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A COMUNHÃO NÃO É UMA OPÇÃO

ATOS 2:42-47

Quebrando o gelo: Você já realizou alguma tarefa em grupo para um benefício


comunitário? Vale experiências vividas na igreja, no trabalho, na faculdade, em
ações sociais. Como foi essa vivência?

Introdução

O livro de Atos foi escrito por Lucas e tem como principal propósito narrar o cresci-
mento e desenvolvimento da igreja. Entre os muitos elementos que contribuíram
para expansão e consolidação da igreja, destaca-se a maneira como se organiza-
rão para isso, tendo a perseverança na doutrina dos apóstolos, a comunhão, o
partir do pão e as orações, base para esse grande projeto. Hoje destacaremos a
comunhão.

De acordo com o dicionário, comunhão significa a realização ou o desenvolvi-


mento de alguma coisa em conjunto. Também pode ser entendida como a harmo-
nia no modo de sentir, pensar, agir e de se identificar. A descrição bíblica para a
comunhão da igreja no Novo Testamento é a palavra grega Koinonia, que denota
ideias como compartilhamento, comunidade, participação em conjunto, sacrifício
em favor de outros e dar de si para o bem comum.

Lucas, no livro de Atos dos Apóstolos, nos descreve a chamada Igreja Primitiva,
composta pelos discípulos e pelos primeiros convertidos. Ele, sabiamente, utiliza
em Atos 2.42 a palavra comunhão (Koinonia) ao se referir ao estilo de vida prati-
cado pelos cristãos, nos mostrando um amor elevado entre os irmãos.

No texto de Romanos 12.4-5, Paulo se refere à Igreja como sendo o Corpo de Cristo,
e cada um de nós como membros deste corpo. A analogia nos permite entender
que tanto a Igreja, quanto um corpo biológico, são formados por diferentes mem-
bros, com diferentes funções, mas que são necessários para o funcionamento
pleno do todo.

Lucas e Paulo, nos mostram que uma vida cristã é focada no coletivo, nos ensinan-
do que egocentrismo e individualidade não têm lugar na Igreja de Cristo.

Os princípios apresentados no texto de Atos, nos lança a base de como é ser Igreja
e nos provoca com um bom desafio: como alcançar esse padrão de vida cristã
hoje?
Perguntas

• O que mais te chama a atenção no estilo de vida praticado pelos primeiros


convertidos? Por quê? Comparando com o seu estilo de vida, você mudaria algo
em si mesmo hoje?

O contexto histórico bíblico mostra que os irmãos da Igreja Primitiva passaram


por muitas perseguições, sofrendo confisco de seus bens, perda de emprego,
rejeição familiar, prisões e até mesmo eram mortos pelo evangelho. Entretanto,
continuavam firmes nas atividades diárias da igreja.

• O que você acha que um irmão da igreja primitiva te falaria sobre a liber-
dade religiosa vivida pela igreja brasileira atual?

• Você acha que a generosidade é a marca de uma vida transformada pelo


evangelho (v.45)? Como você avalia isso em sua vida?

• Nos dias atuais, o movimento dos desigrejados ganha destaque valendo-


-se de frases como “A igreja sou eu”, “Jesus sim, igreja não”, “Eu não preciso de
igreja” etc. Tendo em vista o conceito de Comunhão apresentado anteriormente
e o padrão de vida da igreja primitiva, como você responderia essas afirmações
(v.46)?

• Na sua opinião, como reagiria uma pessoa que não conhece a Cristo ao ver
o forte nível de comunhão e solidariedade dos irmãos da igreja de Atos (v.47).

• Os atos da igreja primitiva repercutiram positivamente a sociedade da


época. Nos dias atuais, qual impacto você acha que isso teria na comunidade
que sua igreja está inserida?

Conclusão:

Somos chamados a viver uma vida cristã em comunhão, buscando a Deus com o
temor, zelo pela palavra, em oração, adoração, servindo uns aos outros com
generosidade e amor. Sem esses elementos, já testados e aprovados pela igreja
primitiva, não teremos êxito em sermos e estarmos na igreja.

