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PREPARADO HISTOLÓGICO
O que é um preparado histológico?
Preparado histológico é uma lâmina retangular de vidro sobre a qual foram colocadas fatias extremamente finas de
tecidos e órgãos. Para proteção, os cortes são cobertos por uma delgada lâmina de vidro colada à lâmina,
denominada lamínula.
A espessura das fatias de tecidos ou de órgãos é geralmente 5 a 10 µm de espessura, isto é, de 5 a 10 milionésimos de metro.
Medidas usadas: 1 µm (1 micrômetro) = 1 milésimo de mm = 1 milionésimo de metro.
Preparados histológicos permanentes são feitos para durarem muitos anos. Para a obtenção de um preparado permanente,
fragmentos de tecidos e de órgãos ou células costumam passar por um processo denominado fixação. Este processo é feito
por meios químicos (p. ex. com formaldeído) ou físicos (p. ex. por congelação).
Os fragmentos de tecidos e órgãos são submetidos a vários procedimentos após os quais os podem ser cortados em um
aparelho chamado micrótomo para obtenção das fatias que podem ser observadas em um microscópio de luz. Estas fatias
são denominadas cortes histológicos.
As células, assim como os cortes de tecidos e de órgãos são quase sempre incolores e precisam ser corados para que possam
ser observados em um microscópio de luz. Finalmente, os cortes são cobertos por uma lamínula de vidro para sua proteção.
As lâminas de vidro também são utilizadas para observação de células isoladas, bactérias, protozoários e outros objetos
microscópicos.
UM AUMENTO MAIOR
Continuando a observar imagens do mesmo corte de fígado, agora em um aumento um pouco maior, pode-se
ver uma rede cor de rosa e muitos círculos azuis pequenos. São células com citoplasma cor de rosa e
núcleo azulado.
Há também muitos espaços vazios, brancos, de formatos muito diferentes. São lúmens de vasos capilares
sanguíneos, isto é, espaços vasculares de capilares sanguíneos.
NÚCLEO E CITOPLASMA
As células predominantes no fígado são células do tecido epitelial chamadas hepatócitos.
Esta imagem é um aumento grande de um corte de fígado. Observam-se vários círculos azuis ou roxos. São os núcleos dos
hepatócitos.
Os núcleos estão no interior do citoplasma das células. A coloração aplicada ao corte histológico que está sendo observado
se denomina Hematoxilina e eosina. Após esta coloração os núcleos aparecem em cor azul-arroxeada e o citoplasma
corado em rosa. Esta é a coloração mais utilizada para observar cortes histológicos.
NÚCLEO E CITOPLASMA
As células predominantes no fígado são células do tecido epitelial chamadas hepatócitos.
Esta imagem é um aumento grande de um corte de fígado. Observam-se vários círculos azuis ou roxos. São os núcleos dos
hepatócitos.
Os núcleos estão no interior do citoplasma das células. A coloração aplicada ao corte histológico que está sendo observado
se denomina Hematoxilina e eosina. Após esta coloração os núcleos aparecem em cor azul-arroxeada e o citoplasma
corado em rosa. Esta é a coloração mais utilizada para observar cortes histológicos.
Além dos nucléolos, os núcleos contêm pequenos grânulos de formas e tamanhos muito variáveis que são
parte da cromatina condensada. Os cromossomos desta parte de cromatina estão muito espiralizados e
formam a heterocromatina.
O restante do núcleo se cora em azul claro, de maneira homogênea e sem grânulos. Esta porção é formada de
cromatina descondensada, cujos cromossomos estão em grande parte desespiralizados, constituindo
a eucromatina.
Núcleos que contêm grande quantidade de heterocromatina são muito corados e são chamados núcleos de
cromatina densa. Vários dos núcleos de não-hepatócitos presentes na imagem têm cromatina densa. São
núcleos geralmente alongados situados nas paredes dos espaços sanguíneos.
Núcleos em que predomina eucromatina têm coloração mais clara e são chamados núcleos de cromatina
frouxa. Os núcleos dos hepatócitos são geralmente de cromatina frouxa.
CÉLULAS BINUCLEADAS
Muitos tipos de células têm mais de um núcleo. As células dos músculos esqueléticos, por exemplo, podem ter centenas de
núcleos.
Os hepatócitos frequentemente têm dois, ou às vezes três ou quatro núcleos.
Preste atenção na imagem e procure três células binucleadas, isto é, com dois núcleos cada uma. Já vimos que os limites
destas células nem sempre são muito visíveis, porém os núcleos de células bi- ou multinucleadas ficam mais próximos entre
si.
FORMAS MAIS COMUNS DAS CÉLULAS
Os diversos tipos de células do organismo têm formas bastante variadas e as suas formas quase sempre estão estreitamente
associadas com as funções que exercem.
1- células planas ou pavimentosas. São achatadas como ladrilhos. Seu contorno pode ser oval ou alongado e seu núcleo
geralmente é elíptico. Tudo isto dá a este tipo de forma o aspecto de um ovo frito em que a gema seria o núcleo. Muitas
destas células têm prolongamentos.
2- células esféricas. Só existem em meio líquido, como é o caso das células do sangue ou da linfa. Outras células do
organismo, como por exemplo os macrófagos que são células livres e migratórias especializadas em fagocitose, podem ser
mais ou menos esféricas, dependendo da sua posição e do contato com células ou estruturas vizinhas.
