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CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO DO EXAME FINAL DE DIREITO DAS

OBRIGAÇÕES I, DE 4 DE JANEIRO DE 2020 (ÉPOCA NORMAL)

1- Identificação do contrato celebrado como um contrato de adesão,


contendo cláusulas contratuais gerais. Justificação.
2- Verificação do não cumprimento do dever de comunicação a cargo
do utilizador (art.º 5 do DL n.º 446/85); Consequência da falta de
comunicação: a não inclusão da cláusula no contrato singular (art.º 8.º)
3- Identificação da cláusula controvertida como nula. As listas de
proibições, o seu âmbito de aplicação pessoal e a qualificação da cláusula em
discussão como relativamente proibida, por força do disposto na alínea c do
art.º 19 do DL n.º 446/85. Justificação, atendendo, também, ao disposto no
art.º 935 do C.C.
4- A possível manutenção do contrato singular, apesar da nulidade e
da não inclusão. Recurso ao direito supletivo.
5- Qualificação, tendo em conta o fator tempo, da obrigação assumida
pelo comprador. A distinção entre obrigações fracionadas ou repartidas e
obrigações duradouras em sentido restrito. Análise das consequências do não
cumprimento da obrigação de pagar o preço na compra e venda a prestações.
Referência à regra geral do art.º 781. Aplicação do art.º 934 do CC: referência
ao art.º 886 e à necessidade, para efeitos da resolução do contrato de compra
e venda, de cláusula de reserva de propriedade. Afastamento,
independentemente desse facto, da possibilidade de resolução, tal como de
perda do benefício do prazo, pela circunstância de a prestação em falta não
ultrapassar 1/8 do preço.

II
1-
a) Enquadramento do problema no âmbito da responsabilidade pré-
contratual.
b) Fundamentação legal e doutrinal do instituto. Análise do art.º 227 do CC,
destacando a importância que nele assume o princípio da boa-fé.
c) Referência às hipóteses típicas de culpa in contrahendo e identificação,
no caso em análise, de uma provável hipótese de rutura abusiva de
negociações. Justificação.
d) Danos indemnizáveis.
e) Referência ao problema da natureza da responsabilidade em questão.

2-

1-Identificação do contrato como promessa unilateral onerosa., de venda.


2-Problema da validade formal:

a. Referência ao Princípio da equiparação e suas exceções.


b. Referência ao carácter formal do contrato prometido.
c. Verificação da regularidade formal do contrato em análise: afastamento da
necessidade da assinatura do promissário, apesar da assunção da obrigação de
pagar o preço de imobilização em caso de opção do terceiro pela não celebração
do contrato prometido.
d. Aplicabilidade do regime do artº410.º n. º3. Impossibilidade de invocação
da invalidade pelo promitente vendedor. Qualificação da invalidade como
nulidade atípica.
e. Afastamento da possibilidade de as partes terem atribuído eficácia real ao
contrato, por força da forma seguida e que não satisfaz os requisitos do art.413º
do CC.

3- Reconhecimento da existência de contrato a favor de terceiro. Fundamento legal e


regime. Aquisição pelo beneficiário da promessa de um verdadeiro direito à prestação.

4- Violação do contrato-promessa:

a) Recurso à ação de execução específica: Análise do art.º 830.º.


Admissibilidade do recurso à respetiva ação, por não existir, em princípio,
qualquer impedimento em face do disposto no art.º 830.
b) Garantias indemnizatórias:
Afastamento da indemnização pelo dobro do sinal já que a quantia que o
promissário se obrigou a entregar tem a natureza de preço de imobilização.
Remissão para as regras gerais do não cumprimento, nomeadamente no que
toca ao cálculo da indemnização devida.

III

Valoriza-se o efetivo confronto entre os conceitos, não bastando debitar as noções


de forma isolada. Além da definição dos institutos, é necessário indicar a fundamentação
legal, o critério distintivo e a relevância prática e/ou teórica da distinção.

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