Desafio

Escreva em um papel o nome de no mínimo 3 pessoas que não são convertidas


ou que estejam “desigrejadas”. Ore por essas pessoas durante esse acampa-
mento e peça a Deus para lhe dar estratégia para que você consiga levá-las aos
próximos cultos da OTJV e que comecem a frequentar a sua célula.

Se você ainda não tem uma célula, procure algum dos líderes para saber a
que melhor te atenderá.

Seja igreja na igreja!


QUANDO O AMOR VENCE AS DIFERENÇAS
ATOS 15:1-11

Quebra-gelo: Você já se deparou com pessoas que conviviam bem, mas que ao
se perceberem com posicionamentos diferentes em determinados assuntos mu-
daram a maneira como se relacionavam?

Introdução

No plano de redenção, a igreja exerce um papel fundamental, sendo instituída


pelo próprio Senhor Jesus. Ela é constituída por pessoas de todas as raças, línguas
e nações, que Deus uniu em Cristo. O novo testamento assemelha a igreja ao
corpo (1 Cor 12), em que os membros são partes de um todo. Deus desejou desde a
eternidade, que vivêssemos nossa nova vida em Cristo, não de maneira individu-
alista, porém em comunhão com nossa nova família, a família da fé!

Apesar deste ser o desejo de Deus, desde muito cedo na história, houve situações
a atentar contra essa unidade. O texto lido mostra uma dessas situações.

Perguntas

• O que você considera basilar e fundamental para viver uma vida cristã de
forma genuína?

• Você consegue perceber hoje alguns perigos contra a unidade do corpo de


Cristo? Quais?

• Qual foi a estratégia adotada pela igreja primitiva para resolução desse
conflito?
Conclusão

Não existem várias igrejas de Cristo (ainda que em diferentes denominações o


evangelho seja vivido), o que existe é uma igreja, onde estão todos aqueles alcan-
çados por Cristo. Hoje da mesma forma, existem pequenas disputas, que devem
ser deixadas aos pés daquele que nos salvou!

Amemos ao nosso próximo, e a igreja de Deus, muito mais do que aquilo que é
importante para nós.

Desafio

Reflita sobre quais fundamentos você tem firmado a sua fé. A forma como tem
vivido o cristianismo te aproxima ou te distância das pessoas?
IGREJA E A CULTURA DA CIDADE
ATOS 17:16-34

Quebra-gelo: Como a igreja deve se portar em relação a cidade e suas influên-


cias culturais? Aprendemos com Paulo e o relato de sua estadia em Atenas, três
posturas que a igreja deve tomar em relação a cidade.

(Observação: Por influência cultural tenha em mente o conceito de cultura, que


diante de diversas problematizações e discussões, pode ser resumido como “todo
aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os
costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como
membro de uma sociedade”)

Introdução

Paulo estava em sua segunda viagem missionária, desta vez acompanha-


do de Silas e Timóteo. Haviam, anteriormente, estado em Tessalônica, onde os
judeus dali haviam alvoroçado a cidade contra eles, obrigando-os a irem para
Bereia. Ali pregaram e colheram frutos até os judeus de Tessalônica descobrirem
que estavam ali e irem para perturbar o povo contra eles novamente. Diante
disto, Paulo é enviado, sozinho, a Atenas, onde aguarda a vinda de Silas e Timóteo.
Neste contexto que se passa o relato bíblico de nossa devocional.

A cidade de Atenas, ao mesmo tempo que era conhecida como o centro do


saber, da filosofia e das artes, era bastante religiosa. Muitos ídolos eram cultuados
e vistos ao longo da polis grega (Seu próprio nome é em homenagem a deusa
Atena).

A nossa cidade, hoje no século XXI, é extremamente parecida. Há vários


ídolos sendo adorados em cada canto de nossas cidades e a igreja, povo santo
escolhido por Deus e chamado a ser luz do mundo, não pode ficar alheia.
Perguntas

1- Postura da igreja diante das idolatrias da cidade (v. 16)

• A cidade de Atenas era tão idólatra que era impossível não impactar, de
alguma forma, os habitantes e visitantes que lá estivessem. Qual foi a reação de
Paulo?

