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a) Crescer e multiplicar
Deus quer ter muitos filhos semelhantes a Ele, por isso criou Adão à sua imagem e
semelhança e ordenou que se multiplicasse e desse origem a outros iguais ao Criador.
Ele poderia ter criado milhões de homens de uma só vez, porém, desde o início, Deus já
mostrou que um dos aspectos de Sua obra é trabalhar gradualmente, através de
sementes.
Após a queda, contudo, o homem passou a gerar filhos semelhantes a si mesmo, pois a
partir de então, tornou-se pecador e passou a trazer em si a imagem do pecado, que é o
diabo. Deus, então, rejeitou a velha criação e enviou Jesus. Sabemos, portanto, que o
Senhor Jesus veio para cumprir aquilo que Adão falhou em cumprir.
Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último
Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural;
depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem
é do céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens
terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim como
trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial.
(1Co 15.45-49)
Adão, a velha criação, era alma vivente, mas Jesus, e com Ele a nova criação, é espírito
vivificante, ou seja, as ordens para Adão seriam cumpridas na esfera natural, e hoje, em
Cristo, as mesmas ordens são cumpridas na esfera espiritual. Todos nós também
recebemos a ordem de crescer e multiplicar, não na esfera natural, mas na espiritual.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. (Mt
28.19,20)
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. (Mc 16.15)
Um ministério que não se empenha no crescimento não entendeu o propósito de Deus
para ele. O reino do diabo está estabelecido neste mundo e nós somos instrumentos de
Deus para desfazer as suas obras e prevalecer sobre ele. Mas isso só vai acontecer se
pregarmos o evangelho, gerarmos vidas, crescermos e multiplicarmos, pois, à medida
que o reino de Deus cresce, mais espaço toma do reino do inimigo. O espaço é limitado
– para que um cresça, o outro tem que diminuir. Assim, quando pregamos o evangelho,
estamos tomando espaço do diabo e desfazendo suas obras.
b) Sujeitar
Há uma diferença entre o problema do homem e o problema de Deus e, portanto, a
solução para eles também é diferente. O problema de Deus foi a queda de Satanás, que
está usurpando a autoridade sobre a terra. Para resolvê-lo, é preciso que Seu reino venha
e, para tanto, precisamos destruir as obras do diabo. Já o problema do homem é que ele
caiu e precisa receber a salvação, que vem através da pregação da Palavra.
Deus nos criou para resolver a primeira questão, ou seja, estabelecer Seu reino na terra.
Isso significa que nossa tarefa não é apenas pregar o evangelho, mas também desfazer
as obras do diabo. A Igreja está aqui para sujeitar o inimigo, tanto no nível individual
quanto no coletivo. Sujeitamos as obras do diabo quando expulsamos demônios e
curamos enfermos. Por isso, quando Jesus realizava alguma dessas coisas, dizia que era
chegado o reino e Deus. Assim, é necessário que nós, como Igreja, confrontemos as
obras do diabo onde quer que as encontrarmos. Além disso, individualmente, cada um
de nós deve aprender a subjugar o diabo. Portanto, todos precisamos lidar com ele,
sujeitando-o em todas as esferas de nossa vida. E, para isso, Deus nos deu os
instrumentos necessários: o nome de Jesus, a espada do Espírito, o próprio Espírito
Santo em nós e mais uma série de armas espirituais poderosas em Deus.
O alvo de Deus é que Seu reino venha sobre a terra, e Ele atingirá esse objetivo através
do homem:
Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e
o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. (Mt 16.19)
E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. (Rm 16.20).
Lembre-se de que o problema do homem é que ele caiu e precisa receber a salvação. O
problema de Deus é que Satanás está usurpando a autoridade sobre a terra. Portanto,
todos nós precisamos lidar com o inimigo, sujeitando-o em todas as esferas de nossa
vida. Sujeitar o inimigo é vencê-lo em todas as circunstâncias, não deixando que ele
leve vantagem em nenhum momento. Quando negamos o ego, ou quando louvamos e
adoramos a Deus, estamos sujeitando o diabo, pois ele foi um adorador que caiu, mas
nós escolhemos adorar a Deus voluntariamente. O ego é a expressão do orgulho
satânico e, quando o negamos, sujeitamos Satanás.
c) Dominar
A esfera do domínio do homem é simbolizada pelo mar, a terra e o ar. Jesus mostrou-
nos que até mesmo os animais mencionados em Gênesis 1.28 simbolizam demônios no
restante das escrituras.
