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Solos e fertilidade

UFCD - 4436

Formador: Paulo Cinza

Janeiro 2020

I.FP.016.02 – 12/2015
Ficha Técnica

Título Solos e fertilidade

Autores Paulo Cinza 2

Formandos do curso de Técnico/a


/a de Recursos Florestais e
Público-Alvo Ambientais.

 Reconhecer as características do solo para que se


possa proceder à sua correta utilização;
Objetivos  Promover práticas de conservação do solo;

 Garantir a manutenção de fertilidade do solo.


INIA (2000). Manual de fertilização das culturas. INIA –
Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva, Lisboa

MADRP (1997). Código das Boas Práticas Agrícolas.


Agrícolas Ministério
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas, Lisboa.

Santos, J. Quelhas (2002) Produção de corretivos orgânicos a


partir de resíduos sólidos urbanos: sua importância para a
agricultura nacional. Revista de Ciências Agrárias.
Agrárias Vol XXV, pp
28-39.
Fontes Santos, J. Quelhas (1991). Fertilização – fundamentos da
utilização dos adubos e corretivos.. Publicações Europa-
Europa
América, Lda., Portugal (tenho que obter autorização escrita
do autor).

Cardoso, J. C. 1965. Os solos de Portugal – Sua classificação,


caracterização e génese, Direção Geral dos Serviços Agrícolas,
Secretaria de Estado da Agricultura, Lisboa

Contactos Paulo Cinza – 926613861; paulo.jcinza@gmail.com

Data Novembro 2019

I.FP.016.02 – 12/2015
Conteúdos:

 Origem e importância do solo


solo:

o Fatores de formação 3
o Perfil do solo
o Suporte e nutrição da planta

 Constituição do solo
solo:

o Fração mineral
 - Propriedades dos seus constituintes
o Matéria orgânica
 - Propriedades
 - Ciclo da matéria orgânica
 - Húmus – seu significado, propriedades, importância e composição
 - Complexo argilo
argilo-húmico
o Água do solo
 - Formas de água no solo
 - Estados de humidade do solo
o Atmosfera do solo
 - Importância
 - Constituição

 Caracterização do solo

o Propriedades físicas
 - Textura
 - Classes de textura
 - Determinação
 - Estrutura
o Tipos de estrutura
 - Porosidade
 - Permeabilidade

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 - Coesão e tenacidade
 - Cor
o Propriedades químicas
 - Solução do solo importância
 - Complexo de absorção
 - Reação do solo 4
o Definição
o Escala de pH
o Determinação
 - Poder tampão do solo
 - Antagonismo iónico

 Erosão e conservação

o Erosão
 - Origem do fenómeno
 - Descrição do fenómeno
 - Tipos de erosão
 - Prejuízos causados pela erosão
o Conservação
 - Importância da conservação do solo
 - Métodos utilizados na conservação dos solos florestais

 Solos florestais

o Particularidade dos solos florestais

 Nutrição vegetal

o Classificação dos nutrientes


 - Macronutrientes
 - Micronutrientes
o Fertilidade
 - Leis da Fertilidade

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o Lei da restituição natural
o Lei do mínimo
o Lei dos Acréscimos Decrescentes
 - Processos de avaliação da fertilidade
o Ensaios experimentais
o Análises de plantas 5
o Análises de solo
 - Técnicas utilizadas na fertilidade natural dos solos florestais
o Fertilizantes minerais
 - Classificação
o Quanto ao estado físico
o Quanto à natureza
 - Propriedades
o Solubilidade
o Salinidade
o Higroscopicidade
o Reação fisiológica
 - Mistura de adubos
 - Aplicação
o Profundidade
o Técnicas de aplicação
 - Precauções na aplicação de adubos
 - Cálculo de adubações
o Corretivos
 - Orgânicos
 - Minerais
o Tipos de corretivos minerais
o Quantidades a aplicar

 Carga horária

50 Horas.

I.FP.016.02 – 12/2015
Índice

Origem e Formação do Solo……………………………………………………………………


Solo……………………………………………………………………….7

Constituição do Solo……………………………………………………………………………
Solo…………………………………………………………………………….....10

Caracterização do Solo…………………………………………………………………………
Solo…………………………………………………………………………....20

Erosão e Conservação do Solo…………………………………………………………………


Solo………………………………………………………………….31

Nutrição Vegetal………………………………………………………………………
Vegetal………………………………………………………………………………………39

I.FP.016.02 – 12/2015
1.Origem e Formação do Solo

O que é o solo?

Para a Pedologia (Ciência que estuda a formação do solo, iniciada na Rússia


por Dokuchaiev (1880)): 7

- O SOLO é a camada viva que recobre a superfície da terra, em evolução


permanente, por meio da alteração das rochas e de processos pedogenéticos
comandados por agentes físicos, biológicos e químicos.

Para a AGRONOMIA:

- O SOLO é o suporte físico e meio de desenvolvimento das plantas o qual


garante, não só a reserva de água como também o fornecimento da maior
parte dos nutrientes essenciais ao crescimento das plantas.

Definições de solo

• Corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície emersa terrestre,


entre a litosfera e a atmosfera. São constituídos de proporções e tipos variáveis
de minerais, gases, água e matéria orgânica.

• Conjunto de materiais minerais, orgânicos, água e ar, não não-consolidados,


normalmente localizado à superfície da ter terra,
ra, com atividade biológica e
capacidade para suportar a vida das plantas.

Solos

São materiais que resultam do intemperismo ou meteorização das rochas, por


desintegração mecânica ou decomposição química e biológica.

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Ilustração 1 - Formação dos diferentes tipos de rocha

Formação de Solo

Origem dos solos:

A origem remota do solo está na decomposição da rocha pela ação das


intempéries.

Fatores:

1- Natureza da rocha mãe;

2- Clima da região;

3- Agente intempérico de transporte – tempo;

4- Topografia da região;

5- Processos orgânicos – organismos vivos.

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Ilustração 2 - Processo de formação de solo

À medida que o tempo passa, vai sendo acrescentado ao solo jovem restos de
plantas e animais
mais mortos. Estes restos, também chamados matéria orgânica,
vão-se
se misturando com o solo jovem, que vai sofrendo diversas transformações
até se tornar num solo maduro.

Ilustração 3 - Processo de formação do solo e horizontes

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Etapas de Formação do Solo

Os processos que do ponto de vista pedológico e sob influência dos fatores


atrás referidos levam à formação do solo são: 10

- Meteorização da rocha
rocha-mãe;

- Acumulação de MO (matéria orgânica) e sua transformação;

- Migração dos constituintes inorgânicos e orgânicos provenientes das


suas primeiras etapas.

2. Constituição do Solo

Ilustração 4- Constituição de um Solo Ideal

Fração Mineral

- Minerais primários

- Minerais secundários – resultantes de 3 processos de formação:

-síntese “in situ”;

- Alterações dos minerais primários;

- Herdados da rocha mãe


mãe.

