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ESPECIAL
GUIA DE FUNDOS
Cristina Bernardo
mo exagerada e facilidade de cré-
dito (taxas de juro baixas tam-
bém), estão no “saco das razões”
que têm contribuído para esta
tendência”.
A capacidade de financiamento
das famílias desceu para 1,3% do
produto interno bruto (PIB),
mas o investimento subiu 2% no
primeiro trimestre, segundo da-
dos do Instituto Nacional de Es-
tatística.
“O investimento das famílias
tem vindo a aumentar devido à fa-
cilidade de acesso à informação e
das características dos produtos”,
afirmou o senior broker da XTB,
lembrando que o Parlamento Eu-
ropeu aprovou a implementação
dos Key Information Documents
(KIDs) for Packaged Retail In-
vestment Products (PRIPs). Estes do-
cumentos apresentam uma tabela
de cenários que permite ao consu-
midor analisar os investimentos e
fazer comparações no mesmo for-
mato de apresentação.
As baixas taxas de poupança e as
baixas taxas de investimento têm
orientações diferentes e contradi-
tórias, sendo que nenhuma leva à
outra. A baixa taxa de poupança é
benéfica para a economia, já que
POUPANÇA EM PORTUGAL
significa consumo e maior desen-
volvimento das empresas. No en-
tanto, se levar a um aumento das
TENDÊNCIAS DE INVESTIMENTO
Incerteza geopolítica
e volatilidade dos
ativos marcam o ano
Após ganhos recorde em 2017, o primeiro semestre de 2018 não está a ser tão favorável. Os gestores
terão de navegar entre mudanças nos bancos centrais, guerra comercial e instabilidade política.
como o possível escalar das ten- Entre as incertezas das ações e tão dos fundos de investimento
LEONOR MATEUS FERREIRA sões comerciais ou dos focos de das obrigações, estão as apostas na vai, assim, depender de se o au-
lmferreira@jornaleconomico.pt instabilidade política que possam variedade, que têm ganho desta- mento da volatilidade e o desen-
ser geradores de expetativas de im- que em Portugal. Os fundos multi- volvimento dos vários fatores de
Da Europa aos EUA, da política pactos mais negativos no cresci- -ativos representavam, em 2007, incerteza vão causar uma fuga ao
monetária à comercial, os merca- mento e, consequentemente, im- apenas 3% do total em Portugal, risco para ativos-refúgio.
dos financeiros vivem um ano de pulsionadores de um maior grau neste momento representam cerca Na Europa, o foco está na estabi-
dúvidas. Não havendo, no entan- de aversão ao risco. de 13%. “As rendibilidades dos lização política em Itália, associada
to, ainda uma fuga ao risco, as O valor sob gestão dos organis- fundos que investem em várias a uma retórica menos anti-euro-
ações continuam a captar a aten- mos de investimento coletivo em classes, vulgo multi-ativos, pode- peísta por parte do atual governo,
ção dos gestores de ativos, em de- valores mobiliários totalizou rão ser menos afetadas pelos su- bem como na Alemanha. Dos
trimento da dívida. 11.331,3 milhões de euros, em pracitados fatores, tendo em conta EUA, o maior questão prende-se
“Em 2018, num ambiente de maio de 2018, segundo os últimos a predominância de correlações com as políticas comerciais e se es-
maior incerteza, sobretudo ao ní- dados disponíveis da Comissão do negativas, entre os diferentes mer- tas irão gerar uma escalada de im-
vel geopolítico, as principais clas- Mercado de Valores Mobiliários cados, que perspetivamos para a posições tarifárias a nível global.
ses de ativos têm evidenciado um (CMVM). O montante representa segunda metade do ano”, refere Simultaneamente, a prevalência de
padrão comportamental menos uma diminuição de 58 milhões de João Marques. um regime de subida gradual das
positivo, associado a um registo de euros (0,5%) face ao mês anterior. Desde o início do ano, os princi- taxas de juro pela Fed e de políticas
maior volatilidade, face ao verifi- O valor das aplicações em ações pais índices de ações apresentam, monetárias expansionistas por
cado no ano anterior”, afirma João de emitentes nacionais e de estran- em média, desempenhos margi- parte dos restantes principais ban-
Marques, diretor de estratégia e geiros registou uma subida de, res- nalmente negativos. No entanto, e cos centrais, bem como a extensão
alocação da Caixagest, sociedade petivamente, 0,1% e 1,7%. No que apesar das incertezas, as rendibili- do ciclo de crescimento acima do
gestora que lidera o mercado com respeita à dívida pública, desceu dades dos mercados de referência potencial nas principais econo-
33% da quota e detentora de 22 dos 1,6% na nacional, tendo aumenta- não denotam um comportamento mias, não associado a uma forte
153 fundos disponíveis no país. do 2,4% na estrangeira. Já o valor clássico de fuga para ativos deno- subida da inflação, não ser outros
Os principais riscos atuais afe- aplicado em obrigações de emiten- minados de refúgio ou uma traje- pontos a que os gestores irão estar
tam afetam os fundos de investi- tes nacionais manteve-se inaltera- tória associada a aversão ao risco, atentos no segundo semestre.
mento de forma diferenciada. No do, enquanto nas emissões de emi- caraterizada por movimentos cor- Caso estes fatores se alinhem
caso dos veículos que predomi- tentes estrangeiros caiu 1,7%. retivos pronunciados. positivamente, serão propícios a
nantemente investem em obriga- Do lado das obrigações, as yields um impulso nos retornos das clas-
ções, os desempenhos poderão ser dos instrumentos de dívida pública ses de ações e para uma minoração
negativamente influenciados por consideradas de menor risco não das rendibilidades negativas no
uma forte subida das taxas de juro têm evidenciado uma tendência de caso das obrigações, segundo o di-
de mercado, estando dependentes descida significativa. As taxas a 10 retor de estratégia e alocação da
do crescimento económico e da in- anos norte-americanas têm subi- Caixagest. Consequentemente,
flação. “Estes poderão, eventual- da, enquanto as yields alemãs des- constituirão um suporte positivo
mente, determinar uma maior ra- cem ligeiramente devido ao risco para os retornos das estratégias de
pidez da remoção do grau acomo- político na Europa. multiativos.
