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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências de Saúde


Curso de Licenciatura em Farmácia

Samuel José Nkomawanthu

Relatório de Estagio em Farmácia Hospitalar e Clinica

Beira
2020
Samuel José Nkomawanthu

Relatório de Estagio Farmácia Hospitalar e Clinica

Relatório apresentado á
coordenação do curso de
Licenciatura em Farmácia da
Universidade Católica de
Moçambique, Faculdade de
ciências de saúde, como requisito
parcial de conclusão do estagio
em Farmácia Hospitalar.
Orientadores do estágio
1. Técnico Eduardo Mamunhe
2. Técnica Belmira da Costa
Nobre

Os supervisores de Estagio:
dr. Simone Armando Chunguane
dr. Paulino Alberto Franque

Período: De dia 26 de Outubro a


20 de Novembro de 2020

Beira
2020
Relatório de Estagio em Farmácia Hospitalar e Clinica

Avaliado por:________________________________
Nota:____________________________ (________)

________________________
(Samuel José Nkomawanthu)

Beira
2020
I

I. Lista de abreviaturas

HCB………………………….Hospital Central da Beira

DHCB…………………………Deposito do Hospital Central da Beira

NID…………………………….Número de Identificação do Doente

PRMs…………………………...Problemas Relacionados aos Medicamentos

S/P………………………….….Sem/Peso

OE………………………………Olho Esquerdo

TARV……………………….…Tratamento Anti-retroviral.
Índice
I. Lista de abreviaturas...............................................................................................................................................I
CAPITULO I..................................................................................................................................................................1
1. Introdução..............................................................................................................................................................1
CAPITULO II.................................................................................................................................................................2
2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTAGIO..............................................................2
2.1. Identificação do local de Estagio..................................................................................................................2
2.2. Sector de Estagio I.........................................................................................................................................2
2.3. Sector do Estagio II.......................................................................................................................................3
2.4. Apresentação do Local e Sectores de Estagio...............................................................................................3
2.4.1. Breve Histórico de HCB.......................................................................................................................3
2.4.2. Infra-estruturas do HCB.......................................................................................................................4
2.4.3. Infra-estruturas da Oftalmologia..........................................................................................................4
2.4.4. Infra-estruturas da Medicina IV...........................................................................................................4
2.4.5. Principais actividades desenvolvidas na Oftalmologia e Medicina IV................................................5
CAPITULO III................................................................................................................................................................6
3. Actividades Desenvolvidas nos Sectores da Oftalmologia e Medicina IV............................................................6
3.1. Assepsia.........................................................................................................................................................6
3.2. Inventário/Oftamologia.................................................................................................................................6
3.3. Elaboração de requisição balancete...............................................................................................................7
3.4. Recepção de medicamentos do depósito Fornecedor/Medicina IV..............................................................7
3.5. Abastecimento de Medicamento para as Enfermarias (Dose unitária).........................................................8
3.6. Preenchimento de Ficha de Stock.................................................................................................................9
3.7. Análise da Folha terapêutica do Doente (Cardex)........................................................................................9
3.8. Perfil Fármacoterapêutico...........................................................................................................................10
3.8.1. FICHA FÁRMACOTERAPÊUTICA................................................................................................11
3.8.2. Caso Clinico-I/ Oftalmologia.............................................................................................................11
3.8.3. Caso clinico II/Oftalmologia..............................................................................................................12
3.8.4. Caso Clinico-III/ Medicina-IV...........................................................................................................14
3.8.5. Caso clinico IV/Medicina IV..............................................................................................................15
CAPITULO IV.............................................................................................................................................................18
4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES..........................................................................................................................18
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................................19
CAPITULO I
1. Introdução

Enquanto estudante do 4° ano do curso de licenciatura em farmácia da Universidade Católica de


Moçambique-Faculdade de ciências de saúde comecei no dia 26 de Outubro a 20 de Novembro
de 2020 a realizar um estágio em farmácia Hospitalar/ Clinica, no Hospital Central da Beira
(HCB) que teve a duração de (4) semanas.

O estágio foi rotativo, uma vez que estagiei em dois sectores distintos. Estive no sector da
Oftalmologia de 26 de Outubro a 06 de Novembro de 2020, sob a tutela do técnico de farmácia
Eduardo Mamunhe e supervisionado por dr. Paulino Alberto Franque. De 09 a 20 de Novembro
estive na Medicina IV, estando a cargo da técnica de farmácia Belmira da Costa Nobre e sob
orientação do dr. Simon Armando Chunguane. O estágio decorria nos dias normas do expediente
das 7h: 30min a 11h:30min, perfazendo um total de 80 horas. É preciso destacar que nos dois
sectores supracitados onde tive a oportunidade de estagiar quase praticamente realizei as mesmas
actividades e isto justifica-se pelo facto de ambos possuírem serviços de internamento
(Enfermarias). Entretanto, houve actividades que somente foram realizados num único sector, e
todas elas encontram-se arroladas ao longo relatório.

