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Direcionado– REL

AULA 1.4. Geopolítica, Oceanopolítica

Precursores: Slide 2

1. Ratzel (geógrafo alemão):

Território é como se fosse um organismo vivo, dessa forma ele busca sempre a manutenção
de sua própria sobrevivência e o aumento do seu poder (Estado).

Espaço = vida (Espaço Vital): DETERMINISMO. A intenção é que a composição do território


já está determinada para cada um.

Ex.: Importante para a Unificação Alemã; a Prússia usou essas teorias para unificar o povo
alemão em um território definido, como se fosse pré-determinado que eles deveriam ser um
Estado só.

2. Kjélen:

Aprofundou as teorias de Ratzel, cunhando o termo Geopolítica (“Política dos


territórios”)

3. Vidal de La Blache:

Escola Possibilista: A ideia defendida de que as fronteiras podem “mudar” explicaria o


desejo dos países europeus (imperialistas) de tomar novos territórios e fazer novas colônias,
por exemplo. Dessa forma, ela não confirma o determinismo de Ratzel, os Estados podem
mudar conforme suas vontades e ações.

4. Mackinder(inglês):Slide 3, 4 e 5
*Perceba como o mapa político e o físico são bem semelhantes quanto
à separação dos Estados; Mackinder defendeu a importância dos desastres e
relevos para a integração dos povos. O Brasil usou desastres naturais para
definir suas fronteiras, e muitos outros países adotaram esses mesmos
princípios.

Mesmo que o interior do continente fosse espanhol (segundo


Tordesilhas), os espanhóis não exploravam o interior do Brasil nos séculos de
colonização, mas por quê?
A Cordilheira dos Andes dificultava a transposição dos espanhóis, desse modo, os
bandeirantes portugueses fizeram pequenas cidades as quais acabaram por garantir ao Brasil essa
extensão continental que temos hoje.

Segundo Mackinder: a Geografia INFLUENCIA, mas não é determinista. Ou seja, graças a


alguns aspectos geográficos pode haver a facilidade de um povo se unificar ou não sobre aquele
território (Exemplo do Brasil citado acima).

Regiões de Planície, regiões litorâneas e beiras de rios favorecem a unificação (Ex.: Egito
e o Rio Nilo).

A tecnologia ajuda a integração, por exemplo, se os espanhóis tivessem tecnologia


suficiente para transpor os Andes a baixos custos, na época, talvez as fronteiras do Brasil hoje não
fossem as mesmas.

Mackinder cunhou o conceito de Heartland, Rimlande World Island.

a. Heartland(Pivô: teoricamente era inexpugnável, ou seja, impossível de se invadir


depois de consolidada):

Área que abrangia partes da Europa, Ásia e África que seria também o “centro”
do mundo, a partir do qual quem a controlasse teria as melhores condições de
projetar poder sobre qualquer parte do mundo por ter acesso à grande quantidade
de recursos.

b. Rimland:

Área ao redor do Heartland que seria a extensão do coração do mundo; que a


partir do controle dessas duas áreas e seus recursos, seria extremamente
poderoso, a ponto de ter o controle do mundo.

c. World Island(“Ilha mundo”):

Junção da Europa, Ásia e África, que concentraria grande parte dos recursos
mundiais. Quem tivesse controle dessa região, controlaria a mundo.

A realidade de Mackinder é a das potências européias: Reino Unido, Alemanha, Rússia,


em um mundo extremamente hostil; e que qualquer uma delas poderia interferir na conformação
existente. (A Rússia merecia destaque por ter grande parte do Heartlandsob seu controle).

Continentalismo x Oceanismo:Mackinder defendia que o poder vinha mais por parte do


controle do continente do que sobre a supremacia nos mares. Com o tempo, e com o aumento das
tensões entre EUA e URSS ele passou a mudar um pouco suas idéias, de forma que o controle do
Midland Oceanera importante também.