datício das políticas monetárias “Por sua vez, outros instrumen- “Prevalece um contexto macroe-
em vigor”, explica Marques. tos que beneficiam de comporta- conómico global benigno, de taxas
Caso haja a economia ou a infla- mentos negativos das classes de de juro ainda baixas e de crescimen-
ção cresçam acima do esperado risco, como o ouro e o iene, apre- to dos lucros empresariais. Apesar
este ano, poderá haver subidas sentam comportamentos diver- dos principais mercados não deno-
mais pronunciadas das taxas dire- gentes”, afirma o gestor. “O metal tarem valorizações absolutas atrati-
toras pela Reserva Federal Ameri- “As rendibilidades dos precioso regista uma rendibilidade vas, em termos relativos, na nossa
cana (Fed), ou de uma antecipação fundos que investem negativa e a moeda nipónica, face ótica continua-se a verificar um
do incremento das mesmas pelo ao dólar, apresenta uma apreciação maior potencial de ações face a
Banco Central Europeu (BCE). em várias classes, moderada. Adicionalmente, a mé- obrigações. Deste modo, em ter-
Já no mercado acionista, os fato- multi-ativos, poderão trica de volatilidade implícita para mos de macro classes, mantemos
res penalizadores poderão surgir o índice de ações dos EUA, S&P uma estratégia pró-cíclica de maior
se houver surpresas negativas em ser menos afetadas”, 500, apesar dos níveis mais eleva- exposição ao segmento acionista
termos de crescimento económico diz o diretor de dos face aos verificados em 2017, por contrapartida dos mercados de
ou dos lucros empresariais. O dire- situa-se abaixo da sua média de rendimento fixo, nomeadamente
tor de estratégia e alocação da Cai- estratégia e alocação longo prazo”. de obrigações do tesouro e de crédi-
xagest sublinha ainda outros riscos da Caixagest O futuro das estratégias de ges- to”, acrescentou. ●
13 julho 2018 | III
Issei Kato/Reuters
PROTEÇÃO DOS INVESTIDORES
Setor vê onda
regulatória como
“distração” ineficaz
O presidente da APFIPP defende a maior proteção
dos investidores, mas alerta que muitas medidas
não servirão para prevenir novas crises.
ternacional. “Não é na forma como
LEONOR MATEUS FERREIRA vendemos produtos aos clientes,
lmferreira@jornaleconomico.pt mas na forma como cresce o volu-
me de crédito que é concedido no
As mudanças regulatórias desde a mundo inteiro”, diz. Sublinha que
crise financeira têm sido um desa- a causa para o aparecimento de
fios para o setor dos fundos de in- desequilíbrios que arrastam outros
vestimento. José Veiga Sarmento, problemas é o endividamento.
presidente da Associação Portu- “Tornar mais exigente a comercia-
guesa de Fundos de Investimento, lização é um principio sobre o qual
Pensões e Patrimónios (APFIPP), todos estamos de acordo. Fazer
elogia as medidas de proteção dos disso o nosso objetivo de vida tem
investidores, mas alerta que não implicações muito grandes sobre o
vão prevenir situações como as nosso trabalho e não vai impedir
que aconteceram no passado. um novo subprime nos EUA”.
A reformulação da regulamen- Apesar das críticas, Veiga Sar-
tação financeira em curso foi pro- mento vê vantagens nos esforços ,
vocada graças à conclusão que a não só na proteção do investidor,
desregulamentação tinha ultrapas- mas também na simplificação de
sado todos os limites e era necessá- procedimentos, nomeadamente
rio reimpor regras ao comporta- na atualização do Regime Geral
mento dos operadores. O objetivo dos Organismos de Investimento
é impedir que situações que des- Coletivo (RGOIC). Espera agora
carrilaram o sistema se repitam. que a transposição da DMIF II e o
“Temos estado, nestes últimos novo RGOIC entrem em vigor em
anos, a suportar um conjunto in- conjunto para facilitar a adoção
findável de novas obrigações que das novas regras, mas garante que
vão mexer com praticamente tudo as sociedades gestoras não ficaram
o que fazíamos até aqui”, afirma o à espera da publicação das novas
presidente da APFIPP. regras. “A nossa sensação é que as
Explica que, na Europa, houve sociedades gestoras já se adapta-
uma produção de diretivas “sobre ram, porque não tiveram outro
tudo e mais alguma coisa”, das remédio, e estão preparadas”,
quais duas importantes entraram acrescentou. ●
em vigor recentemente. Por um
lado, a revisão da Diretiva dos
Mercados de Instrumentos Finan-
ceiros (DMIF II), que regulamenta
a forma de comercialização de pro-
dutos financeiros. Por outro, a di-
retiva sobre o tipo de informação
que se dá aos clientes. Ambas se
aplicam-se a todo o setor.
“Implicou uma distração muito
grande. O esforço que podia ter
sido feito para entender melhor os
clientes foi consumido a encontrar
respostas organizacionais a novas “Se o objetivo
obrigações, que são muitas e pesa- é proteger
das”, critica. “Depois tenho outra
dúvida existencial, que é se muitas os investidores e o
destas coisas têm virtualidade. Se o mercado, penso que
objetivo é proteger os investidores
e o mercado, penso que muitas muitas coisas não vão
destas coisas não vão servir para servir para nada e não
nada e não vão impedir situações
que aconteceram no passado por- vão impedir situações
que as razões estão fora”. que aconteceram no
Veiga Sarmento considera que o
maior problema está no funciona-
passado”, diz José
mento do sistema monetário in- Veiga Sarmento
IV | 13 julho 2018
dado o forte poder de fixação de preços primeiro quartil desde o seu lançamento (14 de Novembro de 2012).
O seu grupo é o Morningstar EEA OE EUR High Yield Bond. O
Gestores do Fundo - Proteção contra a inflação através de di- Gestor do Fundo ranking no quartil é baseado na classe de ações A Acc
Tom Walker, Hugo Machín vidend yields: as vendas oferecem poten- Bob Jolly, Paul Grainger
cial de reversão e geralmente sobem em
Descrição sintonia com a inflação. Descrição
O Schroder ISF Global Cities Real Estate O Schroder ISF* Strategic Bond visa
visa proporcionar retornos compostos a prosperar em todas as condições de
longo prazo através do investimento em mercado. Utilizando uma filosofia de
empresas que são proprietárias do melhor ‘melhores ideias’ altamente diversificada,
imobiliário nas “Global Cities”. o fundo procura as oportunidades mais
atrativas em todos os mercados
O que são Global Cities? obrigacionistas e cambiais a nível global,
Global Cities são locais onde as pessoas sem um enviesamento para uma classe
querem viver, trabalhar e relaxar. As suas de ativos ou setor.
principais caraterísticas são: infraestruturas COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA
fortes; economias diversas; mão-de-obra Porquê investir? Setor Peso
qualificada; e qualidade de vida e de cultu- 1. Processo de investimento global baseado Indústria 25,09 %
ra. Investir em imobiliário dentro destas ci- COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA em temas – aproveita as oportunidades Instituições financeiras 20,70 %
Obrigações do Tesouro 17,94 %
dades oferece exposição a um leque diver- Setor Peso
globais sem limitações face a um índice.
