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1º CADERNO

DE FISCALIDADE
ASPECTOS TÉORICOS E PRÁTICOS
1a EDIÇÃO

LEI 7/97 de 10 de Outubro


LEI SOBRE TRIBUTAÇÃO DE EMPREITADAS

Lei 18/11 de 21 de Abril


IMPOSTO PREDIAL URBANO

Decreto Presidencial n.º 149/13 de 1 Outubro


REGIME JURÍDICO DAS FACTURAS
E DOCUMENTOS EQUIVALENTES
1a EDIÇÃO
LEI 7/97 de 10 de Outubro
LEI SOBRE TRIBUTAÇÃO
DE EMPREITADAS

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LEI 7/97, DE 10 DE OUTUBRO
LEI SOBRE TRIBUTAÇÃO DE EMPREITADAS

Sendo primordial importância garantir a operacionalidade de tributação sobre alguns sujeitos passivos que, por
efeito da natureza das actividades que desenvolvem no território nacional, só muito esporadicamente se encontram
ligados de forma normal ao território, importa editar normas que permitam efectivar aquela tributação de forma mais
eficiente possível.

Nesta Situação se encontram as empresas ou operadores responsáveis por empreitadas, subempreitadas e


prestadores de serviços a desenvolver actividades no território nacional, de nacionalidade ou com sede no estrangeiro.

O código do imposto industrial, prevendo a possibilidade de Tributação destas actividades e sujeito passivo, estabelece,
no entanto mecanismos capazes de assegurar a sua tributação efectiva.

Assim e no sentido de garantir o tratamento tributário justo para todos os operadores económicos, quer nacionais, quer
estrangeiros, permitindo a igualdade de ónus e oportunidades e assegurado também a certeza e eficácia da sujeição
dos rendimentos gerados no exercício daquela actividade, se institui no presente diploma um regime de liquidação
especial do imposto industrial devido pelo exercício de actividade de empreitada, subempreitada ou prestação de
serviços em substituição das normas do decreto Executivo nº 18/88, de 20 de Agosto.

Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 88º da Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a seguinte:

ARTIGO 1º
EMPREITADAS & SIMILARES

1- A tributação em imposto Industrial dos contratos de Empreitadas, Subempreitadas e prestação de serviços faz-se pelo
regime especial.

2- Nos casos em que, da análise do contrato respectivo resultem dúvidas sobre o enquadramento devido, é sempre aplicado
o regime previsto neste diploma.

ARTIGO 2º

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

1- O regime instituído pelo artigo anterior aplica-se às pessoas singulares ou colectivas que tenham ou não sede, direcções
afectiva ou estabelecimento, estável, nos termos previstos no artigo 17º a do código geral tributário, que de forma acidental
ou permanente, exerça actividades de empreitadas, subempreitadas ou prestações de serviços não abrangidas pela
disposição do Código do imposto sobre rendimento de Trabalho.

2- No conceito de empreitadas consideram-se incluídas as actividades que concorram parcial ou totalmente para
Completamento de obras ou serviços, que sejam ou possam vir a ser consideradas custos, contabilizados ou não em
território nacional pelo adjudicador, contratante ou beneficiário dos serviços.

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3 - Consideram-se como contratos de prestação de Serviços, para efeitos deste diploma, os contratos de assistência Técnica,
de gestão e outros da mesma ou idêntica natureza.

ARTIGO 3º

DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL

Constitui matéria colectável relativa a cada empreitada, subempreitada ou prestação de serviços:

a) Tratando–se de Construção, beneficiação, reparação ou conservação de bens do activo fixo imobiliário: 10% do valor do
contrato, qualquer que seja a forma que se apresente;

b) Nos Restantes 15% daquele valor

ARTIGO 4º
TAXAS

A taxa a aplicar é a prevista no nº1 do artigo 72º do Código do imposto Industrial, não recaindo quaisquer adicionais sobre
o imposto assim calculado.

ARTIGO 5º

LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO

1 - O imposto determinado nos termos deste diploma é retido na fonte pela entidade contratante por cada pagamento
efectuado entregue nos cofres do Estado nos 15 dias seguintes, através do preenchimento do respectivo documento de
Arrecadação de Receitas (DAR).

2 - O imposto é liquidado na moeda em que se tenha fixado o pagamento no respectivo contrato, procedendo-se à sua
conversão em moeda nacional, para efeitos de aplicação do disposto no artigo 76º do Código Geral Tributário na sua
redacção actual.

ARTIGO 6º

RESPONSABILIDADE

A liquidação e entrega do imposto devido é da responsabilidade da entidade contratante, que responde pela totalidade do
imposto e acréscimos, no caso de não pagamento, sem prejuízo do direito de regresso contra o devedor do imposto, mas
apenas quanto à divida principal.

ARTIGO 7º

CONVERSÃO DE REGIME
Quando o contribuinte venha a adoptar sede, residência ou estabelecimento estável em território nacional, com sujeição as
regras de tributação do imposto industrial pelo exercício das actividades previstas no artigo 1º são os respectivos pagamentos
efectuados levados à conta de antecipação à colecta do exercício respectivo.