5. Mahan (Estadunidense):Slide 6 e 7
Por ser americano, ele tinha a intenção de encontrar uma teoria que embasasse as ações dos
EUA como um agente de poder internacional (os EUA não estavam nem perto do Heartlandque
propunha Mackinder, no entanto, o país estava cada vez mais se configurando como uma potência
mundial).

Desse modo, o Almirante Mahandeclara que o Heartlandnão era suficiente. E ele poderia ser
“sufocado” se uma potência naval controlasse ou afetasse o acesso ao Rimland, dessa forma,
Mahan insere o conceito de Oceanopolíticae os players começam a enxergar a importância do
desenvolvimento da Marinha de Guerra. A Estratégia (naval) garantiria o acesso a recursos,
através da logística, e o apoio a expansão de poder.

Ex.: Guerras Greco-pérsicas; após a derrota na Batalha Naval de Salamina, os persas perderam
grande parte do potencial ofensivo.

Ex.2: O abastecimento de gêneros à Inglaterra durante a 2°Guerra Mundial era basicamente


formado por comboios, os quais escoltados por marinhas aliadas tentavam evitar o colapso
inglês.

Ex.3: Construção do Canal do Panamá: dinamizou em muito a movimentação da marinha


americana de um oceano a outro (Atlântico x Pacífico), permitindo aos EUA poder projetar poder
quase que “igualmente” em ambos. Comunicação entre a Frota da Costa Oeste com a da Costa
Leste.

Grande parte do crescimento americano pós década de 20 foi baseada nas idéias de Mahan.
Bases avançadas seriam necessárias em ilhas ou países aliados, de forma a poder projetar poder
em terra, quando necessário, a partir dos oceanos na maioria das vezes (apoio logístico). Ainda
garantir a segurança do comércio, sendo o meio marítimo o mais rentável disponível. (Marinha
americana é igual a soma de várias marinhas seqüentes).

6. Haushofer(Alemão – Nazismo: Geopolitik):Slide 8 e 9

Defendeu o Estado Orgânico: mutável, ou seja, diferente das idéias do alemão Ratzel, ele dizia
que o espaço vital (Lebensraum) alemão garantiria o sucesso do Estado. Influenciou o Nazismo,
aprofundando as idéias de Ratzel.

Determinadas regiões devem ser autônomas (Autarquias).

Panregiões: regiões que seriam dominadas por estados mais fortes, por exemplo, as Américas
seriam dominadas pelos EUA; a Europa seria dominada pela Alemanha; e assim por diante.

O próprio Hitler utilizava as idéias de Haushofer sobre o Lebensraumpara justificar as


intervenções alemãs nas regiões ao redor do estado, de forma a garantir o acesso desses aos
recursos “fundamentais” ao desenvolvimento da Alemanha.
7. Nicholas Spykman(Mahan):Slide 10 e 11

Recupera a ideia de Rimland: defende que quem tiver presença forte nessa área será poderoso.

Ele afirmou que seria inevitável a aproximação EUA x Japão no pós 2°GM; o que de fato
aconteceu. Ele afirmava que esse evento aconteceria devido a ameaça próxima da China, que seria
vital tanto para o Japão (tradicional rival geopolítico da China) tanto para os EUA (evitar a união
entre os dois estados).

Segundo ele, para que os EUA garantissem o Rimland eles deveriam garantir o domínio sobre
as Américas.

a. POLÍTICA DE CONTENÇÃO: Durante a Guerra Fria, o objetivo era de conter a


URSS sempre que possível; ou seja, evitar que os países no mundo se tornassem
comunistas. (Ex.: Incentivou revoluções militares por toda a América Latina) Para
manter a Hegemonia Regional.

ESTRATÉGIA DE CONTENÇÃO:

EUA: 1° GM – Entrou na Guerra para evitar que a Alemanha fosse Pot.


Incontestável na Europa.

EUA: Guerra Fria – Conter a URSS para evitar que ela se tornasse Pot.
Mundial.

EUA: Atualmente – Conter a China para evitar que ela se torne uma
Pot. Incontestável na Ásia.