Título garantido por activo 6,47 %
so de setores e acesso a economias que se Fundos de Investimento Imobiliário 69,28 % 2. Diversificado pelo estilo e horizonte Títulos garantidos por hipoteca 4,16 %
espera que superem as médias nacionais. Invest. & Serviços Imobiliários 21,40 %
temporal, com um forte enfoque na Títulos de hipoteca comercial 2,92 %
Software & Serviços Informáticos 4,79 % Emissões Estatais 2,09 %
Transporte Industrial 1,98 % construção disciplinada da carteira e no Repartições 2,00 %
Porquê investir? Serviços de suporte 0,39 % controlo do risco Serviço público 1,95 %
- O imobiliário tem capacidade para pro- Produtos Derivados 0,00 % Autoridades locais 0,64 %
porcionar retornos atrativos no longo pra- Ativos Líquidos 2,17 % 3. Sem enviesamento direcional – a Produtos Derivados -0,37 %
zo e apresenta uma correlação baixa com abordagem ao investimento é Equivalentes de Caixa 0,06 %
independente do ambiente do mercado e Liquidez 16,34 %
outras classes de ativos, o que o torna um FICHA DO FUNDO (31 MAIO 2018)
valioso diversificador para uma carteira da direção das taxas de juro ou dos FICHA DO FUNDO (31 MAIO 2018)
Rendibilidade dos últimos 12 meses: 5.7% diferenciais do crédito
equilibrada Rendibilidade dos últimos 3 anos: 7.5% Rendibilidade dos últimos 12 meses: -0.6%
- O fundo oferece exposição global e ime- Rendibilidade dos últimos 5 anos: 19.0% 4. Amplo conjunto de oportunidades – Rendibilidade dos últimos 3 anos: 0.8%
diata ao imobiliário com a liquidez de um Valor dos ativos sobre gestão: 266 milhões de beneficia da afetação flexível a estratégias Rendibilidade dos últimos 5 anos: -0.2%
fundo de investimento mobiliário e meno- dólares de taxas de juro, crédito e cambiais. Valor dos ativos sobre gestão: 1,325 milhões
res custos de transação em comparação Montante mínimo de investimento: 1.000 5. Alternativa a estratégias de dólares
com o investimento direto em ativos imobi- euros Montante mínimo de investimento: 1.000 euros
tradicionais de rendimento
liários físicos. Rating Morningstar: ***
“Não há capital
tem sido beneficiado com grande
volume de investimento no setor
imobiliário, mas não tem sido
através de fundos de investimento
imobiliário. O que aconteceu até
Fonte: Bankinter Gestão de Ativos, 30 Junho 2018 Fonte: Bankinter Gestão de Ativos, 30 Junho 2018
VIII | 13 julho 2018
RENDIBILIDADE
longe de ser uma preocupação dos perspetivas de dimensão do país nham almofadas. Não acontece em
agentes que estão mais preocupa-
dos em agarrar o core do negócio e
promovê-lo do que em dispersar-
também não param de se agravar.
Prevêem a diminuição de dois mi-
lhões de pessoas em 40 anos.
Portugal e os apoios que existiam,
ao nível dos PPR e dos fundos de
pensões, deixaram de existir. Não
Aposta em Wall
-se por preocupações desse tipo.
Não é uma preocupação central
dos gestores em Portugal, mas vai
Há um esforço a fazer ao nível
da natalidade, se queremos sobre-
viver enquanto país, e há muita
existe em Portugal qualquer in-
centivo à poupança que vá supor-
tar o papel do Estado. Não dizemos
Street compensa
ser uma tendência. coisa a fazer ao nível da proteção que o Estado não deve pagar pen-
da reforma. Em Portugal, está na sões, não é nada disso. No entanto,
O número de fundos a investir esfera exclusiva do Estado porque o Estado não tem condições para Fundos que investem em ações norte-americanas
em criptomoeda disparou existe esta ideia que a segurança assegurar 100% dessa proteção
no início do ano. Como é que social é universal e sustentável. A pelo que é urgente que se desen-
dão os melhores retornos, enquanto os que focam
vê esta tendência? nossa preocupação é que sabemos volvam mecanismos de promoção na bolsa portuguesa perderam rendibilidade.
Sobre isso, vou-lhe dar uma res- que isto não é verdade e deixar da poupança privada para suple-
posta como economista e não para o futuro a ideia de que o siste- mentar o apoio que o Estado devia Se euforia era a palavra de ordem de Activos, rendeu 12,2% com 17,9
como presidente da associação ma de segurança social vai dar dar aos reformados. nos mercados financeiros em 2017, milhões investidos, fechando o pó-
porque nunca foi discutido. Perce- apoio a todas as pessoas que vão este ano é incerteza. Entre mudan- dio. Os EUA voltam a aparecer nos
bo que o sistema financeiro inter- requerer esse apoio não é matema- Espera que esses incentivos ças na política monetária, guerra 5º e 6º lugares com os fundos BPI
nacional padece de um conjunto ticamente exequível. sejam incluídos no Orçamento comercial e desaceleração da econo- América - Classe E e IMGA Ações
de problemas, nomeadamente ao do Estado proximamente? mia global, houve uma desacelera- América, com retornos de 11,5% e
nível das moedas, o que tem impli- O que é que é preciso fazer? Temo que não porque existe, por ção dos ganhos. Ainda assim, a 10,6%, respetivamente.