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ARTIGO 8º

CÓPIA DE CONTRATO

No prazo de 30 dias a contar a data da adjudicação, a entidade adjudicante deve entregar na repartição de finanças respectiva
uma cópia de contrato, documento equivalente ou qualquer alteração, adiantamento ou complemento não sujeito a selo.

ARTIGO 9º

REVOGAÇÃO

1-Com a entrada em vigor do presente diploma no dia 1 de Janeiro do ano seguinte ao da sua publicação, consideram-se
revogadas todas as disposições que contrariem o regime instituído pelo presente diploma.

2-Em tudo o que não contrarie o presente diploma, são aplicáveis as disposições previstas no código do imposto industrial
e demais legislação em Vigor.

ARTIGO 10º

RESOLUÇÃO DE DÚVIDAS

As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e aplicação da presente são resolvidas pela Assembleia Nacional.

Vistos e aprovados pela Assembleia Nacional.

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EXERCICIOS PRÁTICOS DE APLICAÇÃO DA
LEI 7/97, DE 10 DE OUTUBRO

O FEJEFF – Fórum de Estudos Jurídicos Económicos, Financeiros e Fiscais, produto da Empresa Manuel Ribeiro

Sebastião – Contabilidade e Consultoria Financeira, após exposição da lei 7/97 em linhas anteriores, apresenta

exemplos básicos a serem resolvidos nas salas aulas.

O objectivo destes exercícios é manter o debate permitindo que todos participem de forma activa na resolução dos

mesmos, razão pelo qual não apresentamos os respectivos resultados.

Os resultados serão apresentados em próximas edições, juntamente com novos exercicios para se resolver.

Boa sorte e bom debate em sala de aulas.

EXERCÍCIO 1

A empresa Caríssimo Lda, contratou duas empresas nacionais, uma de Informática denominada Caríssima SA, para
fazer manutenção no seus Computadores e outra denominada Carississima, Lda para colocação de mosaicos no
escritório, nos montantes de 130.000.00 e 90.000.00 respectivamente. Na altura dos pagamentos fez a retenção na fonte
em que ao primeiro somente foi pago 80% dos custos.

1.1. Calcule o valor da retenção da Lei 7/97 e o valor a pagar às Empresas Contratadas.

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EXERCÍCIO 2

A Empresa Caríssimos Lda contratou duas empresa nacionais, uma de mecânica e outra de construção civil. À empresa
de Mecânica DAKIKI Lda pagou-se 40.000.00Akz e à de construção civil (Constrói Tudo Lda) 1.000.000,00Akz.

2.1. Quais os valores que deveriam ser retidos na fonte em ambos casos? Apresente-os.

2.2. Quais os valores que deveriam ser entregues aos clientes?

2.3. Contabilisticamente como fica a operação mencionada antes dos respectivos pagamentos se em caixa
teríamos 2.000.000,00 Akz?

2.4. Como devem ser processados os pagamentos na contabilidade?

2.5. Faca uma analise dos resultados obtidos contabilisticamente e apresente o seu resultado.

2.6. Indique argumentando com base a lei, quem é o sujeito de Direito e quem é o sujeito de facto.

EXERCÍCIO 3

A Empresa Chagas Lda foi contratada, pela entidade denominada Renas e Ribas Lda, para fazer manutenção nas suas
viaturas, em que o contrato de serviço foi de 75.000,00. Foi pago 40% da factura, com retenção na fonte.

3.1. Calcule o valor da retenção da Lei 7/97 e o valor que a Empresa Chagas Lda irá receber.

3.2. O que acontece à empresa Chagas Lda se não reter os valores à empresa Ribas e Renas Lda?

3.3. Aonde deverá depositar os valores retidos na fonte? Quando? E como?

3.4. O que acontece se a empresa Ribas e Renas não quiser pagar por falta de conhecimento?

3.5. E se por ventura a taxa for mal calculada? O que acontece?

EXERCÍCIO 4

A empresa Ainady Lda contratou duas empresas estrangeiras de configuração de sistemas de GPS internacional nas
Viaturas da Empresa, a Fatiga Business cujo valor da factura é de 520.000,00 (que 80.000,00 corresponde ao preço do
GPS); e a Lorex Corporation para dar formação aos seus funcionários e técnicos de montagem de peças cuja factura é
de 220.000.00 (em que 40.000,00 corresponde aos valores da estadia dos formadores), cujo os pagamentos foram retidos
na fonte a luz da Lei 7/97.

4.1. Calcule a Retenção da Lei 7/97.

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EXERCÍCIO 5

O Professor Universitário Adilson Fernandes aufere uma avença de 350.000,00 Akz pela Universidade Caríssimo.

5.1. Qual o valor que lhe será retido da lei 7/97? Justifique a sua resposta.

5.2. Se o professor fosse efectivo qual seria o valor que lhe seria retido, baseado na mesma lei?

5.3. Se o mesmo estivesse a dar aulas como uma empresa? Qual seria o valor a ser retido pela lei 7/97?

5.4. A lei 7/97 é uma lei que se ajusta a que tipo de imposto? Sobre rendimento, sobre consumo ou sobre o património?

Justifica.

