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ECG Leia Um Trecho Manual de ECG
ECG Leia Um Trecho Manual de ECG
ECG Leia Um Trecho Manual de ECG
ISBN 978-85-5462-166-7
1. Eletrocardiograma - Manuais,
guias, etc. 2. Cardiologia. I. Título.
CDU: 616.12-073.97(035)
Este livro foi pensado para ser, ao mesmo tempo, um guia para aqueles com
pouca experiência em eletrocardiograma e um manual de atualização e con-
sulta para aqueles que já possuem experiência e trabalham com o método.
São 1328 referências bibliográficas citadas, fato que evidencia a vasta pesquisa
realizada pelo editor e pelos colaboradores durante a produção deste livro.
O livro possui quatro seções:
(a) “Básica”, dos capítulos 1 ao 13 onde estão os fundamentos do método;
(b) “Arritmias”, dos capítulos 14 a 25;
(c) “Avançada”, dos capítulos 24 a 31, onde trazemos capítulos de interesse
para cardiologistas experientes;
(d) “Resumo: ECG em uma página”, onde o leitor pode encontrar informa-
ções valiosas sobre os principais capítulos do livro em uma página apenas.
Já que há capítulos básicos e avançados, como o leitor deve ler este livro?
Nos próximos parágrafos você pode encontrar uma sugestão, de acordo com
seu grau de formação ou conhecimento no assunto.
Acadêmicos de Medicina
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SUMÁRIO
SEÇÃO 2. ARRITMIAS
14. Extrassístoles atriais, juncionais e ventriculares ........................................ 335
15. Introdução às taquicardias supraventriculares ............................................... 345
16. Taquicardias atriais focais e taquicardia atrial multifocal ............................. 365
17. Fibrilação atrial e flutter atrial típico e atípico ................................................... 387
18. Taquicardias relacionadas ao nó atrioventricular ........................................... 409
19. Vias acessórias típicas, atípicas e Taquicardia por reentrada atrioven-
tricular ........................................................................................................................ 423
20. Taquicardia ventricular: diagnóstico diferencial com as taquicardias supra-
ventriculares .............................................................................................................. 451
21. Arritmias ventriculares ............................................................................................ 473
22. Arritmias passivas I: Doenças do nó sinusal ...................................................... 503
23. Arritmias passivas II: Bloqueios atrioventriculares .......................................... 517
24. Canalopatias ............................................................................................................... 531
25. Cardiomiopatias arritmogênicas ......................................................................... 567
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HISTÓRICO
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A marcação “t” é a representação de um segundo, a marcação “h” é a movimentação da parede do tórax, e a representação “e” representa o eletro-
cardiograma através da movimentação da coluna de mercúrio no eletrômetro (4).
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Figura 6
No painel A, observamos o triângulo de Einthoven e o terminal central de Wilson criado pelas três resistências de 5000ohms colocadas em cada
vértice do triângulo. No painel B, observamos o triângulo de Cabrera, em que temos as derivações clássicas D1, D2, D3, mais as criadas por Wilson e
aumentadas por Goldberg: aVR, aVL e aVF, todas dispostas de acordo com seus ângulos.
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eletrofisiologia cardíacas
José Nunes de Alencar Neto
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INTRODUÇÃO faremos considerações breves sobre
anatomia e fisiologia, mas, quando for
Não me leve a mal, mas para o uso necessário, daremos a sugestão que o
prático básico de eletrocardiograma, autor retorne aqui.
isto é, detectar sobrecargas, bloqueios, Em resumo, este capítulo pode ser
isquemia e arritmias, o conhecimento “pulado”, caso você esteja procurando
da anatomia e da eletrofisiologia car- por um conteúdo mais prático, mas o
díaca pode ficar em segundo plano. autor não aconselha.
Com “segundo plano”, no entanto, não
quer dizer que esse conhecimento é NOÇÕES DE ANATOMIA DO
desnecessário. Não. Tanto para um SISTEMA ELÉTRICO CARDÍACO
interno de Medicina que irá prestar
prova de Residência, como para um O sistema elétrico é composto de
médico que quer se aprofundar no co- células musculares cardíacas especia-
nhecimento dessa arte, esses concei- lizadas que formam nós (ou nodos) e
tos precisam ser conhecidos. feixes que possuem a capacidade de
Neste capítulo traremos informa- gerar o impulso (potencial de ação) e
ções básicas sobre tudo o que é im- de conduzir o mesmo com uma maior
portante para a ciência do eletrocar- velocidade (Figura 1).
diograma. Nos capítulos que sucedem
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Todo o sistema elétrico cardíaco chmann, por exemplo (1,2). Sua ativa-
possui a capacidade de geração do ção é incapaz de ser capturada pelos
impulso, porém cada estrutura im- eletrocardiógrafos.
prime velocidades diferentes para Nessa fase do ciclo cardíaco, a des-
executar o processo de geração de polarização ocorre apenas nas células
despolarização de membrana que atriais. Até aqui, falando em termos
detalharemos mais à frente. Desse elétricos, o que temos é a geração da
modo, a estrutura que mais rápido onda P (pois os átrios foram despolari-
conseguir executar todo o passo a zados). Concomitante a isso, o estímu-
passo necessário para que sua mem- lo que desceu pelos feixes internodais
brana tenha um salto em voltagem em direção a outro nó na fronteira
interrompe o mesmo processo que entre os átrios e os ventrículos que é
vinha ocorrendo nas demais células o nó atrioventricular, nó de Aschoff-
elétricas que estavam ainda tentan- -Tawara (carinhosamente chamado de
do despolarizar-se, e estas passarão nó AV). O nó AV foi caracterizado por
apenas a conduzir o impulso gerado. Sunao Tawara em 1906 (3). É uma es-
Por esse motivo, em condições fisio- trutura ovaloide com 1 x 3 x 5 mm de
lógicas, o nó sinusal, que é localiza- área localizada dentro do triângulo
do no teto do átrio direito, em sua de Koch, uma região endocárdica de
parede posterolateral, é considerado interesse para arritmologia delimitada
o maestro do coração. Este impulso anteriormente pelo folheto septal da
não é capturado pelos eletrocardió- valva tricúspide, posteriormente pelo
grafos, portanto, nessa fase ainda tendão de Todaro, tendo no ápice o
existe um silêncio elétrico no ECG. corpo fibroso central e na base o óstio
Dura pouco tempo, porque em ques- do seio coronariano (4) (Figura 2).
tão de 50 ms o impulso sai do nó si- Em situações normais, só há uma
nusal e começa a despolarizar a mus- forma de o estímulo elétrico passar
culatura dos átrios. do átrio para o ventrículo: é através do
Esse potencial de ação gerado é nó AV. O esqueleto fibroso cardíaco é
transmitido pelo átrio direito por cé- um complexo de tecido fibroso que
lulas miocárdicas atriais dispostas pa- sustenta as valvas cardíacas à base do
ralelamente e erroneamente chama- coração e é o responsável por isolar
das de feixes internodais (espere um eletricamente as câmaras atriais das
pouco para compreender a razão do ventriculares (5) (Figura 3). Dessa for-
erro) e também para o átrio esquerdo ma, a propagação do impulso atinge
através de células miocárdicas atriais as células transicionais do nó AV (cé-
não especializadas e não insuladas, lulas que não possuem características
portanto, erroneamente chamadas de histológicas de condução nem de con-
feixe de Bachmann - o melhor seria tração), onde há reduzidas junções co-
chamar esse local de “região” de Ba- municantes, propiciando de maneira
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