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PALAVRA SAGRADA – BOAZ

Palavra Sagrada significa ”Força, Apoio e Moral”, ela é representada pelo nome
do personagem bíblico BOAZ do Livro de Rute.
O Livro de Rute conta a História de Família de Elimelec, que deixa a terra de
Judá para morar em Moab, a história se passa nos tempos dos juízes, em que
as leis da sociedade eram regidas pelos mais velhos.
Logo no começo, Elimelec e seus dois filhos (Queelion e Maalon) morrem em
Moab, deixando viúvas Noemi (sua esposa) e suas duas noras Órfa e Rute.
Órfa permanece em Moab, mas NOEMI e RUTE vão para BELÉM, onde NOEMI
muda seu nome para MARA.
Lá RUTE conhece BOAZ, um homem dedicado trabalhador e responsável que
resgatou Rute e Noemi.
Boaz tomou Rute como sua Esposa e concedeu a ela um filho, chamado Obed
e Noemi se tornou sua ama.
Obed é pai de Jessé, que pai de Davi, que é descendente de Salomão por
consequência de Jesus Cristo.
QUALIDADES DE BOAZ
BOAZ possuía uma Força de Vontade imensa, ele não deixava as coisas
andarem por si mesmas, liderava sua vida.
Tratava seus servos com humildade.
Sempre disposto a amparar e ajudar aqueles necessitados.
Possuía disciplina e retidão em suas ações.
Boaz por meio da crença de um Deus maior (G.’.A.’.D.’.U.’.) agiu corretamente,
pois em sua fé depositava sua maior força e através dela o universo conspirava
a seu favor.
A Palavra Sagrada Boaz representa essa mesma fé, pois a principal Força
Moral da Maçonaria reside na crença do G.’.A.’.D.’.U.’..
POR QUE O COMPANHEIRO TEM ESSA PALAVRA?
O Companheiro maçom agora passa a estudar as coisas relativas ao espirito.
Possui, então, a Coluna BOAZ que representa a Força, pois a Força de Vontade
é o elemento principal para quem deseja seguir um Mestre.
Dentro do Grau de companheiro temos 5 instrumentos:
- Compasso e Régua – São o símbolo do aperfeiçoamento adquirido nas
ciências, nas artes e nas profissões liberais;
A Régua é o símbolo do Julgamento Reto e representa a firmeza, a coragem, o
respeito pessoal e a confiança em si próprio. Atributos morais que deve
alcançar.
- Alavanca – Símbolo da força
- O Esquadro – Por seu ângulo reto, representa a conduta irrepreensível que
o maçom deve manter na sociedade. A retidão de suas ações e a equidade que
deve tratar seus semelhantes.
- A Trolha – Símbolo da tolerância e do amor fraternal.
O Emprego desses Instrumentos no dia a dia de nossas vidas molda nossas
almas e nos aproxima da perfeição.
Assim como Boaz, o Companheiro tem que ter a Força para Seguir de acordo
com sua fé no G.’.A.’.D.’.U.’.
Discernimento para julgar o certo do errado e praticar a Arte Suprema do
Pensamento, pois a Reflexão é a vida da alma e somente por meio dela, somos
capazes de encontrar a perfeição.
Acima disso, o Companheiro precisa ter disciplina e retidão em suas ações,
saber organizar seu tempo para que se torne senhor de sua vida.
PARA QUE SERVE?
A Palavra Sagrada é parte do Cobrimento do Grau de Companheiro, ela serve
para nos identificarmos como Companheiros Maçons. Além disso, também é
uma forma de mostrar que o Companheiro tem como guia, “Força, Apoio e
Moral”, pois seu significado está presente em suas ações.
A Palavra Sagrada leva o nome da Coluna do Sul.
Por isso ela serve para nos lembrar, do que realmente temos que ter como guia,
Força de Vontade no G.’.A.’.D.’.U.’., para que através de nós mesmos ele
trabalhe, Discernimento em nossas Ações, praticando sempre a Arte Real do
Pensamento através da Reflexão, que é a vida da alma e Disciplina em
organizar nosso tempo, para que nos tornemos senhores de nossos próprios
destinos e construtores sociais dessa grande obra que é a Maçonaria.
PALAVRA DE PASSE
A Palavra de Passe do Grau de Companheiro foi retirada das Sagradas
Escrituras, mais propriamente do Velho Testamento, Livro dos Juízes – Cap. 12
e foi adotada pela maçonaria tanto pela sua origem quanto pelo seu significado
simbólico.
Nas Escrituras Sagradas, a versão brasileira vem escrita como “chibolete”,
originariamente escrito SCHIBBOLETH, havendo outras formas, shibbolet,
chibolett, cibolet, mas o valor da palavra está em sua pronuncia e não na forma
escrita, pois em italiano, por exemplo, o ch tem o som de q e seria então
quibolete, o que acabaria com sua função.

