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Teoria da
Contabilidade
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Teoria da Contabilidade,
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo
que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma
apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................7
1 ATUAÇÃO PROFISSIONAL.................................................................................................................9
1.1 A Evolução da Contabilidade.......................................................................................................................................9
1.2 Contabilidade na Bíblia............................................................................................................................................... 12
1.3 Contabilidade Despertando como Ciência......................................................................................................... 12
1.4 Teorias Descritivas e Prescritivas.............................................................................................................................. 14
1.5 Doutrinas e Escolas de Contabilidade................................................................................................................... 14
1.6 O Cenário Atual da Contabilidade.......................................................................................................................... 16
1.7 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 17
1.8 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 18
2 CONTABILIDADE E CONTADOR.................................................................................................. 19
2.1 A Tomada de Decisão................................................................................................................................................... 19
2.2 A Função do Contador................................................................................................................................................. 20
2.3 A Contabilidade como Profissão.............................................................................................................................. 20
2.4 Visão Geral da Profissão Contábil............................................................................................................................ 22
2.5 A Contabilidade em outros Cursos......................................................................................................................... 23
2.6 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 24
2.7 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 24
5 RELATÓRIOS CONTÁBEIS................................................................................................................ 37
5.1 Demonstrações Financeiras......................................................................................................................................37
5.2 Relatórios Contábeis Obrigatórios..........................................................................................................................37
5.3 Complementação às Demonstrações Financeiras............................................................................................39
5.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................45
5.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................45
7 PATRIMÔNIO E RESULTADO.......................................................................................................... 55
7.1 O Ativo e sua Mensuração (Avaliação)..................................................................................................................55
7.2 Algumas Definições de Ativo....................................................................................................................................55
7.3 Ativo Circulante..............................................................................................................................................................56
7.4 Ativo Realizável em Longo Prazo.............................................................................................................................58
7.5 Ativo Permanente..........................................................................................................................................................58
7.6 Contas Retificadoras do Ativo...................................................................................................................................59
7.7 Dedução do Ativo Permanente................................................................................................................................60
7.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................60
7.9 Atividades Propostas....................................................................................................................................................61
10 PATRIMÔNIO E RESULTADO...................................................................................................... 71
10.1 Relatórios Contábeis..................................................................................................................................................71
10.2 O Balanço Patrimonial...............................................................................................................................................71
10.3 Poder Preditivo do Balanço Patrimonial.............................................................................................................72
10.4 Uma Estrutura de Balanços não Usada entre Nós..........................................................................................73
10.5 As Normas Brasileiras de Contabilidade e o Balanço Patrimonial............................................................74
10.6 Cfc e Lei das S.A.........................................................................................................................................................74
10.7 Passivo Descoberto....................................................................................................................................................74
10.8 Algumas Diferenças...................................................................................................................................................74
10.9 Resultado de Exercícios Futuros............................................................................................................................75
10.10 Resultados de Exercícios Futuros versus Exigível..........................................................................................75
10.11 As Normas Brasileiras de Contabilidade (as Nbcs).....................................................................................75
10.12 Resumo do Capítulo................................................................................................................................................78
10.13 Atividades Propostas...............................................................................................................................................78
Você está iniciando o estudo da disciplina Teoria da Contabilidade, a qual tem como objetivo prin-
cipal solidificar os estudos teóricos relacionados à origem da contabilidade, sua história, doutrinas e es-
colas e o surgimento do período pré-científico.
Será possível compreender a evolução da Contabilidade com o progresso das sociedades e o de-
senvolvimento da contabilidade como uma Ciência Social Aplicada.
Ainda, você conhecerá a necessidade e a criação de organismos de regulamentação, como o Con-
selho Federal de Contabilidade (CFC).
Por meio desta disciplina, você aprofundará sua compreensão do surgimento dos Postulados, Con-
venções e o significado dos Princípios de Contabilidade.
Você terá o entendimento sobre as demonstrações contábeis, seus diversos grupos e Critérios de
Mensuração do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas, Ganhos e Perdas, e Princípios
Fundamentais da Contabilidade.
O presente material foi especialmente desenvolvido para os alunos do Ensino a Distância (EaD) e
seu uso será de grande valia no decorrer das aulas do curso, devendo ser usado como bibliografia básica.
Ao final de cada capítulo, leia com atenção os enunciados e responda às questões propostas. Essas
questões objetivam auxiliá-lo(la) na aprendizagem. Primeiramente, responda a todas as questões e so-
mente ao final verifique as suas respostas, relacionando-as com as respostas e comentários do professor,
ao final desta apostila.
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1 ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Caro(a) aluno(a), neste capítulo você tem Assim, você conhecerá a História da Con-
um rápido comentário da estabilidade da profis- tabilidade e poderá associar a sua origem à ne-
são contábil e da evolução da contabilidade. A cessidade de controle da riqueza e dos estoques
profissão contábil tem hoje uma posição bem de- na produção de alimentos e animais em antigas
finida na economia global, um campo de trabalho civilizações.
bastante amplo e diversificado e objetivos bem Entenderá, ainda, os acontecimentos que
claros de onde pretende chegar. Essa estabilidade contribuíram para surgir o Método das Partidas
profissional, esses horizontes bem definidos têm Dobradas, que é origem das palavras “débito” e
uma longa história! “crédito”, de Frei Luca Pacioli.
Pense na contabilidade em uma época na frio que matava. Era um período de monotonia,
qual não existia moeda, escrita e números! de ociosidade. Depois de tosquiar (cortar rente)
Imagine um homem, na Antiguidade, sem as ovelhas, não se tinha nada para fazer a não ser
conhecer números e, muito menos, a escrita, olhar pelas frestas a neve caindo. O que fazer nes-
exercendo a atividade de pastoreio. O inverno se período?
está chegando. O homem prepara toda a provi- De repente, o homem se questiona: “Quanto
são para o sustento do seu rebanho de ovelhas, será que o meu rebanho cresceu desde o último
olhando para um período longo de muito frio que
frio até hoje? Será que o meu cresceu mais que do
está se aproximando. Ainda que ele nunca tenha
Floreto?” (Floreto era o pastor de ovelhas vizinho
aprendido sobre os meses do ano, ele sabe que a
desse homem na Antiguidade). Esse homem, as-
neve está se aproximando, pois as folhas das ár-
vores ficaram amarelas e caíram e assim ocorreu sim como qualquer um, era ambicioso, tinha de-
no passado, por inúmeras vezes. Ele não sabia o safios e queria ver sua riqueza aumentando.
que eram as estações do ano, mas tinha experiên-
cia: árvores secando, frio chegando. Atenção
Pense a respeito!
Aqui entra a função da Contabilidade, já no início
O home tem natureza materialista, pois des- da civilização: avaliar a riqueza do homem; ava-
de seu surgimento é ligado aos bens materiais. liar os acréscimos ou decréscimos dessa riqueza.
Como o homem naturalmente é ambicioso, a
Contabilidade existe desde o início da civilização.
A Contabilidade no Início de Tudo Alguns teóricos preferem dizer que ela existe, pe-
los menos, desde 4.000 antes de Cristo.
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Mas como contar o rebanho e avaliar seu e lá ia ele dirigindo o seu rebanho, protegendo
crescimento se não existiam números (da forma contra os predadores, administrando assim a sua
que sabemos hoje), nem escrita e, muito menos, riqueza. Passado algum tempo, novas ovelhinhas
moeda? surgiram e já se percebia que o nascimento era
Na monotonia do inverno, entre os balidos maior que a mortalidade e o descarte (escapató-
(voz de ovelha ou cordeiro) ininterruptos das ove- ria). A lã era tirada e parte dela negociada em tro-
lhas, o homem tem uma ideia. Havendo um pe- ca de alguns equipamentos rudimentares de caça
queno monte de pedrinhas ao seu lado, o homem e pesca.
separa uma pedrinha para cada cabeça de ovelha, O tempo passava. Novamente as folhas das
executando assim o que o contabilista chamaria árvores voltavam a ficar amarelas e começavam
hoje de inventário. Após o término dessa mis- a cair. Para nós, chamamos, hoje, esse fenômeno
são, o homem separa o conjunto de pedrinhas, de outono. Para aquele homem, era o momento
guardando-o com muito cuidado, pois o conjun- de fazer a provisão para sustentar sua riqueza no
to representava a sua riqueza num determinado período da seca do inverno.
momento. Novamente a neve caía. No aprisco (uma
Finalmente, a neve derretia e o sol voltava grande caverna no alto da montanha), estavam
a aquecer a montanha do homem do pastoreio. de volta o pastor e seu rebanho. Nada mais natu-
A superfície da montanha voltava a ficar verde ral que fazer uma pedrinha por cabeça de ovelha:
ACRÉSCIMO DE CABEÇAS DE
1º INVENTÁRIO 2º INVENTÁRIO
OVELHAS
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Como seu próprio rebanho havia produzido, ele ovelhas, ou seja, ele conseguiria trocar seu depó-
separa duas novas pedrinhas correspondentes a sito de lã por quatro cabeças. Assim, ele teria um
duas ovelhas, representando aquele adicional de novo conjunto de nove pedrinhas para acrescen-
riqueza da sua família. Os instrumentos de caça tar à contagem realizada nesse segundo inverno.
e pesca obtidos equivalem a três ovelhas. Toda a Observe, caro(a) aluno(a), a situação a seguir:
lã estocada corresponderia a, pelo menos, quatro
ACRÉSCIMO DO PERÍODO
Instrumentos
1º Inverno 2º Inverno Agasalhos Estoque de Lã
Caça/Pesca
OOOOO PP A C/P X
OOOOO PP A C/P X
OOOOO P C/P X
Imagine se houvessem números e escrita, dinheiro. Todavia, o que fica bem claro é que,
poderíamos apresentar um relatório da riqueza mesmo sem moeda, escrita e número, a Conta-
do pastor! bilidade, como inventário, já existia, ficando evi-
denciado que ela é tão antiga quanto a existência
Relatório Contábil do homem em atividade econômica, ou melhor,
quem sabe, do homem sapiente.
