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Para um historiador, a região não será tanto aquilo de onde a pesquisa partirá, mas sim
aquilo que a pesquisa pretende produzir historiograficamente. A região, para a operação
historiográfica, não é ponto de partida; frequentemente é o ponto de chegada.
Reflitamos um pouco sobre isto (BARROS, 2013, p.6)
conexão entre História Local e História Cultural, pode gerar um território específico
que nada tenha a ver com o recorte administrativo de uma paróquia ou município,
misturando pedaços de unidades paroquiais distintas ou vazando municípios. Do mesmo
modo, uma realidade econômica ou de qualquer outro tipo não coincide
necessariamente com a região geográfica no sentido tradicional. Também não precisa
sequer coincidir com áreas econômicas mais tradicionais, pois o que está sendo
pesquisado pode ser relacionado à produção, ao consumo, à circulação, ao imaginário
econômico ou a inúmeras das instâncias que são investigadas pela História Econômica,
para além dos objetos mais tradicionais da Macro-Economia. [...] um critério geográfico
amparado na cartografia tradicional, da mesma forma, pode ou não ser pertinente a uma
pesquisa que se realiza. Assim, pode-se dar que um determinado objeto de pesquisa
justifique o uso da definição estruturalista de região, (BARROS, 2013, p.7)
que a encara como o espaço de uma interação marcada por determinações recíprocas
entre o ambiente físico-natural e os processos sociais que nele se desenvolvem. Seria o
caso, então, de se definir o peso que se atribui à determinação geográfica neste
processo. Ou pode ser que seja pertinente um enfoque mais culturalista, no qual se
define a região preferencialmente “a partir da influência que os elementos de ordem
étnica, religiosa ou cultural, de modo geral, exercem sobre a relação entre o homem e o
seu meio”4.
O historiador deve dedicar, por outro lado, uma atenção especial aos critérios políticos e
sociais. Uma região pode ser delineada como um espaço onde se reproduzem certos
padrões de conflitos sociais, ou como um espaço onde se desenrola determinado
movimento social. [...] a “região” construídapelo historiador deixaria de ser um dado
externo à sociedade, como se a precedesse oucomo se fosse o caso de meramente se
fixarem balizas para o estudo, para passar a serencarada como algo produzido a partir
do próprio processo social examinado.[...] distinguir mais claramente o par “História
Local / História Regional” da “Micro-História”. Não há como confundir uma coisa com
a outra. Quando um historiador se propõe a trabalhar dentro do âmbito da História
Regional, ele mostra-se interessado em estudar diretamente uma região específica. O
espaço regional, como já foi destacado, não estará necessariamente associado a um
recorte administrativo ou geográfico, podendo se referir a um recorte antropológico, a
um recorte cultural ou a qualquer outro recorte proposto pelo historiador de acordo com
o problema histórico que irá examinar. Mas, de qualquer modo, o interesse central do
historiador regional é estudar especificamente este espaço, ou as relações sociais que se
estabelecem dentro deste espaço, mesmo que eventualmente pretenda compará-lo com
outros espaços similares ou examinar em algum momento de sua pesquisa a inserção do
espaço regional em um universo maior (o espaço nacional, uma rede comercial).Que a
região é uma construção do histo (BARROS, 2013, p. 8)
Possível que mesmo a História Oral também inclua de maneira significativa, entre suas
práticas, a da entrevista virtual, por e-mail ou em tempo real. (BARROS, 2013, p. 14)