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CONTEÚDO
Introdução.................................................................... 03
1. Os vencedores e a salvação..................................... 06
As três partes do homem
As três etapas da salvação
As três classes de homens
A primeira promessa
2. Os vencedores e a cruz............................................ 27
A carne e a cruz
Pedro e a Cruz
Um Jacó tratado por Deus
Para quê crucificar a carne?
Novidade de vida
As coroas dos vencedores
A segunda promessa
O vencedor não sofrerá o dano da segunda morte
A salvação em Hebreus
A graça e o governo de Deus
A segunda morte
3. Os vencedores e o mundo........................................ 58
As minorias de Deus
O mundo se opõe ao Pai
O amor à alma
Terceira promessa
O maná escondido
4. Os vencedores e as obras........................................ 67
Um evangelho de obras?
A salvação e as boas obras
Castigo temporário dos crentes: Trevas exteriores - Açoites - A
Geena de fogo - Cárcere
As quatro etapas da obra de Cristo
O vencedor e as recompensas
Jesus cristo, O fundamento
Materiais da construção
Quarta promessa
Recorde-se, além disso, que Deus tem falado por meio de Seu
Filho, e tudo o que analisamos através deste livro é do que tem
falado o Senhor Jesus Cristo e pregaram os apóstolos, do que
quis o Espírito Santo que ficasse registrado no Novo
Testamento acerca de temas tão fundamentais como os
vencedores, o tribunal de Cristo, o juízo das obras da Igreja, as
recompensas e os castigos; e o reino milenar, tudo no marco
do que a Palavra de Deus chama a “doutrina dos apóstolos”.
Isto não é algo novo, pois é algo que está registrado na Bíblia
desde os tempos primitivos da Igreja.
OS VENCEDORES E A SALVAÇÃO
A salvação do espírito .
Assim como o homem tem três partes, cada uma dessas
partes tem seu tempo de salvação. O homem herda de Adão
um espírito morto, um corpo que envelhece até a morte, e uma
alma inclinada à carne, saturada de maldade, depravada,
incapaz de fazer o bem e obedecer à vontade de Deus. Nossa
salvação tem, pois, três etapas. O dia que cremos em Cristo
como nosso Salvador, é salvo o espírito, e o Espírito de Deus
vem morar em nosso espírito eternamente. "16 E eu rogarei
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 12
ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco,17 o Espírito da verdade, que o mundo
não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o
conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. " (João
14:16-17). A salvação do espírito está relacionada com a
justificação e regeneração. Em Romanos 8:10,16 lemos: "10
Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está
morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da
justiça.... 16 O próprio Espírito (o Espírito Santo) testifica com
o nosso espírito (o humano), que somos filhos de Deus."o
Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque
não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita
convosco e estará em vós." (João 14:17). Deus está
construindo Seu templo com o objetivo de habitar nele; mas
para que o templo seja construído, o primeiro que deve ser
construído no tabernáculo é a arca no Lugar Santíssimo (Êxodo
25:10); ou seja, a salvação de nosso espírito para que possa
morar Cristo em nós. A arca do pacto que estava no Lugar
Santíssimo do tabernáculo era símbolo de Cristo, pois a arca do
pacto no tabernáculo é uma analogia de Cristo formado na
Igreja, que é Seu templo.
Lembremos sempre que quando se fala da salvação do espírito,
há dois elementos importantes a considerar: (1) a Palavra de
Deus sempre se refere a ela como um presente não merecido,
e (2) sempre fala em tempo passado. Medita nas seguintes
citações bíblicas, ainda que há mais.
"3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos
tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo,4 assim como nos escolheu nele antes da
fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis
perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a
adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o
beneplácito de sua vontade" (Efésios 1:3-5).
"1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e
pecados... 4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa
do grande amor com que nos amou,5 e estando nós mortos
A salvação da alma .
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 16
A alma também deve ser salva. A salvação da alma se
relaciona com a santificação. Devemos ocupar-nos da salvação
de nossa alma, de nosso eu, com temor e tremor. "Assim, pois,
amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha
presença, porém, muito mais agora, na minha ausência,
desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor" (Filipenses
2:12). ”como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande
salvação?" (Hb. 2:3a). A salvação eterna, a do espírito, é um
presente não merecido, por graça, aplicando uma fé que
também nos dá Deus, para o qual não é necessário que
intervenha nossa conduta e nossas obras; mas a salvação da
alma tem a ver com obras; devemos ocupar-nos na
salvação de nossa alma, porque a alma é a que peca. "a
alma que pecar, essa morrerá." (Ezequiel 18:4b).
Quando fala da salvação do espírito, a Palavra de Deus fala no
passado; mas quando se trata da salvação da alma, usa o
verbo no tempo presente. "Portanto, despojando-vos de toda
impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a
palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a
vossa alma." (Tiago 1:21). Se tivermos em conta que a
salvação do espírito não é por obras, note o que diz a seguinte
citação relacionada com crentes: "19 Meus irmãos, se algum
entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter,20
sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho
errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de
pecados." (Tiago 5:19-20). Aqui se trata de crentes
extraviados, salvos no espírito, mas não na alma.
Em 2 Coríntios 4:16, a Escritura diz que um crente consta de
um homem exterior e um homem interior. Podemos explicá-lo
superficialmente assim: Assim como uma pessoa normal está
composta de um corpo, que é seu órgão, que é a parte física, e
de uma alma, que é a parte espiritual (como sua vida e
pessoa), por explicá-lo assim, de maneira similar o homem
exterior do crente está composto de corpo como seu órgão
físico e de alma como sua vida e pessoa; e o homem interior
está formado pelo espírito humano regenerado e habitado por
Deus como sua vida e pessoa, e de alma renovada como seu
órgão. O apóstolo Paulo ora ao Pai a fim de que esse homem
A salvação do corpo .
A salvação do corpo é no futuro, quando ocorrer a ressurreição
da Igreja, e se relaciona com a redenção. Para vê-la na Bíblia,
nos basta uns poucos versículos. "20 Pois a nossa pátria está
nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo,21 o qual transformará o nosso corpo de
humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a
eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as
coisas." (Fp. 3:20-21). "11 Se habita em vós o Espírito
daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo
que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará
também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que
em vós habita."
(Ro. 8:11). "23 E não somente ela, mas também nós, que
temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso
íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso
corpo." (Ro. 8:23).
OS VENCEDORES E A SALVAÇÃO
O homem natural .
A Palavra de Deus chama ao incrédulo de homem natural,
incapaz de perceber as coisas de Deus. Diz 1 Coríntios 2:14:
" 13 E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face,
para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do
que se desvanecia.14 Mas os sentidos deles se embotaram.
Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga
aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado
que, em Cristo, é removido.15 Mas até hoje, quando é lido
Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. ".
O crente carnal .
Diz em 1 Coríntios 1:18: "Porque a palavra da cruz é loucura
aos que se perdem; mas aos que se salvam, isto é, a nós, é
poder de Deus". Este versículo se refere aos incrédulos, mas
em algo também se pode aplicar aos crentes carnais. A palavra
da cruz (o evangelho) é uma loucura para a humanidade não
regenerada, devido a que sua mente está submergida nas
trevas da ignorância, a superstição e o engano. A sabedoria do
mundo não pode nem sequer mais ou menos vislumbrar a obra
de Deus a favor dos homens. A palavra da cruz e a sabedoria
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 23
de Deus estão inteiramente relacionadas com Jesus Cristo, o
Filho de Deus. Ainda no cristão carnal, o autêntico evangelho, o
que enfatiza a cruz de Cristo, não é bem compreendido; porque
há duas maneiras de andar do povo cristão: uma é carnal e a
outra é espiritual. Falemos agora do cristão carnal. Por
exemplo, em Romanos 8:4, a Escritura faz a diferença entre
andar na carne e andar no Espírito, quando diz: "Para que a
justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos conforme
a carne, senão conforme o Espírito". Logo os versículos
seguintes enfatizam essa diferença. Leiamos:
O crente espiritual .
A primeira promessa
2. OS VENCEDORES E A CRUZ
A carne e a cruz
Uma vez salvo, o cristão vencedor deve levar a cruz e negar-se
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 28
a si mesmo. É um mandamento do Senhor para os que
voluntariamente o querem seguir. O ensino da cruz não é
popular. O crente carnal evita este ensino bíblico; entretanto,
as Escrituras dizem que todos nós os que temos crido já fomos
crucificados com Cristo; mas nosso velho homem deve
experimentar essa crucificação na realidade prática, levar e
encarar a cruz em nossa alma, ou seja, viver essa experiência
de morte e ressurreição enquanto estamos nesta terra; do
contrário vivemos uma vida vencida. Quando isto ocorre, com
freqüência somos dominados pelo pecado e por nossa própria
vida natural, e como conseqüência não fazemos a vontade de
Deus, e essa vida derrotada nos enreda em pecados e em
obras que voltarão a nós quando regressar o Senhor, e teremos
que dar conta dele. Se não aceitamos levar a cruz agora, é
necessário que sejamos tratados no futuro.
Um derrotado é vencido pela carne, pelo mundo e por Satanás.
