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Rio Claro – SP
2012
II
Comissão Examinadora.
______________________________________________
Profª. Drª. Silvia Aparecida Guarnieri Ortigoza (Orientadora)
______________________________________________
Prof. Dr. Antonio Cardoso Façanha
______________________________________________
Profª. Drª. Claudete de Castro Silva Vitte
_______________________________________________
Prof. Dr. José Gilberto de Souza
_______________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Alberto Manfredini
DEDICATÓRIA
A
Ana, André e Bruno, família que é meu porto seguro.
A
minha mãe, por seu amor incondicional.
À
memória de meus Castelos que já se foram.
E a você, Teresina!
IV
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The characteristics of society are directly reflected in the spatial arrangement of the
city, in the way people live, work and move within it in their everyday life. In the
modern city, a product of the market economy, attempts to agglutinating the
population based on the socio-economic group they belong to are common, with
people seeking proximity to their counterparts. Especially their economic
counterparts, in a process of self-segregation that only consolidates itself, but never
ends, for because of the constant need of self-replication that capital has, new needs
are created and this self-segregated economic elite moves away, seeking new
neighborhoods, new services, new neighbors, in a constant search for the new, the
unique, the exclusive. The understanding of the processes of socio-spatial
segregation is important to understand the city itself and the society that shapes it.
This thesis aims to explain the process of socio-spatial segregation that takes place
on the East Side of Teresina, especially in the neighborhoods of Jóquei, Fátima,
Horto and São Cristóvão, indentifying the contributions of the agents of the real
estate market and of the government institutions, the latter as the legitimating power
of this process. The research is carried out according to the theoretical framework
established by Henri Lefèbvre, structured in three moments of analysis. Many
temporal marks that may have contributed in any way to the evolution of self-
segregation were analyzed, from the foundation of the Jockey Club and the first
subdivisions of land in its surroundings, in the beginning of the decade of 1950, to the
present.
RESUMEN
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE MAPAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
AGESPISA – Companhia de Água e Esgoto do Piauí S/A
BNH – Banco Nacional de Habitação
BR – 343 Rodovia com Jurisdição Federal
COHAB – Companhia de Habitação
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
PDDU – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PDLI – Plano Diretor Local Integrado
PET – Plano Estrutural de Teresina
PI – 113 Rodovia com Jurisdição do Estado do Piauí
PMT – Prefeitura Municipal de Teresina
SERFHAU – Serviço Federal de Habitação e Urbanismo
SFH – Sistema Financeiro de Habitação
UESPI – Universidade Estadual do Piauí
UFPI – Universidade Federal do Piauí
ZC – Zona Comercial
ZE – Zona Especial
ZI – Zona Industrial
ZP – Zona de Preservação
ZR – Zona Residencial
ZS – Zona de Serviços
XVII
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS IX
LISTA DE MAPAS XIII
LISTA DE QUADROS XIV
LISTA DE TABELAS XV
LISTA DE SIGLAS XVI
CAPÍTULO I 28
A ZONA LESTE QUE TEMOS: Um olhar sobre a realidade dos bairros
Jóquei, Fátima, Horto e São Cristóvão
CAPÍTULO II 71
TERESINA – DO PLANO INICIAL À INFLUÊNCIA DO MERCADO
MUNDIAL:
Uma revisão histórica da construção do espaço da zona Leste Teresinense
1
Ao longo deste texto são utilizadas as grafias Jóquei, Jóquei Clube e Jockey Club. A primeira denominação
sempre se referirá ao bairro Jóquei, e foi dada pela Lei nº 1.934, de 16 de agosto de 1988; a segunda, sempre
se referirá à avenida que cruza o bairro na direção Leste-Oeste, e a terceira, sempre se referirá ao clube, que
até os dias atuais preserva sua denominação de constituição.
2
Essa denominação, como todas as demais dos bairros de Teresina, foi dada pela Lei nº 1.934, de 16 de agosto
de 1988, e se refere ao bairro anteriormente denominado de Horto Florestal, denominação originária de uma
reserva florestal do IBAMA existente no bairro.
4
bairros situados à margem direita da avenida João XXIII – trecho urbano da BR-343
– e às margens da avenida Presidente Kennedy – trecho urbano da Rodovia PI-112.
O recorte temporal considerado tem como marco inicial o ano de 1952 – Ano
do Centenário de fundação de Teresina e quando ocorreram os lançamentos dos
primeiros loteamentos de que se tem notícia na zona Leste da cidade, que foram:
SOCOPO – Cidade Jardim, Parque Ceará e Jardins de Fátima; além da fundação do
Jockey Club do Piauí. O seu marco final é o ano de 2012, quando novas formas de
morar despontam em bairros mais afastados, que são os loteamentos e condomínios
horizontais fechados que ocorrem nos bairros Morros, Socopo, Tabajaras, Ininga,
Planalto e Uruguai, demonstrando uma nova tendência no consumo do espaço, e
ano da venda do imóvel da sede do Jockey Club do Piauí, encerrando assim seu
6
1
Termo empregado regionalmente para designar o curral ou estábulo onde ficam as vacas em lactação.
7
2
Importante participação no lançamento do Parque Ceará teve o senhor Nicanor Barreto, tanto no desenho do
empreendimento, quanto na execução de sua implantação e comercialização.
9
ANO EVENTO
1952 Lançamento do Loteamento SOCOPO – Cidade Jardim
1952 Fundação do Jockey Club do Piauí
1952 O lançamento dos Loteamentos Parque Ceará e Vila de Fátima
1957 Construção da Ponte Juscelino Kubitschek – primeira ponte de concreto armado
para travessia do rio Poti em Teresina
1963 Construção da Capela e do Centro Social de Nossa Senhora de Fátima
1969 Elaboração do Plano de Desenvolvimento Local Integrado – PDLI e sua legislação
correlata
1971 Instalação do Campus da Universidade Federal do Piauí no bairro Ininga
1978 Elaboração do Plano Estrutural de Teresina – PET e sua legislação correlata
1988 Elaboração do Segundo Plano Estrutural de Teresina – PET-II e sua legislação correlata
1995 Implantação do Riverside Walk Shopping – Primeiro Shopping Center
2004 Lançamento do empreendimento “Edifício Meridian”, entregue em 2006, primeiro edifício
de alto padrão dotado de completa estrutura de lazer (Primeiro enclave fortificado vertical).
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2012
É nesse contexto, nos dias atuais, que o espaço urbano tem sido objeto de
estudo dos mais variados campos do saber das ciências humanas e sociais. A
complexidade da sociedade atual face à questão da habitação leva-nos a buscar
entender a reprodução e a separação entre as classes sociais nas cidades,
separação esta não só espacial, mas também social, seja através da renda, do tipo
de ocupação ou do nível educacional.
3
A quilometragem da rodovia BR-343 é iniciada em Luiz Correia, no litoral do Piauí, portanto, a área de estudo
está situada à direita da rodovia e não à esquerda, como pode parecer.
9.450.500 9.450.500
749.500
752.000
754.500
757.000
759.500
738.250
739.500
742.000
744.500
747.000
SANTA MARIA DA CODIPI
9.448.000 9.448.000
N
CIDADE INDUSTRIAL
TABAJARAS
AROEIRAS
9.445.500 9.445.500
SOCOPO
SANTA ROSA
PEDRA MOLE
MOCAMBINHO
VALE
EMBRAPA MORROS
O.