Slide 12 (Está no final do áudio 4)

Grandes Geopolíticos brasileiros:

1. Mário Travassos: defendia a Integração latina americana para o desenvolvimento dos


países;

2. Meira Mattos: necessidade de ampliação das fronteiras agrícolas brasileiras e


ocupação do cerrado e da Amazônia;

3. Golbery do Couto e Silva:

a. Adaptou os temas anteriores ao mundo bipolar da Guerra Fria;

b. Sístole e Diástole: movimento político/ideológico do Brasil para viver as fases de


centralização e descentralização do estado.
4. Therezinha de Castro: ANTÁRTICA: concedeu argumentos para garantir a ambição
brasileira a ter acesso ao continente gelado: Estação Antártica Comandante Ferraz.

Análise Direcionada: Estados e Continentes

Brasil: Slide 13

 Andes: Evitou que o Brasil fosse colonizado pelos espanhóis;

 Planícies do Sul: (Período Colonial) região com muitos conflitos, e as planícies são mais
difíceis de defender;

 Planície Amazônica: separa os Estados fronteiriços e também evita uma maior interação
entre eles, seja essa de cooperação regional ou de conflito, a Amazônia acaba por se tornar
um divisor natural;

 Planície fronteira com a Venezuela: Local onde o Brasil poderia ser atacado com maior
potencial de danos, desse modo, há uma intensa presença das Forças Armadas no local; e

 Cerrados e Florestas densas: dificultam a exploração, conexão e o escoamento das


cidades interiores.

EUA:Slide 14, 15, 16 e 17

 Grande parte do território é Planícies e pequenos Planaltos: facilidade de exploração e


integração por quase todo território norte-americano (Expansão para o Oeste – foi
facilitada quando em comparação com a do Brasil);

 Vias Aquáticas: foram muito bem utilizadas pelos americanos como vias de comunicação
para a integração e desenvolvimento do país, conectando grandes cidades ao oceano; e

 Contenção da URSS e Expansão ao Oeste: Com acordos, tratados e guerras os EUA


influenciaram diversos territórios no exterior próximo de modo a distanciar suas fronteiras
da ameaça (URSS).

China: Slide 18, 19 e 20

 Alta Pluviosidade no Litoral: garantia a grande concentração populacional no litoral


(90%), bem como a economia é bem localizada naquela região também, sendo a maior
parte do país um deserto físico e populacional. Região mais importante de China: de
modo que a defesa marítima tornou-se a grande prioridade do Estado Chinês (Observa-se o
crescimento do investimento chinês na Marinha);

 Planície: grande parte do litoral é composto por planícies, região bem desenvolvida e
integrada, ainda que com altos graus de desigualdade social; e
 Interior - Planaltos, montanhas e desertos: maior parte da topografia chinesa; funciona
como uma região tampão, que garante um certo sentimento de segurança ao povo chinês
para o caso de haver alguma invasão estrangeira por essas regiões mais inóspitas, a própria
topografia dificultaria o ataque inimigo, portanto eles concentram suas atenções no mar.

Rússia: Slides 20, 21, 22, 23 e 24

 Fronteiras: A Rússia tem diversos estados independentes com fronteiras “tensas”,


invasões podem surgir: pelo Cáucaso; pela Europa; pelo Cazaquistão; pelo Pacífico
(através do Japão); e etc. De modo que acaba tendo efeitos enormes na cultura russa: estar
sempre sob ameaça.

o A Rússia sempre se preocupou em se defender pela Europa e Cáucaso; na


época da 2°GM foi atacada pelo Japão (e perdeu).

o Na Guerra Fria a URSS tinha diversos Estados Tampões – as repúblicas não


eram russas, mas, em um 1° momento, uma defesa inicial em caso de invasão pela
Europa: Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e etc.

Ex.: Os EUA haviam garantido que não anexariam os Estados independentes da ex-URSS; no
entanto, diversos estados daquela região aderiram à OTAN, e quando houve o interesse
ucraniano em aderir ao bloco, à Rússia viu a necessidade de intervir e garantir que em sua
fronteira próxima não houvesse um estado pertencente à OTAN.

