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Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Métodos de avaliação de investimentos 05
Unidade 2: Métodos de avaliação de investimentos: TIR e VPL 32
Unidade 3: Relação risco e retorno de investimentos 58
Unidade 4: Precificação de ativos 86
Unidade 5: Estrutura de capital 110
Unidade 6: Introdução a derivativos: termo e futuros 133
Unidade 7: Introdução a derivativos: opções e swap 160
Unidade 8: VaR e simulação de Monte Carlo 186
2/210
Apresentação da Disciplina
Esta disciplina irá abordar o ciclo de avaliação Dentro do ciclo de avaliação e seleção de
e seleção de projetos de investimentos, projetos de investimento, outra atividade
dentro de um contexto corporativo. Este importante será a identificação da relação
ciclo está inserido nas atividades da área risco versus retorno dos projetos. Iremos
financeira das empresas e tem por objetivo analisar as teorias Capital Asset Pricing
identificar oportunidades de investimento, Model (CAPM) e Arbitrage Pricing Theory
para manter as operações da empresa ao (ATP), para entender como esta relação é
longo do tempo. construída e qual a sua influência nas
decisões de investimento e na escolha
Existem ferramentas e técnicas para dos projetos para compor o portfólio de
avaliação e identificação destes iniciativas da empresa.
investimentos, que iremos estudar e analisar
A composição de um portfólio de
ao longo da disciplina. As ferramentas
investimentos permitirá que a empresa faça
analisadas serão: Return on Investment
a gestão dos riscos de seus projetos, visando
(ROI), Payback, Payback descontado, Valor maximizar seu retorno. Estudaremos a teoria
Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de de carteiras, buscando entender como a
Retorno (TIR) e TIR Modificada. composição de uma carteira de diversos
investimentos se relaciona com a relação
risco/retorno total.
3/210
Uma vez que a carteira ou portfólio de Desta forma, esta disciplina cobrirá as
iniciativas está determinada, será necessário diversas atividades do ciclo de investimentos:
identificar as fontes de financiamento. avaliação e seleção; determinação da relação
Iremos estudar a formação do custo de risco / retorno; composição de uma carteira
capital da empresa que suportará as decisões de investimentos para gerir o risco total;
na busca de financiamento dos projetos de identificação do custo de capital da empresa
investimentos. Além disso, abordaremos o para financiar seus investimentos; gerir os
uso de derivativos e estratégias de hedge, riscos do projeto utilizando derivativos e
buscando compreender como a empresa simulação de possíveis cenários.
pode fazer uma melhor gestão dos fluxos
futuros dos diversos investimentos.
Por fim, apresentaremos a metodologia de
simulação denominada Monte Carlo, que
permite a simulação de diversos cenários,
com o propósito de mapear riscos e
incertezas.
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Unidade 1
Métodos de avaliação de investimentos
Objetivos
5/210
Introdução
Cada vez mais as empresas buscam gerar com a apropriação ou não do valor do di-
valor para seus stakeholders de uma forma nheiro no tempo.
ampla. Hoje existe uma preocupação cres- As técnicas que consideram o valor do di-
cente em atender as necessidades não ape- nheiro no tempo são mais complexas e in-
nas de seus acionistas, mas de todos com corporam tanto a avaliação dos fluxos futu-
quem a empresa se relaciona. ros, como considerações de riscos na reali-
Esta geração de valor se dá, essencialmen- zação do projeto.
te, pela utilização de seus ativos tangíveis Já as técnicas que não consideram o va-
e intangíveis. Por isto as empresas necessi- lor do dinheiro no tempo são de aplicação
tam de processos estruturados, técnicas e mais simples e direta, no entanto possuem
ferramentas para selecionar e determinar algumas limitações, como a dificuldade de
quais serão seus investimentos. avaliação de projetos isoladamente e ne-
Podemos caracterizar os investimentos cessidade de serem combinadas com ou-
como a aquisição de ativos que irão gerar tras técnicas para chegar a um resultado
fluxos ou resultados de futuros, desta for- interessante. Neste módulo iremos analisar
ma, em geral podemos dividir as técnicas de as técnicas de ROI, Payback e Payback des-
análise em dois grandes grupos, de acordo contado.
Fluxo de Caixa
Alternativa Investimento
Ano 1 Ano 2 Ano 3
A 800.000 600.000 200.000 100.000
B 800.000 300.000 300.000 300.000
Fonte: Cristiano Machado (2017)
Fluxo de Caixa
Alternativa Investimento
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
A 800.000 600.000 200.000 100.000 0 0
B 800.000 300.000 300.000 300.000 300.000 300.000
Fonte: Cristiano Machado (2017)
Outra limitação apontada nesta técnica está no fato de que o cálculo despreza os valores dos
fluxos individuais. Explicando melhor, tomando a Alternativa A como exemplo, caso os fluxos 1
e 2 fossem invertidos, o payback permaneceria o mesmo. Porém, como vimos, os projetos com
fluxos maiores mais rápidos estarão menos sujeitos a riscos e incertezas.
17/210 Unidade 1 • Métodos de avaliação de investimentos
Adicionalmente, conforme foi comentado Um fluxo monetário terá um valor relativo
anteriormente, o payback não leva em con- no tempo. De maneira geral, para trazer um
sideração o valor dos fluxos no tempo. A fluxo futuro para o momento presente utili-
adaptação que veremos a seguir busca con- zamos a fórmula:
tornar esta limitação.
Para calcular o valor no Momento zero de um fluxo de 120 que está no Momento 2, teremos:
Para cálculo do payback descontado, os fluxos futuros são descontados para o mesmo momento
em que o investimento será realizado. Desta forma será possível utilizar os diversos fluxos, sem
os impactos gerados pala variação do tempo.