FC
9.443.000 POTI 9.443.000
VELHO BUENOS VERDE LAR
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AIRES
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CENTRO
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OU AEROPORTO HORTO
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CAMPESTRE URUGUAI
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9.438.000 9.438.000
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NOIVOS PALMEIRAS GURUPI
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SERAFIM
O TODOS OS SANTOS
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CENTRO ME
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ILHOTAS LIV
COLORADO
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IDEAL
9.435.500 MONTE 9.435.500
CASTELO VERDECAP
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CIDADE BEIRA
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RE HORIZONTE
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PIO
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PEDRO COMPRIDA
REDONDA
CATARINA EXTREMA
TABULETA MORADA
9.433.000 NOVA 9.433.000
TR
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BELA VISTA
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PARQUE
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DISTRITO
INDUSTRIAL
9.430.500 9.430.500
PROMORAR
SANTO
SA
NT
A
AREIAS CR
UZ
PARQUE PARQUE
JACINTA JULIANA
9.428.800 9.428.800
LEGENDA
ANGELIM
LIMITE DA ZONA URBANA
BRASILAR
LIMITE DE BAIRROS
9.450.500 9.450.500
744.500
749.500
754.500
759.500
738.250
739.500
9.448.000 9.448.000
12
9.443.000 9.443.000
PI-1
OVIA
ROD
3
-34
BR
VIA
DO
RO
9.438.000 9.438.000
Centro
9.433.000 9.433.000
9.428.000 9.428.000
738.250
739.500
744.500
749.500
754.500
759.500
9.423.000 9.423.000
No final de seu trabalho o autor conclui que o Estado possui um estreito laço
de articulação com as classes altas.
Adiante o referido autor elenca 06 (seis) processos espaciais e entre eles está
o de segregação, que em seu entendimento manifestado, “refere-se especialmente à
questão residencial, relacionando-se muito mais, portanto, à reprodução da força de
trabalho.”
VILLAÇA (2011) aponta seis aspectos nos quais seu pensamento sobre
segregação urbana se articula explicitamente com as desigualdades e a dominação,
e que por conta desses aspectos suas análises avançam em relação à maioria dos
estudos recentemente realizados no Brasil.
CAPÍTULO I
Um olhar sobre a realidade dos bairros Jóquei, Fátima, Horto e São Cristóvão
29
Um olhar sobre a realidade dos bairros Jóquei, Fátima, Horto e São Cristóvão
1872 21.692 - - - - -
1890 31.523 - - - - -
1900 45.316 - - - - -
1920 57.500 - - - - -
1940 67.641 34.695 51,3 32.946 48,7 51,29
1950 90.723 51.417 56,7 39.306 43,3 56,67
1960 142.691 98.329 68,9 44.362 31,1 68,91
1970 220.487 181.062 82,1 39.425 17,9 82,12
1980 371.988 339.042 91,1 38.732 8,9 89,75
1991 599.272 556.911 92,9 42.361 7,1 92,93
1996 655.473 613.767 93,6 41.706 6,4 93,64
2000 715.360 677.470 94,7 37.890 5,3 94,70
1
2010 814.230 767.737 94,3 46.493 5,7 94,29
Fonte: Teresina em Dados 2011; Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011
1
Verifica-se que houve discreta diminuição da taxa de urbanização entre os anos de 2000 e 2010, fenômeno
que pode estar relacionado com as emancipações dos municípios de Curralinhos e Nazária, que foram
formados por partes do território e da população de Teresina-PI.
31
Tabela 02 – Área, distância a Teresina e População nos anos de 2000 e 2010, dos
municípios que compõem a RIDE – Grande Teresina
2
Município separado de Teresina apenas pelo Rio Parnaíba.
32
ANO Valor adic. Valor adic. Valor adic. Impostos PIB a PIB
bruto da bruto bruto dos sobre Preços Per
Agropecuária Indústria Serviços Prod. Liq. Correntes Capita
(R$ 1.000) (R$ 1.000) (R$ 1.000) (R$ 1.000) (R$ 1.000) (R$)
1999 25.771 439.372 1.787.637 354.372 2.607.152 3.025
2000 28.857 487.395 2.006.002 416.469 2.938.722 3.356
2001 34.351 532.577 2.019.731 468.341 3.055.000 3.450
2002 30.539 625.662 2.491.410 577.762 3.725.374 3.903
2003 44.474 771.014 2.814.610 661.243 4.291.340 5.630
2004 39.331 849.472 2.923.316 679.203 4.491.322 5.792
2005 42.318 1.023.958 3.365.567 811.032 5.242.875 6.647
2006 41.161 1.155.891 3.890.198 901.867 5.989.117 7.468
2007 49.762 1.116.370 4.354.485 1.015.756 6.536.373 8.341
2008 59.360 1.298.118 4.992.989 1.155.187 7.505.653 9.374
2009 71.445 1.644.096 5.668.557 1.316.363 8.700.461 10.841
Fonte: IBGE; Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. 2011
CAPITAL ANO
1970 1980 1991 2000
São Luiz 0,486 0,681 0,733 0,778
Teresina 0,388 0,602 0,688 0,767
Fortaleza 0,463 0,681 0,762 0,786
Natal 0,458 0,690 0,776 0,787
João Pessoa 0,470 0,691 0,767 0,783
Recife 0,551 0,720 0,790 0,797
Maceió 0,482 0,676 0,744 0,739
Salvador 0,580 0,742 0,793 0,805
Fonte: IBGE; Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. 2011
1991 e 2010, enquanto que Fátima e São Cristóvão apresentando uma redução no
mesmo período.
Figura 9 – Vista parcial do trecho inicial das avenidas Nossa Senhora de Fátima e Senador
Arêa Leão, com seu comércio popular; Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011
3
Figura 11 – Rua Industrial José Camilo da Silveira, no bairro de Fátima;
Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011
4
Figura 12 – Rua Demerval Lobão, no bairro de Fátima, ainda com pavimentação poliédrica .
Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011
3
Nessa rua, em sua série norte, ainda existem residências modestas, encravadas em pequenos lotes, enquanto
que na série sul encontra-se em andamento a construção de um condomínio com duas torres de 10 andares;
4
Rua ainda com pavimentação poliédrica. Observa-se à esquerda, na série poente da rua, um
moderno condomínio vertical, na série nascente, uma pequena casa construída sobre a calçada,
certamente uma ocupação irregular antiga;
42
5
Figura 13 – Rua Ribamar Pacheco, no bairro de Fátima;
Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011
5
Rua também com pavimentação poliédrica. Observa-se à esquerda, na série nascente, edificação em
taipa, e a secagem de roupas ao sol no passeio;
6
Observa-se à direita e ao fundo edificações modestas sem revestimento ou em taipa, com grupo de
moradores cultivando o hábito de sentar à porta ao cair da tarde para conversar com os vizinhos;
43
Outro ponto onde o sufocamento dos antigos ocupantes também pode ser
percebido é ao longo da avenida Dom Severino (ver figuras 15, 16, 17 e 18).
Observa-se ao longo dessa via que terrenos, até então vazios, passam a receber
edificações destinadas ao uso corporativo e ao comércio de produtos de luxo para o
consumo das camadas da população que habitam esses bairros.
