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A narrativa trata das peripécias de Macunaíma ─ o herói de nossa gente ─ em busca da pedra
Muiraquitã. O protagonista é uma personagem complexa: um herói que não tem nada de
exemplar, uma jornada repleta de incertezas e ações inescrupulosas, tudo isso derivado da falta
de caráter moral que permeia o “jeitinho brasileiro” de ser.
Vários são os exemplos da falta de escrúpulos do herói ao longo da narrativa, pois ele é
preconceituoso, racista, oportunista, maltrata mulheres, armamentista, egoísta, mentiroso, enfim
um homem capaz de tudo para enganar, oprimir ou obter vantagens de outrem.
O adjetivo herói, no romance, é uma potente ironia que satiriza esse tipo social que permeia
nossa sociedade, Macunaíma é um ser perdido em seus objetivos e por isso nunca encontra o
seu lugar e vive no caos até encontrar seu fim trágico.
Se por um lado o protagonista é um exemplo de falta de moral, por outro tem muito a nos
ensinar sobre civismo, civilidade, ética... Macunaíma é um exemplo do que não se deve seguir e
os (des)caminhos traçados pelo “herói” nos mostra o desfecho de quem o seguir: solidão,
destruição e vazio.