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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
DEPARTAMENTO DE ARTE CORPORAL
HISTÓRIA DO ESPETÁCULO

"Cabaret (Análise do musical)"


Por Elaine Cristina Rodrigues de Souza
Professora: Ligia Tourinho

RIO DE JANEIRO
Abril/2012
CABARET

No primeiro final de semana pós - estréia fui assistir ao musical Cabaret numa casa
de espetáculos na zona sul da cidade. Trata-se de um espaço com bastante estrutura que
comporta uma boa quantidade de pessoas. Por ser um musical da Broadway, “Cabaret” já
atrai o espectador com a prerrogativa de que no mínimo seja um espetáculo atraente. O
espaço físico, no teatro Oi Casa Grande, conta com uma boa estrutura para a montagem que
abriga cenários móveis com grande estrutura. Além disso, o palco foi estendido nas laterais
para acomodar parte do público com onze mesas e cadeiras. A intenção é construir o clima
de cabaré mesmo, pois de certa forma o espetáculo mantinha uma interatividade com o
público. As mesinhas tinham luminárias e telefones de época, criando ambientaçao.  
O elemento mais interessante atraente do espetáculo foi a mobilidade do cenário que
ganhava complemento através da iluminação que tinha bastante funcionalidade na transição
de ambientes. Esse aspecto foi observado já na primeira cena na chegada do personagem
principal a Berlim, em um trem que surgia e desaparecia do palco em questão de segundos.
Cabaret apresentou um outro ponto forte no que concerne aos elementos teatrais. A
sonoplastia era realizada por músicos que executavam instrumentos musicais presentes no
fundo de palco orquestrados por uma maestrina que também reveza-se como personagem.
Os intérpretes (atores, bailarinos) apresentam uma ótima desenvoltura em cena. Na
composição figurou um grupo de mulheres e homens que atuavam numa espécie de coro; o
casal principal, um casal coadjuvante, os músicos, a maestrina e o Mestre de Cerimônia que
atuava ora narrando, ora constituindo diálogos e ora dançando. O Mestre de Cerimônia
funcionava como um eixo motriz do enredo com falas bem direcionadas ao público,
variando tonalidades e inflexões potencializando a comicidade do texto. O espetáculo,
como sugere o título, se desenrolava em um cabaré, tradicional recinto de libertinagem e
sexo livre, espírito este bem representado nas coreografias e diálogos do musical.
Porém, o espetáculo não é cômico em sua totalidade, ao contrário, apresenta a
impossibilidade da felicidade dos dois casais tendo em vista a diferença de mundo vivida
pelo casal principal, uma cortesã e um tradutor estrangeiro bem como à condição imposta
ao casal coadjuvante por serem contemporâneos de uma Alemanha nazista no qual os
judeus não eram aceitos. Ambientada no Kit Kat Club, uma decadente casa noturna em
Berlim, em 1931, a trama gira em torno do relacionamento da inglesa Sally com o escritor
americano Cliff Bradshaw (Guilherme Magon). 
Essa situação de não concretização do romance desses dois casais comove o público
mas tem sua força emocional amenizada devido às inserções cômicas nas cenas. Além
disso, a Sally brasileira é alcoólatra, fumante, depressiva e viciada na vida desregrada que
leva no Cabaret. Mas, nenhum dos aspectos é tratado com profundidade. As duas horas e 15
minutos de espetáculo (outros 15 correspondem ao intervalo) quer apenas divertir o
público.
Em relação ao figurino dos intérpretes podemos afirmar que estão mais que
adequados. O preto e o vermelho predominam. São cores densas e eróticas. A brasilidade
do musical está na sensualidade, no corpo. Ao mesmo tempo em que apresentam
sensualidade permitem os movimentos que em maioria são dançados. Os tons de cores se
afirmam com o cenário e a iluminação que suscitam uma atmosfera de vida noturna e
glamour.

FICHA TÉCNICA

Elenco: Claudia Raia como Sally Bowles e Jarbas Homem de Melo como MC. Guilherme
Magon, Julio Mancini, Katia Barros, Marcos Tumura e Liane Maya, Alberto Goya,
Alessandra Dimitriou, Carol Costa, Daniel Monteiro, Fabiane Bang, Hellen de Castro,
Keka Santos, Leo Wagner, Luana Zenun, Luciana Milano, Marcelo Vasquez, Mateus
Ribeiro, Rodrigo Negrini e Tomas Quaresma. Cenário: Chris Aizner e Nilton Aizner.
Cenógrafos Associados: Renato Theoblado e Roberto Rolnik. Figurino: Fábio Namatame.
Iluminação: Paulo César Medeiros. Design de Som: Tocko Michelazzo.
Visagismo: Henrique Mello e Robin Garcia
Programação Visual: Fuego. Realização: COART, Raia Produções e Chaim Produções.
Patrocínio Máster: Banco BVA e Copatrocínio: Sul América Seguros e Previdência.

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