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M.A.P.A.

– Engenharia do Produto

A disciplina de Engenharia do Produto trata da estrutura da criação de um produto,


desde a ideia inicial até a fase de lançamento. O Processo de Desenvolvimento de Produtos
(PDP) será abordado de forma detalhada, por se tratar de um conjunto de atividades para o
desenvolvimento do produto, desde sua forma abstrata e intangível, até as estratégias de pós-
lançamento. Esse MAPA, portanto, será composto de textos que nos darão base para entender
o cenário de inovação no país e do processo de Design Thinking, bem como duas tarefas
propostas para avaliar a sua capacidade de sintetizar, definir problemas e de criar soluções para
resolvê-los. Vamos começar diferenciando dois conceitos que costumam causar uma certa
confusão: inovação de produto e processo.

Inovação de Produto

A inovação de produto consiste em modificações nos atributos dos bens ou serviços, tais
como mudanças na forma como ele é percebido pelos consumidores. No Manual de Apoio ao
Preenchimento da Pintec (2019), as inovações de produto compreendem aqueles
tecnologicamente novos e/ou substancialmente aperfeiçoados.

O produto tecnologicamente novo (bem ou serviço), é aquelas cujas características


fundamentais (especificações técnicas, matérias-primas, componentes, software incorporado,
interfaces amigáveis, funções ou usos pretendidos), diferem significativamente de todos os
produtos previamente produzidos pela empresa.

Já o aperfeiçoamento de produto (bem ou serviço), refere-se a um produto previamente


existente, cujo desempenho foi substancialmente incrementado ou aperfeiçoado, através de
mudanças nas matérias-primas, componentes ou em outras características que melhorem seu
desempenho.

Um produto simples pode ser aperfeiçoado, se for para obter melhor desempenho, por
meio da utilização de matérias-primas ou componentes de maior rendimento. Um produto
complexo, com vários componentes ou subsistemas integrados, pode ser aperfeiçoado através
de mudanças parciais em um dos componentes ou subsistemas.

Para o Manual de Oslo (2018), as inovações de produtos no setor de serviços, podem


incluir melhoramentos importantes no que diz respeito à forma como elas são oferecidas (por
exemplo, em termos de eficiência ou de velocidade), à adição de novas funções ou
características em serviços existentes ou à introdução de serviços inteiramente novos.

Entretanto, mudanças que não implicam em uma significativa alteração nas


características funcionais do produto ou em sua utilização, não são inovações de produto.
Atualizações de rotina ou mudanças sazonais também não configuram inovações de produto.
No Manual de Apoio ao Preenchimento da Pintec (2019), não são incluídas como inovações de
produto, dentre outras:

● Mudanças puramente estéticas ou de estilo do produto.


● Mudanças rotineiras, menores, nas funções ou características do produto, que não
envolvam um grau suficiente de novidade ou de esforço tecnológico, e que não
acrescentem nada significativo ao seu desempenho.
● Na indústria de vestuário, a introdução, seguindo as tendências da moda, de novas
cores, cortes e coleções.
● Na informática, a introdução de um release (pequenas alterações ou correções de bugs)
de um software já existente;
● Mudanças apenas no tamanho ou volume da embalagem, e mudanças no nome do
produto no mercado;
● Comercialização ou fabricação de produtos novos integralmente desenvolvidos e
produzidos por outra empresa; e
● Customização para um cliente que não inclua diferenças significativas de atributos
comparados aos produtos feitos para outros clientes.

Inovação de Processo

A inovação de processo trata de mudanças no processo de fabricação do bem ou na


prestação de um serviço. Não gera, necessariamente, impacto no produto final, mas produz
benefícios no processo de produção, geralmente com aumentos de produtividade e/ou
qualidade do produto final e redução de custos.

De acordo com o Manual de Apoio ao Preenchimento da Pintec (2019), inovação


tecnológica de processo refere-se à implementação de um novo ou substancialmente
aperfeiçoado método de produção ou de entrega de produtos.

