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LIÇÃO 6 — IGREJA: ORGANISMO E

ORGANIZAÇÃO
At 6.1-7
Introdução
O século é o século I, a Igreja primitiva, uma
Igreja que nasceu numerosa. No primeiro culto,
quase, três mil almas se renderam a Cristo,
reunidos em um cenáculo cumpriu-se em parte a
promessa do derramamento do Espírito Santo, JI
2.28-30, At 2.1-4,41. E começaram a evangelizar a
Jerusalém e por onde fossem os convertidos
levavam a semente do Evangelho, foram revestidos
de poder pata testemunhar do evangelho e do
Reino de Deus. Era uma Igreja viva. Se reuniam nas
casas, no pátio do templo e sabemos que no local
onde se reúnem diversas pessoas problemas
começam a surgir. A Igreja não era como as atuais
com CNPJ, diferença de denominação, templos
suntuosos, mas eram organizadas. Havia separação
daqueles que administravam a igreja, quem falava
o que, quem dirigia, quem organizava, quem
decidia, mas todos eram um em Cristo, guiados
pelo Espírito Santo. A organização começou na

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Igreja quando os problemas começaram a surgir, foi
assim no tempo da Antiga Aliança, a congregação
do passado. Moisés estava sozinho Resolvendo
questões do povo e era como um juiz nas questões
entre eles. Até que um dia, Jetro, seu sogro, indo
visitá-lo e levando Zípora e seus filhos para reuni-
los, encontrou aquela situação difícil. Moisés
sozinho na tenda e o povo de pé o dia inteiro
aguardando sua vez e muitos até desfaleciam de
cansaço. Moisés atendeu o conselho de Jetro,
enxergou o problema e escolheu homens capazes
que o ajudasse. Uma organização que trouxe paz a
todos, mas essa organização não impediu Deus de
operar milagres no meio do Seu povo e muito
menos desfaleceu a fé de alguns, Ex 18.

À medida que os conflitos ou as necessidades


surgem faz-se necessário mais, organização por
parte da liderança. Há quem diga que se ele
pertence ao corpo de Cristo, a um organismo vivo,
ele não precisa frequentar uma organização cheia
de regras onde poucos mandam. Agora, imagina
uma igreja no seu princípio, os problemas
acontecendo e não possuíam ainda uma
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organização. Faremos a diferença entre a igreja
organizacional e o institucionalismo e o legalismo.

Institucionalização é o processo de

assemelhaçõo ou de transformoçõo de alguma

coisa em uma Instituição.

Uma corporoçõo policial é uma instituiçõo


pública de segurança; uma igreja é uma instituiçõo
religioso; uma associaçõo de moradores é uma
instituiçõo social. Nõo importo o quanto organizada
é uma Igreja, o importante é que ela nõo tenha
perdido sua missõo no terra de ser uma
comunidade odorodoro, euongelizadora,
discipuladora e edificodora. A ordem, sempre, é
um bom requisito para qualquer instituiçõo.
As instituições usam a atender o bem comum e
os fins sociais.
Uma instituição é uma organização pública
estabelecida. O termo igreja institucional se refere a
grupos organizados de cristãos professos que se
reúnem em prédios designados e seguem horários
prescritos para adoração e ensino semanais. Alguns
reclamam que a igreja institucional não se parece
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com a ekklesia que Jesus tinha em mente quando
disse que constituiria Sua igreja (Mateus 16:18). De
acordo com alguns, as igrejas tradicionais
institucionalizadas não atendem à necessidade de
comunhão íntima conforme descrita no livro de Atos
Em suma, eles veem a igreja institucional como uma
criação feita pelo homem que não cumpre os
propósitos pelos quais Jesus estabeleceu Sua
ekklesia.

