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JOSÉ AFONSO
«Enfim, se há ainda quem não se persuada bem da existência de Deus e da alma com as razões
que apresentei, quero dizer-lhes que é menos certa a existência de todas as outras coisas (...)
como ter corpo e outras coisas semelhantes. (...)
Na verdade, (...) aquilo mesmo que há pouco adoptei como regra, isto é, que são inteiramente
verdadeiras as coisas que concebemos muito clara e distintamente, não é certo senão porque
Deus é ou existe, ser perfeito de que nos vem tudo que em nós existe. Donde se segue que as
nossas ideias ou noções, coisas reais que provêm de Deus, não podem deixar de ser verdadeiras
na medida em que são claras e distintas. (...)
Todas as nossas ideias ou noções devem ter algum fundamento verdadeiro, porque não seria
possível que Deus, que é inteiramente perfeito e verídico, as tivesse posto em nós sem isso.»
«Parece evidente que os homens são levados, por um instinto ou predisposição natural, a
depositar fé nos sentidos (...).
A mente nunca tem algo presente a si a não ser as percepções (...). Todos admitirão prontamente
que existe uma diferença considerável entre as percepções da mente, quando um homem sente a
dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor moderado, e qundo ele depois traz à
memória a sua sensação ou a antecipa mediante a sua imaginação. (...)
Recorrer à veracidade do Ser supremo para demonstrar a veracidade dos nossos sentidos é, sem
dúvida, realizar um circuito muito inesperado. Se a sua veracidade estivesse deveras implicada
nesta matéria, os nossos sentidos seriam totalmente infalíveis, porque não é possível que Ele nos
possa enganar.»
- dúvida metódica
- alma / cogito
- existência de Deus
- percepções da mente
- cepticismo moderado
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO:
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