O mar simboliza a morte e é um lugar de habitação de demônios, aqui representados
pelos peixes. Em Apocalipse lemos que o mar deixará de existir:
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não
existe. (Ap 21.1)
A terra é o campo de atividades de Satanás. Os animais que rastejam são notoriamente
símbolos de demônios, como a serpente que simboliza o próprio Satanás, assim como os
répteis e os escorpiões.
Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do
inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. (Lucas 10.19)
O ar é o lugar da habitação dos anjos caídos (Ef 2.2). As aves do céu simbolizam
demônios, tanto em Efésios como na parábola do semeador, onde as aves que roubavam
a semente do coração dos homens eram também demônios.
E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram... A todos
os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que
lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. (Mt 13.4,
19)
Nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da
potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. (Ef 2.2)
3. Imagem e domínio
O ponto central dos versículos 26 a 28 do primeiro capítulo de Gênesis é “imagem e
domínio”. O propósito de Deus, desde Adão, era dar ao homem Sua imagem e domínio.
O homem recebeu a imagem de Deus para exercer o domínio na terra em Seu lugar. A
imagem é a base da autoridade e do domínio – é porque se parece com Deus que o
homem pode exercer autoridade. O homem recebeu a imagem de Deus para exercer o
domínio na terra no lugar de Deus. Como representante de Deus, Adão precisava
expressar Deus em sua imagem. Portanto, a base da autoridade ou domínio é a imagem.
É porque nos parecemos com Deus que temos Sua autoridade. Tudo é determinado por
aquilo com que nos parecemos – se com escorpião, serpente, cordeiro ou filho de Deus.
Imagem nos fala de sacerdócio, e autoridade e domínio nos falam de realeza. O Novo
Testamento nos mostra que Deus nos fez reis e sacerdotes (Ap 5.10), assim, vemos que
a imagem e o domínio estão ligados a dois princípios no Novo Testamento: sacerdócio e
realeza, respectivamente. A imagem precede o domínio, e o sacerdócio introduz a
realeza. Por isso João Batista veio antes, a fim de introduzir o Rei Jesus (Mt 3.1-3).
A principal função do sacerdote era levar as pessoas a Deus. A realeza, por outro lado,
tem a função de representar Deus diante dos homens. O primeiro ministério foi o
sacerdócio, mas ele introduz a realeza, assim como Samuel, o sacerdote, constituiu Davi
como o rei. O mesmo ocorre na Igreja hoje. Se formos genuínos sacerdotes, seremos
introduzidos na realeza. Primeiro somos sacerdotes levando as pessoas até Deus, então
nos tornamos reis manifestando a autoridade do Reino sobre a terra. Todo verdadeiro
evangelista precisa ser como um rei. Jesus nos deu Sua autoridade para pisar serpentes e
escorpiões, e, quando agimos assim, somos reis. Para ter domínio é preciso ter imagem,
assim como para ter realeza é preciso, antes, ter sacerdócio.
Em Gênesis, imagem e domínio aparecem em forma de uma semente que se desenvolve
ao longo de toda a Bíblia até que, em Apocalipse 5.10, vemos o resultado da
germinação e do crescimento dessa semente: “e para o nosso Deus os constituíste reino
e sacerdotes; e reinarão sobre a terra”. Este é o cumprimento do propósito de Deus para
o homem. No final, nós reinaremos sobre a terra como reis e sacerdotes.
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz. (1Pe 2.9)
Deus quer que sejamos bons mestres da Palavra, mas, acima de tudo, Ele quer que
expressemos Sua imagem pelo sacerdócio que, para nós hoje, fala do tempo que
investimos na presença dEle.
Depois que o homem caiu, ele perdeu a imagem de Deus. Hoje, o homem nasce com a
figura do pecado, pois perdemos a glória de Deus (Rm 3.23). Assim, a obra do Espírito,
hoje, é nos transformar para podermos expressar Deus, mudando nossa imagem
espiritual através da renovação da nossa mente por meio da Palavra, como disse Paulo, a
fim de que possamos exercer domínio, realeza. Somente quando nossa mente é
renovada para pensar de acordo com a Palavra é que somos transformados novamente
na imagem do Senhor.
