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Histó rtes 11.º ano
11
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Índice
Introdução 3

Preparação ao longo do ano – Conselhos úteis 10

Parte I – Teoria 12

MÓDULO 1 – A Cultura da Ágora 14


1. O Homem da democracia de Atenas 16
1.1. O século V a. C.; o século de Péricles (Tempo) 16
1.2. Atenas: a polis; um olhar sobre a planta de Atenas; o mar e o porto (Espaço) 16
1.3. O grego Péricles (Biografia) 16
1.4. A ágora (Local) 16
1.5. A Batalha de Salamina (Acontecimento) 17
1.6. A mitologia (Síntese 1) 17
1.7. A organização do pensamento (Síntese 2) 17
1.8. O diálogo entre o coro (kommos lamentação) e Xerxes, em Os Persas, de Ésquilo.
Conteúdos e técnicas. O estádio e o teatro. A tragédia e a comédia (Caso Prático 2) 17

2. Em busca da harmonia e da proporção: a arte grega 19


2.1. A arquitetura grega: da herança pré-helénica à capacidade de projetar no espaço
e representar conceitos. 19
2.2. A escultura grega: o Homem em todas as suas dimensões 21
2.3. A cerâmica e a pintura: arquivo de imagens da civilização grega 24
2.4. Os templos Pártenon e Atena Niké: descrição e caracterização (Caso Prático 1) 25
Síntese Final 27

MÓDULO 2 – A Cultura do Senado 30


1. A lei e a ordem do Império 32
1.1. O século I a. C./d. C.; o século de Augusto (Tempo) 32
1.2. Roma: modelo urbano no Império (Espaço) 32
1.3. O romano Octávio (Biografia) 32
1.4. O Senado: a lei, da República ao Império; os senadores e o cursus honorum (Local) 33
1.5. O incêndio de Roma, ano 64 (Acontecimento) 33
1.6. A língua latina: a construção do latim; o latim de Cícero; o latim do limes (Síntese 1) 33
1.7. O ócio: os tempos do lúdico; os jogos do Circo; a preocupação com as artes (Síntese 2) 34

2. Entre o belo e o útil: a arte romana 35


2.1. A arquitetura romana: a síntese romana do património arquitetónico etrusco
e grego. O carácter da arquitetura romana: a utilidade e a grandiosidade 35
2.2. A escultura romana: o Homem enquanto indivíduo 38
2.3. A pintura e o mosaico: a vida enquanto forma de arte 39
2.4. A Coluna de Trajano (112-114 d. C.) (Caso Prático 1) 40
2.5. Os frescos de Pompeia (79) (Caso Prático 2) 40
4 Síntese Final 41
MÓDULO 3 – A Cultura do Mosteiro 44
1. Os espaços do cristianismo 46
1.1. Séculos IX-XII, da reorganização cristã da Europa (Christianitas) ao crescimento
e afirmação urbanos (Tempo) 46
1.2. A Europa dos reinos cristãos; a geografia monástica da Europa (Espaço) 46
1.3. O cristão São Bernardo (Biografia) 47
1.4. O mosteiro: uma vida própria com domínio do tempo e do espaço (Local) 47
1.5. A coroação de Carlos Magno (800) (Acontecimento) 47
1.6. Os guardiães do saber (Síntese 1) 47
1.7. O poder da escrita; a iluminura, outra forma de escrita (Síntese 2) 48
1.8. O canto gregoriano (Caso Prático 1) 48

2. Deus, fortaleza da Humanidade: as artes cristãs medievais 49


2.1. A arquitetura: dos primórdios paleocristãos à arquitetura românica 49
2.2. A escultura românica: os poderes da imagem 53
2.3. As artes da cor: pintura, mosaico e iluminura 54
2.4. A Igreja de São Pedro de Rates: simplicidade, rudeza e mensagem (Caso Prático 2) 56

3. A Europa sob o signo de Alá: a arte muçulmana em território europeu 56


3.1. A arquitetura áulica, religiosa e militar 56
3.2. A decoração arquitetónica e as artes ornamentais 57
3.3. A arte moçárabe 57
Síntese Final 59