Esta pode ser chamada de fase empírica da
O acréscimo do primeiro para o segundo in-
Contabilidade, em que se utilizavam desenhos, fi-
verno foi correspondente a 14 ovelhas, que, num
guras, imagens para identificar o patrimônio exis-
sentido econômico, podemos chamar de lucro.
tente.
O pastor da Antiguidade certamente iria vibrar,
pois sua riqueza praticamente dobrou no perío- Com o passar do tempo, o homem começa a
do analisado. fazer marcas em árvores e pedras, podendo, assim,
conferir seu rebanho em termos de crescimento,
Se nós tivéssemos moeda, o denominador
de extravio (perdas) de ovelhas, mortes etc.
comum não seria ovelhas, mas sim o valor em
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Você sabia que a Contabilidade vai iniciar Ainda que a Contabilidade, como já vimos,
a sua fase adulta, fase racional, exatamente no existisse desde o princípio da civilização, nota-se um
aperfeiçoamento da Imprensa por Gutenberg, na desenvolvimento muito lento ao longo dos séculos.
Alemanha, no século XV d.C.? Somente em torno do século XV (com pre-
Pense a respeito! sença relevante no século XIII), isto é, praticamen-
te após 5.500 anos (partindo-se da hipótese de
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que ela existe desde 4.000 a.C.), é que a Contabi- A obra de Pacioli pode muito bem ser vista
lidade atinge um nível de desenvolvimento notó- como início do pensamento científico da Conta-
rio, sendo chamada de fase lógico-racional ou, até bilidade.
mesmo, fase pré-científica da Contabilidade. Pense a respeito!
Doutrinadores contábeis, sucessores de Pa-
Do Renascimento para a Ciência cioli, na Europa (principalmente na Itália), nos sé-
culos seguintes, vão dar um cunho científico para
O que toda a história tem mostrado é que a a Contabilidade e origem à (denominada pos-
Contabilidade torna-se importante à medida que teriormente) Escola Contábil Europeia ou, mais
há desenvolvimento econômico. Hoje, por exem- especificamente, Escola Contábil Italiana. A Itália
plo, a profissão é muito valorizada nos países do pode ser chamada de Berço da Contabilidade.
primeiro mundo. No Brasil, até a década de 1960,
esse profissional era chamado de “guarda-livros”, a Origem das Palavras ‘Débito’ e ‘Crédito’
nosso ver, título pejorativo (desagradável) e pou-
co indicador. Todavia, com o milagre econômico As palavras utilizadas para a escrituração
na década de 1970, essa expressão desapareceu e por partidas dobradas têm sua origem no latim,
observou-se um excelente e valorizado mercado em que a palavra ‘débito’ significa: dívidas, deve-
de trabalho para os contabilistas. dores, debêntures, que são palavras que resultam
Na Idade Moderna, em torno dos séculos da base debere, ou deber.
XIV a XVI, principalmente no Renascimento, diver- E a palavra ‘crédito’ vem da raiz da palavra
sos acontecimentos no mundo das artes, na eco- credo, ou seja, algo em que se acredita e também
nomia, nas nações, proporcionaram um impulso pode referir-se a pessoas nas quais se acreditam
espetacular das Ciências Contábeis, sobretudo credores.
na Itália. Em torno desse período, tivemos, sem
É possível compreender que, como um Frei
a preocupação de ordem cronológica, Copérni-
da Igreja, Luca Pacioli associou o significado des-
co, Galileu e Newton, revolucionando a visão da
sas palavras com os direitos e obrigações de uma
humanidade, o aperfeiçoamento da Imprensa
pessoa.
por Gutenberg (já referido), Colombo iniciando
as grandes descobertas, o mercantilismo, o surgi- Veja, caro(a) aluno(a), como tudo começou!
mento da burguesia, o protestantismo, a desco- A Contabilidade não é uma ciência exata.
berta de diversos campos de conhecimento etc. Ela é uma ciência social, pois é a ação humana que
gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia,
a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos
O Frade Franciscano
(matemática e estatística) como sua principal fer-
ramenta.
Todavia, o marco, nesse período, foi a pri-
Aliás, em tudo o que fazemos na vida, preci-
meira literatura contábil relevante pelo Frei Luca
samos dos métodos quantitativos, dos números.
Pacioli, em 1494, consolidando o método das par-
Desde o momento em que levantamos, subme-
tidas dobradas, expressando a causa e o efeito do
temo-nos aos números: identificamos no relógio
fenômeno patrimonial com os termos “débito” e
que horas são; o nosso café está sujeito a uma
“crédito” (esse método já era conhecido antes de
quantidade de colheres de açúcar ou gotas de
Pacioli: era praticado no século XIII).
adoçante; a velocidade do carro; o nosso salário,
recebimentos e pagamentos; o canal de televisão;
as vantagens e desvantagens, em tudo se envol-
vem números.
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Até o século XVIII, pode-se afirmar que de contas para registrar suas transações comer-
não houve evolução do pensamento científico ciais: o livro de Gastos, o livro Diário e o livro-razão.
da Contabilidade sob influência da obra de Luca A teoria das cinco contas de Edmundo De-
Pacioli, cuja preocupação era o aprimoramento granges, em 1975, sustentava que o comércio ti-
da técnica contábil, que criou regras e princípios nha cinco objetos principais, que, sucessivamen-
voltados para o funcionamento das contas para o te, poderiam ser negociados: (1) mercadorias; (2)
registro dos direitos e das obrigações. dinheiro; (3) Contas a Receber; (4) Contas a Pagar;
(5) Lucros e Perdas.
Escola Contista
Escola Materialista
Surgiu com o comerciante Benedetto Co-
trugli, em 1458, considerado por alguns autores Orientou o início do período científico da
o primeiro a descrever o sistema de registro das Contabilidade e seu precursor foi o italiano Fran-
partidas dobradas. As regras estabelecidas eram cesco Villa, em 1840, com a publicação de La con-
de que o comerciante deveria possuir três livros tabilità applicata alle amministrazioni private e
pubbliche.
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Escola Controlista
Avaliação do ativo permanente a preço
corrente em atividades comerciais e in-
dustriais; Com a obra do italiano Fabio Besta, em
Desvinculação da Contabilidade de ci- 1880, La ragioneria, sobre a figura do controle,
fras e números; surgiu a filosofia do Controlismo, em que o con-
trole da riqueza aziendal era o objeto do estudo
Estabelecimento do controle como ob-
da Contabilidade. Seus principais pensadores fo-
jeto da Contabilidade.
ram: Fabio Besta, Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia,
Pietro Rigobon e Pietro D’Alvise.
Escola Personalista Nesse sentido, a riqueza deveria ser con-
siderada sobre ela mesma e o patrimônio como
Surgiu em 1867, com Francesco Marchi, que uma grandeza que se pudesse medir, sendo ne-
cessário que os fatos administrativos fossem es-
publicou o livro I cinquecontist ovvero la inganne-
criturados, em (1) permutativos: quando ocorre
vola teórica che viene insegnata negli istituti tecnici
mudança entre elementos do ativo e do passivo
del Regno e fluori del Regno intorno il Sistema de
(mudam duas contas); (2) modificativos: quando
Scrittura a partita dopia e nuovo saggio per La facile ocorre mudança entre elementos do ativo ou do
intelligenza ed applicazione del sistema. passivo e patrimônio líquido (mudam duas con-
Foram também pensadores dessa escola tas); (3) mistos: quando ocorre mudança entre
Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi. elementos do ativo ou do passivo e patrimônio
Assinalou uma nova postura da ciência líquido (mudam três contas).
contábil. A Contabilidade deixava de ser voltada
apenas para a arte de registrar e contar a riqueza Escola Reditualista ou Alemã
gerada, com as seguintes características:
Segundo o alemão Eugen Schmalenbach,
Quem recebe é debitado; o sucesso ou o insucesso de uma empresa esta-
Quem entrega é creditado; va diretamente vinculado aos lucros ou prejuízos
Os agentes e correspondentes são de- obtidos; portanto, a filosofia do Reditualismo con-
sistia em que o redito (lucro/rendimento) detinha
bitados à medida que o proprietário é
prioridade sobre a estrutura patrimonial, sendo o
creditado e vice-versa;
principal objeto de estudo da Contabilidade.
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Essa escola tinha como filosofia que a azien- Seus principais seguidores foram Francisco
da (bens, direitos e obrigações que constituíam o D’Áuria, Jaime Lopes Amorim e José Maria Fer-
patrimônio) era o objeto do estudo da Contabili- nandez Pirea, entre outros.
dade.
Escola do Pensamento Contábil
Escola Patrimonialista
Formada pela Escola Europeia, que predomi-
nou em todo o mundo durante séculos. O expressi-
Foi Vincenzo Masi o precursor da escola
vo crescimento e a influência da economia ameri-
patrimonialista, cuja filosofia consistia em que o
cana nas economias dos outros países, por volta do
patrimônio era objeto da Contabilidade e seu es- século XIV, quebraram sua hegemonia, surgindo a
tudo estava relacionado à estática patrimonial, à Escola Norte-Americana, que teve seu início volta-
dinâmica patrimonial e à relevância patrimonial. do para o tratamento prático das questões econô-
mico-administrativas da Contabilidade.