• Quais são as idolatrias da nossa cidade hoje? De que forma elas impactam
a sua vida?

• De que forma as idolatrias do nosso presente têm entrado na vida da igreja?


Como a igreja tem reagido a elas? Ela tem se incomodado e se revoltado como
Paulo, tem se posicionado como neutra ou tem abraçado e até mesmo se prostra-
do diante dos ídolos?

Paulo soube identificar o que não estava em conformidade com os princípios cris-
tãos. Não houve conformismo, mas vemos o discernimento na maneira de comu-
nicar aos gentios de Atenas o Cristo não conhecido por eles.

2- Postura da igreja nos relacionamentos com as pessoas da cidade (vs. 17-21)

Paulo se encontrava tanto com os judeus e gentios tementes a Deus nas sinago-
gas aos sábados, como se encontrava com todo o restante do povo quando ia a
praça do mercado (ágora) no restante dos dias. Na praça se reunia todo tipo de
gente. As pessoas iam comprar alimentos e outras mercadorias. Nas proximida-
des, os magistrados estavam reunidos tratando de questões legais e civis e o
senado se reunia em reuniões políticas. Os filósofos davam e ouviam palestras na
praça, ocorrendo, portanto, vários debates constantemente. O centro político,
social, cultural e intelectual da cidade estava ali e, por isto, Paulo fazia questão de
estar presente no local todos os dias.

• Muitas igrejas pregam que crentes não devem frequentar determinados


ambientes por serem muito seculares, pagãos ou “incompatíveis” com a fé cristã.
Na sua opinião existe(m) lugar(es) onde os crentes não devem estar?

• Onde é o centro político, cultural, social e intelectual da sua cidade? E do


seu bairro? De que forma a igreja pode estar presente nestes locais? (Não pense
apenas na igreja como instituição, mas sim na chamada “igreja invisível”, ou seja,
composta por todos os crentes no Senhor Jesus, chamados para serem nação
santa).
• Pense nos seus relacionamentos. Quantos relacionamentos com não crentes
você tem? Quantos amigos não crentes você tem? (Leia Mateus 5:14-16)

Paulo soube fazer a leitura do ambiente em que estava e utilizou todo conheci-
mento que tinha para pregar aos Atenienses. Como igreja devemos fazer a leitura
da nossa sociedade, interpretar a nossa cultura e submetê-la ao crivo da palavra
de Deus. Não devemos nos alienar das questões emergentes e urgentes do nosso
tempo, mas devemos sempre, em Cristo, buscar os fundamentos do nosso viver e
conviver em sociedade.

3- Postura da igreja na comunicação do evangelho para as pessoas da cidade (vs.


22-34)

Em um dos sermões mais fantásticos registrados, Paulo nos ensina muito a


respeito da comunicação do Evangelho. Ele teve que mudar sua forma de pregar.
Estava diante de pagãos, por isto citar as Escrituras do Antigo Testamento, estra-
tégia que ele usava com os judeus, não teria proveito algum. Ele precisa adaptar
sua pregação para que seu público compreenda, e ele o faz de forma magistral.
Ele utiliza pontos de contato entre o Evangelho e a cultura ateniense para que a
Palavra de Deus seja compreendida pelo seu público. O primeiro grande ponto de
contato é o monumento “Ao Deus Desconhecido”, que mostra que os atenienses
eram tão religiosos que adoravam até sem conhecer a divindade e, portanto,
estariam abertos a ter o verdadeiro conhecimento do Deus verdadeiro. Além
disto, ao longo de sua pregação, ele combate o panteísmo estoico e cita os poetas
gregos Epimênides e Aratus. Ele utiliza o próprio conhecimento dos gregos para
relacionar com a Verdade do Evangelho. Veja, Paulo ele não altera em nada o
conteúdo do Evangelho, apenas o contextualiza para que sua plateia possa
entender da melhor forma possível.