Figura 15 - Antigos pontos comerciais na série Sul da avenida Dom Severino, no bairro de
Fátima, vendo-se ao fundo o despontar de novos edifícios;
Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011
44
Figura 16 - Antigos pontos comerciais na série Sul da avenida Dom Severino, no bairro São
Cristóvão; desativados para serem requalificados para novos usos. Vendo-se ao fundo o
despontar de novos edifícios; Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011
Figura 17 – Antigas residências construídas nas décadas de 1970-80 sendo demolidas para
dar lugar a novos estabelecimentos comerciais; Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V. 2011.
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
9.440.000 9.440.000
9.439.000 9.439.000
9.438.000 9.438.000
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
Fonte: Prefeitura Municipal de Teresina Datum: South American 1969
Organizado pot: CASTELO BRANCO, A. F. V. - 2011 Escala: 1:20.000
47
Tocantins e Pará (TERESINA, 2007, p.13). Em grande parte essas pessoas são de
baixa renda, ficam hospedadas em pensões existentes nas áreas centrais da cidade,
e são conduzidas ao atendimento médico em vans disponibilizadas pelas próprias
clínicas e pensões.
novas edificações é opcional, que são Avenida Ininga, Avenida Jóquei Clube,
avenida Kennedy e Rua Visconde da Parnaíba; adensamento residencial
verticalizado das áreas classificadas como ZR-4, e adensamento mais lento das
áreas classificadas como ZR-3.
1
Ao tempo em que a paisagem dos bairros estudados vai sendo redesenhada conforme ilustrado,
observa-se em bairros próximos, em especial os que margeiam as rodovias PI-112 (avenida Kennedy) e BR-343
(avenida João XXIII), o surgimento de diversos loteamentos fechados e condomínios horizontais, que aos
poucos vão modificando também a paisagem dessas áreas com uma nova forma de ocupação. Esses
empreendimentos estão localizados fora do recorte espacial definido para a pesquisa, mas deverão ser objeto
de caracterização e análise futuramente em outras pesquisas.
51
solo urbano, havendo vias que chegam a ficar intrafegáveis quando da ocorrência de
chuvas intensas.
A face moderna dessa lide urbana pode ser observada em toda sua pujança
no bairro Jóquei, e em áreas contíguas dos bairros de Fátima, Horto e São
Cristóvão, onde já existe mais de uma centena de edifícios residenciais com mais de
04 (quatro) pavimentos, com os mais diversos padrões de acabamento e de áreas
privativas.
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
ZR2-104
PLANALTO
ZR2-105
ZR3-16
9.440.000 9.440.000
ZR2-106
ZR3-17
ZR3-13
ZR3-14 HORTO
ZR3-15
ZR3-18 ZR2-108
DA
9.439.000O 9.439.000
RR ZR4-06 ZR4-10
MO MORADA
ZR4-07 ZR4-08 ZR2-119
RI
DO SOL
O
PO
TY
ZR2-32 ZR4-11
PORENQUANTO SANTA ISABEL
ZR3-09
ZR4-09
ZR3-20
ZC5-01 ZR4-05
ZR2 ZR4-03 ZC5-03 ZR3-19
ZC5-02
9.438.000 CABRAL 9.438.000
ZR
3-0
8
745.000
746.000
747.000
748.000
Fonte: Prefeitura Municipal de Teresina Datum: South American 1969
Organizado pot: CASTELO BRANCO, A. F. V. - 2011 Escala: 1:20.000
LEGENDA:
- ZONAS RESIDENCIAIS - ZR
53
Edifício Merídian - Jóquei Edifício Villaggio - Jóquei Edifício Villa Pisani - Jóquei
Construtora DECTA Construtora DECTA Construtora JET
Edifício Palazzo Reale - Edifício Palazzo Maggiore - Edifício Laura Viana – São
Jóquei Jóquei Cristóvão
Construtora DECTA Construtora DECTA Construtora GB Engenharia
Figura 22 – Vista do corredor da avenida Raul Lopes, com o parque ambiental à esquerda e
a ponte estaiada ao fundo. Fonte: CASTELO BRANCO, A. F. V. 2011
1
As lojas RE/MAX e Century 21 são lojas franqueadas;
2
As lojas RE/MAX e Century 21 são lojas franqueadas;
3
As lojas RE/MAX e Century 21 são lojas franqueadas;
4
As lojas RE/MAX e Century 21 são lojas franqueadas;
61
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
9.440.000 9.440.000
9.439.000 9.439.000
RI
O
PO
TY
9.438.000 9.438.000
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
Fontes: Planta - Prefeitura Municipal de Teresina; Datum: South American 1969
Escala: 1:20.000
CASTELO BRANCO, A. F. V. - 2011
63
O apelo da qualidade do local e do merecimento Quem merece e pode viver aqui tem direito à
versatilidade e modernidade do espaço.
Figura 25 – Ilustração do material publicitário do Condomínio Villa Mediterrâneo
1
Fonte: DECTA (s/d)
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. 2012.
1
Ano de 2006
67
Quando você provar dessa estrutura não vai Receber velhos amigos e fazer novos...
querer saber de mais nada...
Figura 26 – Ilustração do material publicitário do Edifício Vintage
Fonte: DECTA (s/d)2
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. 2012.
2
Ano de 2007
69
Um último aspecto da atual conformação dos bairros da zona Leste que ainda
será abordado neste primeiro momento do arcabouço metodológico é o ocaso das
instituições de recreação outrora ali existentes, cujas localizações estão indicadas na
figura 27, a seguir, onde são mostradas as áreas que já foram ou que ainda são
ocupados por clubes sociais até o limite Norte dos bairros de Fátima e Horto. A
Norte dessa área também já encerraram suas atividades recreativas o Clube
Banespa – dos funcionários do Banco do Estado de São Paulo, e o Clube Tabajaras,
que era parte do empreendimento SOCOPO – Cidade Jardim, ilustrado nas figuras 1
e 2 da Introdução desta Tese.
Figura 27 – Imagem indicativa de parte das áreas que já foram ou são ocupadas por clubes
sociais. Pode-se observar também o sombreamento provocado pelos edifícios.
FONTE: GOOGLE, 2009
ORGANIZAÇÃO: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2012
CAPÍTULO II
‘
72
CAPÍTULO II
agosto de 1844, que, no entanto, havia sido revogada dois dias depois. Ao chegar à
Vila, Saraiva fez o seguinte relato:
O local onde foi iniciada a construção da Vila Nova era conhecido como
Chapada do Corisco, situava-se a uma légua da barra do rio Poty em direção ao sul
pela margem direita do rio Parnaíba.
A mudança da capital para Teresina foi um duro golpe para os Oeirenses, que
ainda continuaram alimentando a possibilidade de reversão do quadro, que para
muitos só se consolidou com a transferência do cofre público, que foi transportado
em um carro puxado por bois e cercado por numerosa força armada.
1
Os relatos a seguir referentes ao início da navegação a vapor do rio Parnaíba, a implantação do telégrafo, o
primeiro serviço de iluminação pública, a implantação da primeira unidade fabril e o primeiro sistema de
abastecimento de água foram baseados em ABREU (1983) e CASTELO BRANCO (2002).