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Minerais de argila

- Essencialmente silicatos de alumínio hidratados


hidratados;

- Partículas cristalinas de diâmetro inferior a 0,002mm


0,002mm.
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Ilustração 5 - representação de minerais de argila –Esmectita e Llita

Ilustração 6- representação de minerais de argila – Montmorilonita

Importância
mportância dos minerais de argila nas propriedades dos solos

- Absorção e troca de catiões;

- Poder tamponizante;

- Poder de retenção de água;

- Plasticidade e adesividade no estado húmido;

- Rigidez no estado seco;

- Variação de volume consoante o teor de água;

- Papel fundamental na agregação dos solos minerais


minerais.

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- Óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro

Fraca representatividade na maior parte dos solos

Propriedades: - menor poder de retenção de água, adesividade, plasticidade e


tenacidade 12

- Ação pronunciada na agregação dos solos;

- Podem apresentar eletropositividade.

Características gerais de outras frações granulométricas

- Elementos grosseiros – quando presentes em quantidades apreciáveis


afetam as propriedades físicas e químicas dos solos. Ex seixo, fragmentos de
pedra, britas…

- Fração arenosa

- Material calcário

- Material ferruginoso

- Areia grossa (2 – 0.2mm)

- Areia fina (0.2 – 0.02mm)

- Constituída fundamentalmente por minerai


minerais primários

Caraterísticas gerais

- Físicas – fraco poder de retenção para a água; não manifesta


plasticidade, adesividade e tenacidade;; não é expansível com o teor em água.

- Químicas – material inerte

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- Limo

-0.02 – 0.002mm

- minerais primários, material ferruginoso e calcário, agregados de


quartzo e argila, partículas individuais de certos minerais de argila. 13

Características gerais:

- Físicas – apresenta poder de retenção para a água; manifesta alguma


plasticidade, adesividade e ten
tenacidade;
acidade; alguma expansividade com o teor em
água.

- Químicas – relativamente inerte

- Argila

- Diâmetro menor que 0.002mm


0.002mm;

- Minerais de argila, óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro


ferro.

Vida no Solo

O solo não tem apenas materiais sem vida, nele habitam milhares de formas de
vida, pertencentes a todos os reinos, e que desenvolvem funções importantes
no processo de formação de solo.

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Ilustração 7 - CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS EM 5 REINOS

Reino Monera: Procariotas

Reino Protista: Eucariotas unicelulares - Protozoários (sem parede celular) e


Algas (com parede celular)

Reino Fungi: Eucariotas aclorofilados

Plantae: Vegetais

Animalia: Animais

Principais microorganismos:

- Bactérias – grupo quantitativo mais importante,


te, prosperam
normalmente em solos ricos em cálcio.

- actinomicetas – importantes na decomposição decompostos de carbono


e sem azoto.

- Fungos

- Algas – ocorrem normalmente na camada superficial de solos


encharcados

- Protozoários e nematodes

Outros organismos
rganismos do solo

- Formigas – removem e transformam partículas terrosas


terrosas;

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- Anelídeos – minhocas – ingerem partículas terrosas, sendo os seus dejectos
misturas de natural húmico e mineral saturados de carbono de cálcio, induzem
a agregação do solo e favor
favorecem a atividade microbiana.

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As minhocas, caracóis, toupeiras, formigas e outros seres macroscópicos abrem


galerias que permitem uma melhor penetração do ar e da água.

Os seres vivos
ivos microscópicos decompõem os restos de animais e plantas,
originando o húmus, que é a matéria orgânica muito transformada. Muito
lentamente, as bactérias ao alimentar
alimentarem-se
se do húmus, transformam-no
transformam em sais
minerais que são o alimento das plantas verdes.

Matéria Orgânica

 Plantas não consomem Matéria Orgânica (minerais à partir


transformação da M. O. Em húmus).
 A matéria orgânica é um dos componentes do solo (agente de
estruturação, possibilitando existência de vida microbiana e fauna
especifica, além de adicionar nutrientes à solução do solo
solo)..
 Plantas absorvem Nutrientes Minera Mineralizados
lizados (transformados em
elementos minerais).
 Vida no solo: importante para que as reações de transformação
aconteçam.
 Camada superficial – Horizontes 0 e A – Material Orgânico em constante
processo de Humificação.

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Ilustração 8 - representação de um fragmento de solo com os seus constituintes

A matéria orgânica do solo pode ser de origem vegetal ou animal, e existe em


diferentes estados de decomposição.

O termo HUMUS é o sinónimo de matéria orgânica do solo, as propriedades do


solo não são devidas as frações individualizadas de matéria orgânica, mas à sua
totalidade.

Fatores de que dependem a atividade microbiana que decompõe a matéria


orgânica:

- Temperatura,
emperatura, humidade, pH do meio, teor de elementos nutritivos e
competição e antagonismos entre os microorganismos
microorganismos.

- Fatores de que depende a o teor e características da matéria orgânica:

- Clima, vegetação, natureza da rocha mãe, relevo e textura

- Propriedades gerais do húmus e sua importância no solo:

- Material amorfo, muito poroso e pouco denso;

- Grande poder de retenção para a água


água;

- Grande variação de volume com o teor em água


água;

- Coesão e adesividades fracas


fracas;

- Coloides eletronegativos
eletronegativos;

- Poder tamponizante
tamponizante.

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- Algumas considerações sobre o uso e gestão do solo no que respeita
à matéria orgânica:

- O aproveitamento agrícola dos solos provoca normalmente uma 17


redução do nível de matéria orgânica;

- Redução do teor de matéria orgânica mais acentuada em solos


ocupados por culturas que necessitam de mais mobiliza
mobilizações
ções de solo;

- Algumas práticas agrícolas que favorecem a manutenção ou aumento


do teor de matéria orgânica dos solos:

- Incorporação dos resíduos das culturas no solo


solo;

- Pastoreio;;

- Distribuição de estrume nas parcelas


parcelas;

- Esquemas culturais em que se preveja uma diminuição das


operações de mobilização
mobilização.

Ilustração 9 - Ciclo de matéria orgânica

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Água no solo

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Ilustração 10 - Ciclo da água

Classificação da água do solo

- Água higroscópica – água fixada por adsorção na superfície dos coloides do


solo.

- Água capilar – água sujeita a fenómenos de capilaridade no solo,


constituindo peliculas continuas em torno das partículas terrosas e nos
micróporos peliculas, e deslocando
deslocando-se
se com preenchimento destes espaços
intersticiais.

- Água gravitacional – água que não é retida pelo solo, deslocando-se


deslocando nos
macrósporos sob a ação da força da gravidade.

Ilustração 11 - relação entre a água e o tamanho dos poros

Macroporos: Água Gravitacional;

Microporos: Água usada pelas plantas - Água Capilar;

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Rodeando partículas: Água Higroscópica. Não congela, nem se move em forma
líquida.