Tomar a cruz é obedecer a Deus e estar disposto a passar por
todas as situações que Deus haja previsto que passemos. No
mundo, a alma tem seus deleites e seus próprios interesses,
mas a cruz e o negar a si mesmo rompe com esses vínculos, e
a pessoa se submete à vontade de Deus. Só o caminho da cruz
nos leva a sermos verdadeiros vencedores; mas muito poucos
se animam a abrir a porta que conduz a esse caminho. A vitória
de Cristo é nossa vitória, e devemos mantê-la e proclamá-la.
Não significa que devemos ser crucificados de novo, pois já
fomos crucificados com Cristo. O sangue do Senhor se
derramou para expiar o que temos feito; para nosso perdão
pelos pecados cometidos e justificar-nos diante de Deus; mas
não basta que sejamos perdoados, pois há um problema em
nós: herdamos de Adão dentro de nós uma força que nos
escraviza; a força do pecado; e por isso é que necessitamos da
cruz, para tratar com o que somos; então a cruz, aplicada pelo
Espírito, nos libera do poder do pecado, para que não tenhamos
que ser julgados pelo que fazemos.
O sangue de Cristo nos reconcilia com Deus, mas segue dentro
de nós um conflito do qual só nos pode livrar a cruz. A vitória
do vencedor não é uma mera transformação em sua carne,
senão a vida ressuscitada de Cristo dentro dele. Aceitar a cruz
é uma vitória. Um vencedor é o crente que tem ido mais além
Pedro e a cruz
A Escritura nos diz que antes que Jacó nascesse já havia sido
eleito por Deus para, em Sua misericórdia, dar-lhe a
primogenitura. Jacó jamais recebeu isto porque merecia; ao
contrário, seu próprio nome Jacó, significa Deus proteja, mas
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 37
também o suplantador, o que toma pelo calcanhar, ou seja, o
que trama uma armadilha. A vida de Jacó esteve saturada de
engano e de armadilhas; que muitas vezes vieram contra ele.
Apesar de que Deus se revelava e o protegia, Jacó era o tipo de
crente voluntarioso e carnal, que devia ser tratado por Deus a
fim de que pudesse ser útil nas mãos do Senhor, para cumprir
o propósito de Deus. Deus tem um propósito eterno, e quer
realizá-lo com a igreja, mas com os obedientes, com crentes
esforçados em quem possa confiar, que não amem a si
mesmos, com lutadores, com vencedores.
Jacó quis tomar vantagem no plano de Deus, e depois de haver
enganado a seu pai e a seu irmão, se viu na necessidade de
fugir. Em Betel Deus se revelou, em sua fuga; e inclusive aí
Jacó disse a Deus: Se me prosperares, te darei o dízimo de
tudo. Isso encerra algo de negócio. Quis ter vantagem sobre
Labão, de quem também foi enganado desde o começo, quando
pediu a Raquel para casar-se. Mas tarde houve uma luta entre
Jacó e Deus, mas Jacó persistiu diante de Deus até conseguir
que Deus o abençoasse, e saiu vencedor, pois a Palavra diz no
verso 28:
"Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como
príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste".
Novidade de vida
Diz Romanos 6:4:
"Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória
do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida".
Segunda promessa
O Espírito Santo quer que a Igreja não se esqueça que o
Senhor Jesus foi crucificado por nós uma só vez, mas que
ressuscitou glorioso; que não tenhamos nenhum temor do que
eventualmente tenhamos que padecer por causa do Senhor e
de Seu testemunho, pois Ele é o poderoso Deus que tem o
controle de tudo o que ocorre no universo. É necessário vencer
a perseguição.
"Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do
tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser
revelada em nós" (Ro. 8:18).
Nosso Deus santo e poderoso quer que nossa fidelidade a Ele
seja aperfeiçoada até a morte. O mais importante para um filho
de Deus deve ser a fidelidade ao Senhor em todas as
circunstâncias; vencer todas as dificuldades pelo poder de Seu
Santo Espírito. Tudo o que nos acontece é para nosso bem; Ele
sabe tudo e ninguém pode arrebatar-nos de Suas mãos. Nós
mesmos somos os que nos afastamos Dele.
Temos que ser vencedores sobre a perseguição (Apocalipse
2:9-10), e a perseguição inclui o sofrimento, a tribulação, os
cárceres, a pobreza, as provas e as calúnias dos religiosos. Para
ser vencedores tem que se amar ao Senhor e dar-lhe o
primeiro lugar em todas as coisas, inclusive pô-lo por cima de
nossa comodidade, de nossos bens, de nossa fama, de nossos
amores, de nossa família, e até de nossa própria vida. Quando
damos ao Senhor a preeminência em tudo, freqüentemente
isso nos acarreta problemas e fricções em nossos próprios
lugares. Sobrevêm perseguições por parte de nossos parentes
e amigos, vêm calúnias e dedos acusadores por parte das
sinagogas de Satanás; às vezes o Senhor nos guia a que
devamos trabalhar e ter comunhão com irmãos muito
dominantes e intolerantes. Tudo isso nos vai aperfeiçoando e
nos vai convertendo em vencedores. Alguns pensam que em
nossa igreja local tudo é manifestação de amor, compreensão e
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 48
harmonia, mas na prática o Senhor utiliza todas essas fricções
e até enfrentamentos com os irmãos, para tratar conosco, para
descobrir nossos espíritos.
Note que diz que não perecerão jamais; não diz que o que se
extraviar pelo pecado, se perde eternamente. O crente que
peca, será julgado por seu pecado e castigado, mas não perde
sua salvação. A salvação eterna não guarda nenhuma relação
com nossas obras ou comportamento (Efésios 2:8-9).
Ressurreição significa passar da morte para a vida. Como
veremos no capítulo sete, o crente deve passar por um
processo de ressurreição. O normal é que todo crente
experimente três ressurreições. Toda pessoa humana nasce
morta em pecado; quando crê, é regenerado, experimenta o
novo nascimento. Isto é a primeira ressurreição pessoal de que
já falamos. O espírito passa da morte à vida quando cremos;
mas vem logo uma segunda ressurreição: a alma vai
experimentando sua ressurreição na medida em que nos
ocupamos menos da carne e mais do espírito. Na prática esta é
uma ressurreição progressiva na vida do crente, na medida em
Note que Paulo havia sido salvo eternamente quando ainda era
um perseguidor da Igreja, após a visão que teve de Jesus
cristo; e ele sabia isso. Mas foi chamado a um trabalho, não
para ser salvo, senão para fazer a obra de Deus e poder entrar
no reino. Ao analisar o capítulo 9 de 1 Coríntios, vemos que
Paulo se refere a seu trabalho em relação com o reino, e no
versículo 17 fala de que terá recompensa; no 18 fala de
galardão; no 24 fala de prêmio; no 25 fala de receber uma
coroa incorruptível. A manifestação do reino dos céus será para
os cristãos a manifestação de uma recompensa. Não obstante,
nos versículos 26 e 27 diz:
"26 Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não
como desferindo golpes no ar.27 Mas esmurro o meu corpo e o
reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não
venha eu mesmo a ser desqualificado".
Isto de ser eliminado ou reprovado, tem a conotação de ser
desqualificado, recusado ante o tribunal de Cristo, não digno de
receber o prêmio, ainda que houvesse sido salvo eternamente
por graça mediante a fé em Cristo.
Já temos dito que uma coisa é a vida eterna e outra é a coroa
da vida. A vida eterna se recebe como um presente de Deus e a
A salvação em Hebreus
A carta aos Hebreus constitui uma das primeiras amostras de
defesa (apologética) da fé cristã e sua superioridade frente ao
judaísmo; e é por isso que ao largo de seu contexto contrapõe
a aparência e a sombra do provisório e terreno da lei mosaica,
frente à verdade celestial e eterna de Cristo e a Igreja. Esta
carta tem que ser analisada em seu verdadeiro contexto.
Leiamos Hebreus 5:11-14:
A Segunda Morte
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 58
Além da coroa da vida, aos vencedores se lhes promete não
sofrer o dano da segunda morte. Em Apocalipse 2:10b diz:
"Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida".
Note que aqui o Senhor não fala de dar vida, senão a coroa da
vida, a qual se conquista, não como um presente recebido pela
fé, e sim adquirido por nossa fidelidade. Além da coroa da vida,
aos vencedores é prometido o não sofrer o dano da segunda
morte. Todos os homens, tanto crentes como ímpios, temos de
experimentar a primeira morte, que é a morte física, a
separação da alma do corpo. Diz em Hebreus 9:27:
" E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só
vez, vindo, depois disto, o juízo".
Também Cristo sofreu a primeira morte, para que todo o que
Nele crer não sofra a segunda morte nem o juízo dos ímpios no
grande trono branco, depois de finalizado o reino milenar.
Então, o que é a segunda morte? A segunda morte é a
separação da pessoa de todo contato com Deus e o resto da
criação, e lançado em um lago de fogo para perdição eterna. A
Palavra de Deus diz em Apocalipse 20:14,15:
" 14 Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do
lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.15 E, se
alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi
lançado para dentro do lago de fogo".