5.5. E se o professor fosse um Namibiano? Como se aplicaria a lei 7/97?

EXERCÍCIO 6

A empresa Chin Cham Chim de nacionalidade chinesa não processa contabilidade, e por estar por tempo determinado
em angola (1ano apenas) alega não pagar este imposto, primeiro por não ser nacional e segundo porque não ficará mais
de um ano a exercer funções em angola.

6.1. Esta empresa deve ou não permitir que lhe façam a retenção na fonte da lei 7/97?

6.2. Podemos aplicar a lei 7/97 em uma empresa chinesa na china?

6.3. Podemos aplicar a lei 7/97 em uma empresa chinesa em angola?

6.4. Podemos aplicar a lei 7/97 em uma empresa congolesa no japao?

EXERCÍCIO 7

O Cantor Roberto Carlos vem actuar para duas semanas na casa do amor, localizado no centro da cidade.

7.1. Podemos fazer retenção na fonte a uma pessoa singular? Justifique.

7.2. A taxa do lei 7/97 é: 15%; 10%; 25%; 3,5%; 5,25% ou 10,25%? Justifique.

7.3. Quando é que uma pessoa singular estará sujeita à lei 7/97?

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EXERCÍCIO 8

A empresa BIG BAK, tem isenção de imposto industrial por 5 anos.

8.1. Deverá esta empresa permitir que lhe façam retenção na fonte? Justifique.

8.2. Deverá esta empresa fazer retenção na fonte a outras empresas?

EXERCÍCIO 9

A empresa “So Prejuizos Lda” prevê ter prejuízos ao longo dos próximos 5 exercícios por se tratar da fase inicial do
projecto.

9.1. Poderei permitir que me facam retenção na fonte?

9.2. O que fazer com os impostos que me foram retidos caso minha empresa tenha prejuízos contínuos?

9.3. Qual a relação que existe entre o IRT e a lei 7/97

EXERCÍCIO 10

Sobre o modelo 1 e as repartições fiscais diga:

10.1. No modelo 1, aonde é que fizemos a dedução dos impostos que nos foram retidos?

10.2. Podemos apresentar o documento de liquidação de receitas como prova de pagamento nos bairros fiscais?

10.3. Em quanto tempo deve-se fazer o depósito dos valores que foram retidos na fonte pela nossa empresa?

10.4. O que acontece se não depositarmos a tempo os valores no tesouro nacional?

10.5. O que faremos com os comprovativos que nos forem fornecidos na repartição fiscal?

10.6. Que culpa teremos nós se o cliente fizer a dedução da lei 7/97 na nossa factura e o mesmo não fazer chegar o
documento de arrecadação de receitas na nossa empresa?

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Lei 18/11 de 21 de Abril
IMPOSTO PREDIAL URBANO

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LEI 18/11 DE 21 DE ABRIL
IMPOSTO PREDIAL URBANO

Considerando o projeto de reforma fiscal Angolano em curso, norteado pelas orientações definidas pelas linhas
gerais da reforma tributária, tendo em vista a adaptação do mesmo à nova realidade económica e social do País que
se encontra desde há longo período desfasada do seu sistema jurídico-Tributário, considera-se essencial promover o
mercado imobiliário e atuar no sentido de desagravar a elevada carga tribuária que sobre ele incide;

Sem se proceder a alterações de fundo quanto ao imposto predial urbano, bem como ao imposto industrial, desagrava-
-se a carga fiscal que incide sobre a detenção e rendimentos de imóveis, limitando, por outro lado, o conjunto de
isenções ou situações de não sujeição até agora em vigor.

Estas medidas, acompanhadas do reforço dos meios técnicos e humanos, para a cobrança de receitas e verificação,
contribuem assim, para uma arrecadação efetiva de receita crescente por via do alargamento da base real de
incidência do imposto.

Sendo o direito a uma habilitação condigna, um direito constitucionalmente previsto no artigo 85º da constituição da
República de Angola, importa contudo garantir que os encargos fiscais, ainda que reduzidos, não constituem um óbice
ao exercício desse direito, principalmente no que respeita aos agregados familiares de mais baixa renda.

Nesta perspetiva, foi salvaguardada a situação desses agregados por via de uma estrutura de taxas progressivas que
resulta em uma não tributação de uma parte do valor do imóvel.

A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos da alínea o) do nº1 do artigo 165º e da alínea d) do
nº 2 do artigo 1666º da constituição da Republica de Angola a seguinte:

LEI DE ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IMPOSTO PREDIAL URBANO

SECÇÃO I
(Alteração ao código do Imposto Predial Urbano)

Os artigos 1º,2º,4º,5º,16,28,29º,30º,31º,46º,98º,104, e 117º do código do imposto Predial urbano, aprovado pelo diploma
legislativo nº4044 de 13 de outubro de 1970, passam a ser a seguinte redação:

INCIDÊNCIA

ARTIGO 1º
1- O regime instituído pelo artigo anterior aplica-se às pessoas singulares ou colectivas que tenham ou não sede, direcções
afectiva ou estabelecimento, estável, nos termos previstos no artigo 17º a do código geral tributário, que de forma acidental
ou permanente, exerça actividades de empreitadas, subempreitadas ou prestações de serviços não abrangidas pela
disposição do Código do imposto sobre rendimento de Trabalho.