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Ilustração 12 - Água no solo - representação da água disponível para as plantas

Ilustração 13 - Infiltração da água no solo – porosidade

- Fatores que influenciam a capacidade de armazenamento de água no


solo:

 Textura do solo – maior proporção de minerais de argila, maior


capacidade de armazenamento de água
água;
 Tipo de argila predominante – solos em que predominam argilas
montmoriloniticas, maior capacidade de armazenamento de água.
 Teor de matéria orgânico – incrementa a agregação do solo e a
capacidade
cidade de armazenamento de água;
 Estrutura do solo – influência indireta por afetar a permeabilidade do
solo.

Sendo assim, a consistência do solo pode ser determinada em três estados de


humidade:

a) molhado – para verificação da plasticidade e pegajosidade;

b) húmido – para verificação de friabilidade;

c) seco – para verificação de dureza ou tenacidade.

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Por exemplo, um torrão de solo húmido pode ser friável, quando se desfaz sob
leve pressão entre o indicador e polegar; firme, quando se desfaz sob pressão
moderada, porém apresentando pequena resistência; e muito firme, quando
dificilmente esmagável entre o indicador e polegar, sendo mais fácil fazê
fazê-lo
segurando-o o entre as palmas das mãos”.

Ela pode ser observada em solo seco, húmido e molhada para a determinação 20
das seguintes propriedades:

 Dureza ou tenacidade: capacidade de resistência a ruptura do material


seco;
 Friabilidade: comportamento do solo em condições intermediárias de
umidade;
 Plasticidade e Pegajosidade: relacionadas à aderência e a capacidade do
material em ser moldado sob compressão em condições próximas a
saturação de água.

Capacidade de campo - parâmetro que mede a capacidade de um solo para


reter a água; teor de humidade que permane
permanece
ce num determinado solo após um
longo período de drenagem gravitacional, sem suprimento de água na
superfície do terreno; o mesmo que retenção específica (razão entre o volume
de água retida depois de evacuada a água gravítica pelo volume total).

Coeficiente
nte de emurchecimento - teor de humidade do solo para o qual as
plantas murcham, mantendo
mantendo-se
se nesse estado de forma permanente.

Capacidade utilizável do solo - diferença entre a capacidade de campo e o


coeficiente de emurchecimento desse solo.

Ilustração 14 - Representação da capacidade de campo e coeficiente de emurchimento.

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3.Caracterização do solo

Perfil de um solo
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O – sobre Hz mineral em condições de boa drenagem. Constituído restos


orgânicos.

H – de constituição orgânica. Ocorre em condições de má drenagem.

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A – Hz mineral enriquecido por MO (coloração escurecida).

E – perda de argilas, óxidos Fe e Al ou MO, textura mais arenosa e mais claro.

B – intensa transformação pedogenética, com concentraç


concentração
ão de argilas e óxidos.

C – pouco afetado pelos processos pedogenéticos.


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R – material consolidado, constituindo substrato rochoso contínuo.

Características morfológicas

1 - Espessura do solo

2-Cor do solo:: principais implicações

- Cores escuras – presença


resença de matéria orgânica;

- Vermelhas – presença de Fe, hematite


hematite;

- Amarelas – presença de Fe, goetita


goetita;

- Acinzentadas – drenagem deficiente


deficiente;

- Claras ou esbranquiçadas
esbranquiçadas;

- Horizontes mosqueados/variegados
mosqueados/variegados.

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Determinação da COR - Através da Escala de Munsell

MATIZ – representa o espectro da cor

R = Red YR = Yellow-Red
Red Y = Yellow
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variando de 5R até 5Y

VALOR – brilho ou tonalidade

CROMA – intensidade ou pureza da cor em relação ao cinza

3- Textura do solo

Podemos determinar a textura do solo de duas formas, no Laboratório


através da determinação quantitativa (sistema de crivos) e no Campo através
da sensação ao tato.

- AREIA 2,0–0,05mm

- SILTE 0,05-0,002mm

- ARGILA < 0,002mm

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4- Estrutura

É a união das partículas primárias do solo formando agregados, separados


entre si pelas superfícies de fraqueza.

A descrição de estrutura é feita no campo, observando


observando-se
se detalhadamente os
agregados por ocasião de sua remoção no perfil.

A anotação é feita na seguin


seguinte ordem:

Grau, Classe, Tipo

Ex: fraca, média, blocos subangulares


subangulares.

Tipo de estrutura Ex. de ocorrência

PRISMÁTICA Hz B solos mal drenados

COLUNAR Hz B solos com excesso de Na trocável

BLOCOS ANGULARES Hz B solos mal drenados

BLOCOS SUBANGULARES Hz B solos bem drenados

LAMINAR Hz E ou Hz compactados

GRANULAR Hz A

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Fig. Tipos de estrutura do solo

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5- CONSISTÊNCIA

É o termo usado para designar manifestações das forças físicas de coesão e


adesão entre as partículas do solo, conforme variações dos graus de umidade.

Determinação

Solo seco dureza;

Solo húmido friabilidade


friabilidade;

Solo molhado plasticidade


plasticidade;

Pegajosidade.

6- Porosidade

Volume do solo ocupado pela água e pelo ar.

Quanto à quantidade:poucos,
:poucos, comuns, muitos

Quanto ao tamanho:

- Sem poro visível;

- Muito pequenos (<0,5mm)


0,5mm);

- Pequenos (0,5–1,0mm)
1,0mm) - Grandes (3-5mm);

- Médios (1–3mm) - Muito grandes ((> 5mm).

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7- Cerosidade

Aspeto brilhante/ceroso que ocorre na superfície dos agregados, decorrente de


material coloidal (argila ou óxido de ferro).

Determinação 26

Quanto ao grau de desenvolvimento

Fraca, moderada e forte

Quanto à quantidade

Pouco, muito e abundante

“SLICKENSIDE” superfícies alisadas e lustrosas devido a expansão e contração


do material (argila 2:1), por processos alternados de umedecimento e secagem.

8- CIMENTAÇÃO

Presença de agente cimentante: carbonato de cálcio, sílica, óxido Fe e Al.

Solo constituição dura e quebradiça


quebradiça.

Características dos Solos

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Classificação dos solos:

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Litossolos ou solos esqueléticos


esqueléticos:

•São solos Incipientes derivados de rochas consolidadas

•Espessura
ssura efetiva inferior a 10 cm;

•Não apresentam horizontes definidos (perfil do tipo C R), podendo, nalguns


casos, definir-se um horizonte
rizonte A incipiente;

•Aparecem geralmente em ár
áreas sujeitas a erosão acelerada;

•As Famílias são definidas com base no tipo de rocha


rocha-mãe
mãe consolidada de que
derivam.

Regossolos Psamíticos
Psamíticos:

•São constituídos porr materiais arenosos mais ou menos grosseiros


grosseiros;

•Solos soltos, mais ou menos ácidos e mu


muito
ito pouco ou nada diferenciados;

•Poderão possuir um horizonte superficial delgado com pequena acumulação


de matéria orgânica;

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•Incluem as areias de dunas e de outras formações geológicas mais antigas.

