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CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO DO EXAME FINAL DE DIREITO DAS

OBRIGAÇÕES I, DE 3 DE JANEIRO DE 2014 (ÉPOCA NORMAL)

1- Identificação do contrato celebrado como um contrato de adesão,


contendo cláusulas contratuais gerais. Justificação.
2- Verificação do não cumprimento do dever de comunicação a
cargo do utilizador (art.º 5 do DL n.º 446/85); Consequência da falta de
comunicação: a não inclusão da cláusula no contrato singular.
3- Identificação da cláusula controvertida como nula. As listas de
proibições, o seu âmbito de aplicação pessoal e a qualificação da cláusula em
discussão como relativamente proibida, por força do disposto na alínea c do
art.º19 do DL n.º 446/85. Justificação, atendendo, também, ao disposto no art.º
935 do C.C.
4- A possível manutenção do contrato singular, apesar da nulidade e
da não inclusão. Recurso ao direito supletivo.
5- Qualificação, tendo em conta o factor tempo, da obrigação
assumida pelo comprador. A distinção entre obrigações fraccionadas ou
repartidas e obrigações duradouras em sentido restrito. Análise das
consequências do não cumprimento da obrigação de pagar o preço na compra e
venda a prestações. Referência à regra geral do art.º 781. Aplicação do art.º 934
do CC.

II

1-Identificação do contrato como contrato-promessa de compra e venda


2-Problema da validade formal:
a. Referência ao princípio da equiparação e suas excepções.
b. Referência ao carácter formal do contrato prometido.
c. Verificação da regularidade formal do contrato em análise,
tendo em conta o disposto no art. 410, n.º 2.
d. Afastamento da possibilidade de as partes terem atribuído eficácia
real ao contrato, por força da forma seguida e que não satisfaz os requisitos
do art.413º do CC.
e. Aplicação do art.410, n.º3; características da invalidade resultante
da omissão dos requisitos exigidos pela disposição em análise e sua
qualificação; nulidade da cláusula de renúncia ao direito de arguir a
invalidade do contrato; identificação de um possível abuso do direito de
arguir a invalidade, sob a forma de venire contra factum proprium, do
promitente-comprador e a consequente impossibilidade de arguição da
omissão dos requisitos a que deu causa; possibilidade de sanação ou
convalidação do contrato em virtude da certificação superveniente da
existência da licença de utilização, entretanto obtida.

3- Reconhecimento da existência de contrato para pessoa a nomear.


Fundamento legal. Necessidade de ratificação pelo terceiro nomeado para que
se produzam, relativamente a ele, os efeitos do negócio. Efeitos da
inexistência de ratificação pelo terceiro (art.º 455, n.º 2 CC). Distinção da
figura da representação.

4-Violação do contrato-promessa:
a) Recurso à acção de execução específica: Análise do art.830º:
-A existência de sinal, sem que, no entanto, afaste a possibilidade
de execução específica do contrato, por força do disposto no art.830, n.º3.
-Irrelevância da perda do interesse do faltoso na celebração do
contrato definitivo.

b) Garantias indemnizatórias: análise do art.442º.


Em alternativa à execução específica, havendo incumprimento
definitivo imputável ao promitente-comprador, a possibilidade de o
promitente fiel fazer sua a quantia entregue a título de sinal, como
indemnização compensatória.

III

Valoriza-se o efectivo confronto entre os conceitos, não bastando debitar as


noções de forma isolada. Além da definição dos institutos, é necessário indicar a
fundamentação legal, o critério distintivo e a relevância prática e/ou teórica da distinção.

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