O estágio em Farmácia Hospitalar/ Clinica teve como finalidade a consolidação dos


conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso sobretudo na cadeira de Farmácia
Hospitalar/Clinica bem como aquisição de novos conhecimentos de natureza pratica que
permitam ao estudante adquirir competências para o exercício da profissão farmacêutica junto
aos profissionais experientes. Pretendendo com este relatório descrever de forma suscita e clara
as actividades desenvolvidas durante a realização do estágio curricular em Farmácia
Hospitalar/Clinica no Hospital Central da Beira bem como apresentar a síntese do que vi o que
fiz e o que aprendi durante a realização do estágio. O relatório encontra-se dividido em quatro
capítulos. O primeiro é referente a introdução. O segundo capítulo versa a vertente da
identificação do campo de estágio, destacando a identificação do local de estágio, nome do sector
do estágio bem como apresentação do sector de estágio. O terceiro capítulo diz respeito a
vertente das actividades desenvolvidas. E por fim quarto capítulo engloba as conclusões e
sugestões bem como as referências bibliográficas.
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CAPITULO II
2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTAGIO
2.1. Identificação do local de Estagio

Nome: Hospital Central da Beira (HCB)

Bairro: Macuti

Enderenço: Av Mártires Revolução

Cidade/Província: Beira-Sofala

Telefone: +258 23 312 071

url: htt://

2.2. Sector de Estagio I

Nome do Sector de Estágio: Oftalmologia

Data de início: 26 de Outubro de 2020

Data de término: 06 de Novembro de 2020

Carga Horária Semanal: 20Horas

Carga Horária Total: 40Horas

Orientadores no Sector de Estágio: Eduardo Mamunhe

Supervisor de Estágio da UCM: dr. Paulino Alberto Fraque.

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2.3. Sector do Estagio II

Nome do Sector de Estágio: Medicina-IV

Data de início: 09 de Novembro de 2020

Data de término: 20 de Novembro de 2020

Carga Horária Semanal: 20Horas

Carga Horária Total: 40Horas

Orientadores no Sector de Estágio: Belmira da Costa Nobre

Supervisor de Estágio da UCM: dr. Simone Armando Chunguane.

2.4. Apresentação do Local e Sectores de Estagio


2.4.1. Breve Histórico de HCB

Desde o tempo colonial, até a década 50, a cidade da Beira estava dividida em duas partes
nomeadamente a zona de Elite e indígena. A Zona de elite compreendia os bairros da ponta-gea,
palmeiras e macuti, e os restantes bairros compreendia a zona dos indígenas. Os portugueses
habitavam nas zonas de Elite e devido a sua Hegemonia usava a igreja católica. Os missionários
e freiras de caridade foram enviados para habitarem em alguns bairros nomeadamente Macuti
Ponta-gea, Munhava e Manga onde lá criaram missões que dispunha de serviços de internamento
para crianças desfavorecido, além de que cada missão possuía um posto de saúde, onde o actual
Hospital Central da Beira (HCB) fazia parte. De salientar que o HCB era apoiado e controlado
pelas irmãs de caridade. Importa referir que o actual HCB antigamente era designado por
Hospital Rainha Dona Amélia, que não consistia para além de uma residência das irmãs que é a
actual direcção do hospital. O tempo foi passando, e no ano de 1964 foi construído o edifício do
bloco principal para responder a demanda populacional que vinha aumentando
exponencialmente.

Após a independência Nacional, o governo Moçambicano por meio de conselho de ministros


decretou a nacionalização das clinicas privadas de modo que os serviços de saúde abrangessem a
maioria, uma vez que os mesmos consideravam que a medicina privada servia de doença como

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método de enriquecimento. Portanto, o dia 24 de Junho de 1975 tanto o dia 19 de Agosto de
1975 essas datas são consideradas como o dia das nacionalizações, uma vez que foi nesses
períodos onde as missões passaram a pertencer o estado. Onde a missão de macuti, a parte de
Hospital (Rainha Dona Amélia) passou a designar-se de Hospital Central da Beira (HCB) tanto
como outras missões que tinham a componente Hospital.

2.4.2. Infra-estruturas do HCB

O Hospital Central da Beira é uma instituição de reparação de cuidados clínicos em regime de


atendimento ambulatório e internamento a doentes que não encontram solução para os seus
problemas de saúde nos níveis inferiores.