Aluviossolose Coluviossolos (Solos de Baixas):

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•Resultam da adição de sedimentos tra
transportados
nsportados pelos cursos de água;

•Os processos de formação do solo não ainda tempo suficiente para pr


provocar
quaisquer diferenciações;

•São subdivididos em 6 Famílias consoante a textura das camadas superficiais e


a presença eu ausência de carbonatos.

Solos Litólicos:

HÚMICOS:

•Solos pouco evoluídos de perfil AC, formados a partir de rochas não calcárias,
em que o horizonte A é húmico.

•O horizonte A é constituído por uma mistura de matéria orgânica mais ou


menos humificada e de pequenos fragmentos de rocha
rocha-mãe
mãe pouco alterada.

•A meteorização física predomina sobre a alteração química. A formação de


argila é assim pequena ou nul
nula.

NÃO HÚMICOS:

•Diferem dos Solos Litólicos Húmicos por não terem um horizonte A húmico.

•Relações C/N baixas, indicadoras de uma decomposição rápida.

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Solos Calcários:

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•São solos pouco evoluídos de perfil AC ou AR, formados a partir de rochas
calcárias

•Apresentam uma percentagem variável de carbonato sao longo do perfil. •A


textura é geralmente mediana a pesada.

Barros:

•São solos evoluídos, de perfil A Bc C.

•Solos Argilosos, com apreciável percentagem de colóides minerais.

•Apresentam elevadas
evadas elasticidade e rijeza.

•Os fenómenos de contração e expansão, de fendilhamento e de deslizamento


são comuns nestes solos.

Solos Mediterrâneos:

•São solos evoluídos, de perfil A B C.

•A textura é mediana, mas a % de argila aumenta quase para o dobro no


horizonte B.

•A relação C/N é bastante baixa, de notando intensa atividade biológica.

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Podzóis:

•São solos evoluídos, de perfil A B C.

•2 Subordens: Podzóis Não Hidromórficos e Podzó


Podzóis
is Hidromórficos, subdivididas
consoante existe ou não surraipa. 30

•Asurraipa é um horizonte de acumulação endurecido que resulta da


cimentarão dos grãos de areia e de limo por colóides.

•Solos com textura muito ligeira, predominando as frações areia grossa e fina.

•Podzolização -Neste
Neste processo dádá-se
se uma perda importante de sílica por
destruição da parte mineral do complexo de absorção do horizonte A. O
complexo de absorção está saturado por hidrogeniões, de que resulta uma forte
acidez.

Solos Halomórficos:

•Solos derivados de rochas detríticas que apresentam quantidades excessivas


de sais solúveis e/ou teor relativamente elevado de sódio de troca no complexo
de absorção.

Solos Hidromórficos:

•Solos sujeitos a encharcamento permanente, por ação de uma totoalha freática


que sofre oscilações mais ou menos profundas com as estações.

•A água provoca intensos fenómenos de redução, sobretudo dos óxidos de


ferro. Os fenómenos de redução do ferro tomamtomam-se se evidentes no solo pela
existência de cores quase neutras, qu
quee são características dos horizontes glei.

I.FP.016.02 – 12/2015
Carta de Solos de Portugal

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4 – Erosão e Conservação do Solo

Erosão
Processo degradativo das propriedades do solo, constituído por 3 fases:

1ª fase – destacamento – mais fácil em solos com uma agregação


deficiente.

2ª fase – transporte – transporte das partículas para fora da parcela agrícola,


por um agente que pode ser o ar (erosão eólica) ou a água (erosão hídrica).

3ª fase – sedimentação – deposição das partículas


ulas transportadas.

I.FP.016.02 – 12/2015
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Ilustração 15 - processo de erosão

Formas de erosão

Erosão Hídrica:

Tipos de erosão hídrica


hídrica:

– Pluvial

- Por impacto: pedestal


pedestal;

- Por arrastamento: laminar, sulcos, , massas de solo, pináculo e túnel.

– Marinha

– Fluvial

– Fertilidade do solo

Mecanismos de erosão hídrica


hídrica:

Água como agente erosivo


erosivo.

A erosão hídrica é a forma mais importante para as condições tropicais.

É afetada por forças ativas como a chuva, a topografia e a infiltração e, por


forças passivas
assivas como a vegetação e a erodibilidade do solo.

As gotas de chuva são as causadoras primárias da erosão

I.FP.016.02 – 12/2015
Ilustração 16 - erosão causada pelas gotas da chuva 33

Fatores que afetam a erosão hídrica


hídrica:

– Chuva

– Infiltração

– Declividade e comprimento de rampa

– Natureza do solo

– Cobertura vegetal

Ilustração 17 - processo de erosão hídrico

Erosão eólica:

Mecanismos de erosão eólica


eólica:

O vento como agente erosivo

A erosão eólica ocorre, geralmente, em regiões planas, áridas e semí


semí-áridas,
onde a vegetação é ESCASSA e sopram ventos fortes.

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Causa o empobrecimento do solo e morte das plantas, prejudica estradas de
ferro e rodovias, provoca problemas respiratórios em h
homens
omens e animais.

Fases do processo erosivo


erosivo:

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DESPRENDIMENTO >>>> TRANSPORTE >>>> DEPOSIÇÃO

Fatores que influenciam a erosão eólica


eólica:

– Clima - precipitação, vento, temperatura, umidade do ar

– Solo - Textura, estrutura, densidade e matéria orgânica

– Cobertura vegetal - Altura e densidade

Controlo da erosão eólica


eólica:

– Aumentar a estabilidade do solo e a rugosidade da superfície

– Manter a vegetação ou resíduos culturais na superfície do solo

– Interpor barreiras perpendiculares à direção dominante dos vent


ventos

Conservação do solo
Princípios Básicos:

Oss princípios fundamentais do planeamento de uso das terras, destaca


destaca-se um
maior aproveitamento das águas das chuvas. Evitando
Evitando-se
se perdas excessivas por
escoamento superficial, podem
podem-se criar condições para que a água pluvial se
infiltre no solo. Isto, além de garantir o suprimento de água para as culturas,
criações e comunidades, previne a erosão, evita inundações e assoreamento
dos rios, assim como abastece os lençóis freáticos que alimentam os cursos de
água.

I.FP.016.02 – 12/2015
Uma cobertura vegetal adequada assume importância fundamental para a
diminuição do impacto das gotas de chuva. Há redução da velocidade das
águas que escorrem sobre o terreno, possibilitando maior infiltração de água no
solo e, diminuição do carreamento d
das suas partículas.

35

Práticas Vegetativas

Florestamento e reflorestamento
reflorestamento;

Plantas de cobertura;

Cobertura morta;

Rotação de culturas;

Formação e manejo de pastagem


pastagem;

Cultura em faixa;

Faixa de bordadura;

Quebra vento e bosque sombreador


sombreador;

Cordão vegetativo permanente


permanente;

Manejo do mato e alternância de capinas


capinas.

Práticas Edáficas

Cultivo de acordo com a capacidade de uso da terra


terra;

Controle do fogo;

Adubação: verde, química, orgânica


orgânica;

Calagem.