3- células cúbicas ou cuboides. Poucas células são realmente cúbicas como mostrado na Fig. 3a. Na verdade elas são
aproximadamente cúbicas e são chamadas cuboides. Geralmente têm várias pequenas faces como mostrado na Fig. 3b, em
vez das seis faces de um cubo verdadeiro. São as faces de contato com células vizinhas.
4- células prismáticas ou colunares. Têm forma de paralelepípedos (Fig. 4a) e, como no caso das células cúbicas, têm
várias pequenas faces (Fig. 4b).
5- células poliédricas. As células que existem em grande quantidade no fígado (os hepatócitos), vistas nas
primeiras páginas deste módulo, têm formas que variam entre aproximadamente esféricas e aproximadamente
cúbicas. Este tipo de célula tem inúmeras pequenas faces resultantes do contato entre células vizinhas. Este
tipo de formato é muito comum no organismo.
6- células fusiformes. São células em forma de um fuso, isto é, alongadas e com as extremidades delgadas.
Um exemplo é o das células musculares lisas.
7- células cilíndricas. Têm forma de cilindros com extremidades achatadas mas não afiladas como as células
fusiformes. As células musculares cardíacas e as esqueléticas são exemplos deste tipo de forma.
COLORAÇÕES PARA MICROSCOPIA DE LUZ – 1
Tipos de corantes
A maioria dos cortes histológicos é submetida a uma coloração para permitir seu estudo ao microscópio de luz.
Para esta finalidade foram desenvolvidos ao longo do tempo inúmeras soluções de corantes e de misturas
corantes. As misturas mais utilizadas são as que melhor distinguem os diversos componentes das células e da
matriz extracelular (MEC) assim como corantes que demonstram tipos celulares específicos.
Uma das técnicas mais utilizadas é a que reúne dois corantes chamados hematoxilina e eosina e a coloração é
denominada abreviadamente HE ou H&E. Os cortes são habitualmente corados inicialmente com hematoxilina
e em seguida com eosina.
Corantes básicos
As moléculas de muitos corantes são sais. As moléculas de corantes nos quais o seu cátion é dotado de cor
tem caráter básico, como por exemplo o azul de toluidina e o azul de metileno. Por isso são também
denominados corantes básicos.
A hematoxilina, embora não seja um sal, se comporta na prática como um corante básico. A solução de
hematoxilina cora em azul-arroxeado vários componentes das células e da matriz extracelular.
De modo geral, as estruturas das células e da matriz dos cortes que contêm grupos ácidos têm afinidade pelos
cátions coloridos dos corantes básicos. Por essa razão estas estruturas são denominados estruturas basófilas,
devido a sua afinidade e coloração por corantes básicos.
Exemplos de estruturas basófilas:
– os núcleos têm grupamentos ácidos nos seus ácidos nucleicos e por isso são basófilos e se coram em roxo
pela hematoxilina e por corantes básicos.
– o ergastoplasma (correspondente no microscópio eletrônico ao retículo endoplasmático granuloso) contém
muito ácido ribonucleico.
– a matriz extracelular da cartilagem possui muitas moléculas com grupamentos ácidos (principalmente
sulfatos).
Outro importante grupo é o dos corantes de caráter ácido – os chamados corantes ácidos. Nestes a porção
aniônica da molécula é colorida. Exemplos: eosina, orange G. Componentes dos cortes que se coram por
corantes ácidos são chamados de estruturas acidófilas ou eosinófilas.
Exemplos de estruturas acidófilas:
– o citoplasma fundamental (citosol) e as mitocôndrias. Por esta razão, o citoplasma da maioria das células se
cora em rosa-vermelho pela eosina após coloração por HE.
– as fibras colágenas do tecido conjuntivo. Por esta razão a matriz extracelular, que na maioria dos tecidos
possui muita proteína colágeno, se cora em rosa pela eosina.
PREPARAÇÃO DE TECIDOS DUROS – OSSO E DENTE
A preparação de cortes histológicos de tecidos duros é um desafio que é resolvido por metodologias específicas.
Osso e dente são tecidos rígidos devido à presença de sais minerais em sua composição. É o que se
denomina mineralização. Como os sais depositados são principalmente moléculas de fosfato de cálcio, sob forma de
cristais de um mineral denominado hidroxiapatita, esta deposição de sais é também denominada calcificação.
Micrótomos comuns não têm capacidade de seccionar tecidos mineralizados, pois são muito duros. Há, porém micrótomos
especiais que podem fazê-lo.
As famílias de células com estrutura, função e comportamento semelhantes constituem os tecidos do corpo. Estes tecidos
foram classificados com base em sua morfologia, localização, funções e origem embriológica. Há quatro tecidos
básicos: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
Esta classificação é útil do ponto de vista da sistematização dos tecidos e do ponto de vista didático. Com o correr do tempo
e em consequência dos progressos havidos nos conhecimentos das células e da matriz extracelular, percebeu-se que esta
classificação rígida das células em tecidos pode não mais ser aplicada indiscriminadamente.
Um exemplo é o termo célula secretora, que antigamente era aplicado às células glandulares do tecido epitelial, pois se
pensava que eram as únicas células que exerciam a função de secreção. Hoje sabe-se que muitos tipos de células, tanto
epiteliais como do tecido conjuntivo, muscular e nervoso também são secretoras.