MÓDULO 4 – A Cultura da Catedral 62


1. As Cidades e Deus 64
1.1. Do século XII à 1.ª metade do século XV (Tempo) 64
1.2. A Europa das Cidades: as grandes cidades; as cidades-porto.
A Europa das catedrais e universidades (Espaço) 64
1.3. O letrado Dante Alighieri (1265-1321) (Biografia) 65
1.4. A catedral: a representação do divino no espaço. (Local) 65
1.5. A Peste Negra (1348) (Acontecimento) 65
1.6. A cidade. O complexo urbano: espaço, população, subsistência.
A fixação dos poderes, dos ofícios e dos artesãos (Síntese 1) 65
1.7. A cultura cortesã. As artes cortesãs: do teatro à dança (Síntese 2) 66
1.8. Nicolau Lanckman de Valckenstein, Casamento de Frederico III com D. Leonor de Portugal
(festas de 13 a 24 de outubro de 1451) (Caso Prático 2) 66

2. Em louvor de Deus e dos homens – a arte gótica 66


2.1. A arquitetura: evolução e expansão; o Gótico em Portugal;
o Manuelino entre a Idade Média e o tempo novo 67
2.2. A escultura gótica: a humanização do céu 70
2.3. As artes da cor: vitrais e iluminuras 71 5
Índice
2.4. As artes na Itália e na Flandres: do Humanismo italiano à revolução pictórica flamenga 71
2.5. O gótico cortesão: o luxo ao serviço do Homem 73
2.6. A Catedral de Notre-Dame de Amiens, França, 1220-1280 (Caso Prático 1) 73

3. Ainda sob o signo de Alá 74


3.1. A arte dos reinos muçulmanos na Península Ibérica 74
3.2. A arte mudéjar 74
Síntese Final 75

MÓDULO 5 – A Cultura do Palácio 78


1. Homens novos, espaços novos, uma memória clássica 80
1.1. Da 1.ª metade do século XV a 1618 ( Tempo) 80
1.2. A Europa das rotas comerciais, do Mediterrâneo ao Báltico; o Oriente e o Atlântico (Espaço) 80
1.3. O mecenas Lourenço de Médicis (1449-1492) (Biografia) 80
1.4. O palácio, habitação das elites (Local) 80
1.5. O De Revolutionibus Orbium Coelestium (1543), de Nicolau Copérnico (1473-1543) (Acontecimento) 81
1.6. O Humanismo e a imprensa (Síntese 1) 81
1.7. Reformas e espiritualidade (Síntese 2) 81
1.8. F
 ala do Licenciado e diálogo de Todo-o-Mundo e Ninguém, da obra Lusitânia, de Gil Vicente
(c. 1465-1536?) (Caso Prático 2) 81

2. A arte renascentista: o Homem, unidade de medida 83


2.1. A pintura renascentista: dos primórdios à expansão 83
2.2. A Anunciação (1473-75), de Leonardo da Vinci (1452-1519) (Caso Prático 1) 84
2.3. A arquitetura, metáfora do universo 87
2.4. A escultura: entre o Gótico e o retorno ao antigo. A completa autonomização da escultura 91

3. O(s) Maneirismo(s): da regra à transgressão 93


3.1. O século XVI: crise de valores e individualismo; a arte de Rafael e de Miguel Ângelo 93
3.2. A arte maneirista: pintura, arquitetura e escultura 93

4. A Europa entre Renascimento e Maneirismo 95


4.1. A resistência gótica e a lenta difusão da matriz italianizante na Europa;
o Maneirismo, o primeiro movimento estético pluricontinental 95
4.2. Renascimento e Maneirismo na França, nos Países Nórdicos e em Espanha 95
4.3. Renascimento e Maneirismo em Portugal 96
Síntese Final 98

