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COMISSÃO INTERNA DE
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
E DE ASSÉDIO - CIPA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI
SESI/DN
Robson Braga de Andrade
Diretor
DIRETORIA DE OPERAÇÕES
Paulo Mól Junior
Diretor de Operações
COMISSÃO INTERNA DE
PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
DE ASSÉDIO - CIPA
Brasília, DF
2023
2023 SESI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SESI/DN
Unidade de Saúde e Segurança na Indústria (SSI)
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
CDU: 613.6
Sede
Setor Bancário Norte Quadra 1 – Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
7 0040-903 – Brasília – DF
Tel.: (61) 3317-9000
Fax: (61) 3317-9994
http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Diagrama de Ishikawa.......................................................................................... 40
Figura 2 – Diagrama de Ishikawa (segundo exemplo)...................................................... 40
Figura 3 – Exemplo mapa de risco (classificação de cores dos riscos).......................... 42
Figura 4 – Exemplo mapa de risco....................................................................................... 43
Figura 5 – Representação de diversos tipos de riscos em um mesmo local................ 45
Figura 6 – Representação gráfica das setas indicando os locais de determinado
risco........................................................................................................................................... 45
Figura 7 – Exemplo de mapa de riscos com indicação de setas..................................... 46
Figura 8 – Exemplo de lista de mapa de risco.................................................................... 46
Figura 9 – Ciclo do PDCA........................................................................................................ 65
Figura 10 – Requisitos para dimensionamento da CIPA.................................................. 72
Figura 11 – Quadro II da NR 05............................................................................................ 73
Figura 12 – Quadro I da NR 05............................................................................................. 73
Figura 13 – Tirinha Armandinho........................................................................................... 93
Figura 14 – Dados do painel de denúncia do 1º semestre de 2022............................... 94
Figura 15 – Fases do ciclo do relacionamento abusivo.................................................. 100
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Riscos Ambientais................................................................................................ 25
Tabela 2 – Riscos ambientais e os danos na saúde do trabalhador.............................. 26
Tabela 3 – Riscos de acidentes e seus danos à saúde do trabalhador......................... 27
Tabela 4 – Tabela de análise preliminar de risco............................................................... 41
Tabela 5 – Quantidade de funcionários com deficiência ou reabilitados por
empregados............................................................................................................................ 50
Tabela 6 – Tipos, finalidade e equipamentos indicados - EPC........................................ 69
Tabela 7 – Distribuição de carga horária por grau de risco............................................. 76
SUMÁRIO
AULA I..................................................................................................20
Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados pelo processo produtivo.........................................................................21
Objetivos e atribuições da CIPA ................................................................................................... 22
AULA II.................................................................................................28
Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do
trabalho......................................................................................................................... 29
Estudo de causas dos acidentes.................................................................................................... 30
Mapa de risco.................................................................................................................................... 41
AULA III................................................................................................48
Noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos
processos de trabalho.................................................................................................49
Aspectos legais relativos a pessoas com deficiência e reabilitados........................................50
Aspectos psicossociais..................................................................................................................... 52
AULA IV................................................................................................62
Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos
riscos.............................................................................................................................. 63
Inspeções de segurança nos ambientes de trabalho................................................................64
AULA V.................................................................................................70
Organização da cipa e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da comissão.............................................................................................71
Organização da SIPAT...................................................................................................................... 78
Reuniões da CIPA.............................................................................................................................. 79
AULA VI................................................................................................82
Prevenção e combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no
trabalho......................................................................................................................... 83
Assédio moral e violência no ambiente do trabalho................................................................. 83
Este caderno tem por objetivo ser um importante material de suporte e apoio pedagógico,
apresentando o Curso Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio - CIPA,
possibilitando uma organização de estudo por meio dos conteúdos aqui apresentados.
O presente curso foi pensado a partir da necessidade de se educar para a prática de Segurança do Trabalho
por meio de uma CIPA ativa e articulada, cujo objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho, de modo a promover a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Para tanto, o curso de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio - CIPA, é obrigatório
para os membros da CIPA (efetivos e designados), contemplando conteúdo programático obrigatório
em treinamento para cipeiros de acordo com a Norma regulamentadora Nº 05 (NR 05).
O curso agregará aos membros da CIPA conhecimentos básicos acerca da NR 05, possibilitando a
aplicação destes conhecimentos para a prevenção de acidentes, colaborando para com a empresa e
seus trabalhadores, preservando a saúde e vida do trabalhador, diminuindo riscos, melhorando o clima
organizacional, fortalecendo a imagem da empresa e diminuindo gastos com afastamentos, dentre outros.
Capacitar o trabalhador designado ou eleito para execução de suas atribuições como membro da
CIPA, contribuindo com a preservação da saúde e segurança de todos os funcionários;
É fundamental que você, aluno, dedique tempo de estudo complementar para que haja pleno
aproveitamento das atividades desenvolvidas.
1. AULA I
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• Identificar riscos ambientais (agentes físicos, químicos e biológicos) bem como agentes er-
gonômicos e mecânicos.
• Estudo do Ambiente, das Condições de Trabalho, bem como dos Riscos Originados pelo
Processo Produtivo.
b. registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da
NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha,
sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medi-
cina do Trabalho - SESMT, onde houver;
c. verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que possam tra-
zer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
f. acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da NR-1 e
propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados;
i. promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Preven-
ção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA; e
j. incluir temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas de vio-
lência no trabalho nas suas atividades e práticas.
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Co-
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Representantes do empregador
• Efetivos (titulares)
• Suplentes
Empregados da empresa que são eleitos por voto secreto pelos empregados para representá-los na
comissão.
• Efetivos (titulares)
• Suplentes
• Vice-presidente
Secretário
Será indicado um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste
caso necessária a concordância do empregador.
• Secretários
• Substituto
• indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para me-
lhoria das condições de trabalho;
Cabe ao Vice-Presidente:
• substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários.
• preparar as correspondências; e
Os riscos ambientais provocam danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, quando ul-
trapassados seus limites de concentração, intensidade e/ou tempo de exposição. O Quadro 2, abaixo,
mostra alguns efeitos de danos à saúde.
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Névoas, Neblina, Gases, Vapores ou Produtos Químicos Irritantes: Irritação das vias aéreas superiores. Ácido
em Geral Clorídrico, Soda Cáustica, Ácido Sulfúrico, etc.
• Alterações do sono, libido, da vida social com reflexos na saúde e no comportamento, acidentes,
problemas na coluna vertebral;
• Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos exis-
tentes na empresa.
No passado, era comum atribuir as causas de acidentes a apenas dois fatores: os atos inseguros e as
condições inseguras. Entretanto, este conceito mudou consideravelmente.
O primeiro termo “ato inseguro” foi revogado das principais legislações, por entender-se que ele
induzia a uma conclusão equivocada, pois atribuía a culpa do acidente ao acidentado.
• Condições inseguras.
• Fatores pessoais.
Condições inseguras
Condições inseguras são as condições nos locais de serviço que colocam em risco a integridade física e/
ou a saúde dos trabalhadores. Elas são associadas a falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência
de dispositivos de segurança e a própria segurança das instalações e equipamentos. Exemplos:
• Piso irregular;
• Escadas inadequadas;
• Falta de sinalização;
• Ferramentas defeituosas;
Fatores pessoais
As características psicológicas e mentais que a pessoa está vivendo, no momento, podem desencadear
ocorrências de acidentes de trabalho com consequências preocupantes.
Nesse sentido, o estado emocional do trabalhador pode interferir em suas tarefas fazendo com que
ele se sinta triste, preocupado, eufórico, desatento, etc.
Exemplos:
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• Doloso: com intenção, por sabotagem, como por exemplo uma ofensa física.
Objetivo da investigação
• Identificação da rede de fatores de risco, cuja interação levou ao evento, sobretudo aqueles
mais preliminares, relacionados a aspectos organizacionais e gerenciais do sistema em questão;
• A investigação busca prevenir acidentes de trabalho e suas causas, cujas interações levam ao
evento, das medidas de controle e do gerenciamento dos riscos que possam contribuir para
que não se repita.
• Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas
das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
Para investigar um acidente de trabalho é preciso saber como é o funcionamento de cada função
desenvolvida pelo trabalhador acidentado. Além disso, quais e como eram as atividades que ele reali-
zava, os movimentos necessários para se locomover, locais por onde se locomovia, dentre outros que
sejam pertinentes ao local do acidente e às funções dos demais envolvidos. Ademais, é indispensável
a participação dos chefes do setor e, se possível, de membros da CIPA na investigação.