Os rituais e tradições que se acumularam em


várias igrejas institucionais parecem para eles, esses
alguns críticos, sufocar a verdadeira obra do
Espírito Santo, (gotquestion.org).
Legalismo significa pôr as regras acima de Deus e
das necessidades humanas. É o estilo de uida de
pessoas que acreditam que o cumprimento das regras
torna o indivíduo merecedor do fauor e da saluaçôo
diuina. Esse pensamento nôo é Bíblico e foi
condenado por Cristo. Jesus criticou duramente o
legalismo citando a oraçõo do publicano e do
fariseu, Lc 18.11-14 e a respeito de se fazer o bem aos
sóbados quando curou o homem da mõo mirrada e os
legalistas hipócritas condenaram a jesus por isso, Mt

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12.9-12, (biblio.com.br).
Conheceremos os três principais sistemas de
governos adotados ao longo dos anos, em qual a
AD se encontra: Episcopal, Presbiteral,
Congregacional. Aqui não estamos para dizer qual é
o certo ou o errado, porém tudo aquilo é dirigido
por pessoas é sujeito a falhas e acertos. O que
precisamos entender é que o padrão que deve ser
buscado é o padrão de Igreja do Novo Testamento.
Devemos lembrar que a Bíblia não oferece por
menores específicos para ordem e regulamentação
para a Igreja.

I— A ESTRUTURA DA IGREJA CRISTÃ


1 — A Igreja como organismo
A Igreja como organismo é porque ela gera
vida e possui vida. A Igreja era dinâmica e
desfrutava de liberdade e do entusiasmo de ser
dirigida pelo Espírito Santo. Mas desde seu início
operava com certo grau de estrutura. Um
organismo é visto como um conjunto de órgãos
que constituem um ser vivo. Nesse aspecto, um
corpo com as diferenças de seus órgãos e
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membros é entendido como a estrutura física de
um organismo. A Igreja é metaforicamente
definida como o corpo de Cristo, I Co 12.27,
juntos somos o corpo e individualmente somos
membros deste corpo. Cristo é a cabeça deste
corpo e, portanto, o corpo não tem vida em si, Ef
5.23. Da mesma forma que um corpo funciona
bem pela harmonia dos membros, assim também
é a Igreja, I Co 12.12. É uma unidade, mesmo sendo
muitos membros formam um só corpo, todos
batizados em um só batismo. Os membros não
existem sozinhos independemente uns dos
outros, assim como em um corpo humano
quando há falência de órgãos cada um após o
outro também vão morrendo.

Como corpo de Cristo, a Igreja existe


organicamente.

2 — A Igreja como organização

O Novo Testamento indica vários meios de


organização para suprir essa necessidade.
Quando a Igreja nasceu, já nasceu tendo os
apóstolos como autoridade sobre ela, eles que
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lideravam a Igreja.
Eles doutrinavam a Igreja, At 2.42-47.
No primeiro impasse que surgiu, segundo as
necessidades da época, foram instituídos os
diáconos, aqueles que iriam servir tanto as viúvas
de fala grega e hebraica para que ninguém ficasse
de fora da assistência social, porém eles
permaneceriam na oração e na Palavra, e logo após
lideranças estabeleceram lideranças locais, At 6.6;
14.23. Surgiu uma contenda a respeito da
circuncisão, os judeus Foram à Antioquia e queriam
transtornar os gentios convertidos a respeito da
circuncisão alegando que somente seriam salvos se
circuncidassem também. Paulo e Barnabé
contenderam com eles e ficou tão grave a situação
que a liderança local enviou Paulo e Barnabé à
Jerusalém para os apóstolos decidirem acerca do
assunto. Foi o primeiro Concílio de Jerusalém,
Pedro dirigiu a sessão e Tiago trouxe uma solução
para o caso, At 15, que não houvesse dificuldade
para os gentios que estavam se convertendo, mas
que abstivessem de comida contaminada pelos
ídolos, da imoralidade sexual, da carne de animais
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sufocados ou estrangulados e do sangue.

Isto é organização.

Há uma diferença da igreja organizada e da


igreja institucionalizada, que não é saudável. Uma
igreja organizada se mantém viva e a outra
caminha para a morte.
Tem crente que bate ponto na Igreja local,
porém não adora, não evangeliza, não edifica a
ninguém, não discipula, e o pior critica os que
assim fazem, estão espiritualmente mortos.

3 — Organismo e Organização
O organismo para sobreviver precisa de uma
estrutura. A Igreja precisa ser um organismo vivo
que gera vida e ter organização. Ambos estão
corretos. Muitos rejeitam a Igreja como uma
organização, pois como organização ela tem
CNPJ, tem despesas, paga contas, envia
missionários, sustenta obreiros, faz assistência
social aos necessitados física e emocionalmente.
Tem lideranças, tem liderados, tem liturgia nos
cultos, na adoração, na oração. Todo organismo
precisa de organização. Em todas as áreas da
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nossa vida a organização é primordial. No lar, no
trabalho, na vida conjugal, na vida espiritual, tudo
para fluir bem precisa de organização. Tem
pessoas ganhando dinheiro por organizar
armários de famosos, organizar malas de viagem,
por organizar agendas de famosos e é no corpo
de Cristo que não pode haver organização*

Imagina uma igreja local sem liderança? Não,


nem dá para imaginar.