78
Outro serviço que alterou a vida dos teresinenses foi o transporte por bonde,
introduzido por iniciativa da Intendência. A operação iniciou no ano de 1926, com
uma linha partindo da estação ferroviária inaugurada naquele ano e o rio Parnaíba,
com uma extensão de 3,0 quilômetros.
época a navegação fluvial pelo rio Parnaíba na porção Norte do estado propiciava as
trocas comerciais entre o Piauí e outros estados e países. A amêndoa de babaçu, a
cera de carnaúba, couros e peles eram transportadas rio abaixo pelos navios até a
cidade de Parnaíba, de onde eram exportados, e no retorno eram trazidas
mercadorias produzidas fora do estado, que eram distribuídas nas principais
cidades. À época a cidade de Parnaíba sediava diversas empresas importadoras,
ficando em Teresina apenas suas filiais. Paralelamente passou a abrigar serviços
médico-hospitalares e educacionais.
2
Importante esclarecer que o topônimo SOCOPO, teve sua origem na sigla da empresa promotora da
incorporação que era a SOciedade COnstrutora POty, que dessa forma era grafado no material publicitário de
divulgação do Loteamento.
81
Arrendamento do Bar-Restaurante
Essas são as características dos lotes paradigma das áreas onde foram
implantados o Parque Ceará e a Vila de Fátima. Informalmente, o mercado
imobiliário trabalha como sendo esses os parâmetros mínimos aceitáveis para lotes
situados nesses bairros para que se possa empreender incorporações
verticalizadas.
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
9.440.000 9.440.000
9.439.000 9.439.000
VILA DE
9.438.000 9.438.000
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
Fonte: Prefeitura Municipal de Teresina Datum: South American 1969
Organizado pot: CASTELO BRANCO, A. F. V. - 2011 Escala: 1:20.000
88
Figura 34– Imagem aérea de parte da área de estudo, com a indicação do contorno do
loteamento Vila de Fátima, contorno do Parque Ceará, terreno atual do Jockey Club do
Piauí e Loteamento Jóquei Clube, no ano de 2011.
Fonte: Google Earth, 2011.
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. 2011
Essa ponte fazia a travessia do rio Poti, na altura do bairro Cristo Rei, antigo
lugar São Raimundo, onde atualmente existe a ponte ferroviária e a ponte Wall
Ferraz. Segundo Lima et Portela (2003), essa ponte de madeira foi destruída por
uma enchente do rio Poti ainda na década de 1940, ficando a travessia do rio
prejudicada.
Em consequência da ruína da ponte, ainda segundo Lima et Portela (2003), a
travessia passou a ser feita por balsa, no local conhecido por Porto dos Noivos,
91
fazendo a interligação entre a avenida Frei Serafim e a avenida João XXIII. Essa
situação perdurou até o ano de 1957, com a inauguração da ponte Juscelino
Kubitschek (figuras 36 e 37).
Nem sei mais. Foi lá por 55 ou 56, e aquele pedaço de chão era
apenas uma terrinha cortada por largas derrubadas, mal sulcadas
por estreitas trilhas. Uma casinha aqui e acolá, meio escondidas pela
folhagem de galharia espessa. Crianças rajadas e seminuas
acorriam atraídas pela explosão da motocicleta amarela. Apareceu,
para surpresa do rabiscador destas linhas, a silhueta esguia de
mulheres não estranhas. Logo um pedido: Padre, venha dar
catecismo aqui. Há muitas crianças. A gente nem vai na missa
porque é longe. Venha.
Não se fez por esperar a promessa. E o catecismo começou. Com
um pedaço de trilho foi improvisado um sino. Mais tarde uma missa
por mês. Dom Avelar... missa dominical. E estava lançada a semente
do evangelho nesta terrinha reservada à proteção da Virgem de
Fátima. Uma capelinha tosca e desengonçada. Um posto médico.
Um dentista. Uma pedra fundamental, e lá se foi.
Agora um big centro social e um bairro que cresce dia a dia. Uma
gleba que se valoriza. Uma civilização que caminha.
Fonte: ASA, Boletim nº 1. Teresina, 1961. Apud Lima et
Portela (2003).
1
Ao longo do texto o Plano de Desenvolvimento Local Integrado será referido resumidamente por PDLI.
2
Os trabalhos citados por Ferreira (2008), que são AZEVEDO (1976), CINTRA E HADDAD (1978), ROLNIK (1997),
MARICATO (2001) E VILLAÇA (1999 E 2005)
94
“Os anos 60 marcaram a ocupação além do rio Poti, (as Leis nº 972
de 4 de março de 1964 e nº 1.123, de 6 de julho de 1967 definiram
novos limites urbanos). A construção e pavimentação da BR-343,
aliada à necessidade natural de expansão urbana, contribuiu para
uma intensificação de loteamentos, resultando em um parcelamento
desordenado, o que gerou uma malha confusa e complexa, sem
maior hierarquização das vias existentes.
É agravante o fato de que a maioria destes loteamentos vendidos,
(aprovados pela Prefeitura, sem obedecerem aos mínimos requisitos
da lei federal de loteamentos), permaneçam desocupados, numa
espera evidente de valorização da área.” (PDLI, 1969, p. 12)
1
À data do PDLI as denominações dos bairros de Teresina ainda eram informais e imprecisas.
2
A referência para o relatório do PDLI 1969 é (COPLAN S. A., 1969)
106
3
200,00m² é a área mínima considerada para lotes de interesse social no município de Teresina
atualmente;
4
Sem considerar os juros do financiamento.
108
1
Bairro de Fátima aqui equivale, aproximadamente, à área atual dos bairros de Fátima, Jóquei Clube e
parte do São Cristóvão. Isso porque os bairros de Teresina só receberam denominações oficiais, com
definições de territórios, em 1988.
2
Por ocasião da implantação do Campus Universitário, outra área foi escolhida. Por não fazer parte do
escopo desta pesquisa, a explicação para essa mudança não foi buscada.
111
1. Zona Comercial;
2. Zona de Transição;
3. Zona Residencial;
4. Zona de Atividades Agrícolas;
5. Zona de Distrito Industrial.
A lei definiu também a delimitação de cada uma das zonas, bem como seus
possíveis usos, taxas de ocupação possíveis para os lotes, suas dimensões, recuos
e os respectivos coeficientes de aproveitamento dentro de cada zona, setores e sub-
setores.
112
CAMPUS UNIVERSITÁRIO
2
Informação oral obtida junto ao Major Joel Ribeiro, prefeito de Teresina à época da realização dessa obra, que
ocorreu em 1973.
3
O Plano Estrutural de Teresina também é conhecido como PET I, em virtude de ter havido o Segundo Plano
Estrutural de Teresina. Essa denominação de PET I, no entanto, é informal.
4
Todo o texto do relatório do PET é permeado por referências ao PDLI (1969)
118
A terra urbana nos bairros da zona Leste sofreu forte valorização no lapso
temporal compreendido entre os dois planos diretores.5 Enquanto que em 1968 o
preço de 1,00m² de terreno nos bairros da área de estudo equivalia a apenas 10%
do preço de terrenos no centro da cidade, no ano de 1976, quando foi feito o
inventário do PET, nas áreas da cidade em que o valor da terra foi indicado (ver
figura 50), a área identificada como H, que correspondia aos atuais bairros Jóquei,
Fátima e à parte do São Cristóvão a Oeste da avenida Kennedy, tinha um preço de
5
Em virtude da inflação e das frequentes mudanças de moedas, as análises de preços de terrenos em épocas
anteriores ao Plano Real foram feitas considerando-se preços relativos entre bairros e com os valores do salário
mínimo vigente à época.