CARACTERÍSTICAS DOS TECIDOS ANIMAIS
Tecido Características estruturais
Células muito próximas entre si; quantidade muito pequena de
Epitelial matriz extracelular
Conjuntivo Células separadas por grande quantidade de material extracelular
Muscular Células alongadas com pouco material extracelular entre si
Células com prolongamentos formando redes. Muito pouca matriz
Nervoso extracelular
Estas últimas duas faixas são formadas pelo mesmo tipo de tecido ou por tecidos diferentes?
Veja uma análise mais detalhada das duas regiões:
Faixa
Características intermediária com Faixa inferior com
da camada muitas células células separadas
sim, reveste uma
reveste? superfície não
células não, são afastadas
justapostas? sim entre si
material
extracelular? não sim, muito
possui vasos
sanguíneos?* não sim
A faixa intermediária tem características de tecido epitelial de revestimento, ao contrário da faixa inferior, que tem
características de tecido conjuntivo.
Aliás, faz muito sentido, pois tecidos epiteliais estão sempre apoiados sobre tecido conjuntivo.
No epitélio se veem claramente os núcleos das células. As regiões acidófilas (cor de rosa) em torno de cada
núcleo são o citoplasma das células epiteliais. Não há quase espaço entre as células e, portanto, as células
estão justapostas.
No tecido conjuntivo se veem núcleos bastante afastados uns dos outros. O citoplasma das células que
contêm estes núcleos é muito delgado e quase não é visível. As amplas regiões presentes entre as células são
espaços preenchidos por matriz extracelular – há muitas fibras colágenas em cor de rosa, de diferentes
tamanhos e espessuras – e, além disso, espaços aparentemente vazios resultados de artefato de técnica por
causa da retração dos componentes da matriz extracelular.
O corte foi submetido à técnica de ácido periódico-Schiff (PAS), que evidencia polissacarídeos. Desta forma
ficam evidenciadas em vermelho-magenta as membranas basais sobre as quais se apoia o epitélio.
Ao colocar o cursor ou clicar ficam demarcados:
Em dois túbulos seccionados transversalmente o epitélio em cor de rosa cor de rosa e o lúmen dos túbulos em
azul. Em torno desses túbulos ficam ressaltadas em verde as suas membranas basais, subjacente ao epitélio.
Observe em vermelho a membrana basal dos outros túbulos presentes na figura.
No longo túbulo longitudinalmente fica demarcado em azul o seu lúmen.
EPITÉLIO SIMPLES PAVIMENTOSO – 1
É um epitélio formado por uma única camada de células planas, semelhantes a ladrilhos, porém de formas irregulares.
São células muito delgadas e por esta razão, em cortes transversais desse epitélio, frequentemente não é possível observar
bem seu citoplasma.
Seus núcleos, geralmente alongados ou elípticos, são mais espessos que o citoplasma e fazem saliência na superfície da
célula.
A camada epitelial é separada de tecido conjuntivo por uma lâmina basal.
Lembre-se que os vasos são pequenos tubos e que quando cortados se parecem com anéis. Veja na figura que
a parede dos dois vasos sanguíneos é muito delgada e constituída somente por epitélio simples pavimentoso.
Como todos epitélios, o endotélio está apoiado sobre uma membrana basal, que não é vista nesta imagem. Em
torno dos vasos há tecido conjuntivo.
As células epiteliais que revestem os vasos – células endoteliais – são muito delgadas e frequentemente só
se observa bem o seu núcleo, bastante achatado.
Ao passar o cursor veja na figura as células do endotélio. Seus núcleos ficam ressaltados em azul e o
citoplasma em vermelho. A região central é o lúmen do vaso o qual contém sangue.
EPITÉLIO SIMPLES PRISMÁTICO ou COLUNAR – 1
Este tipo de epitélio de revestimento é formado por uma camada de células prismáticas, altas, apoiadas sobre uma lâmina
basal. Seus núcleos são elípticos. Note como os núcleos alongados acompanham o maior eixo das células.
É um tipo de epitélio bastante frequente no corpo constituindo, por exemplo, o revestimento interno do estômago, intestinos
e de vários outros órgãos.
Alguns núcleos esféricos (destacados em cor púrpura) presentes na camada epitelial são células de defesa,
linfócitos, que migraram para o epitélio e estão entre as células epiteliais.
A superfície apical (ou superfície livre) das células epiteliais possui grande quantidade de microvilosidades,
importantes para o processo de absorção de nutrientes. O conjunto das microvilosidades aparece como uma
delgada faixa de coloração mais escura abaixo na superfície apical denominada bordadura estriada ressaltada
em vermelho após usar o mouse ou clicar.
O tecido conjuntivo subjacente está destacado em cinza ao passar o cursor ou clicar sobre a imagem.
EPITÉLIO ESTRATIFICADO
Epitélio estratificado cúbico/colunar
Os epitélios estratificados são formados por duas ou mais camadas de células.
A imagem é de um duto excretor de uma glândula salivar. Este duto foi seccionado longitudinalmente e corre
horizontalmente na figura. No seu interior, isto é, no seu lúmen, há uma substância acidófila homogênea corada em rosa
claro – é a secreção da glândula transportada ao longo do duto.
Trata-se de um duto calibroso formado pela junção de vários outros dutos excretores mais delgados. A parede dos dutos
excretores mais delgados é constituída de uma só camada de células, um epitélio simples cúbico que depois, quando o duto
se torna mais calibroso, é substituído por um epitélio simples colunar. Nos dutos ainda mais calibrosos, como o mostrado na
figura, o epitélio da parede pode se tornar estratificado.