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Saiba mais
Entidades contábeis
As entidades mais atuantes no campo contábil têm sido, tradicionalmente, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A partir de
2007, com a promulgação da Lei nº 11.638, que veio alterar em alguns aspectos a Lei nº 6.404/1976, a Lei das Socieda-
des por Ações, foi constituído o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Neste capítulo, você foi conduzido(a) à reflexão sobre as origens e história da Contabilidade. Co-
nheceu que as origens estão registradas desde o surgimento da humanidade, possibilitando atender às
necessidades de controlar e medir as riquezas possuídas pelo homem.
Aprendeu que se registram os antecedentes da Contabilidade, através da história, desde a Anti-
guidade dos povos. Viu como a arte da escrita e a aritmética conduziram à Contabilidade como ciência.
Foi a partir do período pré-científico, com o Método das Partidas Dobradas, criado pelo Frei Luca
Pacioli, que o uso da Contabilidade ganhou impulso, surgindo as escolas e doutrinas contábeis.
A partir desse período, a Contabilidade é dominada pela Escola Europeia, também denominada
Italiana, até sua queda, com a ascensão da escola Norte-Americana.
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2 CONTABILIDADE E CONTADOR
Frequentemente, estamos tomando deci- sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa.
sões: a que hora iremos levantar, que roupa ire- Entretanto, descendo a fundo nas nossas investi-
mos vestir, qual tipo de comida iremos almoçar, gações, constatamos que, muitas vezes, a “célula
a que programa iremos assistir, qual trabalho ire- cancerosa” não repousa naquelas críticas, mas na
mos desenvolver durante o dia etc. Algumas ve- má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo,
zes, são decisões importantíssimas: o casamento, sem dados confiáveis. Por fim, observamos, nes-
a carreira que escolhemos, a aquisição de casa ses casos, uma contabilidade irreal, distorcida, em
própria, para exemplificar. consequência de ter sido elaborada única e exclu-
Dentro de uma empresa, a situação não é sivamente para atender às exigências fiscais.
diferente. Frequentemente, os responsáveis pela Vivemos um momento em que “aplicar
administração estão tomando decisões, quase os recursos escassos disponíveis com a máxima
todas importantes, vitais para o sucesso do ne- eficiência” tornou-se, dadas as dificuldades eco-
gócio. Por isso, há necessidade de dados, de in- nômicas (concorrência, globalização etc.), uma
formações corretas, de subsídios que contribuam tarefa nada fácil. A experiência e o feeling do ad-
ministrador não são mais fatores decisivos no
para uma boa tomada de decisão. Decisões tais
quadro atual; exige-se um elenco de informações
como comprar ou alugar uma máquina, preço
reais, que norteiem tais decisões. E essas informa-
de um produto, contrair uma dívida em longo ou
ções estão nos relatórios elaborados pela Conta-
curto prazo, quanto de dívida contrairemos, que bilidade.
quantidade de material para estoque deveremos
comprar, reduzir custos, produzir mais etc.
Tomada de Decisão Fora dos Limites da
A contabilidade é o grande instrumento
Empresa
que auxilia a administração a tomar decisões. Na
verdade, ela coleta todos os dados econômicos,
mensurando-os monetariamente, registrando- Evidentemente, o processo decisório de-
-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou corrente das informações apuradas pela Contabi-
de comunicados, que contribuem sobremaneira lidade não se restringe apenas aos limites da em-
para a tomada de decisões. presa, aos administradores e gerentes (usuários
Observamos, com certa frequência, que internos), mas também a outros segmentos, quais
várias empresas, principalmente as pequenas, sejam: usuários externos.
têm falido ou enfrentam sérios problemas de so-
brevivência. Ouvimos empresários que criticam Investidores: é através dos relatórios
a carga tributária, os encargos sociais, a falta de contábeis que se identifica a situação
recursos, os juros altos etc., fatores esses que, econômico-financeira da empresa; des-
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Neste capítulo, você foi levado(a) à reflexão sobre a importância da Contabilidade e a função do
Contador para a tomada de decisões nas organizações empresariais.
Você compreendeu que Contabilidade é uma das áreas que mais proporcionam oportunidades
para o profissional, pois oferece diversas alternativas de atuação profissional para os egressos dos cursos
de Bacharelado em Ciências Contábeis.
Compreendeu que outros cursos recebem a contribuição da Contabilidade na formação.
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3 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
E UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
CONTÁBIL
Neste capítulo, você deve aprender que o Para os usuários externos, temos as tradi-
objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido cionais demonstrações contábeis, como o Balan-
como sendo o de fornecer informação estrutu- ço Patrimonial (posição das contas num determi-
rada de natureza econômica, financeira e, subsi- nado momento), Demonstração de Resultado do
diariamente, física, de produtividade e social, aos Exercício (uma demonstração de fluxos econômi-
usuários internos e externos à entidade objeto da cos), Demonstração de Origens e Aplicações de
Contabilidade. Recursos ou, mais recentemente, Fluxo de Caixa
(demonstrações de fluxos financeiros) e outras.
Dicionário Essas demonstrações serão estudadas no
curso de ciências contábeis.
Informação estruturada: significa que a Contabilida-
de não fornece dados e informações de forma dis-
persa e apenas seguindo as solicitações imediatas
dos interessados, mas sim que o faz de maneira es- Usuários Internos
truturada, dentro de um esquema de planejamento
contábil, em que um sistema de informação é de-
senhado, colocado em funcionamento e periodica- Já para os usuários internos à entidade, in-
mente revisto, tendo em vista parâmetros próprios. teressam, além das demonstrações citadas que,
como ponto de partida, também subsidiam os
Inicie, agora, a leitura! tomadores internos de decisões, outros tipos de
relatórios que aliem conceitos e informações de-
rivantes do sistema de Contabilidade Financeira
A informação, os Relatórios e os Usuários (geral) – que produz os relatórios tradicionais – a
outros derivantes da Contabilidade de Custos, da
Assim, as operações da entidade à qual se administração financeira, da administração da
está aplicando a Contabilidade são estudadas mi- produção e outras disciplinas que apresentem
nuciosamente, sendo então desenhado o Plano e conceitos importantes para tomada de decisões.
Manual de Contas, para contabilização sistemá- Nem sempre tais tipos de relatórios podem
tica das operações rotineiras da entidade, ao mes- ser incluídos no sistema contábil de forma rotinei-
mo tempo que são delineados os principais tipos ra e repetitivamente. Incluem-se, entre tais tipos
de relatórios (demonstrações) que devem sair do de relatórios:
processo contábil.
Esses relatórios devem atender às necessi- 1. Comparações entre custos orçados (ou
dades: padrão) e reais;
2. Relatório para decisões especiais do
1. Dos usuários externos (bancos, even- tipo:
tuais investidores etc.);
a) Fabricar versus adquirir;
2. Dos usuários internos à entidade.
b) Orçamento de capital;
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A informação contábil é utilizada por uma em seus vários níveis, está interessado na infor-
vasta gama de pessoas e entidades com as mais mação contábil como base de imposição fiscal e
variadas finalidades. para estudos macroeconômicos; os empregados
Assim, os eventuais compradores de ações da entidade procuram extrair informações sobre
ou debêntures (títulos de longo prazo com garan- a capacidade da entidade de pagar maiores salá-
tias, emitidos por empresas para solicitar emprésti- rios e benefícios; macroeconomistas e analistas fi-
mo ao público em geral, pagando juros periódicos nanceiros estão interessados nas agregações con-
e concedendo amortizações regulares, classificados tábeis para extrair agregados financeiros (vendas
no exigível em longo prazo) da entidade (se for por setor, liquidez etc.), mas ninguém estará tão
de capital aberto) procuram extrair informações vitalmente (vigor) interessado quanto o tomador
para sua decisão sobre se vale a pena ou não de decisão interno à entidade.
investir na empresa; bancos emprestadores de Para ele, as informações contábeis estrutu-
dinheiro estão interessados em avaliar se a enti- radas, fidedignas, tempestivas (no tempo) e com-
dade oferece boas perspectivas de retorno para pletas podem ser a diferença entre o sucesso e o
seus empréstimos e financiamentos; o governo, fracasso.
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Teoria da Contabilidade
Neste capítulo, você foi conduzido(a) à reflexão sobre os objetivos da contabilidade e a utilização
da informação contábil.
Viu assuntos relacionados à informação, aos relatórios e aos usuários internos e como é criado o
Plano e Manual de Contas para contabilização sistemática das operações rotineiras da entidade.
Também aprendeu que o Patrimônio é o campo de atuação da Contabilidade e compreendeu que
a finalidade social do contador é fornecer informações corretas à sociedade.
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4 QUALIDADE E CARACTERÍSTICA DA
INFORMAÇÃO CONTÁBIL: O PRODUTO
FINAL DA CONTABILIDADE
Neste capítulo, você deve compreender A informação contábil, como todo bem eco-
que o objetivo principal da contabilidade é prover nômico, tem um custo e esse custo deve ser sem-
seus usuários de informações úteis para a tomada pre comparado com os benefícios esperados da
de decisão. Em outras palavras, a função principal informação.
da contabilidade reside em ser instrumento útil Em última análise, o benefício esperado de
para a tomada de decisões pelo usuário, tendo um sistema de informação é o valor presente dos
em vista a entidade. lucros adicionais (ou fluxos de caixa), que não se-
Também vamos compreender que as infor- riam obtidos caso aquele particular sistema de
mações geradas pela contabilidade são apresen- informação não tivesse sido adotado ou não es-
tadas aos usuários em forma de resumos ordena- tivesse disponível.
dos, periódicos... Inicie, agora, a leitura!