O ambiente
Se possível, cabe ao responsável pela CIPA e demais gestores/chefes de setor, impedirem a entrada de
outras pessoas no local do acidente. Logo, ser o primeiro a adentrar ao local lhe garantirá um ambiente
livre de alterações e isso contribuirá com o entendimento do que saiu errado e provocou o acidente.
Outrossim, é essencial que se faça o registro de todos os detalhes que forem considerados importantes.
Entrevista
Além do isolamento do local do acidente, faz-se necessário entrevistar os envolvidos, caso existam.
Para tanto, seguem, abaixo, algumas sugestões:
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• Informe ao entrevistado o objetivo da conversa, salientando que não quer encontrar pessoas
para punir, e sim descobrir o que saiu errado para evitar que aconteçam acidentes semelhan-
tes. Por isso evite apontar falhas humanas na investigação;
• Se necessário vá com a testemunha ao lugar do acidente, isso pode trazer mais lembranças de
detalhes do acidente, como a posição onde a testemunha estava, a posição da vítima, os movi-
mentos que deram origem ao acidente.
Exames Médicos
• O relatório do acidente deve ser pequeno com texto de fácil compreensão e sem termos
técnicos;
• Descreva o agente causador do acidente em detalhes, quanto mais detalhes, maiores as chan-
ces de descobrir a causa;
• Quantidade de envolvidos;
• Depoimento de testemunhas;
• Quantas horas de jornada já tinham sido cumpridas no dia do acidente; esse item é importante
porque pode mostrar que o acidente ocorreu por causa de exaustão física no caso de jornadas
muito longas;
Como esclarecido, acima, o objetivo da investigação de acidente de trabalho não é encontrar cul-
pados, mas sim, evitar que novos acidentes ocorram da mesma forma. Por isso evite apontar falhas
humanas na investigação, por exemplo “o funcionário se acidentou por que cometeu um ‘ato inseguro’
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
na tarefa que realizava”, não leva a nenhuma causa do acidente e não deve ser considerada.
Atenção
A investigação de acidente não deve ser realizada por indivíduo sozinho.
A investigação de um acidente só deve acontecer quando o local da ocorrência estiver fora de qualquer risco!
• Apenas registre o local do acidente com prévia autorização da gerência para tal.
• Ao tirar fotos ou filmar o ambiente, certifique-se para a foto esteja datada e com hora do regis-
tro. Além disso, atente-se a maneira de registrar as informações.
• Evite ao máximo mover objetos da cena do acidente antes de registrar fotos ou filmagens para
não comprometer a integridade das condições do ambiente.
• É terminantemente proibida a divulgação de fotos e vídeos do acidente sem que haja a autori-
zação da empresa.
• Um questionário com perguntas predefinidas deve ser elaborado pelo setor competente da
empresa, por exemplo, o SESMT.
• Quando possível realize a entrevista com a vítima e com testemunhas o quanto antes.
• Apenas registre a entrevista se for autorizado, de modo a não intimidar vítimas ou testemunhas.
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• Não induza conclusões ou culpados, nem faça comentários ofensivos e acusatórios sobre a
ocorrência.
• É proibida a divulgação das entrevistas sem que haja autorização para tal.
• Metodologia “5W2H”.
Uma vez que o problema/acidente é definido, são feitas 5 perguntas até que sua verdadeira causa
seja encontrada. O número cinco, especificamente, não é o que importa. O importante é continuar
perguntando até que a causa raiz seja identificada e eliminada.
A prática de se perguntar “por quê?” repetidamente sempre que se encontra um problema, é utilizada
a fim de ir além dos sintomas óbvios, para que se descubra a causa raiz.
Para melhor ilustrar essa prática, Taiichi Ohno (1988) cita como exemplo uma máquina que parou de
funcionar:
2. Por que houve uma sobrecarga? R: O rolamento não foi lubrificado como deveria.
3. Por que não foi devidamente lubrificado? R: Porque a bomba lubrificadora não estava bombe-
ando o suficiente.
4. Por que a bomba não estava bombeando o suficiente? R: O eixo da bomba estava danificado e
fazia barulho.
5. Por que o eixo estava danificado? R: Porque não havia proteção e cavacos acumulavam-se na
bomba.
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
"o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba-
lho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou tempo-
rária, da capacidade para trabalhar".
Nos incisos do art. 20 da mesma Lei nº 8.213/91 também se equipara aos acidentes típicos as doenças
profissionais e as doenças do trabalho.
Doença profissional
Exemplos:
• Tendinite em digitadores.
Doença do trabalho
Exemplos:
• Perda da audição por trabalhar em ambientes com nível de ruído acima do limite de tolerância
estabelecidos por norma.
I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou
produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
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b. ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
IV. O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcio-
nar proveito;
c. em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de
seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomo-
ção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d. no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Acidente de trabalho
A fonte de dados estatísticos mais fidedigna sobre acidentes de trabalho no Brasil é o Anuário Esta-
tístico da Previdência Social (AEPS), que concentra informações sobre concessão de benefícios, aten-
dimento de segurados, perícias pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre outros. Em sua
seção IV, há uma relação dos dados acidentários ocorridos no período analisado.
Os dados fazem parte do Sistema Único de Benefícios (SUB) e do Sistema de Comunicação de Acidente
do Trabalho (CAT), sistema desenvolvido pela DATAPREV para processar e armazenar as informações
dos acidentes comunicados nas Agências da Previdência Social ou pela internet.
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
A CAT deve ser emitida em caso de acidente de trabalho, trajeto ou doença do trabalho, mesmo que
não haja afastamento. A empresa tem um prazo para sua emissão de até 1 dia útil após o acidente.
Lembre-se
A comunicação de acidente está amparada pela Lei nº 8.213/91 Art. 22.
A empresa que omitir acidente ou negligenciar a emissão de uma CAT estará sujeita à aplicação de multa,
conforme disposto nos artigos 286 e 336 do Decreto nº 3.048/1999.
A CAT pode ser emitida online pela página no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, ou por for-
mulário preenchido em alguma unidade do INSS. Ao ser concluída a CAT será emitida em 4 vias sendo:
• 1ª via ao INSS;
• 4ª via à empresa.
Perigo
Perigo ou fator de risco ocupacional/Perigo ou fonte de risco ocupacional: Fonte com o potencial
de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem
o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.
Risco
Risco ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por
um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade
dessa lesão ou agravo à saúde.
Perigo x risco
Exemplo: um leão é um animal naturalmente perigoso, entretanto o risco de uma pessoa ser atacada
por um leão depende de ao menos uma condição que é se expor a este animal. portanto, o risco é
probabilidade de exposição a algo potencialmente perigoso.
Diagrama de Ishikawa
É uma técnica muito simples e largamente utilizada, que mostra a relação entre um efeito e as possí-
veis causas que podem estar contribuindo para que ele ocorra.
Esse diagrama, com aparência de uma espinha de peixe, foi idealizado em 1943 no Japão, pelo profes-
sor da Universidade de Tóquio, Kaoru Ishikawa, com a finalidade de organizar e classificar problemas
de qualidade da produção, discutidos pelos engenheiros de uma fábrica. É a representação gráfica das
causas de um fenômeno.
oportunidade);
Agentes Ambiente
Materiais de trabalho
Ferramentas Ordenação
Substâncias perigosas Iluminação
Objetos Limpeza
Instalações Ruído
Máquinas
Risco de
Conhecimento acidente
Aptidão Sistema de comunicações
Habilidades Formação
Atitudes Métodos e procedimentos
Características Organização
A APR é um procedimento de análise de simples aplicação que pode ser representado por uma pla-
nilha, cujo conteúdo deverá estimar os riscos presentes ou que possam ocorrer em um ambiente
laboral.
Identificação:
Subsistema: Projetista:
Por fim, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio - CIPA, é responsável por elaborar
uma das ferramentas mais importante da empresa que é o mapa de risco, é fundamental que todos os
colaboradores acompanhem e participem desse levantamento dos locais de trabalho para um melhor
mapeamento dos riscos de cada setor, podendo utilizar a planta baixa da empresa, sendo ela comple-
ta ou setorial, com assessoria do SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho, quando este existir.
