto;
- Limitar a exposição de pessoas aos fenômenos perigosos, pela
redução da necessidade de intervenção do operador nas zonas
perigosas.
A ESCOLHA DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO PARA DETERMINADA
MÁQUINA DEVE BASEAR-SE NA AVALIAÇÃO DOS RISCOS PROVOCADOS POR
TAL MÁQUINA (DESCRIÇÃO DEVE ESTAR DETALHADA EM NORMA TIPO C).

NBR 14153 - Segurança de Máquinas – Partes de Sistemas de Comando


relacionadas à segurança – Princípios Gerais para Projeto
O desempenho, com relação à ocorrência de defeitos, de uma parte de um sistema
de comando, relacionada à segurança, é dividido, nesta norma, em 5 categorias (B,
1, 2, 3, 4), de acordo com a sua resistência a defeitos, e seu subseqüente
comportamento na condição de defeito.
QUANTO MAIS A REDUÇÃO DO RISCO DEPENDER DAS PARTES DE SISTEMA
DE COMANDO RELACIONADASÀ SEGURANÇA, MAIOR PRECISA SER A
HABILIDADE (FUNÇÃO REQUERIDA É SUPRIDA) DESSAS PARTES PARA
RESISTIR A DEFEITOS.
QUANTO MAIOR A RESISTÊNCIA A DEFEITOS DAS PARTES RELACIONADAS À
SEGURANÇA, MENOR A PROBABILIDADE QUE ESTA PARTE FALHE NO
CUMPRIMENTO DE SUAS FUNÇÕES DE SEGURANÇA.

NBR 13760 / MN 13854 - Segurança de Máquinas – Folgas Mínimas para evitar


o esmagamento de partes do corpo humano
DE UMA MANEIRA GERAL, PODE-SE DIZER QUE UMA MÁQUINA É SEGURA SE
EXISTE A PROBABILIDADE DE A MÁQUINA CONTINUAR EM OPERAÇÃO, SER
AJUSTADA, SOFRER MANUTENÇÃO E SER DESMONTADA, SOB AS
CONDIÇÕES NORMAIS DE UTILIZAÇÃO PREVISTAS, SEM CAUSAR ACIDENES
À SAÚDE HUMANA.

UM MÉTODO DE EVITAR O RISCO DE ESMAGAMENTO DE PARTES DO CORPO


HUMANO É FAZER USO DEAS FOLGAS MÍNIMAS ESPECIFICADAS NESTA
NORMA.

NBR 13761 / MN 13852 - Segurança de Máquinas – Distância de Segurança para


impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros superiores
115
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

A NORMA ESTABELECE VALORES PARA DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA, DE


MODO A IMPEDIR O ACESSO A ZONAS DE PERIGO PELOS MEMBROS
SUPERIORES DE PESSOAS COM IDADE SUPERIOR OU IGUAL A TRÊS ANOS.
ESTAS DISTÂNCIAS SE APLICAM POR SI SÓ, QUANDO SÃO SUFICIENTES
PARA GARANTIR A SEGURANÇA ADEQUADA.
AS DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA PROTEGEM AS PESSOAS QUE TENTAM
ATINGIR AS ZONAS DE PERIGO SEM AJUDA ADICIONAL.

NBR 14152 - Segurança de Máquinas – Dispositivos de Comando bi-manuais –


aspectos funcionais e princípios para projeto
UM DISPOSITIVO DE COMANDO BIMANUAL É UM DISPOSITIVO DE
SEGURANÇA QUE FORNECE UMA MEDIDA DE PROTEÇÃO AO OPERADOR
CONTRA O ALCANCE DE ZONAS PERIGOSAS DURANTE SITUAÇÕES DE
PERIGO, PELA LOCALIZAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE ATUAÇÃO DE
COMANDO EM UMA POSIÇÃO ESPECÍFICA.
SÃO DESCRITAS AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UM DISPOSITIVO DE
COMANDO BIMANUAL PARA O ALCANCE DE SEGURANÇA E EXPÕE A
COMBINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE TRÊS TIPOS.

