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Para fazer uma
exposição
ór s
ia
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M inh
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C
Para fazer uma
exposição
2017
Presidente da República Coordenação de Museologia Social e Educação
Michel Temer Cinthia Maria Rodrigues Oliveira
Revisão
Bruno Aragão
ISBN: 978-85-63078-55-1
REFERÊNCIAS 88
Saber Museu | Caminhos da Memória
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Exposição “Diáspora”, de Josafá Neves, Museu da Abolição/Ibram, dez/2016-mai/2017, Recife/PE
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Para fazer uma exposição
Apresentação
Marcelo Mattos Araújo possível a oferta sustentável de
Presidente do Instituto Brasileiro de cursos, oficinas, seminários e
Museus (Ibram) outras atividades formativas.
T
ornada possível com Já experimentado com sucesso
o desenvolvimento do em cursos presenciais e sob
Ambiente Virtual de gestão de equipe pedagógica
Aprendizagem Saber multidisciplinar, o ambiente
Museu, a educação a distância virtual do Saber Museu enseja
representa excelente alternativa a criação de biblioteca virtual e
encontrada pelo Ibram para física que agregue a expressiva
atender à grande demanda produção de conhecimento
por formação e capacitação gerada para a consecução do
de profissionais atuantes no programa.
campo museal brasileiro, eixo
programático preconizado pela A série Caminhos da Memória
Política Nacional de Museus. vem ao encontro desta proposta
didática e multiplicadora. Para
A criação da ferramenta virtual iniciá-la, nada melhor que
assegura de forma contínua abordar um dos mais instigantes
e ampliada articular, coletar e fundamentais temas do
e divulgar informações, universo museológico: o fazer de
disponibilizar materiais didáticos uma exposição. Boa leitura!
e realizar parcerias que tornem
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Saber Museu
P
ublicada em 2003, a Política O Saber Museu é um ambiente
Nacional de Museus (PNM) virtual de aprendizagem que visa
contém a Formação e integrar os diferentes esforços
Capacitação de Recursos de formação já empreendidos
Humanos como um dos seus eixos pelo Ibram. Nesse sentido, seus
programáticos. Dentre os objetivos objetivos principais são propor,
previstos para ser alcançados organizar, promover e realizar
nesse item estão a ampliação da ações formativas – presenciais e à
oferta de cursos de extensão e distância – voltadas para aqueles
de oficinas nas diversas áreas de que atuam no campo museal e
atuação dos museus, bem como demais interessados. Do mesmo
o apoio à realização de fóruns modo, pretende estimular, apoiar
de discussão para divulgação da e subsidiar cursos, oficinas,
produção de conhecimento da seminários e outras atividades de
área dos museus, da memória capacitação.
social, do patrimônio cultural e da
museologia. Um componente importante no
sistema de educação à distância é
Movido por esse intuito, o Ibram o desenvolvimento e a produção
lança mão de uma ferramenta de materiais de apoio aos cursistas.
virtual para articular, divulgar, Pensando nisso, o Ibram criou
coletar informações, disponibilizar a série Caminhos da Memória,
materiais didáticos e realizar a qual englobará os materiais
parcerias para atender a demanda instrucionais dos cursos ofertados
por formação na área museológica. pelo Saber Museu que dialoguem
Trata-se da plataforma Saber com essa temática. Disponibilizado
Museu. nas versões impressa e online, cada
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Introdução
U
ma exposição se realiza podem acontecer em parques, pelo projeto. Caberá ao
no encontro entre ruas, florestas ou mesmo coordenador do projeto, um
sujeito (visitante) virtualmente. As possibilidades profissional de qualquer das
e objeto (conjunto são muitas e a criatividade áreas envolvidas, ter aptidão
expositivo), ou, numa não cansa de acontecer. para liderar e concretizar
concepção mais abrangente e o trabalho, motivando e
atual, entre a sociedade e seu O que torna uma exposição envolvendo todos os membros
patrimônio. Embora seja bem fascinante, na maior parte do grupo. Um projeto
possível criar exposições que das vezes, é a vitalidade das expográfico, ou seja, o projeto
não utilizam objetos materiais linguagens e não o acervo de uma exposição envolve
– apenas sons, imagens, luzes em si. Para que se possa criar muitos itens e necessita de um
– haverá, no entanto, sempre uma exposição fascinante, é bom tempo para ser feito.
um sujeito para quem essa necessário sempre ter claro o
exposição foi criada e que sem que se quer fazer, para quem Uma exposição se baseia na
o qual ela não terá razão de se quer fazer e por que fazer. escolha e na apresentação de
existir. E, paralelamente, planejar, objetos que possam sustentar
representar e visualizar o uma narrativa sobre um
Para alguns, as exposições resultado da sua montagem, assunto determinado. As
representam os museus. Mas mesmo antes de ela ser seleções e definições apontam
exposições podem ser criadas e executada. Isso deve ser feito, as ideias e imagens desejadas
apresentadas de muitos modos preferencialmente, por uma e estabelecem, pelos sentidos,
e sob inúmeros formatos, equipe multidisciplinar. A diálogos com o público.