Legislação
No Brasil, o mapa de risco foi regulamentado pela Portaria nº 05, de 20/08/92 do Ministério do Traba-
lho e Emprego-MTE, e Portarias nº 25 de 29/12/94 do MTE a qual incluiu a sua metodologia. Essas le-
gislações tornaram sua elaboração obrigatória pelas NR 05 - CIPA, em todas as instituições brasileiras.
Para elaborar o mapeamento dos riscos, precisamos conhecer cada grupo de risco. A norma considera
como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos , além de riscos ergonômicos e riscos
de acidentes, existentes nos locais de trabalho e que venham a causar danos à saúde dos trabalhadores.
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Representação gráfica
• Os riscos serão representados por círculos de tamanhos e cores diferentes que devem ser apos-
tos sobre a planta (layout) do local analisado;
• O tamanho do círculo indicará se o risco é grande, médio ou pequeno (quanto maior for o cír-
culo, maior o risco);
• Para cada tipo de risco os círculos serão representados por uma cor diferente, de acordo com o
grupo de risco ambiental a qual pertence, conforme segue:
RISCO GRANDE
Cor Vermelha (risco químico) – Risco Grande (produ-
tos químicos)
RISCO PEQUENO
Cor Azul (risco de acidente) - Risco Pequeno (gás de
cozinha)
LAYOUT
O primeiro passo é ter o Layout da empresa.
Caso ele não esteja disponível, o elaborador poderá utilizar da sua imaginação, observação e da per-
cepção do ambiente para representá-lo o mais próximo possível da realidade.
Círculos
A intensidade dos riscos no ambiente de trabalho é representada por meio de círculos. Se o risco é
grande o círculo deve ser grande, se o risco for médio o círculo será médio, se o risco for pequeno o
círculo será pequeno.
Os riscos são definidos de acordo com a percepção de risco dos trabalhadores, da CIPA e do SESMT,
quando houver.
RISCO
RISCO
PEQUENO RISCO
MÉDIO
GRANDE
• Risco médio: Quando as condições agressivas dos agentes estiverem abaixo dos limites
toleráveis para as pessoas, mas causem desconforto, com ou sem uso de proteção indi-
vidual ou coletiva.
Se o local analisado tiver muitos riscos você poderá organizá-los dentro de um círculo utilizando
modelo geométrico no formato de uma pizza.
É uma questão pessoal do elaborador e da CIPA ou SESMT (quem elaborar o mapa) se fará, por exem-
plo, três círculos grandes, cada qual para um risco encontrado no ambiente, ou se usará um círculo
grande repartido em três pedaços como se fosse uma pizza.
Setas
Se o local analisado for grande você poderá utilizar setas, indicando os locais para os determinados riscos.
Por fim os riscos identificados devem ser listados e organizados. Sugere-se que seja fixada uma lista
resumida dos principais e mais importantes riscos em locais de grande circulação de trabalhadores.
Classificação
Relação dos riscos identificados
no ambiente de trabalho Pequeno Médio Grande
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O mapa de risco até o momento não possui validade. Porém sua revisão é necessária a cada nova ges-
tão da CIPA ou quando houver mudanças no layout, equipamentos e processo de produção.
• Noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos processos de trabalho.
Em 1991, as pessoas com deficiência e reabilitadas alcançaram uma grande conquista na garantia do
trabalho e da renda.
Neste ano foi promulgada no Brasil a Lei 8.213/91, que em seu artigo 93, estabelece a obrigatoriedade
de as empresas com 100 (cem) ou mais empregados, preencherem uma parcela de seus cargos com
pessoas com deficiência ou reabilitados.A Lei ficou popularmente conhecida como Lei de Cotas.
De 201 a 500 3%
De 501 a 1000 4%
De 1001 em diante 5%
Em casos de frações o número deve ser arredondado para cima dando lugar a mais um trabalhador!
Nota
É importante reiterar que para fixar o percentual dos cargos a serem preenchidos, deve ser utilizado o
número de empregados da empresa em sua totalidade. Portanto empresas com mais de um estabelecimento
deve considerar a soma de seus estabelecimentos em todo território nacional (art. 10, § 1º, da Instrução
Normativa nº 20/01).
No Brasil, o Decreto 3.956 de 8 de outubro de 2001, conceitua a deficiência para fins de proteção legal
é qualquer limitação física, mental, sensorial ou múltipla, que incapacite a pessoa para o exercício de
atividades normais da vida e que, em razão dessa incapacitação, a pessoa tenha dificuldades de inser-
ção social.
• Deficiência auditiva
• Deficiência visual
• Deficiência mental
• Deficiência múltipla
Pessoas reabilitadas, são aquelas que se submeteram a programas oficiais de recuperação da ati-
vidade laboral, perdida em decorrência de infortúnio (um acidente do trabalho por exemplo).
A reabilitação auxilia a pessoa a tornar-se novamente capaz de desempenhar suas funções ou outras
diferentes das que exercia, adequadas e compatíveis com a sua limitação.
De modo a evitar falsas interpretações, fraudes ou mesmo equívocos, a condição de pessoa com defi-
ciência é comprovada por meio de Laudo Médico.
É aquela pessoa com deficiência, que independente de processo de habilitação ou reabilitação profis-
sional, esteja capacitada para o exercício de alguma função.
Segundo o Decreto nº 3.298/99, a habilitação, como as demais políticas visando à plena integração das
pessoas com deficiência, pressupõe o desenvolvimento de ações conjuntas do Estado e da socieda-
de. Portanto, todos temos uma parcela de responsabilidade, auxiliando na inserção de pessoas com
deficiência e reabilitadas no ambiente de trabalho!
Deficiências
Uma deficiência pode ser adquirida ou inata. As primeiras são causadas essencialmente por traumas.
As causas externas – e pelo envelhecimento da população.
Entende-se por causas externas, acidentes e violências, incluindo acidentes de trânsito, quedas, afoga-
mentos, fumaça, fogo e chamas, envenenamentos e intoxicações, suicídio, agressões, eventos indeter-
minados, intervenções legais, dentre outras.
O primeiro refere-se à dificuldade em realizar atividades consideradas normais, devido à falta e/ou
mau funcionamento de um órgão ou sistema. O segundo é a desvantagem gerada pela primeira, den-
tro da coletividade.
Cabe à sociedade prover, por meio de políticas públicas, as condições necessárias para que os desi-
guais tenham as mesmas possibilidades de viver com qualidade e dignidade
CUIDADOS BIOPSICOSSOCIAIS
A OMS lembra ainda que as organizações têm responsabilidade de apoiar indivíduos com transtornos
mentais no ambiente de trabalho tanto para continuar como para retornar às atividades.
Muitas iniciativas podem ajudar indivíduos com transtornos mentais, como a flexibilidade da jornada
de trabalho, a mudança dos fluxos de trabalho, o enfrentamento de dinâmicas negativas do ambiente
e a comunicação sobre apoio confidencial podem ajudar pessoas com transtornos mentais a continu-
ar ou retornar ao trabalho.
• E Lembre-se: Você não é um super-herói. Reconheça seus limites e viva a vida intensamente!
ACESSIBILIDADE E ERGONOMIA
Em geral, os ambientes de trabalho são projetados para atender ao conforto físico de um padrão mé-
dio de pessoas.
Isto significa que as alturas de mesas, cadeiras, bancadas de trabalho, corrimãos, bem como as largu-
ras de corredores, portas, acessos de máquinas entre outros, são desenhados considerando dimen-
sões corporais médias para mulheres e homens. Portanto, qualquer indivíduo que não se encaixe
neste padrão, poderá ter dificuldades na utilização dos espaços e equipamentos.
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
A situação se amplia ainda mais se considerarmos além de dimensões físicas, as diferenças sensoriais, en-
tre as pessoas. Por exemplo, quem possui alguma deficiência visual, fonoauditiva, motora, cerebral entre
outras. Ficando sob responsabilidade do indivíduo compensar sua deficiência para adequar ao padrão.
Porém este conceito de a pessoa se adequar ao ambiente de trabalho, vem sendo substituído pela
lógica inversa, os AMBIENTES E OBJETOS DE TRABALHO DEVEM ESTAR ADAPTADOS ÀS PESSOAS,
independente de suas diferenças físicas.
Este assunto é objeto de estudo da ERGONOMIA. Área do conhecimento que entre outros assuntos,
busca adequar, adaptar e modelar, os ambientes, as rotinas e os processos de trabalho às nossas
necessidades e características pessoais. Esta medida contribui com a diminuição da probabilidade de
acidentes e de doenças do trabalho.