A parede do ducto desta figura é formada por duas camadas de células.
A camada mais interna, mais próxima da membrana basal, é formada de células cúbicas cujos núcleos estão indicados em
azul claro após usar o mouse ou clicar. A camada mais superficial do epitélio é formada de células colunares cujos núcleos
aparecerão em azul escuro. É um epitélio estratificado cúbico-colunar.
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO – 1
O epitélio estratificado pavimentoso tem várias camadas de células. Um fato muito relevante neste tipo de epitélio é
a mudança da forma das células em diferentes alturas da camada epitelial.
As células basais são as mais profundas do epitélio e estão apoiadas na lâmina basal. São poliédricas ou cuboides ou
colunares, dependendo da localização do epitélio no organismo.
As células intermediárias da camada epitelial são alongadas e as células mais superficiais são achatadas, isto
é, pavimentosas. O nome deste tipo de epitélio deriva da forma das células da camada superficial.
Nos epitélios estratificados pavimentosos há uma contínua produção de novas células na sua porção basal e
uma contínua descamação na sua porção superficial.
As células basais se dividem, migram em direção à superfície e lentamente ocupam posições cada vez mais
superficiais. Após permanecerem certo tempo na superfície descamam. A migração é simultânea com
modificação da forma das células que passa de cuboide ou arredondada para achatada. Ao mesmo tempo as
células alteram seu padrão de síntese e produzem novos tipos de macromoléculas.
Este epitélio costuma existir em locais sujeitos a atrito ou forças mecânicas, como por exemplo na cavidade
oral, esôfago, vagina. A espessura deste epitélio, isto é, o número de camadas celulares, costuma ser maior em
locais expostos a maiores forças.
Na camada mais superficial o citoplasma das células se corou por amarelo pela técnica de coloração usada
neste preparado. Isto indica que estas células estão em processo de corneificação ou queratinização.
Observe que, diferente do epitélio observado na página anterior e que tem sua superfície basal (é a superfície
profunda, apoiada sobre o tecido conjuntivo) lisa, este tem a superfície basal bastante pregueada. Há uma
interpenetração entre a camada de tecido epitelial e o tecido conjuntivo cujas fibras colágenas estão tingidas de
azul. Este epitélio se localiza em uma área sujeita a maior atrito e as irregularidades, chamadas papilas
epiteliais, aumentam a adesão da camada epitelial ao tecido conjuntivo evitando que o epitélio se solte
facilmente.
Esta camada córnea está destacada em azul claro na imagem ao passar o cursor sobre a imagem. Repare que
não há núcleos nesta camada, pois as células estão mortas. Algumas células pavimentosas, em processo de
corneificação, aparecem destacadas em verde.
A camada córnea é mais espessa em regiões de maior atrito, p. ex. – palma das mãos, solas dos pés,
cotovelos, joelhos.
A segunda particularidade consiste na mudança da espessura do epitélio e da forma de suas células em função
do preenchimento da bexiga. Quando este órgão está vazio ou pouco cheio o folheto epitelial é espesso.
Quando a bexiga está cheia o epitélio se torna mais delgado e as células superficiais podem se tornar
achatadas. Há uma acomodação das células epiteliais dependendo da pressão interna na bexiga.
EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO – 2
Uma característica muito importante das células do epitélio de transição é sua capacidade de se rearranjar nos diferentes
estados de preenchimento da bexiga.
Quando a bexiga está esvaziada ou com pouca urina o epitélio é mais alto e formado por maior número de camadas. Quando
a bexiga contém muita urina, as células epiteliais se rearranjam, o número de camadas pode diminuir, o epitélio fica mais
delgado e as células superficiais se tornam mais achatadas.
EPITÉLIO PSEUDOESTRATIFICADO – 1
O epitélio pseudoestratificado tem este nome porque parece ser estratificado, pois apresenta núcleos em diferentes
alturas da camada epitelial.
Na verdade, há só uma camada de células, porém elas apresentam alturas diferentes, o que resulta na distribuição variada
de seus núcleos, dando a falsa impressão de estratificação. A rigor é, portanto, um epitélio simples.
Em cortes rotineiros, distinguem-se dois tipos de células. Na figura superior se observa que há células altas, colunares, e
células pequenas, poliédricas, chamadas células basais. Tanto as células altas como as células basais como as colunares
estão apoiadas na lâmina basal, porém isto não é facilmente percebido nos cortes histológicos. Sabe-se que, na verdade,
estes epitélios são constituídos por vários tipos de células além dos mencionados.
Este tipo de epitélio não deve ser confundido com um epitélio estratificado, pois as células não formam camadas distintas
como pode ser observado no epitélio estratificado cúbico-colunar, na página 2-18.
Um tipo especial de epitélio pseudoestratificado reveste internamente as porções condutoras do sistema
respiratório (p. ex. cavidade nasal, traqueia, brônquios). Por esta razão também é denominado epitélio
respiratório, representado na figura inferior.
Características principais das células deste epitélio:
Possui células colunares altas e células basais pequenas. Além disso, há dois ou três outros tipos de células, não
facilmente perceptíveis em preparações rotineiras.
A superfície livre das células colunares possui grande quantidade de cílios, importantes para mover a camada
de muco existente sobre a superfície epitelial, na qual aderem bactérias e partículas de poeira.