Vamos calcular o payback descontado, para os fluxos da Alternativa B apresentados anterior-
mente na Tabela 2, considerando uma taxa de desconto para a empresa de 10%:
Tabela 3 - Cálculo do Payback descontado
A Tabela 3 apresenta os ajustes necessários para efetuar o cálculo. Podemos ver que o payback
foi atingido no Ano 4, comparativamente com o payback anterior que foi atingido no Ano 3.
O payback descontado reconhece que receber um fluxo no futuro tem um valor distinto de rece-
20/210 Unidade 1 • Métodos de avaliação de investimentos
ber um fluxo no momento atual, por isto o tempo de payback será diferente.
No entanto, permanece a restrição em relação aos fluxos após o momento que se atinge o payba-
ck. Neste caso, mesmo que o projeto apresentasse fluxos adicionais nos anos 6, 7 e 8, eles não
impactariam a avaliação final.
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Considerações Finais
• A geração de valor de uma empresa está atrelada à utilização de seus ativos.
Esta geração deve contemplar todos os stakeholders da empresa, para ga-
rantir sua continuidade no longo prazo.
• Para determinar como seus ativos serão estabelecidos, a empresa deve uti-
lizar técnicas de avaliação de investimentos em busca de maximizar os re-
tornos nos eixos financeiros, sociais e ambientais.
• Nesta disciplina iremos estudar técnicas de análise de investimentos com
foco nos resultados financeiros, porém compreendendo a necessidade de
buscar o resultado nos três eixos.
• Analisamos as técnicas ROI e Payback, buscando identificar sua aplicação,
bem como as limitações e restrições de utilização.
24/210
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BREALEY, Richard; MYERS, Stewart; ALLEN, Franklin. Princípios de finanças corporativas. 10. ed.
São Paulo: AMGH Editora Ltda., 2013.
ELKINGTON, J. Sustentabilidade: canibais de garfo e faca. São Paulo: M. Books do Brasil, 2012.
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Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta técnicas de análise de investimen-
tos que levam em conta o valor do dinheiro no tempo:
a) ROI, VPL
b) Payback e ROI
c) TIR e VPL
d) Payback e TIR
e) Payback e VPL
27/210
Questão 3
3. Calcule o ROI de um investimento de 1.000 que gera um resultado de
3.000.
a) 3,0
b) 0,33
c) 0,50
d) 1,00
e) 2,00
28/210
Questão 4
4. Uma das vantagens do uso do Payback é:
29/210
Questão 5
5. Calcule o fluxo presente de um fluxo futuro de 240 utilizando uma taxa
de desconto de 20% e com 1 período de tempo.
a) 200
b) 12
c) 192
d) 220
e) 120
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Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: B.
As empresas devem buscar resultados no O payback é de fácil implementação.
triple bottom line.
5. Resposta: A.
2. Resposta: C.
A TIR, o VPL e o Payback descontado levam
em consideração o valor do dinheiro no
tempo.
3. Resposta: E.
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Unidade 2
Métodos de avaliação de investimentos: TIR e VPL
Objetivos
32/210
Introdução
A análise de investimentos exige a mode- dor terá uma expectativa de resultados po-
lagem financeira das alternativas a serem sitivos ou negativos, para seu investimento,
analisadas. Quando falamos de negócios já utilizando sua taxa de desconto.
conhecidos e estabelecidos, as incertezas Já a TIR será utilizada para indicar qual a taxa
nestas modelagens e previsões de fluxos fi- que o investimento irá gerar ao longo de sua
nanceiros são menores, mas em novos ne- vida útil. Desta forma, o investidor poderá
gócios, com mercados incertos, a elabora- avaliar comparativamente o investimento
ção será um desafio. frente às demais alternativas que possui.
Uma vez que os fluxos financeiros estão Ambos os métodos são amplamente utili-
determinados, existem técnicas que levam zados, mas possuem limitações que devem
em conta os valores e a distribuição destes ser entendidas. Sendo assim, o domínio
fluxos no tempo. Neste Tema vamos anali- destas técnicas, bem como o entendimento
sar duas técnicas, o Valor Presente Líquido de suas aplicações e limitações, serão fun-
(VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). damentais para uma avaliação efetiva das
O VPL busca identificar o valor gerado pelo alternativas de investimentos.
investimento, assumindo uma taxa de des-
conto para o tipo de investimento. Desta
forma, ao utilizar este método, um investi-
33/210 Unidade 2 • Métodos de avaliação de investimentos: TIR e VPL
1. O fluxo de caixa e análise de Conforme Assaf Neto (2009) destaca, no
investimentos processo de análise de investimentos, não
basta analisar valor total dos fluxos futu-
Nesta unidade iremos estudar os métodos ros, mas será necessário identificar como
que levam em conta o valor no tempo dos eles ocorrerão ao longo do tempo. Compa-
fluxos financeiros de uma alternativa de rativamente, não basta saber se um inves-
investimentos. Um dos elementos funda-
timento renderá um determinado retorno,
mentais para permitir uma avaliação confi-
ável será a capacidade de identificar corre- mas será a forma como este retorno se dará
tamente os fluxos financeiros previstos para ao longo do tempo que determinará qual
as propostas de investimentos em análise. investimento será selecionado.
A identificação destes fluxos se dará no le-
Para saber mais vantamento do fluxo de caixa do projeto.
O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) das em- Esta etapa é chamada de Financial Modeling
presas é um relatório que apresenta os fluxos fi- e corresponde a uma avaliação do negócio
nanceiros em três grupos: Fluxos Operacionais, e identificação de todas as entradas e saí-
Fluxos Financeiros e Fluxos de Investimentos. A das de recursos.
soma destes três fluxos será o fluxo de caixa da
empresa.