DISPOSITIVO QUE EXIGE AO MENOS A ATUAÇÃO SIMULTÂNEA PELA


UTILIZAÇÃO DAS DUAS MÃOS, COM O OBJETIVO DE INICIAR E MANTER,
ENQUANTO EXISTIR UMA CONDIÇÃO DE PERIGO, QUALQUER OPERAÇÃO DA
MÁQUINA, PROPICIANDO UMA MEDIDA DE PROTEÇÃO, APENAS PARA A
PESSOA QUE O ATUA.

NBR 13759 - Segurança de Máquinas – Equipamentos de Parada de


Emergência - Aspectos Funcionais – Princípios para projeto
PARADA DE EMERGÊNCIA: FUNÇÃO QUE DEVE IMPEDIR O AUMENTO OU
REDUZIR O RISCO EXISTENTE A PESSOAS E DANOS À MÁQUINA OU AO
TRABALHO EM ANDAMENTO; SER INICIADA POR UMA SIMPLES AÇÃO
HUMANA, QUANDO A FUNÇÃO DE PARADA NORMAL, NÃO FOR ADEQUADA
PARA ESTE FIM.
A PARADA DE EMERGÊNCIA DEVE FUNCIONAR COMO:
- PARADA DE CATEGORIA 0, ISTO É POR IMEDIATA REMOÇÃO DA
ENERGIA DOS ATUADORES DA MÁQUINA OU DESCONEXÃO
MECÂNICA (EMBREAGEM) ENTRE OS ELEMENTOS DE RISCO E O
CORRESPONDENTE ELEMENTO DA MÁQUINA;
- PARADA DE CATEGORIA 1, ISTO É, PARADA CONTROLADA, COM
FORNECIMENTO DE ENERGIA AOS ATUADORES DA MÁQUINA
NECESSÁRIA PARA ATINGIR A PARADA E, ENTÃO, QUANDO A
PARADA É ATINGIDA, A ENERGIA É REMOVIDA.

NBR 13928 / MN272- Segurança de Máquinas – Requisitos Gerais para projeto


e construção de proteções fixas e móveis
FIXA REQUISITOS GERAIS PARA PROJETO E CONSTRUÇÃO DE PROTEÇÕES,
DESENVOLVIDAS PRINCIPALMENTE PARA PROTEÇÃO DE PESSOAS DE
PERIGOS MECÂNICOS
PROTEÇÃO: PARTE DA MÁQUINA ESPECIFICAMENTE UTILIZADA PARA
PROVER PROTEÇÃO POR MEIO DE UMA BARREIRA FÍSICA
116
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

- PODE ATUAR:
- FECHADA: SOMENTE É EFETIVA QUANDO FECHADA
- EM CONJUNTO COM UM DISPOSITIVO DE INTERTRAVAMENTO
COM OU SEM BLOQUEIO DA PROTEÇÃO

PROTEÇÃO FIXA
PROTEÇÃO DE ENCLAUSURAMENTO
PROTEÇÃO DISTANTE
PROTEÇÃO MÓVEL
PROTEÇÃO ACIONADA POR ENERGIA
PROTEÇÃO COM AUTO FECHAMENTO
PROTEÇÃO DE COMANDO
PROTEÇÃO AJUSTÁVEL
PROTEÇÃO COM INTERTRAVAMENTO
PROTEÇÃO COM INTERTRAVAMENTO E DISPOSITIVO DE
BLOQUEIO

NBR 13929 / MN273- Segurança de Máquinas – Dispositivos de intertravamento


associados à proteções – Princípios para projeto e seleção
DISPOSITIVO MECÂNICO, ELÉTRICO, OU DE OUTRO TIPO QUE TEM A
FINALIDADE DE IMPEDIR A OPERAÇÃO DE ELEMENTOS DA MÁQUINA, SOB
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