Frequentemente (na verdade, quase sem- O melhor que se pode fazer em muitas si-
pre), não é tão fácil mensurar tais custos e bene- tuações práticas é confiar na experiência, no
fícios, embora exista um ramo da Economia (a In- bom-senso, nos exemplos de outras empresas e,
formation Economics) que considera a informação acima de tudo, tentar estabelecer relacionamen-
um produto qualquer, que tem seu preço e custo. tos entre casos de empresas muito bem-sucedi-
As aplicações contábeis de tais conceitos das (no longo prazo) e o grau de complexidade
não têm sido tão abundantes e as que existem e originalidade de seus sistemas de informação.
são elaboradas em situações de empresa bem
simplificadas. Assim, embora a “consciência” da
comparação entre custo e benefício de uma infor- Saiba mais
mação (ou de um sistema) ou de uma informação Se você desejar, aprofunde os conteúdos estuda-
adicional sempre deve estar presente na mente dos neste capítulo consultando o CPC 0 – Estrutura
do gerente, mensurar tais variáveis é difícil. Conceitual Básica da Contabilidade.
Fonte: www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.
pdf
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Sem negar a eventualidade de uma desco- leite de pedra” de informações simples, ao passo
berta extremamente original, deve-se sempre se que outros nem tomam conhecimento de siste-
guiar pelo que a média das empresas bem-suce- mas mais complexos. Para esses últimos, a infor-
didas e inteligentes está fazendo, desconfiando mação quase terá somente custo e nenhum be-
sempre daquela forma “única e absolutamente nefício.
original” de bolar (arquitetar, conceber) o siste- Uma das formas de avaliar a qualidade da
ma de informação que ninguém pensou ou usou informação contábil e, portanto, sua utilidade
imaginar antes. (benefício), quando comparada ao custo, é ana-
É claro, todavia, que empresas diferentes e lisar algumas qualidades ou características que
gerentes diferentes sabem lidar de formas diver- deve possuir, tais como: compreensibilidade, rele-
sas com o mesmo sistema de informação, utili- vância, confiabilidade e comparabilidade.
zando com maior ou menor grau de eficiência o Pense a respeito!
nível e a qualidade da informação existente. A análise Custo x Benefício é fundamental em
Alguns tomadores de decisão sabem “tirar termos de elaboração dos Relatórios Contábeis.
4.3 Compreensibilidade
4.4 Relevância
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Ainda, o IASC (1989) afirma que futuro, bem como outros assuntos sobre quais os
usuários estão diretamente interessados, tais como
os papéis preditivo (dito ou citado an- pagamentos de salários e de dividendos, movimen-
teriormente) e confirmatório das infor- tações e flutuações de preços de ações e títulos e a
mações estão inter-relacionados. Por habilidade da empresa em honrar suas obrigações à
exemplo, informação sobre o nível atual medida que vão vencendo.
e sobre a estrutura dos ativos mantidos
pela entidade somente tem valor para o A fim de que tenha valor preditivo, a infor-
usuário quando ele tenta prever a habili- mação não precisa, necessariamente, estar co-
dade que a empresa tem de aproveitar as locada na forma de previsão explícita (de forma
oportunidades e também sua habilidade
clara).
em reagir a situações adversas. A mesma
informação exerce um papel confirma- A habilidade de efetuar previsões a partir
tório com relação a previsões como, por das demonstrações contábeis é realçada, entre-
exemplo, a forma pela qual a empresa tanto, pela forma de evidenciar informações so-
seria estruturada ou o resultado das ope-
bre transações passadas.
rações planejadas.
Caro(a) aluno(a), você sabia que o valor pre-
ditivo da demonstração de resultados é realçado
A informação sobre a posição financeira e o se itens não usuais, anormais e não recorrentes
desempenho do passado é frequentemente utiliza- de renda (receita) ou despesa forem evidenciados
da, segundo aquele documento do IASC, como base separadamente.
para prever a situação financeira e o desempenho
Você concorda com esse exemplo?
4.5 Confiabilidade
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4.6 Comparabilidade
Os usuários precisam ter condições de com- Os usuários também precisam ter condi-
parar as demonstrações contábeis de uma enti- ções de comparar as demonstrações contábeis de
dade através dos anos, a fim de identificar ten- diferentes entidades, a fim de avaliar sua situação
dências em sua situação patrimonial e financeira patrimonial e financeira em termos comparati-
e em seu desempenho. vos, seu desempenho e as mudanças na situação
financeira.
Os usuários precisam ter condições de iden- É também inapropriado para uma entidade
tificar diferenças entre as políticas contábeis para deixar intocáveis suas práticas contábeis quando
transações semelhantes utilizadas pela mesma existirem alternativas mais relevantes e confiá-
entidade de um período para outro e também veis.
por diferentes entidades ao mesmo tempo. A Pelo fato de os usuários quererem comparar
adequação aos padrões contábeis nacionais e a situação patrimonial, o desempenho e as mu-
internacionais, incluindo a evidenciação das po- danças na posição de uma entidade através do
líticas contábeis utilizadas pela entidade, ajuda a tempo, é importante que as demonstrações con-
conseguir a comparabilidade. tábeis evidenciem a informação correspondente
A necessidade de comparabilidade não de- para os períodos precedentes (ocorrer antes).
veria ser confundida com mera uniformidade e não
deveria ser um impedimento para a introdução de
padrões contábeis aperfeiçoados. Não é apropria-
do para uma empresa continuar a contabilizar da
mesma forma uma determinada transação se a
política adotada não se mantém aderente às condi-
ções de relevância e confiabilidade.
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4.9 Tempestividade
4.10 Intempestividade
Dicionário
Saiba mais
Entretanto, quase na mesma situação, se
um investidor estiver interessado na compra das Primazia da essência sobre a forma
ações de uma determinada empresa, o timing
Para que a informação represente adequadamente
(adaptação; acomodação; ajustamento) das pe- as transações e outros eventos que ela se propõe
ças contábeis dessa empresa que ele vai utilizar a representar, é necessário que essas transações e
para assessorá-lo na decisão é tremendamente eventos sejam contabilizados e apresentados de
acordo com a sua substância e realidade econômi-
importante, pois a situação da empresa em parti- ca e não meramente sua forma legal. A essência das
cular pode se alterar em curto prazo, invalidando transações ou outros eventos nem sempre é con-
a informação intempestiva. sistente com o que aparenta ser com base na sua
forma legal ou artificialmente produzida. Por exem-
Mais dramática ainda é a importância da plo, uma entidade pode vender um ativo a um ter-
tempestividade nas decisões gerenciais dentro ceiro, de tal maneira que a documentação indique
a transferência legal da propriedade a esse terceiro;
da empresa, visando às operações e mesmo às entretanto, poderão existir acordos que assegurem
decisões de longo prazo, em que informação es- que a entidade continuará a usufruir os futuros be-
truturada e a semiestruturada são necessárias, na nefícios econômicos gerados pelo ativo e o recom-
prará depois de certo tempo, por um montante que
qualidade e no tempo certo. se aproxima do valor original de venda, acrescido
Já a relação custo/benefício precisa estar de juros de mercado durante esse período. Em tais
sempre presente na mente do planejador do sis- circunstâncias, reportar a venda não representa-
ria adequadamente a transação formalizada (CPC,
tema contábil ao estabelecer o nível de informa- 2008).
ção que é considerado ótimo.
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Só que, se já é difícil nos sistemas contábeis Não se pode esquecer de que o sistema de
isolar custos e receitas marginais, muito mais o informação é um meio para o que é essencial, que
será para o caso de valor da informação. Assim, é o processo decisório.
valem muito mais as considerações feitas alhures O ideal seria dispor de um quadro de gerentes
(noutro lugar) de que o bom-senso e o que acon- tão superdotados, tão imaginativos, tão previsores
tece em organizações comparáveis à nossa, con- do que irá ocorrer, que nenhum sistema de infor-
sideradas sofisticadas em matéria de informação, mação seria necessário. É claro que esses super-
devem ser observados com cuidado. -homens (ou mulheres) não existem, na realidade.
Neste capítulo, você compreendeu que o objetivo principal da contabilidade é prover seus usuá-
rios de informações úteis para a tomada de decisão.
Também foi levado(a) a refletir sobre algumas qualidades ou características que devem possuir as
informações contábeis, tais como: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade.
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1. Cite uma situação em que você entenda que o Custo é mais que o Benefício na Contabilidade.
2. Explique por que a comparação em dois ou mais períodos dos relatórios contábeis é funda-
mental.
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5 RELATÓRIOS CONTÁBEIS
Neste capítulo, você deve compreender que contábeis os principais fatos registrados por aque-
relatório contábil é a exposição resumida e orde- le setor (contabilidade) em determinado período.
nada de dados colhidos pela Contabilidade. Ele Também conhecido como informe contábil, dis-
objetiva relatar às pessoas que utilizam os dados tingue-se em obrigatório e não obrigatório.
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Notas explicativas
As demonstrações financeiras exigidas pela
Lei nº 6.404/1976, a partir de 1º de janeiro de
2008, são, portanto, as seguintes: As notas explicativas devem complemen-
tar, juntamente a outros quadros analíticos ou de-
monstrações contábeis, as demonstrações finan-
I – balanço patrimonial (BP);
ceiras, servindo para esclarecimento da situação
II – demonstração do resultado do exer- patrimonial e dos resultados do exercício.
cício (DRE);
As demonstrações financeiras das socieda-
III – demonstração dos lucros ou prejuí-
zos acumulados (DLPA); des por ações de capital aberto observarão, ain-
da, as normas expedidas pela Comissão de Valo-
IV – demonstração das mutações do pa-
trimônio líquido (DMPL); res Mobiliários (CVM) e serão obrigatoriamente
auditadas por auditores independentes, registra-
IV – demonstração dos fluxos de caixa
(DFC); (redação dada pela Lei nº 11.638, dos na mesma comissão (parecer da auditoria).
de 2007). A CVM determina que todas as sociedades
V – se companhia aberta, demonstração anônimas de capital aberto apresentem a De-
do valor adicionado (DVA). (incluído pela monstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Lei nº 11.638, de 2007). em substituição à Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados.
