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CAP TSSHT
& TSHT
Índice
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 3
1. Introdução
A higiene, a segurança e a saúde estão inter-relacionadas entre si, com o objetivo de garantir
as condições de trabalho necessárias para assegurarem aos trabalhadores de uma organização um bom
nível de segurança e saúde no trabalho. Desta forma é importante ter cientes os seguintes conceitos:
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Segurança no Trabalho - Conjunto das intervenções que objetivam o controlo dos riscos
profissionais e a promoção da segurança e saúde dos trabalhadores da organização ou
outros (incluindo trabalhadores temporários, prestadores de serviços e trabalhadores por
conta própria), visitantes ou qualquer outro indivíduo no local de trabalho.
Saúde no Trabalho – Abordagem que integra além da vigilância médica, o controlo dos
elementos físicos, sociais e mentais que possam afetar a saúde dos trabalhadores.
Renovação de CAP de Técnico Superior de Segurança e Higiene no Trabalho
Segundo o artigo 281.º do Código do Trabalho Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro2, prevê-se os
seguintes princípios gerais no âmbito da segurança e saúde no trabalho:
1 Revogados pela Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro (alterada e republicada pela Lei n.º 3/2014 de 28 de Janeiro).
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Alterada pela Lei n.º 105/2009, de 14 de setembro (Regulamenta e altera o Código do Trabalho e procede à primeira
alteração da Lei n.º 4/2008, de 7 de fevereiro), pela Lei n.º 53/2011, de 14 de outubro (Procede à segunda alteração ao
Código do Trabalho, estabelecendo um novo sistema de compensação em diversas modalidades de cessação do contrato de
trabalho, aplicável apenas aos novos contratos de trabalho), pela Lei n.º 23/2012, de 25 de junho (Procede à terceira
alteração ao Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro), pela Lei n.º 47/2012, de 29 de agosto
(Procede à quarta alteração ao Código do Trabalho, por forma a adequá-lo à Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto, que estabelece
o regime de escolaridade obrigatória para as crianças e jovens que se encontram em idade escolar e consagra a universalidade
da educação pré-escolar para as crianças a partir dos 5 anos de idade) e pela Lei n.º 69/2013, de 30 de agosto (Procede à
quinta alteração ao Código do Trabalho ajusta o valor da compensação devida pela cessação do contrato); Lei n.º 27/2014, de
8 de maio, procede à sexta alteração ao código do trabalho; Lei n.º 55/2014, de 25 de Agosto, procede à sétima alteração do
código do trabalho.
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Artigo Alteração
Artigo 4.º a) O conceito de trabalhador passa a incluir os não titulares de uma relação jurídica de
emprego, desde que estejam na dependência económica do empregador em razão dos
meios de trabalho e do resultado da sua atividade.
Artigo 15.º
Os princípios gerais da prevenção anteriormente nove, passam a ser onze, tendo
sido introduzido um princípio (a)), que visa evitar os riscos, e um outro (b)) que
constava do Decreto-lei 441/91 de 14 de novembro, que visa a planificação da
prevenção como um sistema coerente que integre a evolução técnica, a organização
do trabalho, as condições do trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores
ambientais.
Artigo 18.º
A consulta aos trabalhadores que era feita pelo menos duas vezes por ano por
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n.º 1
escrito, passa a ser pelo menos uma vez por ano. Esta consulta visa obter o parecer
dos representantes dos trabalhadores, ou na sua ausência, de todos os trabalhadores,
em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Artigo 18.º
No que respeita à lista anual dos acidentes de trabalho, esta poderá ser elaborada
n.º 1 alínea
l) até ao limite do prazo legal para entrega do relatório único, e não até ao final de
março do ano subsequente como estipulado anteriormente.
Artigo 18.º 7
As consultas, respetivas respostas e propostas dos representantes dos trabalhadores
n.º 5
ou, na sua falta, dos trabalhadores, passam a ter de constar de registo em livro próprio
organizado pela empresa, nomeadamente em suporte informático.
Artigo 41.º
No que diz respeito à proteção do património genético, atividades condicionadas e
proibidas a trabalhadora grávida e lactante e atividades proibidas e
condicionadas a menores, é efetuada a alteração resultante da aplicação do
Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de
dezembro, alterado pelo Regulamento (CE) n.º 790/2009 e pelo Regulamento (UE) n.º
286/2011 da Comissão, de 10 de agosto.
