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100 QUESTÕES FCC

TRT 15 – FCC – 2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO

CONHECIMENTOS GERAIS
Língua Portuguesa
Atenção: Leia o texto a seguir para responder às questões de números 1 a 9.
1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro
nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do
cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos
antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano.
Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as
questões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de
determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.
2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que a
consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia
à própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do
que encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis,
e somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a
aparecer hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem
construídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível
à mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta
por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem
fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas
que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu
cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O
fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é
necessariamente um empecilho.
3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no
comportamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um
conjunto de predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas,
na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em
alguns casos especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por
acontecimentos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho,
a matéria bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso
influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as
potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários
para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as
células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.

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4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que seu livro
menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generalizações
vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre homens
e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no cérebro. Na
parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões de neurônios
a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade.
A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastante precisa. Em
média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do que em
homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o tamanho
de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da psicologia:
elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espaciais com mais
facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são limitações, e sim
pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.
(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)

1. De acordo com o texto,


a) afirmações como “café vicia”, “bocejo contagia” mostram que a neurociência está presente
em nosso dia a dia, uma vez que o cérebro, enquanto matéria bruta, cristaliza hábitos
possíveis de acordo com nossa carga genética.
b) as predisposições genéticas constituem limites importantes que deveriam ser levados em
conta na reafirmação de questões éticas, o que é ilustrado pelas diferenças existentes
entre homens e mulheres.
c) a suposta falta de distanciamento crítico nas pesquisas sobre a mente, dado que caberia
a ela mesma investigar sobre si própria, é um falso problema, uma vez que a ciência hoje
dispõe de instrumental avançado para isso.
d) a contradição que está na base da neurociência é o fato de que o número de neurônios não
é proporcional à proficiência que determinada região do cérebro desenvolve, o que faz
com que os problemas genéticos passem a ter um componente ético.
e) a imutabilidade dos genes é questionada pela própria neurociência, uma vez que não se
podem menosprezar as influências do comportamento, adquirido em sociedade, tampouco
o ambiente em que as pessoas vivem e estabelecem relações.

2. Caso se altere o segmento ...com mais facilidade. O realmente importante é... (último parágrafo)
para “com mais facilidade, ...I... o realmente importante é”, preenche corretamente a lacuna,
mantendo, em linhas gerais, o sentido, a conjunção que se encontra em:
a) mas
b) uma vez que
c) embora
d) para que
e) como

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3. que permite ao pesquisador (2º parágrafo)
que seu livro menciona (4º parágrafo)
quando concentrado em estruturas pequenas (4º parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se respectivamente a
a) ferramentas − diferenças − número
b) neurociência − diferenças − número
c) leque − influências − sinônimo
d) leque − diferenças − número
e) neurociência − influências − sinônimo

4. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem fundamento.
Uma nova redação em um único período, em que a oposição acima está atenuada, encontra-se
em:
a) É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte, desde que não tenha
fundamento.
b) Não tem fundamento, entretanto é uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo
muito forte.
c) Se bem que seja uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte, não
tem fundamento.
d) Para que seja uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte, não terá
fundamento.
e) Não tem fundamento, visto ser uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito
forte.

5. As frases abaixo referem-se à pontuação do texto.


I. A vírgula antes da conjunção “e”, no segmento precisa de hipóteses testáveis, e somente
agora (2º parágrafo) deve-se à separação de duas orações com sujeitos distintos.
II. Em fatores genéticos, temperados por acontecimentos (3º parágrafo), caso se suprimisse a
vírgula, o texto daria margem a se pensar em outros fatores genéticos para além dos que são
“temperados por acontecimentos”.
III. A vírgula presente no segmento evidentes pelo lado de fora, é natural que elas (último
parágrafo) deve-se à ausência de conjunção em duas orações coordenadas.
Está correto o que consta de
a) I e III, apenas.
b) I, II e III.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

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6. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de
predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande
maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições.
Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido, as frases acima encontram-se
transpostas para o discurso indireto em:
a) À pergunta: – Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto
de predisposições genéticas”?, responde a entrevistada: – Acredito que predisposições
genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso:
predisposições.
b) Questionada se concordava com Edward O. Wilson sobre a natureza humana ser um
conjunto de predisposições genéticas, a entrevistada respondeu que acreditava na
existência de tais predisposições, que, todavia, na grande maioria dos casos não seriam
mais do que isso.
c) À pergunta de, se concordaria com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um
conjunto de predisposições genéticas”, respondeu a entrevistada que acreditaria que
predisposições genéticas existissem, mas que, na grande maioria dos casos, não passariam
disso.
d) Em resposta à pergunta sobre sua concordância com Edward O. Wilson – que teria dito que
a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas – a entrevistada respondeu:
“ Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não
passam de exatamente isso: predisposições”.
e) Ao ser perguntada se concordava com Edward O. Wilson, a respeito de que a natureza
humana é um conjunto de predisposições genéticas, a entrevistada responde que, na
maioria dos casos, acreditava em tais predisposições, mas que não passariam de serem
predisposições.

7. O segmento destacado em pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência


podem agir (último parágrafo) possui função equivalente ao que se encontra sublinhado em:
a) investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa
b) homens possuem em média uns quatro bilhões de neurônios a mais
c) Essa diferença casa bem com observações da psicologia
d) por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor
e) Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória

8. Em O fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é
necessariamente um empecilho, caso se substitua o segmento sublinhado por “A possibilidade”,
as formais verbais deverão ser alteradas, respectivamente, para:
a) esteja situado − seja
b) estivesse situado − seria
c) teria se situado − teria sido
d) estivesse situado − seja
e) se situe − fosse

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9. Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível
transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de
genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de
conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
No trecho acima, as orações introduzidas pelos segmentos sublinhados contêm respectivamente
a ideia de:
a) Condição − finalidade − consequência
b) Causa − conformidade − temporalidade
c) Concessão − finalidade − consequência
d) Conclusão − conformidade − causa
e) Conclusão − finalidade − causa

GABARITO
1. C 2. A 3. D 4. C 5. E 6. B 7. E 8. B 9. A

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TRT 2 – FCC – 2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – ESPECIALIDADE SEGURANÇA

CONHECIMENTOS GERAIS
Língua Portuguesa

Atenção: Considere o poema abaixo de Manuel Bandeira para responder às questões de


números 10 a 12.
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Libertinagem)

10. Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.


Ao trocar a pessoa do discurso do poema pela segunda pessoa do plural, as formas pronominal
e verbais do último verso devem ser substituídas, respectivamente, por:
a) te atiraste; morreste.
b) vos atirasteis; morresteis.
c) te atirastes; morrestes.
d) se atiraste; morreste.
e) vos atirastes; morrestes.

11. Uma frase coerente com a mensagem do poema a respeito de João Gostoso e escrita com
correção é:
a) Raramente bebia, mas numa noite ele de fato bebeu muito e, como resultado da
embriagues, jogou-se numa lagoa e morreu afogado.
b) Sabia como viver e se divertir, mas as vezes exagerava na bebida. Num certo dia, ao sair
de uma balada, veio a sua mente a ideia de cometer suicidio e, então, ele se jogou numa
lagoa.
c) Era um homem muito bonito, importante e feliz, apesar de ter uma vida muito dificil como
carregador. Um dia teve depreção e decidiu se matar.
d) Era um trabalhador pobre que morava num morro e que, um dia, após um período de
diversão, morreu afogado.

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e) Sempre foi um simples operário braçal, muito magro, morador de morro; porém, um dia,
após ter bebido e se divertido muito, decidiu matar-se.

12. Se o texto do poema fosse reescrito nos moldes da prosa e da norma-padrão da língua, estaria
corretamente composto em um único parágrafo em:
a) João Gostoso era carregador de feira livre e morava, no morro da Babilônia, num barracão
sem número. Uma noite ele chegou ao bar Vinte de Novembro, bebeu, cantou, dançou,
depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
b) João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão
sem número. Uma noite, ele chegou ao bar Vinte de Novembro, bebeu, cantou, dançou;
depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
c) João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão
sem número. Uma noite, ele chegou ao bar, Vinte de Novembro, bebeu, cantou, dançou;
depois se atirou, na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
d) João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia, num barracão
sem número. Uma noite, ele chegou, ao bar Vinte de Novembro, bebeu, cantou, dançou;
depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
e) João Gostoso era carregador, de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão
sem número. Uma noite ele chegou ao bar Vinte de Novembro, bebeu, cantou, dançou;
depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 13 a 15.


  Comer um ovo por dia pode ajudar a evitar problemas cardíacos comuns, de acordo com
um novo estudo científico publicado no jornal Heart.
  A análise foi realizada por pesquisadores dos Estados Unidos e da China, que avaliaram
a existência de uma relação entre o consumo de ovos e o menor risco de desenvolvimento
de problemas coronários, problemas cardiovasculares, doença arterial coronariana, acidentes
vasculares cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos.
  Coletados entre os anos de 2004 e 2008 (com participantes acompanhados por 8 ou 9 anos
depois disso), os dados usados eram de mais de 500 mil pessoas que residem em diferentes
regiões da China e têm idades entre 30 e 79 anos. Dessa base, 13,1% dos participantes disseram
consumir cerca de um ovo por dia (0,76), enquanto 9,1% afirmaram nunca ou quase nunca
comer o alimento (0,29 ovo por dia).
  A conclusão dos pesquisadores foi de que o consumo moderado de ovos, um por dia,
em média, apresentou um nível significativamente mais baixo de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, sem que a ingestão do alimento apresentasse efeitos que coloquem a saúde
em risco.
  No estudo, o alimento reduziu em 26% o risco de hemorragia cerebral e em 28% o risco de
morte por essa condição. Já o risco de morte por doença cardiovascular foi diminuído em 18%
devido ao consumo do ovo. No caso de pessoas que comem, em média, 5 ovos por semana, o
risco de doença cardíaca isquêmica foi reduzido em 12%, em relação às pessoas que afirmaram
consumir ovos raramente.
(Texto adaptado. Disponível em: exame.abril.com.br)

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13. A relação de sentido que cada trecho abaixo estabelece no seu período do texto está
corretamente indicada em:
a) que residem em diferentes regiões da China e têm idades entre 30 e 79 anos. (3º parágrafo)
// Adjetivação.
b) Coletados entre os anos de 2004 e 2008 (com participantes acompanhados por 8 ou 9 anos
depois disso),... (3º parágrafo) // Comparação.
c) em relação às pessoas que afirmaram consumir ovos raramente. (último parágrafo) //
Conformidade.
d) sem que a ingestão do alimento apresentasse efeitos ... (4º parágrafo) // Consequência.
e) que avaliaram a existência de uma relação entre o consumo de ovos e o menor risco de
desenvolvimento de problemas coronários,... (2º parágrafo) // Causa.