cações graves ao nível do comércio A situação portuguesa é a pior da um lado, um preconceito ideológi- aposta dos fundos portugueses em “Acreditando que entrámos
internacional. A forma como o dó- Europa, mas acontece em Espa- co em relação à poupança privada ações norte-americanas foi certeira. numa fase de normalização pro-
lar, o euro, o iene ou renmibi se nha, França, Alemanha… O que que há muita gente que acredita “O ano de 2018 está a ser um ano de gressiva das taxas de juro, então
comportam são afetadas por um tem acontecido é que em todos os que a função da segurança social é transição de contexto”, explica Pau- aqueles ativos de taxa fixa e longas
conjunto de fatores causa ruído países, à exceção de França que tão nobre que só pode ser executa- lo Freire de Oliveira, CEO da BPI maturidades serão os que mais di-
nas trocas globais. Portanto, a pro- tem alinhado com Portugal, têm da pelo Estado e os particulares Gestão de Activos. Nos últimos ficuldade terão em obter boas ren-
cura por uma moeda de troca glo- surgido políticas de incentivo à que não devem fazer parte desta anos viveram-se tempos de baixa tabilidade no curto e médio prazo”,
bal é algo que está na cabeça dos poupança individual para a refor- equação. Por outro lado, existe a volatilidade e elevada correlação en- refere Freire de Oliveira. Neste
economistas já há algum tempo. ma para que, quando o Estado for demonstração de que só existe tre ativos graças às políticas expan- processo, que na Europa está ainda
O que aconteceu recentemente chamado a ajudar, as pessoas te- poupança privada quando é indu- sionistas dos bancos centrais a nível na finalização da compra de ativos
com a bitcoin, que foi depois se- zida, ou seja, quando os governos global. Em 2018, a Reserva Federal pelo BCE, o consenso é que as
guido de uma série de iniciativas criam condições para que essa norte-americana está a normalizar a yields das dívidas da zona euro co-
semelhantes, foi a criação de uma poupança privada aconteça. Isto política monetária e a expetativa é mecem a subir. O quarto fundo
unidade de troca cujo objetivo ini- pode acontecer através de benefí- que o Banco Central Europeu mais rentável - o NB Obrigações
cial era ser imune às vicissitudes cios fiscais, como aconteceu com (BCE) lhe siga os passos, primeiro Europa - apostou exatamente nes-
do câmbio, mas também com inte- os PPR ou de uma outra forma que com o fim do quantitative easing, em tes ativos. O fundo da GNB Gestão
resses menos legais por estar fora foi inventada em Inglaterra, que é dezembro, e com as primeiras subi- de Ativos gere 52,2 milhões de eu-
da regulação e supervisão. o auto-enrollment. das de taxas de juros, em 2019. ros com um retorno de 12,2%.
Esse conceito acabou por ser ob- Há 15 anos, havia a perceção de “Estes períodos de alteração de “A expetativa sobre o cresci-
jeto de investimento. Do ponto de que a proteção de reformas futuras contexto de política monetária são mento económico futuro será um
vista económico, é um disparate no sistema de pensões inglês esta- geralmente momentos de alguma dos fatores primordiais que deter-
porque não há ninguém que ga- va risco e foi criada uma comissão, volatilidade nos ativos financeiros, minará a evolução dos mercados
rante que essa unidade tem valor chefiada pelo Lorde Turner. Basi- não colocando, no entanto, em financeiros. Neste momento, e
ou representa alguma coisa, a não camente o que diz é que é necessá- causa a rendibilidade quando ava- apesar de alguma suavização re-
ser a fé das pessoas que a procu- ria aumentar a poupança privada. liamos em prazos mais longos”, re- cente, em geral, as economias glo-
ram. Vamos assistir, inevitavel- O sistema de auto-enrollment é uma fere Freire de Oliveira. Às mudan- bais estão a crescer de forma sin-
mente, a sangue, suor e lágrimas obrigação legal para que todas as ças nos bancos centrais acrescem cronizada e a um ritmo interessan-
num horizonte relativamente cur- empresas, no momento em que ainda as tensões ligadas à guerra te. Questões como as ‘guerras co-
to porque não representam nada. pagam salários, retirem dinheiro e comercial entre EUA e vários par- merciais’ ou fenómenos de instabi-
Por outro lado, juntamente com coloquem numa conta individual ceiros, como a China, mas também lidade política localizada poderão
esta unidade, surgiu uma tecnolo- dos empregados num regime em a zona euro. “Apesar de alguns ris- ter impacto, sendo necessário um
gia que facilita imenso o relaciona- que não lhe podem mexer. cos geopolíticos que pairam sobre a acompanhamento próximo e aten-
mento entre sistemas. Mas isto é o No início, a estimativa de aban- economia global, o ambiente ma- to dos mesmos”, afirmou o CEO.
blockchain. O que se veio a perce- dono era de 10% a 15%. Verificou- croeconómico é positivo e deste Os gestores das sociedades pare-
ber foi que servia otimamente para -se que é de 2% ou 3%, portanto o modo ainda está propício para o cem concordar, dados os ganhos
suportar transações comerciais ou sistema funciona às mil maravi- investimento em activos de risco”. com ativos de risco estrangeiros.
financeiras. E foi aí que os bancos e lhas. Neste momento, está a ser Entre os 10 fundos de investi- Outros fundos de ações internacio-
as sociedades financeiras começa- copiado na Europa. Na Alemanha, mento mobiliário nacionais com nais da GNB e da Caixagest também
ram a ver como é que podiam foi publicada em janeiro uma lei melhor rendibilidade nos 12 meses entram no ‘top 10’ da rendibilidade.
aproveitar essa tecnologia, que foi semelhante, mas que funciona que terminaram no fim de junho, O NB Momentum teve uma rendi-
um exercício que também fizemos. através da contratação coletiva. apenas um não é de ações e quatro lidade de 9,6%, enquanto o Caixa-
São soluções como várias outras são de ativos norte-americanos. A gest Ações Líderes Globais de 9%.
Falou da poupança. Como estão que vêem a ser tomadas para fazer liderança, em termos de retorno, Quanto a ativos portugueses, ape-
as poupanças dos portugueses? face a um problema que é do siste- pertencia ao fundo de ações secto- nas dois fundos estão entre os mais
Há um tema muito querido por ma ser muito antigo. A realidade riais Montepio Euro Energy, da rentáveis, mas no fim da tabela. O
nós que é o tema da poupança, em Se as pessoas demográfica evoluiu e, neste mo- sociedade gestora Montepio Ges- NB Portugal Ações da GNB (fundo
especial da poupança para a refor- mento, não funciona. Portanto, se tão de Activos, com uma rendibili- que liderou os ganhos no total de
ma porque temos um país que tem querem ter dinheiro as pessoas querem ter dinheiro no dade de 25% e 4,1 milhões de euros 2017) teve um retorno de 8,9% e o
características demográficas e en- na reforma têm futuro, têm de poupar para si hoje sob gestão, de acordo com dados Santander Ações Portugal - Classe
velhecimento mais exacerbado e não confiar que o sistema que o da Associação Portuguesa de Fun- A de 8,2%. “O mercado nacional
que outros países. Saiu recente- de poupar para si hoje Estado tem vai ter possibilidade de dos de Investimento, Pensões e continua à semelhança de anos an-
mente um novo ageing report da e não confiar que lhes dar o que não vai ter possibili- Património (APFIPP). teriores com crescimentos ténues.
