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ASA Port7 Teste2 20 21
ASA Port7 Teste2 20 21
NOVEMBRO
Para responderes às questões que se seguem, vais visionar o trailer do filme Soul da
Disney, que tem estreia marcada para dezembro, depois de ter sido adiada no verão.
De seguida, responde aos itens que se seguem.
https://www.youtube.com/watch?v=VF1bWnO9Vso
1. Para cada item (1.1. a 1.4.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o
sentido do texto.
GRUPO II – LEITURA
É Natal?
Dantes o Natal era uma coisa como um presépio vivo cheio de musgo e coisas pequeninas
como ovelhas de loiça pintadas à mão. Era o tempo de adivinhar o que estaria dentro
daqueles tantos embrulhos em cima dos armários altos onde não chegávamos nunca.
Era o tempo do frenesim1 de contar os dias e ver a meia grossa de lã pendurada na lareira e
5 imaginar como raio iria o Pai Natal colocar todas as nossas prendas ali dentro. Era o tempo de
espreitar de vez em quando a chaminé cheia de fuligem e pensar como é que as barbas do Pai
Natal se mantinham imaculadas2 de neve apesar daquela travessia difícil e como poderia a
barriga rechonchuda caber naquele funil tão estreitinho e escuro que era o caminho entre o
céu e a nossa sala…
10 Natal era quando os crescidos falavam com meias palavras para não percebermos que
estavam a falar dos nossos presentes, era quando os tios-avós e restante família apareciam
vindos do nada e se juntavam à volta da canja de galinha servida em chávenas com duas –
duas! – asas e quando os passarinhos de plumas a fingir saíam dos armários cheios de louça
antiga para vir decorar a mesa grande.
15 Natal era quando a minha avó embrulhava dezenas de lâmpadas em papel celofane às
cores e os empregados do meu avô – coitados – iam pendurá-las na grande ameixoeira que
fazia de abeto nórdico a fingir, para termos no jardim a árvore colorida e iluminada da Leiria
provinciana daquele tempo.
Natal era a certeza de o tempo ser infinito, de termos eternamente tudo e todos à nossa
20 volta e de tudo ser bom e quentinho no inverno que rugia lá fora.
Depois crescemos.
Sabemos então que nada é infinito, nem todos permanecem à nossa volta, nem tudo nos
acompanha.
Mas, damos connosco a repetir rituais, a jurar a pés juntos que o Pai Natal virá, a pendurar
25 as mesmas meias grossas de lã na chaminé, a esconder presentes nos roupeiros, a lembrar
com saudades a canja da consoada, a tecer o maravilhoso do Natal dentro dos corações das
crianças, a ver o espírito da época adoçar gente rabugenta, uma espécie de delicadeza e se faz
favores e Boas Festas a descer como um manto invisível por sobre o mundo.
E o mundo continua terrível, mau, difícil, com todas as atrocidades 3 que o tornam sem
30 sentido.
Mas, por breves momentos, é Natal, e desejamos do fundo de nós que haja mais dias
assim, dias em que estejamos juntos, vivos, próximos, iluminados e de coração cheio.
É, pois, Natal sim senhor.
Sempre que pudermos, no resto do tempo, no resto dos dias, nas pequenas grandes coisas
35 que tornam a vida dos outros um pouco melhor – uma pequena atenção, um grande abraço,
uma mensagem, um pouco de nós – somos também o Natal dos outros e isso, sim, é para
levar o resto do ano na lembrança.
Alexandra Azambuja, https://www.jornaldeleiria.pt/opiniao/e-natal (texto com supressões)
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
2. Para cada item (2.1. a 2.3.), escolhe a opção que completa corretamente as afirmações que
se seguem.
2.3. A palavra “Mas” , usada na linha 31, pode ser associada à ideia de
(A) consequência,
(B) conclusão.
(C) causa.
(D) contraste.