Intercaladas entre as células de revestimento há células secretoras chamadas células caliciformes. Possuem um
núcleo na base do epitélio e uma longa porção que contém secreção mucosa concentrada na parte dilatada da
célula que se assemelha a um cálice.
A classificação completa deste epitélio do tipo respiratório é: epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com
células caliciformes.
A parede do duto epididimário é formada por um epitélio pseudoestratificado colunar. Suas células, no entanto,
não possuem cílios. Possuem longos microvilos.
EPITÉLIO PSEUDOESTRATIFICADO – 2
O epitélio pseudoestratificado mostrado na figura é do revestimento de uma traqueia, também denominado epitélio
respiratório. Apesar de sua denominação, não participa da troca de gases entre o sangue e o ar inspirado.
Observe a presença de núcleos em várias alturas da camada epitelial, porém eles não se distribuem em camadas distintas,
como no caso do epitélio estratificado cúbico-prismático já visto anteriormente.
Coloque o cursor ou clique sobre a figura para ver núcleos de células epitéliais – alguns núcleos das células colunares estão
ressaltados em azul claro e das células basais em azul escuro. O tecido abaixo dos núcleos das células basais é tecido
conjuntivo.
síntese de moléculas novas a partir de precursores menores – por exemplo, síntese de proteínas.
modificação de moléculas preexistentes – por exemplo, secreção de esteroides.
transporte de íons – por exemplo, secreção de suor e de parte da saliva.
Sendo uma divisão do Tecido Epitelial, as células glandulares ou secretoras têm todas características de células do tecido
epitelial, entre as quais se destacam:
D- glândula tubulosa simples ramificada (um só duto com a unidade secretora tubulosa ramificada).
E- glândula tubulosa composta (porções secretoras tubulosas e duto ramificado).
F- glândula tubulosa enovelada (é o caso da glândula sudorípara, já mostrada como exemplo de um túbulo seccionado
várias vezes – veja em glândula sudorípara.
G- se a unidade secretora é esférica ou ovalada, se trata de uma glândula acinosa também chamada de alveolar.
H- glândula acinosa composta – com duto ramificado.
I- glândula mista túbulo-acinosa – algumas porções secretoras são ácinos e outras são túbulos.
As células destas glândulas secretam vários produtos, entre os quais muco. A secreção é exocitada no lúmen da glândula e
em seguida conduzida para o lúmen intestinal. O muco é considerado um componente importante para a lubrificação da
mucosa intestinal.
TÚBULO MUCOSO – 1
Túbulo mucoso é a denominação de um tipo particular de glândula tubulosa muito comum no organismo. Existe em vários
locais do tubo digestivo (mucosa bucal, glândulas salivares, esôfago), aparelho respiratório e em outros sistemas.
Estas glândulas podem estar isoladas e esparsas (por exemplo, no tecido conjuntivo da língua e das paredes das bochechas e
lábios) ou em grandes aglomerados constituindo volumosas estruturas anatômicas (por exemplo, as glândulas salivares
sublinguais).
A secreção destas glândulas é constituída principalmente por muco, um material rico em um grupo de glicoproteínas
denominadas mucinas, de consistência levemente viscosa.
A porção secretora dos túbulos mucosos tem a forma de um túbulo, cujo comprimento pode ser bastante variável, assim
como a sua forma que pode ser desde quase retilínea até bastante contorcida e ramificada.
A figura representa um esquema de túbulo mucoso bastante simples, curto e retilíneo. Sua porção secretora (à esquerda) é
mais volumosa que a porção condutora (seu duto excretor), à direita. O lúmen da porção secretora costuma ser amplo.
As células secretoras são prismáticas ou piramidais, seu citoplasma é levemente basófilo e parece ser vacuolizado. Na
verdade, este aspecto se deve ao fato de que a secreção mucosa se cora mal por hematoxilina e eosina.
Os núcleos destas células são bastante característicos. São alongados, têm cromatina condensada e estão na porção basal da
célula, geralmente paralelos à lâmina basal.
TÚBULO MUCOSO – 2
Observe as características histológicas de um pequeno túbulo mucoso envolvido por tecido conjuntivo.
A porção secretora tem formato de um túbulo constituído por células colunares ou piramidais e possui um amplo lúmen.
Preste atenção na forma das células mucosas. Seus limites estão muito evidentes. Os núcleos se situam na base das células,
próximos ao tecido conjuntivo e alguns aparecem ressaltados em verde após colocar o cursor ou clicar sobre a figura.
As células secretoras ficam destacadas em azul escuro e o lúmen em azul claro.
O duto excretor deste túbulo mucoso é formado por células epiteliais cuboides destacadas em castanho e o lúmen em
amarelo.
Observe restos de secreção no lúmen do túbulo e do duto.
TÚBULO MUCOSO – 3
Detalhe de uma glândula salivar sublingual, formada por inúmeros túbulos mucosos.
A maior parte da figura é ocupada por um túbulo mucoso retorcido e ramificado. Após mover o mouse ou clicar, o conjunto
de células secretoras que compõem este túbulo fica realçado em verde claro e o lúmen do túbulo em cor de rosa.
Porções de túbulos mucosos vizinhos aparecem destacados em azul e o tecido conjuntivo que envolve todas estas glândulas
aparece em vermelho.
Observe restos de secreção no amplo lúmen do grande túbulo.
