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crentes
Porque você acha que existem tantos grupos dentro de uma mesma sociedade? Grupos de
torcedores de equipes esportivas, grupos de colecionadores, de músicos, de acadêmicos, de
políticos. Nós como humanos temos esse comportamento; de nos associamos com pessoas que
partilham de interesses comuns, experiências, ideias, etc.
Temos então de nos perguntar: como identificar se estamos em uma igreja ou o grupo do qual
fazemos parte, não passa de um grêmio religioso, uma associação comparável a um clube? Muitos
podem afirmar que a ênfase sobre a associação voluntária, ideia defendida pelos Batistas, contraria
a natureza divina da igreja, já que ela é muito mais que isso, é um corpo formado pela ação do Espírito
Santo. Sabemos que há o risco de se tratar a igreja como uma organização qualquer, negligenciando
o aspecto transcendente do corpo de Cristo; mas devemos a todo custo, evitar outro perigo: o de
perder a realidade concreta do povo de Deus no tempo e no espaço.
Uma Organização Local
Só existem dois trechos nos Evangelhos onde Jesus usou a palavra “igreja” (Mt.16:18; 18:17). Sabe-
se que o Senhor falava em língua aramaica, mas o evangelista Matheus apresentou seus ensinos em
grego, usando a palavra “ekklesía”. Nas cidade-estado da antiga Grécia, “ekklesía” era a assembleia
de todos os cidadãos. No terceiro século depois de Cristo, os judeus de fala grega escolheram
“ekklesía” para traduzir a palavra hebraica “qahal”, que se referia a congregação de Israel. Assim
devemos concluir que a igreja assume dois papéis, um corpo local e organizado e um sobrenatural
místico-espiritual.
Alguns podem usar a desculpa da igreja invisível para abandonar a organização local, porém não se
engane: Participar de uma igreja local não é sinal de salvação, mas um salvo, deseja ardentemente
congregar com os seus irmãos, compartilhar das experiências a fim de vivenciar a manifestação da
glória de Deus no meio dos santos.
Mesmos que os pais obriguem os filhos a frequentarem a igreja, eles não permanecerão se o coração
não estiver convertido ao Senhor. Mesmo que o estado oficialize o cristianismo como religião, os
homens não se tornarão salvos pela declaração legal ou prática cultural. Então, a aceitação de um
membro deve acontecer por livre e pública confissão e profissão de fé para o batismo. E aceitando
novos membros que se dizem cristãos, os batistas devem indagar e procurar evidências sobre essa
fé, pois cada igreja se responsabiliza pelas pessoas que aceita, e assim, exerce cuidado na recepção
de novos membros.
A igreja democrática
A igreja deve ser uma democracia? A resposta é sim e não!
Não somos episcopais, não temos liderança monocrática, exercida por um bispo. Também não temos
um governo presbiteriano, onde um grupo, seja dos “melhores senhores” ou dos “mais sábios”, ou
dos “mais influentes”, decide sobre os caminhos da igreja. Somos uma congregação cuja assembleia
dos santos, não só decide a respeito da organização local, mas trabalha, persevera e assume a
responsabilidade pela igreja. Então sim, somos uma democracia.
Devemos entender, porém, que essa democracia vem da ideia da ekklesía” da Grécia. Cada cidadão
tinha igual direito de voz e voto. Mas há um detalhe nisso tudo: era necessário “ser” cidadão. Como
batistas, não podemos simplesmente considerar um governo democrático, sem assumir esse papel
de “cidadão”. Ou seja, para ser um cristão, é preciso de uma consciência transformada pelo Poder
do Evangelho, amar a Cristo, ter vida no Espírito, dar testemunho de sua fé, se esforçar em estudar,
ler e conhecer as Escrituras. Então, podemos concluir que não, não somos uma “democracia”! Pois o
governo que manifestamos em nós deve partir do cabeça que é Cristo que, pelo Espirito Santo, revela
sua vontade em nossos corações, a fim de que nossas ações glorifiquem ao Pai que está nos céus
(Mt.5:16).