Quando ocorrerá isto? Depois do reino milenar, quando os
mortos ímpios forem ressuscitados, depois que forem julgados
no juízo do grande trono branco; uma vez terminada a
sentença, serão laçados no lago de fogo, a Geena, e ali sofrerão
tormento eterno no corpo, alma e espírito. Essa é a segunda
morte, para todos aqueles cujos nomes não se acharem
escritos no livro da vida do Cordeiro.
A Palavra de Deus nos diz que nenhum cristão sofrerá a
segunda morte, ainda que, como temos dito; os cristãos
derrotados, os que se unem ao mundo e amam ao mundo e as
coisas do mundo, entretanto, podem eventualmente sofrer
dano temporário da segunda morte durante o reino milenar,
nesse mesmo lugar onde estarão os incrédulos do mundo.
Como temos anotado, tem muitas partes na Bíblia que
declaram que os crentes não sofrerão a segunda morte. Então
As minorias de Deus
Há organizações religiosas que se ufanam do grande número de
membros que enchem seus templos e livros de registros, e
neles às vezes baseiam o triunfo de determinada gestão
ministerial. Observamos na Palavra de Deus que o Senhor se
deleita com poucas pessoas, quando essas poucas pessoas lhe
amam e lhe são fiéis e obedientes. O Senhor Jesus sempre
considerou seus seguidores como uma minoria; se as multidões
se contaminam com o mundo, então Ele quer uma minoria
santa, seleta pelo Pai, leal, apartada de um mundo dominado
pelo pecado, a avareza, a cobiça, o engano e as aparências. A
O amor à alma
Depois de declarar que para dar fruto tem que morrer, como o
grão de trigo, diz em João 12:25: "Quem ama a sua vida
perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo
preservá-la-á para a vida eterna". Nós devemos perder a vida
da alma, a casca que oprime o espírito, a fim de andar em
comunhão espiritual com o Senhor e dar fruto, e assim
desfrutar, na ressurreição, do reino com o Senhor.
Mais de cem vezes encontramos no Novo Testamento,
afirmações no sentido de crer para ser salvo, para ser
justificado, para ter vida eterna; tudo isso se refere à salvação
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 67
do espírito; entretanto, quando se refere à salvação da alma, a
Bíblia fala de sofrer com paciência, de trabalhar, de perder a
alma para ganhá-la. Pode ser que tu não estejas pecando no
sentido de estar praticando atos implicitamente maus; mas
deixas de obedecer ao Senhor por estar envolvido em
comprazer-te nos desejos e paixões de tua alma, ou
comprazer-te com as relações de tuas amizades e parentes;
podes estar amando tudo isso mais que ao Senhor. Tem que
decidir entre obedecer a Deus ou obedecer e deleitar nossa
alma. Nós não queremos que nossa alma sofra, e às vezes isso
nos interessa mais que obedecer ao Senhor.
Em que se deleita a alma? No que se deleita o mundo: Ter
muitos amigos e compartilhar com eles, ter dinheiro e amá-lo
mais que a Deus, desfrutar de luxos, deleitar-se com a boa
comida, luzir os bons vestidos à moda, tudo o relacionado com
os exageros na beleza física, as recreações, as coisas
supérfluas, os elogios dos homens, a fama, a glória terrena, as
vaidades. Tudo isso agrada a alma. O cristão deve escolher
entre o mundo e o reino milenar. O cristão já tem vida eterna;
seu espírito já está salvo, e é certo que estará com o Senhor na
Nova Jerusalém; mas se não tem perdido sua alma nesta era,
irá perder quando o Senhor estabelecer Seu reino. Que
lamentável seria que diante do Senhor tivéssemos que
reconhecer uma triste realidade e admitir: Se, conhecíamos ao
Senhor, tínhamos consciência que éramos do Senhor, mas não
vivíamos para Ele senão para nós mesmos, e todo o tempo que
vivemos na terra o desperdiçamos, estávamos obscurecidos,
com nossa visão posta em um mundo atraente.
O mundo se relaciona também com as riquezas, o amor que se
tenha e o lugar que ocupem em nosso coração. De acordo com
a prioridade que ocupem as coisas em tua vida, assim é teu
andar com Deus, assim é o grau de comunhão que tenhas com
o Senhor, e assim é a motivação de tua oração. Diz a Palavra
que da abundancia do coração fala a boca, e isso mesmo pode
se aplicar para nossa oração diária. Qual é tua motivação na
oração? Priorizas teus próprios interesses ou concedes ao
Senhor o primeiro lugar? Qual é a ordem de prioridades em
Mateus 6:33? Um crente vencedor é um intercessor diante do
Pai pelos interesses do Senhor.
Terceira promessa
"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao
vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei
uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome
novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe."
(Ap. 2:17).
Em Pérgamo a Igreja do Senhor se casa com o mundo, esse
mundo que segue a Satanás, onde ele mora e governa. Mas
necessitamos vencer esse mundanismo. Os habitantes do
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 69
mundo seguem uma corrente contrária a Deus; é a corrente de
Satanás, o príncipe deste mundo. O Senhor nos tem chamado a
sair dessa corrente e que nos apartemos do mundo de pecado.
Mas houve um momento da história em que a Igreja foi infiel
ao Senhor unindo-se profundamente com o mundo, em troca
de aprovação oficial, de palácios e templos, prebendas e
jurisdições episcopais. Isso degenerou tanto que chegou o
momento em que era difícil diferenciar a igreja do Estado; a
igreja havia afiançado sua morada na terra.
A partir de Constantino o Grande, a Igreja foi descendo dos
lugares celestiais em Cristo, e foi se acomodando em uma nova
morada, na terra, um lugar estranho para ela, onde satanás
tem seu trono. Dali havia sido tirada pelo Senhor. A Igreja
sofreu uma queda espiritual. Em meio dessa situação, o Senhor
opta por dirigir-se aos crentes vencedores. Em todas as épocas
tem havido vencedores na Igreja do Senhor. Chama-lhes a que
se abstenham de comer as coisas sacrificadas aos ídolos.
Depois de tantos séculos, as massas continuam sendo
enganadas pelos que ainda seguem retendo a doutrina de
Balaão. Balaão significa destruidor ou corruptor do povo. A
Palavra de Deus diz que retém essa doutrina de idolatria e
fornicação como um tumor maligno. E o pior é que não tratam
de extraí-lo, nem há disciplina corretiva. Balaão é um indutor
ao mal por antonomásia.
De que serve ter a verdade e não andar nela? Os cristãos
caíram na armadilha de tropeço. De pronto diriam: "Entremos
no ambiente pagão para atrair aos homens, a nossos amigos.
Não vamos participar de sua idolatria. Conheçamos as
doutrinas e os métodos do inimigo para vencê-lo. Que triunfo
que as altas esferas do governo e da religião nos reconheçam e
nos respeitem!". Mas a amizade com o mundo, como sempre,
deu maus resultados. El mundo não deixa que se fale do
evangelho para ele, e em contrapartida foi arrastando à Igreja
às práticas mundanas. Temos que pregar o evangelho, mas não
temos que nos contaminar com o pecado. Há cristãos que se
unem ao mundo, que amam o mundo e as coisas do mundo, e
tudo isso o convertem em sua modus vivendi.
O maná escondido
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 70
O vencedor não se interessa pelo mundo, somente pelo
Senhor; ele se interessa em obedecer, levar a cruz e negar a si
mesmo. Isso traz sofrimento? "através de muitas tribulações,
nos importa entrar no reino de Deus." (At. 14:22b). O vencedor
não é intimidado pela perseguição, nem lhe atrai a adulação
dos opulentos e poderosos deste mundo, nem se inclina e se
deixa seduzir ante o constante convite a participar dos deleites
deste mundo.
Ao vencedor, ao que não se contamina com as doutrinas
contemporizadoras de Balaão e com o sacrificado aos ídolos, o
Senhor lhe dará comer do maná escondido na arca do pacto;
escondido em Cristo, quem está no Lugar Santíssimo celestial.
É um maná escondido do mundo e dos crentes derrotados. Esse
maná do céu é Cristo. Diz em João 6:49-51: " Vossos pais
comeram o maná no deserto e morreram.50 Este é o pão que
desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça.51
Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer,
viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo
é a minha carne".
Há crentes derrotados que se deleitam com as coisas do
mundo, e lhes atrai de tal maneira que não podem viver sem
elas. Estando nessa condição, pensam que é a maneira normal
da vida do crente. Em troca, no vencedor há outro deleite; um
deleite imperecível. Para eles as ofertas mundanas não os
convencem, porque há um motivo de gozo inefável, muito
superior a todos os deleites mundanos juntos. Os vencedores
com freqüência buscam acercar-se confiadamente ao trono da
graça. Ali há íntima comunhão com o Pai, pelo Filho e mediante
o Espírito Santo.
O maná é um alimento do céu, escondido do mundo; o mundo
não pode conhecer esse alimento. Assim mesmo os crentes
derrotados o desconhecem. É um aspecto mais profundo de
Cristo. Na medida que o testemunho de Cristo progride em
mim, conheço melhor ao Senhor a cada dia; se me revela algo
novo Dele. Cada dia tenho novas surpresas para minha vida
com o Senhor. No deserto, muitos israelitas queriam comer
carne em vez de maná, e muitos sentiam saudades do Egito.
Mas devemos prosseguir a marcha em vitória, e se comemos
Um evangelho de obras?
