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CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO DO EXAME FINAL DE DIREITO DAS

OBRIGAÇÕES I DE 4 DE JANEIRO DE 2014.

1. Reconhecimento da questão da eventual eficácia externa das obrigações.

2. Enquadramento da questão: distinção entre direitos reais e direitos de crédito.


Diferenças, em especial, a relatividade.

3. Teoria da eficácia externa das obrigações. A Tipologia da violação por


terceiro do direito do credor. Sentido e argumentos favoráveis.

4. Críticas à teoria da eficácia externa.

5. Reflexão sobre a possibilidade de invocar o abuso de direito: indicação, em


abstrato, dos pressupostos da respetiva invocação, tal como a necessidade de provar
intenção de prejudicar ou a utilização de meios censuráveis. Componentes do exercício
abusivo. Exclusão, em concreto, do recurso ao instituto como fundamento de uma
eventual obrigação indemnizar.

6. Distinção funcional e dogmática entre indemnização por força da eficácia


absoluta do direito de crédito e indemnização devida a exercício abusivo do direito.

7. Eventual invocação do “commodum de representação” ( a título de


valorização da resposta)

8. Afastamento de uma eventual responsabilidade pré-contratual (a título de


valorização da resposta).

II

1-Identificação do contrato como promessa bilateral.

2-Problema da validade formal:

a) Referência ao Princípio da equiparação e suas exceções.


b) Referência ao carácter formal do contrato prometido.
c) Verificação da regularidade formal do contrato em análise, quanto ao disposto
no art. 410º, n.º2.
d) Aplicabilidade do regime do art. 410.º n.º3. Impossibilidade de invocação da
invalidade por terceiro. Qualificação da invalidade como nulidade atípica.
e) Afastamento da possibilidade de as partes terem atribuído eficácia real ao
contrato, por força da forma seguida e que não satisfaz os requisitos do
art.413º do CC.
3- Problema da falta de consentimento do cônjuge do promitente vendedor.

a) A identificação do art. 1682.º-A como uma das normas do contrato prometido


que pela sua razão de ser não deve ser extensiva ao contrato promessa;
b) Enquadramento e resolução do problema no âmbito das exceções ao princípio
da equiparação;
c) Identificação da razão de ser do art. 1682.º-A e justificação da não extensão
do seu regime ao contrato promessa. A questão dos efeitos do contrato
promessa em contraposição aos efeitos do contrato prometido.

4- Violação do contrato-promessa.

a) Recurso à execução específica: Análise do art. 830.º do CC


-Qualificação prévia da quantia entregue pelo promitente-comprador como
sinal, por força da presunção do art. 441.º.
-Análise das consequências decorrentes da existência de sinal, sobretudo no
que tange à execução específica. O art.830.º, n.º 3.
-Nulidade da cláusula de renúncia à possibilidade de execução específica, por
força do art.830.º, n.º3.
-Análise da possibilidade ou impossibilidade de execução específica,
atendendo ao contrato de compra e venda posteriormente celebrado com
terceiro. Aplicação das regras do registo.
-Afastamento da execução específica por força da falta de consentimento do
cônjuge do promitente faltoso.
- Referência ao direito legal de preferência do comproprietário. Recurso à ação
de preferência.

b) Garantias indemnizatórias:
-Indemnização pelo dobro do sinal.
- Tradição da coisa e possibilidade de indemnização pelo aumento do seu
valor.

III

Valoriza-se o efetivo confronto entre os conceitos, não bastando debitar as


noções de forma isolada. Além da definição dos institutos, é necessário indicar a
fundamentação legal, o critério distintivo e a relevância prática e/ou teórica da distinção.

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