NBR 13758 - Segurança de Máquinas – Distâncias de segurança para impedir o


acesso a zonas de perigo de membros inferiores

NBR 13758 - Segurança de Máquinas – Prevenção de Partida Inesperada


MANTER A MÁQUINA EM CONDIÇÃO DE IMOBILIDADE DURANTE A PRESENÇA
DE PESSOAS EM SUAS ZONAS DE PERIGO É UMA DAS CONDIÇÕES MAIS
IMPORTANTES DA UTILIZAÇÃO SEGURA DE MÁQUINAS E, EM RAZÃO DISSO,
UM DOS MAIORES OBJETIVOS DO PROJETISTA E O USUÁRIO DE MÁQUINAS.
PARTIDA INESPERADA:
• MUDANÇA DO REPOUSO AO MOVIMENTO DA MÁQUINO OU DE UMA DE
SUAS PARTES, CAUSADA POR:
o UM COMANDO DE PARTIDA ORIUNDO DE FALHA DO SISTEMA OU
DE INFLUÊNCIA EXTERNA SOBRE ELE; COMANDO DE PARTIDA
GERADO POR AAÇÃO NÃO INTENCIONAL;
o RESTAURAÇÃO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA, APÓS
INTERRUPÇÃO; INFLUÊNCIAS EXTERNAS OU EXTERNAS
(VENTO, COMBUSTÃO, GRAVIDADE);
o ELEMENTOS MECÂNICOS

NBR 13930 – Prensas Mecânicas – Requisitos de Segurança


ÁREA DE RISCO: REGIÕES DA PRENSA OU NA PERIFERIA DA PRENSA QUE
POSSIBILITEM RISCO DE ACIDENTE DO OPERADOR, CONFORME O
SEGUINTE:
117
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

- ÁREA/REGIÃO DO FERRAMENTAL (ENTRE A PLACA DA MESA E A


PLACA DO MARTELO);
- REGIÃO DO CURSO DO DESLOCAMENTO DO MARTELO;
- REGIÃO DE ENTRADA OU SAÍDA DE MATERIAIS, DE
PROCESSAMENTO E RETIRADA DE PEÇAS;
- REGIÃO NO PERÍMETRO DA PRENSA QUE CONTIVER
POSSIBILIDADE DE DESLOCAMENTO DE DISPOSITIVOS AUXILIARES
NO PROCESSO, ALIMENTADORES, MESAS MÓVEIS,
TRANSFERIDORES, ROBÔS, CARROS TRANSPORTADORES DE
FERRAMENTAS, ALIMENTADORES DE BLANKS, PARTES MÓVEIS E
ROTATIVAS DA MÁQUINA.

118
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

ANEXO D – Sugestão de planilhas e check-list de cadastro, treinamento,


manutenção e procedimento seguro de trabalho.
FICHA DE PROCEDIMENTO SEGURO DE TRABALHO

PROCEDIMENTO SEGURO PARA O TRANSPORTE DE ESTAMPO


ETAPAS DE TRABALHO EXISTÊNCIA DE RISCO PROCEDIMENTO SEGURO
1- localizar estampo na - escorregar - atenção ao trajeto
área de armazenamento - tropeçar - atenção ao piso escorregadio
2- verificar quais os - queda do estampo - escolher acessório adequado
acessórios para o ao peso, volume, formato do
transporte do estampo estampo
3- pegar a ponte rolante no - escorregar - atenção ao trajeto
estacionamento - tropeçar - atenção ao piso escorregadio
4- fazer check-list da ponte - defeitos elétricos ou - realizar todos os testes
mecânicos determinados no check-list
5- deslocar a ponte até o - bater em máquinas - atenção ao trajeto
armazenamento - bater em funcionários - altura do gancho
- acionar a sirene
6- engatar o estampo - cair - verificar fixação dos cabos
- virar - verificar os pinos de
- escapar transporte
7- levantar o estampo - balanço da carga - isolar a área
- queda - verificar alinhamento do carro
e ponte
- subir ponto a ponto
8- transportar até a carreta - queda - atenção ao percurso
- bater - altura da carga
- acionar a sirene
9- carregar a carreta - queda - isolar a área
- bater - verificar posicionamento da
carreta
- descer lentamente
10- tirar os acessórios de - queda - verificar se todos os
transporte acessórios foram retirados
11- retornar a ponte até o - bater em máquinas - atenção ao trajeto
estacionamento - bater em funcionários - altura do gancho
- acionar a sirene
- desligar o botão de
emergência
APLICÁVEL AOS SEGUINTES CARGOS OU FUNÇÕES