No primeiro capítulo temos visto que a salvação não é pelas
obras, e sim um presente eterno de Deus para os que Ele antes
conheceu. Diz em Romanos 8:29-30.
"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os
predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos 30 E
aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que
chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a
esses também glorificou ".
O verbo grego “preoegno”, conhecer de antemão, não é um
simples conhecimento prévio dos que seriam salvos, pois o
Senhor enquanto Deus, conhece previamente todas as coisas, e
conhecia a todas as pessoas que nasceriam na humanidade em
todos os tempos, salvos ou perdidos. Temos que levar em
conta que todos estes verbos, para nós os humanos, estão no
tempo passado; que se trata de algo que Deus já fez no
passado, antes da fundação do mundo, quando os humanos
não haviam feito nem bem nem mal. Deus é o Deus da
eternidade; Ele vive em um eterno presente; o tempo existe
para nós os humanos, não em Deus. Então este conhecer
previamente tem uma conotação mais profunda que o simples
conhecimento das coisas; é um conhecer intimamente com
amor; é amar a seus prediletos, a seus escolhidos.
Note que na mesma forma encontramos o verbo conhecer em
Gênesis 4:1, quando diz:
" 21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem
matar estará sujeito a julgamento.22 Eu, porém, vos digo que
todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará
sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão
estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar:
Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.23 Se, pois, ao trazeres
ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti,24 deixa perante o altar a tua oferta,
vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando,
faze a tua oferta.25 Entra em acordo sem demora com o teu
adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o
adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça,
e sejas recolhido à prisão.26 Em verdade te digo que não
sairás dali, enquanto não pagares o último centavo" (Mt. 5:21-
26).
No contexto vemos três classes de juízos escalonados de
acordo à gravidade do ato e mencionados conforme o
transfundo judeu dos irmãos que, nesse momento, escutavam
ao Senhor. O primeiro juízo se realiza na porta da cidade, onde
se resolvem os assuntos menores (Ge. 19:1,9; Rt 4:1-6; 2 Sm.
15:1-6); o segundo juízo era no Sinédrio ou tribunal supremo
dos judeus, e o terceiro é um juízo supremo, o de Deus, uma
de cujas penas pode ser na Geena de fogo. A Geena é o mesmo
lago de fogo. Se não te reconcilias com teu irmão agora, é
possível que passes uma temporada larga no lago de fogo, até
que pagues o último quadrante, até que teu coração seja limpo
de todo ódio. Não vais sofrer a segunda morte, mas te tocará
um tempo.
Nós somos o povo do reino e temos um Rei que há de vir, e
compareceremos diante de Seu tribunal. Um filho de Deus não
necessariamente peca quando comete o ato, e sim quando em
O vencedor e as recompensas
Uma vez mais deixamos claro que não temos que confundir a
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 88
vida eterna, ou salvação eterna, com o reino dos céus. Não
temos que confundir o dom com o galardão. A vida eterna se
recebe do Senhor pela fé, como um dom gratuito. Não temos
que fazer nada para merecer a salvação eterna. Em troca o
reino dos céus é temporário, mil anos, e se ganha por obras.
Há de se trabalhar para merecer o reino dos céus. Diz 2 João 8:
"Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado
com esforço, mas para receberdes completo galardão". Isto
significa que devemos estar vigilantes por nós mesmos, para
que não se arruíne o fruto de nosso trabalho. Também em
Colossenses 3:24-25, nos diz a Escritura: " 24 cientes de que
recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o
Senhor, é que estais servindo;25 pois aquele que faz injustiça
receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de
pessoas".
A Palavra do Senhor não registra nem uma única vez que o
reino dos céus se recebe por graça por meio da fé. Por
exemplo, se leres as bem-aventuranças em Mateus 5,
encontrarás que para entrar no reino dos céus se necessita,
entre outras coisas, ser pobres de espírito, e sofrer perseguição
por causa da justiça; em troca a vida eterna se recebe por fé,
imerecidamente, sem que alguém deva fazer nada para recebê-
la, nem bom nem mal; pelo contrário, diz que não é por obras
para que ninguém se glorie.
Não nos apelide de Néscios se não deixamos de repetir que a
salvação é um presente de Deus; mas que também devemos
trabalhar para participar no reino. Se trabalharmos conforme o
plano de Deus, receberemos recompensa; mas se não
trabalhamos, ou se o fazemos na carne, receberemos castigo.
Materiais da construção
Seguimos lendo 1 Coríntios 3: "Porque ninguém pode lançar
outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo"
(vv.11,12).
Na edificação da casa de Deus há um único fundamento, que é
Seu Filho Jesus Cristo, a pedra angular. Aqui figuram seis
elementos com os quais se está edificando. Os três primeiros,
ouro, prata e pedras preciosas, simbolizam a Trindade divina:
Pai, Filho e Espírito Santo. Os três últimos, madeira, feno e
palha, simbolizam o humano nessa sobre edificação; o último
grupo se contrapõe ao primeiro, pois os pensamentos do
homem não são os de Deus. Deus quer edificar sua casa com
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 90
os três primeiros elementos. O ouro se refere à natureza
divina, à vontade de Deus, o eterno, o que jamais se
envelhece, o mais glorioso; ao passo que a madeira é a
natureza humana, o que perece. Por exemplo, no tabernáculo o
principal é Cristo, a arca, a qual estava feita de madeira de
acácia (a humanidade de Cristo) recoberta de ouro (a divindade
de Cristo). De maneira que caso se edifique em ouro significa
que se está obedecendo à vontade de Deus consignada no
Novo Testamento; mas se é em madeira, é porque se está
obedecendo outras opiniões; é o que tem feito o cristianismo a
partir do século V desta era. Mas se seguimos ao Senhor Jesus,
devemos fazer sua vontade, e Ele veio fazer a vontade do Pai
que o enviou. "Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em
fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra."
(Jo. 4:34).
Antes que o Senhor nascesse em carne, o Pai já tinha
preparado tudo, galáxias, sistemas solares, mares, continentes,
tudo o necessário para que homem pudesse viver na terra e se
pudesse encarnar seu Filho e salvar à Igreja. Deus não vai
deixar o cumprimento de seus propósitos ao critério dos
homens. O primeiro Adão falhou, mas o segundo Adão veio
para vencer, a obedecer a Deus. A partir Dele, Cristo veio
preparar para Deus uma nova raça humana, o verdadeiro
homem à imagem de Deus.
O Pai disse ao Filho o que devia fazer. "Eu nada posso fazer de
mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é
justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a
daquele que me enviou" ( Jo 5:30 ). Por que insiste o Senhor
Jesus nisto? Para nos dar exemplo de obediência. "Porque eu
desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a
vontade daquele que me enviou.39 E a vontade de quem me
enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu;
pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia " (Jo. 6:38-39).
Voltemos a Efésios 2:19-22: "19 Assim, já não sois
estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois
da família de Deus,20 edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra
angular;21 no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para
santuário dedicado ao Senhor,22 no qual também vós
Quarta promessa
" Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe
darei autoridade sobre as nações,27 e com cetro de ferro as
regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de
barro;28 assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei
ainda a estrela da manhã " (Ap. 2:26-27).
Devemos vencer as três grandes religiões deturpadas que estão
reveladas no livro de Apocalipse: o judaísmo, o catolicismo e o
protestantismo. Estas religiões têm feito dano à Igreja. Por
quê? Devido a que as religiões tem se contaminado com
mistérios e princípios satânicos disfarçados com a aparência de
verdades bíblicas. As organizações religiosas de corte
institucional, ao não guardar as obras do Senhor,
freqüentemente se pervertem e se revestem de um domínio
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 100
mundano e temporário, inclinadas a receber a glória dos
homens, e fazer as coisas abaixo outras diretrizes diferentes
das do Senhor. Mas o Senhor mostra outra alternativa ao
crente: deixar esse caminho autoritário e dominante, deixar de
morar na terra, onde o diabo tem seu trono, e ocupar seu lugar
nos lugares celestiais com Cristo.
Por outro lado, hoje em dia, para o cristão há um grande perigo
na amizade e companheirismo com os mundanos. Pode ser que
a intenção seja às vezes atrair aos incrédulos. Isto, por
inocente que pareça, sempre dá péssimos resultados. Por que é
tão trágico? Porque as pessoas do mundo, em sua cegueira e
obscuridade não permitem que se lhes fale do evangelho; não
lhes interessa, lhes estorva. Como conseqüência os resultados
são inversos: o cristão é submerso em uma luta frente a uma
força que o trata de arrastar aos vícios e costumes próprios do
mundo e do pecado, de onde já o Senhor o tem tirado. Por isso
o vencedor de Tiatira enfrenta às tentações que a ímpia Jezabel
lhes apresenta; é o que faz com perseverança as obras que
agradam ao Senhor.
A carta apocalíptica a Tiatira é uma profecia que se cumpre
com a formação da Igreja Católica Romana. Diz o irmão Lee:
"Em Mateus 13:33 o catolicismo é tipificado por uma
mulher que levedou ‘três medidas de farinha’, que
representam todo o ensinamento acerca do elemento de
Cristo em Sua pessoa e obra. A Igreja Católica aceitou o
ensinamento neo-testamentário, mas a levedou. O pão
sem levedura é difícil de comer"*(2). O vencedor receberá
autoridade sobre as nações, e as regerá com cetro de ferro e as
fará como cacos de barro, da mesma maneira que o Senhor
Jesus tem recebido potestade do Pai celestial no Salmo 2:8-9.