2.4.3. Infra-estruturas da Oftalmologia

Os serviços de Oftamologia no HCB existem desde 30 de Agosto de 2019. No que diz respeito a
estruturação do sector da oftalmologia referir que esta dispõe de cinco salas de internamento de
doentes com um total de 36 camas, dois vestiários (feminino e masculino), uma sala de
tratamento, três casas de banhos (Feminino e Masculino), Gabinete de Enfermeira chefe, uma
farmácia.

A equipa técnica da oftalmologia é constituída por total de sete enfermeiros, um técnico de


farmácia, nove agentes de serviço onde (duas são copeiras e sete são agentes de saúde), dois
administrativos e quatro médicos. Encontra-se nesta farmácia uma equipa coesa e segura onde os
diversos profissionais se completam e lutam pelo mesmo objectivo: satisfazer as necessidades
dos utentes.

2.4.4. Infra-estruturas da Medicina IV

A enfermaria da Medicina IV localiza-se no 3° andar do edifício principal do HCB. Esta


enfermaria dispõe de um Gabinete dos médicos, um gabinete de chefes da enfermaria, sala de
tratamento, uma copa, dois quarto de banho para doentes e dois para o pessoal (Feminino e
Masculino) respectivamente, recepção, dez quartos de doentes com um total de 3 camas para
cada quarto. Quanto a equipa técnica a medicina IV é composta por uma técnica de farmácia,
quatro médicos (um medico residente dois generalista e um especialista), onze enfermeiros,
quatro agentes de serviço, três a tendentes e por fim 2 copeiras.

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2.4.5. Principais actividades desenvolvidas na Oftalmologia e Medicina IV
 Assepsia do Local;
 Abastecimento de Medicamentos e Artigos Médicos para as Enfermarias;
 Inventário;
 Elaboração de requisição balancete;
 Preenchimento de Ficha de Stock;
 Recepção de medicamentos do depósito Fornecedor;
 Acompanhamento Fármacoterapêutico (Perfil Fármacoterapêutico);
 Análise da Folha terapêutica do Doente (Cardex).

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CAPITULO III
3. Actividades Desenvolvidas nos Sectores da Oftalmologia e Medicina IV

Nesta etapa importa referir que devido a uniformidade de certas actividades dos sectores
supracitados, optei por apresentar de uma forma única as actividades, para evitar ser muito
repetitivo, uma vez que as actividades não se diferem nos procedimentos para a sua
materialização. No entanto, há certas actividades que foram realizados num único sector e no
outro não, estas sim irei especificar o respectivo sector durante a descrição.

3.1. Assepsia

Compreende-se como sendo um conjunto de técnicas ou praticas que tem por finalidade evitar a
penetração de microrganismo num local ou objectos isento dos mesmos (Moriya, Luiz, Modena,
2008).

Antes de iniciar com as minhas actividades rotineiras, nos sectores onde estive alocado, a
primeira actividade que eu realizava era assepsia especificamente a desinfecção do meu local de
trabalho. Esta actividade por me efectuada tinha por finalidade remover ou reduzir os possíveis
microrganismos presentes no meu local de trabalho. Realizei esta actividade mediante o uso de
álcool a 70% e uma gaze hidrófila.

Com esta actividade aprendi que sempre deve-se efectuar a higienização do local de trabalho
mesmo que o local aparente estar limpo. Salientar que a assepsia minimiza a ocorrência
contaminação cruzada.

3.2. Inventário/Oftamologia

O Inventário é o stock existente num determinado momento, ou seja, o inventário é a contagem


física de todos os produtos existentes discriminados por N° de lote e prazo de validade
(Fernandes, Elyas, Soma, Namburete, Gasuguru, Chunguane, 2008).

Fiz o inventário normal no sector supracitado com a finalidade de saber se as quantidades


existentes no teórico (Ficha de stock) estavam em conformidade com as quantidades no Físico,
bem como verificar o prazo de validade.

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Para o efeito, antes realizar o inventário propriamente dito tive que actualizar as Fichas de Stock,
registando todos os movimentos de entrada e de saída dos produtos cujas suas remessas estavam
pendentes ou que não tinham sido registadas ainda. Importa referir que no sector da oftalmologia
a periodicidade da realização do inventário é mensal, e este é feito antes da elaboração da
requisição mensal.

Aprendi que a realização do inventário é extremamente fundamental para uma melhor gestão e
controlo dos medicamentos e artigos medicamentos.

3.3. Elaboração de requisição balancete

Requisição de Medicamentos: é o processo de solicitação dos medicamentos ou outros artigos


médicos, com a finalidade de reconstituir o stock das unidades sanitárias dependentes
(Fernandes, Elyas, Soma, Namburete, Gasuguru, Chunguane, 2008).