Comissão Europeia, que refere que dade de dar. Esta solução do auto- Dos fundos de ações norte-ame- As alterações regulatórias recentes,
o desequilíbrio demográfico (em o sistema do Estado -enrollment é uma das medidas. ricanas, o Caixagest Ações EUA, da nomeadamente a entrada em vigor
termos de peso das pessoas com vai ter possibilidade Outra é a diminuição das pensões Caixagest conseguiu um retorno de da DMIF II, poderão de alguma for-
mais de 65 anos em relação ao res- do Estado, que é o que já está a 14,1% na gestão de 105,9 milhões ma explicar esse ritmo algo lento de
to da população) não para de se de lhes dar acontecer em Portugal. Só que não de euros em ativos, enquanto o BPI crescimento dos ativos sob gestão”,
agravar, ao mesmo tempo que as o que não vai ter está a acontecer mais nada. ● América - Classe D, da BPI Gestão acrescentou. ● LMF
13 julho 2018 | IX
ACERCA DA COLUMBIA
Asian Equity Income (fka Asia) USD 17,52 2,16 5
China Opportunities Fund GBP 34,79 15,48 6
Emerging Market Bond Fund USD 6,86 2,60 5
THREADNEEDLE INVESTMENTS
Emerging Market Corporate Bonds USD 6,30 3,39 3
Emerging Market Debt USD 7,07 3,06 4
European Bond Fund EUR -2,69 2,13 3
European Corporate Bond Fund EUR 0,97 2,48 3
Ruben García Páez European Fund EUR 13,40 7,96 5
A Columbia Threadneedle Investments é um grupo líder na gestão de Head of Iberia & Latam European High Yield Bond Fund EUR 8,46 3,79 3
ativos globais que, através da sua gestão ativa, oferece uma vasta gama Distribution European Select Fund EUR 15,15 9,16 5
de estratégias e de soluções para investidores particulares, institucionais Alberto González Méndez
European Smaller Companies Fund EUR 24,90 15,08 5
e empresariais em todo o mundo. Global Bond Fund EUR -8,40 3,96 4
Institutional Clients Director Global Equity Income Fund USD 13,39 2,28 5
Com uma equipa que ultrapassa 2.000 funcionários, com mais de 450 Iberia Global Extended Alpha Fund USD 20,33 6,59 5
investidores profissionais de investimento sediados na América do Bárbara Echazarra Cubillo Global Focus USD 16,35 7,81 5
Sales Manager Global Select Fund USD 19,92 5,93 5
Norte, Europa e Ásia, gerimos ativos no valor de 485.000 milhões de Global Technology USD 37,39 16,47 6
euros em fundos de rendimento variável, de rendimento fixo, soluções Greta Galdós Global Emerging Market Short-Term Bond Fund USD -1,9 1,7 3
de alocação de ativos e produtos alternativos de mercados emergentes e Sales Support Iberia High Yield Bond Fund GBP 9,65 4,61 3
Elena Carranza Churruca Japan Fund JPY 31,40 7,92 6
desenvolvidos. Monthly Extra Income Fund GBP 17,54 9,27 4
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para os nossos clientes. No investimento, o nosso objetivo consiste em Pan European Equity Dividend EUR 8,17 5,39 5
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mais fundamentada para os nossos clientes. UK Institutional Fund GBP 20,48 7,56 5
A Columbia Threadneedle Investments é a gestora de ativos globais da UK Mid 250 Fund GBP 28,50 11,39 5
Ameriprise Financial, Inc. (NYSE:AMP), empresa líder em serviços UK Monthly Income Fund GBP 13,78 7,05 5
UK Overseas Earnings Fund GBP 19,56 9,08 5
financeiros sediada nos EUA. Pelo facto de pertencermos à Ameriprise, UK Select Fund GBP 19,34 8,84 5
contamos com o apoio de uma grande empresa de serviços financeiros UK Smaller Companies Fund GBP 45,62 17,28 5
amplamente diversificada e capitalizada. US Equity Income Fund USD 16,25 6,44 5
US High Yield Bond USD 8,42 4,00 3
Informações importantes: para uso interno de profissionais de investimento (que não deve ser entregue a terceiros). O desempenho passado não é indicativo de resultados futuros. O valor dos investimentos e o rendimento não é garantido e pode tanto aumentar como diminuir;
este valor pode ser afetado por flutuações nas taxas de câmbio. Isso significa que um investidor poderá não recuperar o montante investido. A análise contida neste documento foi preparada pela Columbia Threadneedle Investments por suas próprias atividades de gestão de
investimentos, pode ter servido como base para a tomada de decisão antes da publicação e disponibilidade é acessório. Todas as opiniões expressas são feitas no momento da publicação, mas estão sujeitas a alterações sem aviso prévio. As informações obtidas de fontes
externas é estimada confiável, mas sua exatidão ou integridade não pode ser garantida. A referência a acções ou obrigações específicas não deve ser interpretada como uma recomendação para negociação. Postado por Threadneedle Asset Management Limited ( “TAML”).
Empresa registrada na Inglaterra e País de Gales No. 573204. Sede: Canhão Place, 78 Cannon Street, Londres EC4N 6AG. Autorizada e regulada no Reino Unido pela Autoridade de Conduta Financeira (FCA).
Threadneedle Investments Columbia (Columbia Threadneedle) é a marca global do grupo de empresas Columbia e Threadneedle. columbiathreadneedle.com
X | 13 julho 2018
REGIME FISCAL
Cristina Bernardo
no mercado. Em maio, o índice
LEONOR MATEUS FERREIRA imobiliário APFIPP valorizou
lmferreira@jornaleconomico.pt 3,37% em termos de retorno mé-
dio anualizado. No entanto, ao re-
Retorno e volume de ativos sob cuar no tempo, para a média dos
gestão dos fundos de investimento últimos três anos, o indicador é
imobiliário tomaram caminhos ainda negativo (-0,32%). “É sinal
contrários. À medida que o merca- que o crescimento teve como base
do recupera e oferece maiores ga- de partida um ponto baixo, pelo
nhos aos investidores, a falta de que ainda estão a recuperar o ter-
um regime fiscal específico estará a reno perdido”, explica.
comprometer a atratividade, se- Em termos de tipologia, são os
gundo Nelson Rêgo, CEO da so- fundos abertos os que geram
ciedade Prime-Yield. maiores ganhos, com uma rendibi-
“Nos últimos anos, este tipo de lidade média anual de 3,88%. Já os
veículo de investimento imobiliá- fundos fechados ficam pelos
rio foi perdendo competitividade 1,87%. A diferença é, segundo Nel-
junto dos investidores devido à son Rêgo justificada pela composi-
perda consecutiva dos benefícios ção das carteiras já que, no caso
fiscais que lhe eram aplicados, no- dos fundos abertos, é constituída
meadamente as isenções de IMI e quase exclusivamente por imóveis
IMT”, defende. concluídos e em operação, ou seja,
“A perda destes benefícios foi que geram rendas, enquanto no
muito penalizadora para a indús- caso dos fundos fechados ainda há
tria dos fundos, até porque alguns vários veículos com terrenos ou
dos seus principais atrativos como projetos em desenvolvimento, por
alternativa para os investidores exemplo.