Isto ocorrerá no reino messiânico milenar, em que o crente fiel
participará plenamente no governo das nações, tanto na parte
régia como na judicial. É uma promessa de caráter
escatológico. Em Lucas 19:16-17 diz: "Compareceu o primeiro
e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez.
17 Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque
foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades.".
*(2) Witness Lee. "Os Vencedores". LSM. pág. 67.
A estrela da manhã
"E lhe darei a estrela da manhã" (Apo. 2:28).
Aos vencedores de Tiatira o Senhor promete dar-lhes a estrela
da manhã. Qual é essa estrela da manhã? É o Senhor Jesus
mesmo. "Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas
coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a
brilhante Estrela da manhã" (Ap. 22:16).
Na astronomia, a estrela da manhã é Mercúrio, o astro que se
vislumbra na hora mais obscura da madrugada, próxima à
saída do Sol; é como um anúncio de que vem a luz do dia; e
por essa razão o relacionam com o deus romano do mesmo
nome, e com o deus grego Hermes, Arauto de Zeus, o pai dos
deuses do Olimpo. Essa estrela da manhã só pode ser vista
pelas pessoas que madrugam e estejam atentas a contemplá-la
no firmamento. De maneira que podemos entender que o
Senhor Jesus Cristo, em sua segunda vinda e manifestação
gloriosa, será a estrela da manhã só para os irmãos
vencedores, os que não andam adormecidos espiritualmente, e
sim velando e esperando a vinda do Senhor. Para o resto da
Igreja, o Senhor não será a estrela da manhã, mas quando
despertarem de seu sono, Ele será como o sol quando já saiu
para todos. Só aos vencedores não os surpreenderá a vinda do
Senhor como ladrão na noite; ou seja, não os tomará por
surpresa.
O pecado e os pecados
Para ter clareza sobre o real significado do que poderíamos
chamar “nossa justiça própria frente à verdadeira justiça de
Deus”, é supremamente necessário poder distinguir entre o que
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 103
é o pecado e os pecados. O pecado é uma lei ou poder ou
principio que está dentro de nós, em nossa carne, que controla
nossos membros e que nos impulsiona a cometer toda sorte de
atos pecaminosos (cfr. Romanos 7:23), ou seja, os pecados. O
pecado se relaciona com nossa vida natural herdada de Adão
(cfr. Ro 5:19), tanto que os pecados estão relacionados com
nossa conduta, nossas obras, nossos atos. Os pecados são uma
conseqüência do pecado que mora em nós. O pecado gera os
pecados. É verdade que a lei do Espírito de vida em Cristo nos
livra da escravidão dessa lei do pecado; não obstante, um
crente pode seguir servindo a Deus em sua mente, em seu
desejo, mas com a carne seguir servindo à lei do pecado (cfr.
Ro 7:25); de maneira que um crente pode continuar com a
tendência de continuar pecando, e de fato todo crente peca.
O que acontece com esses pecados dos crentes depois de
serem salvos? Se o crente os confessa e se aparta, lhe são
perdoados por Deus pela justiça do Senhor Jesus (1 Jo 1:9); do
contrário, esses pecados serão tratados por Deus nesta era da
Igreja ou durante o reino milenar, como estamos expondo no
presente trabalho. Há de se ter presente que ainda que
sejamos santos em Cristo, e temos recebido uma salvação
completa pela graça mediante a fé no Senhor Jesus,
entretanto, seguimos sendo pecadores. Deus é justo. Uma vez
somos salvos pela graça, entramos a ser Seus filhos e
colaboradores, e todo o resultado de nosso trabalho será
recompensado, mas assim mesmo disciplinados se o resultado
é negativo.
Não só basta tratar com os pecados em si, como a lascívia,
auto-estima, desafeto, infidelidade e muitos outros, tem que se
tratar com o pecado maior, o verdadeiro produtor de pecados;
de faltas em nossa conduta diária, e que seu tratamento só
pode levar a cabo com a cruz e uma íntima comunhão com o
Senhor Jesus, e relação de inteira confiança, até que sejamos
liberados do pecado, esse principio natural herdado que nos
faze pecar.
A justiça de Deus
Levamos em conta que Deus não nos salva sem tratar com os
pecados conforme a lei, já que está por meio da Sua justiça; ou
seja, Deus nos salva legalmente. Na cruz recaiu em Cristo todo
o peso da lei de Deus, e o Senhor Jesus veio ser nossa justiça.
Se Deus passasse por alto a obra de Cristo na cruz para salvar-
nos, violaria sua Justiça. Deus quer que nossa salvação seja
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 105
totalmente ajustada à lei. Qualquer que creia em Seu Filho é
justificado por Deus; uma salvação sem sombra de dúvida,
legal, aprovada, vicária. Muitos se esforçam por buscar uma
salvação errada, fraudulenta, comprada com dinheiro ou com
obras de justiça própria. O faz assim Deus? Não. Deus nos
salvou "não por obras de justiça praticadas por nós, mas
segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar
regenerador e renovador do Espírito Santo " (Tt. 3:5). Deus nos
salva legalmente, mas nos salva também aparte da lei. A lei de
Deus nos condena, mas Deus nos salva por Sua graça em Sua
Justiça. Desde antes da fundação do mundo, Deus se
comprometeu a nos salvar por meio de Seu próprio Filho. Diz
Watchman Nee:
"O que é a justiça de Deus? A justiça de Deus é a
maneira em que Ele faze as coisas. O amor é a natureza
de Deus, a santidade é a disposição de Deus e a glória é
Deus mesmo. Entretanto, a justiça é o procedimento de
Deus, Sua maneira e Seu método. Posto que Deus é
justo, Ele não pode amar ao homem só com seu amor.
Ele não pode conceder graça ao homem só porque quer.
Ele não pode salvar ao homem por que Seu coração lhe
disse. É verdade que Deus salva ao homem porque o
ama. Mas Ele deve fazê-lo conforme a Sua justiça, Seu
procedimento, Seu nível moral, Sua maneira, Seu
método, Sua dignidade e Sua majestade". (Watchman
Nee. O Evangelho de Deus. Tomo I. LSM. 1994. pág.90).
Vemos, pois, que Deus, para nos salvar, pelo fato de que nos
ama, não toma uma atitude tolerante frente ao pecado. Para
salvar-nos, o amor de Deus não trabalha sem justiça. Os
pecados dos homens devem ser julgados. Enviando a Seu Filho,
ao Senhor Jesus, a que encarnasse e morresse por nós na cruz
e carregasse os nossos pecados, Deus satisfaz Seu amor e Sua
justiça. Para nos salvar, deve haver um equilíbrio entre o amor
e a justiça de Deus. De maneira que enquanto a nossa posição
de salvos e filhos de Deus, já nós fomos julgados na cruz com
Cristo. Nós recebemos a salvação como um presente, mas Deus
pagou um altíssimo preço por esse presente.
No Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava uma vez ao
ano no Lugar Santíssimo do tabernáculo; ali estava a arca do
A quinta promessa
"O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 111
modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo
contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante
dos seus anjos" (Ap. 3:5). O versículo anterior faz parte da
carta à igreja local de Sardes. Como profecia que é; Sardes
representa o protestantismo, ou seja, um cristianismo de
sistemas mortos (Apocalipse 3:1b), onde tem que vencer uma
morte que não conclui, onde abunda a vida artificial, e isso é
devido a que no protestantismo os membros do Corpo de Cristo
têm suas funções anuladas porque não há vida. Os membros
que são olhos, não vêem; os que são pés, não caminham,
estão atrofiados. Tu podes observar uma congregação
denominacional, e por grande e numerosa que seja a
membresia, a grande massa se contenta com assistir à reunião
dominical, como quem assiste a missa; só são ativos o pastor e
uns poucos achegados. Ao haver se oficializado o nicolaísmo
em Tiatira, posteriormente Sardes herdou que só o pastor e
seus convidados especiais podem falar nas reuniões; os demais
estão restringidos porque são laicos; e todo membro do corpo
que não se usa, se vai atrofiando e suas funções vão se
aniquilando, e se experimenta uma morte que jamais termina.
É necessário vencer a morte espiritual.
Dentro dos sistemas religiosos do protestantismo prevalece um
estado latente de morte organizacional. As organizações são
sectárias, pois rompem a expressão da unidade do Corpo de
Cristo, então, de fato nascem mortas, sem a vida de Deus, mas
individualmente os cristãos que agora fazem parte das
mesmas, podem vencer essa situação e andar de acordo com a
vontade de Deus. Ao ser vencedor, ao ter a disposição
permanente de obedecer e ser fiel ao Senhor, o crente será
objeto de um prêmio no reino vindouro. De acordo com o andar
nesta era da graça, com a obediência ao Pai, com o sofrimento
por causa de Cristo, com o renunciar o mundo e seus deleites,
com a fidelidade ao nome do Senhor Jesus Cristo e não a outro
nome, assim será a retribuição na era do reino. Aqui aparecem
três recompensas para os vencedores de Sardes, os do período
que representa o sistema denominacional: (1) Vestiduras
brancas, (2) não serão apagados seus nomes do livro da vida e
(3) serão confessados seus nomes diante do Pai celestial e
Seus anjos.