Artigo 46.º
No caso de uma empresa cessar a atividade as fichas clínicas devem ser enviadas
n.º 4
para o organismo competente do ministério responsável pela área da saúde e não
para o organismo competente do ministério responsável pela área laboral, como
anteriormente.
Artigo 68.º
No trabalho condicionado a menor com idade igual ou superior a 16 anos, é
n.º 2
introduzida a obrigação, por parte do empregador, de dar conhecimento à ACT,
através de comunicação em modelo aprovado e preferencialmente por via eletrónica,
da avaliação da natureza, do grau e da duração da exposição do menor a trabalhos
condicionados, e das medidas tomadas, necessárias para evitar esse risco.
Artigo 74.º
Na organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho, deve-se adotar a
n.º 2
modalidade de serviços internos, salvo nos casos em que se obtiver autorização de
dispensa deste serviço, admitindo-se o recurso a serviço comum, externo e ainda a
técnicos qualificados, nos termos da lei, mas apenas nos casos em que na empresa ou
no estabelecimento não houver meios suficientes para o desenvolvimento das
atividades dos serviços de Segurança e Saúde.
Artigo 74.º
O modelo 1360 é revogado, pelo que a comunicação à ACT da modalidade de
n.º 7
organização do serviço de segurança adotada, bem como da sua alteração, deixa de
ser obrigatória.
Artigo 73.º-
A responsabilidade contraordenacional pelo não desenvolvimento das atividades
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B n.º 7 a)
principais de segurança e saúde no trabalho, passa a recair também sobre o serviço
externo.
Artigo 76.º
Clarificação do âmbito de aplicação da lei no que concerne aos trabalhadores que têm
e) e 3.º n.º 2
atividade de pesca em embarcações com cumprimento inferior a 15m (eliminação do
conceito de frota pesqueira).
Artigo 77.º
A formação de representante do empregador, empregador e trabalhador
n.º 2
designado, deixa de ser validada pela ACT, muito embora deva obedecer aos
requisitos previstos no Manual de Certificação previsto na Lei n.º 42/2012 de 28 de 8
agosto e ser ministrada por entidade formadora certificada e, ser previamente
comunicada à ACT.
Artigo 80.º
Os requisitos para a revogação de autorização de dispensa de serviço interno
n.º 4 c)
passaram a incluir as doenças profissionais contraídas ao serviço da empresa, ou para
as quais tenham contribuído direta e decisivamente as condições de trabalho da
empresa.
Artigo 81.º
A ocorrência de um acidente de trabalho mortal por violação de regras de segurança e
n.º 6 a)
saúde no trabalho, imputável ao empregador, constitui uma das condições de
revogação de autorização para exercício das atividades pelo empregador ou por
trabalhador designado em substituição das taxas de incidência e gravidade de
acidentes de trabalho, em 5 anos, superiores à média do respetivo setor.
Artigo 81.º
O exercício das atividades pelo empregador ou por trabalhador designado
n.º 10
permanece sujeito à autorização por parte das entidades competentes, que deverá ser
concedida no prazo de 45 dias a contar da data de entrada do requerimento e não os
60 dias previstos anteriormente. Deixa de ser necessário renovar o pedido de
autorização para exercer estas atividades (revogado o n.º 5 da Lei n.º 102/2009 de 10
de setembro). Na ausência de decisão expressa considera-se a autorização tacitamente
deferida.
Artigo 82.º
O acordo que institua o serviço comum, deixa de carecer de autorização, devendo
n.º 2
ser comunicado aos serviços competentes no prazo máximo de 10 dias após a sua
celebração, devendo a comunicação ser acompanhada de parecer fundamentado dos
representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho ou, na sua falta,
dos próprios trabalhadores.
Artigo 84.º
Os serviços externos, contratados a empresa estabelecida noutro Estado membro
n.º 8
do Espaço Económico Europeu, não carecem de autorização, ficando no entanto
sujeitos às condições de exercício que lhe sejam aplicáveis nos termos da lei, podendo
ainda ser avaliados através de auditoria, por iniciativa dos organismos competentes;
Artigo 85.º
Na autorização de serviço externo passou a estar previsto, enquanto requisito, a
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n.º 1 a)
disponibilidade permanente do quadro mínimo (dois técnicos de segurança no
trabalho).