Aqui está o excerto relevante do livro de Juízes. O relato completo está no


capítulo 12, versículos 1-15.

4 - Depois ajuntou Jefté todos os homens de Gileade, e


combateu contra Efraim, e os homens de Gileade feriram a Efraim, porque estes
disseram-lhe: vós gileaditas sois fugitivos de Efraim no meio dos efraimitas, e
entre os manassitas.
5 - E tomaram os gileaditas as passagens do rio Jordão diante
dos efraimitas: e assim foi que, quando qualquer um daqueles que eram
efraimitas escapava e dizia: Deixa-me passar! Os homens de Gileade, diziam-
lhe:

És tu efraimita ? E dizendo ele: Não;

6 - Então lhe diziam: Dize agora Shibboleth, porem eles


respondiam: Sibbolet: por que não poderia moldura para pronunciá-lo direito.
Então eles o levavam e assim os matavam as passagens do Jordão, e caíram,
naquele tempo quarenta e dois mil efraimitas.

O motivo desta desavença teria surgido do fato de não serem convidados


os Efraimitas, de participarem do conflito contra os filhos de Amon, lembrando
que os vencedores, nesta época, costumavam levar os ricos despojos de guerra
dos vencidos.

Jefté, vitorioso no combate resolveu para garantir a total derrota dos


Efraimitas, guardar as passagens do rio Jordão, por onde tentariam os fugitivos
retornarem a suas terras.
A semelhança entre os povos daquela região dificultava esta vigilância,
foi então que, Jefté utilizando-se da variação linguística, armou um meio de
acabar de uma vez por todas com o exército de Efraim. Assim sendo, todos que
por ali passavam eram imediatamente indagados a repetirem uma palavra.

A palavra escolhida foi SCHIBOLETH, pois os Efraimitas pronunciavam a


consoante S, num som mais sibilado, saindo então SIBOLET, dessa feita, os
Efraimitas prejudicados por sua diferença de pronúncia, ao repetirem a palavra,
eram então rapidamente identificados e degolados.

Como a palavra SHIBOLETH resultou em uma senha segura, o rei


Salomão a utilizou posteriormente com palavra de passe aos Companheiros.

O significado da palavra assim como sua grafia possui variações


conforme as fontes pesquisadas, a tradução, Espiga de Trigo ou também
“corrente das águas”. Conforme outras interpretações, o significado passa a
ser “A Senda” ou “O Caminho”.

De acordo com Jorge Adoum, “Um caminho, do qual não pode e nem deve
afastar-se, porque é o Caminho do Serviço e da Superação”.

Rizzardo da Camino fundamenta suas teorias também na relação da


Palavra com a Espiga de Trigo, fazendo ainda uma correlação com “Corrente
de Água”.

Onde o Trigo, que sempre foi tido como um grão sagrado representa
desde a fecundidade até seu crescimento, onde o Aprendiz vence e se
transforma em Companheiro, quando se encontra e estabelece no plano
elevado, para amadurecer e, por sua vez, frutificar.

O Trigo tem a faculdade de permanecer indefinidamente íntegro, como


existem exemplos de grãos encontrados em túmulos de faraós, que depois
cinco ou seis milênios, apos serem plantados e umedecidos, germinaram e
produziram fruto.

Já a “Corrente de Água”, seu simbolismo está relacionado em ser a água


um dos principais elementos da Natureza, indispensável à vida, uma função da
maçonaria a sociedade.
CONCLUSÃO

Devemos saber falar a palavra certa no momento certo e do modo certo.


Às vezes a palavra mais forte é o silêncio. Muitas vezes falamos demais,
falamos o que não sabemos, falamos para a pessoa errada, no momento errado
e da forma errada.

Na condição de maçom escutar e silenciar são artes que precisamos


aprender e exercitar para podermos evoluir no aprendizado Maçônico, afinal o
silêncio vem sendo praticado á vários séculos na Maçonaria.

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