14. Uma frase em conformidade com as informações do texto e escrita de acordo com a norma-
padrão é:
a) Se você comer dois ovos por dia, você poderá ter doenças cardíacas graves.
b) Comer um ovo por dia pode fazer uma pessoa evitar por ter problemas cardíacos comuns.
c) Comendo-se um ovo por dia, pode-se evitar o surgimento de doenças cardíacas ordinárias.
d) Come-se dois ovos por dia e a pessoa fica sem problemas cardíacos quaisquer.
e) Se você comer dois ovos por dia, você evitará conter qualquer doença cardíaca.

15. A análise foi realizada por pesquisadores dos Estados Unidos e da China... (2º parágrafo) A frase
indicada acima fica com a forma verbal correta na voz ativa correspondente em:
a) Pesquisadores dos Estados Unidos e da China realizaram a análise.
b) Pesquisadores dos Estados Unidos e da China realizam a análise.
c) Foi pesquisadores dos Estados Unidos e da China que realizaram a análise.
d) É que pesquisadores dos Estados Unidos e da China realizaram a análise.
e) Realizou-se a análise pesquisadores dos Estados Unidos e da China.

16. A frase redigida com clareza e correção é:


a) Àqueles que comem muitos ovos por dia, doenças graves acometem-lhes o coração.
b) Já na China, são poucos os chineses desse país que come muitos ovos por dia, tendo
doenças vasculares.
c) Alguns medicamentos gordurosos podem causar doenças grave ao coração, diz-se dos
pesquisadores da área.
d) Todos os alimentos gordurosos, isto é, com alto índice de colesterol, tem a tendência por
prejudicar o coração, causando-lhes doenças graves e até mesmo mortais.
e) Um e outro turista brasileiros comem muitos ovos diariamente quando ficam nos Estados
Unidos.

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 17 a 19.

As Três Peneiras
  Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.
  Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
  − O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
  − Três peneiras? − indagou o rapaz.
  − Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato?
Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve,
então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda
a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é
coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve
alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?
  Arremata Sócrates:
  − Se passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos
beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o
ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.
(Disponível em: www.pensador.com/texto_filosofico)

17. Nas cinco ocorrências de “que”, em destaque no texto, verificam-se, respectivamente, as


seguintes funções:
a) pronome relativo, conjunção integrante, conjunção integrante, pronome interrogativo,
conjunção integrante.
b) pronome relativo, pronome interrogativo, pronome interrogativo, pronome interrogativo,
pronome relativo.
c) conjunção integrante, pronome relativo, pronome interrogativo, pronome interrogativo,
pronome relativo.
d) conjunção integrante, pronome relativo, conjunção integrante, conjunção integrante,
pronome relativo.
e) conjunção integrante, pronome relativo, pronome interrogativo, pronome interrogativo,
conjunção integrante.

18. Uma mensagem veiculada pelo texto está em:


a) Respeitando-se os três princípios da fofoca – verdade, bondade e necessidade − sempre
contaremos uma agradável história.
b) Antes de contarmos algo sobre alguém, devemos avaliar se esse algo é verdadeiro, fará o
bem e será necessário ao próximo.
c) Aquilo que queremos contar sobre alguém passa inevitavelmente por três fases alternativas:
verdade, bondade e necessidade.
d) Fofocas podem ser evitadas, caso você deixe de confiar plenamente nas pessoas com quem
convive.
e) Aquele que fala muito não respeita a verdade, não é bom nem tem ideia de necessidade.

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19. Sócrates perguntou: − O que você vai me contar já passou pelas três peneiras? Essa frase fica
corretamente transposta para o discurso indireto em: Sócrates
a) pergunta ao rapaz: o que você vai me contar já passou pelas três peneiras.
b) perguntou ao rapaz se o que ele lhe iria contar já havia passado pelas três peneiras.
c) pergunta-lhe se o que o rapaz iria lhe contar já passaria pelas três peneiras.
d) perguntou ao rapaz se o que ele lhe contaria já passaria pelas três peneiras.
e) perguntara ao rapaz se o que ele iria lhe contar já passou pelas três peneiras.

GABARITO
10. E 11. D 12. B 13. A 14. C 15. A 16. E 17. E 18. B 19. B

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TRT 15 – FCC – 2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
ÁREA APOIO ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE ENFERMAGEM

CONHECIMENTOS GERAIS
Língua Portuguesa

Atenção: Leia o texto a seguir para responder às questões de números 20 a 28.

  Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fascinado. Isso era filosofia sobre a
vida, sobre encontrar sentido e sobre como se conduzir.
  “A existência precede a essência.” Se houvesse um concurso para a frase mais curta que
resumisse uma posição filosófica inteira, essas palavras de Sartre venceriam. Trata-se da base
sobre a qual o existencialismo moderno foi construído.
  Sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha
torradeira – os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. A torradeira
é criada para tostar pão; a capacidade de tostar é o propósito e a essência da torradeira. No
entanto, nós, seres humanos, podemos gerar e alterar nossas propriedades e propósitos
fundamentais ao longo do caminho, de modo que não faz sentido dizer que temos alguma
essência definidora imutável. Em primeiro lugar, nós existimos, e, em seguida, criamos a nós
mesmos. Isso não é algo que minha torradeira poderia fazer.
  Naturalmente, Sartre não quis dizer que podemos autocriar nossas propriedades físicas.
Eu não posso querer ser alto. Nem posso querer ser marroquino. As questões importantes,
porém, cabe a mim determinar, por exemplo: como exatamente eu quero viver, o que eu quero
fazer com meu tempo limitado na Terra, pelo que eu estaria disposto a morrer – as qualidades
que fundamentalmente fazem de mim um indivíduo. Tudo isso está aí para ser conquistado.
Minhas conquistas.
  Sartre não está apenas descrevendo esse potencial que é único para os seres humanos, ele
está exortando-nos a adotá-lo e com ele nossa responsabilidade por aquilo que nos tornamos.
E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão
bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.
(Adaptado de: KLEIN, Daniel. O livro do significado da vida.
Trad. Leonardo Abramowicz. São Paulo, Gente, 2017, p. 54-55)

20. A argumentação do 3º parágrafo organiza-se a partir


a) da relação de causa e efeito, com a qual se explica a falta de propósito das escolhas
humanas.
b) do resumo das ideias de Sartre, com o qual se põe em dúvida a realidade da essência.
c) da alusão a exemplos pessoais, com que se contesta o alcance da teoria de Sartre.
d) da oposição de opiniões, com a qual se aponta uma contradição na filosofia existencialista.
e) do raciocínio comparativo, com o qual se ilustra um aspecto da condição humana.

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21. A expressão esse potencial (último parágrafo) remete
a) ao ideal pelo qual cada indivíduo estaria disposto a lutar e até mesmo morrer.
b) aos acontecimentos imprevistos que determinam o destino de cada um.
c) à capacidade que o homem tem de escolher seus aspectos materiais.
d) à possibilidade que cada pessoa tem de decidir que tipo de indivíduo será.
e) à consequência negativa de certas escolhas que o homem faz ao longo da vida.

22. Da leitura do texto, entende-se que a frase “A existência precede a essência” pressupõe que
a) o tratamento dado a um indivíduo resulte de sua essência.
b) o homem sinta-se potente por ter uma essência mutável.
c) a existência do homem seja predefinida por seus propósitos.
d) as ações humanas sejam orientadas pelo livre-arbítrio.
e) a essência humana não possa ser alterada pela história.

23. Uma frase coerente com o que se afirma no 1º parágrafo e escrita com clareza e de acordo com
a norma-padrão é:
a) A filosofia de Sartre problematizava a vida, o que fascinou o autor ao levar-lhe a
conscientizar-se sobre ela.
b) A vida era a matéria das reflexões de Sartre, fascinando o autor que buscava atribuí-la
sentido e se conduzir.
c) O autor diz que as palavras de Sartre o fascinaram, por lhe possibilitarem refletir acerca do
sentido da vida.
d) O autor fascinou-se perante à obra de Sartre, a primeira vez que lhe leu, haja vista poder
pensar na vida.
e) A filosofia de Sartre logo fascinou o autor, por indicá-lo uma maneira de fazer indagações a
partir da vida.

24. Ao substituir-se por fosse a primeira forma verbal destacada em se eu sou o mestre do meu
destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de
mim mesmo, as demais formas verbais em negrito devem ser substituídas, respectivamente,
por
a) sairia − tivera
b) saísse − teria
c) sair − tinha
d) saia − tenha
e) saíra − tivesse

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25. A expressão que apresenta função sintática idêntica à da sublinhada em As questões
importantes, porém, cabe a mim determinar... (4º parágrafo) está também sublinhada no
trecho:
a) ... podemos autocriar nossas propriedades físicas. (4º parágrafo)
b) ... essas palavras de Sartre venceriam. (2º parágrafo)
c) ... se eu sou o mestre do meu destino... (último parágrafo)
d) ... os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. (3º parágrafo)
e) ... nós, seres humanos, podemos gerar... (3º parágrafo)

26. Considere o trecho do último parágrafo:


E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão
bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.
Caso se queira explicitar a relação de sentido entre as orações separadas pelos dois-pontos,
deve-se substituir o sinal de dois-pontos fazendo-se as devidas alterações, por:
a) pois.
b) mesmo que.
c) conquanto.
d) contudo.
e) porém.

27. A frase de Sartre (2º parágrafo), destacada entre aspas, está corretamente reportada em
discurso indireto e com a forma verbal na voz passiva em:
a) Sartre defendia que à essência precedia a existência.
b) Sartre afirmou que a essência era precedida pela existência.
c) Para Sartre era a existência que precedia a essência.
d) Nas palavras de Sartre: − A essência vem precedida da existência.
e) Segundo Sartre, a existência é que precede a essência.

