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Trabalho Expansão Islâmica

UFF
Professora: Renata Vereza
Alunos: Luisa Mansur, Mateus Freitas, Maria Fernanda Guimarães.

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=nXDzwdq0GL0&feature=youtu.be

Escolhemos esse vídeo do “Curso Enem Gratuito” sobre expansão islâmica porque de
maneira geral o vídeo é bem explicado levando em conta seu tamanho e, por isso, a
necessidade de resumir o tema, sabendo, também, que o currículo de ensino escolar para
vestibulares abrange muitos assuntos para um espaço de tempo curto.

Tendo em vista esse cenário, o professor do vídeo explica a trajetória de Maomé, desde
seu nascimento até sua morte. Ocorre que percebemos uma inconsistência no que diz
respeito a infância de Maomé:

“Ele nasce num clã pobre da tribo coraixita e como era de costume, a família dele
pagou para que os beduínos o criassem para que ele adquirisse uma experiência de
comércio nômade pelo deserto e depois pudesse, obviamente, administrar negócios da
família.”

Nessa fala, o erro se encontra a partir do momento em que é dito que a família de
Maomé pagou para que os beduínos o criassem, na verdade, bem como dito no texto da
professora Renata Vereza, Maomé ficou órfão quando criança e foi criado por seu tio
Abu Talib. Segundo o texto da professora, “Dentre os poucos indícios sobre o início de
sua vida, sabe-se que ficou órfão ainda criança, sendo criado por um tio, Abu Talib
(539-619), respeitado comerciante desta cidade. Assim, e seguindo a tradição familiar,
atuou desde jovem como comerciante [...]”. Mas entende-se que no vídeo algo
importante não é deixado de lado: a vida de comerciante de Maomé, antes da profecia.

Seguindo o vídeo, o professor explica, lembramos: de forma bastante resumida, o


decorrer da vida do profeta. Dentro das explicações, é abordado a Hégira, em 622.
Aqui, encontramos outra problemática. Ao abordar essa questão, é dito pelo professor:
“Ao propagar esse culto (o culto a Alah - monoteísta), ele entra em choque com os
coraixitas que dominavam o comércio em Meca, que começam a ver essa nova religião
que fala de crença em um só deus como uma ameaça ao politeísmo e essa ameaça ao
politeísmo poderia ameaçar a posição de Meca [..], por isso, os coraixitas vão começar
a perseguir Maomé em 622, levando-o a fugir da cidade de Meca para Yatreb [...], a
chamada Hégira. Maomé vai para Yatreb, mas não vai apenas fugindo, vai com seu
grupo de seguidores com objetivo de dominar Yatreb, [..], dominando-a em 627 [..].”

Essa fala do professor não pode ser tida como verdadeira, já que a ida de Maomé e seus
seguidores para Yatreb é como refúgio das perseguições sofridas pelo profeta e seus
seguidores pelos coraixitas, não com intuito de domínio, como um ataque como parece
sua fala. Esse momento da expansão islâmica também é bem esclarecido pelo texto da
professora Renata Vereza no seguinte trecho:

“A sociedade de Yatrib acolhe e protege Maomé e seus seguidores e ele, quase de


imediato, passa a atuar como arbitro em suas disputas internas, posição que lhe
permitia desempenhar um papel determinante nas lutas pelo poder na cidade, dividido
e disputado entre tribos as árabes dominantes. [..] Com os adeptos que o
acompanharam e com os novos convertidos de Yatrib, que daí em diante passaria a se
chamar Medina, formou sua primeira comunidade dos crentes (Umma), da qual era
tanto chefe político, quanto chefe religioso [..]”

Fica claro, portanto, que muitas vezes vídeos como esse de explicação de momentos
históricos podem faltar com clareza ou até mesmo serem ditas mentiras. A preocupação
com os detalhes históricos deve ser levada em conta quando explicadas a alunos, já que
são importantes para entender, como um todo, o contexto social em que a história de um
período está inserida.

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