MÓDULO 6 – A Cultura do Palco 100


1. Muitos palcos, um espetáculo 102
1.1. De 1618 a 1715; do início da Guerra dos Trinta Anos ao final do reinado de Luís XIV (Tempo) 102
1.2. A Europa da corte: a corte nos palácios das cidades; a corte junto às cidades – Versalhes (Espaço) 102
6 1.3. O Rei-Sol Luís XIV (1638-1643-1715) (Biografia) 102
1.4. O palco. Os palcos: a corte, a igreja, a academia (Local) 103
1.5. O Tratado de Utreque (1713) (Acontecimento) 103
1.6. A mística e os cerimoniais (Síntese 1) 103
1.7. A revolução científica: razão e ciência (Síntese 2) 103
1.8. La Cérémonie Turque, em Le Bourgeois Gentilhomme, de Molière (Caso Prático 1) 104

2. Arte e retórica: o Barroco 106


2.1. O sentido do Barroco. Razão e emoção; gravidade e teatralidade; o conceito de arte total;
as origens do movimento – a Roma triumphans 106
2.2. A arquitetura barroca 106
2.3. A escultura barroca: sob o signo do pathos 109
2.4. A pintura barroca: a luz como personagem central 111
2.5. O Barroco classicista francês 113
2.6. Da Europa para o mundo: Barroco ou barrocos? 114
2.7. O Real Edifício de Mafra (1717-1730/1737) (Caso Prático 2) 115
Síntese Final 117

MÓDULO 7 – A Cultura do Salão 120


1. Das “revoluções” à Revolução 122
1.1. De 1715 a 1815: da morte de Luís XIV à Batalha de Waterloo (Tempo) 122
1.2. Da Europa das monarquias à Europa da Revolução (Espaço) 122
1.3. O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) (Biografia) 122
1.4. O Salão: novo espaço de conforto e intimidade (Local) 123
1.5. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) (Acontecimento) 123
1.6. As Luzes: as ruturas culturais e científicas (Síntese 1) 123
1.7. Da festa galante à festa cívica, a revolução da sensibilidade (Síntese 2) 124
1.8. Le Nozze di Figaro, finale, de W. A. Mozart (Caso Prático 1) 124

2. Entre o humor e a razão: as artes do século XVIII 125


2.1. A arte rococó 125
2.2. Da Europa para o mundo: a dialética Barroco-Rococó no espaço europeu e nas
possessões ibéricas do continente americano 129
2.3. O regresso à ordem: o Neoclassicismo (arquitetura, pintura e escultura);
o Neoclassicismo em Portugal 130
2.4. O urbanismo da Baixa Pombalina (1758-...), planta de Eugénio dos Santos (Caso Prático 2) 134
Síntese Final 135

MÓDULO 8 – A Cultura da Gare 138


1. A velocidade impõe-se 140
1.1. De 1815 a 1905: da Batalha de Waterloo à exposição dos Fauves (Tempo) 140
1.2. A Europa das linhas férreas (Espaço) 140
1.3. O engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923) (Biografia) 140
1.4. A Gare (Local) 141 7
Índice
1.5. A 1.ª Exposição Universal (Londres, 1851) (Acontecimento) 141
1.6. O indivíduo e a Natureza (Síntese 1) 141
1.7. Nações e utopias; as utopias e as críticas sociais e políticas (Síntese 2) 141

2. As artes do século XIX 142


2.1. O Romantismo, o passado enquanto refúgio 142
2.2. O Romantismo em Portugal: O Palácio da Pena, Sintra (1838-1868/1885) (Caso Prático 1) 146
2.3. O Realismo e o Impressionismo: um novo olhar sobre o real 147
2.4. Rodin 152
2.5. A pintura e a escultura em Portugal na 2.ª metade do século XIX 153
2.6. Italian Family on Ferry Boat Leaving Ellis Island (1905) de Lewis Hine (Caso Prático 2) 154
2.7. A Arte ao redor de 1900 155
Síntese Final 159