28. Considere a frase:


Sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira –
os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. (3º parágrafo)
Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, o segmento que pode vir apresentado entre
vírgulas é:
a) os seres humanos
b) dos objetos do mundo
c) não podem ser definidos
d) está dizendo que
e) ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira −

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29. Estão empregadas de acordo com a norma-padrão as expressões sublinhadas em:
a) Daniel Klein lançou-se à ler Sartre em busca de uma filosofia pela qual pudesse se identificar.
b) As palavras de Sartre de que o autor cita no texto associam-se à uma síntese do
existencialismo.
c) A filosofia na qual Sartre é representante lança luz sobre como damos sentido à nossas
escolhas.
d) Ao fazer menção à esta filosofia de Sartre, o autor sugere com que nossas decisões sejam
revistas.
e) A frase de Sartre para a qual o autor chama a atenção corresponde à síntese do
existencialismo.

30. A frase cuja redação está em conformidade com a norma-padrão é:


a) Partilhado por diferentes filósofos, as ideias existencialistas tinham dentre sua preocupação
principal as experiências humanas concretas.
b) Embora possuísse diferenças em termos de doutrina, os existencialistas partilhavam a
crença que o pensamento filosófico se inicia com a vivencia humana sensível.
c) As ideias existencialistas tornaram-se popular nos anos que suscederam a Segunda Guerra
Mundial, como maneira de frizar a importância da integridade humana.
d) Os pensadores existencialistas proporam um meio de se pensar a natureza humana a partir
dos sentimentos e das reações adivindo do cotidiano.
e) Uma das propostas centrais do existencialismo diz respeito a se considerar a
responsabilidade de cada indivíduo na definição de sua trajetória.

GABARITO
20. B 21. A 22. C 23. B 24. D 25. E 26. C 27. E 28. D 29. A 30. A

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SABESP – FCC – 2018 – ENGENHEIRO – CIVIL

CONHECIMENTOS BÁSICOS
Língua Portuguesa

Atenção: Leia o texto abaixo para responder às questões de números 31 a 40.


1 O último livro de Achille Mbembe intitula-se Crítica da Razão Negra. Como define “razão
negra”? O que chamamos de “Negro” é uma invenção do capitalismo à época em que esse
sistema econômico e essa forma de exploração da natureza e dos seres humanos foi posta
em prática à beira do Oceano Atlântico, no século XV. Neste contexto, “Negro” é a definição
de uma humanidade que se presume não ser só uma, ou, sendo apenas uma, não pode ser
nada mais do que uma coisa, um objeto, uma mercadoria. A “razão negra” reflete o conjunto
de discursos que afirmam quem é este homem-objeto, homem-mercadoria, homem-coisa,
como deve ser tratado, governado, em que condições se deve pô-lo a trabalhar e como tirar
proveito dele. Depois, a “razão negra” designa a retomada do discurso daqueles que foram
“catalogados” (Africanos, Antilhanos, Afro-Americanos, Afro-Caribenhos) e que devolvem e
endossam essa responsabilidade aos responsáveis por este “fabrico”, buscando a reafirmação
da sua humanidade plena e inteira. Logo após o 11 de Setembro, o mundo entrou numa fase
muito particular, a que poderíamos chamar de estado de “exceção”.
2 Está hoje presente, segundo defende, uma espécie de “racismo sem raça” que mobiliza
a religião e a cultura no quadro da luta contra o terrorismo. Pode aprofundar esta questão?
Depois do 11 de Setembro, o mundo entrou num momento muito específico, que pode ser
chamado de “estado de sítio”: uma série de garantias jurídicas fundamentais que permitiam
assegurar a nossa segurança e a nossa liberdade foi posta em causa, de forma explícita ou
indireta. A exceção tornou-se norma. A detenção de pessoas que supõem tratar-se de inimigos
vulgarizou-se, as prisões sem julgamento também, a tortura com o objetivo de extrair à força
informações e a submissão das populações de todo o mundo a sistemas de vigilância sem
contrapontos legais tornaram-se comuns. Tudo isso resulta numa “re-balcanização” do mundo
sobre um fundo de duas formas obscuras de desejo que afligem as sociedades contemporâneas:
o apartheid (cada um quer viver apenas com os seus) e o sonho, funesto no meu ponto de vista,
de uma comunidade sem estrangeiros.
3 O presidente francês, François Hollande ensaiou a ideia de retirar a palavra “raça” da
constituição francesa para lutar contra o racismo. Como encara esta atitude? Absolutamente
inacreditável! Porque isso pressupõe que se nos confrontamos com um problema, basta
eliminar o vocábulo que o define. Se os países africanos suprimirem a palavra “pobreza”, ela
desaparece? Há qualquer coisa de estranho neste tipo de raciocínio. Creio que o presidente
faria melhor se refletisse sobre as novas formas de racismo em França e buscasse métodos para
as combater.
4 O que pensa dos que denunciam um aumento do racismo antibranco? (Risos) Não devemos
brincar. Não quero dizer que os não brancos não são capazes de atitudes racistas. Porém, o
racismo tal como se desenvolveu no mundo moderno, implica a existência de mecanismos

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institucionais coercivos na atribuição de uma identidade. Neste momento, na correlação
de forças mundial, desculpe, mas o mundo africano em particular não dispõe de recursos
suscetíveis de estigmatizar pessoas de origem europeia.
(Adaptado de: Entrevista de Achille Mbembe a Séverine Kodjo-Grandvaux.
Trad. de C.F., Novo Jornal, 17 jan. 2014, p. 7)

31. De acordo com o texto, o título do livro Crítica da Razão Negra refere-se a
a) uma crítica, seja ao modo como uma lógica escravocrata operou a coisificação do negro,
seja à suposta retomada de sua autonomia enquanto ser humano, apropriando-se da
imagem de raça que o regime capitalista forjou.
b) momentos históricos distintos: o primeiro relacionado à desumanização do negro, que
passa a ser visto como mercadoria; o segundo, à reafirmação da humanidade por parte dos
que foram objetificados.
c) períodos conflitantes do processo escravocrata: seja seu início, com o capitalismo, que
fabrica as noções de raça e cor, seja no presente, em que tais noções são esvaziadas de
sentido, a ponto de cogitarem-se ações contra o racismo reverso.
d) uma série de objeções às políticas identitárias, que, ao tentar reverter a lógica escravocrata
do período colonial, terminam por reafirmá-la em um conjunto de identidades minoritárias,
exemplificado por noções como “afro-americano” e “afro-caribenho”.
e) um conjunto de críticas, seja aos regimes escravocratas, seja ao posterior capitalismo, que
se apropria de diferentes noções de raça para forjar uma compreensão do negro como
mercadoria.

32. Recupera o sentido da expressão recursos suscetíveis de estigmatizar (último parágrafo) o que
está em
a) riquezas passíveis de comprometer
b) ensejos aptos a macular
c) condições capazes de estratificar
d) meios capazes de vilipendiar
e) maneiras de sobrepor-se

33. No contexto, com a frase o racismo tal como se desenvolveu no mundo moderno, implica a
existência de mecanismos institucionais coercivos na atribuição de uma identidade (último
parágrafo), o entrevistado chama atenção para
a) o complexo modo de operar das instituições que fizeram uso econômico do racismo e que
agora prescindem da distinção entre brancos e negros para fomentar o capital.
b) o fato de que o mundo moderno criou uma engrenagem intrincada a fim de dissimular o
racismo, a ponto de atribuir a indivíduos isolados uma prática, em verdade, estrutural.
c) o fato de o racismo estar ligado a relações de força institucionalizadas responsáveis por sua
conformação, e não por atos de indivíduos isolados.
d) a caracterização do racismo como um somatório de atitudes individuais, a ponto de, em
determinado momento, existir a possibilidade, por exemplo, de racismo contra brancos.

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e) a possibilidade de coexistência de dois racismos, seja o institucional, contra negros, seja o
que ocorre em manifestações isoladas, contra estrangeiros.

34. Quanto ao uso do hífen no texto, é correto afirmar que:


a) na justaposição, como ocorre em “homem-coisa” (1º parágrafo), o hífen tem a função de
hierarquizar os termos componentes, variando em número, por regra, apenas o primeiro:
“homens-coisa”.
b) na justaposição de termos, como ocorre em “Afro-Caribenho”, ainda que o hífen tenha
servido para ressaltar um atributo dual, trata-se de equívoco, uma vez que a norma vigente
exclui o hífen quando não ocorre encontro de duas vogais semelhantes.
c) no termo “re-balcanização” (2º parágrafo), embora contrário às regras vigentes, o hífen
presta-se a conferir relevo e a indicar que o substantivo foi cunhado por Achille Mbembe.
d) na composição de termos que indicam origem, como em “Afro-Americano” (1º parágrafo),
o hífen atribui maior importância ao que inicia o vocábulo, a ponto de indicar, no contexto,
uma identidade valorizada pelo entrevistado.
e) na composição de dois substantivos como “homem-mercadoria” (1º parágrafo) forma-se
um termo de significado novo, de modo a indicar, neste caso, a depreciação do homem a
ponto de ser comercializado.

35. As frases abaixo referem-se à pontuação do texto.


I. Em Porque isso pressupõe que se nos confrontamos (3º parágrafo), caso se acrescente uma
vírgula imediatamente após “que”, isola-se corretamente uma oração intercalada.
II. Em “estado de sítio”: uma série de garantias (2º parágrafo), os dois-pontos podem ser
substituídos por vírgula seguida de “pois”, já que se segue uma explicação.
III. Em Não quero dizer que os não brancos (último parágrafo), pode-se substituir “que” por
dois-pontos mantendo-se o sentido e a correção.
Está correto o que consta em
a) III, apenas
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, apenas.

36. que se presume não ser só uma (1º parágrafo)


que devolvem e endossam essa responsabilidade (1º parágrafo)
que o define (3º parágrafo)
Os pronomes sublinhados acima referem-se respectivamente a:
a) humanidade − daqueles − problema
b) humanidade − daqueles − vocábulo
c) humanidade − responsáveis − vocábulo

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d) definição − daqueles − vocábulo
e) definição − responsáveis − problema

37. Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido, nos segmentos ... sendo apenas uma... e
... buscando a reafirmação da sua humanidade... (1º parágrafo), os verbos sublinhados podem
ser corretamente substituídos por:
a) enquanto é − de maneira a buscar
b) desde que seja − caso busquem
c) uma vez que é − que busquem
d) desde que seja − conforme se busque
e) enquanto é − contanto que se busque

38. Mantendo-se o sentido, uma nova redação ao segmento A detenção de pessoas que supõem
tratar-se de inimigos vulgarizou-se (2º parágrafo), adequada às normas gramaticais, encontra-
se em
a) Pessoas que se consideram inimigos passaram a ser detidas vulgarmente.
b) Tornou-se supostamente corriqueiro deterem-se pessoas que se tratam de inimigos.
c) A detenção de pessoas que se tratam de inimigos passou a ser contumaz.
d) Tornou-se comum a detenção de pessoas que se supõe serem inimigos.
e) Prender pessoas supostamente tratadas como inimigos tornou-se vulgar.