34/210 Unidade 2 • Métodos de avaliação de investimentos: TIR e VPL
O fluxo de caixa normalmente não irá coincidir com o resultado contábil da empresa, conforme
destaca Assaf Neto:
O conceito de fluxo de caixa utilizado para análise de investimentos assume que todas as mo-
vimentações de caixa, decorrentes da alternativa em análise, serão quantificadas, incluindo aí
itens como o Imposto de Renda (IR).
($ 000)
Valores Incrementais
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receita de Vendas 1.300 1.500 1.800 2.400 3.200
Custo de Produção (CPV) 700 850 980 1.150 1.500
Despesas Operacionais
280 350 420 490 620
(Vendas e Administração)
Fonte: ASSAF NETO (2009, p. 366)
Podemos ver que a Tabela 1 apresenta os fluxos incrementais de receitas e custos. Será necessá-
rio identificar os valores de IR adicional e despesas não reembolsáveis (depreciação).
($ 000)
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receita de Vendas 1.300 1.500 1.800 2.400 3.200
Custo de Produção (CPV) (700) (850) (980) (1.150) (1.500)
Lucro Bruto 600 650 820 1250 1700
Despesas Operacionais (280) (350) (420) (490) (620)
Despesas de Depreciação (80) (80) (80) (80) (80)
Lucro Operacional 240 220 320 680 1.000
Provisão IR (40%) (96) (88) (128) (272) (400)
Lucro Líquido 144 132 192 408 600
Depreciação 80 80 80 80 80
Recuperação do Capital Giro 100
Investimento Total (500)
Fluxo de caixa operacional (500) 224 212 272 488 780
Fonte: Adaptado de ASSAF NETO (2009, p. 368)
DAILYCALCULATORS. Valor Presente Líquido Cal- O fluxo apresenta um VPL de $540.100. Este
culadora (VPL). Disponível em: <http://dailycal- valor significa que o investimento irá gerar
culators.com/pt/npv-calculator>. Acesso em: um valor positivo para a empresa, utilizando
07 out. 2017. a taxa de desconto mínima que a empresa
Como exemplo, vamos considerar o fluxo aceita para seus projetos.
apresentado na Tabela 2, além disso, va- Se a empresa utilizasse uma taxa de descon-
mos assumir que a empresa exija uma taxa to de 60% para seus projetos, o VPL seria de:
de desconto de 20% para projetos iguais ao
apresentado.
Nem sempre é possível identificar uma úni- Em nosso caso de estudo identificamos o
ca TIR. É possível termos os seguintes casos: seguinte valor para a TIR:
Uma única TIR, múltiplas taxas, nenhuma TIR = 52%
taxa. Nos dois últimos casos a preferência é
utilizar o método do VPL. No entanto, caso a empresa não consiga re-
aplicar cada um dos fluxos a esta taxa, o re-
Assim como o VPL, a TIR assume que todos sultado para a empresa será diferente desta
os fluxos futuros são aplicados a uma taxa, taxa.
neste caso esta taxa de reinvestimento é a
própria TIR. Esta premissa nem sempre é Como exemplo, vamos assumir que a em-
factível, dado que a empresa pode não ter presa consegue reaplicar seus fluxos a no
esta alternativa para reinvestir. Neste caso máximo 20%. Neste caso será necessário
utiliza-se a TIR Modificada, como veremos a levar todos os fluxos a valor futuro na taxa
seguir. determinada e calcular novamente a TIR
para o novo fluxo.
49/210
Considerações Finais
50/210
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
52/210
Questão 2
2. A avaliação das alternativas de investimentos se dá pelo fluxo de caixa,
pois:
a) a utilização dos fluxos permite que a empresa realize investimentos, pague suas dívidas e
distribua dividendos.
b) é um modelo mais simples e direto.
c) leva em consideração o valor do dinheiro no tempo.
d) é um modelo mais complexo.
e) não existem outras alternativas.
53/210
Questão 3
3. A depreciação não faz parte do fluxo de caixa do investimento, pois:
54/210
Questão 4
4. Uma empresa está avaliando dois projetos distintos, com o mesmo fluxo e o
mesmo valor de investimento. Porém, o projeto 1 tem uma taxa de desconto de
20% e o projeto 2 tem uma taxa de desconto de 10%. Em relação ao VPL:
a) Será o mesmo para os dois projetos, pois os investimentos e fluxos são iguais.
b) Será maior para o projeto 1, pois tem uma maior taxa de desconto.
c) Sem os valores é impossível fazer qualquer afirmação.
d) Será menor para o projeto 2, pois tem uma maior taxa de desconto.
e) Será maior para o projeto 2, pois tem uma menor taxa de desconto.
55/210
Questão 5
5. Uma empresa está avaliando um projeto de investimento. Em relação à
TIR deste projeto podemos dizer que:
56/210
Gabarito
1. Resposta: C. 5. Resposta: B.
O fluxo de caixa não coincide com o resulta- Quanto maior a TIR, mais interessante o re-
do contábil. torno do investimento.