Notas As demonstrações financeiras serão assina-
das pelos administradores e por contabilista, le-
A Lei nº 6.404/1976 denomina as de- galmente habilitados.
monstrações contábeis de demonstra-
ção financeiras; Saiba mais
Quando a companhia elaborar e publi-
car a Demonstração das Mutações do Se você desejar, aprofunde os conteúdos estuda-
dos neste capítulo consultando o CPC 0 – Estrutura
Patrimônio Líquido, estará dispensada Conceitual Básica da Contabilidade.
da elaboração da Demonstração de Lu- Fonte: www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.
cros ou Prejuízos Acumulados (parágra- pdf
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No momento da publicação das Demons- A Lei das Sociedades por Ações estabelece
trações Financeiras, as Sociedades por Ações de- que as Demonstrações serão complementadas
verão informar aos usuários desses relatórios os por Notas Explicativas e outros quadros analíticos
dados adicionais seguintes: ou demonstrações contábeis necessários para es-
clarecimento da situação patrimonial e dos resul-
Relatório da Diretoria (ou da Administração) tados do exercício.
Como alguns exemplos de Notas Explicati-
vas, podemos citar:
Após a identificação da empresa, na publi-
cação das Demonstrações Financeiras, destaca-se,
em primeiro plano, o Relatório da Administração, a) Critérios de cálculos na obtenção de
em que a diretoria dará as informações normal- itens que afetam o lucro;
mente de caráter não financeiro (não monetário). b) Obrigações de longo prazo, destacan-
As principais informações são: do os credores, taxa de juros, garantias
a dívidas etc.;
Dados estatísticos diversos; c) Composição do capital social por tipos
Indicadores de produtividade; de ações;
Desenvolvimento tecnológico; d) Ajustes de exercícios anteriores etc.
A empresa no contexto socioeconômico;
Políticas diversas: recursos humanos, É importante que você entenda por que
exportações etc.; Notas Explicativas não são Demonstrações Finan-
Expectativas com relação ao futuro; ceiras!
Dados do orçamento de capital;
Projeto de expansão; Parecer dos Auditores
Desempenho em relação aos concor-
rentes etc.
De maneira geral, as companhias abertas,
instituições financeiras e alguns outros casos es-
Essas informações seriam mais significati- pecíficos estão obrigados a publicar as Demons-
vas se não houvesse excesso de otimismo (incon- trações com o Parecer da Auditoria.
sequente), como algumas vezes se observa. Trata-se de parecer de auditor externo, que
Você sabia que existe uma grande diferen- difere do auditor interno, pois esse último é em-
ça entre Relatório da Diretoria e Demonstração pregado da empresa, enquanto o primeiro não
Financeira? possui nenhum tipo de vínculo com a instituição,
Pense a respeito! tendo total independência para manifestar sua
opinião, daí o título “Auditor Independente”.
A auditoria pode ser feita por pessoa física
Notas Explicativas
(contador credenciado) ou por empresa de audi-
toria (escritório). A opinião dada por empresa de
Também conhecidas como “Notas de Roda- auditoria, normalmente, é mais confiável, princi-
pé”, as Notas Explicativas são normalmente desta- palmente porque há a preocupação com o pres-
cadas após as Demonstrações Financeiras (quan- tígio da firma, muitas vezes representada em di-
do publicadas). versos países.
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O auditor emite sua opinião informando de pública, saneamento, assistência social etc.);
se as Demonstrações Financeiras representam investimentos no meio ambiente etc. Dentro da
adequadamente a Situação Patrimonial e a Posi- ideia de Balanço Social, o item que mais se des-
ção Financeira na data do exame. Informa se as taca é o valor agregado (valor adicionado).
Demonstrações Financeiras foram levantadas de
acordo com os Princípios Fundamentais de Con- Saiba mais
tabilidade (PFCs) e se há uniformidade em relação
Muito comum nos países da Europa Ocidental, o
ao exercício anterior. Valor Adicionado ou Valor Agregado procura evi-
Muitas vezes, ocorre que informações con- denciar para quem a empresa está canalizando a
renda obtida ou, ainda, admitindo que o valor que a
tidas nos comentários do auditor já constam de
empresa adiciona através de sua atividade seja um
Notas Explicativas. Essa dupla evidenciação vem “bolo”, para quem estão sendo distribuídas as fatias
trazer maior segurança para o usuário das De- do bolo e de que tamanho são essas fatias.
monstrações Financeiras.
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RETENÇÕES
Depreciação 7.953,72 03%
Lucros 1.233,71 0,5%
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OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE –
6 A ENTIDADE E A CONTINUIDADE
Neste capítulo, você deve compreender os dos objetivos da Contabilidade, que consistem
conceitos básicos que constituem o núcleo es- em apresentar informação estruturada para os
sencial que deve guiar a profissão na consecução usuários.
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A Contabilidade pode ser feita para Pessoa Quando se faz Contabilidade para a pessoa
Física ou Pessoa Jurídica. Considera-se pessoa, física (embora não seja comum) ou pessoa jurídi-
juridicamente falando, todo ser capaz de direitos ca, essa pessoa é denominada entidade contábil.
e obrigações. Dessa forma, qualquer pessoa que tenha neces-
sidade de Contabilidade (e a Contabilidade é
Dicionário mantida para essa pessoa) é chamada entidade
contábil.
Pessoa física: é a pessoa natural, é todo ser huma-
no, é todo indivíduo (sem qualquer exceção). A O novo Código Civil usa o vocábulo “conta-
existência de pessoa física termina com a morte. bilista” em substituição ao “contador” e à expres-
Pessoa jurídica: é a união de indivíduos que, atra-
vés de um contrato reconhecido por lei, formam
são “técnico em contabilidade”, que são duas cate-
uma nova pessoa, com personalidade distinta da gorias previstas em lei.
de seus membros. Obs.: Para o exercício profissional da Conta-
bilidade, é necessário estar habilitado pelo CRC.
As pessoas jurídicas podem ter fins lucrati- O CPC 0 – Estrutura Conceitual define que
vos (empresas industriais, comerciais etc.) ou não
(cooperativas, associações culturais, religiosas o objetivo das demonstrações contábeis
etc.). Normalmente, as pessoas jurídicas denomi- é fornecer informações sobre a posição
nam-se empresas. patrimonial e financeira, o desempenho
A Contabilidade, portanto, pode ser feita e as mudanças na posição financeira da
para um indivíduo – pessoa física (desde que haja entidade, que sejam úteis a um grande
número de usuários em suas avaliações
necessidade, em virtude do volume de negócios)
e tomadas de decisão econômica. (CPC,
– ou para uma empresa com ou sem fins lucrati- 2008, p. 15).
vos – pessoa jurídica.
Pilares da Contabilidade são as regras bási- realizada para a entidade, devendo o contador
cas da Contabilidade, que podemos chamar ge- fazer um esforço para não misturar as movimen-
nericamente de princípios contábeis. tações da entidade com as dos proprietários.
A Contabilidade repousa, basicamente, em Pessoas físicas e jurídicas não devem ser confun-
dois pilares da teoria contábil: a entidade contábil didas; os sócios não devem ser confundidos com
e a continuidade da empresa. empresas.
Em primeiro lugar, há necessidade da exis- O segundo pilar é baseado no pressupos-
tência da entidade contábil, ou seja, uma pessoa to de que a empresa é algo em andamento, em
para quem é mantida a Contabilidade. Não ha- continuidade, que funcionará por prazo indeter-
vendo entidade contábil, não há, evidentemente, minado. Uma empresa em processo de extinção
a contabilidade aplicada. (descontinuidade) ou liquidação será contabiliza-
Desse primeiro conceito, deduz-se que a da por outras regras, que estudaremos mais tarde
Contabilidade é mantida para a entidade como em disciplina específica.
pessoa distinta dos sócios. A Contabilidade é
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A emissão de pronunciamentos sobre Prin- quebra da Bolsa de Nova Iorque. Desde então,
cípios de Contabilidade para orientação dos con- houve uma maior preocupação com a uniformi-
tadores no exercício da sua profissão teve início zação de princípios que pudessem dar embasa-
nos Estados Unidos, na década de 1930, após a mento às normas e regras contábeis.
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rios das informações contábeis dos motivos que Princípio do Registro pelo Valor Original
levaram a essa mudança de critério para avaliação
de um item patrimonial, além de outros itens que Os componentes do patrimônio devem ser
possam vir a ser justificáveis à mudança. registrados pelos valores originais das transações
Perceba que a continuidade da empresa ou com o mundo exterior, expressos a valor presente
instituição influencia o valor econômico dos ati- na moeda do País, que serão mantidos na avalia-
vos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento ção das variações patrimoniais posteriores, inclu-
dos passivos, especialmente quando a extinção sive quando configurarem agregações ou decom-
da empresa ou instituição tem prazo determina- posições no interior da empresa ou instituição.
do ou provável. Diante disso, tem-se que:
A observação do Princípio da Continuidade
é indispensável para que o Princípio da Compe- 1. A avaliação dos componentes patrimo-
tência venha a ser aplicado com consistência, pois niais deve ser feita com base nos valo-
assim se relacionará diretamente à quantificação res de entrada, considerando-se como
dos componentes patrimoniais e à formação do tais os resultantes do pactuado com os
resultado, além de constituir dado importante agentes externos ou da imposição des-
para auferir a capacidade futura de geração de tes;
resultado.