39. Em Há qualquer coisa de estranho neste tipo de raciocínio (3º parágrafo), o segmento em
destaque tem função sintática equivalente ao que se encontra sublinhado em:
a) o conjunto de discursos que afirmam quem é este homem-objeto
b) Creio que o presidente faria melhor
c) sendo apenas uma, não pode ser nada mais do que uma coisa
d) a retomada do discurso daqueles que foram “catalogados”
e) garantias jurídicas fundamentais que permitiam assegurar

40. Em Se os países africanos suprimirem a palavra “pobreza”, ela desaparece?, mantêm-se a


adequada correlação entre os verbos substituindo-os respectivamente por:
a) teriam suprimido − há de desaparecer
b) suprimissem − desapareceria
c) tenham suprimido − desaparecera
d) suprimam − desapareça
e) tem suprimido − tinha desaparecido

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Atenção: Leia o texto abaixo para responder às questões de números 41 a 43.
  O que há de mais evidente nas atitudes dos brasileiros diante do “preconceito de cor” é a
tendência a considerá-lo como algo ultrajante (para quem o sofre) e degradante (para quem o
pratique).
  Contudo, na situação imperante nos últimos 40 anos (de 1927 até hoje), tem prevalecido
uma considerável ambiguidade axiológica. Os valores vinculados à ordem social tradicionalista
são antes condenados no plano ideal que repelidos no plano da ação concreta e direta. Daí uma
confusa combinação de atitudes e verbalizações ideais que nada têm a ver com as disposições
efetivas de atuação social. Tudo se passa como se o “branco” assumisse maior consciência
parcial de sua responsabilidade na degradação do “negro” e do “mulato” como pessoa mas, ao
mesmo tempo, encontrasse sérias dificuldades em vencer-se a si próprio.
  O lado curioso dessa ambígua situação de transição aparece na saída espontânea que se
deu a esse drama de consciência. Sem nenhuma espécie de farisaísmo consciente, tende-se
a uma acomodação contraditória. O “preconceito de cor” é condenado sem reservas, como
se constituísse um mal em si mesmo, mais degradante para quem o pratique do que para
quem seja sua vítima. A liberdade de preservar os antigos ajustamentos discriminatórios
e preconceituosos, porém, é tida como intocável, desde que se mantenha o decoro e suas
manifestações possam ser encobertas ou dissimuladas.
  Do ponto de vista e em termos de posição sociocultural do “branco”, o que ganha o centro
do palco não é o “preconceito de cor”, mas uma realidade moral reativa, que bem poderia ser
designada como o “preconceito de não ter preconceito”.
(Adaptado de: FLORESTAN, Fernandes. O Negro no Mundo dos Brancos. São Paulo: Difel, 1972, pp. 23-25)

41. De acordo com o texto,


a) o desdobramento de uma oposição – o caráter ultrajante da ação sofrida e o caráter
degradante da ação praticada – confere ao Brasil uma posição singular em relação ao
“preconceito de cor”, que é mais sentido do que manifestado, uma vez que em nenhum
momento deixa de ser condenado de modo irrestrito.
b) o branco, ao tornar-se mais consciente de sua realidade social, passa a condenar as atitudes
racistas, em consonância com seu pensamento, com a liberdade e o decoro sociais, ainda
que se esteja longe de resolver o problema da discriminação no Brasil.
c) a herança colonial caracterizou um regime social, no Brasil, que se acomodou ao racismo, a
ponto de apenas no fim da década de 1960, quando é escrito o texto, medidas resolutivas
serem postas em prática, deixando o plano ideal e ganhando efetividade.
d) em decorrência de uma dubiedade no plano dos valores, que separa o plano da efetividade
de um outro plano, o ideal, o preconceito racial no Brasil ganha uma roupagem dissimulada,
o que o autor chama de “preconceito de não ter preconceito”.
e) o fato de se manter, no Brasil, a liberdade no plano das ideias, fez com que não se chegasse
a extremos, como em outros países, e o “preconceito de cor”, como é referido pelo autor,
não se tornasse efetivo, mas sim permanecesse encoberto.

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42. Considerando-se o contexto, mantêm-se as relações de sentido e a correção gramatical
substituindo-se
a) tende-se por “inclina-se” (3º parágrafo)
b) ajustamentos por “consensos” (3º parágrafo)
c) verbalizações por “prolixidades” (2º parágrafo)
d) axiológica por “conceitual” (2º parágrafo)
e) vencer-se por “derrotar-se” (2º parágrafo)

43. Os valores vinculados à ordem social tradicionalista são antes condenados no plano ideal que
repelidos no plano da ação concreta e direta.
Uma redação alternativa para a frase acima, em que se mantêm a correção e, em linhas gerais,
o sentido, encontra-se em:
a) Antes de serem censurados no tocante à manutenção da ordem tradicionalista na
sociedade, é na esfera da ação propriamente dita que os valores são rechaçados.
b) Os valores tradicionais são previamente desaprovados no plano ideal, para em seguida o
serem no plano prático e direto das ações.
c) Os valores inscritos na tradição a priori são condenados no plano das ideias; a posteriori, no
plano da vida prática.
d) Por primeiro os valores afeitos à ordenação conservadora são condenados no campo das
ideias e depois no campo das ações concretas.
e) Preferencialmente ao plano da vida prática, é na esfera ideal que os valores ligados à
sociedade conservadora são rechaçados.

GABARITO
31. B 32. D 33. C 34. E 35. B 36. A 37. A 38. D 39. B 40. B 41. D 
42. A 43. E

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SABESP – FCC 2018 –
TÉCNICO EM SISTEMAS DE SANEAMENTO – QUÍMICA

CONHECIMENTOS BÁSICOS
Língua Portuguesa

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 44 a 51.

  O filósofo sempre foi considerado um personagem bizarro, estranho, capaz de cair num
poço quando se embrenha em suas reflexões − é o que contam a respeito de Tales (cerca de
625-547 a.C.). O primeiro filósofo, segundo a tradição grega, combina enorme senso prático
para os negócios com uma capacidade de abstração que o retira do mundo. Por isso é visto
como indivíduo dotado de um saber especial, admirado porque manipula ideias abstratas,
importantes e divinas. No fundo não está prefigurando as oposições que desenharão o perfil do
homem do Ocidente? O divino Platão e o portentoso Aristóteles fizeram desse estranhamento
o autêntico espanto diante das coisas, o empuxo para a reflexão filosófica.
  Nos dias de hoje essa imagem está em plena decadência; o filósofo se apresenta como
um profissional competindo com tantos outros. Ninguém se importa com as promessas já
inscritas no nome de sua profissão: a prometida amizade pelo saber somente se cumpre se
a investigação for levada até seu limite, cair no abismo onde se perdem suas raízes. A palavra
grega filosofia significa “amigo da sabedoria”, por conseguinte recusa da adesão a um saber já
feito e compromisso com a busca do correto.
  Em contrapartida, o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho. Torna-
se mais seguro conforme aumenta a venda de seus livros, embora aparente desprezar os
campeões de venda. Às vezes participa do jogo da mídia. Graças a esse comércio transforma
seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura de textos, em moeda de troca.
Ao tratar as ideias filosóficas como se fossem meras opiniões, isoladas de seus pressupostos
ligados ao mundo, pode ser seduzido pela rigidez de ideias sem molejo, convertendo-se assim
num militante doutrinário. Outras vezes, cai nas frivolidades da vida mundana. Não vejo na
prática da filosofia contemporânea nenhum estímulo para que o estudioso se comprometa
com uma prática moral e política mais consciente de si mesma, venha a ser mais tolerante às
opiniões alheias.
  Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o filósofo
também se tornam dispensáveis, sempre havendo uma doutrina ou um profissional capaz de
enaltecer uma trama de interesses privados. A constante exposição à mídia acaba levando o
filósofo a dizer o que o grande público espera dele e, assim, também pode usufruir de seus
quinze minutos de celebridade. Diante do perigo de ser engolfado pela teia de condutas que
inverte o sentido original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se pretende
ser amante de um saber autêntico, precisa não perder de vista que assumiu o compromisso
de afastar-se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da reflexão − e de desconfiar
das novidades espalhafatosas. Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias, que reflita sobre o
sentido de seu comportamento.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, edição digital)

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44. e de desconfiar das novidades espalhafatosas. (último parágrafo)
No trecho acima, o emprego da preposição em destaque justifica-se pela regência do termo
a) reflexão.
b) assumiu.
c) compromisso.
d) desconfiar.
e) afastar-se.

45. Considere as afirmações abaixo.


I. O que está referido no texto como oposições que desenharão o perfil do homem do Ocidente
(1º parágrafo) consiste no fato de que, desde o advento da filosofia grega, o filósofo, aquele
que se retira do mundo a fim de refletir sobre questões que se encontram fora do alcance das
pessoas comuns, paradoxalmente adquire parte importante de seu conhecimento a partir das
mazelas e acontecimentos banais da vida cotidiana.
II. Na época atual, marcada pela falta da rigidez dos valores e pela velocidade com que as
ideias e pensamentos se alteram, o filósofo vem a se tornar um profissional imprescindível,
cabendo a ele estabelecer os parâmetros éticos de práticas morais e políticas.
III. Depreende-se do contexto que o filósofo contemporâneo, ao se expor com frequência à
mídia, pode ser induzido a manifestar opinião condizente com o senso comum, chegando até
mesmo a se tornar uma celebridade, ainda que efêmera.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

46. que reflita sobre o sentido de seu comportamento.


O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do sublinhado acima está na frase:
a) ... que inverte o sentido original de suas práticas...
b) A palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”...
c) que o retira do mundo.
d) ... venha a ser mais tolerante às opiniões alheias...
e) ... como se fossem meras opiniões, isoladas de seus pressupostos...

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47. A respeito do 1º parágrafo, afirma-se corretamente:
a) O segmento empuxo para a reflexão filosófica equivale, no contexto, a “aptidão inata para
deter-se em temas elevados”.
b) Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, o segmento é o que contam a respeito de
Tales pode ser substituído por “é o que se relatam sobre Tales”.
c) O segmento quando se embrenha em suas reflexões pode ser substituído por “ao passo
que em pensamentos se perdem”.
d) O ponto de interrogação pode ser suprimido uma vez que se trata de pergunta retórica.
e) O segmento segundo a tradição grega pode ser substituído por “conforme dita a tradição
grega”, sem prejuízo do sentido.