II — A IGREJA: UM ORGANISMO VIVO E


ORGANIZADO
1 — No seu aspecto local
A igreja existe localmente como uma
comunidade organizada.
A Igreja do Novo Testamento nos ensina que a
igreja precisa ser organizada para ter vida e
sucesso espiritual.
Os apóstolos eram a liderança da época,
enxergavam as necessidades e os cristãos vendiam
suas propriedades e depositavam aos pés dos
apóstolos, isto é, à liderança da Igreja, At 4.35.
Havia necessidade, criavam estratégias para
que fossem solucionados, no caso na instituição
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dos diáconos, At 6.2-6, ficou organizada a
assistência social. Enviavam missionários, assim
como foi Paulo, Barnabé, Silas e outros, At 13.
Antioquia era a base missionária e de lá eram
enviados os primeiros missionários.
Quem iria sustentar esses missionários?
Para onde voltariam e contariam o sucesso da
evangelização? Quem arrecadaria provisões para os
necessitados e quem iria distribuir? Como seria
feita essa distribuição* Isto revela um organismo
vivo agindo organizadamente.

2— No seu aspecto litúrgico e ritual


Toda Igreja organizada possui uma liturgia e rituais,
mas não é morta
em seu legalismo.
Do latim liturgia que, por sua vez, deriva de um
vocábulo grego que significa “serviço público”, a
liturgia é a ordem e a forma com que se realizam as
cerimônias de culto numa religião.

Liturgia” é uma estrutura padrão para


cultos religiosos públicos. A Escritura não
delineia nenhuma forma padrão ao culto de
adoração para a igreja. Ao mesmo tempo,
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0
várias passagens do Novo

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1
Testamento nos fornecem ingredientes
importantes que devem fazer parte de uma
igreja local saudável.
Entre eles estão os seguintes:
Verdadeira comunhão, observância das
ordenanças, da doutrina dos apóstolos,
oração e louvor na dependência do Espírito
Santo, evangelismo e ajuntais, cada um de
vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação,
tem I íngua, tem interpretação. Faça-se tudo
para edificação.

2 ’ “E, se alguém falar em Iíngua

desconhecida, faça-se isso por dois, ou


quando muito três, e por sua vez, e haja
intérprete.
2’ Mas se não houver intérprete, esteja

calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com


Deus.
2 " E falem dois ou três profetas, e os

outros julguem. *o Mas, se a outro, que estiver


assentado, for revelada alguma coisa, cale-se
o primeiro.

*1 Porque todos podereis profetizar,


uns depois dos outros; para que todos
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aprendam, e todos sejam consolados, 1 Co
14.26-31.
Uma igreja organizada mantém a ordem e
a decência, tudo deve ser feito assim, I Co
14.40. Imagina você chegando em um culto e
não sabe quem é o dirigente, regente, preletor,
imagina na hora da Palavra uma pessoa
falando Iínguas estranhas muito alto e não
deixa outros ouvirem a Palavra, nada no culto é
mais importante do que a Palavra de Deus.
Enfim, a organização é necessária.
Uma escala deve ser feita para haver
ordem nos trabalhos e assim por diante. São
estabelecidos costumes que devem ser
obedecidos, uma igreja saudável é porque ela tem
bons costumes, se você não concorda saia desta
igreja ao invés de querer causar dissenção no meio
dela.
Não cause polêmica em sua igreja local, o
melhor que você faz é sair dela ou se adequar.
Alguns dizem: para que mulher de cabelo longo* O
que tem a ver usar acessórios* Por que mulher
deve usar somente saias e vestidos e roupas
compostas* Por que homem não pode ter barba*
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E tantas outras coisas, se você não aceita as
doutrinas e costumes da Igreja, não fique nela, não
crie contendas no meio dela, ok? Respeite as
lideranças locais.

A Bíblia considera a condição do crente na


igreja invisível, pois somente os que fazem parte da
igreja invisível serão arrebatados. Entretanto, não
desconsidera a igreja local e visível com a sua
organização. A Igreja visível e invisível somente tem
sucesso porque é o Espírito Santo que a orienta.