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ARTIGO 2º

1) No caso de prédios arrendados o imposto incide sobre o valor da respectiva renda expresso em moeda corrente.

2) No caso de Prédios não arrendados o imposto incide sobre o Valor do Património.

ARTIGO 3º

1) Para efeito deste imposto, Predial Urbano é toda fração de território, abrangendo os edifícios e construções
de qualquer natureza nela incorporados ou assentes com carácter de permanência, desde que faça parte do
património de uma pessoa singular ou coletiva, seja suscetível, em circunstâncias normais, de produzir rendimento
e esteja afeto a quaisquer fins que não sejam a agricultura, silvicultura, ou Pecuária; e bem assim todo edifício ou
construção que se encontre nas condições anteriores, ainda mesmo quando situado numa fração de território que
constitua parte integrante de um património diverso ou não tenha natureza patrimonial.

2) Os edifícios ou construções, ainda que móveis, por natureza, serão havidos como tendo carácter de permanência
quando se acharem assentes no mesmo local por um período superior a seis meses.

ARTIGO 4º

1) No caso de Prédios arrendados o imposto é devido pelos titulares do Direito aos rendimentos dos Prédios,
presumindo-se como tais as pessoas em nome de quem os mesmos se encontram inscritos na matriz, sendo
devido pelo proprietário, usufrutuário ou beneficiário do direito de superfície relativos ao prédio no caso de prédios
não arrendados.

2) Nos casos em que os rendimentos se repartam por diversos titulares, o imposto recaíra sobre cada um consoante
o seu direito.

3) Revogado.

4) Tratando-se de propriedade resolúvel, o imposto será devido por quem tenha o uso e fruição do prédio.

5) As pessoas singulares ou coletivas que beneficiem da cedência gratuita, a título precário, de quaisquer prédios
pertencentes a entidades isentas de imposto predial urbano são obrigados ao pagamento do imposto pelos
rendimentos dos mesmos prédios

ARTIGO 5º

ISENÇÕES
1) Ficam Isentos de imposto predial Urbano:

a) O Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de utilidade pública;

b) Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respetivas representações diplomáticas


ou consulares, quando haja reciprocidade;

c) Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados exclusivamente ao culto.

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2) A isenção que se referem as alíneas b) e c) do nº 1 é reconhecida por despacho do Diretor Nacional de Impostos,
a requerimento das entidades interessadas e após parecer favorável do Ministério das Relações Exteriores e do
Instituto Nacional para os Assuntos (INAR, I.P) respetivamente.

3) Para efeito de Imposto Predial Urbano, consideram-se revogados todas as previsões de isenção que não se
encontram contidas no nº1.

ARTIGO 16º

DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL


1) O rendimento coletável dos prédios urbanos, quando arrendados é igual às rendas efectivamente recebidas em
cada ano, líquidas de 40% correspondentes a despesas relacionadas com o imóvel.

2) Considera-se renda tudo quanto o senhorio receba do arrendatário, ou este satisfaça em sua vez, por efeito
direto de cedência dos prédios e dos serviços que porventura neles tenha estabelecido, quer estes serviços sejam
especiais para o arrendatário, quer comuns a outros arrendatários do mesmo ou de diversos prédios e ainda que
também aproveitem ao próprio senhorio.

Considera-se Renda dos respectivos prédios urbanos:

a) O que o arrendatário pagar pelo aluguer de maquinismos e mobiliários dos estabelecimentos fabris e comerciais
instalados no mesmo prédio.

b) Tudo que o senhorio receba pelo arrendamento de casas mobiliadas;

c) O preço da cedência da exportação de estabelecimentos mercantis ou industriais;

d) As importâncias recebidas de quem utiliza quaisquer para publicidades, ou outros afins especiais.

4) Revogado

5) Quando, em arrendamentos ou sublocações que devam durar dois anos ou mais anos, haja antecipação total ou
parcial de rendas e sempre que o preço da cedência de exploração de estabelecimento mercantis ou industriais nas
condições anteriores seja pago por uma só vez, constituirá matéria Colectável do imposto predial, em cada ano o
quociente da divisão da renda ou preço pelo número de anos a que respeite.

ARTIGO 18º

Os encargos mencionados no artigo 16º são os resultantes de despesas com:

a) Assistência técnica e energia para elevadores, monta-cargas e elevação de água;

b) Retribuição de porteiros e pessoal de Limpeza;

c) Iluminação de vestíbulos e escadas;

d) Climatização central;

e) Administração de propriedades horizontal quando o número de condomínio não for inferior a dez;

f) Prémios de seguros dos prédios.

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ARTIGO 28º

AVALIAÇÃO PARA PRÉDIOS NÃO ARRENDADOS


1) O rendimento Colectável dos prédios urbanos não arrendados corresponde ao valor patrimonial.

2) O valor patrimonial corresponde ao valor que resulte da avaliação feita de acordo com o disposto artigo 31º e
seguintes ou ao valor pelo qual o imóvel tenha sido alienado conforme o que seja maior.

3) Enquanto o valor patrimonial dos imóveis não for estabelecido, nos termos anterior, continua a usar-se o valor
que estiver que estiver inscrito na matriz.