48. Graças a esse comércio transforma seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura
de textos, em moeda de troca. (3º parágrafo)
Em relação ao trecho acima, afirma-se corretamente:
a) Sem prejuízo para a correção e o sentido, o segmento Graças a... pode ser substituído por
“Decorrente a”.
b) O segmento em moeda de troca é complemento do verbo “transformar”.
c) Mantendo-se a correção gramatical, o segmento que encontra pode ser substituído por
“encontrado”.
d) O emprego da vírgula colocada imediatamente após capital se justifica por separar sujeitos
de orações diferentes.
e) A flexão do verbo “encontrar” se deve ao termo “comércio”.

49. A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo... (último parágrafo)


No segmento acima, o sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso se substitua “mídia”
por
a) debates.
b) propagandas.
c) imprensa.
d) programas.
e) meio de comunicação.

50. A frase que admite transposição para a voz passiva é:


a) ... manipula ideias abstratas, importantes e divinas.
b) Outras vezes, cai nas frivolidades da vida mundana.
c) Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis...
d) ... essa imagem está em plena decadência...
e) ... o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho.

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51. cair no abismo onde se perdem suas raízes (2º parágrafo)
O segmento sublinhado acima possui a mesma função sintática do que se encontra também
sublinhado em:
a) ... para que o estudioso se comprometa com uma prática moral e política mais consciente
de si mesma. (3º parágrafo)
b) Às vezes participa do jogo da mídia (3º parágrafo)
c) que inverte o sentido original de suas práticas (último parágrafo)
d) ... o filósofo, principalmente o iniciante, [...] precisa não perder de vista que. (último
parágrafo)
e) Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias (último parágrafo)

52. Está correta a redação do comentário que se encontra em:


a) Nem todos os filósofos gregos da época em que surgia a filosofia integrava-se
completamente na pólis, a cidade-estado grega.
b) Os discípulos de Pitágoras, criaram uma verdadeira escola filosófica, onde foi possível
perceber que os estudiosos se dedicavam como a uma verdadeira seita.
c) Foi a partir do século XIII que os filósofos se vincularam às universidades, fortalecendo,
assim, o debate de ideias e fomentando o espanto pela existência do mundo.
d) É inevitável que se deixe convencer pelos argumentos do filósofo aqueles que os admira,
uma vez que são expostos por meio de raciocínio consistente,
e) A filosofia ocidental, à qual nasce na Grécia, no século VII a.C., momento concomitante a
formação da pólis, a cidade-estado.

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 53 a 56.

  Foi em 1964. Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria
num chalezinho em Barão de Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias. Eram mais
que amigos − irmãos. De repente, foram dar a Vinícius a notícia de que Antônio Maria morrera
na véspera, de infarto. Vinícius sentiu o que chamou de “coice da morte” e se deixou ficar,
arrasado, na varanda do chalé. Naquele momento, um passarinho entrou pela varanda
e começou a fazer evoluções à sua volta. Era um passarinho gordo, como Maria. O poeta
escreveu depois: “Tenho certeza que aquele passarinho gordo era você, meu Maria, fazendo
palhaçada para me tirar da fossa”.
  Vinícius tinha prática nesses assuntos. Em 1955, morrera-lhe outro amigo querido, Jayme
Ovalle. Dias depois, Vinícius escreveu a Manuel Bandeira: “Ele [Ovalle] não tem me largado
um instante. Agora mesmo que estou te escrevendo, está sentado na poltrona em frente” − e
descreveu uma longa cena do amigo morto que o visitava. Ovalle morrera no Rio e Vinícius
estava em Paris, detalhe insignificante no além.
  Quando se perde um amigo, vêm o vazio e a sensação de que, por mais que se falassem,
os dois não disseram tudo.
(Adaptado de: CASTRO, Ruy. Disponível em: folha.uol.com.br. Acessado em: 30/3/18)

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53. O verbo que, no contexto, pode ser corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma
outra modificação seja feita na frase, está sublinhado em:
a) ... os dois não disseram tudo. (último parágrafo)
b) Quando se perde um amigo, vêm o vazio e a sensação de que... (último parágrafo)
c) De repente, foram dar a Vinícius a notícia de que... (1º parágrafo)
d) ... por mais que se falassem... (último parágrafo)
e) Eram mais que amigos − irmãos. (1º parágrafo)

54. Considere as afirmações abaixo a respeito da crônica de Ruy Castro.


I. Em Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria num chalezinho
em Barão de Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias (1º parágrafo), os tempos
verbais indicam, respectivamente, uma ação que estava se processando e outra anterior a ela.
II. A partir da afirmação de que Vinícius tinha prática nesses assuntos (2º parágrafo),
depreende-se que ele já havia escrito poemas sobre tais questões, de modo que pôde enfrentar
a perda de Maria com serenidade.
III. Com o comentário detalhe insignificante (2º parágrafo), o autor refere-se, com humor, à
grande distância entre o Rio e Paris.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III.
b) I.
c) II e III.
d) I e II.
e) I e III.

55. A formulação correta que dá continuidade à frase Ao ver um passarinho gordo, Vinícius
afirmou... está em:
a) estar certo de que se tratara de Maria, a fazer palhaçadas a fim de tirar-lhe da fossa.
b) ter certeza de que tratava-se das palhaçadas de Maria a fim de tirar-lhe da fossa.
c) que estaria certo que tratava-se de uma palhaçada de Maria, para tirá-lo da fossa.
d) que tinha certeza tratar-se de Maria, fazendo palhaçada para lhe tirar da fossa.
e) ter certeza de que se tratava de Maria, fazendo palhaçada para tirá-lo da fossa.

56. Está correta a redação da seguinte frase:


a) Era gordo como Maria, o passarinho que: fazendo movimentos harmoniosos ao seu redor
entrou pela varanda.
b) Vinícius estava à espera de Antonio Maria, por quem nutria grande amizade, quando
recebeu a triste notícia de que ele havia morrido na véspera.
c) A perda de um amigo traz a sensação de que, ainda haveriam muitas coisas que poderiam
ser ditas entre eles.

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d) Vinícius contou a Manuel Bandeira a cerca da cena a qual via, sentado na poltrona a frente
de um amigo que já havia morrido.
e) Na crônica, relata-se que Vinícius e Antônio Maria havia combinado de se encontrar em
Barão de Mauá.

GABARITO
44. C 45. A 46. D 47. E 48. B 49. C 50. A 51. D 52. C 53. B 54. E 
55. E 56. B

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AGED/MA – FCC – 2018 – FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO –
ENGENHEIRO AGRÔNOMO

CONHECIMENTOS GERAIS
Língua Portuguesa

Atenção: As questões de números 57 a 62 referem-se ao texto seguinte.

Paisagens e riquezas
  Se pudéssemos viajar por diferentes estradas do país, e em diferentes épocas, ficaríamos
espantados com a variedade de plantações com que nos depararíamos. Ao longo de algumas
poucas incursões minhas pelo interior de minha região, fui encontrando mares de cana, de
algodão, de laranjeiras, de café, de soja, de milho e sei lá quantos mais cultivos, espelhando
ciclos econômicos os mais variados. Com frequência, essas paisagens vegetais faziam parceria
com instalações industriais, deixando clara a proeminência do agronegócio em nosso país.
  Como sou sentimental, não me rejo apenas pelo aspecto econômico dos bons negócios;
deixo-me envolver pela sedução poética que os quadros exercem sobre mim. Lembro-me, por
exemplo, da melancolia com que vi desaparecem os algodoais, que regularmente floresciam
com suas vestes brancas, para darem lugar ao verdor da cana mais prosaica, que viraria álcool.
“O Brasil se dá ao luxo de plantar seu combustível”, diziam, não sem razão, os nacionalistas
mais entusiasmados.
  O fato é que nosso país está habilitado a explorar e produzir uma inimaginável gama de
riquezas, a partir da diversidade de suas terras, de seus climas, de seus relevos. Por conta
dessas variações, são múltiplas também as atividades pecuárias e as industriais, que a elas se
atrelam. O lugar-comum de que o Brasil é um país generosamente atendido em suas formações
naturais confirma-se com as paisagens tão variadas que desfilam diante do viajante. É desafio
nosso cultivar, processar e distribuir com empenho os produtos dessa riqueza disponível.
(Percival de Holanda, inédito)

57. A pluralidade das plantações que se oferecem a um viajante nos diferentes espaços e épocas
do nosso país tem sua razão de ser indicada no seguinte segmento do texto:
a) essas paisagens vegetais faziam parceria com instalações industriais (1º parágrafo)
b) deixando clara a proeminência do agronegócio em nosso país (1º parágrafo)
c) espelhando ciclos econômicos os mais variados. (1º parágrafo)
d) não me rejo apenas pelo aspecto econômico dos bons negócios (2º parágrafo)
e) O Brasil se dá ao luxo de plantar seu combustível (2º parágrafo)

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58. Num texto orientado para informações objetivas, pode haver observações que vão além da
pura objetividade ou constatação de fatos, tal como ocorre com ambos os segmentos indicados
em
a) Se pudéssemos viajar por diferentes estradas do país / faziam parceria com instalações
industriais (1º parágrafo)
b) a melancolia com que vi desaparecerem / darem lugar ao verdor da cana mais prosaica (2º
parágrafo)
c) floresciam com suas vestes brancas / diziam (...) os nacionalistas mais entusiasmados (2º
parágrafo)
d) nosso país está habilitado a explorar / produzir (...) a partir da diversidade de suas terras
(3º parágrafo)
e) paisagens tão variadas que desfilam / são múltiplas também as atividades pecuárias (3º
parágrafo)

59. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto


em:
a) Ao longo de algumas poucas incursões minhas (1º parágrafo) = à medida que eu
descortinava.
b) espelhando ciclos econômicos (1º parágrafo) = simulando rotações da economia.
c) faziam parceria com instalações (1º parágrafo) = duplicavam-se em empreendimentos
funcionais.
d) não me rejo apenas pelo aspecto econômico (2º parágrafo) = não me seduz o tino comercial.
e) habilitado a explorar e produzir (3º parágrafo) = apto a tirar proveito e a criar.