A ergonomia é tão importante que algumas ocasiões é necessária a elaboração de uma ANÁLISE ER-
GONÔMICA DO TRABALHO – AET, para investigar em detalhes as rotinas e os postos de trabalho dos
cargos, funções e setores da empresa. Os critérios para elaboração desta análise estão descritos na
Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17).
Este é um tema com ainda mais importância se considerarmos a adequação de espaços para pessoas
com deficiência e reabilitados.
Muitas empresas, por não conseguirem adequar devidamente seus ambientes de trabalho para este públi-
co, acabam por limitar suas oportunidades de trabalho e favorecendo um ambiente propenso a acidentes.
Por exemplo, é comum a associação de deficientes auditivos com trabalhos em almoxarifados, dos
deficientes visuais com serviços de telefonia e os deficientes físicos com o teleatendimento.
Estas correlações restringem as potencialidades das pessoas com deficiência e reabilitadas poderiam
desenvolver no trabalho se os postos fossem devidamente adaptados.
A CIPA pode auxiliar a empresa identificando possibilidades de melhorias nos ambientes de trabalho
de pessoas com deficiência e reabilitados, com o intuito de prevenir a ocorrência de acidentes e doen-
ças do trabalho e ajudando a criar ambientes mais inclusivos.
Para tanto vamos verificar três hipóteses de ambientes de trabalho e verificar como estes ambientes
podem ser melhorados para atender a todos.
Para o ambiente de trabalho é importante garantir que as pessoas consigam usar os objetos de
trabalho sem dificuldades. A disposição dos materiais das mesas e cadeiras e demais mobiliários deve
garantir uma boa circulação em seu entorno, especialmente de cadeirantes.
As mesas de trabalho devem ter tamanho suficiente para comportar os objetos necessários para o
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As cadeiras devem ter altura e encosto para as costas reguláveis e possibilitar o giro no seu próprio
eixo. Os braços podem ficar apoiados sobre a mesa ou no descansa braços da cadeira, que também
devem ser reguláveis e preferivelmente confeccionados em material macio.
Para os computadores, é recomendável que periféricos como mouse e teclado sejam independentes
do monitor e possibilitem regulagem de inclinação, quando necessário utilizar suportes especiais, ou
mesmo periféricos adaptados para pessoas com deficiência. O monitor deve possibilitar o ajuste de
contraste e brilho estar posicionado de modo que favoreça o conforto visual do usuário evitando ex-
cesso de giro do pescoço.
Não podemos esquecer dos aplicativos e softwares dos computadores que facilitem a utilização,
alguns deles possibilitando reconhecimento facial, biométrico, acionamento por voz, pelos olhos, sin-
tetizadores de voz (narração).
As condições ambientais também são muito importantes, a iluminação deve ser adequada e sufi-
ciente, quando possível favorecer a iluminação natural durante o dia. É sempre recomendável que
o local deve ser climatizado, com pouco ruído e sem excesso de divisórias para favorecer o contato
visual entre as pessoas.
As indústrias dispõe de processos produtivos e postos de trabalhos muito variados, porém podemos
listar algumas características que diferem do ambiente de escritórios mencionados anteriormente:
• A segurança e a saúde devem ser consideradas sempre prioritárias, devido uma maior concentra-
ção de fatores de risco nos ambientes, portanto quando não for possível mitigar o risco por outros
meios a utilização de EPI nunca deve ser negligenciada, mesmo que cause desconforto no uso.
Sempre que as condições físicas da pessoa e também a tarefa permitirem, é importante realizar a al-
ternância de postura em pé e sentado. A permanência por longos períodos em apenas umas destas
posturas favorece a fadiga corporal. A postura sentada é preferida para tarefas de precisão e atenção,
enquanto a postura em pé é mais indicada para tarefas que exijam movimentação e uso de força.
É importante favorecer uma boa postura de trabalho, que possibilitem ao trabalhador olhar para fren-
te, evitando torcer o tronco ou pescoço excessivamente. É importante reduzir ao máximo a necessidade
56
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
de transporte manual de cargas, e caso seja indispensável, que as cargas sejam as mais leves possíveis.
Bem como mencionado no ambiente anterior, as condições ambientais são muito fundamentais, e
no caso de ambientes industriais estão diretamente relacionados com o aumento da probabilidade
de acidentes ou doenças do trabalho. A iluminação, temperatura e o ruído devem permanecer dentro
dos padrões descritos nos programas legais da empresa. O ruído em especial é o principal fator de
risco identificado nas indústrias e em geral necessitam da utilização de EPI para atenuá-lo.
Em 19 de dezembro de 2000, foi promulgada a Lei Nº 10.098, conhecida como Lei da Acessibilidade,
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portado-
ras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Como instrumento de referência para o atendimento desta Lei, foi publicada em 2015 a primeira versão
da Norma Brasileira – NBR 9050, que estabelece critérios e parâmetros técnicos de dimensionamento para
projeto, construção, instalação e adaptação de edificações para atender ao critério de acessibilidade.
A NBR 9050 é atualizada e ampliada periodicamente e conta com mais de 150 páginas de conteúdo
sobre adequação de ambientes para acessibilidade. Alguns dos itens mencionados, que são impres-
cindíveis constar nas edificações.
• Pensão por morte: É um benefício pago a família do trabalhador falecido, segurado pela
Previdência Social (art. 74 da Lei 8.213/1991). Para concessão de pensão por morte não
há tempo mínimo de contribuição para a Previdência. Se o óbito ocorrer após a perda
da qualidade de segurado, os dependentes terão direito a pensão desde que o trabalha-
dor falecido tenha cumprido os requisitos para obtenção de aposentadoria paga pela
Previdência Social, até o dia de sua morte. Com as novas regras, o valor da pensão será
reduzido e os dependentes que já recebem algum tipo de benefício permanente do INSS,
não terão o direito de receber a pensão por morte integral;
Constituição federal
A Constituição Federal de 1988 legislação maior no território brasileiro contempla os trabalhadores
em todo o seu Art. 7º, onde aqui destacamos os capítulos XXII, XXIII e XXVIII:
58
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a inde-
nização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Ministério do trabalho
Originalmente criado em novembro de 1930, pelo então governo provisório de Getúlio Vargas, sendo
indicado para o cargo de primeiro Ministro do Trabalho, o então Deputado Federal, Lindolfo Collor.
Somente a partir da criação do MTb, as efetivas atividades fiscalizatórias dos ambientes de trabalho
passaram a ter maior amparo.
Dentre os vários atos constitucionais que vieram após a criação do MTb podemos destacar a cria-
ção da Carteira de Trabalho e Previdência Social, originalmente Carteira Profissional, pelo Decreto nº
21.175, de 21 de março de 1932.
A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT foi instituída em 1° de maio de 1943 pelo decreto Lei nº
5.452, sob o governo do então presidente Getúlio Vargas. O objetivo da CLT, como o próprio nome já
sugere era “consolidar”, ou seja, unificar as várias normas trabalhistas existentes até aquela data.
Ao longo dos anos a CLT continua sendo aprimorada e atualizada. Como complemento e detalha-
mento das regras de segurança e saúde do trabalho intencionadas na CLT foram criadas as Normas
Regulamentadoras – NR, que trataremos adiante.
Normas regulamentadoras - NR
São o conjunto de normas com importância de Lei cuja elaboração é prevista na CLT. Publicadas inicial-
mente em 1978 e atualizadas periodicamente desde então, de modo a se adequar aos novos métodos
produtivos. São elas as responsáveis por determinar os critérios a serem atendidos para alcançar as
melhores condições de saúde e segurança do trabalho nos ambientes laborais.
II. as medidas de controle adotadas pela empresa para reduzir ou eliminar tais riscos;
c. elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos trabalhadores;
d. permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais
e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;
e. determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relaciona-
da ao trabalho, incluindo a análise de suas causas;
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção
coletiva;
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas
ou de organização do trabalho; e
• Deveres do empregado;
• Deveres do empregador;
60
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Este documento deve ser lido e analisado com calma e todas as dúvidas do trabalhador devem ser sanadas.
Caso houver a necessidade de uso dos equipamentos de proteção individual – EPI, o momento da apli-
cação da Ordem de serviço, também pode ser utilizado para orientação do trabalhador sobre a correta
utilização, uso, guarda e conservação dos equipamentos.