4) Quando o prédio arrendado passar à situação de não arrendado fica sujeito a imposto como prédio não arrendado
incidindo o imposto, nesse ano, sobre a proporção do valor patrimonial que corresponda ao remanescente do ano.

ARTIGO 31º

1) O procedimento de avaliação tem como finalidade definir o valor patrimonial dos prédios não arrendados.

2) É competente para efetuar a avaliação a repartição fiscal da situação do imóvel, sendo o procedimento
desencadeado por via de despacho do chefe dessa repartição.

3) A avaliação é feita com base em tabelas para o efeito que são publicadas nos 30 dias posterior a entrada em
vigor da lei.

4) As tabelas referidas no número anterior têm como base o valor por metro quadrado, sendo esse valor ajustado
por meio de coeficientes de correção tendo em conta as características específicas do imóvel a avaliar.

5) Os valores constantes das tabelas devem ser revistos e actualizados anualmente.

ARTIGO 46º

1) Na descrição do prédio deve observar-se o seguinte:

a) Os jardins, quintais, parques, alamedas, lugares de recreio e similares, que constituam anexo a prédios
urbanos, servindo-se de mero logradouro aos ditos prédios, serão incluídos na descrição destes sem indicação de
rendimentos, mas na avaliação o valor locativo dos prédios não deixará de atender-se ao benefício e comodidade
resultante de tais logradouros;

b) Se os terrenos, lugares de recreio e similares referidos na alínea anterior tiverem afetação diferente da que neles
se prevê, serão objeto de atribuição de rendimento em separado;

c) Os prédios construídos em terreno alheio com consentimento do proprietário serão descritos em nome de quem
fez a construção, mencionando-se como encargo, se haver pensão ou a renda do terreno com indicação da pessoa
a quem for paga;

d) O valor locativo dos prédios arrendados não pode ser inferior à renda anual convencionada, tal como se encontra
definida nos nº2 e 3 do artigo 16º, devendo descriminar-se a parte correspondente a mobília;

e) Revogado

f) Na descrição e avaliação dos prédios discriminar-se-ão os andares ou divisões susceptíveis de arrendamento


separado e as construções referidas na alínea h) do artigo 44.

g) Revogado

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h) Revogado

i) Para abatimento dos encargos referidos no artigo 18º devem mencionar-se todos os indicadores aplicáveis, com
especificação dos quantitativos correspondentes;

j) O rendimento Colectável de cada prédio deverá repartir-se entre os diversos titulares, na medida do que couber
a cada um, quando necessário em face da prova documental produzida.

ARTIGO 98º

TAXAS

1) A taxa do imposto predial urbano para prédios arrendados é de 25%.

2) Do disposto no número anterior não pode resultar do imposto a pagar em montante inferior a 1% do valor patrimonial
do imóvel.

3) A taxa do imposto predial urbano para prédios não arrendados é determinada de acordo com a tabela seguinte:

VALOR PATRIMONIAL (AKZ) TAXA DE (PERCENTAGEM)

Até 5000.000,00 0

Superior a 5000.000,00 sobre o excesso 0,5%

4) Tendo em atenção a desvalorização monetária e flutuações do valor no Mercado Imobiliário, e atendendo a


princípios de economicidade, o Ministro das finanças pode alterar os valores patrimoniais previstos no número
anterior.

ARTIGO 104º

1) Os contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, incluindo organismos públicos
e qualquer pessoa, singular ou colectiva, de direito público ou privado, a quem competir o pagamento ou entrega
de rendas relativas a imóveis, devem deduzir-lhes na altura da sua atribuição ou pagamento, a importância que
resultar da aplicação das taxas referidas nos artigos 98º e 16º.

2) Podem igualmente proceder, nos termos do número anterior outras entidades contratantes a quem competir o
pagamento ou entrega de rendas relativas a imóveis.

3) O disposto nos números anteriores não prejudica as obrigações constantes dos artigos 19º e 117º que impedem
sobre os sujeitos passivos do imposto.

4) No que respeita aos restantes prédios arrendados, o imposto é liquidado tomando por base o valor da renda
estabelecida no contrato.

5) Nos casos previstos nos nº1 e 2, a liquidação e pagamento do imposto são da responsabilidade do arrendatário,
que responde pela totalidade do imposto e acréscimos, no caso de não pagamento, sem prejuízo do direito de
regresso contra o devedor do imposto, mas apenas quanto à dívida principal.

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6) Não obstante o disposto no número anterior, o sujeito passivo do Imposto Predial Urbano fica obrigado a
comprovar o cumprimento da obrigação prevista no nº1 do artigo 117º, sob pena de ser considerado responsável
pelo pagamento do imposto em falta.

7) Considera-se cumprida a obrigação prevista no número anterior, nos casos em que o sujeito passivo de imposto
predial urbano receba do substituto tributário o Documento de Arrecadação de Receitas (DAR) que comprove a
entrega do imposto retido ou assim não sendo, comunique tal facto à repartição fiscal competente no prazo de 90
dias a contar do termo do prazo para entrega daquele imposto.

8) A comunicação pelo sujeito passivo de Imposto Predial Urbano, à repartição fiscal competente, da falta de
apresentação do Documento de Arrecadação de receitas (DAR) pelo substituto tributário, nos termos e prazo do
número do anterior, faz operar a caducidade automática do contracto de arrendamento entre as partes.