não sendo necessário, equipe deverá trabalhar de
absolutamente, a utilização maneira afinada, desde sua
de espaços fechados, cobertos, concepção e deve assumir em
construídos ou edificados. Elas conjunto a responsabilidade
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Uma exposição pode ser criada e apresentada sob diferentes formatos, mas é no encontro entre sujeito (visitante) e objeto (conjunto expositivo) que ela se realiza
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Para fazer uma exposição
Exposições
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São parte de um sistema quantidade dos objetos, do Exposições devem
de comunicação, local, da iluminação. ser instrumentos
com lógica e sentido para a produção,
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próprios. Pretendem Traduzem discursos e reprodução e difusão de
desempenhar um papel para narrativas por meio conhecimentos. São espaços
representar e comunicar de intermediações para a circulação de ideias, e,
histórias, tradições, novidades, sensoriais, como deste modo, profundamente
conhecimentos, modos de imagens, sons, cheiros, ideológicas e essencialmente
fazer e viver. sensações. Expor é, ainda, políticas. Espaços para
escolher o que ocultar, optar revelar e tornar público
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Muitas vezes podem ser entre o que lembrar e o que posicionamentos.
o primeiro contato dos esquecer. A exposição, deste
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visitantes/espectadores modo, traduz anseios, medos, “Expor é ou deveria
com determinado questionamentos, afirmações, ser, trabalhar contra a
assunto, questões da vida, perguntas e respostas, ignorância, especialmente
de particularidades, do propondo soluções por meio contra a forma mais
passado, das artes, da ciência de uma discussão pública e refratária de ignorância,
e de muitas outras áreas do coletiva. a ideia pré-concebida, o
conhecimento humano. preconceito, o estereótipo
Expor é também, cultural. Expor é tomar e
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Resultam de uma e sobretudo, propor. calcular o risco de desorientar-
soma de esforços, se - no sentido etimológico
coletivos e individuais, (BELLAIGUE,1996:45 e (perder a orientação, perturbar
de conteúdo teórico e CUNHA, 2005:2-4). a harmonia, o evidente e o
conceitual, transformados consenso, constitutivo do lugar
na materialidade das cores, comum, do banal)”
das texturas, na qualidade e (MOUTINHO, 1994:4)
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Museu de Belas Artes de Young, San Francisco, USA
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Para fazer uma exposição
Para começar a
pensar a exposição
Por que fazer? O que fazer?
O primeiro passo para a concepção Qual será a ideia, a proposta que
de uma exposição reside nesta será desenvolvida na exposição?
pergunta. Para mostrar assuntos, O que se pretende mostrar? Qual
artistas, objetos, ofícios; para será o caminho escolhido para
colocar conceitos em discussão; a transmissão das informações
para prestar atenção em algum contidas nos acervos e nos desejos?
acontecimento; para dar Há que se ressaltar que, em uma
visibilidade a uma comunidade; exposição, é necessário fazer
questionar atitudes; exercitar a escolhas, não é possível mostrar
criatividade. tudo sobre as propostas, os objetos
e as ideias.
Para quem fazer?
Pesquisa
Quem são as pessoas que queremos
atingir com nossa exposição? O que Análise e levantamento de temas
elas pensam, do que gostam, o que podem orientar o conteúdo da
as motiva a sair de casa? Seremos exposição. Uma das etapas mais
capazes de provocar alguma importantes na definição do que
mudança nessas pessoas, apresentar será exposto é a pesquisa, que
novos pontos de vista, quebrar pode ser histórica, antropológica,
paradigmas? Considerar nosso cultural, tecnológica, de conceitos
público possível e desejável ajuda a e outras, e que vai fundamentar as
desenhar melhor nosso projeto. diversas escolhas que serão feitas
durante todo o processo.
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Museu de Arte Moderna de San Francisco (SFMOMA), USA
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Para fazer uma exposição
Antes
O básico
Local
Onde será realizada a exposição? e escrito do espaço físico. Um
esboço, também conhecido por
Verificar a viabilidade do croqui. Contém uma avaliação do
espaço, os itens de segurança e a local, planta baixa com medidas
acessibilidade do público visitante. e áreas aproximadas, pontos
Conferir detalhes como placas de iluminação, existência de
de saída, existência de extintores, climatização, mobiliário fixo e
alvará dos bombeiros e condições móvel disponíveis, mobiliário de
construtivas do espaço. conforto (necessário para uma
boa visitação e fruição), itens de
Autorizações poderão ser segurança, acessos, circulação.
necessárias, tanto em lugares
privados quanto públicos, como Nesta etapa já devem ficar claras as
por exemplo, alvarás e pedidos condições de uso do espaço: o que
formais por escrito para a pode e o que não pode ser retirado,
utilização do espaço. Considerar acrescentado, pendurado, pintado.
prazos para as viabilizações de
licenças, quando exigidas. Todas estas informações
sistematizadas facilitarão o
Definido o local, é necessário desenvolvimento na construção e
fazer um rascunho desenhado na divulgação da exposição.