As ordens de serviços precisam ser assinadas pelo trabalhador em duas vias de igual teor, sendo uma
via do empregador e uma do empregado e devem ser guardadas e arquivadas na pasta do trabalha-
dor para fins de fiscalizações.
Cabe ao trabalhador
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção
coletiva;
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas
ou de organização do trabalho; e
De rotina
São inspeções normalmente efetuadas pelos membros da CIPA e que visam, acima de tudo, observar
e evitar a criação de riscos conhecidos, tais como: arrumações perigosas (disposição de mobiliário/
equipamentos), defeitos em equipamentos, carpetes descolados, utilização de extensões (adaptado-
res “tês”), atitudes perigosas dos funcionários, etc.
Periódicas
São inspeções realizadas por meio de intervalos regulares/constantes, principalmente para descobrir
riscos já previstos, que podem caracterizar-se por desgastes, esforços e outras agressividades a que
estão sujeitos móveis, máquinas, ferramentas, etc.
Especiais
São inspeções geralmente realizadas por técnico/especialistas em Segurança do Trabalho, nas quais
são utilizados equipamentos especiais para monitoramento de agentes físicos e/ou químicos. Ex.:
bomba para amostragem de gases, decibelímetro, termômetro, medidor de vibração, dosímetro, etc.
• Coleta de informações;
Uma das ferramentas mais importantes para a atuação da CIPA é a manutenção de verificações
regulares nos locais de trabalho. Para a verificação de segurança podemos utilizar o ciclo PDCA.
O ciclo PDCA é um método interativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria
contínua de processos e produtos. PDCA significa P (PLAN= Planejar), D (DO= Fazer), C (CHECK= Verifi-
car), A (ACT= agir), esta ferramenta tem a função de garantir que a empresa organize os seus processos
e produtos.
ACT
AGIR
PLAN
PLANEJAR
CHECK
CHECAR
DO
FAZER
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção
coletiva;
66
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas
ou de organização do trabalho;
Para uma melhor compreensão, segue, abaixo, a hierarquia que deverá ser seguida para que se possa
eliminar ou minimizar os riscos:
• Eliminar um produto químico que pode ser substituído por um menos agressivo;
• Substituir uma máquina ruidosa por uma que gere menos ruído;
O que se deve analisar no item, acima, é se realmente o produto e/ou essa máquina são essenciais para
o processo produtivo da empresa. Caso não sejam, cabe aos responsáveis por essa análise orientarem
ou informarem da importância de uma possível substituição ou eliminação do agente causador de
risco ao trabalho.
Por exemplo: em um determinado processo foi utilizado um produto corrosivo para limpar o verniz e
as tintas que ficavam impregnados nos cilindros das máquinas, porém, após um teste ser realizado,
foi descoberto que o produto misturado com água na proporção de 50% de água e 50% do produto,
tinha o mesmo efeito de limpeza e era menos corrosivo.
• Enclausurar equipamentos;
• Sistemas de ventilação.
Sempre que um processo/procedimento de trabalho for essencial à empresa, mas este gerar algum
tipo de risco à segurança e saúde do trabalhador será necessário a elaboração de uma projeto de
engenharia, visando a proteção das pessoas.
• Elaborar APR;
• Treinamentos e conscientização;
67
• Rodízio de trabalho.
Rodízio: deve-se ter uma atenção especial a esse item, pois ele depende e é influenciado pelo compor-
tamento humano, apesar de toda identificação e conscientização ainda haverá probabilidade de erros.
Fornecer o EPI é assumir que o risco existe , porém está sob controle, ou mesmo minimizado. As
prioridades serão sempre as demais formas de controle do risco, entretanto, não sendo possível apli-
cá-las, ou enquanto elas ainda não estiverem em funcionamento, deve haver fornecimento de EPI.
Sendo o EPI o método menos eficaz de controle de risco é importante conhece-lo melhor e entender a
maneira correta de utilizá-lo. Portanto vamos continuar seu estudo.
Os Equipamentos Conjugados de Proteção Individual, são compostos por vários dispositivos, que o
fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que
ofereçam riscos à segurança e à saúde no trabalho.
O EPI deverá apresentar em caracteres bem visíveis e indeléveis, a empresa fabricante, o lote de
fabricação e o número do CA, ou nome do importador.
Responsabilidades do empregador
h. registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009).
Responsabilidades do empregado
• cancelar o CA.
O QUE É O EPC?
Considera-se Equipamento de Proteção Coletiva - EPC todo dispositivo de uso coletivo, destinado a
proteger a saúde e a integridade física de um ou mais trabalhadores, que estão expostos ao mesmo
risco no ambiente de trabalho.
69
• Organizar a SIPAT.
• 1º Verificar o CNAE - Código Nacional de Atividade Econômica, uma empresa pode ter vários
CNAE, deve-se escolher o que representa a atividade principal da empresa.
A empresa “XX” possui 101 empregados, cuja atividade econômica é a fabricação de sorvetes e outros
gelados comestíveis, enquadrada no CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas com Nº
1053-8.
1º Passo
2º Passo
Acima de
GRAU Nº DE 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 10.000 para
DE INTEGRANTES a a a a a a a a a a a a a cada grupo
RISCO* DA CIPA 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 de 2.500
acrescentar
Efetivo 1 1 1 1 2 4 5 6 8 1
1
Suplente 1 1 1 1 2 3 4 5 6 1
Efetivo 1 1 2 2 3 4 5 6 8 10 1
2
Suplente 1 1 1 1 2 3 4 5 6 8 1
Efetivo 1 1 2 2 2 3 4 5 6 8 10 12 2
3
Suplente 1 1 1 1 1 2 2 4 4 6 8 8 2
Efetivo 1 2 3 3 4 4 4 5 6 9 11 13 2
4
Suplente 1 1 2 2 2 2 3 4 5 7 8 10 2
Neste caso a CIPA deve ser constituída por seis membros, sendo quatro efetivos e dois suplentes, re-
presentantes dos empregados, conforme sinalizado no Quadro II. Vale destacar que este quantitativo
se refere aos representantes dos empregados, porém como a CIPA deverá ter uma representatividade
por igual tanto para o empregador como para os empregados, o empregador indicará seus repre-
sentantes na mesma proporção dos empregados. Portanto, a CIPA será composta por seis membros
efetivos (titulares), três membros representam o empregador e três membros representam os empre-
gados. A mesma proporção serve para os suplentes. Os suplentes, cujo quantitativo está estabelecido
no Quadro I, são aqueles eleitos com número de votos imediatamente inferior aos titulares.
A legislação não estabelece a quantidade de membros para a CE, ficando a critério do presidente e do
vice-presidente quando houver CIPA; quando não houver, ficará a critério da empresa.
Desse modo, a eleição é legitimada, pois deixa a situação transparente e garante aos candidatos que
o pleito será disputado e fiscalizado.
Edital de eleição
Deve ser publicado e divulgado em locais de fácil acesso e visualização, de forma que a maioria dos
trabalhadores tome conhecimento do processo de eleição. A empresa tem um prazo mínimo de 45
dias, antes de se finalizar o mandato em curso para publicar o edital.
Lembre-se
• Conforme destacado anteriormente, as inscrições devem ser livres e com fornecimento de com-
provante, que deve conter a data da efetivação do ato e a assinatura de quem as recebeu.
75
• Após o encerramento das inscrições, a comissão eleitoral deverá dar ampla divulgação dos can-
didatos eleitos.
• O período entre a divulgação dos candidatos inscritos e a realização da eleição deve ser preservado
para que os candidatos possam realizar sua campanha eleitoral; o prazo é de, no mínimo, 15 dias.
A eleição
Deve ser realizada: no prazo mínimo de 30 dias antes de ser finalizado o mandato em curso; em dia
normal de trabalho; em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados, respeitan-
do os horários de turnos.
A eleição pode ser realizada por meios eletrônicos, lembrando que estes deverão manter a inviolabili-
dade do voto, garantindo a vontade manifesta do votante e a posterior avaliação das informações, que
devem ser guardadas, de forma acessível à fiscalização do trabalho, pelo período mínimo de cinco anos.
Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.
Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem de-
crescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.
Os eleitos tomarão posse no primeiro dia útil após o fim do mandato da CIPA anterior; caso seja a
primeira eleição da CIPA, os eleitos serão empossados imediatamente.