Elab. 1ª Revisão/Data Documento Téc. Sup. Ger. Departamento


ed. Seg. Área Área

119
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

FICHA DE VERIFICAÇÃO DE RETIRADA E COLOCAÇÃO DE ESTAMPO

RETIRADA DE ESTAMPO SIM NÃO


1- Deixar uma peça em cada estágio
2- Tirar a pressão do martelo e acionar a prensa até 180º
3- Soltar os parafusos do lado superior e inferior do estampo
4- Soltar os parafusos da base
5- Colocar o martelo no ponto morto superior
6- Colocar os cavaletes de sustentação
7- Engatar os cabos de aço no estampo e fazer o arraste
8- Acionar as almofadas e acionar os pinos (se houver)
9- Colocar os tampões nos furos da mesa

COLOCAÇÃO DO ESTAMPO
1- Providenciar os pinos da almofada, conforme
procedimento
2- Retirar os tampões da mesa e colocar os pinos da
almofada
3- Baixar a almofada até os pinos ficarem no plano da mesa
4- Regular a abertura do martelo, conforme o tamanho do
estampo
5- Puxar o estampo para dentro da mesa
6- Ajustar o estampo no centro da mesa
7- Acionar a prensa aos poucos para ajustar os pinos
8- Limitar o martelo na parte superior
9- Fixar o estampo na parte superior e inferior
10- Conferir visualmente a fixação
11- Regular a pressão de trabalho
12- Colocar a prensa para produzir

120
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

EMISSOR: CÓDIGO:

Logo da
TÍTULO:
Empresa
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS EM PRENSAS E SIMILARES -
PPRPS

DADOS DA UNIDADE
Razão Social

Endereço

Atividade

Nº de Prensas /
Similares

Nº de
Funcionários

Responsável

121
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RESPONSÁVEL: Nº CÓDIGO:

Logo da
Empresa TÍTULO:

PLANTA BAIXA DE LOCALIZAÇÃO DAS PRENSAS E SIMILARES

122
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RESPONSÁVEL: Nº CÓDIGO:

Logo da
TÍTULO:
Empresa
FICHA DE CADA PRENSA OU EQUIPAMENTO SIMILAR
Nº xxx
Equipamento: Fabricante:
Tipo: Modelo:
Capacidade: Ano Fab.:
Local: Inventário:
Equipamentos Auxiliares Tipo Modelo Fabricante
Alimentador
Desbobinador
Endireitador
Extrator
Almofada Pneumática
Picotador de Retalhos
Outros

Sistemas de Proteção

Necessidade de Implantação
O Quê Quem Quando

Inspeção/Revisão
Responsável Data Assinatura

123
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RESPONSAVEL: Nº CÓDIGO:

Logo da
TÍTULO:
Empresa
CRONOGRAMA DE CORREÇÃO E INSTALAÇÃO DAS PROTEÇÕES
NECESSÁRIAS

Descrição do Nº. Correção/Instalação Prazo Responsável Visto


Equipamento

124
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RESPONSAVEL: Nº CÓDIGO:

Logo da
TÍTULO:
Empresa
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA DE MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS

Máquina ou Equipamento
DeSCRIÇÃO: NI:

MARCA: MODELO: SÉRIE: FABRICAÇÃO: SEÇÃO:

Acessórios e Implementos
Descrição Utilização Características NI

Histórico de Manutenção Corretiva


Data Ocorrência / Descrição N.º ordem serv. Visto

Manutenção Preventiva
Itens a serem observados
Semestral Anual
Item Data Visto Item Data Visto
1 8 Mancais outros
2 9 Painel Elétrico ---------------------------
3 10 Correias ---------------------------
4 11 Motor (es) ---------------------------
5 12 Engrenagens ---------------------------
6 13 Rolamentos ---------------------------
7 14