60. Está clara, coesa e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
a) É tamanha a diversidade de paisagens em nosso país, onde se reflete ao longo do tempo,
em registro dos motivos econômicos que àquela se liga.
b) Cada viajante reaje a seu modo diante dos quadros naturais que percorre, cada um deles
proporcionando-o um tipo de sentimento, de acordo com a sua personalidade.
c) É cada vez mais patente e vantajoso que tanto a indústria quanto a agricultura se deem as
mãos afim de somar forças em seus respectivos campos de negócio.
d) Lamenta o autor que os brancos algodoais que floresciam na paisagem tenham dado lugar
aos canaviais, que ele considera mais prosaicos, ou menos poéticos.
e) A frase citada à propósito do álcool, remonta ao tempo onde a crise energética petrolífera
insitou nosso país a buscar novas alternativas, em vista de sua escassez.

61. Há construção na voz passiva e pleno atendimento das normas de concordância verbal na
frase:
a) Dá-se ao agronegócio, com toda a razão, os estímulos que cabem para fazê-lo prosperar e,
com isso, alavancarem novas oportunidades de emprego na região.
b) Na esteira dos aspectos econômicos de novos empreendimentos ocorrem, eventualmente,
o efeito de mudanças outras, que o interesse comercial acaba por estimular.

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c) Os campos brancos de algodão acabaram por dar lugar aos campos verdes da cana,
mudança que não foi bem absorvida pelos sentimentos poéticos do autor.
d) Também as atividades pecuárias se desenvolvem muito, caso as estimulem uma sequência
de negócios proporcionada por alguma instalação industrial voltada para esse setor.
e) Basta que se viajem por este país tão diversificado para que as pessoas se deem conta da
nossa enorme riqueza natural, à espera de novos empreendimentos que suscitam.

62. Se pudéssemos viajar por diferentes estradas do país (...), ficaríamos espantados com a
variedade de plantações com que nos depararíamos. (1º parágrafo)
A frase acima continuará correta caso se substituam os elementos sublinhados, na ordem
dada, por:
a) atônitos diante da / que avistaríamos
b) perplexos mediante a / em que assistiríamos
c) aturdidos com cuja / de que testemunharíamos
d) surpresos na / de cujas daríamos conta
e) pasmos porquanto a / nas quais nos confrontaríamos

Atenção: As questões de números 63 a 67 referem-se ao texto seguinte.

Explicar ou compreender?
  Muitas coisas podemos explicar sem, propriamente, compreender. Mas a pessoa humana,
em sua dimensão mais íntima e profunda, só pode ser compreendida, jamais explicada. Posso
explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um edifício.
A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de modo a
permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da causalidade
mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar, o fato passa a
pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do seu corpo pela
mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou a assimilá-lo à pedra, e meu juízo é apenas
o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o seu gesto, tenho que
compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível integridade. Será
sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da vontade, embora
destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação interna insuportável.
  Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua
liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história
a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente
emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-
no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.
(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 28-29)

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63. Diferentemente do que constitui uma explicação, a compreensão do gesto de uma pessoa
humana se dá quando se
a) qualifica uma ação produzida por força das circunstâncias físicas que a determinam.
b) percebe que o ato foi produzido pelo sujeito de modo absolutamente involuntário.
c) reconhecem os motivos íntimos que levaram o sujeito a agir de determinado modo.
d) valoriza esse gesto como um fenômeno decorrente de uma pressão externa.
e) constatam os impulsos mecânicos que levaram alguém a expandir seus desejos.

64. Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:
a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)
b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)
c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)
d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º
parágrafo)
e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)

65. Deve-se entender que a afirmação o fato passa a pertencer a nível fenomênico inteiramente
distinto (1º parágrafo) é feita em oposição ao que se indica em
a) A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade
b) a pessoa humana (...) só pode ser compreendida
c) tenho que compreendê-lo em seu significado
d) uma resposta criadora da vontade
e) um permanente emergir da necessidade

66. Se quero interpretar o seu gesto, tenho que compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-
lo em sua irredutível integridade. A frase acima ganha nova e correta redação, mantendo-se
seu sentido essencial, na seguinte versão:
a) Desejando-se explicar tal gesto, há de se compreender-lhe com o sentido íntegro em que
se interpreta, no qual se resguarda.
b) Seu gesto, para mim interpretá-lo, devo entender no seu sentido integral, razão pela qual
tenho de aceitá-lo irredutivelmente.
c) A menos que queira compreender seu gesto, ao interpretar-lhe com integridade, devo
aceitar-lhe a forma irredutível a que se deu.
d) Para interpretar, ainda que de modo irredutivelmente íntegro, devo compreender o
significado de seu gesto, por conseguinte aceitando-o.
e) Uma vez que aceite seu gesto em sua cabal integridade, impondo-me compreender o seu
significado, habilito-me a interpretá-lo.

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67. Classificam-se como sujeito (S) e complemento (C) da mesma forma verbal os termos
destacados em
a) Uma pessoa complexa (S) só pode ser compreendida (C), jamais explicada.
b) A transcendência (S) constitui o seu projeto (C) como ser-no-mundo.
c) Pode-se explicar a lei da gravidade (C) pelos princípios da Física (S).
d) Sem liberdade interior (C) não há história (S) a ser compreendida.
e) A queda de um homem desesperado (S) não é equivalente (C) à de uma pedra.

68. É plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:


a) Não obstante, as opiniões em contrário, há quem admita que, o ser humano, jamais pode
ser explicado, mas tão somente compreendido.
b) O escritor Machado de Assis notadamente um mestre da ironia, já comparou o fenômeno
da traição amorosa, com a naturalidade de uma pedra que cai.
c) O autor do texto em foco, Hélio Pellegrino, era, além de escritor muito talentoso, um
renomado, inquieto e politizado psicanalista.
d) Uma tragédia humana a rigor, não se explica, tal como a entende o autor do texto, no qual
aliás, nos lembra a diferença entre explicar e compreender.
e) Distinguir entre explicar e compreender, constitui uma obrigação especialmente para
aqueles, que narram os fatos, e interpretam uma notícia.

Atenção: As questões de números 69 a 71 referem-se ao texto seguinte.

[Sobre a amizade]
  Entre parentes, a natureza dispôs com efeito uma espécie de amizade; mas ela não é de
uma resistência a toda prova. Assim, a amizade vale mais que o parentesco, em razão de o
parentesco poder se esvaziar de toda afeição, ao passo que a amizade não: retire-se a afeição,
e não haverá mais amizade digna desse nome, mas o parentesco sempre subsiste.
(Adaptado de: CÍCERO. Saber envelhecer. Trad. de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 85)

69. Conferindo-se bem o sentido de todas as expressões do texto, resulta que a ideia central é a de
que a amizade
a) não é de uma resistência a toda prova porque, ao contrário do parentesco, ela não supõe
um vínculo permanente.
b) vale mais que o parentesco porque ela depende da intensidade e duração de uma afeição
real.
c) fragiliza-se com o tempo, também em razão de o parentesco poder se esvaziar de toda
afeição.
d) não haverá mais, digna desse nome, no caso de se confundir com uma simples condição de
parentesco.
e) ocorre com intensidade máxima entre parentes, conforme a natureza dispôs.

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60. Mantêm-se, em linhas gerais, a correção e o sentido do texto, caso se substitua o elemento
sublinhado por aquele que se indica entre parênteses em:
a) a natureza dispôs com efeito uma espécie de amizade (efetivamente um tipo).
b) mas ela não é de uma resistência a toda prova (consistente a revelia).
c) a amizade vale mais que o parentesco (mais preferível do que).
d) em razão de o parentesco poder se esvaziar de toda afeição (vier a se debilitar em).
e) retire-se a afeição, e não haverá mais amizade (conquanto não exista).

71. (...) retire-se a afeição, e não haverá mais amizade digna desse nome, mas o parentesco sempre
subsiste.
Alterando-se as formas verbais sublinhadas na frase acima, manter-se-á uma correta
articulação temporal entre elas caso sejam substituídas, respectivamente, por:
a) fosse retirada − não terá havido − subsistiu
b) venha a retirar-se − não haveria − subsistirá
c) retiremos − não haja − subsistira
d) retirássemos − não haveria − subsistiria
e) retirou-se − tem havido − subsista

GABARITO
57. C 58. B 59. E 60. D 61. C 62. A 63. C 64. D 65. A 66. E 67. B 68. C 69. B 
70. A 71. D

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SABESP – FCC – 2018 – TÉCNICO EM GESTÃO

CONHECIMENTOS BÁSICOS
Língua Portuguesa

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 72 a 79.


1 A partir de que momento uma obra é, de fato, arte? Mona Suhrbier, etnóloga e especialista
em questões ligadas à Amazônia do Museu de Culturas do Mundo de Frankfurt, explica em
entrevista por que trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm
dificuldade de achar um lugar nos museus.
2 Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indigena”? Devo mencionar, de início,
que aqui no Museu das Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu
coleciona desde 1975 arte não europeia. Em cada exposição, indicamos o nome da região de
que a arte em questão vem. Mas para responder a sua pergunta com uma pequena provocação:
arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem
usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi
criado no século 21 um espaço especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se
precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele não é considerado simplesmente arte?
3 E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas
de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres.
Mas se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se
tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um
artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios “ocidentais”. Muitas
vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim, poderia
ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.
4 Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a
respeito do fato de que talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem?
Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo
que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual
específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que
intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que
nos marcou esteticamente.
(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”.
Disponível em: https://www.goethe.de)

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72. Na entrevista, Mona Suhrbier defende o argumento de que
a) o artesanato feito por mulheres, em regiões como a Amazônia, deve ser exibido em centros
urbanos, para servir de inspiração a artistas que se dedicam às técnicas universalmente
aceitas.
b) as pessoas, quando desenvolvem critérios de apreciação de acordo com a cultura em que
estão inseridas, podem apreciar a arte sem opiniões preconcebidas.
c) a arte nacional costuma ser marcada pelo folclore, ainda que tal identificação não seja
aceita pelos que desejam se pautar em paradigmas europeus.
d) a arte indígena, ainda que não seja identificada como arte nacional, deve ter seu lugar de
apreciação salvaguardado em instituições como o Museu do Folclore.
e) as noções do que seja arte devem libertar-se do modelo europeu, marcado por critérios
ditos “ocidentais”, que consideram as outras modalidades artísticas como inferiores.