Células secretoras
As células que constituem o túbulo são colunares ou piramidais e três células aparecem destacadas em azul na figura
inferior, após mover o mouse ou clicar.
O citoplasma destas células é levemente basófilo (azulado), devido à presença de muitos grupos ácidos nas moléculas da
secreção acumulada no citoplasma. O citoplasma aparece um pouco vacuolizado e de aspecto heterogêneo (isto é, não é
muito “liso”).
Os núcleos de algumas células secretoras aparecem em verde ao usar o mouse ou clicar. Estes núcleos contêm
principalmente cromatina condensada, coram-se muito pela hematoxilina. São alongados e parecem estar “apertados” contra
a base da célula.
Nesta figura não há nenhum trecho da porção condutora (duto excretor) destas glândulas.
TÚBULO MUCOSO – 4
Esta página apresenta mais duas imagens com túbulos mucosos.
Na imagem superior há um aumento médio de um conjunto de túbulos mucosos, um dos quais mostra um duto
excretor saindo de uma porção secretora (coloque o cursor ou clique sobre a figura). Consegue distinguir bem a porção
secretora da porção condutora?
Na imagem inferior há, em aumento menor, outro conjunto de túbulos mucosos. À direita da figura existe um ducto
excretor em posição quase vertical. É um duto calibroso que provavelmente conduz a secreção deste grupo de porções
secretoras.
Observe com atenção as características principais das células que compõem os túbulos mucosos:
– a forma bastante diversa das secções dos túbulos: alguns circulares, outros em forma de U ou V, alguns ramificados. Esta
diversidade se deve tanto à diferença de tamanho dos túbulos como em grande parte devido aos planos de secção de cada
túbulo no momento de se obter o corte de parafina, sempre feitos ao acaso.
– a coloração basófila (azul claro) do citoplasma das células secretoras.
– a presença de um lúmen relativamente grande e bem visível no interior de vários túbulos.
– a relativa facilidade de observar os limites das células que compõem os túbulos.
– a presença de tecido conjuntivo em torno dos conjuntos e em torno de cada túbulo.
ÁCINO SEROSO – 1
Nesta e nas próximas páginas será analisado um tipo de estrutura glandular que, juntamente com o túbulo mucoso, é muito
encontrada no organismo. Trata-se do ácino seroso.
Ele existe em vários locais do corpo. No aparelho digestivo, por exemplo, forma desde pequenas glândulas da língua e da
parede da bochecha até grandes glândulas como a parótida e o pâncreas.
A secreção do ácino seroso é fluida e constituída principalmente por proteínas. Várias destas proteínas são enzimas
digestivas importantes para a quebra de nutrientes em moléculas menores facilitando sua absorção nos intestinos.
Ao contrário dos túbulos mucosos, os ácinos serosos são esféricos, arredondados ou ovalados. Não são ramificados como os
túbulos mucosos.
Suas células são geralmente piramidais e a superfície livre das células está em contato com o lúmen do ácino. O desenho
esquemático mostra um lúmen relativamente amplo, porém em cortes o lúmen aparece estreito e frequentemente difícil de
observar ao microscópio, ao contrário do lúmen dos túbulos mucosos que é mais dilatado.
O citoplasma das células serosas é bem corado, acidófilo, corado por eosina. Frequentemente possui um ergastoplasma
muito evidente na região basal da célula. Estas células acumulam sua secreção em numerosos grãos de secreção situados na
região apical da célula.
Os núcleos são esféricos, sua cromatina é descondensada, relativamente clara, e situam-se próximos à região basal da célula.
Cada ácino se continua diretamente com um pequeno e estreito duto excretor.
ÁCINO SEROSO – 2
A imagem é de um pâncreas, um órgão formado por milhões de ácinos serosos. À primeira vista nem sempre é fácil
distinguir os ácinos.
Examine a imagem com bastante atenção e procure identificar os ácinos – pequenos conjuntos de células de forma
arredondada ou ovalada. Há dezenas de ácinos nesta imagem. Alguns ácinos ficam destacados ao colocar o cursor ou clicar
sobre a figura. Procure distinguir outros ácinos, além dos que ficam ressaltados.
No centro da imagem há uma região composta por tecido conjuntivo que envolve um duto excretor de médio calibre. O
tecido conjuntivo que suporta este duto fica destacado em cor de rosa. Todo o restante da imagem é constituído por ácinos
serosos.
ÁCINO SEROSO – 3
Imagem de um corte de pâncreas em aumento maior que o da página anterior.
Alguns ácinos estão realçados por uma linha ao colocar o mouse ou clicar sobre a figura. Procure distinguir outros ácinos
não assinalados por linhas.
O tecido conjuntivo situado entre os ácinos pancreáticos é muito delicado e muito suscetível a artefatos de técnica. Por esta
razão os ácinos estão um pouco afastados entre si, o que facilita sua observação, mas que não corresponde à realidade in
vivo.
Repare que os núcleos das células acinosas se situam na base das células, dispondo-se na periferia de cada ácino, fato que
ajuda a identificar os ácinos.
ÁCINO SEROSO – 4
Em um aumento ainda maior de um corte de pâncreas, observe as características dos ácinos serosos já apontadas nas
páginas anteriores.