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Exposição “¡Mira! – Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas”, Casa da Cultura da América Latina (CAL) da Universidade de Brasília (UnB), 2014, Brasília, DF
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Para fazer uma exposição
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Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis, SC
Licença Creative Commons Zero (CC0)
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Exemplos de
materiais que
podem compor
um acervo
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Museu do Lixo da Comcap, Florianópolis, SC
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Exemplos de nomes
de exposições
e amostras de
cartazes, divulgados
nos sites das
instituições
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Para fazer uma exposição
O conceito
Essa é a parte primordial, e deve Utilizar recursos variados,
ser sempre enfatizada. A exposição porque a repetição cansa;
precisa ter uma intencionalidade,
de modo que as escolhas sejam Sempre partir do que é
conscientes e direcionem o trabalho conhecido para o desconhecido;
ao resultado que se busca. É preciso
saber o que se quer dizer, para A exposição compõe-se de
então desenvolver a maneira mais introdução, desenvolvimento e
adequada possível para dizê-lo. conclusão;
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Exposição “Séculos Indígenas no Brasil”, 2014, Estação Cabo Branco Ciência, Cultura e Artes, João Pessoa, PB
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Exemplo de
identidade visual,
criada para a
Exposição Cães
sem Diploma, que
foi realizada na
Universidade Federal
de Santa Catarina em
11 2014
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Para fazer uma exposição
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Licença Creative Commons Zero (CC0)
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Saber Museu | Caminhos da Memória
O processo criativo
A partir desse momento, vários blocos de post-its, etc. Depois de expandir ao
em que já estão feitas as máximo as ideias a equipe
definições preliminares e É importante que haja (por deve reduzir o seu número
conceituais da exposição, escolha do grupo ou de outra estabelecendo os critérios
a equipe deve reunir-se maneira) um intermediador viáveis: contexto, tempo,
para desenhar a exposição neutro para mediação das receita, público e impacto. O
propriamente dita. Existem discussões. Nesse processo número deve chegar a de 3
várias técnicas e ferramentas de geração de muitas ideias o a 5 ideias potenciais e então
para que se trabalhe em que importa é a quantidade, rascunhar um protótipo de
grupo estendendo os limites desafiar as ortodoxias, projetar exposição.
do pensamento, imaginando modelos originais.
aquilo que não existe. A equipe
Sugere-se desenhar, rascunhar,
Uma das possibilidades é a ainda que de maneira Para criar, desenvolver e
utilizada pelos profissionais rudimentar ou amadora, já montar uma exposição é
do design. Seria bom reunir que o pensamento visual mais fácil e divertido fazê-
o grupo com os mais ajuda as pessoas a descrever, lo em grupo. Para isso, é
variados perfis e históricos discutir e compreender necessário conhecer o grupo
culturais – mesmo que não melhor as questões, mesmo que irá trabalhar junto e suas
façam parte do corpo da as mais complexas. Valem habilidades individuais. A
instituição –, voluntários etc. as regras de “não julgar”, realização de reuniões para
até o máximo de dez pessoas, “uma discussão por vez”, esta “descoberta de talentos” é
num local apropriado, com “pensar visualmente” e essencial.
disponibilidade de até um dia. “encorajar ideias malucas”.
Ter à disposição quadro para Fazer perguntas do tipo “E O ideal seria reunir uma
anotações, folhas grandes de se…” dinheiro não fosse equipe com profissionais
papel e canetas para desenhar, um problema, por exemplo. especializados nas áreas
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Módulo 4
Módulo 1
Módulo 3
13 Módulo 2
Esboço e planta baixa de
um local de exposição
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Para fazer uma exposição
Projeto
O projeto define a expografia: até que se chegue a boas soluções
acervo, forma, cor, luz, textos, de acordo com os objetivos.
suportes, circuito e demais
informações. O conceito e os Depois de definidos todos os
objetivos traduzidos no espaço. itens anteriores, é fundamental
desenhar ou obter (caso já exista)
Desse modo, o projeto deve sempre uma planta baixa o mais detalhada
levar em conta o espaço em que possível. Para isso, sugere-se a
vai se desenvolver, as necessidades criação de um esboço. A planta
de conforto e segurança, o uso e deverá ter medidas precisas,
o desenvolvimento de linguagens pontos de luz, tomadas, área,
expositivas, as condições do infraestrutura (o que existe),
ambiente e os objetivos de diálogo tipo de iluminação, climatização,
e discussão, sempre a partir das suportes, vitrines, sinalização,
possibilidades e limitações das sonorização, segurança.
instituições e da equipe envolvida.
Quando se utiliza uma sala
Essas decisões devem estar bem própria para exposições, esses itens
discutidas e embasadas e ser geralmente já estão levantados, o
viáveis, tanto em termos de que facilita bastante o trabalho.
custos quanto de tempo para sua
execução. Devem passar uma Os desenhos são essenciais para a
ideia, conter uma narrativa, enfim, concepção e posterior montagem.
é como se aqui, todos os itens A confecção de maquetes ajudará
importantes tivessem que estar na melhor compreensão da
contemplados, de maneira que o proposta expositiva.
resultado final esteja de acordo
com o que a equipe deseja para a A partir das informações precisas
exposição. É uma etapa complexa e da confecção da planta pode-se
que exige um tempo de maturação desenhar a distribuição espacial
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Para fazer uma exposição
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Indicações claras
facilitam a circulação de uma exposição e mapear seu peso e tipo, e a necessidade de
do público e ajudam perfil, pode-se fazer esse registro construção de novos suportes
na segurança de todos de outras maneiras e acrescentar expositivos, como por exemplo,
diversos campos para colher paredes, módulos, vitrines,
mais informações a seu respeito, cubos, cabides, caixas, varais. Ver
podendo resultar numa pesquisa de sugestões na página 62.
público.
