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Critérios de correção do exame de Direito das Obrigações I de 24 de Janeiro de 2014

Época de recurso

1- Identificação do contrato como contrato-promessa de compra e venda.

2-Problema da validade formal:

a. Referência ao Princípio da equiparação e suas excepções.


b. Referência ao carácter consensual do contrato prometido.
c. Verificação da regularidade formal do contrato em análise: reconhecimento da
validade do contrato e da irrelevância do facto de o documento conter apenas
a assinatura de um dos contraentes. Justificação tendo em conta que, apesar de
se tratar de contrato bilateral, como as declarações de vontade não estão
sujeitas a qualquer formalidade, não há qualquer vício relativamente à
declaração do contraente que não assina o documento. Só não seria assim se
existisse obrigação de submeter o contrato a requisitos de forma
antecipadamente convencionados pelos contraentes (forma convencional), o
que não é o caso.

3-Reconhecimento da possibilidade de as partes poderem considerar o objecto do


contrato de compra e venda como coisa futura. A não ser assim, identificação do art.892.º
como uma das normas que, pela sua razão de ser, não deve considerar-se extensiva ao
contrato promessa. Justificação.

4-Qualificação da quantia entregue pelo promitente-comprador como sinal. A


presunção do art.441º.

Reconhecimento da existência de traditio rei.

4-Violação do contrato-promessa:

a) Recurso à acção de execução específica: Análise do art.830º:


-A existência de sinal e a presunção do art.830, n.º2. Possibilidade de prova em
contrário.
-De qualquer modo, afastamento da possibilidade de execução específica
devido à alienação do bem a um terceiro.

b) Garantias indemnizatórias: análise do art.442º.


-Incumprimento definitivo imputável ao promitente-vendedor e a obrigação de
entrega do dobro do sinal.
-A tradição da coisa e a eventual indemnização pelo aumento do seu valor, em
alternativa ao dobro do sinal
-Direito de retenção. Natureza legal, requisitos e efeitos.

II

1- Enquadramento: Identificação do negócio como pacto de preferência. Noção,


características e conteúdo do contrato em causa.
2- Reconhecimento da atribuição de eficácia real ao pacto: requisitos, sentido e alcance.
3- Verificação da existência e da regularidade da notificação para preferência: distinção
entre proposta e projecto de contrato. Constatação de que, mesmo perante a
comunicação de um verdadeiro projecto de venda e a consequente caducidade do
direito do preferente pela ausência de resposta, era exigível uma nova notificação para
preferência, dadas as condições mais favoráveis do contrato que veio a celebrar-se
com terceiro.
4- Reconhecimento da violação da preferência e do recurso à acção de preferência:
análise do art.º 1410 do C.C.
5- Constatação da existência de simulação de preço. Referência à noção de terceiro de
boa-fé do art.º 243 e à questão da oponibilidade ou inoponibilidade ao preferente do
preço real superior. Justificação.

III

Valoriza-se o efectivo confronto entre os conceitos, não bastando debitar as noções de


forma isolada. Além da definição dos institutos, é necessário indicar a fundamentação legal, o
critério distintivo e a relevância prática e/ou teórica da distinção.

a) Critério distintivo e importância da distinção quanto à aplicação ou não do regime


geral das obrigações. Exemplos.
b) Critério e importância da distinção quanto ao regime jurídico aplicável a cada uma das
modalidades de prestação. Exemplos.
c) Distinção entre negócio jurídico unilateral e negócio jurídico bilateral, ou contrato,
tendo em conta o número e, sobretudo, a direcção das declarações de vontade. Noção
de contrato unilateral e exemplos.

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