Balancete: é um instrumento de análise que permite-nos saber os movimentos (Entradas e


saídas) em um determinado período (Fernandes, Elyas, Soma, Namburete, Gasuguru,
Chunguane, 2008).

Realizei esta actividade com a finalidade de fazer a reposição de stock dos produtos que estavam
em ruptura de stock. Em função dos doentes internados, das prescrições feitas (na folha
terapêutica do doente) e do stock de medicamentos existentes na enfermaria, elaborei uma
requisição interna dos produtos necessários. Salientar que a ficha de stock foi crucial para a
obtenção dos dados (saídas, entradas, stock existente, inventário anterior) necessários para
elaboração da mesma. Tendo terminado com o preenchimento da requisição Interna/ Balancete
procedi com o envio da requisição ao depósito fornecedor (DHCB).

3.4. Recepção de medicamentos do depósito Fornecedor/Medicina IV

Recepção de Medicamentos: é uma etapa onde se verifica se os medicamentos solicitados e


recebidos estão em conformidade com os requisitos estabelecidos na Guia de remessa, quanto a
especificação, quantidade e qualidade (Fernandes, Elyas, Soma, Namburete, Gasuguru,
Chunguane, 2008).

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Esta actividade foi por me realizada com a finalidade de receber os medicamentos que haviam
sido solicitados mediante o envio da requisição interna/ Balancete da Medicina IV. Durante o
acto da recepção verifiquei se as embalagens ou caixas dos produtos recebidos se não haviam
sido violadas, prazo de validade, n° de lote de cada item e se o N° de volumes correspondia a
quantidade indicada na Guia de remessa / Entrada. E não tendo sido detectado qualquer
anormalidade dos produtos recebidos, assinei o duplicado da Guia de remessa/ Entrada e levei
comigo juntamente com os produtos para os sectores onde estive alocado (Medicina IV).
Chegado a Farmácia/Medicina IV dei entrada todos os produtos recebidos e posterior arrumei os
produtos nos seus respectivos locais utilizando a regra PEPSI (primeiro a expirar, primeiro a
sair).

Aprendi que todo produto durante a sua recepção deve sempre ser acompanhado de uma Guia de
Remessa/Entrada. Além disso, também aprendi a ter muita atenção no momento da recepção
para evitar receber produtos que não foram solicitados devido a uma falha do deposito
fornecedor ou mesmo receber produtos expirados.

3.5. Abastecimento de Medicamento para as Enfermarias (Dose unitária)

Este sistema de distribuição é utilizado para serviços de urgência como bloco operatório,
obstétrica/ genecologia, pediatria e outros serviços de urgência, e tem por a finalidade fazer a
reposição de stock (diário ou semanal), nos armários da enfermaria, dos medicamentos ai
utilizados com mais frequência (Marques, 2016).

Sistema de distribuição por dose unitária: consiste na disponibilização dos medicamentos em


dose individualizada e em doses unitárias aos doentes hospitalizados. Importa referir que com
este método de distribuição é garantido o cumprimento da prescrição medica, uma melhor gestão
da distribuição (Marques, 2016).

Durante a minha estadia no HCB especificamente na Medina IV e Oftalmologia efectuei o


abastecimento de medicamentos para as enfermarias supracitadas com a finalidade de fazer a
reposição de stock. No início de cada dia, fazia o inventário dos medicamentos armazenados no
armário da sala de tratamento, local este onde são tirados os medicamentos para administração
aos diversos doentes internados, verificando as quantidades existentes.

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Depois dirigia-me até ao gabinete da chefe da enfermaria com a finalidade de colher dados
precisos das necessidades prioritárias da enfermaria, relacionando com as informações colhidas
nas folhas terapêuticas do doente (cardex) de pacientes internados nas enfermarias supracitada.
Após o recolhimento de todos os dados necessário, procedia com o abastecimento dos
medicamentos. Importa referir que a reposição normal dos medicamentos na Medicina IV tanto
Oftalmologia é quinzenal, isto é, 15 em 15 dias, enquanto nos respectivos sectores de
internamento a reposição é diária.

Com esta actividade aprendi o quão é importante fazer a reposição de stock nos serviços de
internamento, isto é, o abastecimento constante nesses locais permite com que o doente tenha
sempre ao seu dispor a medicação que vem na sua folha terapêutica, contribuindo assim no uso
racional dos medicamentos.