Artigo 90.º
O serviço externo deixa de ter de comunicar as alterações que afetem a natureza
n.º 1
jurídica, a localização da sede ou dos seus estabelecimentos e as relativas aos
requisitos do n.º 1 do artigo 85.º, mantendo-se, no entanto, a necessidade de pedido de
alteração da autorização quando estiver em causa atividades de risco elevado,
alteração de instalações, equipamentos e utensílios.
Artigo 93.º
O prazo de decisão sobre pedidos de alteração de autorização que não impliquem 9
n.º 5
instalações, isto é, em que não seja realizada vistoria, é reduzido de 90 para 60 dias.
Artigo 108.º A realização dos exames de admissão (art. 108.º) pode ser dispensada se:
n.º 6 a) e b)
Existir uma transferência da titularidade da relação laboral, desde que o
trabalhador mantenha o mesmo posto de trabalho e não haja alterações
substanciais que possam acrescer risco ao trabalhador;
O trabalhador for contratado por um período inferior a 45 dias para um
trabalho idêntico, exposto aos mesmos riscos e que não tenha sido conhecida
qualquer inaptidão desde o último exame médico.
Artigo 111.º
A comunicação de acidente de trabalho mortal ou grave, deixou de
contemplar a “situação particularmente grave” passando a contemplar a
“lesão física grave”;
Além das alterações já referidas, a Lei contempla ainda alguns aditamentos,
nomeadamente:
A prevenção dos riscos profissionais deve assentar numa correta e permanente avaliação
de riscos e ser desenvolvida segundo princípios, políticas, normas e programas (artigo n.º
15, Lei n.º 3/2014).
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De acordo com o anexo da Lei n.º 3/2014, artigo 15.º, o empregador tem as seguintes
obrigações:
Ter em conta, que além dos trabalhadores, também terceiros poderão ser abrangidos
pelos riscos da realização dos trabalhos, quer nas instalações, quer no exterior;
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Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como pela segurança e pela saúde das
outras pessoas que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho,
sobretudo quando exerça funções de chefia ou coordenação, em relação aos serviços
sob o seu enquadramento hierárquico e técnico;
4.5.1. Consulta
O empregador, com vista à obtenção de parecer, deve consultar por escrito e, pelo menos,
uma vez por ano, previamente ou em tempo útil, os representantes dos trabalhadores
para a segurança e saúde ou, na sua falta, os próprios trabalhadores (artigo n.º 18 da Lei 14
n.º 3/2014).
A consulta é uma componente fundamental da política e da cultura da empresa. Faz parte duma
estratégia que permite valorizar os conhecimentos e a experiências dos trabalhadores, estimular a
motivação e favorecer a mudança. Os conhecimentos e a experiência dos que executam as
transformações e as atividades em geral são relevantes para a aplicação das medidas de prevenção e a
resolução das questões que, neste âmbito, se vão quotidianamente colocando.
Neste contexto, a ideia que prevalece é que a implicação dos trabalhadores nas atividades da
organização desencadeia uma melhoria das prestações. A valorização só assume contornos definidos
através da atribuição de competências e da abertura de domínios e matérias onde a consulta é possível.
O objetivo da consulta, é pois, o de criar um sentimento de pertença, algo que se torna difícil
nas estruturas organizacionais atuais, face à inercia de muitos modelos de gestão. Os gestores não
podem esperar uma participação genuína através da simples publicitação de que o sistema de gestão da
segurança e saúde no trabalho mudou. Muitas atitudes deste tipo acabam por não obter os resultados
pretendidos, porquanto ficou provado que os trabalhadores não participam quando compreendem que
as decisões são efetivamente tomadas em sede diferente, assumindo que o desempenho, em segurança,
das suas funções não requer a sua consulta nas decisões de segurança e saúde no trabalho.
Desta forma a Lei prevê que os representantes dos trabalhadores ou na sua falta os trabalhadores
sejam consultados sobre (artigo n.º 18 Lei nº 3/2014):
As medidas de segurança e saúde antes de serem postas em prática ou, logo que
possível, em caso de aplicação urgente das mesmas;
As medidas que, pelo seu impacte nas tecnologias e nas funções, tenham repercussão
sobre a segurança e saúde no trabalho;
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A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos que ocasionem incapacidade para
o trabalho superior a três dias úteis, elaborada até ao termo do prazo para entrega do
relatório único relativo à informação sobre a atividade social da empresa;
4.5.2. Informação
Para além de ser uma medida de prevenção de longo alcance, a informação constitui um fator
potenciador da eficácia das demais medidas de prevenção. Independentemente da forma que a
comunicação assuma, os seus responsáveis devem ponderar acerca dos conteúdos a incluir, o modo de
organizar as mensagens, o grau de perceção da linguagem e o estilo.