Peças / Componentes Substituídos


Data Descrição

Observações gerais:

125
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RESPONSÁVEL: Nº CÓDIGO:

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Empresa TÍTULO:

LUBRIFICAÇÃO DE MÁQUINAS

Máquina ou Equipamento
DESCRIÇÃO: NI:

MARCA: MODELO: SÉRIE: FABRICAÇÃO: Seção:

Acompanhamento de Lubrificação Ano--------------------


Anual Não se aplica Aplica -------/------/------ visto ---------------------
Semestral Não se aplica Aplica ------/-------/------- visto --------------------- ------/-------/------- visto----------------
Lubrificação Mensal Não se aplica Aplica
Janeiro Fevereiro Março Abril
------/------/------ visto ------/------/------ visto ------/------/------ visto ------/------/------ visto
Maio Junho Julho Agosto
------/------/------
visto
------/------/------
visto
------/------/------
visto
------/------/------
visto
Setembro Outubro Novembro Dezembro
------/------/------
visto
------/------/------
visto / / visto
------/------/------
visto
------ ------ ------
Lubrificação Semanal Não se aplica Aplica
-----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/-----

-----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/-----/----- -----/------/-----

-----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/-----/----- -----/------/-----

-----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/-----/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/-----

-----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/----- -----/------/-----

Partes a lubrificar Freqüência Método Lubrificante

126
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RESPONSÁVEL: Nº CÓDIGO:

Logo da
Empresa TÍTULO:

ACOMPANHAMENTO DE TREINAMENTO

TREINAMENTO
Curso:
Ministrado em: Validade:
Carga Horária
Ministrado por:

Todos os participantes abaixo relacionados confirmam o recebimento de treinamento específico do


Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares “PPRPS”.

Participantes:

Nome Cargo Setor Assinatura

Conteúdo programático:

127
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

RESPONSÁVEL: Nº CÓDIGO:

Logo da
Empresa TÍTULO:

PROCEDIMENTO SEGURO DE TRABALHO

PROCEDIMENTO SEGURO DE TRABALHO – PST


Ação:
Etapas Riscos Procedimento Seguro

Aplicabilidade aos cargos e funções:

Revisão Téc. de Supervisor Gerente da


1ª edição Doc. Departamento.
data Segurança da área área

128
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410:2004 Instalações


elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 5419:2005. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Rio


de Janeiro, 2005.

______. NBR 13536:1995. Máquinas injetoras para plásticos e elastômeros –


Requisitos técnicos de segurança para o projeto, construção e utilização. Rio de
Janeiro, 1995.

______. NBR 13759:1996. Segurança em máquinas – Equipamentos de parada de


emergência – Aspectos funcionais – Princípios para projeto. Rio de Janeiro, 1996.

______. NBR 13760: 2003. Folgas mínimas para evitar esmagamento de partes do
corpo humano. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 13671:2003. Distâncias seguras para impedir acesso a zonas de


perigo pelos membros superiores. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 13930:2001. Prensas mecânicas – Requisitos de segurança. Rio de


Janeiro, 2001.

______. NBR 13928:2002. Requisitos gerais para o projeto e construção de


proteções (fixas e móveis). Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 14009: 1997. Segurança em máquinas – Princípios para apreciação


de riscos. Rio de Janeiro, 1997.

______. NBR 14152:1998. Segurança de máquinas – Dispositivos de comando bi-


manuais – Aspectos funcionais e princípios para projeto. Rio de Janeiro, 1998.

______. NBR 14153:1998. Segurança de máquinas – Partes de sistemas de


comando relacionadas à segurança – Princípios gerais para projeto. Rio de Janeiro,
1998.

______. NBR 14154:1996. Segurança de máquinas – Prevenção de partida


inesperada. Rio de Janeiro, 2000.

______. NBRNM 213:2000. Segurança de máquinas – Conceitos fundamentais,


princípios gerais de projeto. Rio de Janeiro, 2000.