deixaram de se aplicar”, argumenta Para o resto do ano, o CEO da
Rêgo. Apesar das críticas, acredita Prime-Yield espera que a tendên-
que há espaço para o mercado de cia de redução no valor global do
fundos crescer em Portugal, espe- património se mantenha até por-
cialmente se for adotado um en- que “o mercado está muito quente
quadramento fiscal e legal similar e, consequentemente os preços em
ao de outros países que concorrem alta e, salvo raras exceções, os fun-
diretamente com Portugal na cap- dos imobiliários portugueses estão
tação de investimento imobiliário compradores”.
estrangeiro, como é o caso de Es- Do lado dos retornos, antecipa
panha. O setor tem reinvidicado a que continuem a evoluir positiva-
aprovação de um regime fiscal es- mente nos próximos meses, em li-
pecial que impulsione a liquidez nha com o comportamento nos úl-
no mercado, sob pena de a tendên- timos doze meses. Mas sublinha
cia atual se manter. que a mais longo prazo são neces-
O valor sob gestão dos fundos de sárias mudanças para que o merca-
investimento imobiliário (FII), do cresça.
dos fundos especiais de investi- euros e de 0,2% nos FUNGEPI, nais, a realidade dos fundos de ca- “A menos que haja uma mudan-
mento imobiliário (FEII) e dos para 496,0 milhões de euros. pital de risco que também inves- ça no regime fiscal aplicável, os
fundos de gestão de património Em termos de património, o va- tem é predominantemente inter- fundos de investimento imobiliá-
imobiliário (FUNGEPI) atingiu lor detido por FII (incluindo imó- nacional. rio continuarão com a sua compe-
10.821,4 milhões de euros, em “O mercado está veis, participações em Sociedades “Nos últimos três anos tem sido titividade afetada. E, não pode-
maio, de acordo com os últimos Imobiliárias e Unidades de Partici- evidente uma maior diversificação mos esquecer que o interesse in-
dados disponíveis da Associação muito quente e, pação de FII) totalizou 9.817,3 mi- quer de perfis quer da origem do ternacional pelo mercado nacio-
Portuguesa de Fundos de Investi- consequentemente lhões de euros, o que representa capital e dos investidores estran- nal continua mais forte do que
mento, Pensões e Patrimónios uma redução mensal de 0,6%. Des- geiros que investem em imobiliá- nunca, sendo expetável que conti-
(APFIPP). O montante representa os preços em alta e, de maio de 2017, o património rio no nosso país. E, até ver, esta é nue a ser o capital estrangeiro a
uma redução de 12,4 milhões salvo raras exceções, imobiliário gerido pelos FII de- uma tendência que está para ficar tomar as rédeas do mercado com-
(0,1%) em relação a abril. cresceu 1,5%. nos próximos tempos”, refere o prador e que, nesse sentido, os
Apesar do aumento de 0,1% do os fundos imobiliários Este é um setor em que a capta- CEO da Prime-Yield, que aponta fundos nacionais continuem pou-
montante investido nos FII para portugueses estão ção de capital estrangeiro é deter- para um reforço da presença de co compradores, mantendo a ten-
7772,3 milhões de euros, o total foi minante. Se os fundos de investi- norte-americanos e franceses. dência observada no que se refere
influenciado pela descida de 0,6% compradores”, afirma mento imobiliário são dominados No mesmo período temporal, aos volumes sob gestão”, acres-
nos FEII para 2.553,1 milhões de o CEO da Prime-Yield sobretudo por investidores nacio- deu-se uma inversão significativa centou Rêgo. ●
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XII | 13 julho 2018
Cristina Bernardo
ÍNDICE PSI 20
EQUIPA
José
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Montero de
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Europa
Maria
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A Santander Asset Management é uma gestora independente e global, com fortes raízes Solana
CONTACTOS
locais tanto na Europa como na América Latina. Com 48 anos de história e presença em 11 Santander Asset Campins
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países, com um património sob gestão de 180.000 milhões de euros abrangendo todo o tipo Management
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de veículos de investimento, desde fundos de investimento, planos de pensões, mandatos Morada
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institucionais e investimentos alternativos. As soluções de investimento da Santander Edifício Liberdade 225 Portugal
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Asset Management incluem também o serviço de gestão de mandatos do tipo tailor made 1250-195 Lisboa – Portugal
em Obrigações e Ações latino-americanas e europeias. A Santander Asset Management
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conta com cerca de 730 colaboradores em todo o mundo, dos quais 200 são profissionais fo_asset_management@
de investimento, com mais de 10 anos de experiência na indústria de gestão de ativos. santander.pt Leticia
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com um rigoroso controle de riscos, contribuem para um profundo conhecimento das www.santandertotta.pt
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diferenciador da Santander Asset Mangement. Europa
Cristina Bernardo
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O Fundo integra uma componente baixa de fundos de PRAZO RECOMENDADO PRAZO RECOMENDADO
ações, destinando-se a clientes dispostos a investir O Fundo destina-se a clientes dispostos a investir por O Fundo destina-se a clientes dispostos a investir por
por um prazo superior a 2,5 anos. um prazo superior a 4 anos. um prazo superior a 5,5 anos.