A planta cadastral reproduzida na figura 51, inexplicavelmente, não apresenta os preços de terrenos
praticados no Centro de Teresina, o que impossibilitou que se fizesse a mesma comparação de preços feita em
relação ao inventário do PDLI (1969).
121
Cr$ 200,00/m² (duzentos cruzeiros por metro quadrado), ficando aquém apenas dos
terrenos situados ao longo dos corredores das avenidas Barão de Gurguéia (setor I),
na zona Sul da cidade, que valiam Cr$ 230,00/m² (duzentos e trinta cruzeiros por
metro quadrado) e João XXIII (setor J), na zona Leste, que valiam Cr$ 280,00/m²
(duzentos e oitenta reais por metro quadrado).
A população estimada para o horizonte do PET, que era o ano de 1985, era
de 423.843 hab. Mantida a densidade populacional média existente, seria
necessário um acréscimo de mais 6.135.000m² à área urbana até o ano de 1985. A
equipe de planejamento propôs então uma política de adensamento populacional
que levasse em consideração o Índice de crescimento da população urbana, as
densidades demográficas existentes, as características socioeconômicas das áreas
e a capacidade de absorção de população das áreas disponíveis dentro do
perímetro urbano proposto. Trabalhou-se, então com uma densidade populacional
128
1
Ver a tabela 05, página 35.
130
Conjunto Morada dos Ourixás – Avenida Edifício Brasilar – Rua Gov. Joca Pires –
Jóquei Clube – bairro São Cristóvão bairro Jóquei Clube
Figura 51 – Amostra de fotografias de edifícios construídos nas zonas ZR1, na vigência da
legislação do PET, quando a quantidade máxima de pavimentos permitida era 2;
Fonte: Cadastro Imobiliário Municipal de Teresina
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011.
132
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos
e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado
civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais
de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
(Constituição Federal de 1988)
1
A legislação correlata do II PET era formada pelos seguintes diplomas legais:
Lei Nº 1933, de 16 de agosto de 1988, que delimitou o perímetro da zona urbana de Teresina e deu
outras providências;
Lei Nº 1394, de 16 de agosto de 1988, que delimitou os perímetros dos bairros de Teresina e deu
outras providências;
Lei Nº 1935, de 16 de agosto de 1988, que delimitou os perímetros dos setores urbanos de Teresina e
deu outras providências;
Lei Nº 1941, de 16 de agosto de 1988, que dispôs sobre a criação das Administrações Regionais e deu
outras providências;
Lei Nº 1938, de 16 de agosto de 1988, que dispôs sobre o parcelamento do solo urbano do município
de Teresina e deu outras providências;
Lei Nº 1937, de 16 de agosto de 1988, que definiu as diretrizes para o uso do solo urbano de Teresina
e deu outras providências;
Lei Nº 1936, de 16 de agosto de 1988, que definiu as diretrizes para a ocupação do solo urbano de
Teresina e deu outras providências;
Lei Nº 1939, de 16 de agosto de 1988, que criou as zonas de preservação ambiental, instituiu normas
de proteção de bens de valor cultural e deu outras providências;
Lei Nº 1942, de 16 de agosto de 1988, que dispôs sobre o tombamento e preservação do patrimônio
cultural, histórico, artístico e paisagístico localizado no território do município de Teresina;
Lei Nº 1940, de 16 de agosto de 1988, que instituiu o Código Municipal de Posturas e deu outras
providências.
134
O texto legal em discussão, no inciso Art. 4º, inciso VII, assegura ao setor
privado a atuação conjunta com a prefeitura na promoção de transformações
urbanas, sem, no entanto, delimitar os contornos dessa atuação, definir em que
condições ela seria possível, nem a quem caberia a iniciativa por essa participação.
É, portanto, estabelecida uma possibilidade ilimitada de atuação privada e com
desdobramentos imprevisíveis.
2
A partir do II PET não serão mais abordados o suprimento de infra-estrutura aos bairros estudados, pois no
ano de 1988 já havia cobertura total da área por redes de água, energia elétrica, telefonia e pavimentação.
135
3
Aspecto também contemplado no Estatuto da Cidade (Art. 2º, inciso XI – recuperação dos investimentos do
Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos)
4
Diretrizes político-administrativas;
5
Diretrizes de Habitação;
136
6
Diretrizes de uso e ocupação do Solo Urbano;
137
7
Nas zonas residenciais ZR6 e nas comerciais ZC2, ZC5 e ZC6 era possível construir com mais de 6 (seis)
pavimentos, condicionado à regulamentação de proteção da zona do aeródromo.
138
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
PLANALTO
9.440.000 9.440.000
HORTO
ZR4
DA
9.439.000
MO
RR
O ZR5 MORADA
9.439.000
DO SOL
RI
O
ZR6 ZR5
TI
RECANTO DAS
NOIVOS
PALMEIRAS
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
Fonte: Prefeitura Municipal de Teresina Datum: South American 1969
Organizado pot: CASTELO BRANCO, A. F. V. - 2011 Escala: 1:20.000
139
Ed. Firenze Park – R. Oscar Gil Castelo Branco – Ed. Paulo Marques – R. Napoleão Lima –
São Cristóvão (ZR-5)- Construtora Moana - 1990 Jóquei (ZR-6) - Construtora Moana - 1992
Ed. San Remo – Av. Elias João Tajra – Jóquei Residencial Vila Romana – R. Armando
(ZR-6) - Construtora JET - 1993 Madeira Bastos – São Cristóvão (ZR-5) –
Imobiliária Expansão - 1993
Figura 53 – Amostra de fotografias de edifícios construídos nas zonas ZR-5 e ZR-6, na
vigência da legislação do II PET (Leis de 1988);
Fonte: Cadastro Imobiliário Municipal de Teresina
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011.
140
1
H – Habitacional.
2
C1 – Comércio de âmbito local – ex. – armarinhos, farmácia, floricultura...
3
S1 – Serviços de âmbito local – ex. – barbearia, imobiliária, escritórios...
4
I1 – Indústrias não incômodas – ex. – artesanato, fabrica de sorvetes, fabricação de brinquedos...
5
E1 – Instituições de âmbito local – ex. – correios, convento, creche...
6
C2 – Comércio diversificado – ex. – agência de automóveis, alimentos de animais, artefatos de madeira...
7
S2 – Serviços diversificados – ex. – academias de ginástica, locadora de veículos, ambulatórios...
8
I2 – Indústrias com baixo nível de desconforto ambiental;
9
E2 – Instituições diversificadas – ex. – associações e sindicatos, cartório, centro de convenções...
10
C3 – Comércio atacadista;
142
11
Leis de Uso e Ocupação do Solo Urbano de 1993.