2. Uma vez integrado no patrimônio o
bem, direito ou obrigação, não pode-
Princípio da Oportunidade rão ser alterados seus valores intrínse-
cos (que está dentro de uma coisa ou
As mudanças nos ativos, passivos e na ex- pessoa e lhe é próprio), aditando-se,
pressão contábil do patrimônio líquido devem ser tão somente, sua decomposição em
contabilizadas logo que ocorrerem e com exten- elementos e/ou sua agregação, parcial
são correta, independentemente das causas que ou integral, a outros elementos patri-
as originaram. moniais;
Para observância do Princípio da Oportuni- 3. O valor original será mantido enquanto
dade: o componente permanecer como par-
te do patrimônio, inclusive quando da
a) Desde que tecnicamente estimável, saída deste;
o registro das mutações patrimoniais 4. Os Princípios da Atualização Monetária
deve ser feito mesmo na hipótese de e do Registro pelo Valor Original são
somente existir razoável certeza de sua compatíveis entre si e complementa-
ocorrência; res, dado que o primeiro apenas atua-
b) O registro compreende os elementos liza e mantém atualizado o valor de
quantitativos e qualitativos, contem- entrada;
plando os aspectos físicos e monetários; 5. O uso da moeda do País na tradução
c) O registro deve ensejar o reconheci- do valor dos componentes patrimo-
mento universal das variações ocor- niais constitui imperativo (que ordena
ridas no patrimônio da empresa ou ou exprime uma ordem) de homoge-
instituição, em um período de tempo neização (que são da mesma natureza)
determinado, base necessária para ge- quantitativa destes.
rar informações úteis ao processo deci-
sório da gestão administrativa.
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Neste capítulo, você compreendeu os conceitos básicos que constituem o núcleo essencial, que
consiste em apresentar informação estruturada para os usuários, através dos Princípios da Contabilidade.
Você foi levado(a) a refletir sobre a Resolução CFC nº 750/1993, atualizada pela Resolução CFC nº
1.282, de 28 de maio de 2010, para atender ao processo de convergência para as Normas Internacionais
de Contabilidade.
1. Por que os postulados da Entidade e da Continuidade são tratados como pilares da Contabilidade?
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7 PATRIMÔNIO E RESULTADO
Caro(a) aluno(a), pode-se dizer que a “espi- O Patrimônio Líquido é modificado pelas
nha dorsal” da Teoria da Contabilidade é o Ativo, Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos. Daí a impor-
o Passivo e o Patrimônio Líquido. tância dessa parte.
Esses três itens representam o Patrimônio da
Empresa, que é o alvo de estudo da Contabilidade.
Segundo Francisco D’Auria (1958, p. 65), que esse possa operar de modo a conseguir os
a ativo é, finalmente, “o conjunto de meios ou a fins que a entidade entregue à sua direção tem
matéria posta à disposição do administrador para em vista.”
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Essa definição é, de certa forma, restrita, algo representado por um saldo devedor
pois fala em conjunto de meios ou da matéria que é mantido após o encerramento dos
livros contábeis de acordo com as normas
posta à disposição. Pode dar a entender que se
ou os princípios de Contabilidade, na pre-
trata apenas de meios materiais ou tangíveis, dei- missa de que representa ou um direito de
xando de lado elementos tão importantes quan- propriedade ou um valor adquirido, ou
to o goodwill. um gasto realizado que criou um direito.
Além do mais, não projeta exatamente o
que esses meios devem realizar para que possam Uma definição que se chegou, juntamente
ser considerados ativos. Que tipo de serviço está a várias turmas de alunos de Teoria, tanto na USP
implícito em tais meios? Tem, todavia, o mérito de quanto na Pontifícia Universidade Católica de São
pôr em realce, implicitamente, a distinção entre Paulo (PUCSP), é a seguinte: ativos são recursos
donos do capital e gerência. controlados por uma entidade, capazes de gerar,
O professor Eliseu Martins (1972) apresen- mediata ou imediatamente, fluxos de caixa.
ta uma definição interessante que, livremente O termo ‘recursos’ é amplo, incluindo tan-
interpretada, define Ativo como os benefícios fu- gíveis e intangíveis. O fato de serem controlados
turos provocados por um agente. Essa definição por uma entidade é uma dimensão mais moder-
tem a vantagem de deixar bem claro que é o valor na de ativo. Ao controlarmos, podemos ter ou não
dos benefícios que determinará o valor do ativo e a propriedade. Por outro lado, a posse nem sem-
não, propriamente, o agente (que opera, que age), pre é indispensável para caracterizar um ativo.
per si. Entretanto, é muito difícil separar o agente Podemos ter adquirido um ativo e ele estar ainda
dos benefícios que gera. em trânsito, não chegou, fisicamente, em nossa
Segundo Sprouse e Moonitz (apud KRAE- entidade, mas, nem por isso, deixa de ser ativo.
MER, 2000, p. 22), “ativos representam benefícios Finalmente, o teste de um ativo é que, ao
futuros esperados, direitos que foram adquiridos trazer benefícios imediatos ou futuros, transfor-
pela entidade como resultado de alguma transa- mará esses benefícios em entradas líquidas de
ção corrente ou passada.” caixa ou em economia de saídas líquidas de caixa.
Paton (apud IUDÍCIUS, 2010, p. 94) conside- Essa definição e a do Professor Martins nos
ra que “ativo é qualquer contraprestação, material parecem as mais adequadas, segundo o Professor
ou não, possuída por uma empresa específica e Sérgio de Iudícibus (2006).
que tem valor para aquela empresa.”
O comitê de Terminologia do American Saiba mais
Institute of Certified Public Accountants (AICPA), Se você desejar, aprofunde os conteúdos estuda-
em 1941 e em 1953, no Accounting Terminology dos neste capítulo consultando o CPC 0 – Estrutura
Bulletin nº 1, apresentou uma definição casuística Conceitual Básica da Contabilidade.
Fonte: www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.
(aceitação passiva de ideias ou de doutrinas) de pdf
ativo da seguinte forma:
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Teoria da Contabilidade
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De uma forma geral, são classificáveis no lhe assegurem, de modo permanente, preponde-
Realizável em Longo Prazo contas da mesma na- rância nas deliberações sociais e o poder de eleger a
tureza das do Ativo Circulante, que, todavia, te- maioria dos administradores), diretores, acionistas
nham sua realização certa ou provável após o tér- ou participantes no lucro da empresa, que não
mino do exercício seguinte, o que, normalmente, constituírem negócios usuais na exploração do
significa realização num prazo superior a um ano, objeto da empresa, serão classificados no Ativo
a partir do próprio balanço. Realizável em Longo Prazo.
As despesas apropriáveis após o exercício Em geral, por se constituírem poucas con-
seguinte também são classificadas no Ativo Reali- tas, não há no Ativo Realizável em Longo Prazo
zável em Longo Prazo. uma abertura em subgrupos, como ocorre no Ati-
Os direitos não derivados de vendas e vo Circulante. Esse procedimento pode, todavia,
adiantamentos ou empréstimos a sociedades co- ser adotado no Plano de Contas como uniformi-
ligadas (sociedades que participam com 10%, ou zação de estrutura, porém abreviado quando da
mais, do capital da outra, sem controlá-la, ou par- divulgação das demonstrações contábeis.
ticipação igual ou maior que 10% e igual ou menor NBC T 3: são os ativos referidos nos itens
que 50% do capital total) ou controladas (socieda- a, b, c, d, e anteriores, cujos prazos esperados de
des cuja controladora, diretamente ou por meio de realização situem-se após o término do exercício
outras controladas, é titular de direito de sócios que subsequente à data do balanço patrimonial.
São incluídos neste grupo todos os bens de Aplicações em incentivos fiscais, após
permanência duradoura, destinados ao funciona- o certificado de investimentos, quando
mento normal da sociedade e do seu empreen- houver intenção de manter esses valo-
dimento, assim como os direitos exercidos com res como investimentos;
essa finalidade.
Aquisição de imóveis, desde que não
O Ativo Permanente é composto de 4 (qua- sejam para revenda ou destinados à
tro) subgrupos: Investimentos, Imobilizado, In- manutenção das atividades da empre-
tangível (novo grupamento) e Diferido.
sa.
NBC T 3: são os bens e direitos não desti-
nados à transformação direta em meios de pa-
gamento e cuja perspectiva de permanência na a) NBC T 3: são as participações em socie-
Entidade ultrapasse um exercício. É constituído dades, além dos bens e direitos que não
pelos seguintes subgrupos: se destinem à manutenção das ativida-
des fins da Entidade.
INVESTIMENTOS: são escrituradas neste IMOBILIZADO: são escriturados neste
subgrupo: subgrupo os direitos que tenham por ob-
jeto bens destinados à manutenção das
atividades operacionais da empresa ou
Participações permanentes em outras
que sejam exercidos com essa finalidade,
empresas;
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O PASSIVO E SUA MENSURAÇÃO
8 (AVALIAÇÃO)
A empresa deve manter escrituração contá- sintética, a situação patrimonial da empresa e dos
bil com base na legislação comercial e com obser- atos e fatos consignados na escrituração contábil.
vância das Normas Brasileiras de Contabilidade. Essa demonstração deve ser escriturada de
O balanço patrimonial é uma das demons- acordo com os preceitos da Lei nº 6.404/1976 e
trações contábeis, que visa a evidenciar, de forma segundo os Princípios de Contabilidade.