73. As frases abaixo referem-se à pontuação do segundo parágrafo do texto.


I. Em Mas para responder a sua pergunta com uma pequena provocação: arte indígena...,
pode-se acrescentar uma vírgula logo após “Mas” e substituir os dois-pontos por vírgula, sem
prejuízo da correção.
II. Em ... arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que..., pode-se
substituir o ponto final por dois-pontos, uma vez que se segue uma explicação, fazendo-se as
devidas alterações entre maiúsculas e minúsculas.
III. Em É o “folclore”, o “artesanato”, a vírgula deve-se à inversão da ordem direta dos
elementos da frase, que pode assim ser reescrita: O “folclore” é o “artesanato”.
Está correto o que se afirma em
a) I e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) II, apenas.
e) III, apenas.

74. Quanto à ocorrência de crase, é correto afirmar:


a) Em E você encontrou uma resposta a essa pergunta? (3º parágrafo), pode-se substituir o
segmento sublinhado por “à”, do mesmo modo que em para responder a sua pergunta (2º
parágrafo).
b) Em o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (3º parágrafo), pode ser acrescentado o
sinal indicativo de crase ao termo sublinhado, uma vez que a regência do verbo “aceitar” o
permite.
c) Em o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (3º parágrafo), caso o verbo em destaque
seja substituído por “prefere”, o termo sublinhado deverá ser também substituído por “à”.
d) Em especialista em questões ligadas à Amazônia (1º parágrafo), o sinal de crase pode ser
suprimido, uma vez que se trata de uso opcional da preposição “a”.

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e) Em o nome da região de que a arte em questão vem (2º parágrafo), caso se substitua o
verbo em destaque por “advém”, o termo sublinhado terá de ser substituído por “à”.

75. Em enquanto um cesto trançado já é mais difícil (3º parágrafo), mantendo-se, em linhas gerais,
o sentido original, o termo sublinhado pode ser substituído por:
a) ainda que
b) portanto
c) concomitantemente
d) ao passo que
e) ao mesmo tempo em que

76. O verbo em destaque deve sua flexão ao elemento sublinhado em:


a) há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.
b) trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade
c) É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior.
d) Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do
Folclore
e) aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido

77. Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo
que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual
específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma.
Mantendo-se, em linhas gerais, o sentido original, as frases acima formam um único período,
com clareza e correção, em:
a) A maioria das pessoas, além dos especialistas em arte, não pensam ter crescido em um
mundo visual específico que, tendem a julgar como bom, pois aquilo que já conhecem lhes
serve como uma espécie de norma.
b) Acredito que, para além da maior parte das pessoas, os especialistas em arte também não
pensam em crescer em um mundo visual específico, do qual serve como uma espécie de
norma, na medida em que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem.
c) Acredito que não só a maioria das pessoas, mas também os especialistas em arte não
pensam ter crescido em um mundo visual específico, que serve como uma espécie de
norma, de maneira que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem.
d) Acredito que as pessoas, em sua maioria e, inclusive, os especialistas em arte que não
pensam que cresceram em um mundo visual específico, tendem a usá-lo como norma a
julgar como bom aquilo que já conhecem.
e) Esse mundo visual específico, no qual a maioria das pessoas e, inclusive, dos especialistas
em arte cresceram, serve-lhes como uma espécie de norma, a tal ponto de que tendem a
julgar como bom aquilo que já conhecem.

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78. Está correto o que se afirma em:
a) Em por que é que se precisa desse museu? (2º parágrafo), a supressão do segmento
sublinhado, por ser expletivo, acarreta erro de sintaxe à frase.
b) O acréscimo de uma vírgula imediatamente após “Mas” em Mas se a obra for de autoria
de um artista urbano (3º parágrafo) separaria a conjunção da oração por ela introduzida,
tornando a frase incorreta.
c) A frase iniciada por Muitas vezes o próprio material já define (3º parágrafo) introduz um
exemplo contrário aos critérios aventados na frase anterior, de modo a sugerir outro ponto
de vista.
d) Em Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? (2º parágrafo), caso se
suprimam os dois-pontos e o ponto de interrogação, deverá também se alterar a grafia de
“por que” para “porque”.
e) No 3º parágrafo, se as aspas, por um lado, relativizam expressões como “pessoas certas” e
“ocidentais”, por outro, destacam uma fala hipotética do mundo da arte em “sim, poderia
ser arte”.

79. de que a arte em questão vem (2º parágrafo) cujo currículo seja adequado (3º parágrafo) que
não conhecem (4º parágrafo)
Os pronomes sublinhados acima referem-se respectivamente a:
a) exposição − autoria − especialistas em arte
b) exposição − artista urbano − especialistas em arte
c) região − autoria − tradições artísticas
d) região − artista urbano − tradições artísticas
e) região − artista urbano − especialistas em arte

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 80 a 85.


  A mitificação dos homens é um fato social comum, e um dos mais perniciosos. Desde que
um nome emerge, por qualquer razão, da massa anônima, está o seu dono sujeito a virar mito.
Com isso, naturalmente, soma-se às forças dessa pessoa um dinamismo novo, que raramente
reverte em benefício dos demais homens. De qualquer modo, uma coisa preciosa se perde: a
verdade da condição real desse indivíduo.
  O escritor é um dos tipos sociais mais sujeitos a esse fenômeno. Já ouvi, inúmeras vezes,
queixas como esta: “Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente. É um homem como outro
qualquer”. Sim, as pessoas se surpreendem que os escritores comam, tropecem no beiço da
calçada, assoem o nariz etc. Isso, nos casos mais graves de delírio adolescente. Mas é muito
comum pensar-se que os escritores têm o mundo totalmente decifrado dentro de sua cabeça
e não são suscetíveis de vacilar um instante sobre que decisão tomar em face desta ou daquela
contingência.
  E o curioso é que essa vontade idealista do público se reflete frequentemente no escritor:
e ei-lo se compondo, como diante do fotógrafo, a fim de não contrariar a imagem que os
leitores criaram de sua pessoa. A propósito desse fenômeno, que termina por influenciar
diretamente a própria obra do escritor, Roland Barthes escreveu que, na França, os homens
de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”. É a frase do gênio alemão,

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à hora da morte: “mais luz, mais luz”. (Se Goethe disse isso ou não, pouco importa: a frase é
necessária para compor o mito.) No entanto, o velho e sábio Sócrates não se preocupou com
que sua derradeira frase fosse esta: “Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não te esqueças
de pagá-lo”.
  Há, por outro lado, um esforço permanente dos biógrafos para fazer dos escritores e
dos artistas personagens ideais. Ou para detratá-los, lançando mão de detalhes de sua vida
particular. Tanto num caso, como noutro, deixa-se de lado o fato simples de que a obra de
arte, quando acontece, é uma vitória da pessoa sobre seus defeitos e suas virtudes cotidianas.
(GULLAR, Ferreira. Melhores Crônicas. São Paulo, Global, 2012, ed. digital)

80. Conforme o texto,


a) a mitificação dos escritores, tratada como exemplo particular de uma formulação geral feita
no início do texto, faz com que muitas vezes eles se tornem reféns da imagem alimentada
pelo público e mesmo por seus próprios biógrafos.
b) embora, no geral, escritores se caracterizem por ter excepcional clareza sobre o mundo em
que vivem, de modo a direcionar suas ações, fazer disso uma regra e cobrar de todos que
assim se comportem é próprio da mitificação.
c) a mitificação dos escritores tem como exemplo maior a figura de Sócrates, que, embora
eivada de comicidade, é semelhante à trágica figura de Goethe, ambas a compor mitos que
obscurecem a verdade de sua real condição.
d) ainda que a mitificação seja corriqueira junto ao público leitor, é claro para os biógrafos o
fato de que a obra de arte é uma vitória sobre os erros e acertos da vida cotidiana.
e) frases como Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente são exemplos da confusão que o
público leitor faz entre a obra dos escritores e sua vida particular, passando a adotar esta
como parâmetro para mitificá-los.

81. Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser
flexionado no plural encontra-se em:
a) essa vontade idealista do público se reflete frequentemente no escritor (das pessoas)
b) um galo a Asclépio; não te esqueças de pagá-lo (nos)
c) o fato simples de que a obra de arte, quando acontece (as obras de arte)
d) A propósito desse fenômeno, que termina por influenciar diretamente a própria obra do
escritor (os escritores)
e) Há, por outro lado, um esforço permanente dos biógrafos (esforços contínuos)

82. A correta transposição do verbo sublinhado para a voz passiva encontra-se entre parênteses em:
a) a imagem que os leitores criaram de sua pessoa (foi criada)
b) Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente. (fui julgado)
c) Desde que um nome emerge (é emergido)
d) um dinamismo novo, que raramente reverte em benefício dos demais homens (são
revertidos)
e) Já ouvi, inúmeras vezes, queixas como esta (havia ouvido)

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83. Em Roland Barthes escreveu que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na
“arte de morrer em público”. (3º parágrafo), a oração sublinhada complementa o sentido de
um
a) nome e pode ser substituída por um advérbio.
b) substantivo e pode ser substituída por um adjetivo.
c) nome e pode ser substituída por um complemento nominal.
d) verbo e pode ser substituída por um substantivo.
e) verbo e pode ser substituída por um advérbio.

84. Está correto o que consta de:


a) Em uma coisa preciosa se perde: a verdade da condição (1º parágrafo), os dois-pontos
podem ser substituídos por ponto e vírgula, visto se tratar de segmento de mesmo valor
sintático que o anterior.
b) O termo sublinhado em e um dos mais perniciosos (1º parágrafo) pode ser substituído por
“nocivos”, sem prejuízo para o sentido original e a correção.
c) Os termos sublinhados em sobre que decisão tomar em face desta ou daquela contingência
(2º parágrafo) podem ser substituídos respectivamente por “à esta” e “àquela”.
d) O segmento sublinhado em não são suscetíveis de vacilar um instante (2º parágrafo) pode
ser substituído por “aptos a”, mantendo-se a correção e o sentido da frase.
e) Em Ou para detratá-los, lançando mão de detalhes (último parágrafo), caso se substitua
o verbo “detratar” por “difamar”, o pronome “los” deverá ser substituído por “lhes”, em
função da nova regência verbal.

85. Caso se atribua sentido hipotético ao segmento as pessoas se surpreendem que os escritores
comam, tropecem no beiço da calçada (2º parágrafo), sua redação deve assumir a seguinte
forma:
a) Que se surpreendam as pessoas, que os escritores comem e tropecem no beiço da calçada.
b) Iriam se surpreender as pessoas quando os escritores comerem, tropeçarem no beiço da
calçada.
c) As pessoas se surpreendiam porque os escritores comiam, tropeçavam no beiço da calçada.
d) As pessoas se surpreendessem, caso os escritores comam, tropecem no beiço da calçada.
e) As pessoas se surpreenderiam se os escritores comessem, tropeçassem no beiço da
calçada.