A armadura de Deus
A Bíblia registra uma luta da Igreja contra o inimigo de Deus,
as forças malignas das trevas; e o Senhor nos ordena vestir-
nos com toda a armadura de Deus, para podermos sair
vitoriosos nesse inevitável enfrentamento; porque é necessário
que lutemos no Senhor, em Seu poder, e não no nosso. O
vestir-nos com a armadura de Deus é uma ordem, um mandato
de Deus, e uma necessidade para nós, não é opcional; Mas o
por a armadura é um ato voluntário nosso, um exercício
voluntário. Toda arma meramente humana não serve para esta
luta, e sim de estorvo.
" 10 Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do
seu poder.11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para
poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;12 porque a
nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes.13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para
que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido
tudo, permanecer inabaláveis" (Ef. 6:10-13). Aqui a Igreja é
apresentada como um guerreiro, mas o lamentável é que nem
todos estão vestidos com esta armadura. Muito poucos, os
vencedores, estão vestidos com toda a armadura de Deus;
outros só tem parte dessa armadura, e o resto, a maioria, não
tem nada. Levemos em conta que nós vemos as pessoas com
nossos olhos físicos, mas detrás das pessoas (carne e sangue)
estão os ventríloquos, os verdadeiros inimigos de Deus, os
anjos rebeldes que ostentam neste século os poderes malignos
de Satanás, o qual conta com uma organização sofisticada nos
lugares celestes, os ares, e exercem seu poder sobre as nações
O amor. Por Seu Santo Espírito, o Senhor nos tem dado dons
espirituais, como ferramentas para nosso trabalho nesta era, e
como antecipação dos poderes do mundo vindouro; mas o mais
excelente, importante e poderoso de todas as ferramentas
recebidas da parte do Senhor é o amor do Pai. Muitos, como os
coríntios, buscam os dons exteriores, mas o amor é a maneira
excelente de exercê-los, e é a expressão de Deus dentro de nós
como vida e alento.
A natureza de Deus é amor (1 Jo 4:16), e a expressão desse
amor é o que nos leva a ser espirituais. Podemos ter uma
magnífica compreensão da Palavra de Deus, podemos ter todos
os dons espirituais, podemos compreender todos os princípios
do reino, podemos possuir uma fé gigantesca, mas se
carecemos do amor do Pai, nada somos.
Não temos conseguido compreender, todavia, o suficiente e em
sua justa medida o capítulo 13 da primeira epístola aos
Coríntios. Quanto mais nos alimentamos de Cristo, mais cheios
somos de Seu amor, porque Ele, que é amor, vai se
apoderando de todo nosso ser; não só do espírito, mas também
da alma e todas suas faculdades, e até do corpo. O Senhor tem
vindo a viver dentro de nós para sempre; nunca se afastará de
nós; esta é Sua casa; mas devemos buscar que Ele nos encha
de Seu Espírito e de Seu amor para que lhe sejamos fiéis; Seu
amor nos livra do egocentrismo, e nos faz ver mais além de
nosso contorno físico. Saturados de Seu amor, poderemos ter a
visão do terceiro céu, e pregá-lo. Com o amor, podemos
manejar a armadura de Deus com eficácia.
A sexta promessa
A Igreja tem falhado, mas na história o Senhor começou a
restaurar tudo o que havia se perdido no cativeiro babilônico;
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 137
portanto começou o período de Filadélfia, do amor fraternal, os
irmãos que, ainda que com pouca força, guardam a Palavra de
Deus, retém firmemente o que têm e não negam o nome de
Jesus Cristo. É em Filadélfia onde melhor se expressa a
realidade atual do reino dos céus entre os crentes
neotestamentários, e particularmente para os vencedores de
Filadélfia há formosas promessas. Diz Daniel 4:26: "26 Quanto
ao que foi dito, que se deixasse a cepa da árvore com as suas
raízes, o teu reino tornará a ser teu, depois que tiveres
conhecido que o céu domina".Em Filadélfia começamos a
experimentar que o céu governa em nossas vidas.
Na carta do Senhor a Filadélfia encontramos uma formosa
promessa para os vencedores, de serem guardados da hora da
prova, ou seja, a grande tribulação que tem de ser manifestada
sobre toda a terra habitada (Mateus 24:21). Diz em Apocalipse
3:10: "10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança,
também eu te guardarei da hora da provação que há de vir
sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam
sobre a terra". Neste versículo e no contexto da carta vemos
que os santos que guardam a palavra do Senhor e não negam
o nome do Senhor Jesus Cristo, ou seja, não o troquem por
nomes denominacionais ou de líderes religiosos, serão
guardados por Deus da grande tribulação nos tempos do
governo do anticristo. Não significa isto que alguns santos
serão transformados e arrebatados ao céu antes da grande
tribulação, posto isto seria crer em um arrebatamento da igreja
em duas etapas, pois a Igreja de Cristo estará na terra durante
todo o governo do anticristo.
Colunas no templo
"12 Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e
daí jamais sairá" (Ap. 3:12a). Se os vencedores de Filadélfia
conseguem reter firmemente o que tem, o Senhor os fará
colunas no templo de Deus. Em Filadélfia vencer é reter. Todos
os santos neotestamentários são pedras do templo do Senhor,
mas nem todos chegam a ser colunas do templo de Deus. Tem
que se diferenciar a condição de ser coluna do templo de Deus
e o ser uma simples pedra do edifício. O vencedor de Sardes
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 138
será transformado em uma pedrinha para o edifício de Deus,
mas o de Filadélfia será uma coluna edificada no templo de
Deus. A coluna é fundamental, não pode ser tirada sem que
ponha em risco a estrutura da edificação; ou seja, que o
vencedor de Filadélfia, que guarde a palavra do Senhor e não
neguem Seu nome vá, a receber no reino milenar o prêmio de
ser um fundamento do templo de Deus, e nunca mais será
tirado dali. O vencedor sabe perfeitamente que não pertence a
este mundo, que não habita aqui como se pertencesse a esta
esfera. Uma vez pertencíamos a este mundo, mas se somos
vencedores, agora não pertencemos a este mundo. Pelo
contrário, esta era é tão malvada, que os vencedores, já como
um exército, virão com Cristo a por um fim nesse sistema
mundano (Apocalipse 17:14; 19:14, 19-21). Agora somos
possessão de Deus, de Cristo e da Nova Jerusalém. Fora de seu
lugar celestial, a vida do vencedor é a cruz e o vitupério. Hoje
tem pouca força, e amanhã é una coluna no templo de Deus,
pelo poder do Senhor.
O nome de Deus
"gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da
cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu,
vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome" (Ap. 3:12b).
Ao vencedor de Pérgamo se promete dar-lhe no milênio uma
pedra com um nome escrito, mas ao vencedor de Filadélfia se
fará dele uma coluna sobre a qual serão escritos três nomes: o
de Deus, o da Nova Jerusalém e o novo de Cristo, como sinal
por pertencer a Deus, de herança eterna e de testemunho de
Cristo e de que se tenha feito um com Deus, com a Nova
Jerusalém e com o Senhor; todo o qual se cumprirá no reino
milenar. Levar o nome de Deus significa que Deus foi formado
em ti; levar o nome da Nova Jerusalém significa que fazes
parte da Cidade Santa, porque tem sido também formada em
ti, e levar o nome novo do Senhor significa que o Senhor tem
formado a Si mesmo em ti, em tua experiência, em teu andar.
Em resumo, Filadélfia é a única igreja que é completamente
aprovada por Deus. Filadélfia não nega o nome do Senhor; os
irmãos de Filadélfia não se apelidam com outros nomes; em
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 139
Filadélfia não há batistas, nem presbiterianos, nem
pentecostais, nem puritanos, nem quadrangulares;
simplesmente são de Cristo, são cristãos, e em conseqüência
recebem uma preciosa promessa de que será escrito sobre eles
o nome de Deus, o nome da cidade de Deus e o novo nome de
Cristo.
2. Ressurreição da alma.
Uma vez que temos
experimentado a ressurreição do espírito, o Senhor passa a
trabalhar para ressuscitar nossa alma; mas a alma, para que
possa ressuscitar, deve morrer antes. Um crente novo ainda é
carnal, sua alma não tem sido renovada, de maneira que temos
que passar por um processo de crescimento espiritual, provas e
negação do eu, até que nossa alma chegue a ser renovada, e
tenhamos uma alma espiritual, com uma mente renovada, que
possamos pensar como Cristo; ao sermos conformados, não à
nossa maneira de pensar passada, mas sim à mente de Cristo.
Uma alma totalmente renovada é uma alma ressuscitada a uma
nova vida.