8.1 Generalidades
Hatfield (1927 apud IUDÍCIUS, 2010, p. 98) as- Esta é uma visão nítida de teoria da proprie-
sim definiu exigibilidades: dade (abordagem do Patrimônio Líquido; essa
forma de entender o Patrimônio Líquido facili-
Num sentido restrito, exigibilidades [...] ta a aplicação e a explicação do funcionamento
são subtraendos dos ativos, ou ativos das contas e tem estado em grande evidência,
negativos. Seria lógico, portanto, prepa- principalmente em razão disso), como podemos
rar um balanço no qual as exigibilidades
notar. Já a teoria dos fundos poderia interpretar
totais fossem subtraídas dos ativos totais,
deixando no lado direito do balanço me- os passivos de forma diferente, como reservas ou
ramente os itens que representam a pro- restrições aos ativos, derivantes de considerações
priedade. legais, equitativas (reconhecer o direito de cada
um), econômicas ou gerenciais.
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Neste grupo, são escrituradas as obrigações da direitos do ativo permanente, quando vencerem no
empresa, inclusive financiamento para aquisição de exercício seguinte.
Neste grupo, são escrituradas as obrigações do ativo permanente. No caso de o ciclo operacio-
da empresa vencíveis após o exercício seguinte, nal da empresa ter duração maior que o do exercí-
inclusive financiamento para aquisição de direitos cio social, a concepção (conceber) terá por base o
prazo desse ciclo.
Este grupo consta no balanço entre o passi- a) NBC T 3: não considerou o grupo Resul-
vo exigível em longo prazo e o patrimônio líqui- tado de Exercícios Futuros, entendendo
do; o seu objetivo é abrigar receitas já recebidas, que tais contas devem ser classificadas
que efetivamente devem ser reconhecidas em no Ativo e Passivo Circulante. A Lei nº
resultados em anos futuros, sendo que já devem 6.404/1976 prevê este grupo e, por con-
estar deduzidas dos custos e despesas corres- sequência, pode ser considerado no
pondentes. Somente deve englobar tais receitas plano contábil das empresas.
menos despesas, ou seja, resultados futuros rece- O mais adequado, todavia, é classificar
bidos ou faturados antecipadamente, mas para tais contas no Ativo e no Passivo Circu-
os quais não haja qualquer tipo de obrigação de lante.
devolução por parte da empresa. Há uma tendência entre os doutrinado-
res da ciência contábil em não conside-
rar este subgrupo do passivo.
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É a diferença entre o valor dos ativos e dos No caso, se houver Passivo a Descoberto
passivos e o resultado de exercícios futuros. É (passivo maior que o ativo), devido à sua excep-
constituído por Capital Social, Reservas de Ca- cionalidade, a empresa deverá alterar a forma ha-
pital, Ajustes de Avaliação Patrimonial (novo bitual da equação patrimonial, apresentando,
agrupamento), Reservas de Lucros, Ajustes em de forma vertical, o Ativo diminuído do Passivo,
Tesouraria e Prejuízos Acumulados (antes previa tendo como resultado o Passivo a Descoberto.
também: reservas de reavaliação e lucros ou pre- Passivo a Descoberto: denominação dada
juízos acumulados). ao Patrimônio Líquido Negativo, quando o Passi-
Obs.: Lucros ou Prejuízos Acumulados são vo Exigível for maior que o Ativo (IUDÍCIBUS; MA-
também resultados obtidos, mas retidos sem fi- RION, 2009).
nalidade específica (quando lucros) ou à espera
de absorção futura (quando prejuízos). Pela Lei nº
11.638/2007, os Lucros Acumulados serão desti-
nados para uma reserva de expansão ou investi-
mentos (reserva de lucros).
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TERMINOLOGIA CONTÁBIL BÁSICA
9 USADA EM CONTABILIDADE
Neste capítulo, você será conduzido(a) a Além dos termos de natureza subtrativa, há
aprender que, na Contabilidade, encontramos aqueles que significam acréscimos, como receita,
diversos termos com significados diferentes, que, ganho, encaixe etc.
muitas vezes, são utilizados de forma inadequa- Vamos descrever os significados desses ter-
da. Por exemplo, podemos encontrar termos mos, sem uma preocupação de esgotar o assunto ou
como: desembolso, dispêndio, gasto, desencaixe, de dar uma conotação de profundidade, pois, nesse
despesa, custo, perda e outros de natureza sub- caso, deveriam ser vistos livros mais específicos.
trativa. Boa leitura!
Receita Ganhos
Representa a entrada de ativos, sob a forma Representam itens não recorrentes (repetiti-
de dinheiro ou direitos a receber, corresponden- vos), que têm o mesmo efeito líquido no patrimô-
te, normalmente, à venda de mercadorias, de pro- nio, mas que podem ou não surgir na atividade
dutos ou à prestação de serviços. Pode também normal de uma empresa, ao passo que a receita
derivar de juros sobre depósitos bancários ou tí- sempre surge de atividades normais. Entretanto,
tulos e de outros ganhos eventuais. como o efeito no patrimônio é o mesmo, não se
Ainda, a receita corresponde, em geral, a excluem os ganhos no tratamento desse item,
vendas de mercadorias ou prestações de servi- embora, às vezes, não estritamente operacionais
ços. Ela aparece (é refletida) no Balanço através (como no caso de uma aplicação financeira, que
de entrada de dinheiro no Caixa (receita à vista) gera receita financeira).
ou entrada em forma de Direitos a Receber e/ou Iudícibus e Marion (2009) comentam que
Duplicatas a Receber (receita a prazo). ganho é: 1) acréscimo no Patrimônio Líquido, in-
A Receita sempre aumenta o Ativo, embo- dependente da atividade operacional da empre-
ra nem todo aumento de Ativo signifique Receita sa; e 2) resultado líquido favorável resultante de
(empréstimos bancários, financiamentos etc. au- transações ou eventos não relacionados às ope-
mentam o Caixa/Bancos – Ativo da empresa e não rações normais do empreendimento.
são Receitas). Ainda, da mesma forma que perda, ganho é
Toda vez que entra dinheiro no Caixa/Banco bastante aleatório. É um lucro que independe da
por meio de receita à vista, recebimentos etc., de- atividade operacional. Exemplos: ganhos monetá-
nominamos essa entrada de Encaixe. rios (ganhos com a inflação), venda de um imobi-
lizado por valor acima de seu custo, recebimento
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É o termo genérico que pode representar Gasto ativado em função de sua vida útil ou
tanto um custo quanto uma despesa. É todo sa- de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).
crifício para aquisição de um bem ou serviço, com
pagamento no ato (desembolso) ou no futuro Custo
(cria uma dívida). Assim, a empresa tem gasto na
compra de Imobilizado, na compra de matéria-
-prima, na produção etc. Num primeiro estágio, Quando a matéria-prima é adquirida, de-
todo sacrifício para aquisição de bem ou serviço é nominamos esse primeiro estágio de Gasto; em
um gasto (é um conceito consideravelmente am- seguida, ela foi estocada no Ativo (ativada); no
plo). Portanto, no momento em que a empresa instante em que a matéria-prima entra na pro-
adquire um bem ou um serviço, defrontamo-nos dução (produção em andamento), associando-se
com um gasto. a outros gastos de fabricação, reconhecemos (a
matéria-prima + outros gastos) como Custo.
Portanto, todos os gastos no processo de
Desembolso
industrialização, que contribuem com a transfor-
mação da matéria-prima (fabricação), entende-
É todo dinheiro que sai do Caixa (disponí- mos como custo: mão de obra, energia elétrica,
vel) para um pagamento. Podemos também uti- desgaste das máquinas utilizadas para a produ-
lizar o termo Desencaixe como sinônimo de de- ção, embalagens etc. Assim, numa indústria, iden-
sembolso. tificamos como custo todo gasto de dentro da
Na verdade, mais cedo ou mais tarde, o fábrica, seja ele matéria-prima, mão de obra, des-
gasto será um desembolso. Todavia, nem todo gaste de máquina, aluguel da fábrica, imposto
desembolso é um gasto. Por exemplo: amortiza- predial da fábrica, pintura da fábrica etc.
ção ou quitação de empréstimo bancário é um Eliseu Martins (2003) comenta em seu
desembolso, mas não é um gasto. livro que custos são gastos relacionados com a
transformação de ativos.
Neste capítulo, você viu outras terminologias e os conceitos de Receitas, Despesas, Ganhos e Perdas.
Ainda, aprofundou seu aprendizado sobre os diversos termos com significados diferentes, como:
desembolso, dispêndio, gasto, desencaixe, despesa, custo, perda e outros de natureza subtrativa.
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10 PATRIMÔNIO E RESULTADO
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O Balanço Patrimonial não dispensa uma O lado esquerdo do Balanço tem sido, tra-
boa estruturação das principais categorias de ati- dicionalmente, o lado do ativo. Uma estruturação
vos e passivos, bem como, residualmente, do pa- que se poderia considerar seria (bastante típica
trimônio líquido, que o compõem. de Balanços Europeus):
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O CFC dedicou a NBC T 3 ao tratamento e es- demonstrações contábeis e NBC T 3.2 trata, espe-
truturação das Demonstrações Contábeis, em ge- cificamente, do Balanço Patrimonial; serão tecidos
ral. A NBC T 3.1 trata de Disposições Gerais sobre alguns comentários a respeito.