• Quais aspectos da cultura de nossa cidade podemos usar como pontos de


contato para a pregação do Evangelho? Quais cuidados devemos tomar para que
a Verdade seja entendida da melhor forma possível?

• As estratégias de comunicação do Evangelho são as mesmas em todos os


ambientes? Será eficaz utilizar a mesma linguagem e contextualização em um
ambiente universitário e em um bairro de periferia, por exemplo? Como saber
identificar a melhor estratégia?
Lembre-se que cultura e religião não precisam estar em caixas diferentes, seguin-
do um modelo cartesiano. Toda cultura precisa ser redimida e transformada por
Cristo, sem necessidade, contudo, de apagá-la ou destruí-la. Siga o exemplo de
Paulo, busque conhecimento, tenha discernimento e se ancore nos ensinamentos
de Cristo.

Conclusão

Leia a nossa cultura com os óculos da fé em Cristo e usufrua de tudo o que Deus
tem nos presenteado todos os dias em nossa vida em sociedade.

Desafio

Retome a lista de pessoas que construiu no primeiro dia e pense em uma ação
específica, a partir do que você conhece de cada pessoa, para utilizar na aborda-
gem de evangelização. Apresente isso a Deus em oração e movimente-se para
colocar em prática.
SER IGREJA: CUIDADO DO ESPÍRITO SANTO

Quebra Gelo: Você já não recebeu reconhecimento por um trabalho ou projeto


em que foi essencial? Como você se sentiu?

Introdução

Ao longo dos últimos devocionais fomos apresentados a diversos personagens e


pessoas essenciais ao desenvolvimento do início da igreja cristã. Dentre esses
podem ser citados Paulo, Pedro, Lucas, Filipe, Estêvão e muitos mais. No entanto,
a principal pessoa no livro de Atos e na história da Igreja muitas vezes não é per-
cebido com tanta facilidade, o Espírito Santo.

A terceira pessoa da trindade foi e continua sendo essencial em todos os aspectos


da vida cristã e do Corpo de Cristo. No devocional de hoje, iremos analisar alguns
textos de Atos e discutir como o Espírito Santo impactou os primeiros cristãos na
época e ainda nos influencia hoje.

Perguntas:

Atos 4:5-13 – O Espírito Capacita

• No versículo 13, somos apresentados à ideia de que os apóstolos Pedro e


João eram iletrados e sem instrução e, ao mesmo tempo, é apontada a coragem
e intrepidez deles ao pregar. Como o Espírito Santo capacitou a Igreja em Atos
naquilo que ela era chamada a fazer? (Veja também Mateus 10:19-20)

• Por acaso você já se sentiu incapaz de pregar o evangelho aos outros do seu
trabalho ou faculdade pela falta de palavras ou coragem? Como o fato bíblico dis-
cutido interfere na sua vida cristã e com os outros?

• O que precisa ser mudado na sua vida para que você possa ser mais capaci-
tado pelo Espírito?

Atos 8:26-38 – O Espírito Direciona:

• Como o Espírito Santo trabalhou por meio de Filipe no texto lido? Quais
desafios ele enfrentou?
• Muitas vezes nos sentimos sem direcionamento na nossa vida para o que
devemos fazer. Como você reage nessas situações? Como a consciência de que o
próprio Deus nos direciona pessoalmente nos afeta diante dessas situações de
confusão e insegurança?

• Como podemos estar mais sensíveis ao direcionamento do Espírito Santo


no nosso dia a dia?

Conclusão:

Muitas vezes, somos incapazes de ver ação do Espírito Santo tanto conosco
individualmente, quanto com a Igreja que congregamos. No entanto, assim como
no livro de Atos, o Espírito tem agido de maneiras extraordinárias e inimagináveis
na expansão do Reino de Deus. Com o devocional de hoje, somos chamados a
reabrir os nossos olhos para como Deus tem cuidado de maneira muito especial
do seu povo, capacitando e direcionando-nos dia após dia.

Não abra mão dessa oportunidade de crescer e avançar com a Igreja por meio do
cuidado do Espírito Santo na sua vida!
Acampante

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