A Rússia anexou a Criméia e garantiu a “segurança” de suas fronteiras.

CHOKE POINTS: pontos de estrangulamento que impedem a livre circulação do tráfego


tradicional (comercial ou militar).

 Saída das frotas russsas: para que essas possam sair dos portos-sede devem passar por
Choke-points que são controlados por “rivais geopolíticos” tradicionais da Rússia.

o Frota em localizada nos portos do Ártico, com exceção de Murmansk,só consegue


ser feita no período do verão e deve passar pelo GIUK – Groelândia, Islândia e
Reino Unido, que é controlada por esses países, e membros da OTAN;

o Frota em St. Petersburg, e Kaliningrado no Báltico, deve passar pelos Estreitos


Dinamarqueses; e

o Frota em Sevastopol: deve passar pelos Estreitos de Bósforos e Dardanelos,


controlados pela Turquia.
 Esses Estados podem impedir a passagem dos navios militares russos se
eles considerassem ser uma ameaça; e todos esses estados são da OTAN.

Oriente Médio: Slide 25 (Não foi falado nos áudios)

América do Sul: Slide 26

 Andes: Enfatiza que os Andes funcionam como uma separação entre a América do Sul em
duas partes, devido a essa dificuldade de interação.

Europa: Slide 27

 Visão UK da Europa: Por ser uma ilha, ela deve se preocupar em ter uma Marinha forte,
ou for aliada a uma; impedir a unificação da Europa, de forma a ser uma ameaça à UK.

Índia: Slide 28 e 29

 Unificação: Indostão: Índia + Paquistão + Bangladesh, anteriormente. Com a


independência houve essa fragmentação; a Índia incentivou Bangladesh a se tornar
independente do Paquistão para conter o inimigo tradicional indiano: Paquistão.

 Planalto de Dolam:A China quer os territórios de Butão, pois com o acesso a ele cortaria
todos os laços indianos para com a China; ela, portanto, considera que a região de Butão
pertence ao Tibete do Sul (o qual foi anexado à China).

Japão: Slide 30 e 31
 Preocupação com a Península Coreana: não só pela extensão territorial que o Japão
sempre almejou no continente, mas hoje, também, pela ameaça da Coréia do Norte;

 Preocupação com a Rússia: existe até hoje um grupo de ilhas, as ilhas Kurilas, ainda sob-
litígio desde o fim da 2°GM. (Obs.: A URSS nunca assinou tratado de paz oficial com o
Japão, embora vivam em estado de paz até hoje).

África: Slide 32, 33 e 34

 Etiópia: ainda que inserida dentro do continente sem ter acesso direto ao mar

o Controle sobre afluentes do Nilo: acaba por ter maior influência sobre o Egito por
certo controle sobre esse fluxo;

 Choke points: Guerra Civil no Iêmen (Estado ao sudoeste do Oriente Médio) e a pirataria
no Chifre da África atrapalham o intenso fluxo comercial devido às rotas pelo Canal de
Suez e Golfo de Áden, e interferem também na exportação do petróleo árabe, atingindo
de forma direta ou indireta até o Estreito de Ormuz;

Canal de Suez

Iêmen: Guerra Civil Estreito de Ormuz

Golfo de Áden

Chifre da África (Pirataria)

 Não homogênea:diversos conflitos e divergências internas dificultam a cooperação e


integração do continente de forma uníssona em direção ao desenvolvimento (diferente da
Europa e América do Sul, por exemplo).

Oceanopolítica: Slide 35 e 36

TERRA (Geopolítica) X OCEANO (Oceanopolítica)


Norte (Grande extensão de terras) X Sul (Grande extensão marítima)

Diferenças de conceitos jurídicos, físicos e práticos para cada estudo; motivações e


interesses de cada Estado em sobreviver no ambiente internacional; para o Brasil: a
oceanopolíticatorna-se crucial para o entendimento da projeção nacional de poder, principalmente
devido a necessidade de proteção da Amazônia Azul.

o Entorno Estratégico brasileiro:

Monitores:

Asp. Adriano

Asp. Kiefer

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