Anulação da eleição
As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocoladas na unidade descentralizada da Se-
cretaria do Trabalho, até 30 dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) terá um prazo de 60 (sessenta) dias para
analisar os fatos das denúncias de irregularidades, podendo solicitar a anulação da eleição ou a corre-
ção das irregularidades.
Caso a eleição seja anulada, a empresa terá que convocar nova eleição no prazo de cinco dias, a contar
da data de ciência, garantindo as inscrições realizadas anteriormente.
76
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Serão reabertos todos os prazos anteriormente definidos, observando novamente todas as regras
estabelecidas na lei.
Caso a anulação da eleição ocorra antes da posse dos membros da CIPA, o mandato anterior deverá
ser prorrogado até o término do processo eleitoral.
O treinamento deverá ser repetido quando o trabalhador for novamente indicado ou reeleito, mes-
mo quando o indicado ou eleito já houver feito o curso anteriormente em outro estabelecimento.
Todos os inscritos têm garantia de emprego até o final da apuração da eleição, não podendo haver
demissão sem justa causa durante este período. Após a votação, caso o inscrito não seja eleito, fica
liberada sua dispensa. Lembrando que qualquer empregado da empresa poderá se inscrever no
processo eleitoral.
Caso o membro da CIPA deseje sair da empresa, deverá, primeiramente, solicitar por escrito sua renúncia
77
O número de suplentes, constante no Quadro I, deve ser mantido com a nomeação do próximo candi-
dato mais votado, conforme a ata de eleição.
No caso de prestação de serviços com atividades em períodos menores que um ano em determinado
estabelecimento, o fato deve ser comunicado ao órgão descentralizado do Ministério da Economia,
que avaliará e definirá caso a caso.
Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais
na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência.
Reeleição é a eleição subsequente, ou seja, o empregado foi eleito para o mandato referente ao ano
de 2019 e reeleito para o ano de 2020. Ele está formalmente impedido de se candidatar ao mandato
referente ao ano de 2021, pois qualifica uma segunda reeleição. Entretanto não há nenhum impedi-
mento para uma nova candidatura para a eleição de 2022, voltando a valer a mesma regra anterior.
ATENÇÃO!
• Na ausência de suplentes para o cargo vago, deve-se realizar eleição extraordinária, com as
mesmas exigências do processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, que deverão ser reduzidos
pela metade. O mandato do novo membro eleito será igual ao dos demais membros da comis-
são vigente;
• O novo membro deve receber treinamento no prazo máximo de trinta dias, contados a partir
da data da posse.
78
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
A SIPAT tem como objetivo principal conscientizar os colaboradores sobre a importância das ações de
saúde e segurança, com foco prevencionista, visando eliminar ou reduzir o número de doenças ocupa-
cionais e acidentes de trabalho. Esta semana proporciona oportunidades para que os colaboradores
se tornem elementos de fiscalização, apontando e sugerindo melhorias quando necessário.
Sobre o que a SIPAT deve tratar? Quais temas devem ser abordados?
Os temas a serem abordados na SIPAT são de livre escolha da empresa, desde que tenham a seguran-
ça e a saúde como foco.
Recomenda-se assuntos que tratem de problemas ou desvios identificados na própria empresa, resul-
tado das inspeções realizadas pela CIPA.
Outros temas que podem ser tratados são aqueles que compõem o treinamento da CIPA. Ou ainda,
a importância de uma alimentação saudável; formas de prevenção às lesões por esforço repetitivo;
prevenção à AIDS e às IST’s; importância do planejamento familiar; como usar corretamente os EPI e
os EPC; meios de redução de acidentes de trabalho; entre outros.
A SIPAT é um evento na empresa. Organizado pela CIPA em parceria com os principais gestores da
empresa.
As atividades da SIPAT são abertas a todos os colaboradores. A organização deve se reunir para definir
os temas das palestras. Posteriormente, organizar o cronograma e checar as datas. Preferencialmente
em uma semana com menor fluxo de atividades para não comprometer a produção. Todo o evento
deve ser programado no horário do expediente para não contar com hora extra.
As palestras não tem carga horária pré-definida, logo não precisam durar o dia todo.
Ao longo da semana, pode-se definir a carga horária das atividades, podendo ser de uma a duas horas
por atividade. Entretanto, tudo o que for realizado deve ser registrado em ata. Antes do evento come-
çar, ele deve ser amplamente divulgado, seja por meio de cartazes, e-mails ou carta pessoal.
Tudo o que for realizado deve ser guardado, para registro, a lista de presença com a assinatura dos
79
Toda documentação referente a organização e realização da SIPAT deve ser arquivada na pasta de
documentos da CIPA, pois são evidências de cumprimento da legislação ao Ministério da Economia.
O plano de trabalho possui o intuito de organizar o trabalho da CIPA e até mesmo do SESMT. Ele
contribui na estruturação e planejamento da gestão de qualquer empresa. É um documento extrema-
mente funcional para CIPA e SESMT, inclusive, outros setores.
Ele serve como se fosse um lembrete com anotações das ações de saúde e segurança, levantadas nas
reuniões da CIPA, como se fosse um roteiro de trabalho, de forma a não deixar os problemas caírem
no esquecimento.
O foco do plano de ação na CIPA é atuar na prevenção, antecipando-se aos riscos de forma organizada
e planejada, evidenciando, sugerindo e implementando as medidas corretivas, preditivas e preventi-
vas, avaliando os resultados obtidos, e discutindo-os nas reuniões da CIPA.
Os planos de trabalhos, bem como as ações da CIPA devem ser todas registradas e guardadas para
fins de fiscalizações.
As tarefas da CIPA são orientativas, portanto têm o intuito de contribuir na preservação da integridade
física e mental dos trabalhadores.
Nos planos de trabalho devem constar ações como: organização da SIPAT, confecção do mapa de
risco, produção de material informativo, realização de diálogo com os trabalhadores, participação em
palestras, entre outros.
Evidentemente, os planos devem estar articulados com o SESMT da empresa e com a gestão.
Reuniões da CIPA
A CIPA deve planejar previamente as reuniões, possuindo uma sequência de assuntos a serem
abordados. De acordo com a NR 05, essas reuniões podem ser de dois tipos:
• Extraordinária: são realizadas quando ocorre alguma das três situações abaixo:
a. houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas
corretivas de emergência;
As reuniões da CIPA deverão ser registradas em atas e todos os presentes devem assiná-la. Cada re-
presentante deve ficar com uma cópia da ata de reunião.
O empregador deverá arquivar os comprovantes de entrega das cópias das atas das reuniões de todos
os membros da CIPA que deverão ficar à disposição dos Fiscais do Trabalho. As atas ficarão no estabe-
lecimento à disposição da fiscalização do Ministério da Economia.
Decisões da CIPA
As decisões da CIPA serão feitas, preferencialmente, por consenso.
Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será insta-
lado um processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado. A reconsi-
deração relativa às decisões pode ser de iniciativa do empregador, de um trabalhador ou de um grupo
deles. A reconsideração deve ser encaminhada à CIPA.
O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será
analisado, devendo o presidente e o vice-presidente efetivar os encaminhamentos necessários.
Importante
A mediação, nas decisões da CIPA, poderá ser feita por pessoa ou entidade que conte com o aceite das duas
partes. Poderá ser um trabalhador da própria empresa, representante do sindicato da categoria, um membro das
comissões tripartites ou bipartites, quando existentes, ou mesmo o órgão regional do Ministério da Economia.
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
81
6. AULA VI
83
Com o objetivo de promover um ambiente laboral sadio, seguro e que favoreça a inserção e a manu-
tenção de mulheres no mercado de trabalho, com vistas à prevenção e ao combate ao assédio sexual
e às demais formas de violência no âmbito do trabalho.
“É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é
normal”
O que é assédio?
O termo Assédio, segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, significa “cerco imposto a um re-
duto para tomá-lo, sítio; Insistência importuna, junto de alguém, com perguntas, propostas, pretensões”.
Assédio moral
Considerado uma forma de violência, que tem como objetivo desestabilizar emocional e profissional-
mente o indivíduo e pode ocorrer por meio de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações pú-
blicas) e indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social).
Atenção!
Situações isoladas podem causar dano moral, mas não necessariamente configuram assédio moral. Para que
o assédio seja caracterizado, as agressões devem ocorrer repetidamente, por tempo prolongado, e com a
intenção de prejudicar emocionalmente a vítima.