Segurança
Também ao final das exposições,
tornou-se um hábito pedir para Com relação ao espaço onde
que as pessoas que as visitam será realizada a exposição, deve-
deixem comentários sobre o que se planejar com antecedência
viram, sugestões etc. E isso pode ser a verificação dos itens mais
feito de várias maneiras. importantes relacionados à
segurança das pessoas que
Suportes circularão, responsáveis,
montadores, prestadores de
Relacionar os suportes existentes serviços e visitantes, tais como:
e os que serão necessários para o equipamentos de prevenção contra
acervo, considerando tamanho, incêndio, instalações elétricas,
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Exposição “Além de 3x4”, 2013, Museu da Imagem e do Som, FCC, Florianópolis, SC
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Para fazer uma exposição
Durante
Montagem As atividades de manutenção
do espaço, pintura de paredes
É a etapa de construção física e de suportes fazem parte da
da exposição. Geralmente, e infraestrutura da exposição
dependendo do tamanho – tanto e deverão ser executadas
do espaço quanto da exposição prioritariamente, pois
– pode acontecer em alguns normalmente criam sujeira e pó.
dias, uma semana ou mais. Bem Em seguida começam as atividades
planejada e com uma boa equipe, mais limpas da montagem, até a
essa etapa pode ser resolvida fase de acabamento e limpeza do
rapidamente. Sempre lembrar de local.
prever tempo extra para eventuais
contratempos. Na montagem da parte gráfica,
a impressão dos materiais deve
É necessário ter um cronograma ser acompanhada de perto. Fazer
de montagem claro especificando testes dos materiais evita surpresas
as atividades de cada equipe. Listar durante a instalação ou construção
as pessoas/equipes responsáveis dos suportes.
pelas diversas atividades incluindo
também os profissionais A equipe deve procurar manter-
(prestadores de serviço externos), se fiel ao projeto original. Mas é
se for o caso, contratados para possível que seja necessário fazer
tarefas especificas. Pode-se alguns ajustes de última hora.
destacar uma pessoa da equipe que
ficará responsável somente pela A entrada do acervo é
supervisão da etapa de montagem. normalmente a última etapa, por
questões de segurança.
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Manutenção Mediação
Depois da exposição montada, O trabalho de mediação é
enquanto ela acontece, é necessário opcional. No entanto, se for
realizar o acompanhamento diário considerado, deve estar de acordo
da qualidade dos suportes, dos com a proposta de ação educativa
recursos expográficos e pensar do projeto e ser efetivo em todos os
em possíveis readequações a momentos em que foi planejado.
partir de feedback dos visitantes Deve ser executado por pessoas
e dos profissionais envolvidos treinadas e preparadas para
na sua concepção. Dependendo todos os públicos. O trabalho de
da duração e do acervo exposto, mediação deve auxiliar o público
será indispensável planejar e a criar seus próprios caminhos
realizar higienização de vitrines interpretativos e aprofundar as
e verificação dos objetos, relações intermediadoras entre
legendas etc. Este é um processo educadores, exposição e visitantes.
de comunicação constante, de
observação e análise do retorno
esperado.
18 MERLEAU-PONTY 2004:23
Museu do Design, Londres, UK
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Para fazer uma exposição
Lista de conferência
para a montagem
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Para fazer uma exposição
Depois
Desmontagem Avaliação
Apesar de parecer simples, à Avaliação é uma ferramenta
primeira vista, o processo de utilizada para a compreensão e
desmontagem exige cuidados aprofundamento do trabalho
e planejamento. Sugere-se a desenvolvido em uma exposição.
criação de um cronograma de Assim, ela tem dois momentos: a
desmontagem, para que se cumpra avaliação que os responsáveis pela
os prazos, no caso, principalmente, exposição fazem do resultado do
do uso de um local ou instituição seu trabalho e a avaliação feita
de terceiros. Pode haver uma pelo público visitante. A equipe
equipe responsável por esse avalia como se organiza, planeja e
trabalho, mas é conveniente que executa as atividades, a gerência de
seja feito meticulosamente, o seus recursos, seu relacionamento
manuseio dos objetos, a retirada interno e externo e como vê o
de elementos das paredes, a resultado de seu trabalho final:
armazenagem e acondicionamento a exposição. O público deve ter
do material utilizado, o descarte a chance de dizer qual a sua
do que não será mais usado, experiência com o tema abordado,
que resulta na entrega do local como interagiu com a exposição, o
limpo e em boas condições. É que e como aprendeu.
bom considerar um termo de
recebimento e de entrega do local
para evitar problemas.
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA
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Para fazer uma exposição
Recursos Expográficos
Ferramentas para a composição visual da exposição
E
xposições vão muito além o ambiente, a partir das interações
do ato de pendurar quadros de luz, sons, cores, sensações,
em paredes ou objetos linguagens e os variados públicos.
em vitrines com textos e
legendas. Uma série de fatores É preciso lembrar, ainda, que a
pode influenciar na comunicação intencionalidade e a consciência
de uma exposição: cor, textura, nas escolhas é parte fundamental
som, iluminação, por exemplo. de todo o processo, e que fazer
Os mesmos objetos dispostos de escolhas meramente estéticas pode
diferentes maneiras podem contar comprometê-lo.
histórias totalmente distintas. Uma
exposição que conta histórias, Nesse item, procuramos explicar
sem o uso de objetos, pode fazê-lo e ilustrar, de forma clara e
utilizando variados recursos. simples, como o uso dos recursos
expográficos e a prévia definição
O desenvolvimento de uma das estratégias expositivas pode
exposição representa a tradução favorecer a comunicação desejada
de considerações de um nível e desenvolver uma abordagem
conceitual para a prática, com a apropriada para produzir
utilização de um substrato físico. exposições vivas, informativas e
Deve considerar as relações entre estimulantes.
os objetos expostos, seus suportes e
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Saber Museu | Caminhos da Memória
◆◆ Sugestão de leitura:
Conservação
preventiva de
acervos, de Teixeira
e Ghizoni.