3.6. Preenchimento de Ficha de Stock

Ficha de Stock: é o instrumento ou documento utilizado para o controlo de movimento dos


medicamentos, isto é, entradas, saídas, ajustes negativos, ajustes positivos e mais (Fernandes,
Elyas, Soma, Namburete, Gasuguru, Chunguane, 2008).

Realizei esta actividade com a finalidade de registar/descarregar nas fichas de stocks as saídas
dos medicamentos que vinham sido efectuadas. Depois de efectuar o abastecimento para as
enfermarias dependentes, imediatamente fazia o descarregamento nas fichas de stock as
quantidades aviadas (saídas) com o nome da Enfermaria na coluna (Origem/destino do
movimenta to).

Aprendi que sempre é bom efectuar o descarregamento nas fichas de stock, logo após ter feito o
aviamento de medicamentos para as enfermarias, para facilitar no controlo e gestão dos próprios
medicamentos.

3.7. Análise da Folha terapêutica do Doente (Cardex).

Folha terapêutica (Cardex): é um instrumento/receita de internamento utilizado para o registo


da medicação do doente em regimento de internamento (Filho, Frezza, Matsuno, Alcântara,
Cassiolato, Bitar & Perreira, 2013) .

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Realizei esta actividade com a finalidade de identificar as possíveis situações de risco de
resultados clínicos negativos associados a medicação, nomeadamente risco de interacção,
discrepância da dose, risco de efeitos adversos e uso inadequado numa dada população. Efectuei
esta actividade com auxílio do processo clinico (Diário clinico, Diário da Enfermagem, Cardex)
do doente, onde foi possível recolher os dados concernente ao diagnóstico clinico e a medicação
feita pelo doente, e em fim procedi com o preenchimento da Ficha de analise de Cardex.

Através desta actividade aprendi que a realização da mesma é essencial para a optimização
terapêutica e para o alcance de resultados terapêuticos satisfatórios.

3.8. Perfil Fármacoterapêutico

Perfil fármacoterapêutico: compreende-se como sendo uma anotação cronológicas de


informações inerentes a administração de fármacos pelo paciente. Este registo é de extrema
importância, pois permite ao profissional da Farmácia praticar o acompanhamento do tratamento
do paciente, contribuindo assim para o uso eficaz e seguro dos medicamentos.

O acompanhamento fármacoterapêutico ter por finalidade a prevenção, detenção e resolução


de problemas relacionados aos medicamentos e ao acompanhamento de sua utilização, de forma
sistémica, continua e documentada, no intuito da melhoria de saúde e qualidade de vida do
paciente (Falvo, Vieira, Veríssimo, Lessa, Almeida, Pedroni, Braga, 2017).

Durante a minha estadia no HCB concretamente nos sectores da oftalmologia e Medina IV tive a
oportunidade de ter acesso do processo clinico do doente bem como conversar com doente para a
recolha de dados necessários para o preenchimento da ficha fármacoterapêutica. Esta actividade
por me realizada tinha como um dos objectivos de controlar e melhorar o cumprimento da
prescrição medica ou da indicação farmacêutica bem como monitorar se o doente aderiu a
terapêutica ou se faz correctamente e ao mesmo tempo avaliar a evolução do doente.

Realizei esta actividade do preenchimento da Ficha fármacoterapêutica mediante a consulta do


processo clinico doente bem como através do diálogo com o próprio doente internado. Aprendi
que com o preenchimento desta ficha farmacoterapêutica é possível fazer o seguimento do
doente internado favorecendo assim para o alcance de resultados clínicos satisfatórios.

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Por fim, importa referir que abaixo estão arrolados os casos clínicos que tive a oportunidade de
fazer o acompanhamento, durante o meu percurso no HCB especificamente nos sectores onde
passei.

3.8.1. FICHA FÁRMACOTERAPÊUTICA


3.8.2. Caso Clinico-I/ Oftalmologia
3.8.2.1. Identificação do Paciente

Durante o meu percurso na enfermaria da oftalmologia, tive a oportunidade de identificar o


diagnóstico principal de um paciente, mediante a consulta no processo clinico da L. J. A de 19
anos de idade, sexo Feminino, com numero de identificação do doente (NID)-8373, cama n° 28,
com limitação cognitiva do olho esquerdo, deu entrada no dia 22 de Outubro de 2020, na
enfermaria da oftalmologia, queixando-se de dor no olho, cefaleia, dor na hemiface,
lacrimejamento, prurido e inchaço no olho esquerdo (OE). O diagnóstico provisório foi de tumor
na fossa orbital (Linfoma Orbital). Na busca do diagnóstico definitivo o medico no dia 28 de
Outubro de 2020 pediu a realização de exames laboratoriais (Hemograma, Glicemia, Biopsia).