143
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
PLANALTO
9.440.000 9.440.000
HORTO
DA
9.439.000O 9.439.000
RR
MO MORADA
DO SOL
RI
O
RECANTO DAS
NOIVOS
PALMEIRAS
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
Fonte: Prefeitura Municipal de Teresina Datum: South American 1969
Organizado pot: CASTELO BRANCO, A. F. V. - 2011 Escala: 1:20.000
LEGENDA:
ZR4 - IA = 4,0
ZR3 - IA = 2,5
ZR2 - IA = 2,0
144
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
PLANALTO
9.440.000 9.440.000
HORTO
DA
9.439.000O 9.439.000
RR
MO MORADA
RI
O
DO SOL
PO
TI
RECANTO DAS
NOIVOS
PALMEIRAS
744.000
745.000
746.000
747.000
748.000
Fonte: Prefeitura Municipal de Teresina Datum: South American 1969
Organizado pot: CASTELO BRANCO, A. F. V. - 2011 Escala: 1:20.000
LEGENDA:
ZR4 - IA = 4,0
ZR3 - IA = 2,5
145
Ed. Ville Clermont – Av. Sem. Arêa Leão – Ed. Mansões Excalibur – Av. Jóquei Clube –
Jóquei (ZR-3)- Construtora Moana - 1994 Jóquei (ZR-3) - Construtora Moana – 1998
Ed. Ilha Grande – Av. Rio Poty – Horto (ZC-6) Ed. Mozart – R. das Orquídeas – Jóquei (ZR-4)
- Construtora SUCESSO - 1997 – Construtora Hab-fácil - 1996
Figura 54 – Amostra de fotografias de edifícios construídos nas zonas ZR-3, ZR-4 e ZC-6,
na vigência da legislação do II PET (Leis de 1993);
Fonte: Cadastro Imobiliário Municipal de Teresina
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V., 2011.
146
CAPÍTULO III
CAPÍTULO III
1
Ideia desenvolvida a partir de ALTUSSER (2008), p.79
152
2
À margem esquerda do rio Poti.
3
Em função da instalação do Tribunal de Justiça do Piauí naquele bairro, para lá também se deslocaram
diversos outros órgãos, como OAB, TRE, Centro de Convenções, faculdades e grande quantidade de escritórios
de advocacia.
4
Lei Nº 1.591, de 31 de agosto de 1978 – Que dispôs sobre o parcelamento, uso e ocupação do solo urbano e
deu outras providências.
153
5
Lei nº 1.932, de 16 de agosto de 1988, Art. 19, inciso VIII
6
Lei nº 1.937, de 16 de agosto de 1988
7
Lei nº 2.265, de 16 de dezembro de 1993
8
Lei nº 3.560, de 20 de outubro de 2006
154
9
Página 108;
155
praticados pelo mercado nas duas ocasiões, até porque vigoravam moedas
diferentes. Porém, é possível uma análise comparativa dos preços vigentes ali com
os de outras áreas da cidade e se percebe que houve uma inversão, com os preços
em 1978 se equiparando aos das áreas mais valorizadas da cidade. Nessa mesma
tendência de crescimento dos preços, também ocorreu adensamento habitacional.
A atuação dos agentes produtivos foi intensificada no período seguinte,
quando foram construídas novas pontes, inclusive uma ponte estaiada (figura 22),
que passou a ser utilizada como marca de Teresina, e que sob esse aspecto coloca
a cidade no mesmo rol de São Paulo, Brasília e outras metrópoles globais com suas
pontes monumentais. O fornecimento de energia elétrica foi melhorado com a
construção da subestação da AABB, no bairro São Cristóvão. Ocorreu a implantação
do sistema de coleta e tratamento de esgotos sanitários, que atende 100% da área
do recorte pesquisado desde o ano de 1998, e que possibilitou a aceleração do
processo de verticalização. Foram implantadas novas vias, como a avenida Raul
Lopes, que possibilitou o uso efetivo das áreas mais próximas ao rio Poti e melhorou
a mobilidade urbana.
Os agentes produtivos, no entanto, não atuam apenas no sentido de introduzir
benefícios em textos legais ou de obter suprimentos de infraestrutura. Há casos em
que a ação sobre o sistema político é no sentido de fazer com que este não cumpra
a lei. Diversos dispositivos constam nos instrumentos urbanísticos há décadas sem
qualquer eficácia. “A coibição da especulação imobiliária”10 foi incluída como objetivo
político na lei que instituiu o II PET, em 1988, e não se tem documentado qualquer
episódio em que esse inciso tenha sido aplicado. Dispositivos consagrados no
Estatuto da Cidade como a Contribuição de Melhoria e a Taxação progressiva no
tempo, para os casos de terrenos situados em áreas dotadas de serviços urbanos e
que estão sem uso, já constam do plano diretor de Teresina desde 1988 (IIPET),
mas não são aplicados. Outro fato grave é a renúncia fiscal da prefeitura de
Teresina em relação ao IPTU, à medida em que não atualiza a base de cálculo do
tributo, que é o valor venal de cada imóvel. A última versão da Planta Genérica de
valores é de 2004. Uma observação minimamente cuidadosa dos gráficos das
figuras 58, 59, 60 e 61 leva à conclusão de que há bairros em que os preços dos
imóveis até quintuplicaram a partir de 2004. Considerando-se apenas os casos dos
10
Lei nº 1.932, de 16 de agosto de 1988, Art.4º, inciso VIII
156
quatro bairros analisados pode-se concluir que existem, pelo menos, 3.000 (três mil)
apartamentos subavaliados.
Retomando a discussão da verticalização, verifica-se que, criadas as
condições legais através dos instrumentos urbanísticos de regulação do uso e
ocupação do solo urbano e a infraestrutura necessária de saneamento e mobilidade
urbana, houve uma intensificação da verticalização da paisagem e da segregação
sócio-espacial.
A segregação em curso pode ser explicada por razões econômicas, pois,
como já foi mostrado, os preços praticados pelo mercado imobiliário estão acima das
posses das famílias de mais baixa renda, impossibilitando o acesso dessas pessoas
ao bem terra urbana nesses bairros. Adicionalmente, também em função dos preços
praticados, famílias de baixa renda que habitam a área tendem a se mudar para
outros bairros de menor preço imobiliário, e com o capital apurado com a venda de
sua antiga casa conseguem comprar outros bens além de apenas outro imóvel.
A seguir são apresentados dados referentes à evolução dos preços dos
terrenos nos bairros do recorte espacial pesquisado, considerando-se apenas
negócios realizados na vigência do Plano Real. Esses dados foram obtidos por
pesquisa direta no mercado nos últimos 15 (quinze) anos.
As tabelas e os gráficos apresentados nas figuras 58, 59, 60 e 61 tiveram os
preços históricos dos terrenos atualizados para o mês de dezembro de 2011 pelo
INCC. A escolha desse índice deveu-se ao fato de se tratarem de lotes urbanizados,
sendo todos dotados de completa infraestrutura.