2. Ascendente: De baixo (subordinados) para cima (chefia), objetivando alcançar o lugar da chefia.
Ações ou omissões para “boicotar” um novo gestor, indiretas frequentes diante dos colegas e até chan-
tagem visando a uma promoção, por exemplo.
É um comportamento instigado pelo clima de competição exagerado entre colegas de trabalho, con-
duta que se aproxima do bullying, no ambiente de trabalho, o chamado moobbing.
Moobbing
Moobbing é um termo em inglês que significa assédio moral no ambiente de trabalho.
A diferença entre bullying e moobing está nos ambientes, uma vez que o primeiro ocorre no ambiente
escolar, e o mobbing, entre adultos, no ambiente de trabalho e visa a exclusão de uma pessoa. São
práticas confundidas com brincadeiras, porém ambas são tipos de violências.
O mobbing dentro do ambiente corporativo aparece nas situações em que o colaborador sofre uma
humilhação, agressão, ridicularizarão ou acusação, gerando adoecimentos mentais, fazendo com que
a vítima peça demissão do trabalho.
O mobbing horizontal leva, por exemplo, à submissão do sujeito a comentários agressivos sobre a sua
vida pessoal, boicote a um projeto de trabalho, discriminação política, religiosa, dentre outras.
Platão
A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na dignidade e relações afetivas e sociais, o que
causa graves danos à sua saúde física e psicológica, podendo desencadear ou agravar quadros de
estresse, depressão, irritabilidade, ansiedade, etilismo, e entre outros.
• A redução da produtividade;
86
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
• Rotatividade de pessoal;
• Absenteísmo (faltas);
• Licenças médicas;
• Indenizações trabalhistas;
• Multas administrativas;
Prevenção
Existem várias formas de prevenir o assédio moral no trabalho, mas a principal é a informação. Ga-
rantir que todos saibam o que é assédio moral e quais são os comportamentos e ações aceitáveis no
ambiente de trabalho contribui para a redução e até para a eliminação dessa prática. Vale ressaltar
que segundo a Lei 14.457 /2022, bem como as alterações propostas na NR 1 Disposições gerais, é
dever da EMPRESA adotar as medidas necessárias para combater casos de assédio e disponibilizar
meios para viabilizar denúncias.
• Instituir e divulgar um código de ética da instituição, enfatizando que o assédio moral é incom-
patível com os princípios organizacionais;
• Oferecer apoio psicológico e orientação aos colaboradores que se julguem vítimas de assédio
87
Proteja-se! Se você é testemunha de cenas de assédio moral ou discriminação, supere o seu medo e
seja solidário com o(a) colega. O apoio de outras pessoas também será precioso, e evitará novas ocor-
rências. Você poderá cooperar das seguintes formas:
• Anotar as situações de assédio ou discriminação, com atenção a detalhes como: dia, hora, local,
nome do(s) envolvido(s), conteúdo das conversas, entre outros;
• Guardar documentos físicos (bilhetes, anotações) ou eletrônicos (e-mails, mensagens) que pos-
sam servir como provas;
• Buscar apoio de familiares, amigos e colegas; com o afeto e a solidariedade destes, você terá
melhores condições de enfrentar o(a) agressor(a).
• Denunciar na ouvidoria;
• Buscar ajuda de colegas que possam ter testemunhado os assédios, a discriminação ou tam-
bém terem sido de vítimas do assediador.
Órgãos de denúncia
A “NR 1 Disposições Gerais”, também sofreu atualizações relacionadas ao Combate ao Assédio Sexual
e Violência no trabalho. De acordo com o novo texto da NR 1:
88
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
As ORGANIZAÇÕES obrigadas a constituir CIPA nos termos da NR 5 devem adotar as seguintes me-
didas, além de outras que entenderem necessárias, com vistas à prevenção e ao combate ao assédio
sexual e às demais formas de violência no âmbito do trabalho:
a. Inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência nas
normas internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às
empregadas;
Atenção!
Como mencionado na NR 1 a responsabilidade de criar os canais de denuncia e fiscalização é de responsabilidade
da EMPRESA, podendo a CIPA auxiliar sempre que lhe for solicitado.
Justiça do Trabalho
Órgão da justiça brasileira, que concilia e julga as ações judiciais entre trabalhadores e empregadores
e outras situações decorrentes da relação de trabalho, por isso pessoas recorrem a ela quando têm
seus direitos trabalhistas desrespeitados.
Já nos julgamentos de assédio moral há dois aspectos que são considerados essenciais:
Realiza a investigação de denúncias, que pode resultar em ação civil pública e afastamento do asse-
diador do local de trabalho. O assediador e a empresa ainda podem ter que pagar indenizações. Além
disso, a empresa pode ter que assinar um termo de ajuste de conduta, em que se compromete a
adotar práticas para coibir o assédio.
No Brasil o ministério público do trabalho (MPT) recebeu aproximadamente 5 mil denúncias de assé-
dio moral em 2020 e cerca de 300 denúncias de assédio sexual, são vítimas tanto do gênero masculino
como do gênero feminino, porém o maior número acometido são de mulheres.
89
Dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST) apontam que, somente em 2021, foram ajuizados, na
Justiça do Trabalho, mais de 52 mil casos relacionados a assédio moral e mais de três mil relativos a
assédio sexual em todo o país. E o maior número de vítimas são mulheres.
Assédio sexual
Segundo o código penal, art. 216-A, Assédio Sexual significa:
O assédio sexual no ambiente de trabalho consiste em constranger colegas por meio de canta-
das e insinuações constantes, com o objetivo de obter vantagens ou favorecimento sexual. Pode
ser conceituado como:
“Toda conduta de natureza sexual não solicitada, que tem um efeito desfavorável no ambiente de trabalho ou
consequências prejudiciais no plano do emprego para as vítimas.”
Maurício Drapeau
Ele pode ocorrer de forma clara ou sutil, falada ou apenas insinuada, escrita ou explicitada em gestos,
vir em forma de coação ou, ainda, em forma de chantagem. O assédio sexual atinge, mais frequente-
mente, as mulheres e constitui uma das muitas violências sofridas em seu dia a dia. Não se restringe
às situações hierárquicas, podendo ocorrer assédio sexual horizontal. Alguns exemplos:
• Quando é oferecida uma carona por um colega após o expediente, na qual o assediador acaba
intimidando a vítima com ameaças de prejuízos no trabalho.
• Quando dito frases como: “Se quiser manter seu emprego, deve sair comigo esta noite.”
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Atenção!
O assédio sexual não precisa ser reiterado (pode acontecer uma vez isolada), e inclusive, pode vir
acompanhado do assédio moral. O assédio sexual também pode ocorrer de formas mais ou menos visíveis,
como insinuações, cantadas, brincadeiras, com o objetivo de obter vantagens ou favorecimento sexual. O
ofensor (a) age silenciosamente.
• Compra de favores com uma generosidade suspeita ou com ameaças de chantagens afetivas;
Existem estados e Instituições que estipularam o " Dia de Combate ao Assédio Moral e Sexual", data
em que ações são realizadas anualmente no mês de maio, no ambiente laboral. Com o objetivo de
conscientizar, prevenir e combater atitudes abusivas, constrangimentos, intimidações e humilhações
para a construção de ambientes saudáveis de trabalho, seguros e harmoniosos com a qualidade e
higidez que todos, trabalhadores e sociedade, desejam e merecem ter.
Uma instituição que se organiza no combate e prevenção ao assédio, tem o potencial de evitar grande
parte dos casos que são vivenciados a preços tão altos. O assédio é crime e precisa ser combatido.
• Denunciar o crime. Reunir provas do assédio. Anotar, com detalhes, todas as situações de assé-
dio sofridas com data, hora e local, e listar os nomes dos que testemunharam os fatos.
91
• Buscar orientação psicológica sobre como se comportar para enfrentar tais situações.
• Caso não tenha sucesso na denúncia, procurar o sindicato profissional ou o órgão representa-
tivo de classe ou a associação.
Atenção!
O recebimento de denúncias conforme a Lei 14.457, não substitui o procedimento penal correspondente, caso a
conduta denunciada pela vítima se encaixe na tipificação de assédio sexual contida no art. 216-A do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), ou em outros crimes de violência tipificados na legislação brasileira.
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática
ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de es-
tupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima,
cena de sexo, nudez ou pornografia.