2. Resposta: A.
3. Resposta: D.
4. Resposta: E.
Objetivos
58/210
Introdução
Como vimos nos temas anteriores, os inves- Estes indicadores medem o risco total, no
tidores buscam projetos que possam maxi- entanto, é importante destacarmos que o
mizar o retorno de seus investimentos, além risco de um investimento pode ser dividido
disso, analisamos técnicas utilizadas para em risco sistemático e risco diversificável,
calcular o retorno destes investimentos, tais conforme estudaremos adiante.
como VPL e TIR. Por fim, analisaremos como o investidor que
Neste módulo vamos aprofundar nosso en- busca equilibrar sua relação risco / retorno
tendimento sobre como calcular o risco para utiliza uma carteira de investimentos diver-
um investimento, bem como analisar como sificada para atingir este equilíbrio, e apre-
se dá a relação risco versus retorno para um sentaremos o conceito de Fronteira Eficien-
investidor racional. te, que será a ferramenta utilizada para a
O ponto de partida de nossa análise será o seleção de carteiras.
estudo dos principais indicadores estatísti- O domínio destes elementos permitirá uma
cos que serão utilizados para medir o risco e melhor compreensão dos fundamentos uti-
o retorno médio esperado. Estudaremos os lizados para a decisão de investimentos.
seguintes indicadores: Retorno médio espe-
rado, desvio padrão, variância e Coeficiente
de Variação.
59/210 Unidade 3 • Relação risco e retorno de investimentos
1. Risco e Retorno
O processo de avaliação e seleção de alternativas de investimentos é realizado com incertezas
em relação aos resultados que serão obtidos. Sempre que existir incerteza em relação aos
retornos, podemos assumir que a decisão será tomada em um cenário de riscos.
O risco pode ser entendido de várias maneiras. Para um médico, o risco pode estar associado a
contrair uma doença, para um engenheiro o risco pode ser a quebra de um equipamento ou a fa-
lha em uma estrutura. O risco, de forma geral, será a incerteza em relação ao resultado esperado
de um determinado evento. Assaf Neto (2009) define risco como:
Desta forma, estatisticamente o risco pode ser definido como a “dispersão dos resultados em
relação ao valor médio esperado” (ASSAF NETO, 2009; p. 218), isto quer dizer que o valor do risco
é uma medida estatística relacionada à dispersão.
A seguir analisaremos o cálculo do Retorno médio esperado, Desvio padrão, Variância e Coe-
ficiente de Variação. Estes indicadores serão utilizados para entendermos a relação existente
entre Risco e Retorno.
Podemos definir fatores conjunturais como Risco Total = Risco Sistemático + Risco Di-
aqueles que afetam a todos os investimen- versificável
Títulos de Renda Fixa Privados: São com- Títulos de Renda Variável (Ações): As ações
postos por títulos de dívida privada (dívidas representam parte do capital das empresas,
70/210 Unidade 3 • Relação risco e retorno de investimentos
são ativos de maior risco, comparados aos Figura 2 - Linha de Mercado de Capitais (CML)
77/210
Considerações Finais
78/210
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Parte IV - Risco, Retorno e Custo de Oportunidade. In: ASSAF NETO, Ale-
xandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Cap. 10 - 11. p. 216 - 264.
80/210
Questão 2
2. A Variância é definida como:
81/210
Questão 3
3. Qual é a composição do risco total de um ativo?
82/210
Questão 4
4. Em relação à sua curva de indiferença, um investidor priorizará:
a) Os ativos que estiverem mais à direita e nas curvas mais próximas do eixo horizontal.
b) Os ativos que estiverem sobre as curvas mais distantes do eixo horizontal.
c) Os ativos mais indiferentes.
d) Os ativos que possuírem a maior relação risco versus retorno.
e) Os ativos menos indiferentes.
83/210
Questão 5
5. A Fronteira Eficiente é definida como
84/210
Gabarito
1. Resposta: D. 4. Resposta: B.
85/210
Unidade 4
Precificação de ativos
Objetivos
86/210
Introdução
Nos temas anteriores analisamos as diver- carteira de investimentos, assim como es-
sas técnicas utilizadas para determinar a tabelecer o valor do custo de capital próprio,
atratividade e fazer a seleção de alternati- ou custo de oportunidade.
vas de investimentos, além disso, analisa- Para entender como o modelo CAPM foi de-
mos como é determinada a relação risco senvolvido, retomaremos os principais fun-
versus retorno e como conseguir este equi- damentos da teoria do portfólio. Isto permi-
líbrio, com a utilização de um portfólio de tirá analisarmos as hipóteses que sustentam
investimento. o modelo, com suas vantagens e limitações.
Um elemento importante para a gestão Indo além, também apresentaremos uma
adequada destas carteiras será a determi- metodologia complementar ao CAPM, utili-
nação do retorno a ser exigido das carteiras zada para determinar a precificação de ati-
e ativos por seus investidores. A esta tarefa vos, utilizando múltiplos fatores, chamada
damos o nome de precificação de ativos. Arbitrage Pricing Theory (APT).
O principal método utilizado pelo merca- A compreensão destes modelos será funda-
do para a precificação de ativos é o Capital mental, pois permitirá posteriormente de-
Asset Pricing Model (CAPM). Este método é terminarmos o custo médio de capital das
de fundamental importância, pois permite empresas e avaliar corretamente seus pro-
tanto determinar o retorno exigido de uma jetos de investimento.
87/210 Unidade 4 • Precifi cação de ativos 89 Assista
1. Modelos de Precificação de Neste módulo vamos analisar modelos de
ativos precificação de ativos, que consiste na de-
terminação do retorno que o mercado exige,
Conforme vimos nos módulos anteriores, os para aceitar investir nestes ativos. A teoria
investidores buscam ativos e carteiras que de precificação de ativos denominada Ca-
possam maximizar a sua relação risco ver- pital Asset Pricing Model (CAPM) é o modelo
sus retorno. Este equilíbrio será atingido mais utilizado para determinar o retorno de
utilizando-se carteiras variadas de investi- um ativo ou de uma carteira de investimen-
mentos, e para a gestão adequada destas tos. Esta teoria é resultado do trabalho de
carteiras serão necessárias as seguintes vários autores com base na Teoria do Por-
atividades: tfólio de Harry Markowitz.