ARTIGO 117º

COBRANÇA

1) Relativamente a prédios arrendados quando o imposto haja sido liquidado por retenção na fonte com base
nos nº1 e 2 artigo 104, o Imposto Predial Urbano é entregue, pelo contribuinte que procedeu a retenção, até ao
dia 30 do mês seguinte Àquele a que respeita a retenção, na repartição fiscal da situação do imóvel, através do
preenchimento do correspondente Documento de Liquidação de Imposto (DLI).

2) O imposto é liquidado da moeda em que se tenha fixado o pagamento no respetivo contracto, procedendo-se à
sua conversão em moeda nacional para efeitos de aplicação do artigo 76º do Código Geral Tributário.

3) Os contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, incluindo embaixadas, organismos
públicos e qualquer pessoa, singular ou colectiva, de direito público ou privado, e que estejam sujeitos a imposto
Predial Urbano relativamente a um imóvel do qual sejam também arrendatários têm, nos casos previstos no
número anterior a faculdade de, no momento de apresentação da declaração, deduzir às rendas recebidas, as
rendas pagas, devendo o montante de imposto devido ser ajustado em conformidade.

4) Relativamente a prédios arrendados quando não haja lugar a liquidação do imposto por retenção na fonte, o
Imposto Predial Urbano deve ser pago em duas prestações iguais com vencimento, respetivamente, em janeiro e
Julho.

5) No que respeita a prédios não arrendados, o imposto Predial Urbano deve ser pago em duas prestações iguais
com vencimento, respetivamente, em janeiro e julho.

6) O imposto a pagar, nos termos do número anterior pode, todavia, pagar-se em quatro prestações, quando o
contribuinte assim o tenha declarado, em impresso conforme ao Modelo nº6, no mês de julho do anterior, e neste
caso, são as prestações pagas em Janeiro, Abril, Julho e Outubro.

7) O imposto Predial Liquidado, nos termos do nº5 do Artigo 104º é pago em duas prestações iguais, com vencimento,
respectivamente, em Julho e Outubro.

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EXERCICIOS PRÁTICOS DE APLICAÇÃO DA
LEI 7/97, DE 10 DE OUTUBRO

EXERCÍCIO 1

A Empresa Carissimo Lda, arrendou uma propriedade de uma residência situada no condomínio Tic Tac pertencente ao
Dr. Adilson Fernandes no valor de 40.000.00 Akz por mês durante 2 anos. Automaticamente o contrato vigora a partir do
mês de Setembro de 2011.A Empresa pagou 6 meses de renda e fez retenção na fonte

a) Calcule o valor da retenção na fonte e o pagamento na óptica do inquilino.

b) Calcule o valor do imposto na óptica do senhorio.

c) Quando é que deve ser o senhorio a pagar o imposto predial e urbano?

d) Dr. Adilson foi em Janeiro à repartição fiscal pagar o I.P.U da sua residência. Calcule o imposto a pagar.

EXERCÍCIO 2

Mana Beioca proprietário de um imóvel no Benfica, arrendou o seu imóvel ao Mamado Kale para fins comercias, contrato
de 1 ano a 200.000,00 Akz/mês. Fez-se o pagamento completo.

a) Calcule o I.P.U a pagar.

b) Identifique o sujeito de direito e o sujeito de facto.

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EXERCÍCIO 3

A Empresa Elcivania SA é proprietária de um prédio indiviso com dois fogos, situados no bairro da Fubu. No mês de Julho
de 2011, fechou dois contratos para cada fogo: um com o Sr. Socorro no valor de 80.000,00/Mês para fins comercias
(Venda de pão burro), cujo contrato é de 1 ano; e o outro fogo foi arrendado a Empresa Man Peti Lda no valor de
50.000,00/Mês para fins comerciais (vendas de Macaiabo) com contrato de 2 anos.

O Sr. Socorro pagou a renda do 1º ano e não fez a retenção na fonte do mês de Julho.

A empresa Man peti Lda pagou a renda de 1º ano e fez retenção na fonte correspondente aos meses de Julho a Novembro.
No mês de Setembro somente entregou o DAR de Julho e Agosto. Em Janeiro empresa Bomba SA entregou uma carta à
4ª Repartição Final para reclamar os DARS de Setembro, Outubro, Novembro que não lhe foram entregues.

3.1. Calcula o Imposto Predial Urbano na óptica do Inquilino.

3.2. Calcula o Imposto Predial Urbano na óptica do Senhorio?

3.3. Calcular as Multas e os Juros a pagar.

EXERCÍCIO 4

Um prédio pertencente ao Sr. Helder Calemba tem 3 andares, e cada andar contem 2 apartamentos onde :

1º Andar. Apartamento 1 (20m2) Apartamento 2 (20m2)

2º Andar. Apartamento 3 (20m2) Apartamento 4 (20m2)

3º Andar Apartamento 5 (20m2) Apartamento 6 (25m 2)

O valor patrimonial é de 6.546.220, com superfície coberta de 125 m2, onde os apartamento (2, 5 e 6) foram arrendados.
O primeiro e o segundo a 95.000.00 e o terceiro a 75.00.00. Os apartamentos (1, 3, e 4) pertence a parte não arrendada.

a) Calcular o Imposto da superfície arrendada e de superfície não arrendada.