3.8.2.2. Análise e interpretação da receita

No dia 22 de Outubro de 2020 a A L. J. começou com a medicação de 7-A-3 Papacetamol


500mg de 8/8h por via oral, Multivitamina 24/24h por via oral, Prednisolona 20mg de 12/12h
por via oral. Portanto, que não registei situações de omissão da dose bem com não verifiquei
nenhuma incompatibilidade no que a concerne a medicação que estava a ser feita pelo doente. O
objectivo terapêutico visava fazer o manejo dos sinais clínicos bem como a remoção do possível
tumor instalado na fossa orbital. Referir que a terapia não farmacológica não foi aplicada.

3.8.2.3. Identificação de problemas relacionado com a medicação

Durante a minha estadia no sector da oftalmologia, tive a oportunidade de conversar com


paciente questionando-lhe sobre o surgimento de qualquer complicação desde o inicio do
tratamento farmacológico, que era de forma a analisar uma possível relação com a terapia que
estava sendo feita.

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Entretanto, a paciente alegou que não apresentava nenhuma complicação e que mostrava uma
evolução positiva. Com essa resposta reportada pela doente, deu a entender que ela estava a
responder bem ao tratamento e não havia nenhuma evidencia associado aos PRMs.

3.8.3. Caso clinico II/Oftalmologia


3.8.3.1. Identificação do Paciente.

Letras iniciais do nome completo do Paciente: J. P N° da cama: 30

Ocupação: sem ocupação Idade: 9 Sexo: M Peso: S/P Limitação: cognitiva

Outras limitações: o acompanhante da menor não referiu quanto a existência de uma outra
limitação, tanto como não eu não verifiquei.

Alergia: não apresentou qualquer reacção alérgica ao tratamento.

3.8.3.2. Averiguação
3.8.3.2.1. Diagnostico feito pelo médico, com a respectiva data

No dia 27 de Outubro de 2020 foi feito o diagnóstico clinico pelo medico oftalmologista e os
resultados mostraram a existência de um corpo estranho no olho esquerdo (OE).

3.8.3.2.2. Objectivos terapêuticos

Remoção do corpo estranho no OE.

3.8.3.2.3. Dados subjectivos:

O doente relatou ao clinico ter a dor, vermelhidão, lacimejamento

3.8.3.2.4. Dados objectivos:

Lacrimejamento, não consegue abrir os olhos. Importa referir que o clinico pediu a realização de
Hemograma, para saber a quantidade no nível de hemoglobina no sangue, para a posterior
realiza-se a cirurgia para a remoção do corpo estranho.

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3.8.3.2.5. Terapia Farmacológica

Após feita a cirurgia para a remoção do corpo estranho no OE, o médico prescreveu a seguinte
medicação: 17-B-1 Atropina, sulfato Colírio a 1% - Fr. 10 mL, uma gota de 12/12horas tópico
ocular; 17-C-2 Ciprofloxacina Colírio a 0,3%, uma gota de 4/4h tópico ocular; 17-C-3
Cloranfenicol Pomada oftálmica a 1% - 4 g, aplicação ocular de 12/12h tópico ocular, 3-A-4
Prednisolona Cp. 5 mg, 12/12h por via oral.

3.8.3.2.6. Terapia não Farmacológica

A terapia não farmacológica que foi aplicada é a cirurgia.

3.8.3.3. Problemas relacionados com Medicamentos

Questionei o doente e seu acompanhante quanto ao surgimento de qualquer complicação desde o


início do tratamento farmacológico, que era de forma a analisar uma possível relação com a
terapia que estava sendo feita. Entretanto, a paciente alegou que não apresentava nenhuma
complicação e que mostrava uma evolução positiva

3.8.3.4. Reacções adversas ao Medicamentosas

Não referiu qualquer reacção adversa ao medicamento

3.8.3.4.1. Proposta da solução:

Não aplicável, pois a paciente não referiu qualquer reacção adversa.

3.8.3.5. Interacções medicamento-medicamento medicamento-alimento

De um modo geral, a medicação não apresentava nenhuma incompatibilidade.

3.8.3.5.1. Proposta da solução

Não aplicável, pois verifiquei nenhuma interacção medicamentosa.

3.8.3.6. Sobredosagem, subdosagem medicamento inadequado

De modo geral, não verifiquei nenhuma sobredosagem, subdosagem bem como a prescrição de
um medicamento inadequado.

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3.8.3.6.1. Proposta da solução

Não aplicável, pois não verifiquei nenhum nenhuma sobredosagem ou administração de


medicamentos com doses subterapêuticas bem com administração de medicamentos
inadequados.