Deus quer que todo nosso ser (1 Tes. 5:23) seja achado
irrepreensível quando vier o Senhor, e todo nosso ser
completamente ressuscitado, seja em forma integral liberado
do velho homem que tinha Satanás escravizado. Que trabalhe,
pois, em nós o poder de ressurreição que operou em Cristo
Jesus. Disto tiramos a conclusão que haverá crentes não
vencedores, que suas almas não haverão experimentado a
respectiva ressurreição, de maneira que não experimentarão
essa ressurreição especial no último dia. Note que Paulo
adverte em Filipenses 3:11, quando diz: " para, de algum
modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos". É bem claro
que não está se referindo à ressurreição geral da Igreja senão a
essa ressurreição especial, pois Paulo estava seguro que
participaria da ressurreição geral.
As bodas do Cordeiro
Não tem havido muita clareza no relacionado com as bodas do
Cordeiro e com a Igreja. Muitos irmãos pensam que toda a
Igreja, ou seja, cem porcento dos irmãos participarão como
noiva nas bodas. Mas a Escritura não diz isso. Na parábola da
festa de bodas diz que "o reino dos céus é semelhante a um rei
que fez festa de bodas a seu filho" (Mt. 22:2). Pelo contexto
vemos que para participar nesta festa de bodas é necessário
cumprir certos requisitos, como ser dignos (v.8) e estar vestido
de certo tipo de vestido de boda. Dizem os versos 11-13: "11
Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou
ali um homem que não trazia veste nupcial12 e perguntou-lhe:
Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele
emudeceu.13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o
de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá
choro e ranger de dentes". O que significa este vestido de
boda? O fato de que este homem entrou à festa de bodas é
porque é salvo, mas não estava vestido com as vestes dos
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 173
vencedores, o da justiça subjetiva em seu andar com o Senhor.
O compreenderemos melhor com Apocalipse 19:7-9: " 7
Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são
chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já
se ataviou,8 pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo,
resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de
justiça dos santos.9 Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-
aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de
Deus". Então vemos que as bodas do Senhor não se farão com
toda a Igreja; nem todos são chamados para participar ali,
senão só com Seus vencedores, os quais vêm a ser a esposa.
Por um lado vemos que na parábola fala de alguém que,
mesmo que seja salvo, é lançado fora por não estar com o
vestido adequado; e por outro vemos em Apocalipse 19:7-9
que fala do vestido de linho fino, que são os atos de justiça dos
santos, e esses atos justos só se vêem nos vencedores.
A noiva do Cordeiro deve estar preparada antes desse
acontecimento. Como é essa preparação? Deve levar o vestido
adequado, que simboliza a vida do Senhor em nós, nossa
justiça, nossa conduta, nossas obras em Deus, e além disso,
estar cheios de azeite do Espírito Santo, como diz Eclesiastes
9:8: "Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e jamais falte
o óleo sobre a tua cabeça". Temos o caso das cinco virgens
insensatas. Lhes faltou pureza, limpeza de toda mancha, lhes
faltou azeite, não haviam pagado o preço, e sendo salvas, pois
foram até o tribunal de Cristo, não puderam participar nas
bodas do Cordeiro. Não haviam se preparado para as bodas.
"E, saindo elas ( As insensatas) para comprar(pagar o preço),
chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com
ele para as bodas; e fechou-se a porta.11 Mais tarde,
chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-
nos a porta!12 Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que
não vos conheço" (Mateus 25:10-12). Sem fé não podemos
alcançar a salvação eterna; mas sem obras justas não
poderemos desfrutar do reino dos céus, incluindo as bodas de
Cordeiro. Na Palavra de Deus se fala de una vestidura de
bodas, e explica em que consiste; ninguém pode confeccionar
esse vestido a não ser com a ajuda de Senhor. O Senhor faz
A sétima promessa
"Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim
como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono"
(Ap. 3:21).
Este é o máximo galardão que o Senhor pode outorgar ao um
vencedor. O Senhor tem falado à Igreja; então o Senhor está à
porta, chamando a quem queira abrir. A grande multidão dos
crentes são crianças carnais, entretidos em seus próprios
deleites e diversões, nas falsas doutrinas de prosperidade; têm
se enchido de riquezas materiais, e orgulho; se gabam dos
muitos conhecimentos que vão adquirindo, de suas posições
ante o Estado e as esferas sociais; já não necessitam de Deus.
Mas o Senhor recorre aos vencedores, ao que lhe escute e lhe
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 175
obedeça, ao que abre sua intimidades com Ele; ao que esteja
disposto a se por de acordo com Ele. O tempo já está pronto
para se cumprir; já vai terminar a era da graça, e vem a do
reino milenar; se aproxima o juízo da Igreja ante o tribunal de
Cristo; então o Senhor, em troca dos "tronos" fabricados pelos
homens, oferece a máxima posição de glória, sentar-se com o
Senhor em Seu trono. Por que precisamente a esta igreja do
morno período de Laodicéia?
Ainda que a Igreja esteja ocupada em seus próprios interesses
e glórias terrenas, entre os vencedores já existe a expectativa
da vinda do Senhor. Eles sabem que esse glorioso dia está às
portas; o esperam ansiosos e amam o regresso do Senhor. Os
vencedores que receberem este galardão de se sentarem com o
Senhor em Seu trono, hão de participar da autoridade do
Senhor, em sua qualidade de reis, governando com Ele sobre
toda a terra durante o reino milenar de Cristo. Mas antes os
vencedores têm comprado de Deus ouro puro refinado pelo
fogo.
8. O REINO MESSIÂNICO NA
PERSPECTIVA PROFÉTICA
Israel no Reino
Então esse propósito de Deus de estabelecer seu reino na
criação, teve aqui na realidade um obstáculo, mas com isto não
se cancelou, pois o Senhor já tinha um plano, e começou a se
mover de tal maneira a restaurar as coisas para que seu reino
se estabelecesse plenamente em um homem em quem Ele
pudesse confiar; não no homem caído. O homem caído ficou
desqualificado em sua escravidão. Primeiramente, quando as
coisas se deram, houve uma linha étnica, uma raça na história,
que se lembrava de Deus, que temia a Deus, pela descendência
de Sete, pois a descendência de Caim se esqueceu de Deus; e
nos tempos de Noé a humanidade já havia se saturado de
maldade, sobre tudo de ocultismo, um pecado que aborrece a
Deus sobremaneira, porque se lhe rejeita, e isso acarretou o
juízo de Deus por meio de um dilúvio. Mas o homem não quer
fazer o bem e se esquece de Deus. A torre de Babel é uma
evidência de que o homem não aprendeu a lição do dilúvio,
voltando à prática do ocultismo, pois a torre de Babel, o
primeiro zigurate da história para a adoração ocultista, também
é o primeiro monumento à auto-exaltação.
Também da descendência de Noé, com o tempo Deus escolheu
a um varão chamado Abraão, filho de Tera da descendência de
Sem, para ir conformando as coisas, para ir estabelecendo os
princípios a fim de dar começo e desenvolvimento aos planos
de Deus encaminhados a estabelecer seu reino sobre a terra; e
a partir do capítulo 12 de Gênesis, Ele o chama das terras
caldéias para fazer uma nação de sua semente, uma nação
diferente por meio da qual revelar sua verdade e sua justiça; e
Deus estabelece a Abraão na terra escolhida por Deus,
chamada nesse tempo Canaã, e lhe dá descendência. Nasce
Isaque, e Isaque gera a Jacó, quem mais tarde daria o nome à
nação, Israel, e quem por sua vez gera os doze pais das tribos
de Israel, e sua descendência se multiplica, e por circunstâncias
que conhecemos se vão à terra do Egito e com o tempo
chegam a serem milhões os hebreus, mas escravizados; e
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depois de quatrocentos e trinta anos, desse povo elege a um
varão, a Moisés, para libertá-los, tirá-los e levá-los pelo deserto
para prepará-los e se revelar a eles a fim de lhes entregar uma
terra onde Ele começaria a estabelecer um modelo, um
princípio, um avanço, um arquétipo realmente do reino de Deus
sobre a terra. No final o reino abraçará toda a terra, mas Deus
começaria por Israel, além de que dessa raça nasceria a
semente da mulher, o Rei messiânico.
E foi assim como depois de 40 anos de perambular pelo
deserto, para suceder a Moisés, elege a um varão da tribo de
Efraim chamado Josué, e com ele na liderança do povo
entrega-lhes a terra e estabelece uma teocracia. O Senhor já os
havia dito em Êxodo 19:6: "vós me sereis reino de sacerdotes
e nação santa". Deus queria que todo o povo fosse um povo
sacerdotal, e um reino à vez; ou seja, Ele queria fazer de Israel
una teocracia, onde o verdadeiro Rei fosse o próprio Deus. Esta
nação foi criada por Deus para Si mesmo, de maneira que os
israelitas, como nação, foram os primeiros em serem livrados
da potestade do reino das trevas, da jurisdição de Satanás, e
ao invés de um príncipe espiritual satânico, como as demais
nações (cfr. Daniel 10:13,20), seu príncipe espiritual que os
guardava foi o arcanjo Miguel (cfr. Daniel 10:21; 12:1). Mas a
eles queriam pedir um rei humano, como as demais nações do
mundo, ao invés de seguir sendo uma teocracia pura. Então
Deus os concedeu no que se chama a vontade permissiva de
Deus. Esse rei, Saul, da tribo de Benjamin, falhou, e então
Deus escolheu a um rei conforme ao Seu coração e
estabeleceu, de certa maneira, a teocracia, pois mesmo que
reinasse Davi, da tribo de Judá, ele fazia a vontade de Deus,
representava a autoridade de Deus, representava a realeza do
Senhor. De todas as maneiras reinaram Davi, seus filhos e
netos, mas faziam a vontade de Deus. Esse era o desejo de
Deus para um reino diferente sobre a terra. Uma única nação
onde realmente ali reinasse Deus e não Satanás. Mas não foi
assim sempre; e diz a Palavra que ao fim eles falharam. E
depois da morte de Salomão o reino se dividiu. Dez tribos no
norte tiveram seu próprio rei, a Jeroboão iniciando a lista; e as
duas tribos restantes, as de Judá e Benjamin continuaram com
Roboão, filho de Salomão, o rei da linha de Davi.