Práticas Mecânicas

Preparo do solo e plantio em nível


nível;

I.FP.016.02 – 12/2015
Distribuição adequada dos caminhos
caminhos;

Sulcos e camalhões em pastagens


pastagens;

Enleivamento em contorno
contorno;

Terraceamento;
36
Subsolagem;

Irrigação e drenagem.

A escolha dos métodos / práticas de prevenção à erosão é feita em função dos


aspetos ambientais e socioeconóm
socioeconómicos
icos de cada propriedade e região. Cada
prática, aplicada isoladamente, previne apenas de maneira parcial o problema.
Para uma prevenção adequada da erosão, faz faz-se
se necessária a adoção
simultânea de um conjunto de práticas.

Apresentam-se,
se, a seguir, comentá
comentários
rios resumidos acerca de algumas destas
práticas conservacionistas:

Plantio em nível - Neste


este método todas as operações de preparo do terreno,
balizamento, semeadura, etc, são realizadas em curva de nível. No cultivo em
nível ou contorno criam
criam-se obstáculos
os à descida da enxurrada, diminuindo a
velocidade de arraste, e aumentando a infiltração d’água no solo. Este pode ser
considerado um dos princípios básicos, constituindo
constituindo-se
se em uma das medidas
mais eficientes na conservação do solo e da água. Porém, as pr práticas devem
ser adotadas em conjunto para a maior eficiência conservacionista.

Cultivo de acordo com a capacidade de uso - Ass terras devem ser


utilizadas em função da sua aptidão agrícola, que pressupõe a disposição
adequada de florestas / reservas, cultivos perenes, cultivos anuais, pastagens,
etc, racionalizando, assim, o aproveitamento do potencial das áreas e sua
conservação.

Reflorestamento - áreas m
muito
uito susceptíveis à erosão e de baixa capacidade
de produção devem ser mantidas recobertas com vegetação permanente. Isto
permite seu uso econômico, de forma sustentável, e proporciona sua

I.FP.016.02 – 12/2015
conservação. Este cuidado deve ser adotado em locais estratégicos, que podem
estar em nascentes de rios, topos de morros e/ou margem dos cursos d’água.

Plantas de cobertura - objetivam manter o solo coberto no período chuvoso,


diminuindo os riscos de erosão e melhorando as condições físicas, químicas e
37
biológicas do solo.

Pastagem - o manejo racional das pastagens pode representar uma grande


proteção contra os efeitos da erosão. O pasto mal conduzido, pelo contrário,
torna-se
se uma das maiores causas de degradação de terras agrícolas.

Cordões de vegetação permanente - são fileiras de plantas perenes de


crescimento denso, dispostas em contorno. Algumas espécies recomendadas:
cana-de-açúcar, capim-vetiver,
vetiver, erva
erva-cidreira, capim-gordura, etc.

Controle do fogo - o fogo, apesar de ser uma das maneiras mais fáceis e
econômicas
icas de limpar o terreno, quando aplicado indiscriminadamente é um
dos principais fatores de degradação do solo e do ambiente.

Correção e adubação do solo - como parte de uma agricultura racional,


estas práticas proporcionam melhoramento do sistema solo, no sentido de se
dispor de uma plantação mais produtiva e protetora das áreas agrícolas.

A conservação do solo e da água melhora o rendimento das culturas e garante


um ambiente mais saudável e produtivo, para a atual e as futuras gerações.

I.FP.016.02 – 12/2015
38

(*) 1. Terreno
o desmatado. 2. Terreno cultivado morro abaixo. 3. Assoreamento de rios
e açudes. 4. Erosão com voçoroca invade terras cultivadas. 5.Êxodo rural. 6. Lavouras
cultivadas sem proteção. 7.Pastagem exposta à erosão. 8. Inundações
Inundações..

(*) 1. Terreno com explo


exploração
ração florestal. 2. Terreno cultivado em curva de nível e
outras práticas conservacionistas. 3. Rios e açudes livres de assoreamento. 4. Culturas
com práticas conservacionistas. 5. Desenvolvimento de comunidades agrícolas. 6.
Áreas de pastagens protegidas contra a erosão. 7. Áreas de pastagens protegidas. 8.
Inundações controladas e áreas agrícolas reaproveitadas

I.FP.016.02 – 12/2015
5 - Nutrição vegetal
As plantas são capazes de sintetizar todas as moléculas orgânicas de que
necessitam a partir da água, do dióxido de carbono atmosférico e de elementos
minerais, utilizando a radiação solar como fonte de energia. As plantas
absorvem os elementos presentes n
naa solução do solo, mesmo que deles não 39

necessitem. A cultura de plantas em solução nutritiva permitiu identificar os


elementos essenciais para as plantas, designados por nutrientes vegetais.
vegetais

Os nutrientes podem ser classificados em:

Macronutrientes - Nutrientes exigidos pelas plantas em maior quantidade

Micronutrientes - Nutrientes exigidos pelas plantas em menor quantidade

Subdividem-se
se em

Macronutrientes primários
primários: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).

Macronutrientes secundários
secundários: cálcio (Ca),
), magnésio (Mg) e enxofre (S).

Micronutrientes: boro (B), cloro (Cl), cobalto (Co), cobre (Cu), ferro (Fe),
manganês(Mn), molibdênio (Mo), silício (Si) e zinco (Zn).

É importante ressaltar que embora sejam requeridos em menor


quantidade, os micronutrien
micronutrientes
tes são tão necessários à planta quanto
os macronutrientes, sendo esta separação meramente quantitativa
(pelos teores encontrados nas plantas), podendo variar entre as
diferentes espécies.

Fertilidade:

Leis da fertilidade:

LEI DA RESTITUIÇÃO
RESTITUIÇÃO: Baseia-se na necessidade de restituir ao solo aqueles
nutrientes removidos pelas colheitas e perdidos.

I.FP.016.02 – 12/2015
LEI DO MÍNIMO: A produção está limitada pelo elemento que está em menor
proporção no solo. Não adianta aumentar os demais, enquanto este não for
corrigido. Corrigindo-se
se este elemento , a produção irá aumentar até surgir
outro elemento ou fator limitante.

40

LEI DOS INCREMENTOS


CREMENTOS DECRESCENTES: Com o aumento progressivo da
dose de nutrientes, a produtividade tende a aumentar bastante no início,
seguido por uma fase de pequeno aumento, até se estabilizar ou seja, quanto
mais próximo do seu nível ótimo o nutriente estiver
estiver,, menores serão as
respostas à sua aplicação.

LEI DA INTERAÇÃO: Cada fator de produção é tanto mais eficaz quando os


outros fatores estiverem mais próximos do seu nível ótimo.

LEI DO MÁXIMO: O excesso de um nutriente no solo reduz a eficiência dos


outros e diminui a produtividade, além do seu efeito direto, causando toxidez.

LEI DA QUALIDADE BIOLÓGICA: A aplicação de adubos deveria visar um


aumento na qualidade do produto, como teor de proteína por exemplo e não
apenas o aumento de produtividade.