Nesta figura há um ácino no centro da imagem, ressaltado por uma linha verde. Este ácino é envolvido por porções de
outros ácinos. Preste atenção para perceber como as células secretoras se reúnem para constituir uma pequena estrutura
ovoide para se organizar em um ácino. Imagine ainda que esta estrutura é, na verdade, tridimensional.
As células acinosas são colunares ou piramidais. Algumas aparecem ressaltadas com um contorno preto. Coloque e retire
o mouse várias vezes para poder perceber a forma destas e de outras células presentes na imagem.
Há também no pâncreas outras estruturas que são glândulas endócrinas cordonais, denominadas ilhotas de Langerhans.
Estas ilhotas de células se dispõem no interior do pâncreas entre a porção exócrina do pâncreas, representada pelos ácinos
serosos. Mais adiante neste Módulo serão mostradas estas glândulas endócrinas.
ÁCINO SEROSO – 5
As células dos ácinos pancreáticos produzem muitos tipos de proteínas diferentes que serão secretadas e, após serem
conduzidas pelo sistema de dutos excretores, serão transportadas para o lúmen do intestino delgado. Muitas dessas proteínas
são enzimas digestivas.
Para realizar a função de síntese de proteínas, as células acinosas (ou acinares) do pâncreas são dotadas de
abundante ergastoplasma (retículo endoplasmático granular). Esta organela se situa na região basal de cada célula acinar,
correspondente ao local da célula próximo à lâmina basal. O ergastoplasma de algumas células aparece realçado em azul
escuro quando se movimenta o mouse ou clica sobre a imagem.
O ergastoplasma envolve parcialmente os núcleos das células acinosas . Estes núcleos são esféricos, situam-se também na
região basal das células e alguns deles aparecem destacados em azul claro. Preste atenção: muitos desses núcleos contêm
um nucléolo.
A secreção das células é acumulada em grãos de secreção situados na região apical das células acinosas. Os grãos não são
vistos individualmente, mas formam uma região que aparece destacada em cor bege claro em várias células.
Ao contrário do ergastoplasma que é basófilo (azulado, após coloração por HE), a região que contém os grãos de secreção é
acidófila (cora-se em rosa pela eosina).
Devido ao arranjo de suas organelas, este tipo de célula é um excelente exemplo de uma célula polarizada.
Uma descrição das regiões das células acinosas do pâncreas é apresentada também no Módulo 1 – Conceitos básicos. Clique
aqui para rever aquela descrição.
Repare que:
– Devido à presença de ergastoplasma na região basal de cada uma das células secretoras, o ácino com um todo mostra uma
faixa mais corada em sua periferia, correspondente ao conjunto dos ergastoplasmas de suas células.
– O lúmen dos ácinos é muito reduzido e raramente visto em cortes.
ÁCINO SEROSO – 6
Outro exemplo característico de ácinos serosos.
A parótida é uma glândula constituída de ácinos serosos cuja estrutura é semelhante aos ácinos pancreáticos que foram
analisados nas páginas anteriores.
Os ácinos tendem a ser esféricos e são menores que os do pâncreas. Alguns ácinos estão ressaltados em cor azul após
apontar o mouse ou clicar.
As células dos ácinos da glândula parótida contêm muito menos ergastoplasma que as células dos ácinos do pâncreas. Em
consequência deste fato, seu citoplasma é mais homogêneo e não apresenta a região intensamente basófila (azulada após
HE) na região basal das células conforme é visto nos ácinos pancreáticos.
Da mesma forma como nas células acinosas do pâncreas, as da parótida possuem núcleos esféricos situados na região
basal da célula.
Na imagem podem ser observados dois dutos excretores seccionados transversalmente, ressaltados em cor marrom claro. O
seu lúmen é claramente perceptível e aparece ressaltado em marrom escuro.
Características destes dutos: núcleos na porção central da célula e lúmen amplo.
TÚBULO MUCOSO E ÁCINO SEROSO
Túbulos mucosos e ácinos serosos são unidades glandulares muito comuns no organismo, dispostos em vários órgãos de
diferentes sistemas.
Frequentemente os iniciantes confundem o diagnóstico de ácinos serosos com túbulos mucosos.
Compare as duas imagens para conhecer bem as diferenças entre estas duas estruturas e para permitir seu diagnóstico
correto.
Os túbulos mucosos estão mostrados na figura superior e os ácinos serosos na figura inferior.
Repare nos seguintes aspectos:
Forma das porções secretoras:
túbulos mucosos – alongados, frequentemente ramificados
ácinos serosos – arredondados
Coloração das células secretoras:
túbulos mucosos – citoplasma pouco corado. Coram-se por hematoxilina em azul bastante claro.
ácinos serosos – citoplasma bem corado por eosina e também por hematoxilina se tiver ergastoplasma abundante.
Forma das células secretoras:
túbulos mucosos – células colunares ou piramidais, limites das células bem percebidos.
ácinos serosos – piramidais, limites das células nem sempre bem visíveis
Forma e posição dos núcleos:
túbulos mucosos – alongados, “apertados” contra a base da célula, cromatina densa
ácinos serosos –esféricos, cromatina frouxa, nucléolos frequentes.
DUTOS EXCRETORES
Os dutos excretores são tubos que se continuam com as unidades ou porções secretoras, iniciais, das glândulas exócrinas.
Seu lúmen se continua com o lúmen da unidade secretora e, desta maneira, a secreção é conduzida da porção secretora para
o duto excretor e este conduz a secreção até a sua porção terminal.