Uma inovação tecnológica de processo pode ter por objetivo produzir ou entregar
produtos novos ou substancialmente melhorados, os quais não podem ser produzidos ou
distribuídos por meio de métodos convencionais já utilizados pela empresa, ou pode visar o
aumento da eficiência produtiva ou da entrega de produtos existentes. Seu resultado, portanto,
deve ser significativo em termos da elevação do nível de produção, do aumento da qualidade
dos bens ou serviços ou da diminuição dos custos unitários de produção e entrega.

Os métodos de produção novos ou significativamente aperfeiçoados na indústria


envolvem mudanças nas máquinas, equipamentos, software ou nos procedimentos de
organização do processo de produção (desde que acompanhados de mudanças no processo
técnico de transformação do produto, não se limitando, por exemplo, apenas em alterações de
layout da planta). Os métodos de distribuição dizem respeito à logística da empresa e seus
equipamentos, softwares e técnicas para fornecer insumos, alocar suprimentos ou entregar
produtos finais.

No Manual de Oslo, as inovações de processo incluem métodos novos ou


significativamente melhorados para a criação e a provisão de serviços. Elas podem envolver
mudanças substanciais nos equipamentos e nos softwares utilizados em empresas orientadas
para serviços ou nos procedimentos e nas técnicas que são empregados para os serviços de
distribuição.

O Manual de Apoio ao Preenchimento da Pintec (2019) afirma que não são incluídas
como inovações de processo, dentre outras:

● Paralisação de alguma linha de produção, embora isso possa melhorar o desempenho


da empresa.
● Compra de um número maior de máquinas de um modelo já instalado na empresa,
mesmo que seja extremamente sofisticado.
● Mudanças pequenas, rotineiras, nos processos produtivos existentes, que não
envolvam um grau suficiente de novidade na forma como são produzidas ou entregues,
e não acrescentem nada de significativo aos seus desempenhos.
● Mudança organizacional que não está diretamente associada a alguma mudança
tecnológica incorporada a novas máquinas, equipamentos ou softwares.

Cenário Brasileiro de Inovação

O livro didático traz a informação de que o Brasil é um país em desenvolvimento e, por


esse motivo, é mais rotineiro fazer adaptações e melhorias de produtos existentes que, de fato,
criar algo novo. A transferência internacional de tecnologia possibilita que as novidades
cheguem ao Brasil, por exemplo, de automóveis, equipamentos eletrônicos etc. Assim, temos,
em nosso país, uma adequação do produto e projeto para ser viável, ajustando-se aos padrões
brasileiros de fornecedores, mercado local e processo produtivo. Nosso país se destaca por
produtos de pouco valor agregado, por exemplo: café, soja, suco de laranja e celulose.
A fim de obter mais informações sobre o cenário de inovação no Brasil, a seguinte trilha
de aprendizagem é proposta:

● Sem abertura comercial, o Brasil não inova — e vice-versa:


https://exame.com/blog/opiniao/sem-abertura-comercial-o-brasil-nao-inova-e-vice-
versa/
● Análise do Ipea sobre a queda nos indicadores de inovação no Brasil (acesse a nota
técnica no final da página): https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-
conteudo/todas-as-publicacoes/publicacoes/185-ipea-analisa-queda-nos-indicadores-
de-inovacao-no-brasil
● Saiba o que é propriedade intelectual:
http://www.portaldaindustria.com.br/cni/canais/propriedade-intelectual-
cni/propriedade-intelectual/o-que-e/#anchor-intro
● Confira os principais dados e números atuais referentes à Propriedade Industrial no
Brasil e no mundo: http://www.portaldaindustria.com.br/cni/canais/propriedade-
intelectual-cni/propriedade-intelectual/dados-e-numeros/#anchor-intro
● Competitividade Brasil (veja o vídeo no final da página e faça o download da última
edição na íntegra): http://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/competitividade-
brasil-comparacao-com-paises-selecionados/
● O cenário da inovação no Brasil: https://anpei.org.br/cenario-da-inovacao-no-brasil/

Tarefa 1 (Valor 1,25) – Elabore um resumo que contemple todos as informações mais
importantes da trilha de aprendizagem supracitada. O resumo deve conter:

● Mínimo de 4 e máximo de 5 páginas, de acordo com o template que será enviado em


anexo.
● Um panorama dos principais problemas relacionados à inovação no país.
● Explicação sobre as quedas nos principais indicadores agregados de inovação no Brasil.
● Comparação dos números do Brasil com o mundo sobre o pilar da propriedade industrial
que se refere ao desenvolvimento de novos produtos.
● Principais resultados, fatores de competividade do Brasil e sua evolução do relatório
Co petividade B asil ue aponta os principais obstáculos ao crescimento e sugestões
de ações para removê-los.
● Apresentação dos pilares para alavancar a inovação no país.