157
Área Preço
Endereço Bairro (m²) E (m) N (m) (R$/m²) Data
Ave. Elias João Tajra Jóquei 1.107,00 745151 9438915 259,79 jan/97
Ave. Nossa Senhora de Fátima Jóquei 580,00 744878 9438764 1210,75 out/98
Rua Miosótis Jóquei 600,00 744670 9438343 97,52 out/98
Rua Angèlica Jóquei 1.600,00 744852 9438350 217,59 jan/00
Rua Angélica Jóquei 1.200,00 744719 9438857 209,46 out/00
Ave. João XXIII Jóquei 1.600,00 745502 9438065 249,97 dez/01
Ave. João XXIII Jóquei 2.030,00 745559 9438060 225,15 dez/01
Rua Miosótis Jóquei 800,00 744757 9438107 133,34 set/02
Rua Aurea Freire Jóquei 450,00 745355 9438289 112,47 dez/02
Rua Miosótis Jóquei 600,00 744670 9438343 180,25 set/03
Ave. Elias João Tajra Jóquei 1.560,00 744970 9438858 160,92 jun/04
Ave. Jóquei Clube Jóquei 6.075,00 745682 9438722 323,59 mai/06
Ave. N. S. de Fátima Jóquei 1.600,00 744826 9438824 546,07 mai/06
Rua Honorio Parente Jóquei 1.650,00 745435 9439759 317,80 jul/09
Rua Elias João Tajra Jóquei 1.560,00 745598 9439037 649,86 jul/09
Rua Manoel Nogueira Jóquei 1.350,00 745788 9438598 302,10 jul/09
Rua Napoleão Lima Jóquei 1.200,00 745831 9438622 252,48 jul/09
Rua Elias João Tajra Jóquei 1.560,00 745598 9439037 649,86 jul/09
Rua Manoel Nogueira Jóquei 1.350,00 745788 9438598 302,10 jul/09
Rua Honorio Parente Jóquei 1.650,00 745435 9439759 317,80 jul/09
Rua Napoleão Lima Jóquei 1.200,00 745831 9438622 252,48 jul/09
Rua Anfrisio Lobão Jóquei 1.600,00 745016 9439815 546,22 set/09
Rua Anfrisio Lobão Jóquei 1.600,00 745016 9439815 546,22 set/09
Ave. Elias Joao Tajra Jóquei 1.500,00 745066 9438885 691,13 dez/09
Rua Anfrísio Lobão Jóquei 1.600,00 744978 9438768 528,47 dez/09
Ave. Ininga Jóquei 2.625,00 744529 9438571 706,01 dez/09
Des. Manoel Castelo
Rua Branco Jóquei 900,00 745447 9439871 450,45 dez/09
Rua Anfrísio Lobão Jóquei 1.600,00 745030 9438853 564,67 dez/09
Ave. João Elias Tajra Jóquei 1.628,00 745114 9438918 569,19 dez/09
Ave. Elias Joao Tajra Jóquei 1.500,00 745066 9438885 691,13 dez/09
Ave. Ininga Jóquei 2.625,00 744529 9438571 706,01 dez/09
Ave. João Elias Tajra Jóquei 1.628,00 745114 9438918 569,19 dez/09
Rua Anfrísio Lobão Jóquei 1.600,00 744978 9438768 528,47 dez/09
Rua Anfrísio Lobão Jóquei 1.600,00 745030 9438853 564,67 dez/09
Des. Manoel Castelo
Rua Branco Jóquei 900,00 745447 9439871 450,45 dez/09
Rua Tulipas Jóquei 1.600,00 744743 9438149 186,36 out/98
Fonte – Pesquisa direta
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. (2011)
158
jul/09
out/06
jan/04
abr/01 Data
jul/98
out/95
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Preços unitários em R$/m², corrigidos para dezembro de 2011
Verifica-se por este gráfico que entre os anos de 1998 e 2004, no bairro
Jóquei, os preços oscilaram entre R$ 100,00/m² e R$ 200,00/m². A partir de 2004,
exatamente o período de lançamento e construção do Edifício Meridian, os terrenos
tiveram seus preços majorados.
ÁREA PREÇO
ENDEREÇO BAIRRO (m²) E (m) N (m) (R$/m²) DATA
Ave. Lindolfo Monteiro Fátima 9.880,00 745350 9439491 212,30 jul/09
Rua Agostinho Alves Fátima 3.762,00 743832 9439942 191,42 jul/09
Rua Aviador Irapuã Rocha Fátima 5.590,00 747901 9437277 518,03 dez/09
Rua Aviador Irapuã Rocha Fátima 2.795,00 747901 9437277 538,75 dez/09
Ave. Lindolfo Monteiro Fátima 5.600,00 745401 9439528 694,98 dez/09
Rua Orquídeas Fátima 600,00 744713 9438683 910,64 mar/10
Ave. Dom Severino Fátima 9.975,00 745760 9439190 302,71 jun/05
Ave. Lindolfo Monteiro Fátima 9.880,00 745401 9439528 211,03 dez/09
Ave. Ininga Fátima 3.440,00 744383 9439011 137,86 jun/01
Ave. Lindolfo Monteiro Fátima 9.880,00 745350 9439491 212,30 jul/09
Ave. Rio Poty Fátima 2.000,00 744434 9439355 109,21 mai/06
Rua Angélica Fátima
600,00 744483 9439791 129,47 mar/04
Rua Aviador Irapuã Rocha Fátima 5.590,00 747901 9437277 518,03 dez/09
Rua Aviador Irapuã Rocha Fátima 2.795,00 747901 9437277 538,75 dez/09
Rua Orqúideas Fátima 600,00 744713 9438683 910,64 mar/10
Rua Agostinho Alves Fátima 3.762,00 743832 9439942 191,42 jul/09
Fonte – Pesquisa direta
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. (2011)
ÁREA PREÇO
ENDEREÇO BAIRRO (m²) E (m) N (m) (R$/m²) DATA
Rua Motorista Chicão Horto 390,00 746237 9439961 237,60 dez/09
Rua 31 de Março Horto 1.600,00 747125 9440320 69,50 dez/09
Rua Genes Celeste Horto 450,00 746860 9439663 115,83 dez/09
Rua Jornalista DonDon Horto 900,00 746999 9439837 128,70 dez/09
Ave. Dom Severino Horto 1.500,00 746399 9439185 617,76 dez/09
Rua Bonifácio Carvalho Horto 704,00 746808 9439598 198,62 jul/09
Ave. Visconde da Parnaíba Horto 1.200,00 746684 9439662 145,66 jul/09
Rua Cel. Costa Araújo Horto 1.200,00 746462 9439536 135,95 jul/09
Rua Cel. Costa Araújo Horto 1.200,00 746322 9439532 271,89 jul/09
Ave. Lindolfo Monteiro Horto 2.000,00 745412 9439830 128,18 jul/09
Ave. Lindolfo Monteiro Horto 622,49 745530 9439422 411,83 jul/09
Ave. Lindolfo Monteiro Horto 1.520,00 745431 9439769 160,99 jul/09
Rua Sabba Said Horto 1.930,00 745997 9439417 175,09 jul/09
Rua Cel. Costa Araujo Horto 1.200,00 746431 9439505 135,95 jul/09
Rua Cel.Costa Araujo Horto 1.200,00 746327 9439540 292,34 set/09
Rua Juiz João Almeida Horto 3.200,00 745761 9440298 548,14 set/09
Rua Ângelo Filho Horto 1.400,00 745522 9439715 487,84 mar/10
Rua Domingos Cordeiro Horto 4.180,00 746309 9439650 209,09 jul/09
Rua Bonifácio Carvalho Horto 704,00 746808 9439598 198,62 jul/09
Ave. Visconde da Parnaíba Horto 1.200,00 746684 9439662 145,66 jul/09
Ave. Dom Severino Horto 1.500,00 746399 9439185 617,76 dez/09
Ave. Lindolfo Monteiro Horto 622,49 745530 9439422 411,83 jul/09
Ave. Lindolfo Monteiro Horto 1.520,00 745431 9439769 160,99 jul/09
Ave. Visconde da Parnaíba Horto 1.200,00 746684 9439662 145,66 jul/09
Ave. Dom Severino Horto 2.200,00 746362 9439182 146,64 out/04
Ave. Homero Castelo Branco Horto 10.000,00 745720 9439344 190,16 mai/05
Ave. Lindolfo Monteiro Horto 2.000,00 745412 9439830 128,18 jul/09