A parede dos dutos é formada por um epitélio de revestimento, cujas características variam com a posição do duto em
relação à unidade secretora (próximo, distante) e com sua localização na glândula.
De modo geral, este epitélio é inicialmente um epitélio simples cúbico ou cuboide. Veja a duas primeiras figuras ao lado,
de um corte de glândula parótida destacando os dutos em verde. São três dutos na primeira figura e dois na segunda. Estes
dutos estão envolvidos por ácinos serosos. O seu lúmen (destacado em azul) é estreito.
Repare que os ácinos serosos estão muito próximos um do outro e não é muito fácil seu diagnóstico.
Em dutos mais calibrosos, formados pela reunião de dutos mais delgados, o epitélio pode se tornar colunar ou até mesmo
estratificado – veja novamente no Módulo sobre Epitélios de revestimento um duto excretor revestido por epitélio
estratificado.
A terceira figura representa um duto calibroso de uma glândula sublingual. Repare que, diferente das duas outras figuras,
este duto não está diretamente envolvido por unidades secretoras, mas por uma faixa de tecido conjuntivo. Trata-se de um
duto resultante da união de dutos mais delgados – mais detalhes sobre isso na próxima página. Repare que partes de sua
parede são revestidas por epitélio estratificado – observe a seta.
Em torno deste duto há inúmeras estruturas que já foram mostradas anteriormente neste mesmo Módulo. Consegue
diagnosticá-las? Veja a resposta abaixo.
Em glândulas volumosas, como nas glândulas salivares, pâncreas, fígado, há uma verdadeira árvore formada por dutos
excretores. Próximo às unidades secretoras estes dutos são delgados, reúnem-se progressivamente com dutos de outras
unidades secretoras, são envolvidos por quantidade maior de tecido conjuntivo acabam tornando-se cada vez mais
calibrosos, até que terminam em uma superfície onde o lúmen se abre e para onde secreção é lançada.
As grandes glândulas exócrinas que constituem entidades anatômicas distintas, como por exemplo as
glândulas salivares principais e o pâncreas, são dissecáveis e, além disso têm uma organização característica
que será analisada na próxima página. Nestas grandes glândulas (e também em alguns outros órgãos que não
sejam glândulas) é possível reconhecer dois componentes distintos:
Parênquima – é a porção do órgão constituída pelas células características deste órgão. Se for uma glândula
exócrina é a porção constituída pelas células secretoras e dutos. Se for uma glândula endócrina são as células
secretoras. Representa, portanto, a parte funcional do órgão, que exerce as funções típicas daquele órgão.
Estroma – é a porção responsável pela sustentação e nutrição do órgão. É constituído por tecido conjuntivo que
existe em volta e entre as porções secretoras e os dutos. Sua função é dar suporte à glândula, manter unidas
suas diferentes partes, conduzir vasos, nervos e dutos excretores e eventualmente recobrir a glândula como um
todo formando uma cápsula.
O conceito de parênquima e estroma também é aplicado a estruturas e órgãos que não sejam glândulas.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS – 1
Tipos de glândulas endócrinas
Há basicamente dois tipos de glândulas endócrinas:
Glândula endócrina cordonal – suas células se organizam formando placas de células. Estas placas têm formas diversas e
são envolvidas por muitos capilares sanguíneos que recebem os produtos de secreção e os distribuem pelo corpo pela
circulação sanguínea.
Glândula endócrina folicular – formada por milhares de pequenas esferas cuja parede é constituída por um epitélio
simples cúbico. Essas esferas são chamadas folículos. A única grande glândula endócrina folicular do corpo é a tiroide. Nos
interior dos folículos é acumulada a secreção da glândula.
Glândula endócrina cordonal
A maioria das glândulas endócrinas é deste tipo: ilhotas de Langerhans, adrenais, paratiroides, adenohipófise, corpo lúteo.
A imagem é de uma ilhota de Langerhans na qual se observam cordões de células (destacados em azul claro após mover o
cursor ou clicar). Em cortes histológicos se observam cordões, porém na verdade são pequenas placas.
As placas são envolvidos por uma abundante rede de capilares sanguíneos que nesta imagem são vistos como espaços de
forma irregular, vazios, e que ficam ressaltados em cor de rosa.
As ilhotas de Langerhans são milhares de pequenas glândulas que se situam no interior do pâncreas – lembrando que o
pâncreas possui uma porção exócrina formada por ácinos serosos. Repare em torno da ilhota: uma grande quantidade destes
ácinos, que são responsáveis pela secreção exócrina do pâncreas, já vistos anteriormente.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS – 2
Glândula endócrina folicular
As células secretoras deste tipo de glândula endócrina formam a parede de pequenas esferas denominadas folículos. As
células são um epitélio simples cúbico. No interior de cada esfera se acumula a secreção.
A tiroide é o melhor exemplo de glândula endócrina do tipo folicular. A secreção é transportada para o interior destes
folículos onde é acumulada. É chamada coloide e contém os precursores dos hormônios tiroidianos.
Na figura estão ressaltados três folículos: suas paredes são formadas por células secretoras destacadas em cor azul. Estas
células formam um epitélio simples que forma uma esfera microscópica. A forma das células epiteliais varia em função do
estado de atividade do folículo: pode se pavimentosa, cuboide ou colunar – nesta imagem são quase todas cuboides. A
secreção acumulada no interior do folículo (coloide) está ressaltada em cor de rosa.