MÓDULO 9 – A Cultura do Cinema 162


1. A euforia das invenções 164
1.1. De 1905 a 1960: da Exposição dos Fauves à viragem dos anos 60 (Tempo) 164
1.2. Da Europa para a América: influências mútuas, culturais e científicas (Espaço) 164
1.3. O Charlot (1914-1934) de Charles Spencer Chaplin (1889-1977) (Biografia) 164
1.4. O cinema: o triunfo do sonho e do mito (Local) 165
1.5. A descoberta da penicilina por Alexander Fleming (1928) (Acontecimento) 165
1.6. O homem psicanalisado: o contributo de Sigmund Freud e da arte na procura do “eu” (Síntese 1) 165
1.7. As ruturas: autoritarismos e nacionalismos. Os horrores da época.
Novos mundos emergentes e novas linguagens artísticas (Síntese 2) 165

2. A Arte na 1.ª metade do século XX: as grandes ruturas 167


2.1. Sob o signo da provocação: Fauvismo, Expressionismo e Dadaísmo 167
2.2. Os caminhos da abstração formal: Cubismo, Futurismo e movimentos subsequentes
do Cubismo e do Futurismo 171
2.3. A nova complexidade material: a arte abstrata como arte democrática: Abstracionismo
Lírico ou Expressivo; Abstracionismo Geométrico (Suprematismo e Neoplaticismo) 174
2.4. A pulverização dos caminhos artísticos – Europa e EUA: Arte informal;
Expressionismo abstrato; Abstração geométrica 176
2.5. O regresso ao mundo visível: Realismo Figurativo, Realismo Crítico e Neorrealismo;
Surrealismo 178
2.6. Arte e função: a arquitetura e o design 180
2.7. A arte portuguesa até aos anos 60: pintura, escultura e arquitetura 183
2.8. O “Ultimatum Futurista Às Gerações Portuguesas do Século XX” – 1.ª Conferência Futurista
de Almada Negreiros (Caso Prático 1) 184
2.9. A Guernica (1937), de Pablo Picasso (Caso Prático 2) 185

8 Síntese Final 187


MÓDULO 10 – A Cultura do Espaço Virtual 190
1. O fenómeno da globalização 192
1.1. De 1960 à atualidade (Tempo) 192
1.2. O mundo global; o espaço virtual (Espaço) 192
1.3. A autobiografia (Biografia) 192
1.4. A Internet: novas formas de divulgação de receção e de conhecimento (Local) 192
1.5. A chegada do Homem à Lua (1969) (Acontecimento) 193
1.6. O corpo e as novas linguagens (Síntese 1) 193
1.7. O consumo; consumir para ser (Síntese 2) 193
1.8. Café Müller (1978), de Pina Bauch (Caso Prático 1) 193

2. As Artes na atualidade 195


2.1. Criar é agir: a arte enquanto processo 195
2.2. Coca-Cola (1960) de Andy Warhol (Caso Prático 1) 196
2.3. A arte-acontecimento: Happening, Performence e Body art 198
2.4. Polos da criação artística contemporânea: arte concetual, Minimal Art, Instalação e Land Art;
Hiper-Realismo e Nova Figuração 199
2.5. Para além do Funcionalismo: os caminhos da arquitetura contemporânea 201
2.6. Vias de expressão da arte portuguesa 202
Síntese Final 204

Parte II – Preparação para o Exame Final Nacional 206

Conselhos úteis – Perguntas e respostas 208

Exames Finais Nacionais 214

Provas de Exame Final 216


Exame Nacional – 2012. 1.ª Fase 216
Propostas de Resolução 223
Exame Nacional – 2012. 2.ª Fase 226
Propostas de Resolução 234
Exame Nacional – 2013. 1.ª Fase 236
Propostas de Resolução 243
Exame Nacional – 2013. 2.ª Fase 247
Propostas de Resolução 254
Exame Final Nacional – 2014. 1.ª Fase 257
Propostas de Resolução 265
Exame Final Nacional – 2014. 2.ª Fase 268
Propostas de Resolução 274