O regresso
Finalmente, na antevéspera do Natal, ao fim da tarde, chegou a uma pequena povoação que
ficava a poucos quilómetros da sua floresta. Aí foi recebido com grande alegria pelos seus
amigos, que ao cabo de tão longa ausência já o julgavam perdido. Um deles hospedou-o em sua
casa e emprestou-lhe um cavalo seu, pois o do viajante vinha exausto e coxo. O Cavaleiro pediu
5 notícias daqueles que deixara.
‒ Estão à tua espera, afligem-se pela tua demora e rezam pelo teu regresso ‒ respondeu um
amigo.
E na madrugada seguinte o peregrino partiu.
Era o dia 24 de dezembro, um dos dias mais curtos do ano, e ele caminhava com grande
10 pressa, pois queria aproveitar as poucas horas de luz.
Antes da meia-noite, sem falta, tinha de chegar à sua casa na clareira de bétulas.
E ao fim de três quilómetros de marcha, cheio de confiança, penetrou na grande floresta.
A alegria de estar já tão perto dos seus fazia-lhe esquecer o cansaço e o frio.
Mas agora, depois de quase dois anos de ausência, a floresta parecia-lhe fantástica e
15 estranha. Tudo estava imóvel, mudo, suspenso. E o silêncio e a solidão pareciam assustadores e
desmedidos.
O inverno tinha despido as árvores, e os ramos nus desenhavam-se negros, esbranquiçados,
avermelhados. Só os pinheiros cobertos de agulhas continuavam verdes. Eram daqueles
pinheiros do Norte que se chamam abetos, que são largos em baixo e afilados em cima, que
20 têm o tronco coberto de ramos desde o chão e crescem em forma de cone da terra para o céu.
A neve apagara todos os rastos, todos os carreiros. E através do labirinto do arvoredo o
Cavaleiro procurava o seu caminho. O seu plano era chegar ainda com dia a uma pequena
aldeia de lenhadores que ficava perto do rio que passava junto da sua casa. Uma vez
encontrado esse rio, mesmo de noite, não se poderia perder, pois o curso gelado o guiaria.
25 À medida que avançava, os seus ouvidos iam-se habituando ao silêncio e começavam a
distinguir ruídos e estalidos. Era um esquilo saltando de ramo em ramo, uma raposa que fugia
na neve. Depois ao longe, entre os troncos das árvores, avistou um veado. Caminhava em
direção ao nascente e ao fim de uma hora encontrou na neve rastos frescos de trenós.
— Bom sinal — pensou ele —, não me enganei no caminho.
30 De facto, seguindo esses rastos, depressa chegou à pequena aldeia dos lenhadores.
Todas as portas se abriram, e os homens da floresta reconheceram o Cavaleiro que rodearam
com grandes saudações.
1.1.Seleciona uma destas palavras e explica por que razão ela é adequada para
caracterizar os sentimentos demonstrados pelos amigos.
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2. Lê o seguinte excerto.
Para os itens 2.1. e 2.2. seleciona a opção que completa corretamente cada uma das
afirmações.
3. Apresenta três elementos da descrição do espaço físico que indicam que a ação se
desenrola no inverno. Baseia a tua resposta nos parágrafos compreendidos entre as linhas
17 a 24.
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©Edições ASA | 2020-2021 – Carla Marques | Ana Paula Neves
Página 5
P ORTUGUÊS 7º ANO –
NOVEMBRO
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4. Identifica três informações do texto que comprovam que o Cavaleiro estava disposto a
vencer todas as dificuldades para chegar a casa.
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GRUPO IV – GRAMÁTICA
1. Associa as palavras sublinhadas em cada frase da coluna A à classe que lhe corresponde na
coluna B.
Coluna A Coluna B
A. O Cavaleiro foi recebido com entusiasmo.
1. Advérbio
B. O Cavaleiro caminhava depressa para chegar a
2. Determinante
casa.