Os dois cativeiros
Se houve um tempo em que havia uma nação que
representava o reino de Deus, e quando essa nação falhou com
Deus, já não se podia dizer que aí reinava Deus, pois mui
poucos obedeciam a Deus; só um pequeno remanescente se
recordava de Deus. E ficaram sabendo até no estrangeiro sobre
esta triste realidade, ante a qual Deus determinou levantar
outras nações poderosas, cruéis e apressadas para castigar aos
mal-feitores de Israel e de Judá. A primeira grande falha foi
dividir o reino e começar a ser regidos por egoístas princípios
humanos afastados da vontade de Deus. Claro, sobreveio a
idolatria. A idolatria minava os alicerces da teocracia, mesmo
quando esta seja representativa; e muito mais em um reino
dividido.
Em conseqüência houve dois cativeiros: Primeiro, o cativeiro de
Israel (as dez tribos do norte) pela Assíria em 722 a. C., a
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 181
causa do castigo recebido por sua iniqüidade. Essas tribos
jamais regressaram; é provável que alguns indivíduos de Israel
tenham regressado com o remanescente de judeus (das tribos
meridionais) depois do cativeiro babilônico. Em verdade,
descendentes das tribos nortenhas tem regressado à Palestina,
mas no presente retorno dos hebreus a sua antiga pátria a
partir de finais do século XIX, e sobre tudo com os eventos do
Holocausto na Alemanha por parte dos nazistas na segunda
guerra mundial, e a criação do moderno Estado de Israel em
1948.
O segundo cativeiro recaiu sobre o reino do sul, Judá, que foi
sitiado, derrotado e levado em cativeiro para a Babilônia em
605 a. C., a mando do rei Nabucodonosor, durante setenta
anos, conforme a profecia de Jeremias;*(1) foram sitiados,
vencidos e levados por causa de sua idolatria. Quando esse
tempo se cumpriu, Deus preparou um pequeno remanescente
dos judeus para que regressassem, pois em sua própria terra
deviam conformar o verdadeiro povo por meio do qual viria o
Salvador dos homens, e verdadeiro rei que ao final dos tempos
restabeleceria o trono de Davi, o reino de Deus sobre a terra. O
propósito de Deus com o retorno desse remanescente era que
eles se pusessem nas mãos de Deus e começassem um
processo para o restabelecimento do reino; tratando Deus de
restabelecer Seu reino em Israel; mas agora seria
completamente distinto. Seria um rei em quem Deus poderia
confiar plenamente, e para ele seria necessário que nascesse a
semente da mulher, o Filho de Deus encarnado, e morresse e
ressuscitasse, e ascendesse à glória, e enviasse a seu Espírito,
e se formasse a Igreja, e passasse o tempo necessário para seu
glorioso retorno à terra a estabelecer seu reino. De modo, pois,
que com o retorno de um remanescente não ia restaurar o
reino imediatamente; eles seguiriam sob o domínio dos
impérios mundiais que se sucederiam na história.
*(1) Cfr. Jeremias 27:19-20; 29:10
Império Romano
" 40 O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo
quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim
ele fará em pedaços e esmiuçará".
Os impérios bestiais
Por isso Deus tem revelado como vê Ele os reinos do mundo;
ao profeta Daniel e ao apóstolo João, em primeiro lugar. Daniel
recebeu uma revelação desses quatro impérios mundiais,
Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, nas figuras de quatro bestas,
porque não tem sido outra coisa. Cada besta revela exatamente
as características e qualidades do respectivo reino. A primeira
besta, um leão com asas de águia, simbolizava a grandeza do
império babilônico; a segunda besta, um urso com um lado
mais alto que o outro, e em sua boca três costelas entre seus
Um chifre enigmático
"19 Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do
quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito
terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas unhas eram de
bronze, que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que
sobejava;20 e também a respeito dos dez chifres que tinha na
cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três,
daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 191
insolência e parecia mais robusto do que os seus
companheiros".
Aí é revelado a aparição do Anticristo, que surge destas últimas
nações que corresponde com os dez chifres da quarta besta e
com os dez dedos da estatua do sonho de Nabucodonosor.
"21 Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os
santos e prevalecia contra eles,22 até que veio o Ancião de
Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em
que os santos possuíram o reino".
Vemos na Palavra a revelação de que Deus nos tem feito reis e
sacerdotes; mas para reinar com Cristo temos que ser
vencedor.
"23 Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na
terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda
a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.24 Os dez
chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele
mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será
diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.25 Proferirá
palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e
cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão
entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de
um tempo".
Isso concorda com os três anos e meio revelados em
Apocalipse (cfr. Apocalipse 13:5; 11:2).
Nós fazemos hoje parte desse Rei, pois Ele nos tem feito reis e
sacerdotes; o Senhor nos tem elevado a essa posição gloriosa;
e a Palavra de Deus nos diz que devemos pregar o evangelho
do reino. Por exemplo, em Mateus 10 encontramos uma
habilitação e comissão dos doze discípulos mais íntimos do
Senhor. Ali vemos que eles foram comissionados e enviados,
não sem antes serem dotados de autoridade sobre os espíritos,
para que os expelissem, para sanar toda enfermidade e toda
doença, como selos divinos que garantiam a autenticidade da
mensagem. O reino dos céus é a quinta-essência do evangelho,
mas eles não iam pregar, dizendo: Já chegou o reino de Deus,
pois Cristo não estava reinando todavia, mas o Senhor decide
enviá-los essa vez com essa bendita mensagem precursora,
como os primeiros raios da alva anunciando a aparição do sol.
Sacerdócio Real
Nós estamos localizados na Palavra nesse contexto. Nós
estamos sendo treinados para governar como reis e ministrar
como sacerdotes. Por exemplo, o apóstolo Pedro em sua
primeira carta nos declara: "4 Chegando-vos para ele, a pedra
que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus
eleita e preciosa,5 também vós mesmos, como pedras que
vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio
santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a
Deus por intermédio de Jesus Cristo.6 Pois isso está na
Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e
preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum,
envergonhado.7 Para vós outros, portanto, os que credes, é a
preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra,
angular8 e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os
que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que
Os vencedores e o Reino milenar Paá gina 197
também foram postos.9 Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de
Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe. 2:4-9).
Ali eles, os desobedientes; mas vós sois linhagem escolhida.
Para Deus somos uma raça especial; já não somos nem judeus
nem gentios. Originalmente, Deus queria fazer de Israel uma
nação sacerdotal, mas eles caíram na idolatria e não se
qualificaram. Nós agora somos reis e sacerdotes, porque
estamos em Cristo, que é Rei de reis e Sumo Sacerdote. Note
que Pedro não diz “sereis” e sim “sois”, no presente. Somos
linhagem escolhida, real sacerdócio. Para que temos sido
chamados? Para anunciar as virtudes Daquele que nos chamou
das trevas à Sua luz admirável; para anunciar as virtudes do
Rei. Para isso temos sido chamados por Deus, para anunciar
essas virtudes do Senhor e, claro, mostrá-las em nós mediante
um testemunho santo.
Em Apocalipse também aparece esta declaração. "E nos fez reis
e sacerdotes para Deus, seu Pai; a ele seja a glória e império
pelos séculos dos séculos. Amém" (Ap. 1:6). Nos fez. é um
fato. "9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar
o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu
sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo,
língua, povo e nação10 e para o nosso Deus os constituíste
reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Ap. 5:9-10).
Fomos tirados de toda linhagem e língua e etnia; aí estão as
dez virgens. Isso somos, e o seremos para toda a eternidade
com o Senhor. Em todo reino há um rei, e há um território que
compreende os limites do reino, e há súditos, mas também há
leis, há princípios morais e jurídicos, e há disciplinas. Os
princípios do reino de Deus são totalmente opostos e diferentes
aos princípios dos reinos do mundo. Eu creio que as leis e
constituições dos reinos do mundo que mais podem se
assemelhar aos princípios do reino de Deus são aquelas que se
baseiam em alguma medida na Palavra de Deus.
BIBLIOGRAFIA
DE OS VENCEDORES E O REINO MILENAR
EM ESPANHOL
- Aproximación al Apocalipsis - Gino Iafrancesco V.
- Catolicismo Romano - Orígenes y Desarrollo. José Grau. E.E.E. 1987.
- Comentario Bíblico. Matthew Henry. CLIE, 1999.
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- El Tribunal de Cristo, ¿Será Juzgado el Creyente? Delcio Meireles. Ediciones Parousia