“Enquanto houver vítimas de assédio moral ou sexual, com todos os males daí inerentes já expostos, a luta
pela mudança dessa realidade deve continuar. Não seja vítima ou cúmplice desse ato.”
A discriminação, é toda a atitude que exclui, separa e inferioriza pessoas tendo como base ideias
preconceituosas. Junto a desigualdade e resistência atingem minorias sociais, resultando em diversas
formas de desigualdade, desvantagem e exclusão social.
São exemplos de minorias sociais, atualmente: negros, indígenas, imigrantes, mulheres, LGBTQIA+,
idosos, moradores de vilas (ou favelas), pessoas com deficiências e moradores de rua.
Os desafios
Uma pesquisa feita com 230 profissionais LGBTQIA+ de 14 estados brasileiros, na faixa etária de 18 a
50 anos, mostrou que:
• 41% dos gays afirmam ter sofrido discriminação por sua orientação sexual ou identidade de
gênero no ambiente de trabalho.
• 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBTQIA+ para cargos de liderança.
• 61% dos funcionários LGBTQIA+ no Brasil optam por esconder a sexualidade de colegas e
gestores.
• Para garantir que todos os funcionários se sintam seguros e confortáveis, é importante que as
organizações desenvolvam políticas claras de combate à discriminação e as apliquem de ma-
neira consistente e justa;
A mensagem abrange o tema preconceito e racismo, como expressão de ignorância. Racismo é o pre-
conceito e a exclusão social de pessoas com base na cor de sua pele. E a ignorância se refere à falta
de conhecimento.
O racismo no Brasil é crime previsto na Lei n. 7.716/1989. É inafiançável e não prescreve, ou seja, quem
cometeu o ato racista pode ser condenado mesmo anos depois do crime.
Pesquisas realizadas por meio do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2021 revelam:
• Em média uma mulher é vítima de feminicídio a cada 7 horas no país, totalizando 1.319 mortes em
(2021). A grande maioria é mãe, e os filhos acabam presenciando, ou sofrendo essas agressões.
Os dados acima referem-se a outras violências contra as mulheres, como assédios, entre outros, e não
inclui neste número a violência doméstica ou familiar contra mulheres brasileiras (uma única denúncia
pode conter mais de uma violação de direitos humanos). Como ilustra o gráfico adiante.
Estes dados anteriormente mencionados, ainda demonstram uma sociedade machista e patriarcal,
marcada por uma cultura de estupro, que enxerga a mulher como incapaz e limitada e a ela é direcio-
nada várias formas de violências, crimes, abusos, estupros e os assédios ainda permeiam as relações
entre as pessoas.
“No passado, a mulher, a criança, os doentes e os escravos não desfrutavam dos mesmos direitos que tinham
os homens sadios, porque a sociedade era patriarcal e, indisfarçavelmente, discriminadora. As mulheres
representavam tão somente o papel de outro organismo vivo, de matriz reprodutora e de ser capaz de
satisfazer as necessidades do homem. Elas eram, então, simples objetos do sexo, socialmente subjugadas
pelo homem.”
Estupro
Conforme o Art. 213 do Código Penal, estupro é “Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Entre as consequências físicas imediatas estão a gravidez, infecções do aparelho reprodutivo e infecções
sexualmente transmissíveis (IST’s). A longo prazo, as mulheres podem desenvolver distúrbios na esfera
da sexualidade, apresentando ainda maior vulnerabilidade para sintomas psiquiátricos, principalmente
depressão, pânico, somatização, tentativa de suicídio, abuso e dependência de substancias psicoativas.
Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento emergencial, integral e multi-
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
disciplinar, visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violên-
cia sexual, e encaminhamento, se for o caso, aos serviços de assistência social.
Cultura do estupro
A ‘cultura do estupro’ é a expressão usada para descrever uma série de comportamentos individuais e/
ou coletivos, socialmente aceitáveis, mas que perpetuam a ideia de que a vítima é a aquela que induz
o comportamento do agressor. No caso de violência contra a mulher, ela é a própria culpada pelos
assédios ou demais violências sofridas, seja por conta de suas roupas, por suas atitudes, ou por estar
em locais de diversão e lazer durante a madrugada. Também faz parte da ‘cultura do estupro’, norma-
lizar comportamentos que diminuem a mulher em relação ao homem e incentivar o silêncio através
da descredibilização da vítima.
O termo cultura do estupro veio à tona após a enorme repercussão de um caso grave de estupro co-
letivo ocorrido no mês de maio de 2016, no Rio de Janeiro.
Uma adolescente de 16 anos que foi violentada por, pelo menos, 30 homens, em uma comunidade da
Zona Oeste do Rio de Janeiro, os estupradores chegaram a documentar seus crimes em vídeos. (o que,
por si só, também é um crime). A jovem contou que sofre ameaças e que se sentiu desrespeitada na
delegacia onde prestou depoimento. "O próprio delegado me culpou", afirmou (o que demonstra falta
de empatia e culpabilização com as vítimas).
Segue abaixo algumas atitudes e comportamentos que colaboram com a cultura do estupro:
• Assédio sexual: a mulher é abordada por homens rotineiramente. Isso ocorre nas ruas,
no trabalho, na escola, no transporte público etc. O “fiu-fiu”, o abraço “apertado” do co-
lega de trabalho, o beijo no rosto forçado pelo cliente, a proximidade “acidental” dos
corpos nos transportes públicos são apenas alguns exemplos.
• Relativização da violência contra a mulher: você sabia que o estupro é o único crime
onde a vítima é julgada junto com o criminoso. A segurança que todo cidadão sente ao
procurar a polícia quando é furtado ou assaltado não existe para as vítimas de estupro.
Ao contrário da maioria dos crimes, nos quais a vítima precisa apenas informar às auto-
ridades o que sofreu e essas entenderem o seu relato como algo legítimo, as vítimas de
estupro não são legitimadas de início.
Maria da Penha
Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa
do Brasil; e ainda:
• Dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;
• Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, ní-
vel educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua
saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. (Art. 2º, 2006).
• Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segu-
rança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar
e comunitária. (Art. 3º, 2006).
• Para tal, o poder público, envolvendo inclusive a família e a sociedade, desenvolverá políticas
que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e
familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, envolvendo inclusive a família e a sociedade.
• Serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares
das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. (Art. 4º, 2006).
• Em seu Art. 5º, a Lei configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico
e dano moral ou patrimonial.
• Não é possível mais substituir a pena por doação de cesta básica ou multas;
Relacionamentos abusivos
“No início, quando se conheceram, Helena e Pedro eram um casal de namorados feliz e de bem com vida.
Conversavam muito, riam por qualquer coisa, trocavam ideias sobre o dia de trabalho que tinham, um
acalmava o outro em suas agitações. Mas, com dois meses de namoro as coisas se transformaram de modo
muito negativo e, no terceiro mês uma briga muito violenta acabou com a vida, dos dois.”
Essa é uma, das muitas histórias, de inúmeros casais – casados, namorados, recém-conhecidos – que
todos os dias as mídias mostram. Por que isso acontece com tanta frequência?
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• Desconfiança constante;
• Irritações intensas;
Atenção!
Se você já viveu (ou está) numa relação abusiva, liberte-se, busque ajuda e se fortaleça. O que permite uma
pessoa ficar numa relação assim é a baixa autoestima, a perda do amor próprio, falta de afetividade e
pode estar muito relacionada a situações que fragilizaram essa pessoa, como a perda de um ente querido,
sentimento de solidão, frustrações profissionais e financeiras, falta de apoio e afeto familiar, entre outras.
3
e amoroso
2
Explosão, incidente de agressão
• Violência física: qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
• Violência psicológica: qualquer conduta que lhe cause danos emocionais e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
• Violência moral: entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.
Formas de enfrentamento
Ainda hoje é comum que vítimas sejam julgadas pela família, sociedade, mídia e até mesmo pelos
órgãos responsáveis pela proteção. É o que pode ser chamado de “revitimização das mulheres”. No
entanto, o que mais essas mulheres precisam é de acolhimento e de uma escuta sem julgamento, pois
os caminhos para sair dos ciclos de violência podem ser longos e cada passo é importante.
101
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se
lhe faltasse uma gota.”
SASAKI, Luis Hiromitsu. Educação para segurança do trabalho. São Paulo: Corpus, 2007.
SCALDELAI, Aparecida Valdinéia et al. Manual Prático de Saúde e Segurança no Trabalho. São Ca-
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104
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Dispo-
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