1. Determinação dos ativos a serem in-
vestidos
Para saber mais
Harry Markowitz nasceu nos EUA e se formou
2. Precificação dos ativos e determina-
em Economia na Universidade de Chicago. Foi
ção de sua relação risco versus retorno
agraciado em 1990 com o Prêmio Nobel por seu
3. Escolha da carteira ideal trabalho na Teoria do Portfólio. Seu trabalho in-
fluenciou o desenvolvimento da teoria CAPM.
Ao adicionarmos um ativo livre de risco nes- Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2009, p. 271)
ta carteira, a curva de eficiência se trans-
formará na Linha de Mercado de Capitais
(CML), apresentada na Figura 2.
A carteira em destaque M representa uma
média do mercado como um todo e terá
RM = 20% a.a.
Novamente, utilizamos a fórmula do CAPM Podemos notar que de acordo com o valor
e os indicadores apresentados acima. O re- do coeficiente beta, o retorno exigido para
torno exigido será de 25% e acima do retor- o ativo irá variar da seguinte forma:
no médio do mercado. Beta = 0: Beta será igual a zero para ativos
livres de risco.
0 < Beta < 1: É característico de ativos com
Caso 3 – Carteira de investimentos com os risco menor que o mercado. Neste caso, o
seguintes parâmetros: retorno médio esperado para os ativos será
=1 abaixo do retorno médio do mercado.
ASSAF NETO, Alexandre. Modelo de Precificação de Ativos e Custo de Oportunidade. In: ASSAF
NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Cap. 12. p. 265 -
292.
BREALEY, Richard; MYERS, Stewart; ALLEN, Franklin. Teoria da Carteira e modelo CAPM de ava-
liação de ativos. In: BREALEY, Richard; MYERS, Stewart; ALLEN, Franklin. Princípios de finanças
corporativas. 10. ed. São Paulo: AMGH Editora Ltda., 2013. Cap 8. p. 194 - 217.
104/210
Questão 2
2. É uma das hipóteses utilizadas para desenvolvimento do CAPM:
105/210
Questão 3
3. Qual a característica da Fronteira Eficiente?
106/210
Questão 4
4. Quais são as principais características para o índice beta? Quais são as
principais características para o índice beta?
a) Carteiras com beta igual a zero são iguais à carteira média do mercado
b) Beta maior que um é característico de carteiras conservadoras
c) Quanto menor o risco de uma carteira, maior será seu beta
d) Não existe carteira com beta igual a um
e) Carteiras agressivas possuem beta maior que um
107/210
Questão 5
5. O método APT é multifuncional, pois:
108/210
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: E.
A precificação de um ativo irá determinar Quando maior o risco, maior o beta. É carac-
o retorno exigido pelos investidores para o terístico de carteiras com beta maior que 1.
ativo.
5. Resposta: C.
2. Resposta: D. O APT utiliza múltiplos fatores na análise do
retorno exigido para o ativo.
Uma das hipóteses é a existência de uma
taxa livre de risco.
3. Resposta: A.
109/210
Unidade 5
Estrutura de capital
Objetivos
110/210
Introdução
O custo médio ponderado de capital ou Weighted Average Cost of Capital (WACC) será uma média
ponderada dos custos de capital de terceiros e custo de capital próprio, conforme equação a se-
guir:
Para ilustrar o cálculo do WACC, considere as informações sobre o custo de capital e sua estrutu-
ra de capital, apresentadas na Tabela 1:
Tabela 1 - Estrutura de Custo de Capital
mo para seu custo total de capital” (2009, p. Porém, as teorias de estrutura de capital
520). Conforme vemos na Figura 1, a com- evoluíram grandemente no final do século
binação das duas fontes irá gerar uma curva XX e algumas correntes de pensamento afir-
característica para o WACC, de acordo com mam que nem sempre as empresas buscam
o nível de alavancagem da empresa dado e/ou conseguem otimizar a estrutura de ca-
por seus passivos dividido por seu patrimô- pital, devido a outros interesses e custos.
123/210 Unidade 5 • Estrutura de capital
?
Questão
para
reflexão
124/210
Considerações Finais
• O custo total de capital ou WACC de uma empresa será utilizado para deter-
minar a aceitação e o nível de rentabilidade de seus projetos e investimen-
tos.
• O capital de terceiros irá gerar um benefício fiscal com a redução da base de
cálculo do IR e, consequentemente, redução dos valores a pagar de IR. Este
incentivo é chamado de incentivo à alavancagem. No entanto, existem limi-
tes dados pelo endividamento total da empresa.
• O custo de capital próprio é dado pelo modelo de CAPM. A empresa irá gerar
valor sempre que seus investimentos resultarem em retorno maior que seu
custo de capital.
• O WACC é composto pela média ponderada dos custos de capital próprio e
de terceiros.
125/210
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Custo de Capital e Criação de Valor. In: ASSAF NETO, Alexandre. Finan-
ças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Cap. 21. p. 461 - 494.
127/210
Questão 2
2. Ao contrair um empréstimo, o que acontecerá com o custo total de ca-
pital (WACC) de uma empresa que não possui capital de terceiros e paga
normalmente imposto de renda?
a) Diminuirá
b) Aumentará
c) Não será afetado
d) Será afetado se o empréstimo for totalmente amortizado em um ano
e) Não é possível determinar
128/210
Questão 3
3. Qual o custo de capital próprio de uma empresa não alavancada que
possui coeficiente beta= 0,5; RF = 9% e RM = 26%?
a) 26,5%
b) 9%
c) 26%
d) 17,5%
e) 7,5%
129/210
Questão 4
4. É uma das utilizações possíveis para o WACC:
a) Determinar qual a taxa esperada pelos bancos para emprestar para a empresa
b) Pode ser utilizado para definir o caixa mínimo esperado de uma empresa
c) O WACC determina qual a taxa máxima a ser esperada pelos investimentos produtivos da
empresa
d) É um indicador da saúde financeira da empresa
e) Critério de taxa mínima para aceitação de projetos de investimento da empresa
130/210
Questão 5
5. Qual a relação entre o beta alavancado e o beta não alavancado de uma
empresa?