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Decreto Presidencial n.º 149/13 de 1 Outubro
REGIME JURÍDICO DAS FACTURAS
E DOCUMENTOS EQUIVALENTES

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DECRETO PRESIDENCIAL
N.º 149/13 DE 1 OUTUBRO
Considerando que a correcta aplicação dos Códigos do Imposto Industrial, do Imposto de consumo do Imposto de
selo, entre outros, depende da existência de um sistema de facturação consistente, coerente e transversal;

Valorizando as necessidades crescentes de formalização da economia angolana, e de desincentivo ao recurso aos


mercados informais, sobretudo quando a utilização desses mercados e a sua inerente informalidade são utilizadas
como mecanismos de sobrevalorização de custos, ou até de encobrimento de despesas não relacionadas com a
manutenção da fonte produtora das empresas;

Havendo a necessidade de, por um lado, tornar as declarações dos contribuintes mais comprováveis, objectivas e
inequívocas e por outro reforçar e melhorar os mecanismos de controlo e Fiscalização por parte da administração
Fiscal;

Tendo em conta os imperativos da existência de procedimentos tributários simplificados e eficazes, inerentes às


Linhas Gerais do Executivo para a Referorma Tributária, de harmonia com a constituição vigente em Angola;

O presidente da República decreta, nos termos da alínea) do Artigo 120.º e n.º 3, do Artigo 125.º, ambos da Constituição
da República de Angola, o seguinte:

REGIME JURÍDICO DAS FACTURAS E DOCUMENTOS EQUIVALENTES

CAPÍTULO I

OBJECTO E ÂMBITO

ARTIGO 1º
(OBJECTO)
O presente Diploma regula os requisitos para a emissão, conservação e arquivamento das facturas e documentos equivalentes
pelos contribuintes, no exercício da sua actividade comercial e industrial.

ARTIGO 2.º
(ÂMBITO)
1. É obrigatória emissão de facturas ou documento equivalentes em todas as transmissões onerosas de bens corpóreos ou
incorpóreos e prestação de serviços;

2. Por factura deve entender-se o documento comercial, portador dos elementos informativos definidos no presente Diploma,
que comprovam a realização das transmissões de bens ou prestação de serviços, mencionamos no número anterior.

3. É obrigatório para as pessoas singulares ou colectivas, com domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável
em Angola que procedam às operações previstas no número anterior, a emissão dos documentos referidos no n.º 1 deste
artigo.

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4. Para efeitos do n.º 1 deste artigo, energia eléctrica, o gás, água e similares são considerados bens corpóreos.

5. São considerados documentos equivalentes os recibos, a nota de débito, o despacho aduaneiro, o talão de venda, e outros
documentos que preencham os requisitos constantes do presente Diploma.

CAPÍTULO II

DISPENSA E DOCUMENTOS EQUIVALENTES

ARTIGO 3.º

(DISPENSA DE EMISSÃO DE FACTURA)


1. É dispensada a obrigação de emissão de factura, sempre que se verifiquem as seguintes operações:

a) Transmissão de bens feita através de aparelhos de distribuição automática, ou de recurso aos sistemas electrónicos;

b) Prestação de serviços em que seja habitual a emissão de talão, bilhete de ingresso ou de transporte,
senha, ou outro documento impresso, emitido ao portador, comprovativo do pagamento, em que constem os elementos
informativos obrigatórios, nos termos deste Diploma;

c) Transmissão de bens e prestações de serviços cujo valor unitário seja igual ou inferior a KZ: 1.000,00 (mil kwanzas);

2. A dispensa de emissão de facturas previstas no n.º 1 destes artigo é afastada, sempre que o adquirente do bem ou serviço
o solicitem, independentemente do requisito previsto na alínea c) do n.º 1 do presente artigo.

ARTIGO 4.º

(DOCUMENTOS EQUIVALENTES)
1. A dispensa de emissão de facturas referida no artigo anterior não afasta a obrigação da emissão de talão de venda ou de
recibo, em que seja identificável o nome do vendedor dos bens ou prestador do serviço, e respectivo número de identificação
fiscal e morada.

2. Os talões de venda e recibos emitidos nos termos do número anterior possuem os mesmos efeitos probatórios de uma
factura, apenas nos casos em que esta não seja obrigatória.

3. A dispensa de emissão de factura a que se refere o artigo anterior pode ser atribuída pelo Director Nacional de Impostos,
mediante a solicitação deferida, a outras categorias de contribuintes que forneçam ao público serviços caracterizados pela
sua uniformidade, frequência e valor limitado sempre que o cumprimento da obrigação de emissão de facturas e obrigações
conexas se revelem onerosas.

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CAPÍTULO III

PROCESSAMENTO E REQUISITOS

ARTIGO 5.º

(PROCESSAMENTO)
1. Os contribuintes obrigados a emitir facturas ou documentos equivalentes devem utilizar programas informático que
garantam a numeração sequencial e cronológica dos documentos.

