Você está na página 1de 2

CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO DO EXAME FINAL DE DIREITO DAS

OBRIGAÇÕES I, DE 5 DE JANEIRO DE 2015 (ÉPOCA NORMAL)

1- Identificação do contrato celebrado como um contrato de adesão, contendo cláusulas


contratuais gerais. Justificação.
2- Verificação do não cumprimento do dever de comunicação a cargo do utilizador (art.º 5
do DL n.º 446/85); Consequência da falta de comunicação: a não inclusão da cláusula no
contrato singular (art. 8.º). Proibição de cláusulas surpresa.
3- Identificação da cláusula controvertida como nula. As listas de proibições, o seu âmbito
de aplicação pessoal e a qualificação da cláusula em discussão como relativamente
proibida, por força do disposto na alínea c do art.º19 do DL n.º 446/85. Justificação,
atendendo, também, ao disposto no art.º 935 do C.C.
4- A possível manutenção do contrato singular, apesar da nulidade e da não inclusão.
Recurso ao direito supletivo.
5- Qualificação, tendo em conta o fator tempo, da obrigação assumida pelo comprador. A
distinção entre obrigações fracionadas ou repartidas e obrigações duradouras em sentido
restrito. Análise das consequências do não cumprimento da obrigação de pagar o preço na
compra e venda a prestações. Referência à regra geral do art.º 781. Aplicação do art.º 934
do CC.

II

1-Identificação do contrato como promessa unilateral onerosa., de venda.

2-Problema da validade formal:

a) Referência ao Princípio da equiparação e suas excepções.


b) Referência ao carácter formal do contrato prometido.
c) Verificação da regularidade formal do contrato em análise: afastamento
da necessidade da assinatura do promissário, apesar da assunção da obrigação
de pagar o preço de imobilização em caso de opção do terceiro pela não
celebração do contrato prometido.
d) Aplicabilidade do regime do art. 410.º n.º3. Impossibilidade de invocação
da invalidade pelo promitente vendedor. Qualificação da invalidade como
nulidade atípica.
e) Afastamento da possibilidade de as partes terem atribuído eficácia real ao
contrato, por força da forma seguida e que não satisfaz os requisitos do
art.413º do CC.

3- Reconhecimento da existência de contrato a favor de terceiro. Fundamento legal e


regime. Aquisição pelo beneficiário da promessa de um verdadeiro direito à prestação.

4-Reconhecimento da possibilidade de as partes poderem considerar o objeto do


contrato de compra e venda como coisa futura. A não ser assim, identificação do
art.892.º como uma das normas que, pela sua razão de ser, não deve considerar-se
extensiva ao contrato promessa. Justificação.

5- Violação do contrato-promessa:

a)Recurso à acção de execução específica: Análise do art. 830.º:


-Execução específica e pacto de preferência com terceiro. Distinção entre
as hipóteses de preferência com e sem eficácia real. A aplicação das
regras do registo predial.

b) Garantias indemnizatórias:
Afastamento da indemnização pelo dobro do sinal já que a quantia que o
promissário se obrigou a entregar tem a natureza de preço de
imobilização. Remissão para as regras gerais do não cumprimento,
nomeadamente no que toca ao cálculo da indemnização devida.

III

Valoriza-se o efetivo confronto entre os conceitos, não bastando debitar as noções de


forma isolada. Além da definição dos institutos, é necessário indicar a fundamentação
legal, o critério distintivo e a relevância prática e/ou teórica da distinção.

Você também pode gostar