Para saber como elaborar um resumo: https://www.todamateria.com.br/resumo-de-texto/


Design Thinking

Design Thinking contribui para o desenvolvimento de produtos e serviços com foco no


novo consumidor. Compreender o perfil do consumidor é parte fundamental no processo de
desenvolvimento de um produto ou serviço. Entender como ele pensa, como se comporta e
quais etapas se seguem até a decisão de compra auxilia a elaborar ofertas de negócios mais
assertivas e atraentes. Afinal, o que é Design Thinking?

O Design Thinking é um processo não linear e iterativo que as equipes usam para
entender os usuários, desafiar suposições, redefinir problemas e criar soluções inovadoras para
prototipar e testar. Envolvendo cinco fases - Empatia, Definir, Idear, Prototipar e Testar - é mais
útil para resolver problemas que estão mal definidos ou desconhecidos.

Por que o Design Thinking é tão importante?

O mundo tem se tornado cada vez mais interconectado e complexo desde que o
cientista cognitivo e ganhador do Prêmio Nobel Herbert A. Simon mencionou o design thinking
pela primeira vez em seu livro de 1969, The Sciences of the Artificial, e então contribuiu com
muitas idéias para seus princípios. Profissionais de uma variedade de campos, incluindo
arquitetura e engenharia, posteriormente avançaram neste processo altamente criativo para
atender às necessidades humanas na era moderna. As organizações do século XXI de uma ampla
gama de setores consideram o design thinking um meio valioso de solucionar problemas para
os usuários de seus produtos e serviços. As equipes de design usam o pensamento de design
para resolver problemas mal definidos / desconhecidos (também conhecidos como problemas
perversos) porque podem reformulá-los de maneiras centradas no ser humano e focar no que
é mais importante para os usuários. De todos os processos de design, o design thinking é quase
certamente o elho pa a pe sa fo a da caixa .

Os Cinco Estágios do Design Thinking

O Instituto Hasso Plattner de Design em Stanford (também conhecido como d.school) descreve
o design thinking como um processo de cinco estágios. Nota: Esses estágios nem sempre são
sequenciais e as equipes geralmente os executam em paralelo, fora de ordem e os repetem de
maneira iterativa.

Etapa 1: Empatia - Pesquise as necessidades dos seus usuários

Aqui, você deve obter uma compreensão empática do problema que está tentando resolver,
normalmente por meio da pesquisa do usuário. A empatia é crucial para um processo de design
centrado no ser humano, como o design thinking, porque permite que você deixe de lado suas
próprias suposições sobre o mundo e obtenha uma visão real dos usuários e de suas
necessidades.

Etapa 2: Definição - Defina as necessidades e problemas de seus usuários

É hora de acumular as informações coletadas durante a Etapa 1. Em seguida, você analisa suas
observações e as sintetiza para definir os principais problemas que você e sua equipe
identificaram. Estas definições são chamadas de declarações de problemas. Você pode criar
personas para ajudar a manter seus esforços centrados no ser humano antes de proceder à
ideação.

Etapa 3: Ideação - Desafiar suposições e criar ideias

Agora, você está pronto para gerar ideias. A base sólida de conhecimento das duas primeiras
fases significa que você pode começar a "pensar fora da caixa", procurar maneiras alternativas
de visualizar o problema e identificar soluções inovadoras para a declaração do problema que
você criou. O brainstorming é particularmente útil aqui.
Etapa 4: Protótipo - Comece a Criar Soluções

Esta é uma fase experimental. O objetivo é identificar a melhor solução possível para cada
problema encontrado. Sua equipe deve produzir algumas versões baratas e reduzidas do
produto (ou recursos específicos encontrados no produto) para investigar as ideias que você
gerou. Isso pode envolver simplesmente a prototipagem em papel.