Recomendações de Fertilização

As recomendações de fertilização são desenvolvidas com base nos


conhecimentos sobre a cultura, seu potencial produtivo e suas exigências
nutricionais, com os objetivos de alcançar o maior retorno económico possível.

I.FP.016.02 – 12/2015
As recomendações
endações podem ser baseadas numa taxa fixa,, ou em análises de
terras ou de plantas. A recomendação a taxa fixa não tem em consideração o
nutriente existente no solo e indica quantidades de nutrientes mais elevadas do
que as recomendações baseadas em anális
análises de terra.

As recomendações de fertilização baseadas em análises de terras exigem a 41

colheita de amostras de terra, que têm de ser representativas da parcela em


estudo, e a sua análise no laboratório. Os resultados das análises são calibrados
através de ensaios de resposta da cultura. A calibração pode ser feita com base
no princípio da suficiência – que tem como finalidade fornecer apenas a
quantidade de nutriente necessária para obter o máximo retorno económico
para essa cultura – ou com base no princípio
io do enriquecimento e
manutenção do solo,, com a ênfase posta no aumento da fertilidade do solo.
Neste último caso, é determinado um limiar crítico ou os solos são classificados
em classes ou índices de fertilidade, que indicam uma probabilidade de
resposta
a à aplicação de fertilizantes.

As recomendações de fertilização baseadas em análises de plantas exigem a


colheita e análise de plantas ou partes de plantas (folhas, pecíolos, flores, etc.).
Têm igualmente de ser calibradas através de ensaios realizados n
no campo. As
recomendações podem ter por base limiares críticos de deficiência e
toxicidade, ou gamas de concentrações adequadas
adequadas.. O Sistema
Integrado de Diagnóstico e Recomendação permite avaliar o estado
nutricional das plantas e ordenar os nutrientes de a
acordo
cordo com o seu graus de
limitação, pondo em evidência a importância do equilíbrio entre nutrientes.

Análises de Plantas e ensaios experimentais:

Como saber qual o problema que uma planta pode ter? Primeiro, eliminar a
hipótese de ser um problema de orig
origem
em animal (pragas), ou um ataque de
fungos ou vírus (doença).

I.FP.016.02 – 12/2015
Se o problema não tiver nenhuma dessas origens, nem tiver como causa
acidentes fisiológicos (frio, vento, excesso ou falta de água) é provável que seja
derivado da carência de nutrientes minerai
minerais.

De uma maneira geral os sintomas de carências distinguem


distinguem-se
se de outros danos 42

pois estes geralmente manifestam


manifestam-se
se sob formas simétricas nas folhas. O
diagnóstico pode ser complicado não só porque alguns sintomas são
semelhantes, como pode acontecer exist
existir
ir mais do que uma carência ao mesmo
tempo. A única maneira correcta de determinar é proceder a uma análise foliar
num laboratório credenciado para o efeito, mas que não é viável para os nossos
pequenos jardins.

Azoto (N)

O Azoto ou Nitrogénio é responsável pelo vigor da planta e pela abundância de


folhas verdes e viçosas.

O Azoto é parte integrante das células vivas, necessário na constituição de


proteínas e enzimas. Está diretamente envolvido em processos metabólicos que
permitem a síntese e transferência de energia.

O Azoto faz parte da molécula da clorofila, o pigmento que dá a cor verde ás


plantas e que é responsável pelos processos fotossintéticos.

Sintomas:
A sintomatologia surge
rge nas folhas mais velhas e da parte mais inferior da
planta. As folhas ficam mais claras de cor verde pálido que se torna
progressivamente em amarelo, incluindo as nervuras das folhas. Se a
deficiência persiste as folhas acabem por cair. A planta fica no seu geral com
um aspecto raquítico e amarelo

I.FP.016.02 – 12/2015
Solução:
Aplicação do fertilizantes químicos ricos em azoto
azoto.

Aplicação de adubos orgânicos (estrume, composto orgânico), que libertam


azoto à medida que se decompõem, fornecendo continuamente alimento à
planta. 43

Excesso de nitrogénio:

Muitas vezes as pessoas pecam por excesso, e adubam em demasia as suas


plantas. O excesso de azoto pode também trazer problemas para as plantas.
Assim, as plantas crescem exageradamente, mas com caules finos e tenros,
ficando mais
is susceptíveis a pragas e doenças, ao granizo, a geada, etc..
O predomínio de uma vegetação exuberante não permite o desenvolvimento da
floração.

Fosforo (P)

O Fósforo é o macronutriente responsável pelo correto desenvolvimento


radicular das plantas e promotor da floração.
Tal como o Azoto, o Fósforo é parte essencial do processo fotossintético,
estando envolvido no processo de formação de óleos e açucares.

Sintomas:
A deficiência de fósforo tal como o azoto ccomeça
omeça a surgir nas folhas mais
velhas e mais baixas da planta. As folhas ficam com um aspeto verde
verde-escuro

I.FP.016.02 – 12/2015
apagado, que com o tempo se transforma em roxo e purpura, acabando por
secar e cair.
O número de jovens rebentos diminui, formando talos finos e curto
curtos com folhas
pequenas;
Redução do crescimento radicular, menor floração e pior qualidade dos frutos.
44
Solução:
Aplicação do fertilizantes químicos ricos em Fósforo, enterrando ligeiramente
para que fique perto das raízes, pois o fósforo é um elemento pouco móvel no
solo. Quanto mais perto das raízes melhor e mais rápido é o efeito da
adubação.

Potássio (K)
O Potássio aumenta a resistência das plantas contra as pragas e doenças, a
secura e o frio. Uma carência vai por certo diminuir as defesas da planta
abrindo a porta ao ataque desses mesmos agentes.

Sintomas:
Os primeiros sintomas de carência surgem nas folhas mais velhas, mas quando
a carência é muito acentuada são os jovens rebentos que ficam mais atacados
chegando mesmo a secar. As folhas fficam
icam com a bordadura amarelada
acabando por secar. A redução acentuada do desenvolvimento da planta,
redução da floração e frutificação.

I.FP.016.02 – 12/2015
Solução:
Usar fertilizantes com elevado teor de potássio, ou um adubo composto (N
(N-P-K)
que fornece simultaneamente os macronutrientes principais.