______. NBRNM 272:2002. Segurança de máquinas – Proteções – Requisitos


gerais para o projeto e construção de proteções fixas e móveis. Rio de Janeiro,
2002.
______. NBRNM 273:2002. Segurança de máquinas – Dispositivos de
intertravamento associados a proteções – Princípios para projeto e seleção. Rio de
Janeiro, 2002.

129
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

______. NBRNM-ISO 13852:2003. Segurança de máquinas – Distâncias de


segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros superiores. Rio
de Janeiro, 2003.

______. NBRNM-ISO 13853:2003. Segurança de máquinas – Distâncias de


segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros inferiores. Rio
de Janeiro, 2003.

______. NBRNM-ISO 13854:2003. Segurança de máquinas – Folgas mínimas para


evitar esmagamento de partes do corpo humano. Rio de Janeiro, 2003.

BSI – BRITISH STANDARDS INSTITUTION. EN 692:1996. Mechanical presses –


Safety. Londres – Reino Unido, 1996.

______. EN 693:2001. Machine tools – Safety – Hydraulic presses. Londres – Reino


Unido, 2001.

______. EN 999:1998. Safety of machinery. The positioning of protective equipment


with respect to the approach speeds of parts of the human body. Londres – Reino
Unido, 1998.

______. EN 1760:1997. Safety of machinery – Pressure sensitive protective device.


Londres – Reino Unido, 1997.

______. EN 60204:2006. Safety of machinery – Electrical equipment of machines –


General requirements. Londres – Reino Unido, 2006.

______. EN 61496: 2004. Safety of machinery – Electro-sensitive protective


equipment. Londres – Reino Unido,

ISO – INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARIZATION. ISO


13855:2002. Safety of machinery. The positioning of protective equipment with
respect to the approach speeds of parts of the human body. Genebra – Suiça, 2002.

IEC – INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. IEC 60204:2006.


Safety of machinery – Electrical equipment of machines – General requirements.
Genebra – Suíça, 2006.

______. IEC 61496:2004. Safety of machinery – Electro-sensitive protective


equipment. Genebra – Suiça, 2004.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Proteção adequada em


prensas mecânicas. Brasília: MTE, nº 3, 1999. [Convenções Coletivas sobre
Segurança e Saúde]

CONVENÇÃO Coletiva sobre prevenção de acidentes em máquinas injetoras de


plástico. São Paulo. 1999.

CURSO de PPRPS. Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares.


São Paulo: INPAME/FUNDACENTRO/STIMMMESP, 2001.
130
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

CUT / INST. Cadernos de Saúde do Trabalhador. Disponível em:


<http://www.martins-internacional.com.br> / <http://www.coelba.com.br>. Acesso em:
27 mar 2006.

PRINCÍPIOS de Segurança. Disponível em: <http://castroingenium.no.sapo.pt/>.


Acesso em: 22 fev 2006.

MÁQUINA, Risco Zero... Nossa Meta. Disponível em:


<http://www.datasesmt.com.br/stimmesp/index2.htm>. Acesso em: 22 fev 2006.

PLANEJAMENTO 2001. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/sit/sst/default.htm>.


Acesso em: 22 fev 2006.

PROTEÇÃO de segurança para máquinas. Disponível em: <http://www.osha-


slc.gov/Publications/Mach_Safeguard/Chapt2.html>. Acesso em: 22 fev 2006.

PROTEÇÃO ajustável para prensas. Disponível em: <http://www.osha-


slc.gov/Publications/Mach_Safeguard/gif/mach22.gif>. Acesso em: 22 fev 2006.

SEGURANÇA e Medicina do Trabalho. São Paulo: Atlas. 2000.

VILELA, Rodolfo Andrade Gouveia. Acidentes do trabalho com máquinas;


Identificação de riscos e prevenção. São Paulo: INST/CUT, 2000.

Apresentação do curso de PPRPS / Krafix 2005.