Etapa 5: Teste - Experimente suas soluções

Os avaliadores testam os protótipos com rigor. Embora esta seja a fase final, o design thinking é
iterativo: as equipes costumam usar os resultados para redefinir um ou mais problemas
adicionais. Assim, você pode retornar aos estágios anteriores para fazer mais iterações,
alterações e refinamentos - para encontrar ou descartar soluções alternativas.

A Natureza Não Linear do Design Thinking

Podemos ter delineado um processo de Design Thinking direto e linear no qual um estágio
aparentemente leva ao próximo com uma conclusão lógica no teste do usuário. Porém, na
prática, o processo é realizado de forma mais flexível e não linear. Por exemplo, diferentes
grupos dentro da equipe de design podem conduzir mais de uma etapa simultaneamente, ou os
designers podem coletar informações e prototipar durante todo o projeto, de modo a capacitá-
los a dar vida às suas ideias e visualizar as soluções dos problemas. Além disso, os resultados da
fase de teste podem revelar alguns insights sobre os usuários, que por sua vez podem levar a
outra sessão de brainstorming (Idear) ou ao desenvolvimento de novos protótipos (Protótipo).
É importante observar que os cinco estágios nem sempre são sequenciais - eles não
precisam seguir nenhuma ordem específica e podem ocorrer frequentemente em paralelo e ser
repetidos iterativamente. Como tal, as etapas devem ser entendidas como diferentes modos
que contribuem para um projeto, ao invés de etapas sequenciais. No entanto, o que é
surpreendente sobre o modelo de Design Thinking de cinco estágios é que ele sistematiza e
identifica os 5 estágios que você esperaria realizar em um projeto de design - e em qualquer
projeto inovador de solução de problemas. Cada projeto envolverá atividades específicas para
o produto em desenvolvimento, mas a ideia central por trás de cada estágio permanece a
mesma.

Tarefa 2 (Valor 1,25) – Apresente um ou mais estudos de casos de inovação e impacto mostram
como o design centrado no ser humano obtém resultados reais. Seguem algumas instruções:

● Mínimo de 4 e máximo de 5 páginas (excluindo as referências), de acordo com o


template que será enviado em anexo.
● O estudo de caso deve apresentar de forma detalhada como cada uma das 5 etapas
foram realizadas para a entrega do produto.
● O estudo de caso deve ser uma inovação produto, tal qual foi definido na primeira seção
dessa atividade.
● Deve estar citado e referenciado de acordo com as normas da ABNT.
● O estudo de caso deve estar totalmente relacionado com ao menos um dos problemas
elencados na Tarefa 1. Isso deve estar explícito no final do estudo de caso.

Aprenda a usar as normas da ABNT: https://www.tecmundo.com.br/tutorial/834-aprenda-a-


usar-as-normas-da-abnt-citacao-2-de-4-.htm

Aprenda como fazer citação indireta e paráfrase nas normas da ABNT:


https://blog.mettzer.com/citacao-indireta-parafrase/

Tudo o que você precisa saber com exemplos sobre a NBR 6023 (norma que estabelece os
elementos a serem incluídos em referências): https://blog.mettzer.com/nbr-6023/

Referências

ABGi | Brasil. Inovação de Produto x Inovação de Processo. Disponível em: < https://brasil.abgi-
group.com/radar-inovacao/inovacao-tecnologica-inovacao-de-produto-x-inovacao-de-
processo>. Acesso em 31 jan. 21.

Interaction Design Foundation. Design Thinking. Disponível em: < https://www.interaction-


design.org/literature/topics/design-thinking>. Acesso em 1 fev. 21.

PAPPA, Marcia; CAIRES, Ricardo Tomaz; SOUZA, Germano Fogaça Pavão de; JUNIOR, Robson
Apdo Barbosa. Engenharia do Produto. Maringá-PR.: Unicesumar, 2021.

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