3. Pronome
C. Chegar a casa era o seu objetivo.
4. Preposição
D. Era véspera de Natal e ele ainda não chegara a
5. Nome
casa.
6. Adjetivo
E. Os caminhos estavam gelados.
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3.2. A função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado na frase “Aí foi
recebido com grande alegria pelos seus amigos.” é
GRUPO V – ESCRITA
Sophia de Mello Breyner Andresen tem origem dinamarquesa por parte do seu avô Jan
Heinrich Andresen.
Escreve uma breve biografia desta figura com base nas informações apresentadas no
quadro.
O texto deve ter um mínimo de 150 e um máximo de 210 palavras.
Datas Acontecimentos
2 de setembro de Nasce, em Oevenum, Ilhas Frísias, Dinamarca.
1826
1840 Integra a tripulação de um veleiro com destino à América.
Seis semanas mais tarde, chegada à cidade do Porto.
Sozinho no barco, decide cobrar 10 réis a quem quiser ver uma pele de
urso-polar.
É expulso do barco pelo capitão.
Fica a morar no Porto e emprega-se numa loja de candeeiros.
1845 Trabalha na área dos vinhos e adquire a primeira embarcação para
transporte dos seus vinhos.
1854 Naturaliza-se português e passa a chamar-se João Henrique Andresen.
1860 Casa com Maria Leopoldina de Brito.
1861 Nasce o primeiro filho: João Henrique Andresen Júnior.
Tem mais 5 filhos: 3 rapazes e duas meninas.
7 de março de Falecimento, no Palácio Penafiel, em Lisboa.
1854 Sepultado no Cemitério de Agramonte, no Porto, pediu que colocassem
uma escultura de um navio naufragado com casco e mastro partidos na
sua campa.
COTAÇÃO DO TESTE
Item
Grupo
Cotação (em pontos) Total
Grupo I
1.1. 1.2. 1.3. 1.4.
COMPREENSÃO DO ORAL
3 3 3 3 12
Grupo II
1.1. 2.1. 2.2. 2.3.
LEITURA
3 x 2= 6 2 2 2 12
Grupo III
1. 2.1. 2.2. 3. 4.
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
6 4 4 6 6 26
Grupo IV
1. 2. 3.1. 3.2. 4.
GRAMÁTICA
5 4 3 3 5 20
Grupo V
Item único
ESCRITA 30
Total 100
PROPOSTAS DE CORREÇÃO
Grupo IV – Gramática
1. A – 4; B – 1; C – 2; D – 5; E – 6
2. Todos o receberam com grande alegria.
3.
3.1. (C)
3.2. (D)
4. a. Fazia; b. encontrasse; chegaria; c. ansiavam; tinha inspirado
Grupo V – Escrita
Jan Heinrich Andresen, bisavô de Sophia de Mello Breyner Andresen, nasceu a 2 de setembro de 1826, em
Oevenum, nas Ilhas Frísias, na Dinamarca. Com apenas 14 anos, em 1840, decidiu integrar a tripulação de um
veleiro que viajaria em direção à América. Esta embarcação atracou na cidade do Porto seis semanas depois de ter
dado início à viagem. Tendo ficado sozinho no barco, Jan decidiu ganhar algum dinheiro cobrando 10 réis a quem
quisesse ver uma pele de urso-polar verdadeira. Quando o capitão da embarcação chegou, ficou muito irritado,
expulsou Jan, que ficou no Porto, cidade onde passou a morar.
O seu primeiro emprego foi numa loja de candeeiros. Mais tarde passou a trabalhar na área dos vinhos e, em
1845, comprou a primeira embarcação para transportar os seus próprios vinhos. Em 1845, naturalizou-se português
e adotou o nome João Henrique Andresen. Em 1860, casou-se com Maria Leopoldina de Brito e um ano depois
nasceu o seu primeiro filho: João Henrique Andresen Júnior. Teve ainda mais três rapazes e duas raparigas.