DADOS PRINCIPAIS DO FUNDO (JUNHO 2018) DADOS PRINCIPAIS DO FUNDO (JUNHO 2018) DADOS PRINCIPAIS DO FUNDO (JUNHO 2018)
Valor dos Ativos sob Gestão: 503.379.933 € Valor dos Ativos sob Gestão: 105.601.230 € Valor dos Ativos sob Gestão: 40.855.767 €
Montante Mínimo de subscrição: 500€ ou 50€ em Plano Montante Mínimo de subscrição: 500€ ou 50€ em Plano Montante Mínimo de subscrição: 500€ ou 50€ em Plano
de Investimento de Investimento de Investimento
Comissão de Gestão: 1% Comissão de Gestão 1,25% Comissão de Gestão: 1,45%
As rendibilidades divulgadas representam dados passados, não constituindo garantia de rentabilidade futura. O período de referência considerado é o de 30 de Junho de 2018 e a cotação a de 1 Julho de 2013. Os valores em gráfico
mostram o valor acumulado para um investimento de 10.000 no respetivo fundo durante o período selecionado. Para efeito do apuramento do valor acumulado para o investimento não são tidas em consideração comissões de resgate,
quando aplicáveis, sendo líquidas de todas as outras comissões. O valor das unidades de participação pode aumentar ou diminuir em função do nível de risco que varia entre 1 (risco mínimo) e 7 (risco máximo). O investimento em
fundos pode implicar a perda do capital investido caso o fundo não seja de capital garantido. O regime fiscal dos fundos de investimento foi alterado a partir de 01 de julho de 2015 pelo que os valores divulgados até 30 de junho de 2015
são deduzidos da fiscalidade então suportada pelo fundo mas não têm em consideração o imposto que seja eventualmente devido pelos Participantes relativamente aos rendimentos auferidos no período após essa data. O investimento
nos fundos não dispensa a leitura da Informação Fundamental ao Investidor e do Prospeto, disponíveis neste site, em www.cmvm.pt e nos respetivos sites dos distribuidores (Millennium bcp, ActivoBank, EuroBic e Crédito Agrícola),
antes de tomar a decisão de investimento. Para qualquer informação adicional, contacte-nos para o número de telefone 21 120 91 00, de 2ª a 6ª feira das 9h00 às 18h00
XVI | 13 julho 2018
DITAM
ção. No bloco desenvolvido, os EUA fas a nível do comércio internacional. da recente volatilidade, as moedas dos
deverão permanecer na fase mais Apesar dos riscos a monitorizar, de mercados emergentes parecem bara-
avançada do ciclo enquanto a Área entre as diversas classes de ativos tas e poderiam oferecer benefícios di-
CONTINUAÇÃO Euro e o Japão prolongarão a trajetó-
ria de crescimento recente. No bloco
considera-se que no atual contexto
de mercado, o risco acionista conti-
versificados. No entanto, o aperto da li-
quidez do dólar continua a ser um de-
DA VOLATILIDADE
SUSANA VICENTE
emergente, as economias com balan- nua a ser o que está melhor posicio- safio à medida que nos aproximamos
Responsável depart. investimento
ças externas mais deficitárias pode- nado no binómio retorno/risco para do verão, portanto estamos a compen-
do GNB Gestão de Activos
rão continuar mais instáveis, enquan- deter em carteiras multi-ativos. A es- sar alguns dos riscos emergentes de
to na China o processo de transição tratégia mais importante a adotar nes- mercado. Estamos a fazê-lo por via de
As perspetivas para o para uma economia mais baseada na te ambiente de maior volatilidade
1. Como gestores de carteiras é impor- exposição ao iene japonês face ao eu-
tante reforçar que definir um contexto
crescimento da economia procura interna deverá traduzir-se em prende-se com o controlo do risco,
de médio prazo é fundamental para
ro, já que o par tende a beneficiar da
estabilidade do crescimento. No en- uma vez que as questões referidas aversão ao risco, especialmente devido
global continuam positivas, tanto, antevê-se a possibilidade de acima são binárias e podem mudar
gestão de ativos, no sentido de se ao potencial de stress político europeu.
mas a alocação de ativos no um menor grau de sincronismo eco- de forma significativa o cenário cen- manter uma linha de orientação que À medida que os mercados são reava-
nómico global face a 2017. As políti- tral de um ambiente positivo para os nos permita ser consistente e não an- liados com base no aperto da liquidez,
segundo semestre deverá dar atras de qualquer ruído de merca-
cas monetárias deverão prevalecer ativos de risco. podemos ver algumas boas oportuni-
ter em conta os mesmo ainda expansionistas, com a Fed a do. Dito isto, uma avaliação constante dades de reentrar em posições de risco
do contexto de mercado que possa por no outono. Por enquanto, continuamos
fatores que influenciaram continuar a subir as taxas diretoras e 2. No segundo semestre de 2018, os
em causa essa linha de orientação é
o BCE a manter o programa de com- mercados vão continuar a olhar para pacientes e vigilantes.
os primeiros seis meses do pra de ativos até final de 2018. Por o difícil equilíbrio entre os dois pratos crítica assim como ter espaço para ser
ano: geopolítica e política sua vez, as políticas fiscais deverão da balança (inflação e crescimento oportunístico permite gerar valor 2. O crescimento global continua robus-
situar-se num patamar neutro, mas acrescentado de forma sustentada. to, mas revimos a projeção para 2018
monetária. económico). Num dos pratos pesam
nos EUA evidenciarão um caráter ex- os níveis de inflação de preços e salá- para 3,4% de 3,5%. Reflete, em grande
pansionista via descida de impostos e rios, o comportamento da FED e as 2. Mantemos o nosso cenário central parte, um começo suave do ano em
aumento do investimento público. que neste momento orienta as nossas muitas economias, preços mais altos do
yields dos US Treasuries. Do outro,
1 NUM ANO QUE COMEÇOU Neste enquadramento, verifica-se um da balança o crescimento económico decisões de investimento de um con- petróleo e preocupações crescentes
VOLÁTIL PARA OS MERCADOS maior potencial de ações, sobretudo e a capacidade de geração de resul- texto de taxas muito baixas durante um
período prolongado no tempo. Desta
sobre as relações comerciais entre os
ao nível do bloco desenvolvido, pelo tados pelas empresas, os quais conti- EUA e a China. Espera-se que as últi-
FINANCEIROS, QUAL É MELHOR contexto favorável macro e de lucros. nuam a demonstrar crescimentos de forma, o que achamos interessante é mas persistam até 2019 e pesem sobre
A ESTRATÉGIA PARA OBTER No que concerne às obrigações para resultados robustos. Desde que o au- manter carteiras que baseiam os seus o comércio e os gastos de investimento
investimentos numa seleção criteriosa de capital, mesmo que não aconteça
RETORNOS? as mesmas geografias, a dívida públi-
ca apresenta yields historicamente re-
mento da inflação e as subidas de ta-
xas de juro nos EUA sejam graduais, de ativos, ie, seleção bottom up, quer uma guerra comercial completa. Espe-
duzidas e no caso das emissões de o mercado deverá centrar-se no au- estejamos a falar de obrigações quer ramos agora um crescimento de 3,2%
2 QUAIS SÃO AS PERSPETIVAS empresas, na atual fase cíclica, au- mento dos resultados das empresas
de ações. Ao mesmo tempo, e dado em 2019 (anteriormente 3,3%) com o
que esperamos que se mantenha um
PARA OS FUNDOS DE menta a probabilidade de deteriora- e na sua capacidade de remunerar os
ambiente volátil e com muita dispersão
ritmo de arrefecimento da atividade ao
ção das métricas de crédito. Comple- acionistas, nomeadamente numa al- longo do ano. Revimos também a nos-
INVESTIMENTO ATÉ AO FINAL mentarmente, o cenário de redução tura em que as alternativas de investi-
(cada ativo tenderá a ter uma evolução sa projeção de inflação para 2018 para
DO ANO? das políticas monetárias ultra expan- mento, nomeadamente na zona euro, em função de fatores específicos e me-
nos dependente do comportamento
2,7% (de 2,4%) em grande parte como
sionistas poderá contribuir para pio- permanecem escassas. resultado dos preços mais altos do pe-
diário da média do mercado como um
3 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS res desempenhos do rendimento fixo. Em termos obrigacionistas, a melho-
todo), acreditamos que investir em car-
tróleo. Nos EUA, que está a aproximar-
-se da capacidade total, ainda espera-
ria do Outlook a nível do crescimento
RISCOS NO SEGUNDO 3. Uma forte subida das taxas de juro económico e da inflação, combinado teiras mais diversificadas e focadas mos que a inflação subjacente suba nos
numa gestão ativa da volatilidade, ie,
SEMESTRE? de mercado, em função de um so- com a menor influência do QE na Eu-
do perfil de risco, é mais importante
próximos dois anos.