Parte III – Sugestões de resolução (dos exercícios propostos) 278 9


Módulo 9 · A Cultura do Cinema

2.3. A nova complexidade material: a arte abstrata como arte


democrática
Intuída já por várias correntes pictóricas desde o último quartel do século XIX, e experimentada pela primeira

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vez por Kandinsky em 1910 durante a sua participação no grupo O Cavaleiro Azul, a arte abstrata conheceu o seu
primeiro desenvolvimento entre 1918 e 1933.
Sendo por definição uma arte sem tema nem objeto, ela assume-se como a expressão mais pura da arte do espí-
rito, liberta de programas ideológicos e de fácil compreensão por todos pois não carece de interpretação (daí se consi-
derar mais democrática). No período acima mencionado, a arte abstrata manifesta-se nas correntes que passamos a
analisar.

Abstracionismo Lírico ou Expressivo


Tem como antecedente a pintura de O Cavaleiro Azul e teve em Kandinsky o seu iniciador e principal repre-
sentante. Inspira-se na imaginação, no inconsciente e na música e manifesta-se numa pintura de pontos, linhas e
planos de cor que prefiguram formas orgânicas, arredondadas e irregulares, pintadas em cores vibrantes, ora
planas e puras ora com nuances, aplicadas em pinceladas rápidas de tinta alisada (= não texturada). Estas formas
organizam-se livremente sobre a tela, segundo ritmos musicais, dinâmicos, num processo de composição abs-
trato que privilegia a espontaneidade e a intuição.
As telas assim compostas comunicam principalmente pelos efeitos emocionais e plásticos que em nós provo-
cam. A intenção que lhes está subjacente é a de expressar os conteúdos espirituais através da essência da pin-
tura, reagindo contra o materialismo da época (influência da Teosofia).

Abstracionismo Geométrico: Suprematismo e Neoplasticismo


O Abstracionismo Geométrico é uma arte racional que resulta da análise intelectual e científica do mundo
espiritual. Na sua concretização técnica recebeu influências do Cubismo sintético e do Futurismo. Manifestou-se
em duas correntes diferentes: uma nascida na Rússia em 1915-16 – o Suprematismo; e outra na Holanda, em
1917 – o Neoplasticismo.
O Suprematismo foi criado pelo pintor russo Casimir Malevitch e caracteriza-se por usar formas geométricas
básicas (quadrados, retângulos, triângulos e círculos), de diferentes tamanhos, anotadas em cores primárias e
planas, associadas ao branco e ao preto. Essas formas pairam sobre o fundo branco e vazio das telas em total bi-
dimensionalidade, sem qualquer noção de perspetiva ou profundidade. Organizam-se em direções paralelas e/
ou convergentes, criando sobreposições, o que provoca sensações de movimento, dinamismo e ritmo.
Inspirado pela filosofia niilista de Nietzsche e dos filósofos russos de finais do século XIX, a intencionalidade
de Malevitch era praticar uma pintura pura, capaz de expressar o espírito humano sem qualquer ligação à reali-
dade. Esta procura da pureza pictórica através de meios plásticos cada vez mais depurados haveria de conduzir
Malevitch a pôr em causa a existência da própria pintura com a sua obra Quadrado Branco sobre Fundo Branco.
O Neoplasticismo foi um movimento mais amplo pois abrangeu, desde o seu início, a pintura, a escultura, a
arquitetura, o design e a literatura. Foi divulgado pela revista De Stijl (O Estilo), para a qual escreveram alguns dos
mais importantes representantes do movimento, como os pintores Piet Mondrian, Theo van Doesburg e Van der
Leck e os arquitetos Pieter Oud e Guerrit Rietveld.
Na pintura, as obras neoplasticistas caracterizam-se por representar quadrados e retângulos de cor (primária
e por vezes também outras), planas e lisas, delimitadas por linhas ortogonais a negro, com diferentes espessuras.
A composição vive da relação espacial entre formas e linhas, organizadas sobre o espaço do quadro (o fundo), de
forma ora dinâmica ora estática. Estas composições provocam no observador sensações ora de equilíbrio, ordem
e serenidade, ora de movimento e dinamismo. Em todas, contudo, a impressão dominante é a de racionalidade,
clareza e harmonia.
O Neoplasticismo visou criar uma nova estética, pura e universal, não representativa, mas objetiva e racional
que eliminasse o trágico da vida humana. Para isso criou uma simbologia universal, um código limitado de formas
e cores, capaz de expressar um número ilimitado de mensagens espirituais. Assim, o Neoplasticismo comporta
também um sentido esotérico e teosófico.