3.8.3.7. Cumprimento da prescrição medica

Não registei situações de omissão da dose, posologia, ou seja, todos os medicamentos foram
administrados ao paciente.

Recomendações Finais

Para os dois casos supracitados tenho por recomendação aos clínicos da oftalmologia a
escreverem com uma caligrafia legível de modo a facilitar a comunicação bem como a
colocarem a duração do tratamento no cardex do doente, uma vez que durante a minha estadia
neste sector, de todos os processos clínicos que tive acesso não continha a duração do
tratamento.

3.8.4. Caso Clinico-III/ Medicina-IV


3.8.4.1. Identificação do Paciente

Durante o meu percurso na enfermaria da Medicina-IV, tive a oportunidade de identificar o


diagnóstico principal de um paciente, mediante a consulta no processo clinico de M. C. de 75
anos de idade, sexo Masculino, com numero de identificação do doente (NID)-18775, cama n°
16, deu entrada no dia 10 de Novembro de 2020, na enfermaria da Medicina-IV, queixando-se de
tosse a produtiva a mais de um mês, dor torácica opressiva, dispneia de esforço. O diagnóstico
provisório foi tosse produtiva de cor esbranquiçada (Tuberculose Pumonar?).

Na busca do diagnóstico definitivo o medico no dia 13 de Novembro de 2020 pediu a realização


de exames laboratoriais (Hemograma, radiografia do Torax).

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3.8.4.2. Análise e interpretação da receita

No dia 10 de Novembro de 2020 o M. C. começou com a medicação de 8-A-9 Ampicilina,


sódica Inj. 500 mg, numa dose de 1g de 6/6h por via intravenosa; 11-A-9 Cloreto de sódio a
0,9% de 1000ml de 12/12h por via intravenosa; 6-A-6 Sulfato ferroso numa dose de 200 mg de
sulfato ferroso (65 mg de ferro elementar) de 12/12h por via oral.

Portanto, registei situações de omissão da dose devido a inexistência de Ampicilina na Farmácia-


Medicina-IV, mas não verifiquei nenhuma incompatibilidade no que a concerne a medicação que
estava a ser feita pelo doente. Importa referir que a paciente fez o tratamento não farmacológico
na base oxigenio no primeiro dia após o internamento, mas depois acabou sendo suspensa devido
a melhoria da respiração. O objectivo terapêutico visava a resolução rápida dos sinais e sintomas
da doença bem como evitar complicações,

3.8.4.3. Identificação de problemas relacionado com a medicação

Durante a minha estadia no sector da Medicina IV, tive a oportunidade de conversar com
paciente questionando-lhe sobre o surgimento de qualquer complicação desde o início do
tratamento farmacológico, que era de forma a analisar uma possível relação com a terapia que
estava sendo feita.

Entretanto, a paciente alegou que não apresentava nenhuma complicação e que mostrava uma
evolução positiva. Com essa resposta reportada pela doente, deu a entender que ela estava a
responder bem ao tratamento e não havia nenhuma evidencia associado aos PRMs.

3.8.5. Caso clinico IV/Medicina IV


3.8.5.1. Identificação do Paciente.

Letras iniciais do nome completo do Paciente: F. O N° da cama: 13

Ocupação: sem ocupação Idade: 25A Sexo: M Peso: S/P Limitação:


inconsciente

Outras limitações: Paciente não cooperativo.

Alergia: Não aplicável, pois o doente encontrava-se inconsciente.

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3.8.5.2. Averiguação
3.8.5.2.1. Diagnostico feito pelo médico, com a respectiva data

O diagnóstico provisório feito pelo médico no dia 11 de Novembro de 2020 na Medicina-IV foi
de existência de Síndrome neuroinfenciosa (Meningite tuberculosa? Meningite criptocitica?
Neurotoxoplasmose?). Importa referir que o paciente é seropositivo em TARV.

3.8.5.2.2. Objectivos terapêuticos

Manejo dos sinais e sintomas bem como a erradicação da infecção evitando-se assim as
complicações

3.8.5.2.3. Dados subjectivos:

O acompanhante do doente referiu que o doente queixava-se de cefaleia intensa a mais de duas
semanas, hípersalivação, febre, sonolência e o quadro agravou após o inicio de TARV.

3.8.5.2.4. Dados objectivos:

Os sinais observados foram visão turva, baixo nível de consciência.

3.8.5.2.5. Terapia Farmacológica

No dia 11 de Novembro de 2020 o F. O. começou com a medicação de cloreto de Sódio 0,9% a


1000ml de 12/12 horas por via intravenosa; 500mg de 8/8h por via oral, Ceftriaxona Inj. 1 g/4
mL numa dose de 2g de 12/12h por via intravenosa; Contrimoxazol (Inj. 400 mg de SMX e 80
mg TMP/5 mL) 3 ampolas + soro fisiológico de 250ml de 12/12h.