Cálculo da quantidade de fertilizante a aplicar em árvores

A maior exigência de fertilizantes verifica


verifica-se
se no começo do período vegetativo, 45

isto é imediatamente antes do desenvolvimento dos brotos foliares até ao


começo do Verão.
É difícil indicar a quantidade exacta de fertilizante a aplicar ás árvores, pois isto
depende da variedade vegetal, da sua localização, do tipo de fertilizante e do
método de aplicação

Cálcio (Ca)

O cálcio é elemento integrante da estrutura da


dass paredes celulares, permite o
transporte e retenção de outros elementos no interior da planta e ajuda a
fortifica-la.
la. Ao cálcio é também atribuída a função de contrabalançar os efeitos
dos sais alcalinos e ácidos orgânicos no interior da planta
Sintomas:
A deficiência de cálcio é menos frequente que outras. Por vezes, difícil distinguir
a carência de cálcio da de outros nutrientes, especialmente em solos ácidos,
pois existem outros elementos como o Magnésio, o Potássio e o Fósforo que
também podem estar em falta neste tipo de solo.
Os sintomas variam entre espécies, mas quando surge carência de cálcio

I.FP.016.02 – 12/2015
observam-se,
se, geralmente, necroses dos ápices e das pontas das folhas jovens,
acompanhadas de deformações das mesmas. As folhas ficam com um aspecto
velho e seco, com as bordaduras com aparência dentada.
Cloroses acentuadass nos rebentos jovens, e inibição de crescimento dos
mesmos.
46

Solução:
Geralmente a correção ligeira do pH do solo com aplicações de cal é o
suficiente para resolver o problema. Essa aplicaçã
aplicaçãoo deve ser feita no Outono
por incorporação no solo antes da mobilização do solo.

Magnésio (Mg)
O Magnésio é um elemento integrante da molécula da clorofila, que como
sabemos é responsável pela cor verde das folhas, e parte integrante do
processo fotossintético, que permite que as plantas convertam a energia solar
em alimento.
O Magnésio ajuda também a ativar muitas das enzimas que as plantas
necessitam para o seu correto crescimento.
Sintomas:
Em folhas mais velhas, surgem cloroses entre as nervuras e na borda das
folhas, sendo as folhas da base da planta as mais afetadas
afetadas.
Geralmente na base da folha existe uma área semelhante a um triângulo que
não fica afetada por estas cloroses.

I.FP.016.02 – 12/2015
Solução:
Uma das causas mais frequentes da carência de Magnésio é o excesso de
Potássio no solo. Aplicação de cobertura com adubo que contenha Magnésio na
sua composição. Por vezes pode ser necessário uma adubação foliar para tentar
eliminar os efeitos rapidamente.
47

Ferro(Fe)

É essencial na formação da molécula da clorofila, fazendo assim parte


integrante de todo o processo de conversão de energia luminosa em alimento
para a planta. É também essencial para os processos de assimilação de enxofre
e azoto.
As cloroses entre nervuras nas folhas jovens são o sintoma característico desta
carência, denominada clorose férrica. O excesso é raro acontecer mas pode
provocar bronzeamento ou surgimento de pequenas manchas castanhas na
superfície foliar.

I.FP.016.02 – 12/2015
Enxofre (S)

O Enxofre è essencial para a planta produzir proteínas. Promove a actividade e


desenvolvimento de enzimas e vitaminas. Simultaneamente ajuda na formação
da clorofila.
Este elemento é também responsável pelo crescimento das raízes e da 48
produção de sementes. Ajuda no crescimento e aumenta a resistência da planta
ao frio.

Sintomas:

A deficiência de Enxofre é pouco frequente de se encontrar. A sintomatologia é


muito semelhante a carência de Azoto, sendo por vezes apenas identificável em
laboratório.

Apresenta-se
se como uma clorose geral, acentuada nas partes superiores da
planta.

Solução:

Uma correção com Enxofre em pó no solo é suficiente


Por vezes existem tratamentos químicos para doenças, que contem Enxofre na
composição, e assim como efeito se
secundário
cundário previne a falta deste elemento na
planta.

I.FP.016.02 – 12/2015
Zinco (Zn)

Faz parte integrante do processo de transformação dos carbohidratos, funciona


como regulador do consumo de açucares.

O Zinco participa na formação da clorofila e ajuda a prevenir a destruição dessa 49


mesma molécula.

Este elemento faz parte da estrutura de sistemas enzimáticos que regulam o


crescimento das plantas.

A deficiência surge como cloroses entre nervuras, dando um aspeto de bandas


às jovens folhas. Em casos de carências seve
severas
ras os raminhos terminais acabam
por morrer.

Manganês (Mn)

Está associado a funções enzimáticas dos processos de decomposição de


carbohidratos e ao mecanismo do processamento do azoto.

Tem um importante papel estrutural pois é parte integrante das membranas


dos cloroplastos, influenciando dessa maneira a eficiência da fotossíntese.

Tal como no Ferro, a clorose entre nervuras nas folhas jovens, é o sintoma
mais característico desta carência, bem como, lesões necrosadas e o
encolhimento das
folha
folhas.

I.FP.016.02 – 12/2015
Boro (Bo)
50
Ajuda na regulação dos outros nutrientes, faz parte integrante da cadeia de
produção de açucares e carbohidratos, é essencial na formação das sementes e
desenvolvimento dos frutos.

Geralmente, num solo rico em matéria orgânica nunc


nuncaa aparecem carências
deste elemento.

As plantas com carência de Boro apresentam crescimentos anormais nos jovens


lançamentos, como resposta á morte do meristema apical.
O sistema radicular apresenta deficiente crescimento, as raízes não alongam
como previsto.
sto. As extremidades das raízes incham podendo rebentar, abrindo
portas a instalação de fungos.
O excesso deste nutriente causa amarelecimentos acentuados nas folhas
seguido de queda das mesmas.

I.FP.016.02 – 12/2015
Molibdénio (Mo)

O Molibdénio é componente de duas das maiores enzimas envolvidas no


mecanismo de utilização do azoto, na sua conversão de nitrato em amónio.

A deficiência pode assemelhar


assemelhar-se
se a carência de nitrogénio pelas cloroses que
surgem nas folhas mais velhas, com as margens enroladas. Os novos rebentos 51

param o seu crescimento.

Cobre (Cu)

O cobre é constituinte de muitas enzimas e proteínas. Ajuda na fixação do


azoto atmosférico e no metabolismo das raízes e utilização de proteínas.

É importante no desenvolvimento das estruturas reprodutivas


reprodutivas.

Os sintomas associados a carência de Cobre são o crescimento dos jovens


lançamentos com distorções das folhas novas, e morte dos meristemas apicais
desses mesmos lançamentos.

As jovens folhas frequentemente ficam verde escuras e torcidas.

As necessidades
ades de cobre são muito baixas e qualquer excesso pode causar
toxicidade à planta, induzindo deficiências de outros nutrientes tais como o
Ferro, e provocando paragem no crescimento radicular.

Cloro (Cl)
Ajuda no metabolismo da planta. Influência o mecanismo de turgescência das
folhas e é parte integrante dos mecanismos fotossintéticos.
As folhas jovens ficam cloróticas passando a uma cor bronze com a progressão
da carência.

I.FP.016.02 – 12/2015
O crescimento radicular estagna e surgem estreitamentos nas extremidades da
das
raízes.

COLHEITA E AMOSTRAGEM DA TERRA


52
OBJECTIVOS

Uma amostra de solo consiste numa pequena porção de solo capaz de


representá-lo
lo numa análise química. Como esta porção é pequena em relação à
quantidade de solo que irá representar, deve
deve-se
se ter o cuidado de retirar a
amostra. Para que ela seja cópia fiel do terreno que queremos analisar quanto
a qualidade química e física.