174
2. A Arte na 1.ª metade do século XX: as grandes ruturas

Exercícios de aplicação

Exercício 9_04
1. Uma das novidades artísticas do Pós-Primeira Grande Guerra foi a eclosão da Arte Abstrata,
considerada a expressão mais pura da criação artística. Responda:
1.1 Entre as frases abaixo apresentadas, selecione a que melhor define “Arte Abstrata”:
(A) É uma forma de Arte que não representa objetos reais.
(B) É a arte que não contém em si nenhuma relação com a realidade visível.
(C) É a arte que não resulta da perceção visual.
1.2 Identifique o artista a quem se atribui a “descoberta” da arte abstrata.
1.3 Mencione os elementos formais da linguagem plástica do Abstracionismo Lírico.

2. O Abstracionismo Geométrico é a expressão mais racional e científica da Arte Abstrata.

Figura 1 – Malevitch, Figura 2 – Modrian, Composição II em


Suprematismo, Vermelho, Azul e Amarelo, 1930,
1915, óleo sobre tela, óleo sobre tela
101,5 x 62 cm

2.1 Identifique os movimentos/estilos a que pertencem as obras das Figuras 1 e 2.


2.2 Compare os dois movimentos quanto a:
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• estrutura compositiva;
• expressividade;
• intencionalidade.