Em seguida, define o conteúdo e a estrutura não é encontrada na Lei das S.A. e, de fato, é prefe-
do Balanço Patrimonial, ressaltando que, na hipó- rível Passivo a Descoberto a Patrimônio Líquido
tese de o passivo superar o ativo, a diferença deno- Negativo.
mina-se “Passivo a Descoberto”. Essa denominação
Enquanto a Lei das S.A. define, por exemplo, Por outro lado, mantém a noção de prazo,
de forma global o que deve conter o Ativo Circu- no sentido de que os prazos de realização dos di-
lante, a redação dada pela NBC T 3.2 prefere de- reitos e os prazos das obrigações, estabelecidos
finir de maneira geral que tipos de direitos e obri- ou esperados, situem-se após o término do exer-
gações devem constar em grupos do circulante. cício subsequente à data do balanço patrimonial
Quando desce ao detalhe de definir a composição (com exceção, da mesma forma que na Lei das
do Ativo Circulante, chamando-o simplesmente S.A., do caso em que o ciclo operacional tiver du-
de Circulante, define separadamente Disponível, ração maior que o exercício social, em que a clas-
Créditos, Estoques, Despesas Antecipadas e Ou- sificação em Circulante em Longo Prazo terá por
tros Valores e Bens. base o prazo desse Ciclo).
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A NBC T 3.2 não faz menção, como grupo de exercícios futuros, na legislação, serão
específico, a Resultados de Exercícios Futuros (art. demonstrados com a dedução dos valo-
res ativos a eles vinculados como direitos
181 da Lei das S.A.), a não ser no item genérico
ou obrigações, dentro do respectivo gru-
3.2.2.7, em que se afirma: po do ativo e passivo.
Pela Lei das S.A., qualquer obrigação fica no De resto, na definição dos grupos de Ativo,
Passivo Circulante ou Exigível em Longo Prazo. Passivo e Patrimônio Líquido, segue a NBC T 3.2,
Assim, valores recebidos por conta de mercado- basicamente, os conceitos da lei comercial, sen-
rias ou serviços a entregar ficam nesse Passivo e do essa última, todavia, muito mais detalhada na
não nos Resultados de Exercícios Futuros. Nestes, composição do Patrimônio Líquido.
só podem ficar valores recebidos que não sejam Por outro lado, a lei trata também dos crité-
ainda receitas pelo regime de competência, mas rios de avaliação do Ativo, Passivo e da Correção
que não impliquem Exigibilidades, como no caso Monetária, ao passo que o CFC dedica uma NBC
de aluguel recebido adiantado e absolutamente (a T 4) à Avaliação Patrimonial, especialmente, a
não restituível ou então no caso de receitas de ta- ser comentada em outro item.
xas de abertura de crédito que são apropriadas ao
longo do contrato e que não são devolvíveis.
NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e seus recursos (fluxo de caixa) e das mutações do
Nomenclatura das Demonstrações Contábeis seu patrimônio líquido num determinado período.
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2. O que é Passivo a Descoberto? Qual pode ser o futuro da entidade que está nessa situação?
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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS
CAPÍTULO 1
1. A primeira literatura contábil relevante foi do Frei Luca Pacioli, em 1494, consolidando o mé-
todo das partidas dobradas, expressando a causa e o efeito do fenômeno patrimonial com
os termos ‘débito’ e ‘crédito’ (esse método já era conhecido antes de Pacioli; era praticado no
século XIII). A obra de Pacioli pode muito bem ser vista como início do pensamento científico
da Contabilidade.
CAPÍTULO 2
1. A tarefa básica do contador é produzir e/ou gerenciar informações úteis aos usuários da Conta-
bilidade para a tomada de decisões.
2. A contabilidade geral é necessária a todas as empresas. Fornece informações básicas aos seus
usuários externos e é obrigatória, conforme legislação comercial. A contabilidade de custos
está voltada para o cálculo, interpretação e controle dos custos dos bens fabricados ou co-
mercializados ou dos serviços prestados pela empresa. A contabilidade gerencial, voltada para
fins internos, procura suprir os gestores de um elenco maior de informações, exclusivamente
para a tomada de decisões. Diferencia-se dos tipos de Contabilidades já abordados, pois não se
prende aos princípios Contábeis. O profissional que exerce a Contabilidade gerencial também
é conhecido como Controller.
CAPÍTULO 3
1. A contabilidade é mantida para quem precisa dela, seja pessoa física, seja pessoa jurídica. Des-
de que haja volume considerável de negócios, justifica-se a necessidade da contabilidade.
Dessa forma, dever-se-ia fazer a contabilidade para pessoa física, sendo tratada, a partir desse
momento, como entidade contábil.
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CAPÍTULO 4
1. Uma das formas de avaliar a qualidade da informação contábil e, portanto, sua utilidade (be-
nefício), quando comparada ao custo, é analisar algumas qualidades ou características que
deve possuir, tais como: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade.
Capítulo 5
1. Poderíamos dizer que o Balanço Social está no contexto da Contabilidade Social. A Contabilida-
de Social envolve aspectos econômicos e sociais de um país. Alguns denominam essa Conta-
bilidade de Contabilidade Nacional, já que ela envolve a renda nacional, balanço de pagamen-
tos etc. De maneira geral, quando tratamos do Balanço Social da empresa, de uma unidade
individualizada, podemos dizer que se trata de um campo da Contabilidade. Todavia, quando
tratamos o Balanço Social no âmbito geral da economia (seja regional, municipal, estadual ou
nacional), considerando a soma dos ramos de atividades, a renda nacional, podemos dizer que
se trata de um campo da Economia e não da Contabilidade. A Contabilidade Ambiental se
preocupa com a proteção do meio ambiente. Em função de os recursos naturais se tornarem
cada vez mais escassos, um número crescente de empresas participa de um desenvolvimento
sustentável, de gerenciamento ambiental para redução de custos operacionais, de cuidados
para reduzir o risco de poluição acidental ou insidiosa (traiçoeiro, pérfido, falso) etc. A Contabili-
dade Financeira, quando aplicada à avaliação e mensuração das informações relativas ao meio
ambiente, é denominada Contabilidade Ambiental ou Ecológica. De maneira geral, a Contabili-
dade Ambiental destaca os custos ambientais nas despesas gerais (proporcionando uma análi-
se financeira em relação à preservação do meio ambiente), evidencia no Ativo os investimentos
nessa área, cria provisão para os riscos ambientais no Passivo etc.
2. Não há diferença entre os dois termos; eles têm o mesmo significado. Elas são o conjunto
de informações que devem ser obrigatoriamente divulgadas anualmente, segundo a Lei nº
6.404/1976, pela administração de uma sociedade por ações e representam a sua prestação de
contas para os sócios e acionistas.
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CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
1. Algumas exigibilidades somente podem ser mensuradas se utilizar um grau substancial de es-
timativa. São as provisões. Já a criação de Reservas é, às vezes, requerida por disposição estatu-
tária ou legal, a fim de dar à entidade e a seus credores uma medida adicional de proteção com
relação ao efeito de possíveis perdas.
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2. Num sentido restrito, exigibilidades são subtraendos dos ativos ou ativos negativos. Seria lógi-
co, portanto, preparar um balanço no qual as exigibilidades totais fossem subtraídas dos ativos
totais, deixando no lado direito do balanço meramente os itens que representam a proprieda-
de. Esta é uma visão nítida de teoria da propriedade (abordagem do Patrimônio Líquido; essa
forma de entender o Patrimônio Líquido facilita a aplicação e a explicação do funcionamento
das contas e tem estado em grande evidência, principalmente em razão disso), como pode-
mos notar. Já a teoria dos fundos poderia interpretar os passivos de forma diferente, como re-
servas ou restrições aos ativos, derivantes de considerações legais, equitativas (reconhecer o
direito de cada um), econômicas ou gerenciais. Por outro lado, a visão da teoria da entidade é
outra, isto é, consideram-se as exigibilidades como reclamos contra a entidade ou, mais espe-
cificamente, contra os ativos da entidade. Entretanto, a entidade continua sendo vista como
organismo com vida própria. Nem mesmo o patrimônio líquido pertence aos proprietários, na
continuidade, mas à entidade.
CAPÍTULO 9
2. Despesa é todo consumo de bens ou serviços para obtenção de receita. Ainda, despesas são
gastos que provocam redução do patrimônio. Perdas são gastos involuntários, anormais, ex-
traordinários. Exemplos: desfalque no caixa, inundações, incêndio etc. Na prática, é bastante
difícil prever uma perda (por ser anormal). Geralmente, a perda reduz o Ativo e, consequente-
mente, o Patrimônio Líquido.
CAPÍTULO 10
1. O Balanço Patrimonial é a peça contábil que retrata a posição das contas de uma entidade,
após todos os lançamentos das operações de um período terem sido feitos, após todos os pro-
visionamentos (depreciação, devedores duvidosos etc.) e ajustes, bem como após o encerra-
mento das contas de Receitas e Despesas também ter sido executado. De acordo com art. 178
(Lei das S.A.), no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio
que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação finan-
ceira da companhia.
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REFERÊNCIAS
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contábeis da Lei nº 6.404/76, com as modificações introduzidas pela Lei nº 11.638/07 e pela Lei nº
11.941/09 e de acordo com os pronunciamentos do CPC. São Paulo. Atlas, 2010.
BRAGA, H. R. Mudanças contábeis na lei societária: Lei nº 11.638, de 28/12/2007. São Paulo: Atlas,
2008.
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15
de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande
porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 2007.
INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS COMMITTEE (IASC). Framework for the preparation and
presentation of financial statements. Londres: IASC, 1989.
IUDÍCIBUS, S. Manual de contabilidade das sociedades por ações. Suplemento. 1. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Introdução à teoria da contabilidade para o nível de graduação. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2009.
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SÁ, A. L. História geral e das doutrinas da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997.
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