131/210
Gabarito
1. Resposta: D. 4. Resposta: E.
O custo total de capital é igual à média pon- O WACC representa o custo de capital total
derada dos custos de capital próprio e de da empresa e será um critério mínimo para
terceiros. aceitação de projetos de investimento da
empresa.
2. Resposta: A.
5. Resposta: C.
O WACC diminuirá, pois o custo de capital
de terceiros é menor que o custo de capital O beta alavancado sempre será maior que
próprio. o beta não alavancado, pois a empresa ala-
vancada possui maior risco.
3. Resposta: D.
132/210
Unidade 6
Introdução a derivativos: termo e futuros
Objetivos
133/210
Introdução
Caso 1: Uma empresa exportadora irá re- Empresa recebe = 160.000 - 10.000 =
ceber 50.000 dólares como pagamento de 150.000
suas vendas dentro de 60 dias, e não quer Cenário B – Taxa de câmbio de R$ 2,80/U$
correr o risco cambial. No momento da con-
Conversão com a taxa do dia = 50.000 x 2,80
tratação a empresa negociou uma taxa de
= 140.000
câmbio de R$ 3,00/U$ para 60 dias. Assim, a
empresa sabe que daqui a 60 dias, indepen- Diferença do termo = 50.000 x (2,80 - 3,00)
dentemente do valor do câmbio, ela recebe- = 140.000
rá o valor acordado, ou seja R$ 150.000,00 Empresa recebe = 140.000 + 10.000 =
( Vamos analisar 150.000
dois cenários na liquidação:
141/210 Unidade 6 • Introdução a derivativos: termo e futuros
Como podemos notar, nos dois cenários a Onde (F0) é a taxa de câmbio futura dólar,
empresa irá receber o mesmo valor, inde- (C0) é a taxa de câmbio atual do dólar, será
pendente da flutuação cambial. Claramen- a taxa de juros para o período no Brasil e
te em uma das operações há um prejuízo e será a taxa de juros no período nos Estados
em outra um lucro na operação do termo, Unidos.
mas a empresa não está preocupada com
esse valor, pois sua maior preocupação é 2.2 Operações no mercado a
estar protegida contra as variações do câm- termo de ações
bio e já ponderou que o valor final, no caso
150.000, é um valor bom para ela indepen- As operações de compra e venda de ações a
dente do resultado da operação do termo. termo envolvem a negociação de uma ação
para entrega futura.
A determinação do preço do dólar em ope-
rações a termo é determinada pela relação Caso 2: Um investidor deseja adquirir
entre a taxa de juros do país origem e da $10.000 em ações, mas não possui o mon-
moeda a ser convertida, conforme a equa- tante no momento. Ele fará uma compra a
ção a seguir: termo para 60 dias, com uma taxa para o
período de 5%.
Aquisição de ações = 10.000
142/210 Unidade 6 • Introdução a derivativos: termo e futuros
Juros no período = 10.000 x 5% = 500
Desembolso em 60 dias = 10.500 Para saber mais
No Brasil o mercado futuro negocia um volume
3. Mercado Futuro financeiro bem maior que o mercado à vista. Em
2016 o mercado à vista negociou R$ 1,84 tri-
O mercado futuro é caracterizado pela com- lhões, enquanto o mercado futuro negociou R$
pra de uma mercadoria ou ativo financeiro, 59,6 trilhões.
com sua liquidação em um momento no
futuro. Este mercado é muito semelhante Os contratos futuros são negociados em
ao mercado a termo, mas a diferença fun- bolsas de mercadorias e futuros, e as princi-
pais bolsas no mundo são CME Group (Chi-
damental é que o mercado a termo tem sua
cago), NYMEX (NYC), Bursa Malaysia (Cinga-
liquidação somente no momento acordado, pura), Dalian (China).
enquanto o mercado futuro sofre ajustes
diários, onde os ganhos ou perdas são cre- São negociados tanto mercadorias: grãos,
açúcar, boi, commodities, petróleo, metais
ditados a seus investidores todos os dias.
preciosos; como ativos financeiros: índices,
taxas e derivativos exóticos, como: deriva-
tivos de tempo e outros contratos que são
negociados em menor escala.
143/210 Unidade 6 • Introdução a derivativos: termo e futuros
3.1 Características dos contra- nho, N-julho, Q-agosto, U-setembro,
tos futuros V-outubro, X-novembro, Z-dezembro.
• Os contratos em aberto sofrem ajus-
As principais características dos contratos
tes diários, calculados ao fim do pre-
futuros são:
gão, e a liquidação financeira se dará
• Os contratos futuros são negociados na abertura do pregão subsequente.
em Bolsa e mercados organizados, A regra para cálculo do ajuste é dada
que dão maior transparência à nego- por cada tipo de contrato.
ciação. • A BM&FBovespa disponibiliza mini-
• Os contratos são padronizados, com contratos para viabilizar a negociação
por pessoas físicas, com menores re-
relação ao seu tamanho.
cursos financeiros.