Diferentes materiais
exigem cuidados
específicos na sua
armazenagem
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22
Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC
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Para fazer uma exposição
Conservação
Ao conceber a exposição e Os fatores externos que podem
selecionar um acervo é essencial afetar os objetos são:
que se conheça e avalie os
materiais que constituem físicos: temperatura, umidade
os objetos, seu estado de relativa do ar, luz natural ou
conservação e as condições artificial;
ambientais apropriadas para seu
equilíbrio físico-químico. Os químicos: poeira, poluentes
objetos que constituem acervos atmosféricos, contato
museológicos podem ser feitos com materiais instáveis
de materiais orgânicos como quimicamente;
papel, pergaminho, couro, têxteis,
fibras vegetais e animais, tela e biológicos: micro-organismos,
de materiais inorgânicos como insetos, roedores e outros
pedra, metal, vidro, cerâmica, animais;
porcelana etc.
antrópicos: manuseio,
“O estado de conservação de um objeto está armazenamento e exposição
intrinsecamente ligado ao material no qual foi elaborado, incorreta, intervenção
na técnica construtiva e na trajetória das condições de inadequada, vandalismo e roubo;
armazenagem e exposição. Quando um objeto é mantido
em condições adequadas na armazenagem e na exposição, catástrofes: inundações,
os fatores de degradação são estabilizados, necessitando terremotos, furacões, incêndios e
apenas a sua manutenção com procedimentos preventivos guerras. (TEIXEIRA, 2012:14)
de conservação, como higienização, controle de micro-
organismos e insetos, embalagens de proteção, manuseio
correto, entre outros.”(TEIXEIRA, 2012:13)
45
Cor
O uso da cor
Como uma linguagem, a cor é A temperatura de cor é outra
difícil de assimilar por meio de estratégia para a comunicação.
raciocínios e interpretações. Ela As cores quentes são o vermelho
atrai nosso olhar, mas seu impacto e suas derivações: fortes, vivas,
é muito determinado por fatores agressivas; as mornas são todos os
culturais, psicológicos, simbólicos tons que contém o vermelho com
e funcionais, o que é facilmente adição do amarelo, os alaranjados;
percebido nas sinalizações de as frias contém o azul, ampliam e
perigo ou advertência. Alguns dão sensação de calma; as frescas
aspectos das cores parecem são todos os tons que contém o
universais: as cores escuras são azul com adição do amarelo, que
mais sóbrias, as claras mais leves resulta no verde.
e informais, as quentes tornam os
ambientes mais vibrantes e as frias É importante frisar s C
o r e tes fr or e
acalmam. (SOLANO, 2000:190). que a cor natural dos C u en ia s
s
q
materiais contribui
com mais uma gama
A cor pode trazer diferentes de possibilidades
qualidades aos ambientes, cromáticas, porém
dependendo das escolhas. Pode- gera interferências
se, através dela, criar espaços incluindo as variadas
mais formais, de introspecção, texturas, muitas vezes
descontraídos, gerar surpresa ou provocando ruídos
acolhimento. indesejáveis (ENNES,
2008:60).
46
Para fazer uma exposição
23 24
Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA Licença Creative Commons Zero (CC0)
47
Saber Museu | Caminhos da Memória
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“A Leiteira” obra do pintor holandês Jan Vermeer - Licença Creative Commons Zero (CC0)
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Para fazer uma exposição
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Licença Creative Commons Zero (CC0)
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Galeria Nacional, Londres, UK
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Para fazer uma exposição
Exemplos
de cores
vibrantes
28
51
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Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA
30
52
Luz
A iluminação é a “alma” de uma Podemos utilizar o recurso da luz
exposição. Com o uso adequado natural, a zenital, iluminação
da luz poderemos enfatizar objetos artificial e, o mais comum, uma
e dar dramaticidade aos assuntos combinação das duas formas. A
abordados. A luz age diretamente iluminação artificial possibilita
na forma, cor, espaço e textura. muitas variações de composição,
tonalidades de cor e tipos de fontes,
É um elemento muito complexo como por exemplo, as fluorescentes,
que atua diretamente no as halógenas, a fibra ótica e o LED
comportamento, na percepção (abreviatura de “light emitter
e na estética criando atmosferas diode”, um emissor de luz que não
especiais. (ENNES, 2008:60). aquece). Normalmente os espaços
são iluminados por igual e a luz
vem do teto, o que resulta numa
iluminação geral e difusa. A partir
do que já existe no ambiente, pode-
se acrescentar opções que valorizem
a mostra. Além dos exemplos na
página ao lado, ver também as
páginas seguintes, 50 e 51.
Exemplos dos
efeitos da luz nos
objetos expostos
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Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA
54
VARIAÇÕES NO USO DA LUZ
34
GERAL
GERAL DIF
USA DIRETA
35
Museu da Língua Portuguesa, São Paulo, SP
56
Para fazer uma exposição
Climatização
Os índices de umidade relativa e portanto, é um item importante a
temperatura em espaços expositivos ser planejado caso se faça uso de
devem sempre ser mantidos condicionadores de ar, ventiladores,
estáveis, porque sua variação pode aquecedores ou ventilação natural,
causar deterioração dos acervos. de acordo com a natureza dos
A climatização da exposição, objetos selecionados.
Som
O uso de recursos sonoros fones de ouvidos ou auto-falantes
em uma exposição ativa mais direcionais com gravações ou
um sentido, a audição, e pode depoimentos especiais. O audio-
acrescentar um elemento que guia, quando disponível, é também
ajuda na sua ambientação. um recurso sonoro e mantém o
Entretanto, esse recurso deve ser visitante alheio a outros ruídos
usado sutil e coerentemente com do ambiente. No planejamento
a proposta conceitual, sem causar deve haver o cuidado de não
interferência no conjunto. O som sobrepor o som ambiente com o
pode estar na música ambiente, em som de vídeos e de pensar na sua
alguns módulos específicos e ainda manutenção para evitar falhas
em estações de áudio utilizando técnicas.