86. O elemento sublinhado está empregado corretamente em:


a) Ao atribuir determinadas características aos escritores de que admiramos, na verdade
buscamos nos identificar a eles.
b) O escritor, no fim das contas, acaba moldando-se aos ideais cujos leitores arbitrariamente
lhe inculcam.
c) O mais das vezes fantasiosas, as histórias de que contam dos poetas costumam desviar de
suas obras a atenção necessária.

40 carloszambeli.com.br
d) Termina-se por constituir um anedotário sobre os escritores, com o qual se ilustram suas
principais características.
e) O público leitor, ávido por histórias da qual distrair-se, não perdoa sequer a reputação dos
artistas.

GABARITO
72. E 73. B 74. A 75. D 76. B 77. C 78. E 79. D 80. A 81. C 82. A 83. D 84. B 
85. E 86. D

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AGED/MA – FCC – 2018 – TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO
AGROPECUÁRIA

CONHECIMENTOS GERAIS
Língua Portuguesa

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 87 a 92.

  Na cerimônia de entrega do Prêmio Melhores do Agronegócio 2017, o presidente


da Embrapa, Maurício Lopes, disse que a chegada e a difusão de novas tecnologias vão
revolucionar o futuro do campo brasileiro.
  Ele anunciou que a Embrapa Gado de Corte está lançando um cabresto com sensores para
ser colocado no boi. A ferramenta é capaz de transmitir para o computador alguns sinais, como
a temperatura do corpo, por exemplo, possibilitando ao pecuarista atuar com antecedência
sobre problemas da boiada. “É uma das últimas palavras em tecnologia.”
  O presidente da Embrapa disse, ainda, que a agricultura de precisão será determinante
para o futuro do agronegócio.
  Em resposta a uma provocação do jornalista Bruno Blecher, Maurício Lopes disse acreditar
que a carne do futuro poderá mesmo ser produzida em laboratório. Há dez anos, um simples
bifinho custava US$ 120 mil. Hoje, ele sai por US$ 5 mil, afirma. “Resta saber se alguém vai
querer comer.”
(Adaptado de: NASCIMENTO, Sebastião. Novas tecnologias vão definir o futuro do agro,
diz presidente da Embrapa. Disponível em: http://revistagloborural.globo.com)

87. O texto tem o claro propósito de


a) criticar a pouca utilidade prática da tecnologia desenvolvida no Brasil, como se nota na
descrição do produto da Embrapa, no segundo parágrafo.
b) registrar comentários feitos pelo presidente da Embrapa por ocasião de sua presença em
um evento, o que se constata pelo emprego recorrente de disse.
c) defender que a Embrapa Gado de Corte deve ser premiada por desenvolver um cabresto
com sensores, descrito pelo autor como uma das últimas palavras em tecnologia.
d) mostrar como a Embrapa estimulará a agricultura de precisão, o que se explicita na
afirmação a chegada e a difusão de novas tecnologias vão revolucionar o futuro do campo
brasileiro.
e) mensurar os benefícios do consumo da carne produzida em laboratório para a saúde das
pessoas no futuro, como se faz patente ao longo do último parágrafo.

88. No 2º parágrafo, as formas verbais anunciou e está lançando combinam-se para enfatizar que o
cabresto com sensores
a) não tem autorização para ser vendido.
b) já tem tradição no mercado.

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c) ainda não deixou de ser um projeto.
d) foi bem avaliado pelo consumidor.
e) deve ser visto como uma novidade.

89. A partir da leitura do 4º parágrafo, conclui-se que Maurício Lopes


a) suscitou a discussão acerca da carne do futuro porque é um entusiasta da carne produzida
em laboratório.
b) considera que o principal problema a ser enfrentado pela carne produzida em laboratório
no futuro será seu alto custo.
c) hesita em opinar sobre a carne do futuro por duvidar que a carne produzida em laboratório
se torne acessível.
d) tem convicção de que a carne produzida em laboratório será bem aceita por parte do
mercado consumidor.
e) foi incitado a emitir sua opinião sobre a possibilidade de a carne do futuro ser produzida
em laboratório.

90. Uma frase escrita em conformidade com as informações do texto e com a norma-padrão da
língua é:
a) O campo brasileiro permanecerá estaguinado enquanto não se emplementar novas e mais
avançadas tecnologias.
b) Os custos da produção de carne em laboratório alterarão-se de maneira consideravel
nesses últimos dez anos.
c) Os sinais captados pelos sensores do cabresto oferecem ao pecuarista informações
relevantes sobre o estado da boiada.
d) Os avanços na produção de carne em laboratório, são crucial na medida que esta será a
alimentação do futuro.
e) Não há dúvida que a agricultura de precisão carece de estimulo, considerando de que o
futuro do agronegócio depende dela.

91. Uma forma verbal na voz passiva está em:


a) ... a carne do futuro poderá mesmo ser produzida em laboratório.
b) “É uma das últimas palavras em tecnologia.”
c) A ferramenta é capaz de transmitir para o computador alguns sinais...
d) … a chegada e a difusão de novas tecnologias vão revolucionar o futuro do campo brasileiro.
e) … a Embrapa Gado de Corte está lançando um cabresto de sensores...

92. A frase Há dez anos, um simples bifinho custava US$ 120 mil está reescrita em conformidade
com a norma-padrão da língua em:
a) Dez anos atrás, um simples bifinho custava US$ 120 mil.
b) Se foi dez anos de quando um simples bifinho custava US$ 120 mil.
c) Fazem dez anos, que um simples bifinho custava US$ 120 mil.
d) Decorrido dez anos, um simples bifinho custava US$ 120 mil.
e) A cerca de dez anos, um simples bifinho custava US$ 120 mil.

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93. Há correspondência correta entre tempos e modos verbais na seguinte frase:
a) Quando a carne produzida em laboratório tiver amplo consumo é que poderíamos dizer se
os recursos gastos em seu desenvolvimento sejam válidos.
b) É preciso que se aumente o investimento em pesquisa para que o agronegócio brasileiro
não precisasse importar tanto maquinário.
c) Se houvesse maior difusão das novas tecnologias, o agronegócio brasileiro será uma das
principais áreas a se beneficiar.
d) O presidente da Embrapa demonstrou convicção ao defender que as novas tecnologias
revolucionarão o futuro do agronegócio.
e) A agricultura de precisão já esteja sendo necessária nos dias atuais, mas talvez tivesse sido
mais determinante para o futuro do agronegócio.

Atenção: Considere o poema abaixo para responder às questões de números 94 a 96.


Visitante
ao penetrar neste país
deixe a alma entreaberta
quem dorme em São Luís
acorda poeta.
(Adaptado de: CASSAS, Luís Augusto. A poesia sou eu − Poesia reunida. Rio de Janeiro, Imago, 2012, v. 2, p. 410)

94. Com a palavra visitante, o eu poético


a) censura a alienação do turista, alheio às mazelas do lugar que visita.
b) nomeia seu interlocutor, a quem dirige um conselho.
c) critica o turista que não escolhe São Luís como seu destino.
d) satiriza o compatriota insatisfeito com sua terra natal.
e) invoca o poeta nascido em São Luís, cuja sensibilidade é especial.

95. No poema, a cidade de São Luís é apresentada como


a) paisagem destituída de atributos naturais.
b) destino de quem busca ascensão econômica.
c) capital de escritores profissionais.
d) lugar propício ao aflorar da inspiração.
e) local estratégico em termos de geopolítica.

96. A oração ao penetrar neste país exprime circunstância de


a) causa.
b) tempo.
c) concessão.
d) lugar.
e) finalidade.

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 97 a 99.
  Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da Macedônia,
foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao encontrá-lo, disse-
lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia.
  E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele. Respondeu
Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico.
  Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava
em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se
cumpra, por mais difícil que seja!
  Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição, à
sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − Afasta-te, não me tapes o sol.
  Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente.
  A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego e
desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder
do rei para ser usufruído.
(Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com)

97. No último parágrafo, o autor


a) sugere que os ricos estão moralmente impedidos de desfrutar da luz solar.
b) contesta o rótulo de sábio atribuído a Diógenes de Sínope.
c) propõe uma reflexão sobre os significados de riqueza e autoridade.
d) confirma a postura altruísta de Alexandre Magno, rei da Macedônia.
e) questiona a validade histórica do encontro entre Diógenes e Alexandre.

98. No texto, há oposição de sentido entre os segmentos:


a) bens materiais / luz do sol
b) sábio / filósofo
c) foi ao seu encontro / aproximou-se
d) fragilidade material / desprendimento
e) sua sombra se projetou / estabeleceu-se um silêncio

99. E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa
relação de
a) condição e causa.
b) conformidade e proporção.
c) intensidade e condição.
d) causa e consequência.
e) proporção e conformidade.

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100. O emprego dos verbos está plenamente de acordo com a norma-padrão da língua na frase:
a) Para Diógenes, ter autodomínio e liberdade resultariam em felicidade, por isso convinham
evitar o desejo e o apego.
b) Entre os maiores filósofos da Grécia Antiga, destacam-se Diógenes, um mendigo que se
mantêm firme em sua busca pela virtude.
c) Há certos bens cuja essência é tão afeita aos humildes que não pode ser ao menos
compreendida pelos prepotentes.
d) Conforme o que constam em alguns registros, Diógenes foi aprisionado por piratas, que o
vendeu como escravo.
e) Existe relatos segundo os quais três itens constituía os únicos pertences de Diógenes: um
alforje, um bastão e uma tigela.

101. Uma frase escrita em conformidade com a norma-padrão da língua é:


a) Um dos maiores ensinamentos de Diógenes reside no fato que os bens que atribuía valor,
não podiam ser adiquiridos com dinheiro.
b) Alexandre atendeu prontamente à solicitação de Diógenes, sobre quem não exerciam
influência os valores materialistas.
c) Apiedando-se da pobreza extrema que Diógenes se encontrava, Alexandre tomou à decisão
de concedê-lo um pedido.
d) O rei da Macedônia aproximou-se tanto do filósofo, que sua sombra chegou à encobrir-lhe,
causando-lhe certo incomodo.
e) Alexandre prometeu realizar um desejo de Diógenes, e ambos se poram em silêncio, o qual
quebrou-se com uma resposta disconcertante.

GABARITO
1. B 2. E 3. E 4. C 5. A 6. A 7. D 8. B 9. D 10. B 11. C 12. A 13. D 
14. C 15. B

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