• As datas de vencimento dos contra-
tos futuros no mercado brasileiro são 3.1.1 Mercado Futuro de Dólar
mensais. Cada mês de vencimento
Os contratos futuros de dólares permitem
corresponde a uma letra e seguem o
que o investidor negocie a taxa de câmbio
seguinte padrão: F-janeiro, G-feve- de reais por dólares. Possui as seguintes ca-
reiro, H-março, J-abril, K-maio, M-ju- racterísticas:
144/210 Unidade 6 • Introdução a derivativos: termo e futuros
Contrato Futuro de Taxa de Câmbio de Reais por Dólar ’Ajuste das posições em aberto no dia ante-
rior:
Taxa de Câmbio de
Objeto de Reais (BRL) por Dólar
negociação dos Estados Unidos da
América (USD). Onde:
Código DOL = valor do ajuste diário, em reais, refe-
rente à data “t”;
USD50.000,00 (cinquenta = preço de ajuste do contrato na data
Tamanho do
mil Dólares dos Estados “t” para o vencimento respectivo;
contrato
Unidos da América).
= preço de ajuste do contrato na data
Cotação BRL por USD1.000,00. “t-1” para o respectivo vencimento.
Fonte: BMFBOVESPA (2017). P0 = preço da operação;
As regras para ajuste diário são: = número de contratos.
a) Ajuste das operações realizadas no dia: Caso 3: Um investidor que abre uma posição
em 5 contratos futuros de dólar, a um preço
Total -3.750,00
A=Abertura F=Fechamento
Fonte: Cristiano Machado (2017)
152/210
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Gestão de Riscos - Derivativos. In: ASSAF NETO, Alexandre. Finanças
Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Cap. 15. p. 321 - 344.
BRASIL. CVM. Introdução: O que são derivativos. Disponível em: <http://www.portaldoinvesti-
dor.gov.br/menu/Menu_Investidor/derivativos/Derivativos_introducao.html>. Acesso em: 15 nov.
2017.
BMFBOVESPA. Produtos. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/>.
Acesso em: 15 nov. 2017.
154/210
Questão 2
2. O Sistema Financeiro Nacional é composto por três órgãos normativos:
155/210
Questão 3
3. Em uma operação de_______ de ações no mercado a termo quanto
_____ o prazo, _______ será o valor da operação.
156/210
Questão 4
4. As operações dos mercados futuros diferem das operações no mercado
a termo, pois:
157/210
Questão 5
5. Um investidor está negociando cinco contratos futuro de taxa de câm-
bio de reais por dólares. A variação do preço de ajuste de um dia para ou-
tro foi positiva em R$15,00. Qual será o valor do ajuste diário? Utilize a
equação
a) R$ 3.750,00 a pagar
b) R$ 750,00 a receber
c) R$ 3.750,00 a receber
d) R$ 75,00 a receber
e) R$ 750,00 a pagar
158/210
Gabarito
1. Resposta: A. termo, quanto maior o prazo, maior será o
valor da operação, devido aos juros cobra-
Os primeiros derivativos foram os contratos dos no período.
futuros e surgiram para proteger os agricul-
tores e comerciantes da flutuação dos pre- 4. Resposta: B.
ços dos produtos.
A diferença principal está nos ajustes diá-
2. Resposta: E. rios e padronização de contratos existentes
no mercado futuro.
159/210
Unidade 7
Introdução a derivativos: opções e swap
Objetivos
160/210
Introdução
Temos quatro derivativos no mercado fi- Além disso, iremos analisar os contratos de
nanceiro. No tema anterior analisamos as swap, que permitem que um investidor rea-
características do mercado a termo e mer- lize uma troca de taxas para seus passivos
cados futuros. Agora vamos analisar as op- ou ativos. Este tipo de operação é realiza-
ções e contratos de swap. do tanto com o objetivo de alinhar as ta-
As opções são contratos semelhantes a se- xas a que um investidor pode estar exposto,
guros, pois conferem a seus compradores quanto como forma de hedge.
um direito futuro que poderá ou não ser Tanto o mercado de opções como as ope-
exercido, de acordo com as condições de rações de swap permitem que as empresas
mercado. e investidores façam uma melhor gestão do
As opções são amplamente negociadas, fluxo de caixa de suas atividades em anda-
tanto para proteção financeira e gestão de mento como de projetos futuros, maximi-
riscos de investimentos, quanto para ga- zando assim os potenciais retornos de in-
nhos financeiros e alavancagem. Esta é uma vestimentos.
característica em geral dos derivativos, uma
grande exposição à volatilidade, com pe-
quenos investimentos.
É possível utilizar o mercado de opções para Resultado da operação: Pela ação, no dia do
emular o mercado de renda fixa. O financia- vencimento, estar acima do valor do exercí-
mento é uma operação onde um investidor cio, ela foi exercida. Assim, ele teve de ven-
utiliza opções para realizar uma operação, der a ação por $110. Seu lucro com a ope-
onde o seu interesse é ganhar o prêmio da ração foi de 12%, pois além de ganhar com
opção, mobilizando o valor necessário para a valorização da ação ($ 110 - $100), ele
compra do ativo objeto. No caso a seguir, o ganhou também com o preço de venda do
investidor monta uma operação de finan- prêmio ($ 2,00).
ciamento: Note que este tipo de operação é semelhan-
Caso 3 te a uma operação de renda fixa e recomen-
dada quando o mercado tem uma tendên-
Compra da Ação a $100, venda de opção de
cia clara de alta. Caso o mercado esteja com
compra com exercício de $110 e prêmio de
uma tendência de baixa, o oposto pode ser
$2,00
feito também, ou seja, pode-se vender uma
Preço da ação no vencimento = $120 ação (caso não se tenha na carteira, pode-
177/210
Considerações Finais
178/210
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Opções e Finanças de Empresas. In: ASSAF NETO, Alexandre. Finanças
Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Cap. 20. p. 418 - 444.