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Saber Museu
Saber Museu || Caminhos
Caminhos da
da Memória
LEGIBILIDADE
Escolha fontes com traços
firmes e consistentes para
melhor leitura
LEGIBILIDADE
Serifas e hastes muito finas podem dificultar o foco
Legibilidade serifas
Há quem diga que as serifas facilitam a leitura de textos longos,
mas na prática (a menos que as serifas sejam muito finas),
por si só, não aumentam ou reduzem a dificuldade.
Legibilidade X Legibilidade X
A altura do X é a altura da letra minúscula em relação à altura da maiúscula. Esse tamanho pode variar de família para família.
Legibilidade
Tipos manuscritos dificultam a leitura
Legibilidade
Letras decorativas ou com adornos complicam a tarefa do leitor
LegibiLidade
Muito fina e condensada
LegibiLidade
Muito pesada e expandida.
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Para fazer uma exposição
Texto e legibilidade
Os textos, nas exposições, têm Tipo, família e corpo
o papel de levar ao visitante
informações que o objeto sozinho Tipograficamente, o conjunto
não transmite. Devem ser de caracteres com um mesmo
curtos, diretos, com informações desenho, mas com “pesos”
relevantes, exatas, que reflitam diferentes, é conhecido como
uma pesquisa cuidadosa. São família. Cada família tem um
pensados para ajudar a compor a nome comercial.
narrativa da exposição e não como
meros acessórios. É possível fazer Por exemplo, estes são alguns pesos
uma exposição com pouco texto, da família Helvetica:
mas tudo o que for usado deve Helvetica light
observar alguns princípios básicos. Helvetica roman,
Helvetica italic
Existem, em geral, duas utilizações Helvetica bold
principais dos tipos: títulos e/ou Helvetica black
texto (ou corpo de texto). Títulos
são maiores, mais curtos e de O tamanho da letras é medido
leitura mais rápida e fácil do que em pontos, que é uma medida
o texto. tipográfica, utilizada em todos os
processadores de texto e programas
Como o texto é mais longo e de computador que lidam com
suas letras têm tamanho menor, caracteres, cuja abreviação é pt. E
exige um cuidado maior para se chama corpo do tipo. Diz-se que
que sua legibilidade não seja um tipo com 24 pontos é um tipo
comprometida. corpo 24.
59
Saber Museu | Caminhos da Memória
ALÉM DE 3x4
É um convite à exploração de elementos de identificação, que nos acompanham e nos constituem
enquanto sujeitos e que podem ser vistos e lidos de formas diversas. A fotografia de tamanho
3X4, como que implodida, é recomposta e reintegrada nas poéticas artísticas, em narrativas que
instauram novos significados e ampliam alguns já existentes, combinando elementos fraturados,
reelaborando sentidos, inscrevendo novas formas e conteúdos, num bagunçar de tempos e ideias.
Se a função primeira desta particular forma de fotografia é identificar, do mesmo ícone emanam
sentimentos e interpretações tantas, nos mais variados contextos e nas tantas relações num mun-
do de tantos movimentos. A imprevisibilidade criativa embala novas configurações das fotografias
3X4, pretendendo um olhar que fuja e, ao mesmo tempo, encontre, novos elementos que buscam
subsídios para questionar os limites e as fronteiras, subvertendo os enquadramentos em reflexões
e proposições.
60
Para fazer uma exposição
61
Saber Museu | Caminhos da Memória
Verde/Branco Verde/Branco
Vermelho/Branco Vermelho/Branco
As três linhas seguintes
mostram um contraste
Vermelho/Amarelo Vermelho/Amarelo
menor e as duas últimas
linhas seriam as piores
escolhas. Complicam a
Vermelho/Preto Vermelho/Preto
leitura, em vez de facilitar.
62
Para fazer uma exposição
63
Saber Museu | Caminhos da Memória
Uma
Exposição
muito
interessante ◆◆ Mas como resolver o problema,
se não existe espaço fora da foto
para colocar as informações?
Uma das saídas é aplicar um
fundo escuro, que permita criar
um contraste melhor e tornar os
textos legíveis.
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Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
36
Museu de Arte Moderna de San Francisco (SFMOMA), USA
Suportes que
apresentam ideias
com boas soluções
de desenho, de
estética agradável, que
valorizam os objetos e
não têm custo elevado.
37
66
Para fazer uma exposição
Suportes
Físicos
Suporte é tudo aquilo que Suportes expositivos físicos são
serve de amparo, proteção, todos aqueles dispositivos que
estrutura para o que será serão utilizados para dar destaque,
exposto. Por exemplo, se for apoiar, realçar, proteger e que
uma exposição de fotografias auxiliam na exposição dos acervos.
seria a moldura, o vidro e até Muitas instituições museais já
mesmo a parede, um varal, possuem mobiliário próprio para
uma prateleira onde serão exposições que podem e devem ser
afixadas as fotografias. Faz utilizados. É importante verificar
parte da linguagem proposta suas condições e seu estado para
e deve combinar a proteção deixá-los de acordo com a proposta
ao objeto, a melhor maneira expográfica, limpos e seguros.
de mostrá-lo e criatividade
no seu uso ou criação. Como exemplo de suportes
São importantes para a podemos citar as vitrines, os
conservação de acervos módulos, as caixas de apoio, os
(objetos, documentos cabides, as araras, as paredes fixas e
etc.) que requeiram móveis, as divisórias, as molduras,
condições especiais na os cabos e demais peças do
sua exposição. Podem ser mobiliário expositivo. Existe uma
físicos, tecnológicos e de diversidade de suportes e seu uso
informação. criativo pode ser muitas vezes de
baixo custo.