2. Os documentos referidos no número anterior devem ser emitidos em duplicado, destinando-se o original ao cliente e a
cópia ao arquivo do fornecedor.

3. Todos os exemplares de facturas ou documentos equivalentes devem conter a designação «processados por computadores».

4. Em caso de avaria técnica dos equipamentos ou em situações de inoperacionalidade, devem os contribuintes emitir
facturas ou documentos equivalentes, impressos tipograficamente, respeitando os requisitos deste Diploma.

ARTIGO 6.º
(EMISSÃO DE FACTURAS)
1. A factura ou documento equivalente deve ser emitida no momento do seu pagamento, ou até quinto dia útil a seguir à data
operação de transmissão do bem ou prestação do serviço.

2. No caso de pagamentos relativos a uma transmissão de bens ou prestação de serviços ainda não efectuada, a data da
emissão do documento comprovativo deve coincidir sempre, com a da percepção do pagamento do montante relativo à
transmissão do bem, ou prestação do serviço.

3. As facturas ou documentos equivalentes são substituídos por guia ou notas de devolução, quando se trate de devolução
de mercadorias anteriormente transaccionadas entre os mesmos contribuintes, cuja emissão se processa no prazo referido
no n.º 1 deste artigo.

ARTIGO 7.º

(REQUISITOS)
1. As facturas ou documentos equivalentes devem ser devidamente datados, sequencialmente numerados, e conter
obrigatoriamente os seguintes elementos:

a) O nome, firma ou denominação social e a sede ou domicílio do fornecedor de bens ou prestador de serviço e do
destinatário ou adquirente, bem como os seus números de identificação fiscal;

b) Numeração fiscal, por anos económicos;

c) Discriminação dos bens ou serviços prestados, com indicação das quantidades;

d) O preço final em moeda nacional, salvo as facturas que decorrem do processo de importação e exportação, que
estão sujeitas às regras do comércio internacional, com todos os elementos, que concorrem para a sua formação;

e) As taxas de imposto aplicáveis e o montante de impostos, quando devido;

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CAPÍTULO III

f) A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os serviços foram realizados, ou em
que foram efectuados pagamentos anteriores à realização das operações, se essa data não coincidir com a da
emissão da factura;

g) Estar escritos, obrigatoriamente, em língua portuguesa.

2. As guias ou notas de devoluções devem conter, além da data, os elementos mencionados nas alíneas a), b)e c) do número
anterior.

ARTIGO 8.º
(IDENTIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS REFERIDOS OU SUBSTITUÍDOS)
Quando os contribuintes devam proceder à rectificação ou substituição dos documentos emitidos nos termos deste
Diploma, os documentos substituídos devem conter a expressão «rectificação ou substituição», bem como a identificação
do documento rectificado ou substituído.

ARTIGO 9.º
(ARQUIVAMENTO)
1. As contribuintes são obrigados a arquivar e conservar todas as facturas ou documentos equivalentes, bem como os registos
relativos à análise, programação e execução dos tratamentos informáticos utilizados, durante os prazos estabelecidos pelo
Código Geral Tributário.

2. Os documentos referidos no número anterior devem ser mantidos em estabelecimentos ou instalações situadas em
território nacional.

3. O arquivamento em formato digital de cópias de segurança das facturas ou documentos equivalentes não subistitui a
obrigação prevista no número anterior.

CAPÍTULO IV

PENALIDADES E DISPOSIÇÕES FINAIS

ARTIGO 10.º

(PENALIDADES)
1. Sempre que o contribuinte proceda a transmissões onerosas de bens, ou prestação de serviços não suportadas por
factura ou documentos equivalentes, incorre em multa, nos termos que se se seguem:

a) 20%, do valor da factura não emitida;

b) 40% do valor da factura não emitida , no caso de incumprimento reiterado.

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2. Para efeito da alínea b) do número anterior, entende-se por incumprimento reiterado a não emissão de factura ou
documento equivalente, em mais de quatro Transmissões onerosas de bens ou prestação de serviços.

3. Sempre que o contribuinte proceda a transmissões onerosas de bens oe prestação de serviços, e à emissão de factura
sem os elementos mencionados no artigo 7.º, incorre em multa, nos termos que seguem:

a) Kz: 30.000,00 (trinta mil kwanzas), quando os elementos omitidos, ou erradamente indicados, forem o preço ou o
nome da entidade emitente, ou o seu número de contribuinte, por cada factura emitida;

b) Kz: 10.000,00(dez mil kwanzas), quando os elementos omitidos,ou erradamente indicados, respeitem a quaisquer
outros elementos obrigatório, por cada factura emitida.

ARTIGO 11.º

(DÚVIDAS E OMISÕES)
As dúvidas e omissões suscitadas da interpretação e aplicação do presente Diploma são resolvidas pelo presidente da
República.

ARTIGO 12.º
O presente Decreto Presidencial entra em vigor 60 dias após a data da sua publicação.

Apreciado em conselho de Ministros, em Luanda aos 21 de Agosto de 2013.

Publique-se .

Luanda aos 19 de Setembro de 2013.

O Presidente da República, Jose Eduardo Dos Santos.

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Email: consultoria@mribeiros.com I Website: www.mribeiros.com

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