175
Sugestões de Resolução

2.2 As formas estão simplificadas e geometrizadas, quase 1.3 


A Action Painting ou Gestualismo caracteriza-se por ser

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abstratizantes, observadas sob vários pontos de vista, uma pintura intuitiva e espontânea, executada em gran-
com planos desdobrados. O movimento é dado exata- des gestos lançados ao acaso, em pinceladas largas ou
mente pela decomposição dos planos e sua sobrepo- em escorridos (drippings) de várias cores sobre telas de
sição e interpenetração, à maneira das sequências fíl- grande dimensão, que vão formando tramas lineares
micas (cinetismo). densas e complexas que cobrem o suporte até à exaus-
tão (all-over). Esta execução baseia-se no conceito de
automatismo psíquico, isto é, na relação direta que existe
EXERCÍCIO 9_04  (pág. 175) entre o inconsciente, o gesto criativo e o material pictó-
rico como veículo revelador do conteúdo interior.
Questão 1
1.1 Opção B. Questão 2
1.2 O pintor russo Wassily Kandinsky. 2.1 
É uma obra bidimensional que apresenta duas figuras
1.3 O Abstracionismo Lírico vive de pontos, linhas e planos femininas sintetizadas, desenhadas por uma linha a
de cor que prefiguram formas orgânicas, arredondadas negro, rude e grosseira, e preenchidas por pinceladas
e irregulares que se organizam livremente sobre a tela. soltas de cor. A execução, que não obedece a regras, é
de tal modo deformante e caótica que denuncia a
Questão 2 espontaneidade do processo criativo, executado sob
2.1 Figura 1 – Suprematismo; Figura 2 – Neoplasticismo. imediata emoção do artista, quase em automatismo.
A obra expressa isso mesmo: as emoções e o estado
2.2 
No Suprematismo, as formas geométricas pairam sobre
de espírito do artista no momento da execução.
o fundo branco e vazio das telas em total bidimensio-
A intencionalidade não é a representação do mundo
nalidade, sem qualquer noção de perspetiva ou profun-
físico, mas a passagem dos estados de espírito.
didade, organizando-se em direções paralelas e/ou
O Expressionismo Abstrato recebeu influências do Ex-
convergentes, criando sobreposições, o que provoca
pressionismo (arte que expressa o mundo interior do
sensações de movimento, dinamismo e ritmo. Inspi-
artista, os seus sentimentos e emoções), do Informa-
rado pela filosofia niilista de Nietzsche e dos filósofos
lismo (privilegia o momento da ação-execução, recor-
russos de finais do século XIX, a intencionalidade de
Malevitch era reduzir a pintura à pureza dos meios plás- rendo a muitas das técnicas informalistas), do Surrea-
ticos. Esses meios seriam capazes de expressar o espí- lismo (imediatismo, automatismo) e do Cubismo
rito humano sem qualquer ligação à realidade. (bidimensionalidade, fusão figuras-fundo).
No Neoplasticismo, a composição vive da relação es-
Questão 3
pacial entre formas e linhas, organizadas sobre o es-
A Abstração Geométrica tem como principal objetivo
paço do quadro (o fundo) de forma ora dinâmica ora
assumir a pintura unicamente pelos seus valores próprios e
estática. Estas composições provocam no observador
exclusivos (a cor e a bidimensionalidade), renegando
sensações ora de equilíbrio, ordem e serenidade, ora
todos os outros (o tema, a representação do mundo visível,
de movimento e dinamismo. Em todas, contudo, a im-
a expressão da emoção ou do sentimento, etc.). É uma pin-
pressão dominante é a de racionalidade, clareza e har-
tura conceptual e cerebral que anula, inclusive, a indivi-
monia. A intencionalidade é criar uma nova estética,
dualidade de cada artista.
não representativa mas objetiva e racional. Para isso
Barnett Newman e Ad Reinhardt, entre outros.
criou uma simbologia universal, um código limitado
de formas e cores, capaz de expressar um número ili-
mitado de mensagens espirituais.
EXERCÍCIO 9_06  (pág. 179)
EXERCÍCIO 9_05  (pág. 177) Questão 1
1.1 O regresso da arte ao figurativo e à linguagem realista
Questão 1 deu-se, a partir dos anos 30 do século XX, em três con-
1.1 Figura 1 - Action Painting; Figura 2 – Pintura Espacialista textos diferentes: nos países do comunismo socialista
ou Espacialismo; Figura 3 – Pintura Matérica; soviético, como instrumento dos ideais do regime;
Figura 4 – Arte Bruta. como arte oficial das ditaduras ocidentais (nazismo, fas-
1.2 O Informalismo foi uma das primeiras vanguardas pic- cismo, corporativismo); e como expressão individual de
tóricas do Pós-Segunda Guerra Mundial e desenvol- intervenção, em países democráticos do mundo oci-
veu-se, quase ao mesmo tempo (anos 40), nos EUA e dental, com problemas sociais ou político-sociais
na Europa. Parte de um conceito novo de arte, que (exemplo: Itália, França, Alemanha, Portugal, México,
concebe a criação e a execução artísticas como um ato Brasil e outros).
só, praticados em simultâneo e em constante dialé- 1.2 
Expor ou mostrar a vida dura dos mineiros, denun-
tica, rejeitando toda a racionalização e formalidades ciando a sua situação face à sociedade; tornar a arte
da arte anterior. Pondo a tónica no “fazer”, privilegia o um instrumento de denúncia e de intervenção social e
material e a técnica como partes primordiais da reali- política; falar por quem não tem voz ou não é ouvido
zação plástica, desvalorizando a pré-conceitualização, na sociedade.
os estudos prévios e todas as regras académicas.
Nasceu num tempo de mudança, nas cidades do pós- Questão 2
-Segunda Guerra Mundial, marcadas pela ascensão Contexto histórico e artístico do Surrealismo: o pe-
das classes médias e pela cultura de massas, domina- ríodo conturbado entre as duas Guerras Mundiais com os
300 das pela publicidade e pelas modas. problemas causados pela Grande Depressão de 1929, a

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