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Saber Museu | Caminhos da Memória
38
Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA
40
Suportes que
combinam
proteção
ao objeto e
criatividade
39
Museu do Design, Londres, UK
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Para fazer uma exposição
41
43
Licença Creative Commons Zero (CC0)
44
Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC
46
Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA
45
Torre de Londres, UK
70
Para fazer uma exposição
Tecnológicos proporcionar?
Alguns autores identificam São os equipamentos eletrônicos, Ela permite trazer para o museu
três níveis de interatividade tecnológicos, que também dão algo que não seria possível
numa exposição: a manual destaque, valorizam as exposições e mostrar de outra forma?
(hands on), a mental (minds ajudam a atrair o público.
on) e a cultural (heart on). “O mundo pede, exige até, novidades
Podem ser sonoros, como caixas e muitos museus têm tentado
Com a interatividade manual de som e fones de ouvido; visuais, atender a esta demanda, buscando
o visitante pode manipular como monitores, computadores criar atrações inovadoras e, por que
modelos, objetos ou e telas sensíveis ao toque, além não dizer, espetaculares. Mas quais
montagens para entender o de outros dispositivos digitais de são as propostas verdadeiramente
funcionamento de processos mídia. inovadoras? Quais são as propostas
e fenômenos. que fazem diferença, provocam
No entanto, deve-se ter cuidado mudanças? E, principalmente, quais
A cultural acontece quando para utilizá-los na medida certa propostas são mera repetição, talvez
uma exposição prioriza as para evitar exageros e com em nova roupagem, mas ainda assim
identidades presentes no manutenção frequente, para que repetições? Seria a transposição
entorno do museu e promove não surjam “pontos mortos” de tradicionais estratégias para
a identificação do visitante quando os equipamentos falham. estas novas ferramentas suficiente
local com o acervo e, no para torná-las modernas e,
caso de um visitante de outro Levar em conta essas questões: quiçá, compreensíveis? Transferir
local, o estímulo a conhecer antigas estratégias (muitas vezes
outra cultura. O que esta mídia ou consideradas ruins) para uma
tecnologia está possibilitando nova tecnologia não é sinônimo de
A interatividade mental expograficamente? inovação e é certo que o público não
deve levar à compreensão se deixará enganar por muito tempo.”
científica. Possibilita relações Que interação ela está
entre o que está no museu e propondo? (CHELINI, 2012)
o cotidiano.
Que experiência poderá
VALINHO e FRANCO (2005,
p. 1626 in CHELINI, 2012)
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Saber Museu | Caminhos da Memória
47 48
Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA Museu de Arte Moderna de San Francisco (SFMOMA), USA
49 50
Exposição “Cães sem Diploma – Lattes que eu tô passando”, 2015, UFSC, Florianópolis, SC Licença Creative Commons Zero (CC0)
72
Para fazer uma exposição
De informação
Além do papel e da cartolina, por exemplo, têm 75g. As mais
existem no mercado atualmente espessas, para capas ou cartazes,
outros materiais que podem ser podem chegar a 250g ou mais.
utilizados como suportes para
comunicação visual em exposições, Os processos mais comuns para
como o vinil, a lona e tecidos impressão em papel são o off-
sintéticos. set e o digital. O off-set é feito
em gráficas e recomendado para
Dependendo do resultado que tiragens acima de 500 exemplares.
se deseja obter, do formato e dos A impressão digital é feita em
recursos financeiros disponíveis, copiadoras, nas gráficas rápidas e
é feita a escolha do suporte só é viável economicamente para
(material) e do processo. A seguir pequenas tiragens.
listaremos alguns dos processos e
materiais mais comuns Outro processo para imprimir
em cartolinas ou papelão e
Pequenos formatos outras superfícies, como tecido,
É importante vidro, plástico e madeira, é a
conhecer as Folhetos, cartões, livretos e cartazes serigrafia. A produção da arte a ser
possibilidades (até formato A3) podem ser utilizada em serigrafia exige algum
técnicas para impressos sobre papel. Existem conhecimento, para poder tirar o
utilização nas diversos tipos de papel, com melhor proveito da técnica.
exposições. diferentes superfícies. Os mais
Grandes formatos, comuns são o off-set e o couchê. Grandes formatos
como banners e O couchê é um papel gessado, com
sublimações (figuras melhor qualidade e é encontrado Cartazes, banners, faixas e outros
47 e 49), ou folhetos com acabamento fosco (mate) elementos com grandes dimensões
impressos em off-set ou brilho. E apresentados em que podem compor uma exposição,
e textos recortados diferentes gramaturas (a medida também podem ser impressos
em vinil adesivado da espessura, do peso, do papel). numa variedade de suportes: vinil,
(figuras 48 e 50). As folhas de ofício comuns (A4), lona, tecido e papel.