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
(Rm 12.2)
Além disso, precisamos contemplar o Senhor. Quanto mais tempo gastamos na presença
de Deus, mais a imagem dEle vai sendo impressa em nós, mais ficamos cheios da glória
dEle.
E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo
Senhor, o Espírito. (2Co 3.18)
Por toda a Palavra de Deus, vemos que somente aqueles que expressaram a imagem
puderam exercer autoridade e domínio. Abraão é a primeira pessoa da qual se diz que
venceu o inimigo, e ele o fez porque edificou um altar. Altar nos fala de oração e
consagração – quanto mais oramos e adoramos, mais ficamos parecidos com Deus. E
quanto mais mostramos Sua imagem, mais autoridade temos.
José também manifestou domínio e autoridade porque ele andou em santidade e
cumpriu o propósito de Deus. Todos nós sabemos que a santidade é a imagem de Deus.
A respeito de Moisés, se diz que sua face brilhava por causa da glória de Deus (Ex
34.29,30). Assim, ele teve autoridade para governar a casa de Israel e para vencer o
inimigo (Ex 14.30,31). Paulo diz que precisamos contemplar o Senhor e sermos
transformados de glória em glória na imagem dEle (2Co 3.9). Quando isso acontece,
temos autoridade e domínio.
Foi Davi quem derrotou o inimigo e não Saul, porque era Davi quem tinha a imagem de
Deus sobre si. Um adorador sempre acaba por manifestar a imagem de Deus.
Daniel foi um homem que andou em santidade diante de Deus, alguém que expressava
Deus (Dn 1.8), por isso foi colocado numa posição de domínio e autoridade.
Por fim, o próprio Senhor andou aqui na terra como homem comum, mas manifestou
autoridade sobre todas as coisas, porque Ele continuamente expressava Deus, até ao
ponto de ser transfigurado diante dos discípulos, expressando a imagem que trazia da
glória de Deus.
A bênção de Deus
E Deus os abençoou... (Gn 1.28a)
Esse versículo mostra a primeira vez em que a palavra bênção é mencionada na Bíblia.
E em que circunstância esta bênção foi liberada? Quando Deus alcançou Seu propósito,
ou seja, quando teve o homem com Sua imagem para exercer Seu domínio. Depois de
ter concluído Seu trabalho, então, Ele abençoou o homem. Assim, vemos que a bênção
não é algo aleatório, mas alcança aqueles que estão debaixo do propósito do Senhor
para sua vida.
A bênção está no propósito – ter o homem com Sua imagem para exercer Seu domínio.
Hoje, esses dois aspectos se manifestam pelo sacerdócio e pela realeza. A imagem de
Deus e Seu domínio se manifestam pelo sacerdócio e pela realeza. Quando entramos no
sacerdócio, temos fé para exercer a realeza e, então, a bênção de Deus vem sobre nós.
O descanso de Deus
E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que,
como Criador, fizera. (Gn 2.3)
Deus descansou, não porque estivesse cansado, mas porque estava satisfeito. Sendo
assim, podemos dizer que o significado do descanso de Deus é satisfação e prazer. A
satisfação de Deus está ligada com Seu propósito consumado. Deus havia planejado ter
o homem com sua imagem para exercer o domínio. Então, após criá-lo no sexto dia,
Deus disse que tudo era muito bom (Gn 1.31) e, no dia seguinte, descansou.
O descanso é um princípio na Palavra de Deus, e a maneira apropriada de servirmos a
Ele é no descanso. Isso vale para nós hoje também. Quando não encontramos satisfação
no Senhor e não estamos dentro do seu propósito, não encontramos descanso. Antes,
nossa vida torna-se um tremendo fardo para nós.
Em Gênesis 1.31 vemos Deus dizendo que tudo era muito bom, e Ele só disse isso no
sexto dia porque foi ali que o homem foi criado. Se desejamos entrar no descanso,
temos de cumprir estas duas condições: satisfação e propósito.
Naturalmente, sabemos que o homem caiu e, com isso, quebrou o descanso de Deus.
Jesus disse, como vemos em João 5.17: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também.” Depois que o homem caiu, Deus voltou a trabalhar para trazê-lo de volta à
posição em que poderá cumprir Seu propósito eterno.