Admissão na empresa;
4.5.3. Formação
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Investir na qualificação das pessoas significa desenvolver sistemas e metodologias de atuação
que permitem mais e melhor emprego e maior qualidade de vida no trabalho através da formação
qualificante e da formação habilitante.
A formação constitui hoje uma das valências essenciais na promoção das condições de trabalho.
Qualquer que seja o modelo de abordagem propugnado, todos convergem no investimento nas pessoas
que a formação consubstancia, como meio de eliminar os acidentes de trabalho e as doenças
profissionais, ao mesmo tempo que a legislação aplicável põe o enfoque na obrigação do empregador
garantir a aquisição de competências por parte dos trabalhadores, em todos os setores de atividade,
com o intuito de prevenir riscos gerais ou específicos.
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O objetivo da investigação de acidentes não e só determinar a causa (ou causas) dos danos,
mas sim o porquê de terem ocorrido e desta forma ser possível elaborar uma proposta das medidas
corretivas a serem implementadas.
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“Doença incluída na lista das doenças profissionais de que esteja afetado um trabalhador
que tenha estado exposto ao respetivo risco pela natureza da indústria, atividade ou
condições, ambiente e técnicas do trabalho habitual”. (artigo 94º da Lei n.º 98/2009).
A curto prazo:
Caso seja reconhecida a doença profissional ao trabalhador, este tem direito à reparação dos
danos da sua saúde, que consistem em dois tipos de prestações: em espécie e em dinheiro.
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Ao abrigo do artigo 7.º n.º 1 da Lei n.º 42/2012, os princípios deontológicos a seguir pelos
profissionais de segurança de trabalho são os seguintes:
A norma OHSAS 18001 é elaborada pelo OHSAS Project Group, uma associação 25
internacional de organismos de normalização nacionais, organismos de certificação, organismos de
acreditação, institutos de segurança e saúde, associações industriais, consultores e agências
governamentais.
A norma OHSAS 18001 foi inicialmente publicada em 1999, tendo sido sujeita em 2005 a
uma revisão sistemática de modo a determinar a necessidade de rever o referencial. A revisão
sistemática concluiu que a norma deveria ser revista, para estar perfeitamente alinhada com a ISO
14001:2004, tendo os trabalhos respetivos originado a 2ª edição, a norma OHSAS 18001:2007.
Em 2000 foi publicada a norma OHSAS 18002, com o intuito de fornecer orientações para a
implementação de um SGSST de acordo com a norma OHSAS 18001. Esta norma foi revista em 2008
para acompanhar a revisão de 2007 da OHSAS 18001.
A norma NP 4397 determina os requisitos que deverão ser assegurados pela organização no
que diz respeito à gestão de segurança e saúde no trabalho.
Cada empresa deverá determinar as metodologias mais adequadas para o seu caso, por forma a
garantir o cumprimento dos requisitos normativos.
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A norma NP 4397 é uma norma genérica de sistemas de gestão, o que significa que é aplicável
a organizações de todo o tipo e dimensão, quaisquer que sejam os seus produtos e sectores de
atividade e em qualquer ponto do globo, desde que pretenda:
Demonstrar a conformidade com da norma através de: efetuar uma auto avaliação e
uma auto-declaração, ou procurar confirmação da sua conformidade por partes
interessadas na organização, tais como clientes, ou procurar confirmação da respetiva
auto-declaração por entidade externa à organização (terceira parte), ou procurar
certificação/registo do respetivo sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho
por uma entidade externa (terceira parte).
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- Cumprimento de requisitos
legais;
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Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro
Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho - (Regulamenta o Regime
jurídico da promoção e prevenção da segurança e saúde no trabalho, de acordo com o previsto no
art.º 284º da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro)
Transpõe para o direito interno a Diretiva n.º 92/57/CEE, de 24 de Junho, relativas às prescrições
mínimas de segurança e saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis e revoga o Decreto-
Lei nº 155/95 de 1 de Julho.