FIGUEIREDO, Antonio Carlos. Introdução aos derivativos. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning,
2013.
HULL, J. C. Opções, futuros e outros derivativos. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016.
180/210
Questão 2
2. Preencha com (V) verdadeiro ou (F) falso e determine a alternativa correta.
( ) Quanto mais longe o tempo de vencimento, maior o prêmio da opção
( ) Quanto mais volátil o ativo, menor o preço da opção
( ) O valor do ativo não influencia o prêmio da opção
a) V – V – F
b) F – V – F
c) V – F – F
d) V – V – V
e) F – V –V
181/210
Questão 3
3. Um investidor irá exercer uma opção de compra se:
182/210
Questão 4
4. Um investidor acredita que o preço de um determinado ativo irá flutuar
muito nos próximos dias e deseja montar uma operação para ganhar nes-
te cenário, qual estratégia ele deveria utilizar?
183/210
Questão 5
5. Uma empresa possui uma dívida atrelada à CDI que irá vencer dentro
de 30 dias e dentro de 30 dias irá receber um pagamento em dólares, su-
ficiente para saldar a dívida. Como a empresa poderia usar um swap para
se proteger de incertezas cambiais?
184/210
Gabarito
1. Resposta: E. 4. Resposta: C.
2. Resposta: A. 5. Resposta: B.
O prêmio de uma opção é diretamente cor- Como a empresa tem dívida em CDI, ela re-
relacionado com o tempo até o vencimento cebe a variação do CDI e paga a variação
e com a volatilidade do ativo. O valor do ati- cambial.
vo influencia o prêmio da opção.
3. Resposta: D.
185/210
Unidade 8
VaR e simulação de Monte Carlo
Objetivos
186/210
Introdução
Ao longo dos temas desta disciplina estu- cendo limites para os gestores e protegen-
damos técnicas de investimento, incluindo: do os investidores.
análise de investimentos, ferramentas de A Simulação de Monte Carlo é amplamente
seleção e determinação de valor, como os utilizada, não só no mercado financeiro, mas
investidores relacionam risco versus retor- também em diversos campos científicos e
no, e a composição do custo de capital e seu aplicações práticas. Em finanças ela permi-
impacto na seleção de investimentos. te determinar estatisticamente as chances
Neste tema vamos analisar dois métodos de sucesso de um investimento, apoiando
utilizados pelos investidores para a gestão a gestão dos riscos dos projetos e possibi-
da exposição financeira de suas carteiras e litando que os investidores alcancem os re-
maximização dos resultados esperados: o sultados apresentados em suas estimativas.
VaR e a Simulação de Monte Carlo. Desta forma completamos os temas de in-
O VaR (Value at Risk) é uma das principais vestimento que estamos estudando, tra-
ferramentas utilizadas pelos gestores para zendo técnicas que apoiarão os investido-
controle do risco das carteiras. Esta ferra- res na captura dos valores que foram iden-
menta é um padrão de mercado e possibili- tificados em seus projetos, com a adequada
ta um controle efetivo das perdas, estabele- relação risco versus retorno e com o custo
de capital correto.
187/210 Unidade 8 • VaR e simulação de Monte Carlo
t
1. VAR
Analisando a frase anterior, podemos ver que o VaR apresenta um nível de confiança, dado pelo
valor X%. O valor financeiro que pode ser exposto é de $V, correspondente à probabilidade acu-
mulada (100 – x)%. Este valor pode ocorrer dentro de um horizonte temporal determinado (N dias).
Na Figura 1 podemos ver a distribuição estatística para as perdas e ganhos na representação do
VaR.
Figura 1 - Cálculo do VaR a partir da distribuição de probabilidade
201/210
Considerações Finais
• Apresentamos os conceitos de VaR e como ele é utilizado por gestores de
ativos para o controle das posições de risco de suas carteiras.
• Discutimos os principais métodos utilizados no cálculo do VaR.
• Analisamos a simulação de Monte Carlo e como ela pode ser aplicada em
diversas áreas para simular os resultados de situações reais.
• Discutimos a utilização da Simulação de Monte Carlo em duas aplicações
específicas em investimentos: o cálculo do VaR e da TIR.
202/210
Referências
HULL, John C. Value At Risk. In: HULL, John C. Opções, Futuros e Outros Derivativos. 9. ed. Porto
Alegre: Bookman Editora Ltda, 2016. Cap. 22. p. 532 – 560.
204/210
Questão 2
2. Quanto maior o VaR, maior será
205/210
Questão 3
3. Um gestor de ativos deseja calcular o VaR de sua carteira utilizando os
dados históricos de flutuação que possui. Qual o método mais recomen-
dado?
206/210
Questão 4
4. O que é o back testing?
207/210
Questão 5
5. Sobre a Simulação de Monte Carlo, considere (V) verdadeiro ou (F) falso:
( ) Só pode ser aplicado a casos não financeiros
( ) É um método estatístico
( ) Para ser aplicado necessita que o elemento em análise seja descrito por
um modelo matemático
a) F – V – V
b) V – F – V
c) V – V – F
d) F – V – F
e) F – F – F
208/210
Gabarito
1. Resposta: C. 5. Resposta: A.
O VaR mede a perda potencial em um dado Monte Carlo pode ser aplicado a casos fi-
prazo nanceiros. É um método estatístico. Neces-
sita a existência de um modelo matemático
2. Resposta: B. que descreva o elemento em análise.
3. Resposta: E.
A simulação histórica utiliza os dados histó-
ricos.
4. Resposta: D.
209/210