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Licença Creative Commons Zero (CC0)
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Para fazer uma exposição
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Licença Creative Commons Zero (CC0)
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Licença Creative Commons Zero (CC0)
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53
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Saber Museu | Caminhos da Memória
A exposição permanente da
Ilha de Alcatraz mostra, logo
no início, os objetos deixados
pelos detentos ao chegar
(como sapatos e pincéis de
barba), que são expostos
como coleções. Em algumas
das celas (foto embaixo à
esquerda), os pertences
dos ex-ocupantes são
mostrados usando técnicas
de expografia. O complexo
penitenciário foi desativado
em 1963 e desde 1972 é
um parque nacional, aberto a
54 visitação.
55 56
78
Para fazer uma exposição
Exercícios
A
proposta de apresentar auxiliar na identificação das queremos para a exposição
alguns exercícios, como habilidades e também ajudar e a pensar espacialmente.
dinâmica de grupo, no processo de concepção Inúmeras são as possibilidades.
tem por objetivo, da ideia e do conceito. O importante é fazer com que
além de agregar a equipe de Procura também auxiliar na o processo se torne prazeroso e
trabalho de forma interativa, identificação do público que agradável.
1. Habilidades
A partir da explicação sobre o palavras que definem habilidade:
que é a habilidade, o mediador capacidade, talento, inteligência,
propõe que cada membro do grupo engenho, destreza, agilidade.
responda às perguntas da primeira
parte. Trabalho individual
Habilidade é o substantivo Responder às seguintes questões:
feminino que indica a qualidade
de uma pessoa hábil, que revela 1. O que eu penso
capacidade para fazer alguma coisa. que sei fazer bem?
O conceito de habilidade está
intimamente relacionado com a (construir, trabalhar com madeira,
aptidão para cumprir uma tarefa pintar - com tinta e cores,
específica com um determinado com tecido, costurar, cozinhar,
nível de destreza. Outras organizar, escrever, desenhar,
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Saber Museu | Caminhos da Memória
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Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC
80
Para fazer uma exposição
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Museu de Arte Asiática, San Francisco, USA
58
59
60
, USA
nthal, San Francisco Licença Creative Commons Zero (CC0)
Casa Haas-Lilie
82
Para fazer uma exposição
2. Ideias
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Etapas da construção de
uma maquete em uma
caixa de papelão, que
foi pintada de preto para
experimentar o uso de
tons escuros nas paredes.
61
84
Para fazer uma exposição
3. Maquete
Pegue duas caixas, recorte uma Veja como as cores das “paredes”
lateral (a entrada para a sua sala de influenciam nos espaços, nas
exposição) Pinte todo o interior de dimensões que restaram para
uma das caixas de branco e a outra circulação. Avalie a cor que mais
de preto, utilize preferencialmente valorizou os objetos da mostra.
tintas de acabamento fosco.
Observe a diferença. Normalmente as cores escuras
escondem as imperfeições das
Recorte na proporção, na mesma paredes, do reboco e o estado de
escala, objetos e figuras que se uso de vitrines e suportes.
pareçam com o acervo que será
mostrado na exposição. Cole nos Muitos itens do projeto expográfico
locais previstos no esboço. As podem ser testados em uma
laterais das caixas são as “paredes”. maquete. Avalie em conjunto com
Se pensa utilizar, na exposição, a equipe a melhor solução.
suportes expositivos como cubos
ou totens, crie modelos desses
suportes em cartolina. Procure ser
o mais fiel possível ao projeto.
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Licença Creative Commons Zero (CC0)
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Para fazer uma exposição
Roteiro para
construção
da exposição
1. Definir: 7. Montagem do projeto: escolha
Por que fazer? O que fazer? dos recursos expográficos: cor,
Para quem fazer? iluminação, suportes, textos,
linguagem de apoio;
2. Local, nome, duração, data;
8. Verificação de: segurança,
3. Conceito, objetivos, pesquisa, climatização, conservação,
narrativa, resumo e definição acessibilidade;
dos módulos;
9. Orçamento e Cronograma;
4. Montagem da equipe de
trabalho, divisão de tarefas, 10. Divulgação;
pense nas ações educativas e
nos recursos financeiros; 11. Montagem;
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Saber Museu | Caminhos da Memória
Referências
CHELINI, Maria Júlia Estefânia. Novas Tecnologias para… Novas (?) Expografias. Revista do
Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasilia.
Museologia & Interdisciplinaridade Vol.1, nº2, jul/dez de 2012. Disponível em: http://www.
periodicos.unb.br/index.php/museologia/article/viewFile/7904/6032
CURY, Marília Xavier. Exposição: concepção, montagem e avaliação. São Paulo, SP: Annablume,
2005.
ENNES, Elisa Guimarães. Espaço Construído: o Museu e suas exposições. Dissertação de Mestrado,
Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, UNIRIO/MAST, Rio de Janeiro,
RJ, 2008.
88
Para fazer uma exposição
GANSLANDT, Rüdiger; HOFMANN, Harald. Handbook of Lighting Design. ERCO Leuchten GmbH,
Lüdenscheid Friedr. Vieweg & Sohn Verlagsgesellschaft mbH, Braunschweig/Wiesbaden,
Alemanha, 1992
MERLEAU-PONTY, M. Conversas – 1948. Tradução: Fabio Landa e Eva Landa. Revisão da tradução:
Marina Appenzeller. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2004.
Museums and Galleries Comission. Planejamento de Exposições. Tradução: Maria Luiz Pacheco
Fernandes. São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo, Vitae, 2001
SOLANO, Carlos. Feng Shui Arquitetura Ambiental Chinesa. São Paulo, SP: Editora Pensamento,
2000.
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Para fazer uma exposição
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MINISTÉRIO DA
CULTURA