3.8.5.2.6. Terapia não Farmacológica

Não foi aplicada nenhuma terapia não farmacológica.

3.8.5.2.7. Problemas relacionados com Medicamentos

Não aplicável, pois o doente estava no estado grave e não cooperava.

3.8.5.2.8. Reacções adversas ao Medicamentosas

Não aplicável, pois o doente estava no estado grave e não cooperava.

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3.8.5.2.9. Proposta da solução:

Não aplicável, pois o doente estava no estado grave e não cooperava.

3.8.5.2.10. Interacções medicamento-medicamento medicamento-alimento

De um modo geral, a medicação não apresentava nenhuma incompatibilidade.

3.8.5.2.11. Proposta da solução

Não aplicável, pois verifiquei nenhuma interacção medicamentosa.

3.8.5.2.12. Sobredosagem, subdosagem medicamento inadequado

De modo geral, não verifiquei nenhuma sobredosagem, subdosagem bem como a prescrição de
um medicamento inadequado.

3.8.5.2.13. Proposta da solução

Não aplicável, pois não verifiquei nenhum nenhuma sobredosagem ou administração de


medicamentos com doses subterapêuticas bem com administração de medicamentos
inadequados.

3.8.5.2.14. Cumprimento da prescrição medica

Não registei situações de omissão da dose, posologia, ou seja, todos os medicamentos foram
administrados ao paciente.

17
CAPITULO IV
4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Chegando ao fim do estágio em Farmácia Hospitalar/ Clinica, é fundamental enaltecer a sua


importância na minha formação profissional. Ao longo dessas 4 semanas (um mês) tive a
oportunidade de conhecer melhor a função farmacêutica no contexto hospitalar que é, sem
dúvida, crucial para a prestação de cuidados de saúde de excelência.

Posto isto, considero que o estágio foi estrategicamente organizado, tendo tido oportunidade a
possibilidade de exercer varias funções incutidas ao farmacêutico no âmbito hospitalar. Por outro
lado, o contacto que estabeleci com os utentes e outros profissionais de saúde contribuiu para o
meu crescimento quer profissional quer pessoal.

O balanço que faço desses quatro semanas é positivo, pois gradualmente fui ganhando mais
experiencia, mais competências técnicas, e agora sinto que já tenho uma ideia um pouco mais
completa de como funciona a estrutura da farmácia hospitalar/ Clinica. Na faculdade
apreendemos algo sobre a farmácia hospitalar/clinica, mas este estagio me deu a oportunidade de
ver qual é sua aplicação pratica no dia-a-dia.

Contudo, apercebi-me também com algumas limitações nos sectores onde estive alocado, onde
constatei que actividade da Farmácia Hospitalar não está a se praticar rotineiramente pelos
profissionais da farmácia sobretudo o farmacêutico, quer seja pela falta de qualificação do
pessoal ou pela sobrecarga de trabalho. Na minha humilde opinião, penso que seria bom que
houve-se mais qualificação dos profissionais de farmácia para exercer esta actividade bem como
haver mais profissionais de farmácia para suprir a falta do pessoal de modo que esta actividade
seja realizada de como deveria ser.

Estou bastante convencida de que esta experiencia foi muito construtiva e foi um com tributo
importante para o meu futuro enquanto farmacêutico.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Falvo, A., Vieira, D. M., Veríssimo, D. C. C., Lessa, D. B., Almeida, J. V., Pedroni, J. C.
Braga, L. R.. (2017). Manual de orientação do farmacêutico: Aspectos legais da
dispensação. Brasil, São Paulo. CRF.SP.
2. Fernandes, A., Elyas, B., Soma, D., Namburete, D., Gasuguru, D., Chunguane, D. et al.
(2008). Manual de Procedimentos dos Centros de Saúde: Gestão, Controlo e dispensa de
medicamentos. (3ª Ed).
3. Filho, A. P., Frezza,G., Matsuno, A. K., Alcântara, S. T., Cassiolato, S., Bitar, J. P. S.
& Perreira, M. M. (2013). Princípio de prescrição médica hospitalar para estudantes de
medicina. Medicina. Ribeirao preto; 46 (2): 18 3-94;
4. Marques, A. R. P. (2016). Relatório de estágio em farmácia hospitalar (Centro
Hospitalar Tondela-Viseu).
5. Moriya, T., Modena, J. (2008). Assepsia e Anti-sepsia: Técnicas de Esterilização.
Medicina (Rebeirao Preto);

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