VIEIRA DA SILVA, Clemento; RODRIGUES, Ubirajara. Segurança em primeiro


lugar. São Paulo: Prensas Jundiaí,– 1999.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. SÃO PAULO.


Fundamentos e metodologia para elaboração do programa de prevenção de riscos
em prensas e similares – PPRPS. São Paulo: SENAI/SP, 2002.

SLIDES Apoio à Vendas Hidráulica Industrial – Workshop Prensas-Sul – Junho 2005


– Segurança para prensas – Rexroth, 11.06.05.

KRUPP, Alfried. Programa de prevenção de riscos em prensas e similares – PPRPS.


São Paulo: SENAI/SP, 2003.

RODRIGUES, Ubirajara; SILVA, Clemento Vieira; Segurança em Primeiro Lugar.


São Paulo. 1ª edição.

DRT/SIMECS/STIMMEE.Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares.


Caxias do Sul, 2001

CONVENÇÂO Coletiva de Melhorias das Condições de Trabalho em Prensas e


Equipamentos Similares, Injetoras de Plástico e Tratamento Galvânico de
Superfícies nas Industrias Metalúrgicas no Estado de São Paulo, 2006

131
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Pesquisas em links disponíveis na internet:

Cursos de PPRPS – Programa de prevenção de riscos em prensas e sinmilares.


Disponível em: <http://www.inpame.org.br/cursos-pprps.htm>. Acesso em: 22 fev
2006.

ABNTNET – Pesquisa de Normas. Disponível em


<http://www.abnt.org.br/home_new.asp>. Acesso em: 22 fev 2006.

Norgren – Catálogo Completo – Válvulas de Segurança Máxima para Prensas.


Disponível em:
<http://www.norgren.com.br/produtos/valvulas_seguranca_maxima.asp>. Acesso em
22 fev 2006.

ROSS Catalogs & Service Manuals. Disponível em:


<http://www.rooscontrols.com/ross-southamerica.htm >. Acesso em: 22 fev 2006.

DRT/RS. Apresentações de Segurança em prensas e similares

Fotos : Arquivo Krafix 2006/ SENAI SP / DRT/ RS/SP/MG / FUNDACENTRO

132
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

GLOSSÁRIO

ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas.

NBR
Norma Brasileira.

NBR NM
Norma Mercosul.

ART
Anotação de Responsabilidade Técnica, emitida por profissional habilitado junto ao
CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia).

NR 01
Norma Regulamentadora nº 01 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) –
Disposições Gerais.

NR 06
Norma Regulamentadora nº 06 do MTE – Equipamento de Proteção Individual.

NR 10
Norma Regulamentadora nº 10 do MTE – Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade.

NR 11
Norma Regulamentadora nº 11 do MTE - Transporte, Movimentação, Armazenagem
e Manuseio de Materiais.

NR 12
Norma Regulamentadora nº 12 do MTE – Máquinas e Equipamentos.

NR 13
Norma Regulamentadora nº 13 do MTE – Caldeiras e Vasos de Pressão.

Forjamento
Forjamento é o nome genérico de operações de conformação mecânica efetuadas
com esforço de compressão sobre um material dúctil, de tal modo que ele tende a
assumir o contorno ou perfil da ferramenta de trabalho.

Forjamento a Morno
Processo de conformação mecânica realizado entre 450°C e 850°C.

Forjamento a Quente
Processo de conformação mecânica realizado em temperaturas acima de 850°C.

133
Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares

Bloqueio – Lockout
Forma que garanta que todas as fontes de energia sejam desligadas enquanto as
máquinas ou atividades estejam em manutenção ou qualquer outro tipo de parada
necessária.

Sinalização – Tagout
Identificar quem e qual o motivo do bloqueio de energia da máquina ou atividade.

Chave Yale
Chave seletora de posições com bloqueio por segredo, conjugada com elemento
interligado eletricamente, possuindo varias configurações conforme a necessidade.

Categorias (NBR 14153:1998)


Determinam o comportamento requerido, das partes relacionadas à segurança de
sistemas de comando, com relação à sua resistência a falhas.

134

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