Ave. Rio Poti Horto 800,00 746200 9439256 110,36 jun/98
Ave. Rio Poty Horto 1.200,00 745114 9439291 110,60 dez/03
Ave. Visconde da Parnaíba Horto 1.200,00 746684 9439662 145,66 jul/09
Rua 31 de Março Horto 1.600,00 747125 9440320 69,50 dez/09
Rua Bonifácio Carvalho Horto 704,00 746808 9439598 198,62 jul/09
Rua Bonifácio Carvalho Horto 704,00 746808 9439598 198,62 jul/09
Rua Cel. Costa Araújo Horto 1.200,00 746462 9439536 135,95 jul/09
Rua Cel. Costa Araújo Horto 1.200,00 746322 9439532 271,89 jul/09
Rua Genes Celeste Horto 450,00 746860 9439663 115,83 dez/09
Rua Jornalista DonDon Horto 900,00 746999 9439837 128,70 dez/09
Rua Juiz João Almeida Horto 3.200,00 745761 9440298 548,14 set/09
Rua Lindolfo Monteiro Horto 1.601,00 745892 9439375 145,49 mai/06
Rua Ângelo Filho Horto 1.400,00 745522 9439715 487,84 mar/10
Rua Cel. Costa Araujo Horto 1.200,00 746431 9439505 135,95 jul/09
Rua Cel.Costa Araujo Horto 1.200,00 746327 9439540 290,88 set/09
Rua Cel.Costa Araújo Horto 1.520,00 745621 9439530 93,59 jun/01
Rua Domingos Cordeiro Horto 4.180,00 746309 9439650 209,09 jul/09
Rua Motorista Chicão Horto 390,00 746237 9439961 237,60 dez/09
Rua Sabba Said Horto 1.930,00 745997 9439417 175,09 jul/09
Rua Visconde da Parnaiba Horto 1.700,00 745412 9439822 181,33 jun/01
Fonte – Pesquisa direta
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. (2011)
161
ÁREA PREÇO
ENDEREÇO BAIRRO (m²) E (m) N (m) (R$/m²) DATA
Ave. Joquei São Cristovão 29.800,00 747010 9439023 469,23 jul/09
Rua José Sinimbu São Cristovão 2.400,00 747427 9438648 86,96 nov/09
Ave. Joquei Clube São Cristovão 29.800,00 747010 9439023 469,23 jul/09
Ave. Arêa Leão São Cristóvão 450,00 746305 9438429 97,52 out/98
Ave. Dom Severino São Cristovão 2.600,00 746126 9439148 150,48 jun/01
Ave. João XXIII São Cristovão 8.600,00 746179 9437932 154,41 jun/01
Ave. João XXIIII São Cristovão 5.000,00 748277 9437993 162,95 jun/00
Ave. João XXIIII São Cristovão 45.000,00 747780 9437938 84,86 jun/00
Ave. Senador Arêa Leão São Cristóvão 1.200,00 746060 9438358 158,25 mar/04
Ave. Vilmary São Cristóvão 1.200,00 746668 9438777 133,48 mai/06
Ave. Vilmary São Cristóvão 960,00 746238 9438666 182,03 mai/06
Rua Antonio Bona São Cristóvão 300,00 747604 9438555 97,07 mai/06
Rua Frei Heliodoro São Cristóvão
800,00 747254 9438347 81,97 mai/06
Rua José Sinimbu São Cristovão 2.400,00 747427 9438648 86,96 nov/09
Rua João Pereira São Cristovão 24.990,00 748135 9438278 85,39 jun/01
Fonte – Pesquisa direta
Organização: CASTELO BRANCO, A. F. V. (2011)
Verifica-se que até o ano de 2006 os preços dos terrenos ficaram limitados a
R$ 200,00/m². Os dados posteriores a 2006 são em pequena quantidade e podem
ainda não indicar uma tendência definida.
Esse marco temporal teve um significado muito mais amplo no mercado local
do que simplesmente a mudança de paradigmas de qualidade das habitações.
Houve, de fato, uma mudança na base do sistema capitalista de produção local.
Antes, o controle da produção era por iniciativa de agentes locais e a maioria dos
empreendimentos era pelo sistema de condomínio a preço de custo. À exceção dos
empreendimentos das Construtoras Moana, Jurema e Sucesso, que agiam como
incorporadoras, as demais empresas do setor eram meras incentivadoras de
condomínios. Dessas empresas, as construtoras Jurema e Sucesso deixaram o
ramo das incorporações e passaram a se dedicar apenas à construção pesada, a
construtora Moana encerrou suas atividades de incorporação, e a construtora Elo
Engenharia passou a atuar como incorporadora. A entrada da DECTA no mercado
local aconteceu em meio a esse cenário, com poucos competidores e trazendo
vivências em uma escala nacional. A oferta do produto Meridian foi realmente o
marco de mudança do sistema de produção local para um sistema de escala global.
A partir de então as influências locais desapareceram do mercado de habitação de
alto padrão oferecido nos bairros estudados. A DECTA foi seguida por outras
empresas da mesma escala de atuação, oriundas de São Paulo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Fortaleza, Espanha e Estados Unidos. Paralelamente nasceu um
mercado de decoração, que até então não existia, com diversas lojas de franquias
do ramo mobiliário. E em sentido inverso, arquitetos e profissionais de ambientação
de Teresina passaram a frequentar assiduamente feiras da indústria do mobiliário
164
em Milão. A mundialidade que num primeiro momento foi invasora, num segundo
momento foi buscada, os profissionais foram em busca do produto de consumo
mundial, do mobiliário mundial, do ambiente mundial, das tendências de cores e
tecidos mundiais. No rastro desse movimento vem sendo construída uma paisagem
do consumo não só no tocante à indústria da construção civil e afins, mas também
no de alimentação, de automóveis, de serviços profissionais de estética corporal, de
ensino superior e no comércio varejista de maneira geral.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A narrativa mostra que a área estudada já não é exclusiva dos mais ricos, o
próprio mercado que trabalhou na construção dessa exclusividade trabalha agora no
sentido de tornar esse território acessível a outros extratos sociais, como se percebe
pelas características tipológicas dos produtos imobiliários oferecidos. Pari passu os
agentes do sistema produtivo trabalham em outras duas frentes: a da produção dos
168
________. O Brasil: Território e Sociedade no Início do Século XXI. São Paulo: Ed.
Record, 2001.
________, Lei 1.937, de 16 de agosto de 1988. Define as diretrizes para o uso do solo
urbano e dá outras providências. Diário Oficial do Município de Teresina, nº 109, de 21
de dezembro de 1988.
________. Lei 3.560, de 20 de outubro de 2006. Define as diretrizes para uso do solo
urbano do Município e dá outras providências.
________. Lei 3.562, de 20 de outubro de 2006. Define as diretrizes para uso do solo
urbano e dá outras providências.