Material:

Enxada, pá, baldes, colher e um plástico ou oleado.

A enxada e a pá podem ser substituídas por uma sonda.

Todo o material deve


eve ser bem limpo.

Para se fazer a amostragem, devemos fazer primeiro uma amostragem simples


e em seguida, a mistura das amostras simples, fazendo a amostra composta:

a) O que é uma amostra simples? Bem! Para que se consiga fazer com que 1
kg represente a área que queremos avaliar a fertilidade, ao fazer a amostragem
não devemos tirar terra de apenas um local, devemos tirar uma porção de terra

I.FP.016.02 – 12/2015
em vários locais da mesma parcela, e cada ponto amostrado deve ser colocado
num recipiente, como por exemplo, um balde bem lavado, ou pacote plástico
ainda não utilizado. A amostra simples é cada porção individual de terra que foi
retirada de vários locais.

53

b) O que é uma amostra composta? Depois de retiradas as amostras simples,


deve-se misturá-las
las até que elas fiquem bem misturadas. Esta mistura é a
amostra composta.

COLHEITA DAS AMOSTRAS

Divida o terreno em parcelas idênticas (ex. cor, espessura do solo, inclinação,


culturas, produções obtidas).

Cada uma dessas parcelas deve ter uma área inferior a 5 hectares

(1 hectare é igual a 100m x 100m = 10 000m2).

Quando as parcelas tiverem áreas superiores a 5 hectares, divididas


em parcelas com uma área igual ou inferior a 5 hectares.

Em cada parcela percorra o terreno em ziguezague fig. (1), colhendo 25


amostras/hectare
tras/hectare se utilizar enxada e pá ou 20 – 30 se utilizar uma sonda.

Fig 1 – Exemplo para colheita de amostras num prédio c/ 2 parcelas distintas.

I.FP.016.02 – 12/2015
Não se deve colher amostras em locais onde estiveram depositados estrumes
(a), em locais encharcados (b
(b), ou junto de casa (c).

Não deve colher amostras em locais onde tenham sido depositados


adubos, estrumes, correctivos calcários, cinzas locais encharcados,
perto de caminhos, etc. 54

Antes da colheita da amostra deve primeiro limpar o local escolhido de erva


ervas,
pedras, detritos vegetais, etc. abra depois uma cova a uma profundidade de 20
cm. Retire uma fatia de terra com uma espessura de 2
2-3
3 cm . e deite-a
deite num
balde bem lavado fig.(2)

Fig 2 – Exemplo para colheita de cada amostra.

Esta é uma amostra simples. Todas as amostras simples colhidas na mesma


parcela são colocadas no mesmo balde.

Espalhe o conteúdo do balde sobre um plástico ou oleado limpo, misture bem,


retire as pedras maiores que amêndoas.

Retire cerca de 1 kg. de terra para um saco de plástico.

Esta é a amostra que vai enviar para o laboratório.

Para cada amostra preencha o respectivo questionário e coloque


coloque-o no
saco correspondente, devidamente identificado.

CASOS PARTICULARES

Prados permanentes

As amostras de terra num prado permanente já insta


instalado
lado retiram-se
retiram a uma
profundidade de 10cm.

Vinhas, olivais e pomares


I.FP.016.02 – 12/2015
Se a cultura instalada ou a instalar for alguma destas, retire uma amostra até
20cm. De profundidade e outro de 20
20-50 cm fig.(3).

55

Fig.(3) – Exemplo para colheita de cada amostra, a diferentes profundidades.

Para as amostras de cada profundidade um balde diferente.

Não misture nunca a terra das duas camadas.

Para cada amostra preencha o respectivo questionário e coloque


coloque-o no
saco correspondente, devidamente identificado.

Fertilizantes
es e Corretivos:

Os fertilizantes são as substâncias orgânicas ou inorgânicas, de origem


natural ou sintética, que são aplicadas ao solo ou à planta com a finalidade de
fornecer um ou mais nutrientes. Os adubos são fertilizantes comerciais, cuja
composição é regulada por legislação apropriada.

Os fertilizantes orgânicos mais importantes são os estrumes e os chorumes, os


biossólidos e os compostos. Os estrumes e os chorumes correspondem aos
dejetos dos animais, com
om materiais usados nas ‘camas’ no primeiro caso, ou
com a água de lavagem, no segundo. O azoto e o fósforo estão presentes
sobretudo em formas orgânicas, embora grande parte do azoto presente na
urina, nas formas de ureia e ácido úrico, se transforme rapi
rapidamente em
amoníaco/ião amónio. A aplicação de estrumes e chorumes deve ser feita de
modo a evitar a volatilização do amoníaco, a desnitrificação, ou o
enriquecimento exagerado dos solos com fósforo.

I.FP.016.02 – 12/2015
Os biossólidos incluem as lamas de tratamento de esgot
esgotos, as lamas
celulósicas resultantes do fabrico do papel e resíduos orgânicos de agro
agro-
indústrias. A sua composição e natureza é muito variável. Só deverão ser
aplicados os biossólidos que não representem um risco elevado de
contaminação do solo com element
elementos vestigiais.
56

Os compostos ou compostados correspondem a resíduos orgânicos sujeitos


a uma digestão aeróbia destinada a estabilizá
estabilizá-los,
los, prevenir odores
desagradáveis e destruir microrganismos patogénicos. A fracção orgânica dos
resíduos sólidos urbanos e as lamas de tratamento de esgotos são
frequentemente compostadas. Os adubos minerais são divididos em
elementares (azotados, fosfatados ou potássicos), compostos (binários ou
ternários) e especiais.. Os adubos podem ser sólidos ou líquidos. As unidades
fertilizantes (NPK) indicam a percentagem de azoto, de fósforo expresso em
P2O5, e de potássio expresso em K2O, presentes num adubo. A reacção
fisiológica dos adubos traduz a alteração na reacção do solo em resultado da
sua aplicação e é quantificada pelos equivalentes de acidez e basicidade.
basicidade

Os correctivos são as substâncias que são adicionadas ao solo com a


finalidade de modificar ou melhorar algumas das suas características ou
propriedades, como a reacção, a estrutura, ou a capacidade de retenção de
água. Os principais correctivos alcalinizantes são os calcários, destinados a
elevar o pH dos solos ácidos. Os sulfatos de ferro ou de alumínio e o enxofre
elementar podem ser usados para baixar o pH dos solos alcalinos.

A aplicação de fertilizantes e correctivos exige tomadas de decisão em relação à


quantidade e tipo de produto a utilizar, e quando e como se deve realizar a sua
aplicação. Os fertilizantes podem ser aplicados em fundo, quando distribuídos
antes ou com a sementeira ou plantação, ou em co
cobertura.
bertura. Podem ser
aplicados a lanço ou localizadamente – em faixas, com a semente, junto às
árvores, etc. Os nutrientes podem ainda ser fornecidos por aplicação foli
foliar ou
por cobertura da semente.

I.FP.016.02 – 12/2015

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