A economia da zona do euro experi-
breaquecimento económico, poderá ropa deverá a prazo normalizar o ní-
determinar uma maior rapidez de re- vel de taxas, pelo que poderemos as- que estar a recomendar um investi- mentou uma desaceleração repentina
mento em ações ou em obrigações. e em grande parte inesperada, levan-
moção do grau acomodatício monetá- sistir a correções nos habituais ativos
rio, traduzindo-se em subidas mais de refúgio. tando dúvidas sobre a durabilidade da
pronunciadas de taxas pela Fed. Nes- 3. Assim, perspetivamos uma segunda recuperação. Tempestades de neve
metade do ano muito vulnerável a severas foram provavelmente as princi-
te caso, tanto as ações como as obri- 3. Um dos maiores riscos a esta pers-
gações poderão ser negativamente petiva moderadamente otimista para qualquer notícia, quer macro económi- pais culpadas, mas a falta de uma re-
afetadas. Já no caso dos mercados os mercados acionistas, advém das ca quer de cariz mais geo politico, o cuperação nos principais indicadores
que torna todo o contexto de mercado de atividade está a causar preocupa-
acionistas, outros riscos serão o au- possíveis repercussões de uma políti-
mento de surpresas negativas de ca alfandegária que ultrapasse o fó- de mais curto prazo menos previsível. ções crescentes. Cortámos o cresci-
crescimento económico ou dos lucros rum das discussões políticas para a Os riscos que estão na base deste mento do PIB da zona do euro em
contexto prendem-se, ao nível dos fa- 2018 de 2,6% para 2,4%. Esta é a nos-
corporativos. Adicionalmente, o esca- esfera económica. Esta situação será
lamento das tensões comerciais, no- tanto mais grave quanto maior o con- tores macro, com a incerteza do im- sa primeira revisão em baixa de proje-
JOÃO MARQUES meadamente entre os EUA e a China, fronto entre os EUA e a Europa. Nes- pacto da “guerra comercial” no cresci- ção para o ano seguinte desde o final
Diretor de Estratégia mento global e da já forte subida do de 2016. O começo do ano mais lento
ou da instabilidade política, destacan- te aspeto, a imposição de tarifas por
e Alocação, Caixagest do-se o orçamento público italiano, parte dos EUA sobre a importação de preço do petróleo e, ao nível dos fato- que o previsto é a principal causa, em-
poderá exacerbar expetativas econó- automóveis fabricados na Europa afi- res políticos, com as incertezas relati- bora também tenhamos cortado o cres-
1. Apesar do aumento da volatilidade, vas à coesão da coligação que gover- cimento no segundo semestre do ano
micas mais negativas e, consequente- gura-se como o desfecho mais nega-
prevalece um contexto macroeconó- mente, impulsionar um aumento da tivo, mas que não corresponde ao ce- na a Alemanha, com a definição de di- dado impacto negativo que esperamos
mico global benigno, de taxas de juro aversão ao risco dos agentes econó- nário central. Outro aspeto de impor- retrizes potencialmente mais “populis- do recente aumento dos preços do pe-
ainda baixas e de crescimento dos lu- tas” que venham do novo governo ita- tróleo.
micos e financeiros. tante monitorização prende-se com a
cros empresariais. Apesar dos merca- aprovação do orçamento de estado liano e do sempre “imprevisível” presi-
dos não denotarem valorizações ab- para 2019 em Itália, que deverá en- dente dos EUA. 3. As questões políticas continuam a
solutas atrativas, na fase atual, em trar em confronto com as diretivas de dominar as atenções - tarifas, Coreia
termos relativos, a estratégia mais disciplina orçamental da comissão do Norte, Brexit e populismo europeu -
adequada para obtenção de eventuais europeia. O antagonismo entre a ne- e, na maioria dos casos, o ambiente
retornos ajustados pelo risco baseia- cessidade de satisfazer o eleitorado político sugere alguma cautela. Embo-
-se numa maior exposição de cariz italiano pela atual coligação eurocéti- ra os tweets e as eleições recebam
pró-cíclico a ações, face a obrigações, ca e as regras europeias de controlo mais atenção, na verdade, vemos o ris-
dado o maior potencial de valor identi- orçamental poderá originar um au- co político como um vento contrário
ficado. Tal, concretiza-se numa maior mento acentuado da volatilidade, no- crónico. A falta de progresso para os
alocação às classes acionistas do blo- meadamente nos ativos periféricos. “muitos” resultou num ambiente político
co desenvolvido, nomeadamente dos Conjuntamente com uma agudização mais extremo, à medida que as pes-
EUA e da Área Euro, financiada por PAULO OLIVEIRA das yields em Itália, esta clivagem po- soas procuram novas soluções para a
um menor investimento em obriga- CEO do BPI Gestão de Activos derá ser o mote para completar a ar- falta de crescimento económico, o que
ções das mesmas geografias, nomea- quitetura europeia e reforçar os me- Equipa de multi-assets provavelmente ocorrerá durante meses
damente em dívida pública e empre- 1. O ano 2018 está a apresentar uma canismos de solidariedade necessá- da Schroders (possivelmente anos). No entanto, para
sarial. Na fase adiantada do ciclo, a volatilidade acima da média dos últi- rios para uma existência salutar de o verão, gostaríamos de instar os in-
menor exposição aos títulos empresa- mos anos mas ainda não acima da uma moeda comum a vários países. 1. Até agora, a nossa ênfase tem sido vestidores a concentrarem-se em preo-
riais, introduz uma componente de ca- média histórica. No segundo semes- na alocação das ações para ativos cupações mais tradicionais, como o
libragem na estratégia face a um ce- tre antevê-se que a volatilidade possa menos vulneráveis a riscos estagfla- ambiente de liquidez.
13 julho 2018 | XVII
PUB
CARLOS PINTO
Senior associate in investments
da Optimize