III — O GOVERNO DA IGREJA NAS DIFERENTES


TRADIÇÕES CRISTÃS
Sabemos que a maior autoridade e a última
autoridade da Igreja, mas precisamos entender
que é por meio de alguém que Deus ministra Sua
autoridade. No decurso da história

da Igreja surgiram várias formas de


constituição eclesiástica. Falaremos sobre
elas aqui.

1 - Episcopal
É a considerada mais antiga, deriva da palavra
grega episkopos, que significa supervisor, que tem

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algumas traduções como: bispo ou
superintendente. Para os que aceitam essa forma
de governo acreditam que Cristo é a cabeça da
Igreja, que confiou o controle da Igreja na terra a
ordem de oficiais chamados bispos, uma ordem
separada, independente e autoperpetuante. Eles
Escolhem seus próprios sucessores e infelizmente
muitas igrejas estão fazendo isso, escolhendo seus
sucessores, sem ter a aprovação do Espírito Santo.
No século I Inácio de Antioquia, que era um bispo,
afirmou que os bispos refletem a mente de Cristo.
Cipriano, um dos pais da Igreja, afirmou que
onde não houver bispo não há Igreja. A organização
da igreja católica é assim que deve ter começado
em meados do século V, sendo o papa o bispo
supremo da Igreja Romana. Existem outras igrejas
que adotaram essa forma de governo da igreja, a
anglicana, por exemplo.

2 - Presbiteriana

A forma de constituição eclesiástica o próprio


nome já diz, presbíteros ou anciãos. Cristo é o
cabeça da Igreja e os escolhidos geralmente por

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eleição para ser representantes dela lideram nas
atividades normais da vida cristã, adoração,
doutrina, administração. Alguns grupos
pentecostais também adotam essa forma de
constituição eclesiásticas, além das presbiterianas,
reformadas e algumas Assembleias de Deus.

3— Congregacional
O enfoque da autoridade recai sobre o corpo
local de
de crentes. É o sistema que mais coloca
controle nas mãos de dos leigos e mais se aproxima
da pura democracia. A congregação local é
autônoma em suas decisões e quem tem
autoridade sobre ela é somente Jesus Cristo. Entre
elas estão as associações batistas, a Igreja
Congregacional e outras.
Estes modelos encontram apoio em algumas
passagens bíblicas, porém o Novo Testamento não
dá um modelo completo de governo eclesiástico.
Os múltiplos modelos encontrados na Bíblia é para
suprir as necessidades que surgiram. Qual seja o
modelo escolhido, Cristo deve ser o alicerce, deve

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ser a cabeça da Igreja. Por isso deve-se ter muito
cuidado com essa diversidade de governos
eclesiásticos e mantermos a harmonia e união de
propósitos entre o povo de Deus.

3 — O sistema de governo da nossa Igreja


Estamos tratando aqui da Assembleia de Deus.

A Assembleia de Deus constitui-se inicialmente


de crentes diversos grupos evangélicos, atraídos
pela crença bíblica do Batismo no Espírito Santo.
Do ponto de vista ministerial, administrativo,
adotaram uma posição intermediária do sistema
presbiteriano. Porém, na Convenção de 1937, na
AD São Paulo, foi debatida a questão dos anciãos e
presbíteros não poderiam ser considerados
pastores, afinal de contas a Bíblia não faz distinção.
Citaram I Pe 5.1, Pedro colocou-se no papel de
presbítero. Paulo os despedir-se da igreja de
Éfeso que o Espírito Santo os colocou como
bispos para pastorearem o rebanho de Deus, At
20.28. E, com isso, estabeleceram a hierarquia
eclesiástica que até hoje predomina: diáconos,
presbíteros, e ministros do evangelho, pastores e
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evangelistas. A AD segue um modelo híbrido, um
pouco da Congregacional e um pouco episcopal.

Em 1930 foi criada a convenção geral em que


todas as igrejas são subordinadas a ela. As igrejas
possuem um modelo de liderança local e estadual.
Quem estabelece pastores locais regionais é a
convenção estadual; e em outros casos cabe a esse
pastor regional estabelecer pastorais locais em
congregações a ela afiliadas.

Bibliografia
Teologia Sistemática Stanley M.

Horton Dicionário on-line


Bíblia NVI

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